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RESUMO DE TEORIA GERAL DO PROCESSO 1 GQ - ZEFERINO

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TEORIA GERAL DO PROCESSO – 1GQ
Marília Couceiro – 2018.2
PRETENSÃO INSATISFEITA
É o momento cronológico imediatamente antecedente ao possível início do processo
Direito como processo natural/imanente da sociedade a fim de estabilizar as relações, definindo o comportamento perante outros
O Direito é um processo de estabilização social
Primeira ordem de tutela jurídica: normatização da conduta
Segunda ordem: garantir a autoridade das normas postas
Antigamente: autotutela
O detentor do Direito usava a força para resolver o conflito
Justiça de mão própria
Atualmente
O Estado cumpre esse papel através do processo
Interesse (judicialmente protegido)
Elemento inicial do conflito
Conflito
Subjetivo: não preocupa o Direito, pois não afeta a ordem social
Intersubjetivo: entre pessoas, convergência de interesses
Tutela jurídica
Assegura a autoridade da pauta de conduta exigível
Direito subjetivo – pretensão – ação
Direito subjetivo: posição favorável que um sujeito tem na obrigação (credor)
Pretensão
No sentido estático: faculdade do titular de um direito subjetivo de exigir que o outro atenda seu interesse juridicamente protegido
No sentido dinâmico: o exercício dessa faculdade
Obs: o que se extingue com a prescrição é o direito subjetivo, não a pretensão
Ação: possibilidade de atuar para realizar a pretensão independentemente da cooperação do obrigado
Surge o processo quando a pretensão é insatisfeita devido a:
Contestação ou resistência do obrigado
Veto jurídico à satisfação extrajudicial
Lide = conflito de interesses qualificado por uma pretensão insatisfeita
EVOLUÇÃO DOS MODOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS
Inicialmente, a autotutela e a autocomposição eram as únicas formas de solucionar os conflitos
A arbitragem foi o primeiro modo imparcial que surgiu, sendo o árbitro escolhido livremente pelas partes 
O papel de árbitro era confiado aos sacerdotes ou aos anciãos
O Estado foi se afirmando e absorveu o poder de ditar soluções para os conflitos
Arbitragem facultativa
Em Roma, os cidadãos poderiam comparer perante o pretor e se comprometer a aceitar o que fosse decidido (esse compromisso é chamado litiscontestatio)
Em seguida, escolhiam um árbitro de sua confiança, que recebia do pretor o encargo de decidir a causa
Com a vedação da autotutela, a arbitragem passou a ser obrigatória
O fortalecimento do Estado aumentou sua atuação nessa esfera, conquistando o poder de nomear o árbitro
O legislador surgiu com a necessidade de existir um padrão para decisão do árbitro, pois sua falta gerava instabilidade
Os pretores passaram a publicar editos, normas gerais e abstratas que deveriam ser aplicadas a casos concretos futuros
O pretor passou a conhecer o mérito dos litígios, inclusive proferindo sentença
Jurisdição: atividade mediante a qual os juízes estatais examinam as pretensões e resolvem os conflitos
O poder jurisdicional e o monopólio do Direito só ocorrem quando o Estado tem a capacidade de cognição e execução da decisão
MODO DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS 
Autotutela
Conceito
Realizar de mão própria, para fazer valer a autoridade do direito objetivo, ato material de satisfação da pretensão de que é titular
Fundamentada na asseguração da autoridade do direito objetivo
Reprovabilidade
Alcalá-Zamora: realização da justiça de modo aleatório (não se sabe quando vai se realizar ou não) e precário (ineficiente)
Pontes de Miranda: perigosa para os mais fracos, ineficiente contra os mais fortes e perturbadora da ordem entre os de igual força
Só é o sistema predominante em sociedades primitivas ou em situações de ocasional regressão social (ex: guerra civil ou calamidade pública)
Características:
Ausência de um terceiro
Autoridade do próprio titular da pretensão
Imposição da decisão de uma das partes à outra
Atualmente
O Estado não é onipresente e não se pode confiar no altruísmo alheio para autocomposição 
Situações em que ainda é permitida:
Se a lei expressamente autorizar
Ex: CC - Art. 249, parágrafo único; Art. 1210, §1º
Ainda que a lei não autorize, desde que atendidos certos pressupostos:
Que não haja juiz estatal aquém recorrer
Se a espera pelo juiz estatal causar necessariamente um dano gravo e irreparável ou de difícil reparação
Que a medida empregada pelo autotutelando seja consentânea com o direito ( medida justa, que o próprio juiz daria)
Deve-se realizar a JUSTIÇA de mão própria, não sua mera vontade
A realização da autotutela não faz coisa julgada, ainda que implementada de acordo com o Direito
Quem pratica não precisa levar o caso para ser homologado, mas quem se sente prejudicado pode levar o caso à revisão judicial
Não existe “autotutela ilícita”. Caso não sejam atendidos os pressupostos, configura-se ilicitude incriminada (art. 345, CP), não autotutela
Autotutela x autodefesa
Muitos doutrinadores consideram sinônimos, mas não são
A autotutela repara um direito já violado, enquanto a autodefesa tem caráter preventivo, agindo para evitar que a agressão se consuma 
Legitima defesa e estado de natureza são autodefesas, atos de evitamento
A semelhança entre elas, segundo Pontes de Miranda, é que ambas são situações em que há pré-exclusão da contrariedade ao Direito, da ilicitude
“X é ilícito, mas não se for na situação Y”
Um ilícito exclui o outro 
Coisas que são confundidas com autodefesa e autotutela, mas não são nenhum dos dois:
Greve – é a reinvindicação de novos direitos ou novos conteúdos ou pedido para que direitos já existentes sejam cumpridos (no último caso, deve-se entrar com uma ação)
Prisão em flagrante – o particular age em nome do Estado – exercício do poder de polícia
Pátrio poder
Cortar galhos e raízes que “invadem” sua propriedade – apenas o exercício regular do direito (de propriedade), ainda que cause danos
Autocomposição
Contemporânea da autotutela
“Enquanto a autotutela é impulsiva e egoísta, a autocomposição é altruísta e reflexiva”
Modalidades
Unilateral:
Renúncia: abdicação do titular da pretensão (abre mão)
Submissão: reconhecimento/adesão por parte do obrigado
Bilateral:
Transação: concessões recíprocas 
Características
Só incide sobre direitos disponíveis (que o titular tem livre disposição por ato de vontade)
Não afeta o modo de vida da pessoa (ex: vida, liberdade)
Só diz respeito à cognição, ao acertamento do Direito, não à execução 
É persistente, podendo ser exercido mesmo se já instaurado processo judicial ou arbitral em torno do conflito
É prevalecente, pois a autoridade do juiz ou do árbitro não pode impedir o seu exercício pelos conflitantes
Não constitui ultraje ao monopólio estatal, pois também contribui para a pacificação social, mesmo que dela resulte uma solução que não decorra da incidência da lei
Modo ideal de solução de conflito (salvo vícios de vontade)
Tem mais autoridade/poder para resolver o conflito, pois o juiz/arbitro não está limitado pela lei (podendo resolver por equidade) e as partes estão livres para decidir
O índice de cumprimento é muito maior do que quando a decisão é imposta por terceiros
As partes conhecem, melhor que ninguém, as circunstâncias do caso e as possibilidades de solução
Conciliação e mediação são técnicas para atingir a autocomposição
Mediação
Visa melhorar a comunicação e aproximar as partes
Esclarece as implicações de cada lado e do conflito
No máximo pode sugerir uma solução
Conciliação
Persuasão
Tenta convencer os conflitantes a resolverem o conflito por autocomposição
Prestígio à autocomposição pelo Direito Brasileiro
Resgate do juiz de paz pela CF 88, que existia na constituição imperial
Cidadão eleito para realizar casamentos e conciliações extrajudiciais
Processos trabalhistas
Antes e depois da instrução o juiz deve propor a conciliação, sob pena de nulidade
Comissões Prévias de Conciliação – obrigatórias em casos trabalhistas. Caso não seja exitosa, o trabalhador receberá o termo de frustação, com o qual poderá entrar com a reclamação trabalhista
Juizados cíveis – audiência preliminar de conciliação 
Pequenas causas– até 20 salários mínimos
Especiais – até 40 salários mínimos
Juizados criminais – reparação do dano e extinção da punibilidade, suspensão condicional do processo e transação penal
Lei da arbitragem (Lei 9307/96 – arts. 7º, §2º e 21, §4º) – no início do processo, o juiz e o árbitro deverão tentar a conciliação 
Arbitragem 
Não é sinônimo de arbitramento
Parecer de avaliação feita por perito de valor de bens, danos
Características
Imparcial – autoridade de terceiro
Realiza apenas a cognição, não a execução
É informal, visando a celeridade
Sigilo
Positivo: permite que as partes saiam do conflito com a imagem preservada
Negativo: pode subtrair da comunidade uma questão de interesse público
Incide apenas sobre conflitos relativos a direitos disponíveis
É um instituto complexo, sendo um verdadeiro sistema de julgamento
Elementos estruturais:
Cláusula compromissória
Pacto adjeto – é acidental/ocasional do contrato
Os contratantes se comprometem a resolver qualquer conflito relativo ao contrato apenas por arbitragem
Não tem o poder de afastar a jurisdição estatal, mas quem quebrou a cláusula vai responder por perdas e danos
Princípio da inafastabilidade da jurisdição estatal
Compromisso arbitral
Negócio jurídico pelo qual os conflitantes submetem um conflito já instalado à arbitragem
Contrato de aceitação (receptum)
Negócio entre árbitro(s) e conflitantes
O número de árbitros precisa ser impar
Processo arbitral
Sequência de atos conexos e consequentes com o fim de fazer o acertamento do direito, marcado pela informalidade a fim de garantir celeridade
Materialização dos atos necessários ao desenvolvimento da arbitragem
É informal, sem etapas pré-definidas em lei
A lei preceitua apenas um “mínimo formal” buscando assegurar a efetividade da arbitragem e o respeito aos princípios processuais fundamentais
Sentença arbitral
Pronunciamento/acertamento final do árbitro
Não é um mero parecer/laudo, mas uma decisão
O árbitro tem cognição integral, sendo a decisão vinculativa para as partes
Decide sobre os fatos e sobre o Direito
Pode ser submetida à homologação, mas não a recurso
Modalidades
Quanto à fonte do Direito:
De Direito: segundo o Direito objetivo vigente
De Equidade: não está adstrito à legalidade, seguindo a discricionariedade. É a busca da justiça no caso concreto
Quanto à autonomia da vontade
Facultativa: de livre opção dos conflitantes, sendo uma alternativa à jurisdição estatal
Obrigatória: não existe no Brasil devido ao princípio da inafastabilidade da Jurisdição, que é uma cláusula pétrea
Fundamentos para o uso da arbitragem
Forma alternativa de solução de conflitos
Sigilo
Celeridade
Custo-benefício: mesmo se for mais cara, a celeridade compensa
Possibilidade de escolha de árbitro especializado na área do conflito
Prática internacional e adoção por inúmeros países, sobretudo quando se trata do comércio internacional
Superação da diversidade dos tratamentos internacionais ao mesmo conflito 
O PROCESSO E O DIREITO PROCESSUAL
Tipos de norma
Norma substancial (material)
Rege diretamente a vida subjetiva
Primeira ordem de tutela jurídica – normatização da conduta
Ex: Direito Civil, Penal, Tributário...
Norma instrumental
Processual
Segunda ordem de tutela jurídica – assegura a autoridade das normas substanciais
É um instrumento a serviço do direito material, visando a paz social
Regula os autos do processo e as relações entre seus sujeitos (autor, juiz e réu) 
De sobredireito
Normas sobre normas
Do processo legislativo
Sobre a interpretação, a vigência e o conflito de normas
Ex: LINDB
Funções jurídicas básicas do Estado: legislação e jurisdição 
Função jurídica do Estado
Necessidade de fazer do processo um meio efetivo para realização da justiça
As relações intersubjetivas são reguladas através de duas ordens de atividades: 
Legislação
Estabelece normas genéricas e abstratas que devem reger as mais variadas relações
Ditam os modelos de conduta desejada e reprovada
Jurisdição estatal
Busca a realização pratica das normas
Declara qual é o preceito pertinente em cada caso (processo de conhecimento) e a medida para que esse preceito seja realmente efetivado (processo de execução)
Dualismo – Giuseppe Chiovenda
Dicotomia entre legislação e jurisdição (direito material e direito processual)
O direito material dita as regras abstratas que se tornam concretas no momento em que ocorre o fato enquadrado, sem qualquer participação do juiz
O processo visa apenas à atuação, ou seja, a realização prática da vontade do direito
É apenas o reconhecimento da incidência da lei no fato concreto
O juiz não tem poder criativo 
Essa posição é predominante no Brasil
Unitarismo – Francesco Carnelutti
Relação de continuidade/complementaridade entre legislação e jurisdição
O direito material não tem condições de disciplinar todos os conflitos de interesses que poderão surgir
Daí surge a necessidade do processo para complementar os comandos da lei
O juiz realiza a “composição da lide”
O processo participa da criação de direitos subjetivos e obrigações, que só nascem efetivamente através da sentença
DIREITO PROCESSUAL CONSTITUCIONAL
Não é um ramo do Direito Processual, apenas um corte metodológico
O neoconstitucionalismo diz respeito a uma Constituição efetiva imediata e plenamente
Previsão de ações para garantir sua própria efetividade
Tutela constitucional dos princípios fundamentais
Da organização judiciária
Autogoverno da Magistratura
O Poder Judiciário tem orçamento próprio o qual ele mesmo administra, administra seus servidores os órgãos judiciários só podem ser criados, modificados ou extintos através de lei por iniciativa do próprio Judiciário... 
Essa independência é o que garante a imparcialidade do juiz
Garantias dos Magistrados
Vitaliciedade: após dois anos de exercício, só podendo perder o cargo por sentença transitada em julgado
Inamovibilidade: salvo por motivo de interesse público, só podendo, inclusive, ser promovido ou transferido se quiser
Irredutibilidade dos subsídios 
Do processo
Inafastabilidade da jurisdição, contraditório e ampla defesa, presunção de inocência, vedação de provas ilícitas...
Jurisdição constitucional
A Constituição utiliza a própria jurisdição estatal para garantir sua eficácia plena
Controle de constitucionalidade
Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn), Ação de Constitucionalidade (AC), Mandado de Segurança, Ação Popular
Das liberdades
Habeas corpos, habeas data, mandado de injunção 
PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL
Princípios informativos
Lógico
Seleção de meios eficazes e rápidos de procurar a verdade e evitar o erro
Jurídico
Igualdade no processo e justiça na decisão
Político	
Máximo de garantia social com o mínimo de sacrifício individual da liberdade
Econômico
Processo acessível em custo e duração
Rui Portanova introduz dois outros princípios:
Instrumental
Preocupação com a plena potencialização da instrumentalidade
O processo deve atingir o escopo pessoal, político e jurídico 
Efetivo
Processo como uma estrutura para realizar efetivamente os direitos materiais
Princípios gerais
São universalmente aceitos
Tendência centrípeta da uniformização
Imparcialidade do juiz
Juiz com ausência de pré-disposição para favorecer qualquer uma das partes e que não tenha a sua esfera pessoal afetada pela decisão que vai proclamar 
Gênese da heteronomia: terceiro imparcial que julga o conflito
As garantias dos magistrados possibilitam a concretização deste princípio
Juiz natural
Imparcial
Investido segundo normas pré-estabelecidas
Competente para o caso concreto, também segundo normas pré-estabelecidas
Proteção contra os tribunais de exceção 
Criados após a ocorrência do fato para julgar determinada pessoa
Igualdade das partes
Ambas as partes têm as mesmas oportunidades e os mesmos instrumentos de fazerem suas alegações e produzirem suas provas
Igualdade formal
Tratar todos de maneira igual
Não tem efetividade quando as partes já são materialmentedesiguais, pois não causa o nivelamento delas
Igualdade substancial
Tratar os iguais de maneira igual e os desiguais de maneira desigual, na medida dessa desigualdade
Visa suprir as diferenças
Garante “paridade em armas” das partes
Ex:
Presunção de inocência e possibilidade de recursos criminais apenas por parte da defesa
Proteção do consumidor 
Contraditório
Diz respeito a ambas as partes
Bilateralidade da audiência
Informação
Citação: dá ciência da instauração do processo
Intimação: dá ciência sobre os atos do processo, podendo conter o comando de fazer ou deixar de fazer alguma coisa
É chamada de notificação pela CLT e pela lei do Mandado de Segurança
Critério de reação através da oportunidade da manifestação ou recurso
Não há direito ao contraditório durante o inquérito criminal, só após apresentada denúncia a juiz competente
Ampla defesa
Apenas do réu
Possibilidade de sustentar, diante do juiz, sua versão dos fatos e sua avaliação da situação jurídica
Esse direito só pode ser negado quando estritamente indispensável à tramitação e o encerramento do processo em tempo razoável
A defesa deve ser técnica, ou sejam realizada por um profissional habilitado, por um advogado
Esse direito abrange o direito ao silêncio para não se autoincriminar
Ação (demanda)
Provoca o exercício da função jurisdicional
A jurisdição é inerte
É o direito de ativar os órgãos jurisdicionais visando à satisfação de uma pretensão 
Processo inquisitivo
O juiz instaurava o processo por iniciativa própria
Faltava imparcialidade do juiz que, mesmo inconscientemente, tentava julgar justificando seu ato de instauração do processo
Processo acusatório (penal) e de ação (cível)
Cabe aos interessados a iniciativa de provocar a jurisdição, iniciando o processo
É o sistema adotado no Brasil
“Não há juiz sem autor”
Princípio da adstrição/congruência entre sentença e demanda
O juiz não pode tomar uma decisão além ou diferente do que foi pedido
Disponibilidade e indisponibilidade
Disponibilidade
Liberdade do titular da pretensão de propô-la ou não em juízo e desistir ou não da demanda
Normalmente apresenta caráter patrimonial
É quase absoluto na esfera cível
Indisponibilidade
Pretensão punitiva do Estado, que tem a obrigatoriedade de propor a demanda
Lesão ao interesse coletivo
Dever do Estado de punir para restaurar a ordem jurídica violada
Vedação da desistência
Ex: direitos da personalidade (vida, liberdade, integridade física)
Princípio dispositivo
A iniciativa das alegações e das provas deve ser das partes
Tratando-se de direitos disponíveis, o juiz pode se contentar com a verdade formal
Prevalece no processo civil
Em processos penais, o juiz só se contentará com a verdade formal quando não tiver meios para assegurar a verdade real
Princípio de livre investigação das provas
O juiz tem plena liberdade para investigação para obter a verdade real
Juiz tem o dever de zelar para apuração da verdade e celeridade processual
Tem que ser um juiz participativo, dinâmico, ativo no processo
Interesse público prevalece
Processos penais, de família, infortunísticas...
Tendência publicista que abandona o rigor do princípio dispositivo
Princípio do impulso oficial
Uma vez instaurado o processo, compete ao juiz dar-lhe andamento, fase por fase, até o seu desfecho
A inercia da jurisdição só diz respeito à instauração do processo, não às demais fases
O juiz não depende das partes para conduzi-lo ao seu objetivo final em prazo razoável
O processo deve ser célere, conforme necessidade do prazo razoável, assegurado pela Constituição
Preclusão
Perda da faculdade/poder de praticar um ato no processo
Causas:
Decurso do prazo assinalado
Prática anterior incompatível com aquele que se pretende praticar
Já ter praticado o ato em questão, não podendo renová-lo ou refazê-lo 
Exceções:
Comprovada ocorrência de razão de força maior
Matéria de ordem pública, que pode ser discutida a qualquer tempo
Princípio da oralidade
Os atos processuais devem ser praticados oralmente, sempre que possível
Sempre documentados 
Vantagens:
Juiz tem contato direito/imediato com os demais sujeitos do processo
Identidade física entre o juiz que colheu a prova e aquele que vai julgar a questão
Concentração dos atos processais
Com isso, há eliminação do recurso intermediários
Economia processual devido à celeridade
Princípio do livre convencimento
Também chamado de princípio da persuasão racional do juiz
O juiz forma o seu convencimento livremente, mas dentro do que está nos autos e através de uma crítica racional
Só pode decidir com base com o que não está nos autos quando se tratar de fato público e notório
É intermediário entre dois princípios:
Julgamento segundo a consciência
É adotado pelos tribunais do júri
O juiz pode decidir até mesmo sem provas ou contra as provas, seguindo apenas sua consciência
Prova legal
O juiz aplica mecanicamente valores inalteráveis e prefixados às provas legais
Princípio da motivação 
Toda decisão judicial deve conter a explicitação dos seus fundamentos, mostrando a crítica racional que os motivou
Fundamentos:
Político
Controle popular do Estado
Aferir a imparcialidade do juiz e a legalidade e justiça em suas decisões
Processual
Essencial ao contraditório
Compreensão das partes sobre como foi valorada a prova, quais normas aplicadas e qual interpretação dada pelo juiz, quais aspectos de sua argumentação foram acolhidos ou negados...
Possibilita o exame recursal feito pelas instâncias superiores
Princípio da publicidade
Publicidade popular/irrestrita
Todos os atos processuais e conteúdo do processo são de acesso irrestrito a todo e qualquer cidadão 
Segredo de justiça
Preservação da intimidade pessoal e a segurança do Estado
Ex: casos de família
“O povo é o juiz dos juízes” 
Mais uma vez, fundamento político e processual
Princípio da lealdade processual
Todos que atuam no processo têm o dever de probidade na apuração da verdade e na celeridade do processo
Litigância de má-fé no processo civil
Crimes contra a Administração da Justiça no processo penal 
Princípio da economia processual
Deve-se buscar o máximo de resultado com o menor dispêndio de tempo, esforço e gastos financeiros
Princípio da instrumentalidade das formas
Exceção ao princípio da relevância das formas
Vinculação das partes às formas traçadas pela lei
A lei é imperativa quanto às formas através das quais os atos devem ser praticados
O legislador elegeu aquela como a forma mais eficiente para atingir a finalidade
O ato praticado em desconformidade com a lei é nulo, em regra
Por esse princípio, o ato processual que foi praticado em desconformidade com a lei, mas atingiu a finalidade e não causou prejuízo, deve ser aproveitado
É um nulo que produz eficaz
Princípio do duplo grau da jurisdição
Direito da parte à revisão, através de recurso, das causas já julgadas pelo juiz de primeiro grau
A causa deve ter início perante os órgãos de jurisdição inferiores (primeira instância), salvo casos expressos na Constituição
Não são apenas dois graus de jurisdição, podendo chegar até o quarto grau, o STF
Aspectos negativos:
Procrastina o processo
Não necessariamente a decisão da instância superior vai ser mais correta, justa ou melhor
Quando o segundo grau modifica a decisão do primeiro, isso afeta a credibilidade do Poder Judiciário, causando incerteza quanto às relações jurídicas
Ausência de contato direto entre os julgadores de segundo grau e as partes e testemunhas
O juiz que realizou a instrução do processo encontra-se em melhores condições para valorar aspectos importantes da prova
Aspectos positivos:
 A necessidade psicológica do litigante de tentar mais uma vez, ir contra uma decisão desfavorável
O segundo grau, em regra, é exercido por órgãos colegiados, assim, com mais de uma pessoa julgando, há mais chances de chegar à decisão mais justa
Em regra, o órgão de segundo grau também é composto por juízes mais experientes
Natureza política
Controle interno sobrea legalidade e a justiça das decisões judiciárias
Os juízes de primeiro grau tomam mais cuidado no julgamento quando sabem que sua decisão poderá ser revista
LINHAS EVOLUTIVAS DO DIREITO PROCESSUAL
1ª fase: sincretismo
O direito processual não estava firmado como uma ciência autônoma
Não havia distinção entre o plano material e o processual
O próprio nome “sincretismo” significa mistura
2ª fase: autonomia
Também chamada de fase conceitual
Durante esse período surgiram grandes teorias processuais sobre a natureza jurídica da ação e as suas condições e pressupostos
Foi a fase de afirmação da autonomia científica do processo
Caracterizada pelo tecnicismo exagerado, com uma visão puramente introspectiva, tornando-se objeto de si mesmo
O processo era visto como um mero instrumento técnico, sem reconhecer a sua instrumentalidade e sem a análise do seu resultado na vida das pessoas ou preocupação pela justiça
3ª fase: instrumentalista
Postura crítica deontológica de como deveria ser o processo
Visão a partir de um ângulo externo, examinando seus resultados práticos
Instrumentalidade do processo
Reconhecimento do processo como instrumento do Estado para o acesso à uma ordem jurídica justa e para o restabelecimento da paz social
Concretização de valores como a justiça e igualdade
Aspecto positivo
Liga o sistema processual ao material 
Necessidade do cumprimento integral e efetivo de todos os seus escopos
Aspecto negativo
O processo não é um fim em si mesmo e não deve se tornar fonte geradora de direitos
O sucesso do processo não pode ser tanto que supere ou contrarie o que é designado pelo direito material
Sistema de civil law
Princípio da instrumentalidade das formas
Caráter publicista do processo
É um ramo do Direito Público
A norma processual é de natureza pública
É publicista, sobretudo, porque representa uma relação em que o Estado atua tendo uma função de poder
Por mais particular que seja o conflito, ele afeta o interesse público 
O Estado tem duas funções jurídicas: legislador e aplicador das normas
Escopos objetivados
Social
Relação entre o resultado do exercício da jurisdição perante a sociedade e a vida dos seus membros
A pacificação social é o escopo magno
Função educadora sobre o exercício dos próprios direitos e respeito aos direitos alheios
Político
A preservação do ordenamento jurídico e da própria autoridade deste
A preservação do valor da liberdade
Oferta de meios de participação no destino da nação e do Estado
Jurídico
Atuação da vontade concreta do direito
Três ondas renovatórias
Mais abertura para os menos favorecidos
Inclusive mediante assistência judiciária
Tutela dos interesses supra individuais
Ex: Direito do Consumidor e Ambiental
Alteração no modo de ser do processo
Simplificação e racionalização de procedimentos, conciliação, justiça mais acessível e participativa
Reconhecimento dos pontos sensíveis do processo
Admissão ao processo
Necessidade de eliminar as dificuldades econômicas, psicológicas e culturais que impeçam ou desestimulem as pessoas de litigar ou dificultem o oferecimento de defesa adequada
A Constituição assegura assistência judicial integral e gratuita e isto tem que ser cumprido
Gratuidade do processo e defensoria pública para os pobres na forma da lei
Acabar com o impedimento de litigar em defesa de interesses supra individuais
Ex: mandado de segurança coletivo
Credibilidade do judiciário para que as pessoas o reconheçam como um meio efetivo
Conhecimento dos direitos que têm por parte dos cidadãos
Proximidade dos órgãos jurisdicionais do cidadão e a disponibilidade de juiz neste
Modo de ser do processo
Necessidade de um juiz ativo e participativo para garantir a celeridade e a verdade real
Eliminar formalismos desnecessários
Meios alternativos para solução de conflitos
Respeito aos princípios processuais
A justiça das decisões
O juiz deve agir com justiça em todas as fases do processo: na instrução probatória, ao apreciar a prova...
Efetividade das decisões
“Dar a quem tem um direito tudo aquilo e precisamente aquilo que ele tem direito”
Medidas cautelares ou antecipatórias são um efetivo meio de assegurar a eficácia em decisões urgentes
EFICÁCIA DA NORMA PROCESSUAL
Eficácia espacial
Princípio da territorialidade
O Estado é produtor de normas e pela sua soberania, em seu território, suas normas serão aplicadas
Elemento de estraneidade
O Estado pode admitir a aplicação da lei estrangeria por sua própria soberania ou por Tratados Internacionais
Apenas a lei estrangeira material poderá ser aplicada
Ex: contratos celebrados no estrangeiro, mas cumpridos no Brasil 
A lei processual estrangeira não poderá ser aplicada no Brasil em nenhuma hipótese
O juiz pode apenas analisar a lei processual do outro pais para aplicar corretamente a lei processual brasileira 
Eficácia temporal
Por ser mais atual, a lei nova deve ser mais adequada ao contexto histórico, expressando a vontade atual da sociedade através dos legisladores
Deve ter eficácia imediata, prevalecendo sobre a lei antiga 
A lei nova não atinge ato jurídico perfeito, coisa julgada e direito adquirido
Necessidade de estabilização social e certeza e segurança jurídica das relações 
Lei penal material retroage quando for mais benéfica ao réu
Processo em curso durante a mudança da lei
Sistema de unidade processual
O processo é considerado um bloco único 
Sequência de atos conexos e consequentes com um fim determinado
A lei nova não incide em processo que teve inicio durante a vigência da lei anterior 
Sistema de fases processuais
O processo não é visto como um único bloco, mas composto por cinco fases
Postulatória: postulação da demanda pelo autor
Saneatória: o juiz vai corrigir defeitos, irregularidades
Instutória: colheita de provas
Decisória: fase de proclamação, acertamento
Recursal
A lei nova não incide em ato que já foi iniciado, mesmo que este ainda não tenha sido praticado
Sistema de isolamento dos atos processuais
Considera cada ato por si só, não nas fases
A lei nova incide sobre os atos que ainda não foram praticados, sem intervir nos que já foram
O CPP adota este sistema

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