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AULA 1- EIXO HIPOTÂLAMO-HIPOFISE.docx

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Endocrinologia- Aula 1 Graziela Kassawara 
Profº Lino 7º Período
Eixo Hipotálamo- hipófise
O Hipotálamo e a hipófise são intimamente ligados tanto pela sua anatomia, quanto pelas suas funções. Juntas, elas coordenam funções reguladoras de muitas outras glândulas endócrinas.
Elas são intimamente ligadas, pelo eixo hipotálamo-hipofisário, unidas pelo infundíbulo, ou haste hipotálamo- hipofisária, é o caminho que os hormônios e as estimulações que saem do hipotálamo e chegam na hipófise. Então se houver qualquer doença, que lesione esse infundíbulo, o estímulo que sai do hipotálamo não vai chegar na hipófise e não vai haver função.
Anatomia:
A hipófise pesa cerca de 600g e fica localizada dentro da sela turca e é protegida por duas superfícies ósseas, processo linóide anterior e posterior. A sela óssea é contigua com estruturas vasculares e neurológicas como os seios cavernosos, nervos cranianos, quiasma óptico. Por isso, processos patológicos expansivos podem refletir diretamente nessas estruturas, além do impacto endocrinológico.
As células neurais hipotalâmicas, sintetizam hormônios liberadores e inibidores específicos, secretados e lançados diretamente nos vasos portais da haste hipofisária. 
A neuro-hipófise (hipófise posterior) é irrigada pelas artérias hipofisária anteriores. Já adeno- hipófise (hipófise anterior) é irrigada pelas artéria hipofisária posterior e inervada diretamente pelos neurônios hipotalâmicos.
HORMÔNIOS HIPOTALÂMICOS
“Os hormônios saem do hipotálamo, passam pela haste hipofisária, chega na hipófise no seu receptor específico, da hipófise ele é estimulado ou inibido e assim segue seu caminho até os órgãos efetores (tireoide, suprarrenal, testículos, ovários, ossos...).”
FATORES LIBERADORES:
CRH – hormônio liberador de corticotrofina (Hipotálamo) 
ACTH CORTISOL , ALDOSTERONA (Suprarrenal).
TRH - hormônio liberador de tireotrofina
TSH Hormônios tireioidianos.
GHRH – hormônio liberador do hormônio do crescimento
 GH IGF (Fatores de crescimento) chegam até o osso liberado os hormônios de crescimento.
GnRH – hormônio liberador das gonadotrofinas
FSH, LH ESTROGÊNIO E PROGESTERONA, TESTOSTERONA.
FATORES INIBITÓRIOS
DOPAMINA ( fator inibitório de prolactina).
Obs: se não existisse a dopamina, para inibir a prolactina, haveria a produção de leite o tempo todo (galactorreia: galactação sem estar no período puerperal)
SOMATOSTATINA ( fator inibitório do hormônio de crescimento )
Obs: O GH, é inibido pela somatostatina, por isso todos param de crescer depois do fechamento das epífises ósseas. Isso é fundamental para o desenvolvimento. Por isso a somatostatina é baixa no período da infância e alta no período adulto, enquanto o hormônio GH é igual em ambos os períodos.
HORMÔNIOS HIPOFISÁRIOS 
Adeno-hipófise (hipófise anterior)
ACTH – corticotrofina o SUPRARRENAL 
-produz: CORTISOL
-função: homeostasia e funções celulares
TSH – tireotrofina TIREOIDE
-produz: T3-T4
-função: metabolismo e termogênese
GH – hormônio do crescimento FÍGADO/ ÓSSOS
-produz: IGF, que vai para os condrócitos.
-função: crescimento linear e orgânico.
FSH – hormônio folículo estimulante TESTÍCULOS/ OVÁRIOS 
-produz: testosterona, inibina, estradiol (testículos), progesterona e inibina (ovários).
-função: espermatogênese, características sexuais e ovulação 
LH – hormônio luteinizante OVÁRIOS 
-produz: estradiol e progesterona
-função: ovulação e síntese de testosterona e estradiol.
Prolactina
Neuro-hipófise (hipófise posterior)
ADH – hormônio antidiurético
Ocitocina (contração do útero e saída do leite.)
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ORGÃOS ALVO
 HORMÔNIOS PRODUZIDOS:
Suprarrenal ( adrenal ) - glicocorticóide , mineralocorticóide e androgênio
Tireóide – T3 e T4
Ovários – estrogênio e progesterona
Testículos – testosterona
AÇÃO DIRETA:
Osso – crescimento dos ossos longos
Músculo – trofismo muscular
Mama – produção de leite (prolactina), ejeção do leite ( ocitocina )
Útero - contração uterina
TUMORES HIPOTALÂMICOS:
HAMARTOMA
GLIOMAS
TERATOMAS
CRANIOFARINGEOMA: “São massas císticas suprasselares benigna que se manifestam com cefaleia, déficit de campo visual e graus variáveis de hipopituitarismo. Derivam da bolsa de Rathke e surge nas proximidades da haste hipofisária, estendendo-se para a cisterna suprasselar. Com frequência são volumosos, císticos e localmente invasivos, podem ser parcialmente calcificados aparecendo em RX e TC de crânio. 50% dos casos são antes dos 20 anos e apresentam sinais de hipertensão intracraniana como: cefaleia, vômitos, papiledema e hidrocefalia. Sintomas associados consistem em: anormalidades do campo visual, mudanças de personalidade e deterioração cognitiva, danos nos nervos cranianos, dificuldade de dormir e aumento de peso. O hipopituarismo esta presente em 90% dos casos.
O tratamento consiste em ressecção cirúrgica transcraniana ou trasesfenoidal seguida de irradiação pós cirúrgica.” Livro Harrison
SLIDE AULA:
TUMOR BENIGNO EM GERAL
INFILTRATIVO: 
MISTO – COMPONENTE CÍSTICO E SÓLIDO
GRANDES VOLUMES
DEFICIT GLOBAL DOS HORMONIOS HIPOFISÁRIOS – PANHIPOPITUITARISMO - BAIXA ESTATURA, HIPOGONADISMO, HIPOTIREOIDISMO, INSUFICIENCIA ADRENAL.
DEFICIENCIA VISUAL (CAMPO VISUAL) – RELAÇÃO COM O QUIASMA ÓPTICO – hemianopsia bitemporal.
TRATAMENTO: CIRURGIA + RADIOTERAPIA + REPOSIÇÃO 
HORMONAL.
TUMORES HIPOFISÁRIO
“Adenomas hipofisário são a causa mais comum de síndromes de hipersecreção e hipossecreção dos hormônios hipofisário em adultos. São neoplasias benignas com origem em uma dos 5 tipos de células da adeno-hipófise. Suas características dependem de cada célula originada e suas funções.” Harrison
Os tumores são classificados em:
- FUNCIONANTES
-NÃO FUNIONANTES
-MICROADENOMAS: até 10 mm (25% das glândulas hipofisária têm microadenomas não suspeitado)
-MACROADENOMAS: > 10 mm
FUNCIONANTES: 
PROLACTIOMA- produtor de prolactina (galactorreia/amenorreia/infertilidade)
-Tumores funcionantes mais comuns
-Tratamento clínico: com DOPAMINA, inibidor de prolactina. Medicamento: cabergolina e bromocriptina.
-Hormônios envolvidos: Prolactina-galactorreia.
FSH e LH (hipófise) e Estradiol (ovário)- amenorreia.
Sintomas: perda da libido, infertilidade, impotência no homem, sinais de compressão do SNC, cefaleia e defeitos visuais, além da amenorreia, galactorreia.
OBS: A prolactina inibe a produção de estrogênio, tem relação direta com o ovário, por isso causa a amenorreia.
-PANHIPOPITURITARISMO: déficit global dos hormônios hipofisarios, levando a baixa estatura, hipogonadismo, hipotireoidismo, insuficiência adrenal. 
- Deficiência do campo visual (quiasma óptico).
OBS: Nem toda vez que a prolactina esta alta é tumor. Existem medicamentos como os benzodiazepínicos, que aumentam as taxas de prolactina, levando a sintomas semelhantes ao tumor.
Caso clínico: “Mulher com 35 anos, branca, bióloga, procurou ginecologista devido amenorreia há 08 meses. Fez teste de gravidez na urina que deu negativo duas vezes.
Relatava também queixa de fadiga, cefaleia, diminuição da libido. Relatou que estava enxergando pior. Durante exame físico, médico verificou presença de galactorréia à expressão.”
SD. de Cushing- produtor de ACTH (corticotrofina)
Tumor produtor de ACTH
“Os adenomas dos corticotrofos são responsáveis por 70% dos pacientes com causas endógenas da síndrome de Cushing. Porém a causa mais comum das características Cushinóides ainda é por via exógena, como o hipercortisolismo (uso de corticoide, via exógena por muito tempo)”.
- Adenoma hipofisário produtor de ACTH são 10-15% dos tumores hipofisários.
-Mulheres 3:1 Homens
-3ª a 4ª década de vida
-90% são microadenomas (50%menor que 5mm)- fáceis de operar (tratamento cirúrgico transesfenoidal).
-Sd. De Cushing: existe em qualquer causa aumento de cortisol, independente se existir tumor ou não. É uma síndrome clínica, de características especificas. 
Etiologia: “A produção ectópica de ACTH, por um tumor é por adenomas suprarrenais produtores de cortisol, carcinoma suprarrenal e hiperplasia suprarrenal.”
Hormônios envolvidos: 
Cortisol – obesidade centrípeta, fácies de lua cheia, estrias violáceas, giba de búfalo, diabetes.
OBS: O excesso de cortisol estimula a lipogênese e a proteólise, ou seja, ocorre aumento de gordura, principalmente na região onde temos mais gordura (barriga) e afilamento das extremidades, pela perda de massa muscular.
Aldosterona – hipertensão arterial, edema 
OBS: O excesso de cortisol, leva um aumento da Aldosterona, que leva a retenção de sódio e água, causando o edema e o excesso de glicorticoide é uma causa de hipertensão secundária.
Androgênios – hirsutismo, aumento de clitóris, acne, alteração menstrual.
Características da síndrome de Cushing:
“Primeiro é preciso diagnosticar e diferenciar os pacientes com excesso patológico de cortisol com distúrbios fisiológicos e aqueles de outra natureza, como o uso exógeno e assim determinar a origem desse excesso de cortisol.”
Elementos típicos do excesso CRÔNICO de cortisol:
-pele fina
-obesidade centrípeta e membros afilados (por conta da lipogênese causada pelo glicocorticoide)
-hipertensão
-fácies pletórica de lua cheia
-estrias violáceas
- surgimento de equimoses
-intolerância à glicose ou diabetes mellitus 
-disfunção gonodal
-fadiga
-osteoporose (estimula blastos e inibe os osteoblasto, ou seja inibe a formação e estimula a destruição das células ósseas)
-fraqueza dos músculos proximais (já que ocorre perda de massa muscular tornando-os mais afilados)
-sinais de hiperandrogenismo ( acne, hirsutismo...)
-distúrbios psicológicos (depressão, mania, psicoses)
-aspectos hematológicos: leucocitose, linfopenia, eusinopenia.
Caso clínico:
Paciente, 43 anos , feminina, branca, arquiteta, procura serviço médico cardiológico devido quadro de hipertensão arterial de difícil controle. Queixando-se constantemente de cefaléia holocraneana. Ganhando peso mesmo fazendo dieta nos últimos 06 meses. Relata nictúria e polidipsia. Há 3 meses começou a apresentar diminuição da força muscular e dores articulares principalmente em joelhos e coluna lombossacra. Ao exame : PA : 170 x 120 mmHg. Pulso: 70 bpm, FR: 14ipm Exame cardiovascular normal. Pulmões limpos. Abdome obeso, flácido, indolor e peristático. Estrias presentes, violáceas. 
Investigação laboratorial: Pesquisar hipercortisolismo endógeno, através da mensuração do cortisol livre urinário (CLU) de 24 horas, é um teste de triagem de baixo custo. Já os níveis plasmáticos de ACTH, distinguem os pacientes com síndrome de Cushing via exógena (suprarrenais) ou via endógena (hipofisária).
Tratamento: Cirúrgico via transesfenoidal.
ACROMEGALIA- tumor produtor de GH (hormônio do crescimento).
ACROMEGALIA E GIGANTISMO:
Doença crônica, debilitante causada por excesso do hormônio de crescimento (GH)
Doença sistêmica - alta mortalidade
Causa - Adenoma hipofisário secretor de GH
Macroadenomas - 80%
ACROMEGALIA: Em adultos
GIGANTISMO: Crianças e adolescentes/ alta estatura.
Etiologia da acromegalia: 
Adenoma secretor de GH - (95%)
 - Células somatrotróficas (GH) - 70%
 - Células mistas (GH e PRL) - 15%
Secreção ectópica de GHRH - 5%
 - Tumor carcinóide
 - Carcinoma de pâncreas e pulmonar
Quadro Clínico:
Homens 1:1 Mulheres
Diagnóstico na 4ª década de vida.
Sintomas - 5 a 10 anos
Alta mortalidade a partir dos 45 anos.
-Doença cardiovascular
-Distúrbios respiratórios -Neoplasias
Manifestações e diagnóstico:
As manifestações da hipersecreção de GH e IGF-I são vagarosas, levam anos e com frequência não são diagnosticadas clinicamente por 10 anos. 
O excesso de crescimento dos ossos acrais resultam em: bossas frontais, maior tamanho de extremidades, aumento mandibular com prognatismo e espaço alargado entre os dentes incisivos inferiores.
A tumefação de partes moles resulta em: maior espessura dos coxins do calcanhar, tamanho de calçados, luvas, anéis, feições fisionômicas faciais grosseiras, nariz grande, macroglossia (sendo uma importante causa de asfixia e morte).
Outras características: Hiperhidrose, voz profunda e abafada, pele oleosa, artropatia, cifose, síndrome do túnel do carpo, fraqueza, fadiga do músculos proximais, acantose nigricans e apêndices cutâneos. Ocorre visceromegalia generalizada como: cardiomegalia, hipertrofia dos ventrículos, macroglossia, aumento do volume da tireoide. 
O impacto clínico mais importante é com relação ao sistema cardiovascular. Doença arterial coronariana, miocardiopatias com arritmias, hipertrofia ventricular esquerda, diminuição da função diastólica e hipertensão ocorre na maioria dos pacientes se não forem tratados. Excesso de GH, é uma causa de aumento da pressão, secundária.
Obstrução das vias respiratórias superiores com apneia do sono, ocorre em 60% dos pacientes e diabetes mellitus secundária a acromegalia, em 25% dos casos.
Tratamento: cirúrgico
Como um análogo ao tratamento cirúrgico, eu posso dar SOMATOSTATINA.
Caso clínico:
Paciente, 43 anos, masculino, procura serviço de ortopedia devido a fortes dores lombares, que iniciaram há 09 meses. Refere que essas dores só melhoram com Antiinflamatório, mas não toma todos os dias, pois ele acha que piora ainda mais a pressão, que já trata com três medicações há 05 anos. 
 Apresenta-se atualmente em tratamento de Diabetes Mellitus há 06 anos, em uso de dois hipoglicemiantes, sem controle adequado.
Queixa-se de cansaço durante o dia e associa a dificuldade de respirar durante a noite, dormindo com boca aberta e roncando muito segundo a companheira, que inclusive está reparando que seu marido vem apresentando fácies mais abrutalhada e cansada.
TIREOTOXICOSE- produtor de TSH
PRODUTOR DE GONADOTROFINAS- hirsutismo e virilização.

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