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DIREITO PROCESSUAL CIVIL III QUESTÕES DISCURSIVAS

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A data da sessão de julgamento da apelação interposta por Manoel Carlos foi devidamente publicada no Diário Oficial. 
Diante do alto número de recursos pautados para serem julgados, o julgamento da apelação de Manoel foi transferida 
para sessão do dia seguinte. Após o julgamento desfavorável do respectivo recurso, o advogado de Manoel requereu 
a nulidade do julgamento vez que não foi intimado e que o recurso não poderia ter sido julgado no dia posterior à data 
previamente designada. Assiste razão ao patrono de Manoel? 
 
Resposta: Não, Entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamento decorrerá, pelo menos, o prazo de 
5 (cinco) dias, incluindo-se em nova pauta os processos que não tenham sido julgados, salvo aqueles cujo 
julgamento tiver sido expressamente adiado para a primeira sessão seguinte. 
 
João ingressou com uma ação de reintegração de posse em face de Valdomiro visando obter a retomada de seu imóvel 
como também a indenização por perdas e danos. A pretensão foi acolhida em parte pelo juízo tão somente para 
determinar a reintegração do autor na posse do imóvel. O autor interpõe recurso de apelação para o respectivo 
Tribunal de Justiça visando obter a indenização por perdas e danos, o que foi negado pela Câmara que apreciou o 
recurso. O recorrente, diante da omissão do colegiado acerca de pontos relevantes abordados no recurso, apresenta 
pedido de reconsideração no prazo de 15 dias, que foi rejeitado imediatamente pelo relator. Diante do caso indaga-
se: 
a) O pedido de reconsideração possui natureza recursal? 
 
Não, trata-se de um sucedâneo recursal que tem como objetivo modificar uma decisão mas que não pode ser 
encarado como recurso. 
 
b) Poderia o relator aplicar o princípio da fungibilidade recursal nesse caso? 
 
NÃO. Pois não se trata de um recurso. 
 
Marcos Antônio ingressou com uma ação declaratória em face do plano de saúde Vida Saudável, responsável por 
atender importante parcela da população brasileira, visando obter reconhecimento da abusividade de determinada 
cláusula que impede o tratamento de pacientes com doenças infectocontagiosas. Diante da repercussão social do 
julgado, a associação de portadores de HIV solicitou seu ingresso como amicus curiae, o que foi prontamente 
autorizado pelo juiz da causa. Diante do caso indaga-se: 
 
a) Poderá a associação atuar como se parte fosse? 
 
Não poderá ser parte. A atuação do Amicus Curiae, tratada pelo CPC, permite o ingresso nos processos judiciais 
desta figura, quando estivermos diante de causas com ampla repercussão social, econômica e política. O Amicus 
Curiae poderá ter seu ingresso solicitado de ofício pelo juiz ou a requerimento das partes. 
 
Carlos ingressou com uma ação indenizatória em face da Construtora JSP com o objetivo de obter indenização pela 
demora na entrega de seu imóvel. Após a citação, constatou-se que a construtora encerrou suas atividades 
irregularmente, o que motivou o autor a requerer a desconsideração da personalidade jurídica, que foi indeferido de 
plano pelo juiz. Terminada a instrução, o juiz condenou a construtora a indenizar ao autor no valor de R$10.000,00, 
devidamente atualizado e com juros legais. Irresignado com a sentença o autor interpôs recurso de apelação visando 
reformar a decisão interlocutória que indeferiu a desconsideração da personalidade como também aumentar o valor 
fixado a título de indenização. Diante do caso indaga-se: 
 
a) A apelação de Carlos foi formulada adequadamente? 
 
Não, quanto a parte do recurso de apelação em que Carlos se insurge contra a decisão interlocutória que rejeitou o 
incidente de desconsideração da personalidade jurídica, na verdade o recurso correto seria o agravo de 
instrumento, conforme preceitua o artigo 1015, IV do CPC, no momento em que a decisão foi proferida. No entanto 
no que diz respeito a insurgência de Carlos, por intermédio de sua apelação, em que objetiva a majoração do valor 
fixado a título de indenização por danos morais, está correta. 
 
b) O juiz sentenciante poderá inadmitir o recurso de Carlos? 
 
Não, pois no sistema recursal do CPC atual, o juízo de admissibilidade será feito diretamente pelo juízo ad quem, 
conforme dispõe o Art. 1010, § 3º, CPC. 
 
Quem exerce o juízo de admissibilidade é o juízo de 2ºgrau pelo desembargador relator. 
 
Para que o autor receba, após a decisão do juízo ad quem, o processo volta para o juízo a quo para execução da 
sentença. 
 
Rafael e José impetraram Mandado de Segurança em face do Município visando obter a reintegração na Guarda 
Municipal, considerando que foram exonerados arbitrariamente por abuso de poder da municipalidade. O juiz excluiu 
José sob o fundamento de que, na hipótese, não cabe litisconsórcio. José interpôs agravo de instrumento que, após a 
devida distribuição, foi inadmitido sob o fundamento de que contra a referida decisão o recurso cabível é a apelação. 
Agiu adequadamente o Relator? 
 
Não, o Art. 1015, VII do CPC prevê que das decisões interlocutórias que excluam litisconsórcio, caberá agravo de 
instrumento. 
 
Art. 1015. 
Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: 
I - tutelas provisórias; 
II - mérito do processo; 
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem; 
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica; 
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; 
VI - exibição ou posse de documento ou coisa; 
VII - exclusão de litisconsorte; 
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; 
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; 
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; 
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º; 
XII - (VETADO); 
XIII - outros casos expressamente referidos em lei. 
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de 
liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.

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