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e Peterson WL. Bleeding peptic ulcer. The New England Journal of Medicine, 1994; 331: 717-727. 3. Langell JT and Mulvihill SJ. Gastrointestinal Perforation and the Acute Abdomen. Med Clin N Am 2008; 92: 599-625. 4. Sharara AI e Rockey DC. Gastroesophageal variceal hemorrhage. The New England Journal of Medicine, 2001; 345: 669-681. Kelson Nobre Veras Condutas Práticas para UTI 133 PANCREATITE AGUDA 1 Não há evidências suficientes atualmente para fazer recomendações sobre o uso de antibióticos profilático. A maioria dos especialistas concordam que se esta for considerada deverá ser restrita a pacientes com risco elevado de desenvolvimento de necrose pancreática infectada (pacientes com pelo menos 30% da glândula pancreática necrótica na tomografia). Forsmark CE, Baillie J. AGA Institute Technical Review on acute pancreatitis. Gastroenterology 2007;132:2022–2044. PANCREATITE AGUDA LEVE SEVERA Ramson ≥3 APACHE ≥8 IRA, insuficiência respiratória, choque TC abdomem com contraste NECROSE PANCREÁTICA Ausente Presente Imipenem profilático1 (2 a 4 semanas) Aspiração com agulha guiada por TC Infectada Necrosectomia Estéril Tratamento médico de suporte Kelson Nobre Veras Condutas Práticas para UTI 134 Causas de pancreatite aguda Coledocolitíase Pancreas divisum Etilismo Trauma abdominal Idiopática Pancreatite pós-operatória Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada Hiperparatireoidismo Hipertrigliceridemia Infecções (caxumba, coxsackievírus, citomegalovírus) Drogas (didanosina, azatioprina, sulfassalazina, furosemida, ácido valpróico, pentamidina, acetoaminofen) SINAIS E SINTOMAS Febre, leucocitose, taquicardia, taquipneia, hipotensão, nível de consciência rebaixado, Icterícia, distensão abdominal, ascite. Dor abdominal severa Irradia-se diretamente para o dorso Caráter contínuo Diminui ao sentar-se ou reclinar-se, mas acentua-se com a tosse, movimentos vigorosos ou respiração profunda. Aparecimento súbito na pancreatite por cálculos biliares, enquanto que evolui em algumas semanas na pancreatite alcoólica. Sensibilidade abdominal à palpação Rigidez muscular leve a moderada no abdômen. Pancreatite leve Maioria dos episódios de pancreatite aguda (80%) Autolimitada, resolvendo espontaneamente em 3 a 5 dias Tratamento clínico (reanimação volêmica endovenosa e analgesia) Pancreatite grave Pancreatite associada com falência orgânica e/ou complicações locais (necrose, abscesso ou pseudocistos) Pancreatite necrohemorrágica Diminuição progressiva do hematócrito Fluido hemorrágico ascítico Redução do cálcio sérico Sinais de Grey-Turner ou de Cullen (indicando extravasamento de exsudato hemorrágico para os flancos ou região umbilical, respectivamente). COMPLICAÇÕES Disfunção orgânica multissistêmica Síndrome da Angústia Respiratória Aguda Choque Insuficiência renal aguda Coagulopatia Hiperglicemia Hipocalcemia. Infecção local ou sistêmica Complicações locais Sangramento gastrointestinal Necrose infectada Necrose intestinal adjacente Abscesso pancreático Pseudocisto pancreático. Coleção de fluido pancreático e restos teciduais dentro de áreas de necrose, não sendo rodeado por uma verdadeira cápsula Kelson Nobre Veras Condutas Práticas para UTI 135 DIAGNÓSTICO Considerar no diagnóstico diferencial de todo abdômen agudo. O diagnóstico é baseado em: Achados clínicos compatíveis Elevações de amilase ou lípase maiores que três vezes o limite superior da normalidade na ausência de insuficiência renal. Amilase e lípase Aumentam no primeiro dia de pancreatite aguda, retornando a valores normais em 3 a 5 dias (amilase) e após 8 a 14 dias (lípase). A magnitude dos valores não tem nenhuma correlação com a gravidade e a normalização dos níveis de amilase pode não significar resoução do quadro. A amilase pode permanecer normal se houver hipertrigliceridemia. Podem estar aumentadas também: Insuficiência renal Úlcera perfurada Oclusão vascular mesentérica Obstrução intestinal associada com isquemia Disfunção da glândula salivar Macroamilasemia Tumores que segregam amilase. Hemograma: leucocitose, hematócrito elevado Alterações metabólicas: hiperglicemia, hipocalcemia Hiperbilirrubinemia Radiografias supinas e ortostáticas do abdômen Calcificações pancreáticas (pancreatite crônica), cálculos biliares calcificados ou íleo paralítico difuso ou localizado ("alça sentinela"). Radiografia de tórax: atelectasias ou derrame pleural Ultrassom abdominal Cálculos biliares Dilatação do ducto biliar comum Edema do pâncreas Tomografia contrastada do abdômen Exame que oferece melhor confirmação do diagnóstico (depois que o paciente for adequadamente hidratado) Necrose pancreática: áreas de hipodensidade Edema pancreático: acentuação uniforme do parênquima Necrose infectada: ar no retroperitônio PROGNÓSTICO Critérios prognósticos de Ranson: Cinco sinais podem ser documentados à admissão: idade > 55 anos glicemia > 200 mg/dL LDH > 350 UI/L TGO > 250 UI/L Leucócitos > 16.000/mm3 Os outros seis sinais são determinados nas primeiras 48 horas da admissão: Redução do hematócrito > 10% Elevação da uréia > 5 mg/dL Cálcio sérico < 8 mg/dL (< 2 mmol/L) PaO2 < 60 mm Hg Déficit de bases > 4 mEq/L Seqüestro de líquido para o terceiro espaço > 6 L A pancreatite grave é diagnosticada se: a) Três ou mais cirtérios de Ranson estiverem presentes b) APACHE ≥8 c) Presença de um ou mais dos seguintes: choque, insuficiência renal ou respiratória Kelson Nobre Veras Condutas Práticas para UTI 136 TRATAMENTO Conceitos Preliminares: Em geral, a pancreatite grave desenvolve-se em duas fases. A conduta na pancreatite aguda nas duas fases da doença é diferente. Primeira fase: Duas primeiras semanas após o aparecimento dos primeiros sintomas Caracterizada pela síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SRIS) A necrose pancreática desenvolve-se por completo dentro dos primeiros quatro dias após o início dos sintomas Tratamento conservador (cuidados médicos intensivos) Segunda fase Segunda para terceira semana: Infecção secundária da necrose pancreática ou peripancreática Cirurgia deve ser considerada Terapia Médica de Suporte Reanimação volêmica Bloqueadores H2 ou inibidores da bomba de prótons A dor severa deve ser tratada com opióides Hipocalcemia sintomática (tetania, arritmias, convulsões) Gluconato de cálcio a 10%: 10 mL EV em 10 minutos Infecções Uma vez que o desenvolvimento de necrose infectada aumenta substancialmente a mortalidade entre os pacientes com pancreatite necrotizante aguda. Os organismos causadores mais comumente provêm do trato gastrointestinal através de mecanismo de translocação. O uso de antibiótico profilático em pacientes com pancreatite aguda necrotizante grave não está indicado por falta de evidência científica. Contudo é difícil de distinguir clinicamente a pancreatite necrotizante aguda estéril e infectada, uma vez que ambas podem produzir febre, leucocitose e dor abdominal severa. Evidências tomográficas de gás no espaço retroperitoneal também