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Toxicologia Ciência multidisciplinar que tem como objeto de estudo os efeitos adversos das substâncias químicas sobre os organismos. Toxicologia Forense “O estudo e a aplicação da Toxicologia com os propósitos da Lei” American Board of Forensic Toxicology “Identificar qualitativamente e determinar quantitativamente substâncias tóxicas em amostras biológicas humanas, interpretando os resultados de forma a obter o máximo de informações para auxiliar na resolução de casos jurídicos” Stewart e Stolman (1961) Classificação •Toxicologia forense postmortem •Toxicologia para avaliação da habilidade motora – condução de veículos •Toxicologia para testagem de drogas – ambiente de trabalho, doping no esporte. Toxicologia Forense Toxicologia Forense Postmortem Causa jurídica da morte Natural Violenta Assistida Acidente Homicídio Suicídio Não assistida SVOI IML CEMEL/FMRP/USP Análises de drogas de abuso e álcool • Amostragem • Preparo de amostras • Análises • Interpretação dos resultados Coleta de amostras Seleção Múltipla, diferentes regiões anatômicas do corpo Amostragem Método de coleta apropriado Volume adequado para análises Estocagem e manuseio Itens importantes para a garantia da qualidade/confiabilidade dos resultados Amostras In Vivo Amostras convencionais •Sangue •Urina Amostras alternativas •Cabelo •Suor •Fluido oral (saliva) •Ar exalado •Mecônio •Leite materno •Sêmem •Unha •Pele Amostras Postmortem Amostras alternativas •Cabelo •Humo vítreo •Bile •Tecidos moles •Ossos •Dente •Larvas Amostras convencionais •Sangue •Urina Amostras Postmortem - exumação •Cabelo •Unha •Tecidos moles* •Ossos •Dentes •Solo sepultura (?) •Madeira, forro e alças do caixão (?) 0 50 100 150 200 250 300 350 Sa ng ue Ur ina Ca be lo Hu mo r v ítr eo Flu ido or al La rv as Su or Me cô nio Ar ex pir ad o Un ha Le ite m ate rn o De nt e Amostras Ar tig os p ub lic ad os Trabalhos publicados sobre amostras alternativas para a investigação de drogas em periódicos indexados SANGUE Sangue – soro, plasma, sangue total, coágulo Amostra mais utilizada para análises de drogas Amostra de escolha para quantificação de drogas Vantagens •Matriz relativamente homogênea •Disponível em grande quantidade in vivo •Fácil de coletar •Detecção de drogas logo após a utilização, antes de metabolização •Relação entre a quantidade de droga utilizada, a quantidade de droga detectada e os efeitos no organismo são bem estabelecidos •Resultados interpretados mais diretamente SANGUE Desvantagens •Coleta invasiva •Riscos para o doador •Riscos para o analista •Matriz relativamente complexa •Dificuldade na escolha do método de triagem – imunoensaio •Dificuldade na obtenção para desenvolvimento e validação de metodologias analíticas SANGUE URINA Amostra de escolha para triagem e identificação de drogas Vantagens •Fácil de coletar •Métodos de triagem •Presença de droga não metabolizada e metabólitos •Fácil obtenção para desenvolvimento e validação de metodologias analíticas URINA Desvantagens •Nem sempre disponível (postmortem) •Riscos de adulteração •Coleta vigiada – aspectos éticos •Problemas decorrentes de diluição •Não resulta em informação quantitativa URINA Como as drogas entram na saliva ? •Difusão passiva da droga livre (dependente do pH) •Ultrafiltração •Secreção ativa SALIVA Amostragem •Coleta em glândulas individuais, drenagem livre, drenagem forçada, absorção em haste de algodão “swab” ou gaze, salivette®. •Volume 1 – 5 mL •Estimulação – Teflon®, Parafilm®, ácido cítrico SALIVA Algumas drogas que já foram detectadas em saliva •Cocaína e metabólitos •Tetrahidrocanabinol •Opiáceos/opióides – morfina, heroína, 6- acetilmorfina •Anfetaminas, metanfetamina, MDMA •Fenciclidina •Benzodiazepinos – diazepan, nitrazepan •Barbitúricos – fenobarbital •Etanol SALIVA SALIVA Vantagens •Fácil acesso e pouco invasivo •Presença de drogas não metabolizadas em maior concentração do que os metabólitos •Boa correlação entre a concentração da droga na saliva com a concentração da droga livre no sangue SALIVA Desvantagens •Concentração da droga pode variar de acordo com variação do pH •Contaminação da saliva com drogas de administração oral, fumada e inalada •Curto período para detecção – não pode ser utilizada para determinar histórico de uso (indicação de uso recente) •Difícil obtenção para desenvolvimento e validação de metodologias analíticas Amostragem •Coleta não-invasiva com gaze ou filtro de papel •Adesivos – PharmChem (Longos períodos de amostragem e concentra os analitos permitindo que a água evapore •Pele deve ser limpa com álcool isopropílico (contaminação e interferentes) •Fácil constatação caso seja retirado SUOR Algumas drogas que já foram detectadas no suor •Álcool •Anfetaminas, metanfetamina, MDMA •Barbitúricos – fenobarbital •Cocaína •Opiáceos/opióides – morfina, heroína •Fenciclidina •Metadona SUOR SUOR Vantagens •Amostra de coleta relativamente não invasiva •Identificação da droga no suor – monitorização do uso de drogas (clínicas de recuperação, prisões,...) •Pode indicar uso acumulativo de droga por semanas – sensibilidade •Amostra de fácil manuseio •Poucos riscos para o analista Desvantagens •Dificuldade em determinar com precisão o volume excretado em um determinado período de tempo •Quantidade de suor excretado é altamente variável entre indivíduos e mesmo considerando um único individuo – atividade diária, estado emocional e fatores ambientais •Amostragem sistemática difícil – distribuição desigual de glândulas de suor •Difícil obtenção para desenvolvimento e validação de metodologias analíticas – suor artificial SUOR Drogas detectadas no cabelo •Anfetaminas •Canabinóides •Cocaina/metabólitos •Heroína/metabólitos •Fenciclidina •Antidepressivos •Antipsicóticos •Barbitúricos •Benzodiazepinos •Nicotina •Opióides •Esteróides CABELO •Coleta da amostra 30-50 mg •Preparação •Lavagem •Incubação ou digestão •Extração/purificação •Análises cromatográficas CABELO Procedimento de análise CABELO Vantagens •Fácil coleta e relativamente não invasiva •Detecção de drogas por longo período •Pode ser a única amostra disponível – exumação •Amostra estável – transporte e armazenamento •Poucos riscos para o analista •Possibilidade de obtenção de amostras similares para re-análises Desvantagens •Análise de custo maior quando comparado com a amostra de urina •Até o momento, a concentração da droga no cabelo não apresenta boa correlação com a dose e o tempo de administração •Não detecção de drogas consumidas recentemente •Possibilidade de contaminação ambiental CABELO MECÔNIO •Exposição intra-uterina •Importante preocupação pediátrica •Identificação da droga - maior sucesso no tratamento •Informação materna – problemas legais •Estudo EUA com mães que viviam em região urbana de alto risco: 31% cocaína 21% morfina 12% canabinóides 32% mais que uma droga •Apenas 11% admitiram consumode droga ilícita MECÔNIO Vantagens •Fácil de coletar •Método não-invasivo - fraldas •Histórico – ingestão e excreção pela bile •Período de detecção – 20 semanas de gestação •Estabilidade da droga em até 2 semanas (temperatura ambiente) ou 1 ano (congelada) •Mais representativo que urina •Duração de 1 – 5 dias após o nascimento MECÔNIO Desvantagens •Matriz complexa – água, polissacarídeos, lipideos, proteínas, sais,... •Difícil de processar (extração, purificação e análise) •Amostra não homogenea – deposição em camadas •Etapa de homogeneização para análise •Análises mais demoradas MECÔNIO Analitos •Cocaína e metabólitos (benzoilecgonina cocaetileno) •Opiáceos (morfina, codeína) •Anfetaminas (anfetamina e metanfetamina) •Canabinóides •Fenciclidina •Metabólitos da nicotina •FAEEs (Ésteres etílicos de ácidos graxos) – consumo de etanol durante a gestação MECÔNIO Síndrome Alcoólica Fetal (FAS) • Consumo de bebidas alcoólicas durante a gestação • Alterações físicas e mentais • Principal causa de retardo mental – 1 em 750 • 5.000 crianças/ano – FAS • 50.000 crianças/ano – FAE (fetal alcohol effect) • 30-40% mulheres que ingerem etanol – FAS • Exposição no início – risco maior Métodos de análise •Triagem: imunoensaio (RIA, FPIA) •Confirmação: cromatografia em fase gasosa/espectrometria de massas (GC/MS) •Cromatografia em fase líquida (HPLC) MECÔNIO HUMOR VÍTREO •Líquido (gel) transparente que ocupa o compartimento posterior do olho, localizado entre o cristalino e a retina •Representa 80% do volume do olho •Luz: córnea – pupila – cristalino - humor vítreo - retina Composição: Água (99%) Rede de colágeno Moléculas grandes de ácido hialurônico Células periféricas (hialocitos) Sais inorgânicos Ácido ascórbico Açúcar HUMOR VÍTREO Vantagens •Prontamente disponível •Relativamente fácil de coletar e estável •Menor possibilidade de contaminação por bactérias •Volume suficiente para análise (2 mL cada olho) •Matriz relativamente simples Larvas Entomotoxicologia - estuda a aplicação dos insetos necrófagos nas análises toxicológicas a fim de identificar drogas e toxinas presentes em tecidos, bem como investigar os efeitos causados por essas substâncias no desenvolvimento dos artrópodes, visto que podem alterar a estimativa do tempo decorrido desde a morte. Preparo de amostras Procedimentos empregados em laboratórios de química para processamento das amostras • Remoção de potenciais interferentes para separação e para detecção • Aumentar a concentração do analito SELETIVIDADE Objetivos da preparação de amostras SENSIBILIDADE • Converter o analito em uma forma apropriada para extração, separação e detecção • Redução de custos da manutenção da instrumentação HIDRÓLISE DERIVATIZAÇÃO Objetivos da preparação de amostras Etapas da preparação de amostras • Filtração, Centrifugação • Sonicação • Precipitação de Proteínas (sangue total, plasma) • Hidrólise de metabolitos conjugados • Diluição • Descontaminação (cabelo) • Digestão (cabelo, unha) • Homogeneização (tecidos) • Extração (isolamento do analito da matriz) • Derivatização Análises de etanol Análise mais realizada nos laboratórios forenses; Resultado mais comumente utilizado pela lei; Investigação de mortes – muitas vezes a primeira e única análise realizada; Mais frequentemente relacionada com a apreensão de motoristas sob efeito de álcool; Acidentes industriais, aeronáuticos e outras acidentes envolvendo transporte público; Análises de álcool em ambiente de trabalho. Síndrome alcoólica fetal (SAF) Amostras biológicas para as análises de álcool Indivíduos vivos Indivíduos mortos Devido aos efeitos no SNC – cérebro é a amostra que melhor reflete a concentração de álcool. Maior parte das análises é em vivos, sangue ou seus constituintes é a melhor opção. Mortos – sangue melhor opção para comparação com amostras antemortem. Sangue – soro, plasma, sangue total, coágulos Outras amostras para a dosagem de álcool Urina Saliva Humor vítreo Ar exalado Análise de álcool e voláteis pela técnica de Headspace – GC/FID Análise de álcool em amostras biológicas Típico cromatograma obtido pela técnica de cromatografia em fase gasosa, indicando a presença de etanol na amostra, frente a um padrão de referência (isobutanol). O QUE DIZ A LEI: Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue sujeita o condutor às penalidades previstas no art. 165 deste Código. Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: Infração - gravíssima; Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses; Medida Administrativa - retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado e recolhimento do documento de habilitação. Parágrafo único. A embriaguez também poderá ser apurada na forma do art. 277. Integridade (segurança) Toxicologia Forense x Toxicologia Clínica Toxicologia Forense – aspectos legais, punição. Instituição que manipula amostras (evidências) requer segurança/controle especial Cadeia de custódia Integridade (segurança) Cadeia de custódia Termo que refere-se a garantia da identidade e integridade de uma amostra do momento da coleta até a entrega dos resultados Processo utilizado para organizar e documentar a história cronológica de uma amostra
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