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Livro Metodologia Cientifica

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1
Disciplinas a Distância para a 
Modalidade de Ensino Presencial
Metodologia Científica
2
SISTEMA COC DE EDUCAÇÃO 
E COMUNICAÇÃO
Presidente
Chaim Zaher
Vice-Presidente
Adriana Baptiston Cefali Zaher
Diretor Superintendente
Nilson Curti
Diretor de Ensino Superior
Luiz Roberto Liza Curi
EDITORA COC
Diretor-Geral
José Romero Nobre de Carvalho
Diretor Editorial
Miguel Castro Cerezo
Conselho Editorial
José Romero Nobre de Carvalho
José Tadeu Bichir Terra
Mário Cícero Baldochi
Miguel Castro Cerezo
Mônica Valéria de Almeida Righi
Rafael Perri
Zelci Clasen de Oliveira
FACULDADE INTERATIVA COC
Diretor de EAD
Jeferson Ferreira Fagundes
Diretora Acadêmica
Cláudia Regina de Brito
Coordenador Administrativo de EAD
Cesar Augusto Santiago
Coordenação Pedagógica de EAD
Gladis S. Linhares Toniazzo
Kátia Cristina Nascimento Figueira 
Marina Caprio
Apoio Técnico Pedagógico
Carina Maria Terra Alves
Autor
Hélcio de Pádua Lanzoni
Produção Editorial
Editora COC Empreend. Culturais LTDA.
CNPJ 50.492.271/0001-80
Rua General Celso de Mello Resende, 301
Lagoinha – Ribeirão Preto – SP
CEP 14095-270
www.editora.coc.com.br
Conselho Editorial
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METODOLOGIA CIENTÍFICA
UNIDADE 1: O ENSINO SUPERIOR ...........9
1.1 Diferenças entre o 2º Grau e o 3º Grau ......... 10
1.2 Tipos de Imaturidade ....................................... 10
1.2.1 Imaturidade Cultural ..........................................11
 1.2.2 Imaturidade Psicológica .........................................11
1.2.3 Imaturidade Lógica .................................................... 12
1.3 Decorar x Memorizar ......................................................... 12
1.4 Leitura ................................................................................... 13
1.5 Reflexão ..................................................................................... 16
1.6 Referências ................................................................................... 17
1.7 Na Próxima Unidade ....................................................................... 17
UNIDADE 2: CONHECIMENTO ......................................................... 18
2.1 Definição .............................................................................................. 19
2.2 Os Riscos do Conhecimento .................................................................. 19
2.3 Retórica ................................................................................................... 21
2.4 Tipos de Conhecimento ............................................................................ 21
2.4.1 Conhecimento Popular ............................................................................ 22
2.4.2 Conhecimento Filosófico ......................................................................... 22
2.4.3 Conhecimento Religioso .......................................................................... 24
2.4.4 Conhecimento Científico.......................................................................... 25
2.5 Reflexão ...................................................................................................... 29
2.6 Referências ................................................................................................. 29
2.7 Na Próxima Unidade ................................................................................. 30
UNIDADE 3: CIÊNCIA ............................................................................... 31
3.1 Definição de Ciência ............................................................................. 32
3.2 Fraudes na Ciência............................................................................. 34
3.3 Reflexão .......................................................................................... 36
3.4 Referências .................................................................................. 36
3.5 Na Próxima Unidade ............................................................... 37
UNIDADE 4: MÉTODO............................................................ 38
4.1 Definição de Método ........................................................ 39
4.2 Método Qualitativo ....................................................... 40
4.3 Método Quantitativo ................................................ 41
4.4 Qualitativo x Quantitativo ................................... 42
4.5 Método Científico ........................................... 44
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4.6 Reflexão ................................ 46
4.7 Referências ................................. 46
4.8 Na Próxima Unidade .......................... 47
UNIDADE 5: PESQUISA .............................. 48
5.1 Definição de Pesquisa ..................................... 49
5.2 Tipos de pesquisa ................................................. 49
5.3 Indução e Dedução ..................................................... 53
5.3.1 Indução ........................................................................ 54
5.3.2 Dedução ........................................................................... 55
5.4 Reflexão .................................................................................. 57
5.5 Referências ................................................................................ 58
5.6 Na Próxima Unidade .................................................................... 59
UNIDADE 6: ELABORAÇÃO DE TRABALHOS ............................. 60
6.1 Trabalhos Acadêmicos ....................................................................... 61
6.2 Trabalhos Científicos ............................................................................ 63
6.2.1 Resumo ............................................................................................... 64
6.2.2 Resenha ................................................................................................ 64
6.2.3 Relatório de pesquisa ............................................................................. 65
6.2.4 Artigo Científico...................................................................................... 65
6.2.5 Monografia ............................................................................................... 66
6.3 Tema e Temática .......................................................................................... 66
6.4 Hipótese ...................................................................................................... 68
6.5 Problema de Pesquisa ................................................................................. 69
6.6 Fundamentação Teórica ............................................................................. 70
6.7 Projeto de pesquisa .................................................................................. 72
6.8 Plágio ..................................................................................................... 75
6.8.1 O que é Considerado Plágio ............................................................... 75
6.8.2 O que Não é Considerado Plágio .................................................... 75
6.9 Reflexão .......................................................................................... 77
6.10 Referências ................................................................................ 78
6.11 Na Próxima Unidade ............................................................. 78
UNIDADE 7: ESTRUTURA DOS TRABALHOS ACADÊMICOS ..79
7.1 Elementos Pré-Textuais .................................................... 80
7.1.1 Capa ........................................................................... 80
7.1.2 Folha de rosto ........................................................ 81
7.1.3 Errata ................................................................81
7.1.4 Folha de aprovação ...................................... 82
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7.1.5 Dedicatória, agradecimento, 
epígrafe ............................................. 82
7.1.6 Resumo ........................................... 83
7.1.7 Lista de ilustração, lista de tabelas, lista de 
abreviaturas e símbolos. ........................................ 83
7.1.8 Sumário ............................................................. 84
7.2 Elementos Textuais .................................................... 84
7.2.1 Introdução .................................................................... 84
7.2.2 Desenvolvimento ............................................................. 84
7.2.3 Conclusão ............................................................................ 85
7.2.4 Citações ................................................................................. 85
7.2.4.1 Sistema numérico ................................................................... 85
7.2.4.2 Sistema autor-data ..................................................................... 86
7.2.5 Notas de rodapé ............................................................................... 86
7.3 Elementos Pós-Textuais ....................................................................... 87
7.3.1 Glossário ............................................................................................. 87
7.3.2 Apêndice ............................................................................................... 87
7.3.3 Anexo ..................................................................................................... 88
7.3.4 Índice ....................................................................................................... 88
7.4 Formatação ................................................................................................. 88
7.5 Reflexão ...................................................................................................... 90
7.6 Na Próxima Unidade ................................................................................... 90
UNIDADE 8: ELABORAÇÃO DE REFERÊNCIAS .................................... 91
8.1 Categorias ................................................................................................. 92
8.1.1 Referências – regras gerais .................................................................... 93
8.2 Regras de Apresentação .......................................................................... 93
8.3 Referências por tipo de publicação ....................................................... 96
8.3.1 Monografia no todo (livros, dissertações, teses etc...) ................. 96
8.3.2 Partes de monografias (trabalho apresentado em congressos, 
capítulo de livro, etc...) ..................................................................... 96
8.3.3 Publicações Periódicas (revistas, boletins, etc...) coleção. ....97
8.3.4 Fascículos, suplementos, números especiais com título próprio. ....97
8.3.5 Partes de publicações periódicas (Artigos) ................... 97
8.3.6 Artigos em jornais ..................................................... 98
8.4 Ordenação das referências ...................................... 98
8.4.1 Autor repetido ................................................... 98
8.4.2 Localização ................................................. 99
 S
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8.5 Aspectos Gráficos ................. 99
8.5.1 Espaçamento ............................ 99
8.5.2 Margem ........................................... 99
8.5.3 Pontuação ............................................... 99
8.5.4 Maiúsculas ................................................ 100
8.5.5 Grifo, itálico, negrito ....................................... 100
8.6 Autoria ...................................................................... 100
8.6.1 Autor Pessoal ............................................................ 100
8.6.2 Organizadores, compiladores, editores, adaptadores etc. ..... 102
 8.6.3 Autor Entidade Coletiva (Associações, Empresas, 
Instituições). ................................................................................. 102
8.6.4 Órgãos governamentais ......................................................... 103
8.6.5 Tradutor, prefaciador, ilustrador, etc. ....................................... 103
8.7 Tipos Específicos de Publicações ..................................................... 104
8.7.1 Monografias consideradas no todo ................................................. 104
8.7.2 Livros .............................................................................................. 104
8.7.3 Dicionários ....................................................................................... 104
8.7.4 Atlas ................................................................................................... 104
8.7.5 Bibliografias ........................................................................................ 104
8.7.6 Biografias ............................................................................................. 104
8.7.7 Enciclopédias ........................................................................................ 105
8.7.8 Bíblias .................................................................................................... 105
8.7.9 Normas Técnicas ................................................................................. 105
8.7.10 Patentes ............................................................................................. 105
8.7.11 Dissertações e Teses .......................................................................... 106
8.7.12 Congressos, Conferências, Simpósios, Workshops, Jornadas e outros 
Eventos Científicos .................................................................................. 106
8.7.13 Jornadas ..................................................................................... 106
8.7.14 Reuniões ................................................................................. 106
8.7.15 Conferências ........................................................................ 107
8.7.16 Workshop ....................................................................... 107
8.7.17 Relatórios oficiais ........................................................ 107
8.7.18 Relatórios técnico-científicos ................................... 107
8.8 Referências Legislativas ........................................... 107
8.8.1 Constituições ..................................................... 107
8.8.2 Leis e Decretos ............................................. 108
8.8.3 Pareceres ................................................... 108
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8.8.4 Portarias .......................... 108
8.8.5 Resoluções ............................ 109
8.8.6 Acórdãos, Decisões, Deliberações e 
Sentenças das Cortes ou Tribunais ............... 109
8.9 Partes de Monografias ....................................110
8.9.1 Capítulos de livros ..........................................110
8.9.2 Verbetes de Enciclopédias ....................................110
8.9.3 Verbetes de Dicionários: ...........................................110
8.9.4 Partes isoladas ...............................................................110
8.9.5 Bíblia em parte ..................................................................111
8.10 Trabalhos Apresentados em Eventos Científicos ...................111
8.10.1 Encontros ...............................................................................111
8.10.2 Reuniões Anuais .......................................................................111
8.10.3 Conferências ...............................................................................1118.10.4 Workshop .....................................................................................112
8.11 Publicações Periódicas ........................................................................112
8.11.1 Consideradas no todo .......................................................................112
8.11.1.1 Coleções .........................................................................................112
8.11.1.2 Fascículos ........................................................................................112
8.11.1.3 Fascículos com título próprio ...........................................................112
8.11.2 Partes de publicações periódicas ..........................................................113
8.11.2.1 Artigo de Revista .............................................................................113
8.11.2.2 Artigo de jornal .................................................................................113
8.12 Documentos Eletrônicos .........................................................................113
8.12.1 Arquivo em Disquetes .......................................................................113
8.12.2 BBS .................................................................................................114
8.12.3 Base de Dados em Cd-Rom: no todo ..........................................114
8.12.4 Base de Dados em Cd-Rom: partes de documentos ..................114
8.12.5 E-mail .....................................................................................114
8.12.6 FTP ......................................................................................115
8.12.7 Monografias consideradas no todo (On-line) ..................115
8.12.8 Publicações Periódicas consideradas no todo (On-line) .... 115
8.12.9 Artigos de Periódicos (On-line) .................................116
8.12.10 Artigos de Jornais (On-line) ................................116
8.12.11 Homepage ........................................................116
8.13 Reflexão ............................................................117
8.14 Referências Gerais .......................................117
A
p
re
se
nt
aç
ão
MEtoDologia 
CiEntífiCa
O objetivo da Disciplina Metodologia 
Científica é oferecer ao aluno instrumentos para que 
possa desenvolver suas potencialidades, ampliando a 
eficiência e eficácia da sua aprendizagem. O a l u n o 
universitário precisa, muitas vezes, aprender a pensar 
e a aprender para tornar sua vivência universitária mais 
proveitosa, reduzindo drasticamente a possibilidade de fracasso.
Para tanto, é necessário um maior entendimento sobre o 
conceito de Competência, que pode ser entendida como “domínio 
dos conteúdos, dos métodos, das técnicas das várias ciências, enfim, 
o domínio das habilidades específicas de cada área de formação 
e de cada forma de saber e de cultura” (Severino 1999, p. 16). A 
competência é, portanto, uma característica da qual o ensino superior 
não pode prescindir para não ter que compactuar com o superficialismo e 
a mediocridade tão comuns no âmbito educacional.
O amadurecimento do jovem e do adulto em ambiente de ensino 
superior é crucial para a aquisição de competência técnica, científica 
ou profissional, sem a qual torna-se difícil dar sentido àquilo que se 
propuseram a estudar nos cursos que escolheram. Tal amadurecimento 
não pode ser obtido sem um esforço deliberado e persistente por parte 
do aluno.
Nesta disciplina serão apresentados e discutidos aspectos 
relevantes para a compreensão de diversos fatores que podem 
contribuir para o crescimento acadêmico, profissional e pessoal do 
aluno de 3º Grau. 
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o EnSino SUPERioR
Uma dada estratégia de ensino, 
seja ela qual for, não pode assegurar, 
necessariamente, uma aprendizagem eficaz. 
Além de características específicas do estudante, a 
abordagem do ensino pode determinar a efetividade da 
estratégia empregada. Durante toda sua vivência escolar 
o aluno tem como objetivo a aprendizagem e, na maioria 
das vezes, quando a aprendizagem significativa ocorre, ela 
produz alterações na estrutura cognitiva do aluno. É por isso 
que a aprendizagem significativa é poderosa e fica registrada na 
memória de longo prazo, enquanto a aprendizagem superficial ou 
rotineira é facilmente esquecida fácil e, portanto, não é aplicada para 
a solução de problemas ou para novas situações de aprendizagem que 
o aluno irá encontrar no ensino superior.
objetivos da sua aprendizagem
Para uma aprendizagem significativa, é crucial que as informações 
a serem apresentadas ao aprendiz “façam sentido”, isto é, sejam 
relacionáveis com os conceitos preexistentes em sua estrutura cognitiva 
(KRASHEN, 1987; MOREIRA, 1982). Nesta unidade serão abordados 
conceitos que serão úteis para compreender as principais diferenças 
encontradas no Ensino Superior, além da otimização de uma importante 
ferramenta: a leitura.
Você se lembra?
Como seus professores ministravam as aulas no 
Ensino Fundamental e Médio? Como seus professores 
ministram a aula no Ensino Superior? Você é capaz de 
observar as diferenças?
10
Metodologia Científica O Ensino Superior – Unidade 1
1.1 Diferenças entre o 2º grau e o 3º grau
 Ao contrário do que muitos acreditam, o Ensino Superior não é 
um mero prolongamento do Ensino Médio. Na verdade, as diferenças são 
profundas e afetam principalmente questões relacionadas à autonomia dos 
alunos. Vamos ver algumas diferenças.
 No 2º Grau, tanto o professor quanto a instituição em si possuem 
um grande domínio sobre os alunos, a começar pelo controle de entrada 
e saída, ou seja, os estudantes não têm liberdade para chegar na segunda 
aula ou sair antes da última aula, por exemplo, como fazem os estudantes 
universitários, dos quais se espera maior disciplina e autonomia – 
estabelecem-se os horários e espera-se pontualidade e respeito a eles. 
Além disso, no Ensino Médio é clara a homogeneidade de faixa etária: 
salvo algumas poucas exceções, na sala de aula os alunos possuem 
aproximadamente a mesma idade, ao passo que em um curso superior 
o colega de curso pode ser um empresário ou uma aposentada. Assim, a 
exposição a diferentes idéias, vivências e graus de maturidade contribui 
para o processo de exposição social e crescimento. 
IMG129070_4.jpG - ID: 3906
Com relação ao ensino, no 2º Grau o foco está 
no professor, que é o detentor do saber e a ele 
cabe a responsabilidade pela aprendizagem dos 
alunos. Já no 3º Grau o programa é orientado 
pelo professor e deverá ser complementado com 
pesquisas por parte do aluno, o qual passa ter 
responsabilidade pela própria aprendizagem.
Com base nas situações apontadas acima 
já é possível percebermos que a transição de um 
grau para o outro não é tão automático e natural 
como muitos imaginam.
1.2 tipos de imaturidade
 
Na realidade observada nas salas de aula de cursos universitários, 
é possível apontarmos três tipos principais de imaturidade, de acordo 
com BASTOS e KELLER (2002): Imaturidade Cultural, Imaturidade 
Psicológica e imaturidade Lógica.
11
Metodologia Científica O Ensino Superior – Unidade 1
1.2.1 imaturidade Cultural
No Ensino Médio o ensino não raro é focado no Vestibular ou 
em programas profissionalizantes, reduzindo-se ao máximo a atenção 
dispensada à educação geral. Circundados por um ambiente cultural 
restrito, aos alunos não é comum o hábito da leitura ou de discussões de 
tópicos que não estejam relacionados à realidade imediata. Podemos citar 
alguns exemplos:
- O aluno já ouviu falar da Segunda Guerra Mundial, mas não sabe 
dizer quando, onde ou o motivo do conflito; 
- Se questionados sobre o nome do Reality Show anual da Rede 
Globo, afirmam que se chama Big Brother pois naqueleambiente cria-se 
uma ‘irmandade’ entre os participantes e cada um se torna um ‘grande 
irmão’ do outro.
- Caso ouçam alguém fazer o seguinte comentário: “ele está com 
uma dúvida parecida com a do Bentinho em relação à Capitu”, não 
causaria espanto se perguntassem se o tal Bentinho é algum artista da 
Globo.
 1.2.2 imaturidade Psicológica
 
Muitos alunos entram na faculdade sem uma definição clara de seus 
objetivos e suas aspirações, ou seja, chegam ao Ensino Superior com 
a mesma mentalidade com que chegaram ao Ensino Médio. A postura 
vigente é a de que vai para a escola não para aprender (postura ativa), 
mas sim para ser ensinado (atitude passiva). Por não terem certeza se as 
escolhas feitas (o curso, a escola, o momento, etc.) corresponderão às suas 
expectativas, não é incomum um comportamento descompromissado, 
que beira a irresponsabilidade, no tocante às atitudes que demonstram no 
ambiente acadêmico. Alguns exemplos:
- Preocupação exacerbada com as notas e a frequência em 
detrimento da aprendizagem;
- Questões éticas: alunos que fazem plágio ou pagam para outras 
pessoas fazerem seus trabalhos;
- Busca de subterfúgios para justificar a falta de interesse nas aulas: 
“não gosto deste professor”, “esta matéria não tem nada a ver”, “tenho 
coisas mais interessantes a fazer do que perder meu tempo aqui na aula”.
12
Metodologia Científica O Ensino Superior – Unidade 1
1.2.3 imaturidade lógica
 Independentemente de serem oriundos do Ensino Médio ou 
Superior, alunos em geral têm uma grande dificuldade de colocar no papel 
(ou na tela do computador) aquilo que eles pensaram. A falta de raciocínio 
lógico tem sua origem nos vícios adquiridos ao longo da vivência escolar, 
como a falta de leitura, a ‘decoreba’ como estratégia de preparação para as 
avaliações e a ausência de pensamento crítico. Alguns exemplos:
alunos.jpG - ID: 2664
- Ao ser questionado sobre o que o autor 
quis dizer em determinado texto, o aluno se 
limita a compreender aquilo que está explícito 
no texto – ele não consegue apreender as 
nuances da intenção do autor.
- As questões que instigam o raciocínio 
são justamente aquelas que os alunos mais 
temem, pois não adianta decorar as datas e 
os fatos ocorridos se a questão solicita que 
o aluno faça uma análise da relevância de 
determinado acontecimento em relação ao 
momento vigente.
1.3 Decorar x Memorizar
DreaMstIMeMaxIMuM_2676756. - jpG - ID: 183099
Há uma diferença fundamental 
entre “decorar” um conteúdo e “memorizá-
lo”. O aluno decora, antes de mais nada, 
por ele considerar isso mais fácil que 
efetivamente compreender o assunto. 
Decorar nada mais é do que reter na 
memória algo que, na maioria das vezes, 
não é efetivamente compreendido. Por 
não fazer sentido e ter finalidade imediata 
(uma prova, um trabalho...), o que é 
decorado normalmente não fica gravado na memória de longo prazo.
13
Metodologia Científica O Ensino Superior – Unidade 1
 Memorizar, por outro lado, significa reter na memória um 
conteúdo inteligível, que faz sentido. Através da memorização é possível, 
por exemplo, parafrasear um conteúdo que foi compreendido, não se 
limitando à sua simples repetição. Quando algo faz sentido, as chances 
dele ser retido na memória de longo prazo são muito maiores.
1.4 leitura 
http://jae.aDventIst.orG/IMaGes/Man_reaDInG.jpG
A leitura pode ser definida 
como um processo de construção 
de sentidos que parte de uma 
interação entre as estratégias 
cognitivas e de conhecimento 
de mundo existentes no texto e 
pistas linguísticas. O leitor tem 
um papel fundamental nessa 
interação, utilizando, ao mesmo 
tempo, conhecimentos estruturais 
e lexicais da língua, o contexto sócio-histórico em que vive e também a 
compreensão de como os textos se organizam e funcionam. 
A leitura é um processo complexo no qual o 
leitor interage com o texto numa dada situação ou 
contexto. Durante o processo de leitura, o leitor 
constrói uma representação significativa 
do texto através da interação de seu 
conhecimento conceitual e linguístico com 
pistas existentes no texto. 
 No início da leitura 
de um texto, ou quando há 
pouco ou nenhum contexto, 
pode ser grande a dependência 
na decodificação de letras para 
a compreensão de palavras, e de palavras para a 
compreensão de frases e sentenças (Ur 1996). No 
entanto, assim que houver um contexto significativo, 
ocorrerá (idealmente) a tendência à inserção da 
 
Conexão:
Cognição é a capacidade 
de processar informações; 
é a capacidade de adaptação a 
situações diferentes em um curto 
espaço de tempo. Leia mais sobre 
cognição: visite o site http://www.
drauziovarella.com.br/entrevistas/
claudio_memoria_2.asp
Quem lê, 
torna-se mais apto 
para enfrentar os problemas 
e situações que a vida social, 
profissional, política, cultural 
apresenta. Em se tratando do 
universitário, cujo conceito exige 
um saber globalizante, a leitura é 
imprescindível.
14
Metodologia Científica O Ensino Superior – Unidade 1
interpretação do leitor à palavra de acordo com o sentido do texto, ao invés da 
sua exata composição de letras. 
No quadro a seguir, desenvolvido por Salomon (1994), estão 
listadas, lado a lado, características de um bom leitor e de um mau leitor: 
BOM LEITOR MAU LEITOR
O bom leitor lê rapidamente e entende 
bem o que lê. Tem habilidades e 
hábitos como:
O mau leitor lê vagarosamente e 
entende mal o que lê. Tem hábitos 
como:
1. Lê com objetivo determinado. 
Ex.: aprender certo assunto, repassar 
detalhes, responder a questões.
1. Lê sem finalidade.
Raramente saber por que lê.
2. Lê unidades de pensamento. 
Abarca, num relance, o sentido 
de um grupo de palavras. Relata 
rapidamente as idéias encontradas 
numa frase ou num parágrafo.
2. Lê palavra por palavra.
Pega o sentido da palavra 
isoladamente. 
Esforça-se para juntar os termos 
para poder entender a frase.
Frequentemente tem de reler as 
palavras.
3. Tem vários padrões de 
velocidade.
Ajusta a velocidade de leitura com o 
assunto que lê. Se lê um romance, é 
rápido. Se lê um livro científico para 
guardar detalhes, lê mais devagar 
para entender bem.
3. Só tem um ritmo de leitura.
Seja qual for o assunto, lê sempre 
vagarosamente.
4. Avalia o que lê.
Pergunta-se frequentemente: 
Que sentido tem isso para mim? 
Está o autor qualificado para 
escrever sobre o assunto? Está ele 
apresentando apenas um ponto de 
vista do problema? Qual a idéia 
principal deste trecho? Quais seus 
fundamentos?
4. Acredita em tudo que lê.
Para ele, tudo que é impresso é 
verdadeiro. Raramente confronta o 
que lê com suas próprias experiências 
ou com outras fontes.
Nunca julga criticamente o escritor 
ou seu ponto de vista.
15
Metodologia Científica O Ensino Superior – Unidade 1
5. Possui bom vocabulário.
Sabe o significado de muitas 
palavras. É capaz de perceber o 
significado das palavras novas pelo 
contexto. Sabe usar dicionários e o 
faz frequentemente para esclarecer 
os sentido de certos termos, no 
momento oportuno.
5. Possui vocabulário limitado.
Sabe o sentido de poucas palavras. 
Nunca relê uma frase para pegar 
o sentido de uma palavra difícil 
ou nova. Raramente consulta o 
dicionário. Quando faz, atrapalha-se 
em achar a palavra. Tem dificuldade 
em entender a definição das palavras 
e em escolher o sentido exato.
6. Tem habilidades para conhecer o 
valor do livro.
Sabe que a primeira coisa a fazer 
quando se toma um livro é indagar 
do que ele trata, através do título e 
subtítulos encontrados na página 
de rosto e não apenas na capa. Lê 
os títulos do autor, edição do livro, 
índice, prefácio, bibliografia citada. 
Só depois é que se vê em condições 
de decidir pela conveniência ou não 
da leitura. Sabe selecionar o quelê. 
Sabe quando consultar e quando ler. 
6. Não possui nenhum critério 
técnico para conhecer o valor do 
livro.
Nunca ou raramente lê a página de 
rosto do livro, o índice, o prefácio, 
a bibliografia, etc., antes de iniciar 
a leitura. Começa a ler a partir do 
primeiro capítulo. É comum até 
ignorar o autor, mesmo depois de 
terminada a leitura. Jamais seria 
capaz de decidir entre leitura e 
simples consulta. Não consegue 
selecionar o que vai ler. Deixa-se 
sugestionar pelo aspecto material do 
livro.
7. Sabe quando deve ler um livro até 
o fim, quando interromper a leitura 
definitivamente ou periodicamente.
Sabe quando e como retomar a 
leitura, sem perda de tempo e sem 
perder a continuidade.
7. Não sabe decidir se é conveniente 
ou não interromper uma leitura.
Ou lê todo o livro, ou o interrompe 
sem critério objetivo, apenas por 
questões subjetivas.
8. Discute o que lê frequentemente 
com colegas.
Sabe distinguir entre impressões 
subjetivas e valor objetivo durante 
as discussões.
8. Raramente discute com colegas o 
que lê.
Quando o faz, deixa-se levar por 
impressões subjetivas e emocionais 
para defender um ponto de vista. Seus 
argumento, geralmente, derivam 
da autoridade do autor, da moda, 
dos lugares comuns, das tiradas 
eloquentes, dos preconceitos.
16
Metodologia Científica O Ensino Superior – Unidade 1
9. Adquire livros com frequência 
e cuida de ter sua biblioteca 
particular. 
Quando é estudante procura os livros 
de textos indispensáveis e se esforça 
em possuir os chamados clássicos e 
fundamentais. Tem interesse de fazer 
assinatura de periódicos científicos. 
Formado, continua alimentando sua 
biblioteca e tem o hábito de ir direto 
às fontes.
9. Não possui biblioteca particular.
às vezes é capaz de adquirir “metros 
de livros” para decorar a casa. É 
frequentemente levado a adquirir 
livros secundários em vez dos 
fundamentais. Quando estudante, 
só lê e adquire compêndios de aula. 
Formado, não sabe o que representa 
o hábito das “boas aquisições” de 
livro.
10. Lê assuntos variados.
Lê livros, revistas, jornais. Em áreas 
diversas: ficção, ciência, história, 
etc. Habitualmente nas áreas de seu 
interesse ou especialização.
10. Está condicionado a ler sempre 
a mesma espécie de assunto.
11. Lê muito e gosta de ler.
Acha que ler traz informações e 
causa prazer. Lê sempre que pode.
11. Lê pouco e não gosta de ler.
Acha que ler é ao mesmo tempo um 
trabalho e um sofrimento.
12. O BOM LEITOR é aquele que 
não é só bom na hora de leitura.
É bom leitor porque desenvolve uma 
atitude de vida: é constantemente 
bom leitor. Não só lê, mas sabe ler.
12. O MAU LEITOR não se revela 
apenas no ato da leitura, seja 
silenciosa ou oral
É constantemente mau leitor, porque 
se trata de uma atitude de resistência 
ao hábito de saber ler.
1.5 Reflexão
Não podemos esquecer que não falamos ou escrevemos para 
nós mesmos, mas sim para os outros, para a sociedade, e esperamos 
ser ouvidos. Não raro encontramos textos que são considerados quase 
ininteligíveis para os simples mortais. A impressão que temos é de que 
muitos cientistas e pesquisadores escrevem com a finalidade de não 
17
Metodologia Científica O Ensino Superior – Unidade 1
serem mesmo entendidos, tamanha a distância que separa seu esforço 
argumentativo e a capacidade efetiva de comunicar-se. Isso é percebido 
principalmente quando o aluno ingressa no Ensino Superior, no qual de um 
momento para o outro passa-se a exigir uma autonomia, responsabilidade 
e maturidade que o aluno muitas vezes ainda não possui. Tal situação 
pode ocorrer não só com alunos recém egressos do Ensino Médio. De 
acordo com BASTOS e KELLER (2002, p. 33), adultos que retornam 
à escola para um curso superior depois de muitos anos da conclusão do 
Ensino Médio também podem apresentar as mesmas dificuldades dos 
mais jovens, uma vez que baseiam suas expectativas para o curso que 
vão iniciar na experiência que vivenciaram quando se encontravam pela 
última vez em um ambiente escolar.
1.6 Referências
BASTOS, C.; KELLER, V. Introducão à metodologia científica. 
Petrópolis: Vozes, 2002.
KRASHEN S. D. Principles and Practice in Second Language 
Acquisition. London: Prentice Hall International, 1987.
MOREIRA, M. A.; MASINI, E. F. S. Aprendizagem significativa: a teoria 
de David Ausubel. São Paulo: Moraes, 1982.
SALOMON, D. V. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins 
Fontes, 1994.
UR P. A Course in Language Teaching. Cambridge: Cambridge 
University Press, 1996.
1.7 na Próxima Unidade
 
O que significa “conhecimento”? Ele é absoluto ou existem 
diferentes tipos? Por que Galileu Galilei foi julgado e condenado? Essas e 
outras questões serão respondidas na próxima unidade.
U
ni
Ua
Ue
 U
 
ConHECiMEnto 
Podemos definir conhecimento 
como uma tomada de consciência do ato 
de conhecer. Desde seu nascimento o homem 
adapta-se progressivamente a um mundo pré-
existente e, no processo de socialização, procura 
encontrar respostas para suas dúvidas e incertezas através 
do questionamento progressivo dos significados do mundo 
que o cerca. Assim, todo o desenvolvimento experimentado 
pela humanidade é fruto da incessante busca do homem pela 
compreensão do universo circundante e o desejo de aprimorá-lo.
objetivos da sua aprendizagem
Que você compreenda os diferentes conceitos de conhecimento 
e suas características.
Você se lembra?
Você dever ter aprendido algo ou pelo menos ouvido falar 
de Galileu Galilei. Lembra-se de que ele foi punido por deter um 
conhecimento considerado herético no seu tempo?
19
Metodologia Científica Conhecimento – Unidade 2
2.1 Definição
O conhecimento deve ser compreendido como um processo 
dinâmico, inacabado e em constante transformação e adaptação. Ao 
relacionar-se com o meio, o homem faz uso de diversas formas de 
conhecimento e, através dessas formas, ele transforma o mundo ao mesmo 
tempo em que se transforma. Como veremos mais adiante, a ciência é 
uma das formas de conhecimento, com características próprias, como a 
possibilidade de ser verificado e comprovado por outros.
 
2.2 os Riscos do Conhecimento
Dada a sua relevância, o conhecimento 
sempre guarda uma aura de “exclusividade”, 
de algo para poucos, sendo inclusive proibido 
em diversas culturas ou em certos momentos 
históricos. 
GalIleo.arp - ID: 909607
O conhecimento é algo tão 
importante que sempre corre o 
risco de ser proibido. Muitos mitos se fizeram em 
torno dessa legenda, a começar pelo relato bíblico 
que coloca a descoberta do conhecimento como 
transgressão de Adão e Eva, seguindo-se daí as 
misérias da vida do pecador, com consequente 
necessidade de salvação vinda de fora. O real 
“pecado original” foi menos ter caído em tentação 
do que ousar conhecer. Parece inegável a dinâmica 
reveladora do conhecimento, porque nada deixa de pé, para o bem 
e para o mal. Uma vez rompida a ingenuidade, não há mais volta, 
a não ser por auto-engano. Essa dinâmica reveladora, entretanto, 
estando sempre entranhada no contexto do poder, ofusca à medida 
que revela. Por isso, praticamente em todas as sociedades, as 
pessoas detentoras de conhecimento eram vistas como especiais, 
desde os pajés. E para se tornarem ainda mais especiais, envolviam 
o conhecimento em linguagem esotérica, para que só os iniciados a 
entendessem (DEMO 2000, p. 87).
 
Conexão:
Conhecimento é a 
explicação da realidade. 
Decorre de um esforço investigativo 
para descobrir aquilo que não está 
compreendido ainda, que está oculto. Leia 
o texto “Conhecimento x Informação: uma 
discussão necessária” visitando este site:
http://www.espacoacademico.com.
br/031/31cmatos.htm
20
Metodologia Científica Conhecimento– Unidade 2
O conhecimento pode, inclusive, ser ‘perigoso’ em determinados 
contextos. Na Idade Média, por exemplo, diversos detentores de 
“conhecimentos” não aceitos pelo status quo foram considerados hereges 
ou feiticeiros e pereceram em masmorras ou em fogueiras. Um caso 
clássico de interferência religiosa no desenvolvimento da ciência ocorreu 
com Galileu (Galileo Galilei), físico e astrônomo italiano (Pisa 1564 - 
Arcetri 1642), que foi preso, torturado e condenado pela Inquisição a 
negar suas descobertas científicas e a ler em voz alta (em público) e a 
assinar o manuscrito reproduzido abaixo: 
“Eu, Galileu Galilei, filho do falecido Vicente Galilei, de 
Florença, com 70 anos de idade, tendo sido trazido pessoalmente 
ao julgamento e ajoelhando-me diante de vós, eminentíssimos e 
reverendíssimos Cardeais Inquisitores-Gerais da Comunidade Cristã 
Universal contra a depravação herética, tendo frente a meus olhos 
os Santos Evangelhos, que toco com minhas próprias mãos; juro 
que sempre acreditei e, com o auxílio de Deus, acreditarei de futuro, 
em cada artigo que a sagrada Igreja Católica de Roma sustenta, 
ensina e prega. Mas porque este Sagrado Ofício ordenou-me que 
abandonasse completamente a falsa opinião, a qual sustenta que 
o Sol é o centro do mundo e imóvel, e proíbe abraçar, defender 
ou ensinar de qualquer modo a dita falsa doutrina [...] Eu desejo 
remover da mente de Vossas Eminências e da de cada cristão 
católico esta suspeita corretamente concebida contra mim; portanto, 
com sinceridade de coração e verdadeira fé, abjuro, maldigo e 
detesto os ditos erros e heresias, e em geral todos os outros erros 
e seitas contrários à dita Santa Igreja; e eu juro que nunca mais no 
futuro direi, ou afirmarei nada, verbalmente ou por escrito, que possa 
levantar semelhante suspeita contra mim; mas se eu vier a conhecer 
qualquer herege ou qualquer suspeito de heresia, eu o denunciarei 
a este Santo Ofício ou ao Inquisidor Ordinário do lugar onde eu 
estiver. Juro, além disso, e prometo que cumprirei e observarei 
todas as penitências que me foram ou sejam impostas por este Santo 
Ofício. Mas se por acaso eu vier a violar qualquer uma de minhas 
ditas promessas, juramentos e protestos (o que Deus não permitia),
Galileu - Vida e Pensamento, Ed. Martin Claret, 1998). Disponível 
em: http://www.internext.com.br/valois/pena/1633.htm - Acesso 
em: 10/09/2009
21
Metodologia Científica Conhecimento – Unidade 2
sujeitar-me-ei a todas as penas e punições que forem decretadas e 
promulgadas pelos sagrados cânones e outras constituições gerais 
e particulares contra delinquentes assim descritos. Portanto, com 
a ajuda de Deus e de seus Santos Evangelhos, que eu toco com 
minhas mãos, eu, abaixo assinado, Galileu Galilei, abjurei, jurei, 
prometi e me obriguei moralmente ao que está acima citado; e, 
em fé de que, com minha própria mão, assinei este manuscrito de 
minha abjuração, o qual eu recitei palavra por palavra”.
2.3 Retórica
 Na retórica, que teve início na Grécia antiga, ao lado de argumentar, 
buscávamos também convencer. Infelizmente, abusamos tanto dela que 
temos hoje uma visão negativa da retórica – basta nos lembrarmos de 
diversos políticos, que possuem uma grande capacidade argumentativa 
para mentir para a população. Tal visão negativa é também reforçada pela 
idéia de que a retórica consiste na busca pelo convencimento a qualquer 
preço, sem argumentação real. 
Para tentarmos recuperar o conceito de retórica é necessária 
a compreensão da necessidade fundamental da capacidade de saber 
argumentar e convencer, ambos inseridos no mesmo processo. De 
acordo com Demo (2000, p. 39), “para que o discurso seja discutível, é 
imprescindível que seja lógico, quer dizer, bem feito, sistemático, claro, 
fundamentado. Não podemos discutir bem fala desconexa, mal inventada, 
contraditória.”
2.4 tipos de Conhecimento
Há várias formas de se obter conhecimento, o qual apresenta em 
sua constituição níveis e estruturas diferentes. Cada um desses níveis 
de estrutura do conhecimento possui seu nível de complexidade e suas 
características específicas. São divididos em quatro categorias os tipos de 
conhecimento e de busca do sentido das coisas:
22
Metodologia Científica Conhecimento – Unidade 2
- Conhecimento Popular 
- Conhecimento Filosófico
- Conhecimento Religioso
- Conhecimento Científico
 
http://Deoxy.orG/IMG/experIence-knowleDGe.jpG2.4.1 Conhecimento Popular
Este tipo de conhecimento, também chamado de espontâneo, 
vulgar ou empírico, surge do viver cotidiano e geralmente se apresenta 
desprovido de método e sistematicidade e pautado unicamente pela 
prática e percepções cotidianas. Na tentativa de encontrar explicações 
para os acontecimentos cotidianos, consegue basicamente uma percepção 
do que o rodeia, sem se preocupar com relações de causa e efeito e sem 
uma postura racional. 
O conhecimento popular é prioritariamente intuitivo, imediato, 
concreto e não se pauta pela lógica. Por ser pouco racional, apresenta 
respostas ambíguas e nem sempre verdadeiras, que se pautam em 
aparências. Além disso, muitas vezes contribuem para superstições e 
discriminações, que com o tempo fixam-se em determinadas culturas.
 Podemos citar inúmeros exemplos de conhecimento popular 
nas explicações diárias de fenômenos do dia a dia que independem 
do nível cultural de quem as utiliza. Assim, muitas pessoas podem 
“prever” a proximidade de chuva por meio da percepção de alterações 
ambientais às vezes sutis, como a direção do vento, o tipo das nuvens ou 
o comportamento das aves. Da mesma forma, todos nós sabemos que se 
o leite for deixado fora da geladeira ele vai azedar. Estes são exemplos 
de conhecimento popular, uma vez que a maioria não saberia explicar 
tecnicamente o porquê da ocorrência dos fenômenos citados.
2.4.2 Conhecimento filosófico
Antes de mais nada é importante definirmos a palavra ‘filosofia’, a 
qual foi criada por Pitágoras: philos significa ‘amigo’ e sophia significa 
‘sabedoria’.
23
Metodologia Científica Conhecimento – Unidade 2
A idéia de conhecimento filosófico tem como base conceitos 
subjetivos, relacionados ao conhecimento especulativo, o qual busca 
constantemente o sentido do mundo e das coisas através de hipóteses que 
podem ou não ser submetidas à observação, ou seja, geralmente não são 
verificáveis e, portanto, não podem ser confirmadas ou refutadas. 
De acordo com Barros e Lehfeld (2007, p. 42), a filosofia “tem a 
finalidade de compreender a realidade e fornecer conteúdos reflexivos e 
lógicos de mudança e transformação dessa realidade. A filosofia cumpre 
a tarefa de elaborar pressupostos e princípios norteadores das ações 
humanas”. Assim, mesmo entre os grandes filósofos não há uniformidade 
de pensamento e de forma de reflexão, já que a filosofia consiste na 
observação, reflexão e interpretação do mundo sob pontos de vista 
diferentes e, às vezes, inconciliáveis.
A filosofia não é um castelo abstrato, estéril e distante de idéias. 
Idéias difíceis e herméticas, como às vezes, de forma detratora, 
se diz. Ela é uma forma de conhecimento prático, orientadora 
do exercício de nossa sobrevivência em sociedade. Ela pode não 
garantir o “ganha-pão”, como se diz vulgarmente, mas certamente 
é com ela e com sua ajuda que conseguimos o pão nosso de cada 
dia, pois dela depende o encaminhamento de nossa ação (LUCKESI 
1984, p. 67).
http://www.pucsp.br/pos/cesIMa/schenberG/cIentIstas/platao2.jpG
Assim, a filosofia cumpre a 
tarefa de compreender a realidade 
e contribuir com conteúdos 
reflexivos e lógicos para que essa 
realidade possa ser transformada. 
O Mito da Caverna, narrado 
por Platão no livro VII de A 
Republica (escrito entre 380-
370 a.C.) é, provavelmente, uma 
das mais poderosasmetáforas 
c r iadas pe la f i losof ia , em 
qualquer tempo, por descrever de forma atemporal a situação em que se 
encontra a humanidade, condenada a uma terrível condição. Imaginou 
toda uma população presa desde a infância no interior de uma caverna, 
24
Metodologia Científica Conhecimento – Unidade 2
imobilizados e obrigados por correntes a olharem sempre a parede em 
frente. O que veriam então? Supondo que existissem algumas pessoas 
no exterior da caverna carregando para lá para cá, sobre suas cabeças, 
estatuetas de homens, de animais, vasos, bacias e outros vasilhames, e 
havendo ainda uma escassa iluminação, disse que os habitantes daquele 
lugar infeliz só poderiam enxergar o bruxuleio das sombras dos objetos 
sendo carregados, surgindo e se desfazendo diante deles. Era assim 
que viviam os homens, concluiu Platão: acreditavam que as imagens 
fantasmagóricas que apareciam (chamadas de ídolos por Platão) eram 
verdadeiras, considerando o espectro como realidade. Toda a existência 
era, portanto, inteiramente dominada pela ignorância. Para Platão todos 
nós estamos condenados a ver apenas sombras à nossa frente, tomando-as 
como verdadeiras. Esta crítica à condição dos homens, que foi escrita há 
quase 2500 anos, inspirou e ainda inspira incontáveis reflexões, sendo a 
mais recente delas no livro de José Saramago A Caverna. 
2.4.3 Conhecimento Religioso
 O conhecimento religioso, também chamado de teológico, é 
aquele que se revela através da fé divina ou crença religiosa. Do ponto de 
vista religioso/teológico, a existência divina é evidente e inquestionável 
e, portanto, não necessita de demonstração ou experimentação, ou 
seja, dispensa qualquer procedimento experimental. No entanto, o 
conhecimento religioso se analisa, se interpreta e se explica (BARROS E 
LEHFELD, 2007).
 Este tipo de conhecimento depende da formação moral e crenças 
de indivíduos, grupos ou povos e requer a autoridade divina, seja de forma 
direta ou indireta. O conhecimento religioso não pode ser confirmado ou 
negado, ao contrário do que ocorre no conhecimento científico, uma vez 
que se baseia em proposições reveladas pelo sobrenatural e, portanto, 
sagradas e valorativas. As verdades oriundas do conhecimento religioso 
são tidas como infalíveis e inquestionáveis. A fonte do conhecimento 
geralmente está presente nos livros sagrados, independentemente da 
religião ou doutrina.
25
Metodologia Científica Conhecimento – Unidade 2
2.4.4 Conhecimento Científico
 
http://www.nynas.coM/uploaD/IMaGes/news/naphthenIcslaboratory2.jpG
O conhecimento científico se 
caracteriza pela busca da compreensão 
dos fenômenos existentes através da 
utilização de procedimentos metódicos 
em suas investigações. Galliano 
(1979, p. 21) define o conhecimento 
científico como “o aperfeiçoamento 
do conhecimento comum e ordinário 
obtido por meio de um procedimento 
metódico, o qual mobiliza explicações 
rigorosas e ou plausíveis sobre o que se 
afirma sobre um objeto da realidade”. 
A l é m d e f o c a r e m f a t o s e 
fenômenos verificáveis, o conhecimento 
científico é também objetivo, factual, 
racional, analítico, organizado, explicativo e sistemático; constrói e aplica 
leis através de investigações metódicas.
Podemos afirmar sem receio que hoje conhecemos mais e melhor em 
comparação com o passado, mas não podemos chamar tal conhecimento 
de “conhecimento acumulado”, uma vez que tal processo está longe 
de ser meramente cumulativo. De acordo com Demo (2000, p. 74), 
“conhecimento novo não provém de mera soma. Vem da derrubada 
sistemática e por vezes impiedosa. Porquanto, seu método fundamental é 
o questionamento sistemático”. Assim, para o autor, uma teoria científica 
é aquela que se oferece ao debate e que se mantém necessariamente 
falível e não aquela que fica de pé a qualquer preço. Nesse sentido, pode-
se afirmar que para algo ser científico é necessário que seja discutível, já 
que a ciência surgiu da recusa em aceitar o saber institucionalizado.
 
O conhecimento científico tem uma vocação analítica e, assim, o 
método mais característico do procedimento científico é a análise. 
Na origem etimológica, analisar significa decompor um todo nas 
partes, desfiando uma a uma, em particular as tidas como mais 
importantes. Trata-se de atividade desconstrutiva que admite ser o 
todo apenas o ajuntamento das partes, tanto assim que, desfazendo 
26
Metodologia Científica Conhecimento – Unidade 2
parte por parte, nada resta do todo, a não ser suas partes. Fazendo 
o caminho de volta, ao ajuntar as partes, obtemos de novo o 
todo, de maneira reversível. Assim é o relógio: é monte de partes 
concatenadas, desmontáveis uma a uma. O relojoeiro tem do relógio 
visão sintética, sem a qual não se saberia conceber as partes, mas o 
constrói por partes. O relógio não existe nas partes desmontadas, 
mas estas, uma vez montadas, são o relógio. (DEMO 2000, p. 15) 
 
 Para melhor compreendermos o conceito de conhecimento 
científico, serão apresentados a seguir três etapas postuladas por Demo 
(2000, pp. 19-20).
1) A utilização frequente do termo conhecimento científico pelo 
fato dele implicar que é um dentre outros termos também 
possíveis, como sabedoria e bom-senso. Pode ser sinônimo de 
“ciência”, desde que não se afirma ser esta necessariamente 
superior e totalmente diversa diante de outros tipos. Ciência, 
quando relacionada a “tecnologia”, transmite sobretudo o pano 
de fundo ocidental, extremamente relacionado aos processos de 
colonização. “Ciência e Tecnologia” representam a vantagem 
comparativa decisiva em termos de crescimento econômico e 
domínio do mundo, da natureza, da sociedade e da economia. 
Na tradição ocidental, ciência é procedimento frontalmente 
diferente de outras formas de conhecer, universal, superior e 
definitivo, tendencialmente voltado para as “ciências exatas 
naturais”, donde também segue o desapreço por outras culturas e 
seus modos de conhecer. Embora mantenhamos o termo ciência 
nas áreas sociais e humanas, persiste a expectativa de que seu 
uso mais correto ocorre apenas nos ramos que possibilitam 
utilização concentrada de procedimentos matemáticos e 
empíricos, que seriam garantias de objetividade e neutralidade. 
Nesse caso, ciência e tecnologia formam dupla inseparável e 
imbatível, representando possivelmente a identidade cultural 
mais forte da história ocidental. Em seu extremo, substituem 
a religião, nos sentido de que apenas nelas se crê. Quanto ao 
conhecimento científico, a expressão envolve sua variabilidade 
natural no tempo e no espaço, aludindo menos a pretensões 
de universalidade que a diferenças específicas de método. É, 
27
Metodologia Científica Conhecimento – Unidade 2
portanto, um tipo de conhecimento, a ponto de poder tornar-se 
“senso comum” com o passar do tempo.
2) É preferível “reconstruir” a “construir” conhecimento. Modernas 
teorias de aprendizagem apontam para o caráter construtivo 
do conhecimento, em contraposição ao instrucionismo que 
insiste na simples transmissão reprodutiva. No entanto, podem 
exagerar na dose, quando supõem excessiva criatividade, como 
se partíssemos do nada. Na prática, conhecemos com base no 
que já está conhecido, aprendemos do que outros já aprenderam. 
Sobretudo nos ambientes escolares e universitários, por mais 
que seja essencial praticar a pesquisa como estratégia central 
de aprendizagem, dificilmente construímos conhecimento 
tipicamente novo. O que mais fazemos é retomar o 
conhecimento disponível e refazê-lo com mão própria. 
Entretanto, não se trata de procedimento adequado, quando 
apenas reproduzimos conhecimento, como é o caso frequente 
do “fichamento de livros”, se por isso entendermos a simples 
compilação de idéias dos outros sem qualquer elaboração 
própria. Reconstruir conhecimento significa,portanto, pesquisar 
e elaborar, impreterivelmente. Pesquisa é entendida tanto 
como procedimento de fabricação de conhecimento, quanto 
como procedimento de aprendizagem (princípio científico e 
educativo), sendo parte integrante de todo processo reconstrutivo 
de conhecimento.
3) Demo (2000) considera pouco útil a distinção entre teoria e 
prática, pela razão de que o conhecimento científico é o que 
existe de mais prático em nossas sociedades, principalmente 
por conta das tecnologias. Por vezes, ainda identificamos a 
“academia” como mundo à parte, torre de marfim, em que 
figuras pouco práticas usam seu tempo para apenas pensar, 
elucubrar, especular. O termo filosofia é usado nesta acepção 
facilmente, insinuando que “não serve para nada”, mesmo 
que se admita inteligente. Também é imprópria a expectativa 
utilitária, porque imediatista. Fazer teoria pode, à primeira 
vista, parecer algo ocioso. tomando, porém, em conta que os 
dois termos necessitam um do outro, teoria que finalmente 
28
Metodologia Científica Conhecimento – Unidade 2
nada tem a ver com a prática, também não é teoria de coisa 
nenhuma, a prática que não retorna à teoria jamais se renova. 
Por exemplo, defender tese sobre o conceito de maiêutica em 
Sócrates pareceria diletantismo acadêmico, mas pode servir 
como fundamento para inúmeras práticas pedagógicas atuais, 
sem falar em seu aspecto reconstrutivo que admitiria tratamento 
alternativo do que muitos outros já estudaram. Outra coisa 
é o “teoricismo”, algo que pode ser aplicado à maioria dos 
cursos acadêmicos, porque fazem com que os alunos engulam 
um monte de teorias – sem pesquisa e elaboração própria – 
destituídas de sentido prático. O campus universitário pode 
espraiar esta idéia vazia: fica no outro lado da cidade, em lugar 
fechado, tipo Mundo da Lua. Muitas vezes “estudar” também 
pode inspirar esta expectativa: é atividade especial, , em tempo 
especial, idade especial, lugar especial; é preciso “parar” para 
estudar, interromper o dia ou a juventude, sair da vida normal. 
Agregar sentido prático aos cursos, sem cair no ativismo, 
também poderia acrescentar-lhes qualidade. Embora cada termo 
tenha seu lugar, eles moram no mesmo lugar.
 BARROS E LEHFELD (2007, p. 46) afirmam que é do 
conhecimento científico que a ciência se constitui e resumem em seis 
tópicos suas principais características:
Maiêutica: O momento do “parto” 
intelectual é chamado de Maiêutica Socrática. Esse “parto” é a 
busca da verdade no interior do homem. O processo era conduzido 
por Sócrates em dois momentos distintos: em primeiro lugar, 
ele levava seus interlocutores ou alunos a questionar seu próprio 
conhecimento sobre um dado assunto. Em seguida, Sócrates fazia com 
que concebessem uma nova idéia ou opinião sobre o mesmo assunto. 
Desse modo, por meio de questões simples e contextualizadas, a 
Maiêutica leva à elaboração de idéias complexas.
Diletantismo: Modo amador de estudar ou fazer algo, geralmente de 
cunho artístico, por amor, sem se preocupar com a reflexão permanente 
ou o estudo, por considerar que a arte precisa permanecer uma forma 
de lazer puro. O diletante entende ou se dedica a algo por gosto.
29
Metodologia Científica Conhecimento – Unidade 2
- O conhecimento científico surgiu a partir das preocupações 
humanas cotidianas, e esse procedimento é conseqüência do bom 
senso organizado e sistemático;
- O conhecimento científico transcende o imediatamente 
vivido e observado, buscando a formulação de paradigmas;
- O conhecimento científico, além de ater-se aos fatos, é 
analítico, comunicável, verificável, organizado e sistemático – é 
também explicativo, constrói e aplica teorias;
- O conhecimento científico, considerado um conhecimento 
superior, exige a utilização de métodos, processos, técnicas especiais 
para a análise, compreensão e intervenção na realidade;
- A abstração e a prática devem ser dominadas por quem 
pretende trabalhar cientificamente.
2.5 Reflexão
Durante toda a vida o ser humano tem que lidar com experiências 
relacionadas a dor, prazer, sede, saciedade, calor, frio e, portanto, o 
conhecimento se dá pela necessidade de adaptação, interpretação e 
assimilação às circunstâncias inerentes ao meio em que vive. Assim 
podemos afirmar que o conhecimento ou o ato de conhecer funcionam 
como um meio de solução dos problemas comuns à vida. Já o 
conhecimento científico é o que é produzido pela investigação científica. 
Além de suprir a necessidade de encontrar respostas e soluções para 
problemas de ordem prática da vida cotidiana, também se caracteriza por 
ser um conhecimento que possibilita explicações sistemáticas que podem 
ser testadas e aceitas ou refutadas através provas empíricas.
2.6 Referências
DEMO, P. Metodologia do Conhecimento Científico. São Paulo: Editora 
Atlas, 2000. 
BARROS, A. J. S.; LEHFELD, N. A. S. Fundamentos da Metodologia 
Científica. São Paulo: Prentice Hall, 2007.
30
Metodologia Científica Conhecimento – Unidade 2
GALLIANO, A. G. (Org.). O método científico: teoria e prática. São 
Paulo: Harper & Row, 1979.
KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: 
Perspectiva, 1994.
LUCKESI, C. et alii. Fazer universidade: uma proposta metodológica. 
São Paulo: Cortez, 1984.
SEVERINO, A. J. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: 
Cortez, 1999.
2.7 na Próxima Unidade
Por muito tempo o homem iniciou sua busca pelo conhecimento 
para encontrar respostas a certas questões referentes ao seu dia a dia. 
Algumas respostas tinham um cunho místico, o que levava à criação 
de mitologias. Quando o homem passou a questionar tais respostas e a 
procurar explicações mais plausíveis, através da razão, passou a obter 
respostas mais realistas que se aproximavam mais da realidade das 
pessoas. Tais respostas passaram a ser mais bem aceitas pela sociedade 
e podemos afirmar que essa nova forma de pensar criou a possibilidade 
da idéia de ciência para explicar os fenômenos por meio da razão. Os 
conceitos de ciência serão discutidos no próximo capítulo.
U
ni
Ua
Ue
 U
 
CiÊnCia
A partir do momento em que o 
homem passou utilizar a razão para questionar 
o modo como buscava suas respostas e para buscar 
formas mais plausíveis de obter explicações, passou 
a reduzir a importância de suas emoções e crenças 
religiosas e a obter respostas que fossem mais realistas e 
que se aproximassem de forma mais pungente da realidade 
das pessoas. As explicações resultantes passaram, assim, a ser 
mais bem aceitas na sociedade em que vivia.
objetivos da sua aprendizagem
É imprescindível que você compreenda o conceito de ciência e a 
forma como ela surgiu e evoluiu. 
Você se lembra?
As aulas de Ciências na escola procuravam fornecer explicações 
a fenômenos muitas vezes cotidianos, como a eletricidade estática ou o 
magnetismo.
32
Metodologia Científica Ciência – Unidade 3
Ciência é 
sempre instável: não 
só cresce, mas também muda 
de direção; novos conhecimentos 
nem sempre confirmam os anteriores, e 
os paradigmas sucedem-se, por vezes em 
meio a polêmicas acirradas e irreconciliáveis.
Todavia, a ciência futura é imprevisível, não 
nos cabendo pressupor limites, que bem 
podem ser devidos à limitação do nosso 
olhar atual (DEMO 2000, p. 46).
3.1 Definição de Ciência
http://correIocIencIa.fIles.worDpress.coM/2009/10/cIencIa.jpG
 
 O termo ciência provém do 
verbo em latim Scire, que 
significa aprender, conhecer. Em 
toda sua história o homem engajou-
se em uma jornada com o objetivo 
de buscar o conhecimento para 
chegar a respostas a certas questões 
relacionadas a problemas do seu 
cotidiano. Um dos meios mais 
utilizados para explicar sua 
realidade era a criação de mitos, ou 
seja, através da mitologia o homem 
tentava “explicar o inexplicável”. 
Sehoje é ‘óbvio’ que a Terra é redonda, até o início 
das grandes navegações no século XV era 
‘óbvio’ que a Terra era plana. Se hoje é 
‘óbvio’ que o homem pode voar em um 
equipamento mais pesado que o ar, há 
pouco mais de um século era ‘óbvio’ 
que o homem só poderia voar em 
equipamentos mais leves que o ar, 
como os balões. Assim, muitas coisas 
que eram óbvias no passado deixaram 
de sê-lo e, da mesma forma, o que é óbvio 
hoje pode não sê-lo em algum momento no 
futuro. 
Assim, nosso mundo e nossa sociedade pode 
sempre “contar com” um mundo pré-existente:
“Nasce o homem num mundo , numa 
circunstância interpretada, e passar a contar com os 
objetos que encontra, segundo a interpretação vigente. 
Contamos com, e essa é uma das mais elementares 
relações que mantemos com as coisas. Contamos 
com a existência da rua, quando abrimos a porta de 
casa para irmos à escola ou ao trabalho. Contamos 
33
Metodologia Científica Ciência – Unidade 3
com encontrar, no lugar em que as vimos ontem, as 
pedras, as casas e as árvores. Prova disso é a surpresa 
que provocaria a ausência de rua, o deslocamento das 
árvores, ou o desaparecimento das casas, no momento 
em que abríssemos a porta. (...) Contamos com 
certas coisas, acreditamos que se comportam dessa 
ou daquela maneira, segundo a interpretação em que 
nascemos.” (HEGENBERG, apud Bastos e Keller 
2002, p. 81)
Apresentamos aqui dois dos principais usos para a palavra 
‘ciência’:
1) Atividade executada por cientistas, com matérias-primas, 
propósitos e metodologia específicas. 
2) O resultado desta atividade, ou seja, um corpus bem estabelecido 
e bem testado de leis, modelos e fatos que conseguem descrever o mundo 
natural.
 Os resultados da ciência devem ser “objetivos”, ou seja, eles 
devem ser testáveis, repetíveis e passíveis de confirmação através de 
outros cientistas.
 
Podemos classificar ss áreas da ciência em duas grandes dimensões: 
• Ciência Pura (o desenvolvimento de teorias) x Ciência Aplicada 
(a aplicação de teorias às necessidades humanas); 
• Ciência Natural (o estudo do mundo natural) x Ciência Social (o 
estudo do comportamento humano e da sociedade). 
Algumas definições de Ciência1:
1) “Conjunto organizado de conhecimentos relativos a um 
determinado objeto, especialmente os obtidos mediante a observação, a 
experimentação dos fatos e um método próprio.”
2) A ciência busca compreender a realidade de maneira racional, 
descobrindo relações universais e necessárias entre os fenômenos, o que 
1 Disponível em: http://forum.braslink.com/forum/read.cfm?forum=679&id=112950&thr
ead=18175
34
Metodologia Científica Ciência – Unidade 3
permite prever acontecimentos e, consequentemente, também agir sobre a 
natureza. Para tanto, a ciência utiliza métodos rigorosos e atinge um tipo 
de conhecimento sistemático, preciso e objetivo.
albert eInsteIn
http://johnstoDDerInexIle.fIles.worDpress.coM/2006/04/eInsteIn.jpG
3) “Conjunto de conhecimentos 
e de pesquisas metódicas cujo fim é 
a descoberta das leis dos fenômenos: 
‘A ciência encontrou na experiência 
um princípio próprio e imanente, 
donde tira, sem outro auxiliar além 
da atividade intelectual comum, os 
fatos materiais da sua obra, e as leis, 
com as quais coordena os fatos.’ “ 
4) “Ciência: do latim scientia, “sabedoria, conhecimento”, é o 
conhecimento de caráter racional, sistemático e seguro dos fatos e 
fenômenos do mundo. Visão positiva: ‘o homem domina a natureza não 
pela força, mas pela compreensão’. Visão negativa: o controle da natureza 
pela ciência implica força e poder. ‘Toda a natureza começaria por se 
lastimar se lhe fosse dada a palavra.’”
3.2 fraudes na Ciência
Nem só de flores vive a ciência. Na busca desenfreada por 
reconhecimento, poder ou dinheiro, alguns cientistas se veem tentados 
a burlar um procedimento ou dois, alterar este dado ou aquele, tudo para 
garantir que o resultado de sua pesquisa saia como ele quer que seja. 
Abaixo estão listados dez dos mais famosos casos de fraude científica2: 
1- Em 1989, o norte americano Stanley Pons e o britânico, Martin 
Fleischmann divulgaram a existência de um aparelho capaz de fundir átomos a 
temperaturas muito mais baixas do que as usadas em reações termonucleares. 
O experimento nunca pôde ser reproduzido em outros laboratórios.
2- Em 1971, o governo filipino anunciou a descoberta da tribo 
tasaday, que falava uma língua estranha, comia animais selvagens 
2 Disponível em: http://revistagalileu.globo.com/; Acessado em: 15/09/2009.
35
Metodologia Científica Ciência – Unidade 3
e usava artefatos de pedra. Jornalistas descobriram que os nativos 
viviam em casas, produziam carne seca e usavam calças Levi´s. 
3- Em um artigo na revista Nature em 1988, o francês Jacques 
Benveniste propôs que a água tem memória, ou seja, guarda 
traços de elementos que por ela tenham passado. Os defensores 
da homeopatia festejaram, pois isso explicaria a eficácia do 
tratamento. As idéias de Benveniste nunca puderam ser confirmadas. 
4- O arqueólogo inglês Charles Downson “encontrou” uma ossada 
de homem com crânio de formas humanas e queixo parecido com o de um 
macaco. Em 1953, 40 anos depois, os cientistas desmontaram o quebra-
cabeça: uma junção de crânio de homem com queixo de orangotango. 
5- A partir dos anos 1920, o biólogo soviético Trofim Denisovich 
Lysenko inventou fórmulas absurdas para aumentar a produção agrícola. 
Fazia coisas como misturar trigo de inverno com trigo de primavera 
numa mesma plantação. Com isso esperava desenvolver uma espécie que 
pudesse ser plantada e colhida em qualquer época do ano. Suas idéias 
nunca funcionaram.
6- Nos primeiros anos de século 20, o mundo celebrava a descoberta 
do raio X. Isso parece ter inspirado o físico francês René Blondlot. Na 
mesma época ele afirmou ter descoberto o raio N, e outros cientistas 
contemporâneos disseram ter produzido em seus laboratórios raios N. O 
citado raio nunca teve sua existência comprovada.
7- O físico Victor Ninov e sua equipe publicaram, em 1999, a 
descoberta do elemento químico 118 - o mais pesado que poderia existir. 
No ano seguinte, a equipe não conseguiu reproduzir a experiência. 
Investigações provaram que Ninov havia forjado os resultados. 
8- Na década de 70, o psicólogo inglês Cyril Burt propôs que 
o quociente de inteligência seria determinado geneticamente. Para 
chegar a esse resultado, inventou personagens e falsificou dados. 
9- O alemão Jan Hendril Schon foi demitido dos laboratórios Bell 
por alterar dados em experiências sobre luz e supercondutividade entre 
36
Metodologia Científica Ciência – Unidade 3
1998 e 2001. Pesquisador conceituado, ele publicou suas farsas em 
revistas como Science e Nature.
10- Um professor da Universidade Tecnológica da Coréia do Sul 
reconheceu ter falsificado seus estudos publicados em revistas científicas 
internacionais. Segundo o jornal sul-coreano The Hankyoreh, Kim Tae-
kook, professor de biotecnologia do Instituto Avançado de Ciência e 
Tecnologia da Coréia (Kaist), reconheceu ter usado dados falsos em seu 
experimento sobre tecnologia contra o envelhecimento, depois que uma 
comissão de investigação da universidade descobriu essa manipulação. 
O resultado dos estudos foram publicados em duas revistas científicas - a 
Science, em 2005, e a Nature Chemical Biology, em 2006 - por ter aberto 
supostamente uma porta para encontrar remédios contra o envelhecimento 
humano. Como conseqüência, o Kaist retirou Kim da docência e de suas 
condições de pesquisador, e a comissão de investigação indicou que esses 
estudos serão retirados das revistas. A notícia aconteceu dois anos depois 
que o professor sul-coreano Hwang Woo-souk, pioneiro da clonagem, 
admitiu ter falsificado seus estudos sobre células-tronco de embriões 
humanos clonadospublicados na revista Science. Hwang afirmou ter 
realizado a primeira clonagem de células-tronco de embrião humano em 
2004, mas depois ficou demonstrado que era falsa. 
3.3 Reflexão
Tudo aquilo que a ciência constrói precisa ser representante de uma 
percepção “compartilhada”, ou seja, que pode ser verificada e observada 
por qualquer pessoa que esteja equipada com as ferramentas de medição 
e habilidades de observação apropriadas. Podemos afirmar, inclusive, que 
esse modo de pensar do homem foi que possibilitou o surgimento da idéia 
de ciência, uma vez que sua tentativa contínua de explicar fenômenos 
através da razão foi o primeiro passo na direção de se fazer ciência. 
Mas a ciência só é precisa, sistemática e confiável se os mesmos 
adjetivos puderem ser aplicados àqueles que a praticam, como pudemos 
verificar nos casos relatados nesta unidade.
3.4 Referências
37
Metodologia Científica Ciência – Unidade 3
DEMO, P. Metodologia do Conhecimento Científico. São Paulo: Editora 
Atlas, 2000. 
BARROS, A. J. S.; LEHFELD, N. A. S. Fundamentos da Metodologia 
Científica. São Paulo: Prentice Hall, 2007.
BASTOS, C.; KELLER, V. Introducão à metodologia científica. 
Petrópolis: Vozes, 2002.
3.5 na Próxima Unidade
O desenvolvimento da ciência levou à criação do método, através 
do qual experimentos podem ser reproduzidos por outros, em outros 
locais e em outros momentos. É através do método que torna-se possível a 
sistematização de procedimentos que, por sua vez, trazem credibilidade à 
ciência. Na Unidade 4 serão apresentados diferentes tipos de métodos.
U
ni
Ua
Ue
 U
 
MÉtoDo
O termo Método tem origem na 
palavra grega “methodos”, que significa 
“caminho para chegar a um fim”. Trata-se, 
portanto, de um conjunto de processos que devem 
ser executados para produzir e processar um sistema, 
definindo “o que” e “como” algo deve ser feito.
objetivos da sua aprendizagem.
Conhecer os diferentes tipos de métodos, os quais serão 
utilizados em toda a sua vida acadêmica e profissional.
Você se lembra?
Na escola você certamente já executou algum procedimento 
utilizando uma descrição detalhada daquilo que deve ser feito e como 
deve ser feito.
39
Metodologia Científica Método – Unidade 4
4.1 Definição de Método
O termo método designa a ordem a ser seguida nos diferentes 
processos que são necessários para se chegar a determinado fim ou 
resultado. Em outras palavras, método pode ser entendido como um 
procedimento regular, explícito e que pode ser repetido a fim de se 
conseguir algo material ou conceitual.
É importante ressaltar que o método é apenas um meio de acesso: são 
a inteligência e a reflexão que descobrem o que os fatos realmente são. 
Assim, o método científico tem a intenção de descobrir a realidade dos 
fatos, e esses, ao serem descobertos, devem guiar o uso do método. 
É oportuno, portanto, distinguir os conceitos de método e processo. 
Método pode ser entendido como o procedimento sistemático, o 
dispositivo ordenado, em plano geral. Por sua vez, o processo (a técnica) 
é a aplicação do plano metodológico e a forma específica de executá-
lo. Pode-se afirmar que a relação existente entre método e processo é 
similar à que existe entre estratégia e tática. O processo está, portanto, 
subordinado ao método.
http://www.IDGresearch.coM/wp-content/theMes/IDG-one/IMaGes/puzzle-lG.jpG
40
Metodologia Científica Método – Unidade 4
4.2 Método Qualitativo
http://naturoloGIaMococa.fIles.worDpress.coM/2009/03/
Mrt20www_wIn2farsI_coM20107.jpG
U m a p e s q u i s a 
qualitativa tem caráter 
exploratório, ou seja, 
e s t imula o su je i to a 
expressar-se livremente 
sobre um determinado 
tema, objeto ou conceito. 
E s t e t i p o d e 
pesquisa faz emergir 
aspectos subjetivos, uma 
vez que podem atingir 
motivações e pensamentos 
não conscientes ou não explícitos de uma forma mais espontânea.
 Como não há preocupação em projetar resultados para uma 
determinada população, na pesquisa qualitativa o número de sujeitos é 
relativamente pequeno, sendo que as opiniões são coletadas por meio 
de questionários ou entrevistas gravadas, as quais são posteriormente 
analisadas. 
 Os principais tipos de dados qualitativos são: citações diretas de 
pessoas sobre suas experiências; trechos de correspondências, registros, 
documentos; gravações e/ou transcrições de entrevistas e discursos; 
descrições detalhadas de comportamentos ou outros fenômenos; dados 
coletados com maior profundidade e riqueza de detalhes.
 Este tipo de pesquisa é apropriado nos casos em que o fenômeno 
em questão é de natureza social e sua complexidade não permite sua 
quantificação. A utilização de métodos quantitativos pressupõe a 
habilidade de observar, analisar e registrar interações entre pessoas, ou 
entre pessoas e fenômenos. De modo geral, podemos afirmar que nas 
pesquisas quantitativas é relevante notar quantas vezes determinado 
fenômeno ocorre, ao passo que nas pesquisas qualitativas o importante é a 
compreensão detalhada de como o fenômeno ocorre.
41
Metodologia Científica Método – Unidade 4
4.3 Método Quantitativo
https://cuportal.coventry.ac.uk/c13/Msc/IMaGe%20lIbrary/statIstIcs.GIf
U m a p e s q u i s a 
quantitativa tem como base 
critérios estatísticos rígidos, 
o s q u a i s s e r v e m c o m o 
parâmetro para definição 
do universo da pesquisa 
em questão. A pesquisa 
estatística é muito utilizada 
p a r a l i d a r c o m d a d o s 
numéricos, opiniões sobre 
temas econômicos, sociais 
ou políticos, observação da 
preferência por produtos ou 
serviços em determinados 
segmentos populacionais, etc.
A realização de uma pesquisa quantitativa passa pelas seguintes 
etapas: definição do objetivo da pesquisa; definição da população e 
da amostra; elaboração dos questionários; coleta de dados (campo); 
processamento dos dados (tabulação); análise dos resultados; 
apresentação e divulgacão dos resultados.
Este tipo de pesquisa frequentemente utiliza questionários para 
inferir resultados a partir de uma amostra, sendo possível aplicar tais 
resultados a um universo maior. Como a pesquisa quantitativa aplica-se 
a uma dimensão mensurável da realidade, a partir dos resultados obtidos 
estatisticamente torna-se possível projetar uma verdade geral ao fenômeno 
que está sendo estudado. 
Assim, através da pesquisa quantitativa é possível o planejamento 
de ações coletivas que reproduzem resultados passíveis de generalização, 
desde que o grupo pesquisado seja uma amostra fidedigna da população 
em estudo. São testadas, portanto, de forma precisa, as hipóteses 
levantadas e fornecem índices que permitem comparação com outros.
Na tabulação, os dados coletados são dispostos em tabelas, gráficos, 
quadros ou figuras, devidamente organizados de modo a facilitar a compreensão 
do pesquisador e a conseqüente análise e interpretação desses dados, os quais 
são classificados em grupos e subgrupos e reunidos de modo que as hipóteses 
referentes à pesquisa possam ser comprovadas ou refutadas.
42
Metodologia Científica Método – Unidade 4
Para garantir maior precisão, a pesquisa quantitativa requer um 
número maior de entrevistados para maior precisão nos resultados, já 
que os dados serão projetados para a população representada. Para tanto, 
as informações são coletadas através de questionários compostos por 
perguntas claras e objetivas, já que a má compreensão de um enunciado 
ou questão pode comprometer a veracidade dos dados colhidos.
Pesquisas quantitativas são recomendadas quando o objetivo é 
obter informações sobre aspectos comuns em uma população investigada 
em grandes quantidades, ao contrário da investigação quantitativa, que 
busca aprofundar questões em amostragens reduzidas.
4.4 Qualitativo x Quantitativo
A dicotomia quantitativo/qualitativo

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