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Roteiro

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Profª Dra. Graça Amaro
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Definição
 
Forma escrita de qualquer projeto audiovisual – Doc Comparato
 
História contada em imagens, diálogo e descrição, dentro do contexto de uma estrutura dramática - Syd Field
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 Roteiro deve possuir três aspectos:
Logos – palavra, discurso, a organização verbal de um roteiro, sua estrutura geral.
Pathos – é o drama, o dramático de uma história humana. È a vida em ação, o conflito cotidiano que gera acontecimentos.
Ethos- é a ética, a moral, o significado último da história, as suas implicações sociais, políticas, existenciais e anímicas (relacionado à alma). O ethos é aquilo que se quer dizer, a razão pela qual se escreve. 
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Primeiro passo de um roteiro:
Tema, 
 ideia, 
definição dos personagens, 
estrutura do primeiro, segundo e terceiro atos.
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  Há seis etapas para se chegar ao roteiro final: 
  Ideia,
 Conflito, 
Personagens, 
Ação dramática, 
Tempo dramático 
Unidade dramática
 
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1.IDEIA
 Um roteiro inicia-se por uma idéia, por um fato, de um acontecimento, provocando no escritor a vontade de relatar
 
 a.Ideia selecionada – este tipo de idéia provém da nossa memória ou vivência pessoal como quando sonhamos. Tem
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 b.Ideia verbalizada- é a que surge daquilo que alguém nos conta, um caso, um comentário, um pedaço de história que ouvimos em algum lugar. É uma idéia que nasce de algo que captamos nos ambiente em que nos rodeia.
 c.Ideia lida – é aquela que segundo Herman denomina-se “idéia grátis”, que encontramos no jornal, numa revista, num livro, ou até num folheto. Os jornais e revistas são excelentes.
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d.Ideia transformada – é basicamente uma idéia que nasce de uma ficção, de um filme, de um livro, de uma obra de teatro etc.
 Entre roteiristas costumamos dizer que “um autor amador copia, ao passo que um autor profissional rouba e transforma”.
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 e.Ideia proposta – é idéia que nos é encomendada. Um produtor propõe-nos um roteiro sobre a história de algum herói nacional, um filme educativo, uma publicidade... A obra por encomenda é um desafio que pode se transformar numa tarefa apaixonante.
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 f. Ideia procurada – é a que encontramos por meio de um estudo feito para saber qual é o tipo de filme que o mercado quer. A idéia procurada ocupa um vazio no mercado. 
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2. CONFLITO
Designa a confrontação entre forças e personagens através da qual a ação se organiza e se vai desenvolvendo até o final.
O Conflito é cerne, é a essência do drama
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Etimologicamente o drama significa AÇÃO.
Sem conflito, sem ação, não existe drama.
O ser humano – ser dialético
Antagonismo
Contradições 
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O conflito é o espelho de sua vida na relação com os outros, com o mundo e com ele mesmo.
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A idéia audiovisual e dramática deve ser definida através de conflito essencial, denominado CONFLITO MATRIZ, que deve ser concretizado através de palavras, mesmo sendo algo abstrato.
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Classificação do Conflito
Personagem pode estar em conflito com uma Força humana (ação corporal)
Personagem pode estar em conflito com uma Força não-humana (todos os filmes de catastrofe)
Personagem pode estar em conflito com uma Força interna (filmes psicológicos)
 
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Ser humano x Ser Humano
Ser humano x força da natureza
Ser humano x ele próprio
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Story Line
 A condensação do conflito básico cristalizado em palavras. É o fio, os fundamentos da trama. 
 Uma story line deve ser breve, concisa e eficaz. Não deve ultrapassar as cinco linhas, e através dela devemos ficar com noção daquilo que vamos contar. O conflito básico apresenta-se por meio da story line.
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O que a Story line deve ter:
Apresentação do conflito – alguma coisa acontece
Desenvolvimento do conflito – alguma coisa deve ser feita
Solução do conflito – alguma coisa se faz
Tem que corresponder aos momentos da narrativa tradicional:
 
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Tem que corresponder aos momentos da narrativa tradicional:
 Exposição;
Enredo (ou enredos desenvolvidos)
Desenlace
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São o três pontos básicos da história:
O conceito de Story line pode interligar-se com o termo “Plot Principal”.
Plot- significa o enredo, o núcleo, a espinha dorsal da história
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Fazer uma story line pode parecer tarefa muito difícil, mas na realidade é um processo mental muito fácil . Doc Comparato.
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Exemplo de Story line
 Uma storyline de Hamlet, de Shakespeare:
 “Era uma vez um príncipe cujo o pai, o rei, foi assassinado pelo próprio irmão com o fim de usurpar o trono. Esse crime conduziu o jovem a crise existencial, que desembocou numa onda de mortes, incluindo a sua”.
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Outro exemplo:
 Por Grahan Greene
Ideia: Fui ao enterro do meu amigo. Três dias depois ela passeava pelas ruas de Nova York.
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Sobre Story line:
Quando uma pessoa sai do cinema ou teatro, ela é capaz de contar em poucas palavras o Conflito Básico da história.
O processo de criação da Story line é esse mesmo, só que ao contrário: contar o resumo de uma história que ainda não existe.
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Story line
“Jack foi ao enterro de seu amigo em Viena. Não se resigna, investiga e acaba descobrindo que seu amigo não morreu; está vivo e encenou seu próprio enterro porque era procurado pela polícia. Descoberto pela curiosidade de Jack, o amigo é abatido pelas balas da polícia”.
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3. PERSONAGENS
Este é o momento de pensar em quem vai ser o conflito básico.
Conforme uma personagem se move desde a motivação até o objetivo, algo que tem de suceder no processo. 
Uma personagem bem desenhada ganha amiúde com sua participação no argumento.
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Temporalidade – informa a data em que a história acontece (quando)
Localização – indica em que lugar decorre a história (onde) e características.
Perfil dos personagens – pode ser a personagem ou grupo de pessoas (quem )
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O decurso da ação dramática – a ação dramática é o conjunto de acontecimentos interelacionados que irão resolvendo através das personagens até o desfecho final (qual)
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Desenvolvimento de uma personagem
O desenvolvimento de uma personagem faz-se através da elaboração do argumento ou sinopse. 
Nesse momento começa-se a desenhar a personagem e localizar a história no tempo e no espaço.
Na sinopse é fundamental a descrição do caráter das personagens principais.
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4. AÇÃO DRAMÁTICA 
É a maneira como se vai contar o conflito básico, vivido por aqueles seres chamados personagens.
O como consiste em desenvolver a ação dramática através de um ou vários plots e procurar a maneira mais harmoniosa e emocionante de contar uma história.
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Ao que, quem, onde e quando, juntando então o como. 
De que maneira conta-se a história – isto chama-se ação dramática (estrutura).
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Para trabalhar na ação dramática, somos obrigados a construir uma estrutura.
A estrutura é um dos fundamentos do roteiro e a tarefa de maior criatividade exige do roteirista.
 
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O filme ou telefilme acabados são estruturados em sequências.
As sequências organizam-se segundo uma unidade de ação, narrativamente imprecisa, composta por cenas, determinadas pelas alterações do espaço e a participação das personagens.
A estrutura será, na prática, a fragmentação do argumento em cenas. Mas ainda assim estamos unicamente fazendo uma descrição de cada cena.
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Classicamente, costumou-se dizer que um filme é constituído de sequências – unidades menores dentros dele, marcadas por sua função dramática e/ ou pela posição na narrativa.
Cada sequência seria constituída de cenas – cada uma dotadas de unidade espaço-temporal
Portanto há uma decupagem do filmes/ vídeo em planos.
O plano corresponde a cada tomada de cena
 Ismail Xavier
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5. TEMPO DRAMÁTICO
Podemos dizer que dentro de uma cena se desenvolve uma ação dramática. Esta decorre num determinado tempo. Podendo ser lento, rápido, ágil etc.
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Quanto tempo terá a cena. Coloca-se os diálogos nas cenas e, através deles começamos a dar ao trabalho uma forma de roteiro. Nesta etapa completa-se a estrutura do diálogo. 
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Cada cena terá seu tempo dramático e a sua função dramática. Coloca-se as emoções, a personalidade e os problemas de cada personagem. É o primeiro rascunho do roteiro. 
As personagens desenvolvem-se – quem é quem, como e por quê – falam – há diálogos.
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6. UNIDADE DRAMÁTICA
Chegados a este ponto, o roteiro deve estar pronto para ser filmado ou gravado. Se trata de um roteiro de filme, podendo chamar-lhe screenplay ou TV script.
Aqui o diretor vai trabalhar com a unidade dramática do roteiro, isto é, com as cenas.
 Cena- é a unidade dramática de um roteiro. Também se denomina subdivisão da obra, divisão do ato, ou divisão da ação. 
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Em resumo, escrever um roteiro é fazer constantemente perguntas.
Que (conflito)
Quem (personagem)
Quando (temporalidade)
Onde (localização)
Qual (ação dramática)
Como (estrutura)
Quanto (em que quantidade de tempo vai ocorrer)
 
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ESTRUTURA DRAMÁTICA CLÁSSICA	
 PRIMEIRO ATO
 
Exposição do problema
Situação desestabilizadora
Uma promessa, uma expectativa 
Antecipação do problema
APARECE O CONFLITO
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SEGUNDO ATO
 Complicação do problema
Piorar a situação
Tentativa da normalização, levando a ação ao limite
CRISE
 
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TERCEIRO ATO
Clímax (ou alteração da expectativas)
RESOLUÇÃO.
 
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CURVA DRAMÁTICA
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FORMA FÍSICA DO ROTEIRO
 PRIMEIRO TIPO 
SEQÜÊNCIAS/CENAS - DESCRIÇÃO SUMÁRIA DA AÇÃO - IDENTIFICAÇÃO DA CENA(INTERIOR/EXTERIOR) – FASE DO DIA -HORÁRIO (DIA/NOITE) 
Em caixa alta, maiúsculas. As seqüências/cenas precisam ser enumeradas. Deve se esclarecer onde a ação se passa, a fase do dia (dia /noite)
 
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No lado esquerdo
O número da cena
A identificação da cena (exterior/interior, lugar, dia ou noite)
A descrição sumária da ação (conduta da personagem, aparência
Indicações do movimento de câmera (planos)
Indicação de ambientação geral da cena.
 
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No lado direito
Escreve-se o diálogo, o nome dos personagens e as atitudes de expressão.
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EXEMPLOS – PRIMEIRO TIPO
 
 CENA 1 – PRAÇA DO CORETO – EXTERNA – DIA
 É uma praça pequena, velha e suja de uma cidade de interior. A cidade está localizada em um município praiano. No coreto só algumas crianças brincam e outras jogam bola na praça. 
 CENA 2 - QUARTO DE JOANA – INTERNA - DI 
 Dona Joana, mãe de uma das crianças, observa o jogo de bola.... 
 
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Segundo Tipo
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TERCEIRO TIPO
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 QUARTO TIPO 
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.roteirodecinema.com.br/roteiros/televisao.htm
BOSS, Hugo. Como formatar o seu roteiro: um pequeno guia para Master Scenes. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2002.
COMPARATO, Doc. Da Criação ao roteiro. Rio de Janeiro: Rocco, 1995.
FIELD, Syd. Manual do Roteiro. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
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HOWARD, David. Teoria e prática do roteiro. São Paulo: Globo, 1996.
XAVIER, Ismail. A experiência do Cinema. Rio de Janeiro: Gral-Embrafilme, 1983.
__________O Discurso Cinematográfico: a opacidade e transparência. 3ª edição. São Paulo: Paz e Terra.2205
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FIELD, Syd. Como resolver problemas de roteiro. Rio de Janeiro: objetiva, 1996.
__________Manual do roteiro. Rio de Janeiro: Objetiva,1994.
__________Os exercícios do roteirista. Rio de Janeiro:Objetiva, 1996.
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__________Os exercícios do roteirista. Rio de Janeiro:Objetiva, 1996.
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