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Direito Penal II Teoria de Pena completo

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9Módulo I	�
9Funções da pena	�
91.	Observações preliminares	�
102. FUNÇÕES DA PENA	�
102.1. Discurso oficial:	�
102.1.1. Pena como retribuição da culpabilidade e prevenção especial e geral	�
112.1.2. A pena como prevenção especial	�
112.1.2.1. Prevenção especial negativa:	�
112.1.2.2. Prevenção especial positiva:	�
112.1.3. Pena como prevenção geral	�
112.1.3.1.	Prevenção geral negativa:	�
122.1.3.2.	Prevenção geral positiva:	�
122.1.4.	As teorias unificadas	�
122.2. O discurso crítico da teoria criminológica da pena	�
122.2.1. A crítica materialista/dialética:	�
15MÓDULO II Sistemas prisionais e garantias constitucionais relacionadas a aplicação da pena	�
15SISTEMAS PRISIONAIS (Séc. XIX)	�
15Garantias constitucionais relacionadas à aplicação da pena	�
15a) Responsabilidade penal pessoal	�
16b) Individualização da pena	�
17c) Limitação das penas	�
18d) Direitos dos presos	�
19ESPÉCIES DE PENA	�
19a) Previsão constitucional	�
19b) Previsão legal (CP art. 32)	�
21MÓDULO III Regimes de cumprimento de pena	�
21Regras do regime fechado	�
24Transferência para estabelecimento penal federal de segurança máxima (Lei 11.671/2008)	�
26Regime disciplinar diferenciado (LEI 10.792/2003)	�
26Regras do regime semi-aberto	�
27Observações	�
28Regras do regime aberto	�
30Regime especial	�
33MÓDULO V Direitos do preso	�
33Previsão legal – Lei de Execução penal	�
33Rol de direitos (art. 41 da LEP)	�
38Trabalho do preso	�
39Remição	�
42Detração	�
43Prisão especial	�
45Previsão específica no Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil	�
48MÓDULO VI FIXAÇÃO, PROGRESSÃO E REGRESSÃO DE REGIME	�
48Forma de fixação de regime	�
48Progressão de regime	�
48Redação originária	�
49Redação Atual	�
49Crimes hediondos	�
49Previsão constitucional	�
49Lei 8.072/90	�
49Redação original	�
49Decisão primeira do STF	�
50Decisão atual do STF	�
50Redação Atual	�
50Retroatividade	�
52MÓDULO VII DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS	�
52Espécies de penas restritivas de direitos	�
53Requisitos para substituição	�
58Pena restritiva de direito em espécie	�
58Prestação pecuniária e perda de bens e valores	�
60Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas	�
60Regras complementares previstas na Lei de Execução Penal	�
61Interdição temporária de direitos (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)	�
63Regras complementares previstas na LEP	�
63Limitação de fim de semana	�
64Regras complementares estabelecidas pela LEP	�
64Conversão da pena restritiva de direitos em privativa de liberdade	�
67Módulo 08 DA PENA DE MULTA	�
68Pagamento da multa	�
69Modo de conversão.	�
70Suspensão da execução da multa	�
70Outras observações importantes	�
71MÓDULO IX DA APLICAÇÃO DA PENA	�
71Sistemas	�
72Diferença entre elementares e circunstâncias	�
72Proibição do bis in idem	�
72Fixação da pena – Pena base	�
73Observações a respeito da Pena base	�
73Culpabilidade	�
74Antecedentes	�
75Conduta social	�
75Personalidade	�
75Motivos	�
76Circunstâncias	�
76Consequências do crime	�
76Comportamento da vítima	�
77Observações finais	�
80Pena Provisória	�
80Circunstâncias agravantes	�
80Reincidência	�
81Outras agravantes	�
81por motivo fútil ou torpe;	�
83para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;	�
83à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;	�
83com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;	�
83contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;	�
84com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas – inclusão do companheiro – de coabitação - moradia sobre o mesmo teto, como moradores de uma república de estudantes - ou de hospitalidade – recepção eventual , ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)	�
84com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;	�
84contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)	�
84quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;	�
85em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;	�
85em estado de embriaguez preordenada.	�
85Agravantes no caso de concurso de pessoas	�
85II - coage ou induz outrem à execução material do crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)	�
85III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)	�
86IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)	�
86Outras leis	�
86Circunstâncias atenuantes	�
86I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)	�
87II - o desconhecimento da lei; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)	�
87III - ter o agente:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)	�
87a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;	�
87b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;	�
88c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;	�
88e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.	�
89Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes	�
90Questão para reflexão	�
91Pena definitiva	�
91Causas de Aumento e diminuição da pena	�
93MÓDULO IX Roteiro para aplicação da pena resumido	�
96MÓDULO IX EXEMPLO DE SENTENÇA	�
100Samambaia/DF, 18 de agosto de 2013.	�
105MÓDULO X CONCURSO DE CRIMES	�
105Concurso material	�
105Conceito de ação	�
106Concurso formal	�
108Crime continuado	�
110A hipótese da novatio legis in melius	�
110Observações em relação aplicação da pena	�
111Multas no concurso de crimes	�
112MÓDULO XI DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA	�
112Requisitos da suspensão da pena	�
113SURSIS simples	�
113SURSIS especial	�
114Revogação obrigatória	�
114Revogação facultativa	�
115Cumprimento das condições	�
115Vedação constante do Código Penal Militar e a posição do STF	�
116Suspensão Condicional do Processo	�
116Previsão legal	�
116Requisitos	�
117Sobre as condições a serem impostas àquele que aceitou a transação penal	�
119MÓDULO XII DO LIVRAMENTO CONDICIONAL	�
119Observações preliminares	�
119Requisitos do livramento condicional	�
121Soma de penas	�
122Especificações das condições	�
122Revogação do livramento	�
123Revogação facultativa	�
123Efeitos da revogação	�
124Extinção	�
125MÓDULO XIII DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO	�
125Efeitos genéricos e específicos	�
130MÓDULO XIV DA REABILITAÇÃO	�
130Reabilitação	�
133MÓDULO XV DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA	�
133A quem se aplica a medida de segurança?	�
133Qual o sistema de aplicação de pena e medida de segurança adotado na lei brasileira?	�
133Medida de Segurança é pena?	�
133As principais diferenças em relação à pena e a medida de segurança:	�
134Requisitos para a aplicação das medidas de segurança.	�
134Espécies de medidas de segurança	�
135Imposição da medida de segurança para inimputável	�
135Prazo	�
136Perícia médica	�
136Desinternação ou liberação condicional	�
137Substituição da pena por medida de segurança para o semi-imputável	�
137Direitos do internado	�
137Superveniência de doença mental	�
138​MÓDULO XVI	�
138DA AÇÃO PENAL	�
138Ação penal pública incondicionada	�
138Titularidade:	�
139Oficialidade	�
139Obrigatoriedade	�
139Indisponibilidade	�
139Indivisibilidade	�
140Ação penal pública condicionada arepresentação	�
140Representação (artigo 100§1º)	�
141Prazo:	�
141Quem pode representar?	�
141Ação penal condicionada à requisição do Ministro da Justiça	�
142Ação Penal Privada	�
142Princípios da ação penal privada	�
142Princípio da Oportunidade ou conveniência	�
142Disponibilidade	�
142c.	Renúncia	�
143d.	Perdão	�
144e.	Perempção	�
144Indivisibilidade (artigo 48, CPP)	�
144Prazo:	�
145Ação penal privada subsidiária da pública ou supletiva;	�
145​A ação penal no crime complexo	�
145Observações finais	�
146MÓDULO XVII	�
146DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE	�
146Hipóteses legais de extinção da punibilidade	�
146I - pela morte do agente;	�
147II - pela anistia, graça ou indulto;	�
148III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;	�
148IV - pela prescrição, decadência ou perempção;	�
148V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;	�
148VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;	�
148VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)	�
149VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)	�
149IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.	�
151MÓDULO XII	�
151DA PRESCRIÇÃO	�
151Hipóteses de imprescritibilidade:	�
151Espécies	�
151Prescrição da pretensão punitiva	�
151Prescrição antes de transitar em julgado a sentença	�
152Prescrição das penas restritivas de direito	�
153Prescrição da pretensão executória	�
153Prescrição depois de transitar em julgado sentença final condenatória	�
153Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação do livramento condicional	�
153Prescrição superveniente, intercorrente ou subsequente	�
154Prescrição retroativa	�
154Prescrição em caso de medida de segurança	�
155Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a sentença final	�
156Termo inicial da prescrição após a sentença condenatória irrecorrível	�
156Prescrição da multa	�
156Redução dos prazos de prescrição	�
157Causas impeditivas da prescrição	�
157Causas interruptivas da prescrição	�
159Prescrição no caso de concurso de crimes	�
159Perdão judicial	�
159Módulo especial	�
159Questionário primeiro bimestre	�
165MÓDULO ESPECIAL	�
1652º Bimestre	�
�
Módulo I
Funções da pena
Observações preliminares
Diferença entre criminologia, política criminal e dogmática penal
Criminologia: Estudo das causas e conseqüências do crime, do criminoso, da vítima e do controle social
Política criminal: Programa oficial de controle social do crime e da criminalidade. Visões:
Direito penal máximo: Movimento Lei e Ordem, Direito Penal do Inimigo, etc.
Abolicionismo (Louk Hulsman): Proposta de solidariedade com os condenados, com as vítimas, com o conjunto de pessoas que vivem em uma sociedade e com as pessoas que asseguram o funcionamento do sistema penal.
Direito Penal Mínimo: Direito penal como ultima ratio. Princípio da subsidiariedade do Direito Penal. 
Direito Penal (Dogmática Penal): Sistema de normas que define crimes, comina penas e estabelece os princípios de sua aplicação.nononin
Situação brasileira: Política criminal como Política penal?
Questões:
O crime é uma realidade social construída ou pré-constituída?
A política criminal deve ou não incluir políticas públicas de emprego, salário, escolarização, moradia, saúde e outras medidas complementares?
Na Corte Europeia de Direitos Humanos se discute se o presídio da Romênia deve atender a preferência alimentar de preso que é vegetariano�
2. FUNÇÕES DA PENA
2.1. Discurso oficial:
2.1.1. Pena como retribuição da culpabilidade e prevenção especial e geral
Sentido religioso: Expiação dos pecados
Sentido Jurídico: Compensação da culpabilidade. O mal justo da pena contra o mal injusto do crime para restabelecer o Direito.
Explicações para sua permanência:
Psicologia popular regida pela lei de talião.
Tradição judaico-cristã: imagem retributivo-vingativa, especialmente do Velho testamento.
Filosofia ocidental é retributiva. (Kant: todo aquele que mata deve morrer, para que cada um receba o valor de seu fato e a culpa do seu sangue; Hegel: Crime é a negação do direito e a pena é a negação da negação, ou seja, reafirmação do direito)
Previsão legal (art. 59 do CP)
Críticas
A retribuição não é democrática nem científica, pois o poder deve ser exercido em nome do povo e não em nome de Deus. Além disso, o objetivo do direito penal não é realizar vinganças e sim proteger bem jurídicos.
É um ato de fé, porque parte de um dado indemonstrável: A liberdade da vontade, pressuposta no juízo de culpabilidade.
Dworkin: Não importa se é livre, importa concluir se ele tem a capacidade de entender que é livre.
Roxin: Culpabilidade não é pressuposto da pena, mas sim seu limitador
2.1.2. A pena como prevenção especial
Dominante no Direito penal dos séculos XIX e XX. Tem como foco os momentos de aplicação e execução da pena.
2.1.2.1. Prevenção especial negativa: 
Segurança social por meio da neutralização do condenado que não poderá cometer crimes fora da prisão:
Prisão produz segurança social com a incapacitação seletiva de indivíduos perigosos
E o uso dos telefones celulares?
2.1.2.2. Prevenção especial positiva: 
Correção ou ressocialização do condenado com vistas a propiciar o retorno harmônico a sociedade.
Ortopedia moral...
Crítica:Como a pena preserva todos os direitos não atingidos pela privação da liberdade, deve-se respeitar a autonomia do preso, ou seja, a participação em programas de ressocialização deveriam ser limitados a casos voluntários?
O Estado tem o direito de “melhorar” as pessoas segundo critérios morais próprios.
2.1.3. Pena como prevenção geral
Prevenção geral negativa: 
Coação psicológica (Feurbach). O Estado precisa desistimular pessoas a praticarem crimes pela ameaça da pena
Críticas: 
Não seria a gravidade da pena e sim a certeza da punição que desestimularia. Análise econômica do direito.
Falta de critério limitador daria ensejo a terrorismo estatal, como alega ter acontecido com a lei de crimes hediondos.
Natureza exemplar da punição violaria dignidade da pessoa humana, pois acusados reais são punidos para influenciar condutas de acusados potenciais, ampliando a punição.
Prevenção geral positiva: 
Roxin: Proteção de bens jurídicos baseada na confiança ma ordem jurídica na busca do reforço da fidelidade jurídica, confiança do cidadão e pacificação social. 
Jakobs: Afirmação da validade da norma, uma reação contra a violação da norma realizada às custas do responsável.
As teorias unificadas
Fusão das funções declaradas da pena, quais sejam, retribuição, prevenção especial e prevenção geral da pena.
Predomínio nas legislações, a exemplo do Código Penal brasileiro.
Prevenção geral negativa: Cominação; Retribuição e prevenção geral positiva: Aplicação judicial. Prevenção especial positiva e negativa: execução penal. 
2.2. O discurso crítico da teoria criminológica da pena
2.2.1. A crítica materialista/dialética: 
A pena não seria a sobrevivência da vingança retaliatória ou da expiação ou compensação da culpabilidade, mas sim um FENÔMENO SÓCIO-ESTRUTURAL ESPECÍFICO DAS SOCIEDADES CAPITALISTAS.
Todo sistema de produção tende a descobrir a punição que corresponde as suas relações produtivas, ou seja, há uma relação mercado de trabalho e sistema de punição.
Exemplo: se a força de trabalho é insuficiente, o sistema punitivo adota métodos de preservação da força de trabalho. E se for excedente, adota métodos de destruição da força.
Controle diferenciado da criminalidade. Punição das camadas sociais subalternas e imunidade das elites.
A estrutura material das relações econômicas do capitalismo se baseia na retribuição. Trabalho pelo salário, mercadoria pelo preço, então, a pena privativa é o valor de troca do crime, medido pelo tempo de liberdade suprimida.
A eficácia estaria justamente na manutenção do status quo, já que as funções declaradas são ineficazes.
A pena comoretribuição equivalente representa o momento jurídico da igualdade formal, que oculta a submissão total da instituição carcerária, como aparelho exaustivo para produzir sujeitos dóceis e úteis, uma fábrica de proletários.
A prevenção especial seria apenas uma garantia de manutenção das relações sociais
Denominada também de incapacitação seletiva. A prevenção especial seria uma forma de impor disciplina da classe trabalhadora. A prevenção geral preservaria a ordem social fundada na relação capital trabalho.
Consequências práticas da prevenção especial negativa: (a) Produz maior reincidência, tendo em vista a manutenção do histórico criminal, da desclassificação social, desintegração social (dissolução de laços familiares, de trabalho, afetivos). (b) Subcultura da prisão produz deformações psíquicas e emocionais que facilita a criação de carreiras criminosas. (c) Etiquetamento (labelling aproach)
Prevenção especial positiva revelou-se um verdadeiro fracasso em relação ao discurso declarado, todavia, tem eficácia para manutenção dos status quo. 
Pena como tratamento curativo é um fracasso.
Ênfase na área de drogas e patrimônio.
A prevenção geral como afirmação da ideologia dominante
A prevenção geral positiva teria por objetivo apenas conferir soluções penais simbólicas no imaginário popular e sua conversibilidade em votos seja pelo seus efeitos políticos de conservação/reprodução do poder.
Busca da satisfação retórica da opinião pública.
As teorias unificadas como integração das funções manifestas ou declaradas da pena: Busca da superação dos defeitos individuais de cada uma das teorias X soma dos defeitos das teorias particulares, dado que filosoficamente não é possível reunir concepções contraditórias.
Conclusão. Para que serve a pena segundo o discurso crítico? 
Proteção seletiva de bens jurídicos , com ênfase em classes hegemônicas.
Estigmatização seletiva de indivíduos excluídos das relações de produção e do poder político da formação social
Repressão seletiva de marginalizados sociais, sem utilidade real nas relações de produção mas com utilidade simbólica no processo de reprodução das condições desiguais.
Porque fazer dogmática penal, então?
Para excluir ou reduzir o poder de intervenção do Estado na esfera de liberdade individual, partindo do pressuposto que a lei estabelece uma série de garantais aos cidadãos. 
�
MÓDULO II Sistemas prisionais e garantias constitucionais relacionadas a aplicação da pena
SISTEMAS PRISIONAIS (Séc. XIX)
Primeira prisão destinada ao recolhimento de criminosos: House of correction, construída em Londres entre 1550 e 1552.
Livros marcantes da época: (1776) The state of prison in England and Walles (John Howard); Dos delitos e das penas (1764 – Beccaria); Teoria das penas e das recompensas (1818 – Jeremias Bentham)
Pensilvânico (Filadélfia, belga ou celular) : Isolamento absoluto, sem trabalho e visitas), reclusão e leitura da Bíblia. Problema: Impossibilitava a readaptação.
Problema: Como educar para retornar a liberdade em regime de não liberdade e silêncio?
Auburniano (silent system) (Nova York): Possibilitava o trabalho, mas mantinha o recolhimento noturno em total silêncio.
Desencadeou a comunicação com as mãos ou outros sinais.
Progressivo (Inglaterra e Irlanda): (a) Período de prova em que havia o isolamento, (b) permissão do trabalho em comum com silêncio absoluto, (c) peninteciária industrial ou agrícola em regime de semi-liberdade e (d) permissão do livramento condicional.
Garantias constitucionais relacionadas à aplicação da pena
a) Responsabilidade penal pessoal 
Art. 5º (...) 
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
Trecho da sentença de Tiradentes: Portanto condenam ao Réu Joaquim José da Silva Xavier por alcunha o Tiradentes Alferes que foi da tropa paga da Capitania de Minas a que com baraço e pregão seja conduzido pelas ruas publicas ao lugar da forca e nella morra morte natural para sempre, e que depois de morto lhe seja cortada a cabeça e levada a Villa Rica aonde em lugar mais publico della será pregada, em um poste alto até que o tempo a consuma, e o seu corpo será dividido em quatro quartos, e pregados em postes pelo caminho de Minas no sitio da Varginha e das Sebolas aonde o Réu teve as suas infames práticas e os mais nos sitios (sic) de maiores povoações até que o tempo também os consuma; declaram o Réu infame, e seus filhos e netos tendo-os, e os seus bens applicam para o Fisco e Câmara Real, e a casa em que vivia em Villa Rica será arrasada e salgada, para que nunca mais no chão se edifique e não sendo própria será avaliada e paga a seu dono pelos bens confiscados e no mesmo chão se levantará um padrão pelo qual se conserve em memória a infamia deste abominavel Réu
Princípio da personalidade das penas.
Exemplo: O condenado não pode se fazer substituir por terceiro para prestar serviço a comunidade (HC 68309, STF. Min. Celso de Melo) ou mesmo o pagamento da multa.
Do referido princípio decorre também a conclusão de que a punição somente pode se basear na culpa – Responsabilidade penal subjetiva.
Apenas a pena criminal de perdimento de bens (art. 43, inciso II do Código penal) que poderá atingir os herdeiros, o que não ocorrerá em caso de multa.
b) Individualização da pena
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
A individualização atinge as três fases. A aplicação da pena: cada crime tem a sua pena estabelecida); a sua aplicação: cada réu deve ter sua pena individualizada segundo a culpabilidade; e a execução: cada condenado deve cumprir a pena de forma a obter os melhores resultados);
A sentença deve se ater tanto quanto possível ao caso concreto e evitar análise de argumentos que transcendam o comportamento do autor (Paulo Queiroz).
Pessoa Jurídica: Art. 6º da Lei 9.605/98
Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente observará:
        I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas conseqüências para a saúde pública e para o meio ambiente;
        II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental;
        III - a situação econômica do infrator, no caso de multa.
Direito Penal do fato X Direito Penal do Autor
Ninguém poderia ser condenado ou ter a sua pena aumentada senão pelo que praticou e jamais pelo modo de vida que escolheu.
Fundamento: Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
c) Limitação das penas 
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
  Traição
         Art. 355. Tomar o nacional armas contra o Brasil ou Estado aliado, ou prestar serviço nas fôrças armadas de nação em guerra contra o Brasil: 
        Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. 
Cobardia qualificada 
         Art. 364. Provocar o militar, por temor, em presença do inimigo, a debandada de tropa ou guarnição; impedir a reunião de uma ou outra, ou causar alarme com o fim de nelas produzir confusão, desalento ou desordem: 
        Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. 
Questões polêmicas
Tiro certeiro da polícia.
Derrubada de aeronaves
b) de caráter perpétuo;
Problema: Tribunal Penal Internacional; 
Art. 5º (...) § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 75. (...) 1. Sem prejuízo do disposto no artigo 110, o Tribunal pode impor à pessoa condenada por um dos crimes previstos no artigo 5o dopresente Estatuto uma das seguintes penas: a) Pena de prisão por um número determinado de anos, até ao limite máximo de 30 anos; ou b) Pena de prisão perpétua, se o elevado grau de ilicitude do fato e as condições pessoais do condenado o justificarem,
Art. 110: 3. Quando a pessoa já tiver cumprido dois terços da pena, ou 25 anos de prisão em caso de pena de prisão perpétua, o Tribunal reexaminará a pena para determinar se haverá lugar a sua redução. Tal reexame só será efetuado transcorrido o período acima referido. 
O STF aliás, rejeita pedidos de extradição se a pena a ser aplicada ao extraditado for de morte ou perpétua. 
O STF também tem precedente que entende ser inadmissível a aplicação de pena de proibição de exercício de atividade profissional com caráter definitivo (RE 154.134)
c) de trabalhos forçados;
Trabalho forçado de que trata a Constituição é o trabalho não remunerado.
d) de banimento;
Ato Institucional n.º 13/1969
Art. 1º - O Poder Executivo poderá, mediante proposta dos Ministros de Estado da Justiça, da Marinha de Guerra, do Exército ou da Aeronáutica Militar, banir do território nacional o brasileiro que, comprovadamente, se tornar inconveniente, nocivo ou perigoso à segurança nacional.
Parágrafo único - Enquanto perdurar o banimento, ficam suspensos o processo ou a execução da pena a que, porventura, esteja respondendo ou condenado o banido, assim como a prescrição da ação ou da condenação.
Art. 2º - Excluem-se de qualquer apreciação judicial todos os atos praticados de acordo com este Ato Institucional e Atos Complementares dele decorrentes, bem como os respectivos efeitos.
Art. 3º - Este Ato Institucional entra em vigor nesta data, revogadas as disposições em contrário.
Brasília, 5 de setembro de 1969; 148º da Independência e 81º da República.
e) cruéis;
d) Direitos dos presos 
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;    
ESPÉCIES DE PENA 
a) Previsão constitucional
Art. 5º. (....)
 XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
b) Previsão legal (CP art. 32) 
Privativas de liberdade;
Restritivas de direitos;
De multa.
Peculiaridades
A lei de contravenções penais ainda prevê a pena de prisão simples.
Critério de distinção entre crime e contravenção:
Art 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente.
A questão relacionada a lei 11.343/2006:
Art. 28.  Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
STF: Trata-se de infração penal sui generis. Não houve descriminalização, mas apenas despenalização, pois a previsão estabelecida na Constituição Federal não é exaustiva. 
Penas privativas de liberdade
Reclusão
Detenção
Regimes: a) Fechado; b) Semi-Aberto; c) Aberto ; d) Especial 
Penas restritivas de direito:
Art. 43. As penas restritivas de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
I – prestação pecuniária; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
II – perda de bens e valores; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
III – (VETADO)� (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
IV – prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984 , renumerado  com alteração pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)
V – interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984 , renumerado  com alteração pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)
VI – limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984 , renumerado  com alteração pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)
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MÓDULO III Regimes de cumprimento de pena
Regras do regime fechado 
Para cumprimento da pena é necessário a expedição da guia de recolhimento do preso (LEP, art. 107)�.
Requisitos da guia de recolhimento
Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a assinará com o Juiz, será remetida à autoridade administrativa incumbida da execução e conterá:
I - o nome do condenado;
II - a sua qualificação civil e o número do registro geral no órgão oficial de identificação;
III - o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem como certidão do trânsito em julgado;
IV - a informação sobre os antecedentes e o grau de instrução;
V - a data da terminação da pena;
VI - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tratamento penitenciário.
Local para cumprimento da pena
Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à pena de reclusão, em regime fechado.
Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios poderão construir Penitenciárias destinadas, exclusivamente, aos presos provisórios e condenados que estejam em regime fechado, sujeitos ao regime disciplinar diferenciado, nos termos do art. 52 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório.
Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade celular:
a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à existência humana;
b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados).
E os presos provisórios?
Art. 102. A cadeia pública destina-se ao recolhimento de presos provisórios.
Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia pública a fim de resguardar o interesse da Administração da Justiça Criminal e a permanência do preso em local próximo ao seu meio social e familiar.
Art. 104. O estabelecimento de que trata este Capítulo será instalado próximo de centro urbano, observando-se na construção as exigências mínimas referidas no artigo 88 e seu parágrafo único desta Lei.
Submissão a exame criminológico para adequada classificação e com vistas a individualização da pena (Art. 34 do CP), realizado por Comissão Técnica de Classificação. 
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado, será submetido a exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à individualização da execução.
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submetido o condenado ao cumprimento da pena privativa de liberdade em regime semi-aberto.
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente social, quando se tratar de condenado à pena privativa de liberdade.
Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo da Execução e será integrada por fiscais do serviço social.
Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados reveladores da personalidade, observando a ética profissional e tendo sempre presentes peças ou informações do processo, poderá:
I - entrevistar pessoas;
II - requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, dados e informações a respeitodo condenado;
III - realizar outras diligências e exames necessários.
6. Possibilidade de identificação de perfil genético 
Art. 9o-A.  Os condenados por crime praticado, dolosamente, com violência de natureza grave contra pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos no art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, serão submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA - ácido desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
§ 1o  A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
§ 2o  A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao juiz competente, no caso de inquérito instaurado, o acesso ao banco de dados de identificação de perfil genético. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o repouso noturno. 
O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena. 
O trabalho é obrigatório, sendo que a recusa leva é considerada falta grave. 
Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e capacidade.
Hipóteses de não obrigatoriedade: Preso provisório, preso político e contravenções penais se a pena não exceder a 15 dias.
Do trabalho externo
Critérios: (a) A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade, além (b) do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.
O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado, inclusive os condenados por crimes hediondos, somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.(art. 37 da LEP)
Questão: Cautelas contra a fuga significa necessariamente escolta?
O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por cento) do total de empregados na obra.
Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa empreiteira a remuneração desse trabalho.
A prestação de trabalho à entidade privada depende do consentimento expresso do preso.
Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso que vier a praticar fato definido como crime, for punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos neste artigo.
Questão: 
E se o preso busca o trabalho e não consegue? Teria ele direito a remição da pena independentemente do trabalho por conta da culpa da administração?
O preso tem direito subjetivo a cumprir a pena na comarca de sua residência?�
Transferência para estabelecimento penal federal de segurança máxima (Lei 11.671/2008)
Quem pode ser transferido para tais presídios?
Presos definitivos ou provisórios cuja medida se justifique no interesse da segurança pública ou do próprio preso, condenado ou provisório. 
Quem pode solicitar?
A autoridade administrativa, o Ministério Público e o próprio preso. 
Competência para prática dos atos de execução penal: 
Preso definitivo: Juízo federal da seção ou subseção judiciária em que estiver localizado o estabelecimento penal federal de segurança máxima ao qual for recolhido o preso. 
Preso provisório: a fiscalização da prisão provisória será deprecada, mediante carta precatória, pelo juízo de origem ao juízo federal competente, mantendo aquele juízo a competência para o processo e para os respectivos incidentes. 
Procedimento 
Instrução: Instruídos os autos do processo de transferência, serão ouvidos, no prazo de 5 (cinco) dias cada, quando não requerentes, a autoridade administrativa, o Ministério Público e a defesa, bem como o Departamento Penitenciário Nacional – DEPEN, a quem é facultado indicar o estabelecimento penal federal mais adequado. 
Havendo extrema necessidade, o juiz federal poderá autorizar a imediata transferência do preso e, após a instrução dos autos decidir pela manutenção ou revogação da medida adotada. O STF entendeu pela constitucionalidade de tal dispositivo (HC 115.539, Min. Luiz Fux)
Admissibilidade pelo juiz da origem da necessidade da transferência do preso para estabelecimento penal federal de segurança máxima
Envio ao juízo federal: Na hipótese de imprescindibilidade de diligências complementares, o juiz federal ouvirá, no prazo de 5 (cinco) dias, o Ministério Público Federal e a defesa e, em seguida, decidirá acerca da transferência no mesmo prazo. 
Decisão: Dependerá de decisão prévia e fundamentada do juízo federal competente, após receber os autos de transferência enviados pelo juízo responsável pela execução penal ou pela prisão provisória. 
A decisão que admitir o preso no estabelecimento penal federal de segurança máxima indicará o período de permanência. 
O período de permanência não poderá ser superior a 360 (trezentos e sessenta) dias, renovável, excepcionalmente, quando solicitado motivadamente pelo juízo de origem, observados os requisitos da transferência.
Decorrido o prazo, sem que seja feito, imediatamente após seu decurso, pedido de renovação da permanência do preso em estabelecimento penal federal de segurança máxima, ficará o juízo de origem obrigado a receber o preso no estabelecimento penal sob sua jurisdição.
A autoridade policial será comunicada sobre a transferência do preso provisório quando a autorização da transferência ocorrer antes da conclusão do inquérito policial que presidir. 
Admitida a transferência do preso condenado, o juízo de origem deverá encaminhar ao juízo federal os autos da execução penal. 
A lotação máxima do estabelecimento penal federal de segurança máxima não será ultrapassada. 
Rejeitada a transferência ou a renovação, o juízo de origem poderá suscitar o conflito de competência perante o tribunal competente, que o apreciará em caráter prioritário. 
Caberá à Defensoria Pública da União a assistência jurídica ao preso que estiver nos estabelecimentos penais federais de segurança máxima
Regime disciplinar diferenciado (LEI 10.792/2003)
Não se trata de regime de cumprimento de pena, mas sim de regime de cumprimento de sanção administrativa no âmbito da execução penal que implica a adoção de regras ainda mais gravosas do que o regime fechado. 
Quem está sujeito ao RDD?
Preso provisório, condenado, nacionais ou estrangeiros.
Hipóteses de inclusão
Prática de fato previsto como crime doloso que constitui falta grave, ocasione subversão da ordem ou disciplina internas.
que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade.
recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas�, quadrilha ou bando�.
Características
duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; 
recolhimento em cela individual; 
visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas; 
o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol. 
Regras do regime semi-aberto
Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que inicie o cumprimento da pena em regime semi-aberto. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)�
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a freqüência a cursos supletivos profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Observações
Exigência da guia de recolhimento
Regras do alojamento:Art. 92. O condenado poderá ser alojado em compartimento coletivo, observados os requisitos da letra a, do parágrafo único, do artigo 88, desta Lei.
Parágrafo único. São também requisitos básicos das dependências coletivas:
a) a seleção adequada dos presos;
b) o limite de capacidade máxima que atenda os objetivos de individualização da pena.
Exame criminológico? O CP (art. 35) exige mas o artigo 8º parágrafo único da LEP considera-o facultativo.
O trabalho externo NÃO tem prazo certo para ser autorizado, diferentemente do regime fechado em que o trabalho em entidade fechada depende do cumprimento de 1/6 da pena. 
E se não houver vagas no regime semi-aberto???
Cumpre pena no regime fechado ou no aberto, eventualmente em prisão domiciliar?
Regras do regime aberto
Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado. 
§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga. 
§ 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como crime doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativamente aplicada. 
Comentários
Persiste a exigência de guia de recolhimento
Ponte para completa reinserção do condenado na sociedade.
Cumprimento deve se dar na denominada Casa de Albergado.
Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime aberto, e da pena de limitação de fim de semana.
Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado dos demais estabelecimentos, e caracterizar-se pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga.
Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do Albergado, a qual deverá conter, além dos aposentos para acomodar os presos, local adequado para cursos e palestras.
Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações para os serviços de fiscalização e orientação dos condenados.
Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado que (Art. 114 da LEP):
estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente;
apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi submetido, fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade, ao novo regime.
Súmula 493 do STJ: É inadmissível a fixação de pena substitutiva (art. 44 do CP) como condição especial ao regime aberto.
Hipóteses de não obrigatoriedade do trabalho:
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular quando se tratar de:
I - condenado maior de 70 (setenta) anos;
II - condenado acometido de doença grave;
III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;
IV - condenada gestante.
Prisão albergue domiciliar (forma especial de cumprimento de pena) X prisão domiciliar (medida substitutiva da prisão preventiva (Art. 318 do CPP), com a possibilidade de monitoração eletrônica. 
Possibilidade de se estabelecer condições especiais (Art. 115 da LEP)
Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de regime aberto, sem prejuízo das seguintes condições gerais e obrigatórias:
I - permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga;
II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;
III - não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial;
IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for determinado.
Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições estabelecidas, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da autoridade administrativa ou do condenado, desde que as circunstâncias assim o recomendem.
Hipótese de competência concorrente (AF, art. 24, I): Art. 119. A legislação local poderá estabelecer normas complementares para o cumprimento da pena privativa de liberdade em regime aberto (artigo 36, § 1º, do Código Penal).
Possibilidade de prisão domiciliar ao invés do cumprimento da pena em regime aberto:
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular quando se tratar de:
I - condenado maior de 70 (setenta) anos;
II - condenado acometido de doença grave;
III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;
IV - condenada gestante.
Não há previsão legal para remição da pena pelo trabalho, sendo este essencial para o cumprimento em regime aberto.
Pode ser atividade laboral sem registro, como o trabalho autônomo?
Fiscalização pelo MP (art. 67 da LEP) e pelo Conselho da Comunidade (Art. 81 da LEP)
Regime especial
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste Capítulo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários
Concretização do artigo 5º, inciso XLVIII.
Exigências para estabelecimentos penais para mulheres
Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde as condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis) meses de idade. (Redação dada pela Lei nº 11.942, de 2009)
Os estabelecimentos de que trata o § 2o deste artigo deverão possuir, exclusivamente, agentes do sexo feminino na segurança de suas dependências internas. (Incluído pela Lei nº 12.121, de 2009).
a penitenciária de mulheres será dotada de seção para gestante e parturiente e de creche para abrigar crianças maiores de 6 (seis) meses e menores de 7 (sete) anos, com a finalidade de assistir a criança desamparada cuja responsável estiver presa. (Redação dada pela Lei nº 11.942, de 2009)
São requisitos básicos da seção e da creche referidas neste artigo: (Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009)
atendimento por pessoal qualificado, de acordo com as diretrizes adotadas pela legislação educacional e em unidades autônomas; e (Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009)
horário de funcionamento que garanta a melhor assistência à criança e à sua responsável. (Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009)
DIREITO PENAL. REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA NO CRIME DE TORTURA.
Não é obrigatório que o condenado por crime de tortura inicie o cumprimento da pena no regime prisional fechado. Dispõe o art. 1º, § 7º, da Lei 9.455/1997 – lei que define os crimes de tortura e dá outras providências – que “O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado”. Entretanto, cumpre ressaltar que o Plenário do STF, ao julgar o HC 111.840-ES (DJe 17.12.2013), afastou a obrigatoriedade do regime inicial fechado para os condenados por crimes hediondos e equiparados, devendo-se observar, para a fixação do regime inicial de cumprimento de pena, o disposto no art. 33 c/c o art. 59, ambos do CP. Assim, por ser equiparado a crime hediondo, nos termos do art. 2º, caput e § 1º, da Lei 8.072/1990, é evidente que essa interpretação também deve ser aplicada ao crime de tortura, sendo o caso de se desconsiderar a regra disposta no art. 1º, § 7º, da Lei 9.455/1997, que possui a mesma disposição da norma declarada inconstitucional. Cabe esclarecer que, ao adotar essa posição, não se está a violar a Súmula Vinculante n.º 10, do STF, que assim dispõe: "Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte". De fato, o entendimento adotado vai ao encontro daquele proferido pelo Plenário do STF, tornando-se desnecessário submeter tal questão ao Órgão Especial desta Corte, nos termos do art. 481, parágrafo único, do CPC: "Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial,a arguição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão". Portanto, seguindo a orientação adotada pela Suprema Corte, deve-se utilizar, para a fixação do regime inicial de cumprimento de pena, o disposto no art. 33 c/c o art. 59, ambos do CP e as Súmulas 440 do STJ e 719 do STF. Confiram-se, a propósito, os mencionados verbetes sumulares: "Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito." (Súmula 440 do STJ) e "A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea." (Súmula 719 do STF). Precedente citado: REsp 1.299.787-PR, Quinta Turma, DJe 3/2/2014. HC 286.925-RR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 13/5/2014.
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MÓDULO V Direitos do preso
Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
O erro de uma pessoa autoriza que o Estado a puna de maneira desproporcional?
Exemplo da Associação de proteção e Assistência dos condenados APAC, em Itaúna, Minas Gerais. 
Previsão legal – Lei de Execução penal 
Âmbito da punição: Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei.
Fundamento constitucional: Art. 5º XLIX
Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política.
Rol de direitos (art. 41 da LEP)
alimentação suficiente e vestuário;
atribuição de trabalho e sua remuneração;
Previdência Social;
Ao preso são garantidos os benefícios da previdência social incluídos aqueles relativos a acidentes de trabalho (JTACRESP 161/571, Mirabete, p. 121).
Questão controvertida levantada por Mirabete diz respeito a possibilidade de concessão de aposentadoria. Tal direito segundo Mirabete está condicionado a regulamentação das leis pertinentes pela Previdência Social. Ademais, a própria LEP não prevê a possibilidade de descontar coativamente da remuneração do preso o valor da contribuição previdenciária. Tal direito, dessa forma, somente poderá ser exercido por quem voluntariamente contribua quando existir a legislação específica (Mirabete, p. 122).
A respeito do auxílio-reclusão:
Art. 80. O auxílio-reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão por morte�, aos dependentes do segurado recolhido à prisão, que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, de aposentadoria ou de abono de permanência em serviço.
Parágrafo único. O requerimento do auxílio-reclusão deverá ser instruído com certidão do efetivo recolhimento à prisão, sendo obrigatória, para a manutenção do benefício, a apresentação de declaração de permanência na condição de presidiário.
constituição de pecúlio;
V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação;
exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena;
assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;
Ao egresso ainda deve ser disponibilizada a concessão de alojamento e alimentação pelo prazo de dois meses que pode ser prorrogado por uma vez caso comprovado o empenho na obtenção de emprego (art. 25 § único da LEP).
A lei ainda permite que a assistência médica necessária seja prestada em outro local quando o estabelecimento não estiver aparelhado. Tal autorização é de âmbito administrativo e cabe ao diretor do estabelecimento (art. 120 e parágrafo único) permitir essa saída. 
Em casos extremos e diante da comprovação de médico poderá ser concedido ao preso a prisão domiciliar para o tratamento (STJ, AGRHC 3408) Nem precisa que seja caso de urgência basta que o estabelecimento não esteja preparado. Nesse sentido é a jurisprudência do STJ. Poderá também contratar médico de sua confiança a fim de acompanhar o tratamento (art. 43 , da LEP)
O preso que cumpre a pena em regime semi-aberto pode obter autorização de saída, sem vigilância direta, na hipótese de freqüência a curso supletivo ou profissionalizante bem como de segundo grau ou superior, na comarca do juízo da execução (art. 122,II).
proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
É defeso ao integrante dos órgãos da execução penal, e ao servidor, a divulgação de ocorrência que perturbe a segurança e a disciplina dos estabelecimentos, bem como exponha o preso à inconveniente notoriedade, durante o cumprimento da pena (art. 198).
entrevista pessoal e reservada com o advogado;
visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;
As visitas evidentemente devem ser submetidas a revistas e busca pessoal rigorosa a fim de evitar a entrada de armas, drogas e demais objetos que possam comprometer a boa ordem. 
Questão complicada diz respeito a visita íntima pois segundo estudos a abstinência sexual por período prolongado pode desequilibrar a pessoa e favorece condutas inadequadas. Em alguns casos, estar-se-á permitindo autorizações de saída justamente para a visita íntima na linha do que já possibilitam outros países (México, Chile, Argentina, EUA, Espanha, etc.).
Todavia, quando os dois componentes do casal estão em regime fechado não se admite a autorização de saída pois estas somente são conferidas nos casos expressos do artigo 120 da LEP (RT 731/571). Nos locais em que concedida a possibilidade de visita íntima o melhor é estabelecer um local diverso da cela para que se mantenham as relações. 
chamamento nominal;
igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena;
audiência especial com o diretor do estabelecimento;
representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;
Isso garante o controle por parte do Poder Judiciário ou órgãos do Estado. Pode, pessoalmente, pleitear alguma pretensão ou reclamação. Pode impetrar HC, pedido de revisão ou de benefícios complementando-se posteriormente com a nomeação de defensor 
Tem fundamento inclusive constitucional (art. 5º, XXXIV, a).
contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes.
Uma das formas mais importantes para a comunicação do preso com o exterior é a correspondência com os familiares e demais amigos. Tais comunicações podem ser, excepcionalmente, interceptadas caso a segurança pública recomende segundo a jurisprudência do STF (HC 70814)
atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da autoridade judiciária competente. (Incluído pela Lei nº 10.713, de 2003)
Tem o preso o direito de ser intimado de todas as decisões judiciais que ensejam alteração de pena e pode a qualquer tempo requerer a certidão do tempo a cumprir. A modificação da lei foi profícua pois agora exige que, anualmente, o preso seja informado do tempo de pena a cumprir e independentemente de pedido.
Vale lembrar que a lista de direitos disposta no mencionado artigo não é exaustiva 
Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento.
Outras regras pertinentes
Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida de segurança, no que couber, o disposto nesta Seção.
É garantida a liberdade de contratar médico de confiança pessoal do internado ou do submetido a tratamento ambulatorial, por seus familiares ou dependentes, a fim de orientar e acompanhar o tratamento.
As divergências entre o médico oficial e o particular serão resolvidas pelo Juiz da execução.
Uso de Algemas – Súmula Vinculante n.º 11 do STF
SÓ É LÍCITO O USO DE ALGEMAS EM CASOS DE RESISTÊNCIA E DE FUNDADO RECEIO DE FUGA OU DE PERIGO À INTEGRIDADE FÍSICA PRÓPRIA OU ALHEIA, POR PARTE DO PRESO OUDE TERCEIROS, JUSTIFICADA A EXCEPCIONALIDADE POR ESCRITO, SOB PENA DE RESPONSABILIDADE DISCIPLINAR, CIVIL E PENAL DO AGENTE OU DA AUTORIDADE E DE NULIDADE DA PRISÃO OU DO ATO PROCESSUAL A QUE SE REFERE, SEM PREJUÍZO DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
O desrespeito a essas garantias tem reflexos de várias ordens, uma vez que pode ser enquadrada no crime de tortura (art. 1º, §§1º e 2º da Lei 9455/97) e também poderá gerar para o Estado a necessidade de reparação, pois, lembre-se: o preso está sob a custódia do Estado e é incumbência sua manter a integridade física e moral do preso. 
Assim, uma vez constatadas agressões praticadas por terceiro ou pelos próprios agentes penitenciários, o Estado, por força de previsão constitucional (artigo 37, §6º) responderá pelos danos causados (RTTJERGS 216/183) (Mirabete, p. 119) em face do caráter objetivo de sua responsabilização�. Outro ponto que causa discórdia na Doutrina é a responsabilidade do Estado no caso de crimes cometidos pelo preso foragido�.
Regras que o estabelecimento deve cumprir para garantia de tais direitos
Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho, recreação e prática esportiva.
§ 1º Haverá instalação destinada a estágio de estudantes universitários. (Renumerado pela Lei nº 9.046, de 1995)
§ 2o  Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde as condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis) meses de idade. (Redação dada pela Lei nº 11.942, de 2009)
§ 3o  Os estabelecimentos de que trata o § 2o deste artigo deverão possuir, exclusivamente, agentes do sexo feminino na segurança de suas dependências internas. (Incluído pela Lei nº 12.121, de 2009).
§ 4o  Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)
§ 5o  Haverá instalação destinada à Defensoria Pública. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
Trabalho do preso
Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Comentários:
Dever social e condição de dignidade humana.
Finalidade: educativa e produtiva.
Regras
Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções relativas à segurança e à higiene.
Não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho.
Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem expressão econômica, salvo nas regiões de turismo
Será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo.
A previsão constante nesse inciso é de duvidosa constitucionalidade, uma vez que é a Constituição Federal que estabelece em seu artigo 7º, inciso IV que entre os direitos dos trabalhadores está o salário mínimo.
O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender: a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não reparados por outros meios; b) à assistência à família; c) a pequenas despesas pessoais; d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores. E) será depositada a parte restante para constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado quando posto em liberdade.
As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serão remuneradas.
Como nas penas restritivas de direito, o trabalho tem a natureza de pena, não haverá que se falar em remuneração. 
A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) nem superior a 8 (oito) horas, com descanso nos domingos e feriados.
poderá ser gerenciado por fundação, ou empresa pública, com autonomia administrativa, e terá por objetivo a formação profissional do condenado.
incumbirá à entidade gerenciadora promover e supervisionar a produção, com critérios e métodos empresariais, encarregar-se de sua comercialização, bem como suportar despesas, inclusive pagamento de remuneração adequada. (Renumerado pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
Os órgãos da Administração Direta ou Indireta da União, Estados, Territórios, Distrito Federal e dos Municípios adquirirão, com dispensa de concorrência pública, os bens ou produtos do trabalho prisional, sempre que não for possível ou recomendável realizar-se a venda a particulares.
Todas as importâncias arrecadadas com as vendas reverterão em favor da fundação ou empresa pública a que alude o artigo anterior ou, na sua falta, do estabelecimento penal.
Remição 
Nova lei: 12.433/2011 – Art. 126 a 130 da LEP 
Quem pode obter a remição?
O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto.
O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da pena ou do período de prova.
hipóteses de prisão cautelar
O que leva a remição?
por trabalho ou
Deve ser a jornada completa, ou seja, de 06 a 08 horas.
por estudo
Não havia previsão legal expressa, mas consolidou-=se com a Súmula 341 do STJ.
As atividades de estudo poderão ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais competentes dos cursos frequentados.  (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
Como será a contagem?
1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011).
O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema de educação.(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
Conta-se como pena cumprida ou deduz-se da pena ainda a cumprir?
O tempo remido será computado como pena cumprida, para todos os efeitos (art. 128) 
Podem ser cumuladas?	
Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se compatibilizarem.  
E se o preso estiver impossibilitado?
O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição.
Quem declara o tempo a ser remido?
será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
O tempo remido pode ser revogado?
 Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço)� do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
Outras regras pertinentes:
A autoridade administrativa encaminhará mensalmente ao juízo da execução cópia do registro de todos os condenados que estejam trabalhando ou estudando, com informação dos dias de trabalho ou das horas de frequência escolar ou de atividades de ensino de cada um deles.  (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimento penal deverá comprovar mensalmente, por meio de declaração da respectiva unidade de ensino, a frequência e o aproveitamento escolar.       (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias remidos. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
Constitui o crime do artigo 299 do Código Penal declarar ou atestar falsamente prestação de serviço para fim de instruir pedido de remição.
Detração
 Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdadee na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
É comum acontecer que mesmo antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, o agente venha a ser preso provisoriamente. Hipóteses: Prisão em flagrante, prisão preventiva e prisão temporária.
Assim, se condenado, o período cumprido a título de prisão provisória será computado quando do cumprimento da pena.
Problema: Poderá o condenado ser beneficiado com a detração se a prisão cautelar foi decretada em processo pelo qual foi absolvido?
Rogério Greco: Se ele vinha respondendo a outros processos ao mesmo tempo, o período pelo ser levado em consideração em outro processo, por força do artigo 111 da LEP� que ordena que a definição do regime leve em conta a soma das penas impostas e não o seu cumprimento em separado.
E se os processos não tramitarem simultaneamente? Ou seja, se após ser absolvido em processo em que cumpriu prisão provisória acaba por cometer novo crime, 01 após a absolvição? Neste caso, não seria possível a detração, pois não se pode falar em espécie de conta corrente junto ao Estado. Em caso de prisão injusta, deve-se buscar os meios indenizatórios corriqueiros.
Outro critério: Que o crime em que se pleiteia a detração tenha ocorrido antes do crime pelo qual fora absolvido e preso (STJ: HC 178.894 e HC 155049)
Prisão administrativa não se confunde com a prisão civil imposta pelo descumprimento da obrigação alimentar.
A internação diz respeito ao período em até o primeiro exame de cessação de periculosidade.
A detração penal pode impactar no regime de cumprimento da pena imposto pelo Juiz do processo ou seria matéria de competência exclusiva do Juiz da Execução?
Art. 387 do CPP§ 2o  O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação, no Brasil ou no estrangeiro, será computado para fins de determinação do regime inicial de pena privativa de liberdade.  (Incluído pela Lei nº 12.736, de 2012).
Exemplo: Se condenado a pena de 9 anos cumprira pena provisória de 01 ano qual será o regime a ser aplicado?
Admite-se a detração no caso de pena restritiva de direitos (Art. 55 do CP), mas não se admite no caso de pena de multa.
Também não tem cabimento na hipótese de SURSIS, pois o período mínimo de prova é de 02 anos, bem como não tem impacto em relação ao prazo prescricional da pretensão punitiva (RHC 85026)
Prisão especial 
Art. 295.  Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da autoridade competente, quando sujeitos a prisão antes de condenação definitiva:
I - os ministros de Estado;
II – os governadores ou interventores de Estados, ou Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos secretários e chefes de Polícia;
II - os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polícia; (Redação dada pela Lei nº 3.181, de 11.6.1957)
III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das Assembléias Legislativas dos Estados;
IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito";
V - os oficiais das Forças Armadas e do Corpo de Bombeiros;
V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; (Redação dada pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
VI - os magistrados;
VII - os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República;
VIII - os ministros de confissão religiosa;
IX - os ministros do Tribunal de Contas;
X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado, salvo quando excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício daquela função;
XI - os guardas-civis dos Estados e Territórios, ativos ou inativos. (Incluído pela Lei nº 4.760, de 1965)
XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, ativos e inativos. (Redação dada pela Lei nº 5.126, de 20.9.1966)
§ 1o A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento em local distinto da prisão comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
§ 2o Não havendo estabelecimento específico para o preso especial, este será recolhido em cela distinta do mesmo estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
§ 3o A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo, atendidos os requisitos de salubridade do ambiente, pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequados à existência humana. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
§ 4o O preso especial não será transportado juntamente com o preso comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
§ 5o Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos do preso comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
Súmula 717 do STF: NÃO IMPEDE A PROGRESSÃO DE REGIME DE EXECUÇÃO DA PENA, FIXADA EM SENTENÇA NÃO TRANSITADA EM JULGADO, O FATO DE O RÉU SE ENCONTRAR EM PRISÃO ESPECIAL. 
A reforma introduzida no Código de Processo Penal pela Lei nº 10.258/2001 visou a eliminar privilégios injustificáveis em uma democracia e estabeleceu de maneira clara que a prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento do preso em local distinto da prisão comum (art. 295, § 1º). À falta de estabelecimento específico para o preso especial, este será recolhido em cela distinta do mesmo estabelecimento (art. 295, § 2 º). 3. Inobstante ainda aplicável a Lei nº 5.256/1967, que prevê a prisão domiciliar na ausência de estabelecimento próprio para a prisão especial, devem ser considerados os contornos da prisão especial introduzidos pela Lei nº 10.258/2001. 4. O Superior Tribunal de Justiça não examinou a questão da progressão de regime, a inviabilizar a análise do tema por esta Corte Suprema, sob pena de supressão de instância, em afronta às normas constitucionais de competência. Precedentes 5. Nos termos do art. 654 do CPP, “o habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público”. Na hipótese, clara a exordial subscrita pelo paciente e devidamente instruídos os autos, possibilitando a análise do pleito e tornando despicienda a remessa dos autos à Defensoria Pública. 6. Agravo regimental não provido.(HC 116233 AgR, Relator(a):  Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 25/06/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-166 DIVULG 23-08-2013 PUBLIC 26-08-2013) 
I – A superveniência do trânsito em julgado da condenação faz cessar o direito de policial militar ser recolhido em prisão especial, nos termos do art. 295 do Código de Processo Penal. II – Não logrou o impetrante demonstrar a existência de risco à incolumidade física do paciente, uma vez que o juízo da execução determinou seu recolhimento em cela separada dos demais presos. III - Ordem denegada.(HC 102020, Relator(a):  Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado em 23/11/2010, DJe-240 DIVULG 09-12-2010 PUBLIC 10-12-2010 EMENT VOL-02448-01 PP-00056 RTJ VOL-00219- PP-00487) 
Previsão específica no Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil
Art. 7º São direitos do advogado: V - não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, em prisão domiciliar; (Vide ADIN 1.127-8)�
2. PRISÃO ESPECIAL. Advogado. Prisão preventiva. Cumprimento. Estabelecimento com cela individual, higiene regular e condições de impedir contato com presos comuns. Suficiência. Falta, ademais, de contestação do paciente. Interpretação do art. 7º, V, da Lei nº 8.906/94 - Estatuto da Advocacia, à luz do princípio da igualdade. Constrangimento ilegal não caracterizado. HC denegado. Precedentes. Atende à prerrogativa profissional do advogadoser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, em cela individual, dotada de condições regulares de higiene, com instalações sanitárias satisfatórias, sem possibilidade de contato com presos comuns.(HC 93391, Relator(a):  Min. CEZAR PELUSO, Segunda Turma, julgado em 15/04/2008, DJe-083 DIVULG 08-05-2008 PUBLIC 09-05-2008 EMENT VOL-02318-03 PP-00452 RTJ VOL-00205-03 PP-01397) 
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Prática de falta grave 
DIREITO PENAL. PRÁTICA DE FALTA GRAVE E PROGRESSÃO DE REGIME. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. 8/2008-STJ).
A prática de falta grave interrompe o prazo para a progressão de regime, acarretando a modificação da data-base e o início de nova contagem do lapso necessário para o preenchimento do requisito objetivo. Precedentes citados: AgRg nos EREsp 1.238.177-SP, Terceira Seção, DJe 30/4/2013; e AgRg nos EREsp 1.197.895-RJ, Terceira Seção, DJe 19/12/2012. REsp 1.364.192-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 12/2/2014.
DIREITO PENAL. PRÁTICA DE FALTA GRAVE E LIVRAMENTO CONDICIONAL. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. 8/2008-STJ). A prática de falta grave não interrompe o prazo para a obtenção de livramento condicional. Aplica-se, nessa situação, o entendimento consagrado na Súmula 441 do STJ. REsp 1.364.192-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 12/2/2014.
DIREITO PENAL. PRÁTICA DE FALTA GRAVE, COMUTAÇÃO DE PENA E INDULTO. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. 8/2008-STJ).
A prática de falta grave não interrompe automaticamente o prazo necessário para a concessão de indulto ou de comutação de pena, devendo-se observar o cumprimento dos requisitos previstos no decreto presidencial pelo qual foram instituídos.Precedentes citados: AgRg no HC 275.754-RS, Quinta Turma, DJe 9/10/2013; e AgRg no AREsp 199.014-SP, Sexta Turma, DJe 28/10/2013. REsp 1.364.192-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 12/2/2014.
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MÓDULO VI FIXAÇÃO, PROGRESSÃO E REGRESSÃO DE REGIME
Forma de fixação de regime
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        § 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;
        b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.
 § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
        b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
        c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
        § 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        § 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
Progressão de regime
Redação originária
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva, com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo Juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos 1/6 (um sexto) da pena no regime anterior e seu mérito indicar a progressão.
Parágrafo único. A decisão será motivada e precedida de parecer da Comissão Técnica de Classificação e do exame criminológico, quando necessário.
Redação Atual
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
Crimes hediondos
Previsão constitucional
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
Lei 8.072/90
Redação original
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:
I - anistia, graça e indulto;
II - fiança e liberdade provisória.
§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida integralmente em regime fechado.
Decisão primeira do STF
EMENTA: - CONSTITUCIONAL. PENAL. PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL. CRIME HEDIONDO. REGIME FECHADO. LEI 8.072/90, ART. 2º, § 1º. CONSTITUCIONALIDADE. I. - A pena por crime previsto no art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90 (crime hediondo) deverá ser cumprida em regime fechado. Inocorrência de inconstitucionalidade. C.F., art. 5º, XLIII. Precedentes do STF: HC 69.657/SP, Rezek, RTJ 147/598; HC 69.603/SP, Brossard, RTJ 146/611; HC 69.377/MG, Velloso, "DJ" de 16.4.93; HC 76.991/MG, Velloso, "DJ" de 14.8.98; HC 81.421/SP, Néri, "DJ" de 15.3.02; HC 84.422/RS, Joaquim Barbosa, Relator para acórdão, julgado em 14.12.2004. II. - Agravo não provido.(RE 405814 AgR, Relator(a):  Min. CARLOS VELLOSO, Segunda Turma, julgado em 02/08/2005, DJ 26-08-2005 PP-00059 EMENT VOL-02202-04 PP-00775) 
Decisão atual do STF
PENA - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSÃO - RAZÃO DE SER. A progressão no regime de cumprimento da pena, nas espécies fechado, semi-aberto e aberto, tem como razão maior a ressocialização do preso que, mais dia ou menos dia, voltará ao convívio social. PENA - CRIMES HEDIONDOS - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSÃO - ÓBICE - ARTIGO 2º, § 1º, DA LEI Nº 8.072/90 - INCONSTITUCIONALIDADE - EVOLUÇÃO JURISPRUDENCIAL. Conflita com a garantia da individualização da pena - artigo 5º, inciso XLVI, da Constituição Federal - a imposição, mediante norma, do cumprimento da pena em regime integralmente fechado. Nova inteligência do princípio da individualização da pena, em evolução jurisprudencial, assentada a inconstitucionalidade do artigo 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90.(HC 82959, Relator(a):  Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 23/02/2006, DJ 01-09-2006 PP-00018 EMENT VOL-02245-03 PP-00510 RTJ VOL-00200-02 PP-00795) 
Redação Atual 
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:
I - anistia, graça e indulto;
II - fiança.       (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
§ 1o  A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado.      (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
§ 2o  A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
Retroatividade
RE - 630733: A exigência de cumprimento de um sexto da pena para a progressão de regime se aplica a crimes hediondos praticados antes da vigência da Lei 11.464/2007, que, ao alterar a redação do art. 2º da Lei 8.072/90, exigiria o cumprimento de dois quintos

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