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de sons pulmonares bilaterais. Ventilar o paciente (não é mais necessário pausa nas compressões torácicas para ventilar o paciente). C (Circulação) A veia antecubital deve ser o primeiro alvo do acesso venoso. Soro fisiológico é recomendado como o líquido EV ideal (evitar na congestão pulmonar). Após cada medicação EV, administrar 20-30mL de volume EV e elevar o braço. Continue as compressões torácicas. D (Diagnóstico Diferencial) Identifique a possível razão da parada. Não usar o suporte cardiovascular avançado de vida em pacientes que morreram de doença incurável. Kelson Nobre Veras Condutas Práticas para UTI 4 FIBRILAÇÃO VENTRICULAR / TAQUICARDIA VENTRICULAR SEM PULSO Não palpar pulso ou checar ritmo após choque. Após o choque fazer RCP (5 ciclos ou 2 minutos) e depois checar o ritmo. Se houver ritmo organizado, verificar pulso. Administrar drogas durante RCP. A administração de drogas não deve interromper a RCP. DROGAS UTIZADAS NA FV/TV SEM PULSO Adrenalina 1 mg ou 1 ampola (1: 1000)EV em bolus a cada 3 a 5 minutos; não há dose máxima nesta situação. Amiodarona 300 mg (02 ampolas) EV em bolus; segunda dose de 150 mg (01 ampola) EV em bolus. Manutenção: 900 mg/dia: 06 ampolas (18 mL) em SG5% 450 mL (2 mg/mL). 360 mg em 6 horas: 30 mL/hora (1 mg/minuto) 540 mg em 18 horas: 15 mL/hora (0,5 mg/minuto) Dose máxima cumulativa em 24 horas: 2,2 g Bicarbonato de Sódio Seu uso rotineiro não é recomendado. As indicações para sua utilização são: pH<7,20. Hipercalemia preexistente Cetoacidose diabética Intoxicação com antidepressivos tricíclicos, cocaína, difenidramina, aspirina No retorno da circulação em ressuscitação prolongada com ventilação eficaz Dose: 1 mEq/kg = 1 mL/kg EV em bolus; repetir metade da dose cada 10 minutos. Bicarbonato de sódio 8,4%: 1 mEq = 1 mL Choque 5 ciclos ou 2 minutos de RCP RCP enquanto desfibrilador carrega Voltar para A Checar ritmo Checar ritmo Checar ritmo PCR Desfibrilador A Adrenalina RCP RCP RCP RCP Amiodarona RCP Kelson Nobre Veras Condutas Práticas para UTI 5 Sulfato de Magnésio Indicação: Torsade de pointes. 1 a 2 g EV em bolus; corresponde a: MgSO4 10%: 01 a 02 ampolas (10 a 20 mL). MgSO4 50%: 02 a 04 mL (diluído em SG 5% 50 a 100 mL em 5 a 60 minutos). ASSISTOLIA/ATIVIDADE ELÉTRICA SEM PULSO (AESP) A assistolia deve ser confirmada mudando-se para outra derivação ou trocando a posição das pás do desfibrilador em 90°. A ausência de pulso detectável e a presença de algum tipo de atividade elétrica definem a AESP. Pacientes com assistolia/AESP não se beneficiam com tentativas de desfibrilação. O foco da reanimação é: Realização de RCP de alta qualidade com mínimas interrupções Identificar causas reversíveis e fatores complicadores Intubação RCP contínua Adrenalina: 1 mg EV em bolus; repetir cada 3 a 5 minutos. Observação importante: Atropina e marcapasso não são mais recomendados (ACLS 2010). 5 ciclos ou 2 minutos de RCP RCP Voltar para A Checar ritmo A Adrenalina Identificar fatores contribuintes Checar ritmo RCP PCR RCP Desfibrilador Kelson Nobre Veras Condutas Práticas para UTI 6 5 H Conduta 5 T Conduta Hipovolemia Volume Tamponamento cardíaco Reposição volêmica, pericardiocentese Hipóxia Oxigenação, ventilação, confirmar posição do TOT Tensão no tórax (pneumotórax hipertensivo) Toracocentese seguida de toracostomia com colocação de dreno torácico Hidrogênio (acidose) RCP, ventilação, bicarbonato se o ph < 7,20 após ações anteriores) Tromboembolia pulmonar Anticoagulação, trombólitico, cirurgia Hipo ou hipercalemia Reposição de potássio Cloreto de cálcio, insulina, glicose, bicarbonato, diálise Tóxicos (intoxicação exógena) Intervenções específicas Hipotermia Tratamento específico Trombose coronariana (IAM) Tratamento específico REFERÊNCIAS 1. Berg RA, Hemphill R, Abella BS et al. Part 5: Adult Basic Life Support: 2010 American Heart Association Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care. Circulation 2010; 122(3 Suppl.): S685-S705. 2. Neumar RW, Otto CW, Link MS et al. Part 8: Adult Advanced Cardiovascular Life Support: 2010 American Heart Association Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care. Circulation 2010; 122 (3 Suppl.) S729-S767. Kelson Nobre Veras Condutas Práticas para UTI 7 HIPOTERMIA TERAPÊUTICA EM PACIENTES PÓS- PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA A hipotermia terapêutica (HT) é o único tratamento que tem demonstrado, de forma consistente, reduzir a mortalidade e melhorar os desfechos neurológicos em pacientes sobreviventes pós-parada cardiorrespiratória até o presente momento. Desde 2003, a ILCOR (International Liaison Committee on Resuscitation) recomenda o uso de HT para todos os pacientes sobreviventes pós-PCR que permaneçam comatosos após a reanimação, independente do ritmo da PCR e do local onde ocorreu o evento. Devem ser excluídos: Pacientes reanimados por mais de 60 minutos; Aqueles com retorno da circulação espontânea há mais de 6 horas; Pacientes com estado de coma prévio à PCR; Gestantes; Pacientes com sangramento ativo ou coagulopatia; Pacientes em pós-operatório de grande porte há menos de 14 dias; Pacientes terminais. Fase de Indução da HT Fazer 30 mL/kg de soro fisiológico ou Ringer-Lactato a 4°C EV em cerca de 30 minutos, com auxílio de bolsa pressurizada (pacientes sem edema pulmonar). Ao mesmo templo, aplicam-se pacotes de gelo ao redor da cabeça, pescoço, tórax e membros. Temperatura-alvo é 32ºC a 34ºC. Manter por 24 horas. Monitorização da temperatura com sensor esofágico. Monitorização invasiva da pressão arterial. Hipovolemia é comum: a hipotermia determina diurese profusa. Iniciar reposição de eletrólitos: resfriamento causa fluxo intracelular de potássio, magnésio, cálcio e fósforo. Sedação e analgesia adequadas. Frequentemente é necessário acrescentar bloqueadores neuromusculares ao esquema de sedação, na tentativa de conter os tremores. Monitorização da glicemia: hipotermia causa de resistência insulínica. Deve ser feita com sangue coletado de acesso venoso, pois a vasoconstrição cutânea pode alterar os resultados. Suspender resfriamento na ocorrência de arritmias graves ou sangramentos. Bradicardia ou ondas de Osborne (onda hipotérmica ou onda corcova de camelo) não são indicativos de interrupção da HT. Se ocorrer instabilidade hemodinâmica durante a hipotermia, o reaquecimento não será benéfico, uma vez que pode ocorrer vasodilatação durante o reaquecimento. Realizar reanimação volêmica e administração de inotrópicos e vasopressores. Dieta zero. Monitorização eletrocardiográfica contínua. Interromper hipotermia se o paciente apresente qualquer sinal de despertar. Kelson Nobre Veras Condutas Práticas para UTI 8 Exames laboratoriais (cada 6 a 12 horas) Hemograma com plaquetas TAP e TTPA (pequenas alterações da coagulação são