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Sociedade, Comunicação e Cultura (a7)

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Sociedade, Comunicação e Cultura 
Aula 07 
Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este material é parte integrante da disciplina oferecida pela UNINOVE. 
O acesso às atividades, conteúdos multimídia e interativo, encontros virtuais, fóruns de 
discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente 
virtual de aprendizagem UNINOVE. 
 
 
Uso consciente do papel. 
Cause boa impressão, imprima menos. 
 
Aula 07: Etnografia 
 
Objetivo: Compreender como a Antropologia iniciou os estudos sobre as 
sociedades tradicionais e foi, ao longo do tempo, ressaltando a importância de 
compreendermos cada cultura dentro das suas especificidades, sem usarmos o 
método comparativo para não criarmos um juízo de valor, e, a partir daí, 
alimentarmos os conceitos e pré-conceitos. 
 
 
Entografia: decifrando o outro 
 
A etnografia1, também conhecida como pesquisa social, observação 
participante, pesquisa analítica ou interpretativa, compreende o estudo da 
complexidade das sociedades, o estudo descritivo de um povo em todos os seus 
aspectos. 
Enquanto ramo das ciências sociais e uma das auxiliares da Antropologia, a 
etnografia, conforme Laplantine (2003), não consiste apenas em coletar, através de 
um método estritamente indutivo, uma grande quantidade de informações, mas em 
impregnar-se dos temas obsessionais de uma sociedade, de seus ideais, de suas 
angústias. Ela procura entender uma determinada sociedade como um todo, com 
múltiplos olhares. O etnógrafo, enquanto pesquisador, tem de ser capaz de viver 
nele mesmo a tendência principal da cultura que estuda, se deixar embriagar por ela 
ao ponto de entender suas nuances mais simples, o que está além dos olhos. 
Compreender as subjetividades e os significados que os próprios indivíduos dão 
para sua manifestação cultural e os dilemas que o cercam. 
É parte integrante da etnologia, também conhecida como antropologia 
cultural, ciência que surgiu no século XIX com o intuito de pesquisar e fazer uma 
análise comparativa das sociedades tidas como primitivas e estudar o ser humano 
como produtor e produto da cultura, daquilo que ele produz tanto de material como 
de espiritual, enquanto a antropologia social estuda o homem como ser social, ou 
seja, as formas sociais particulares de cada raça ou grupo étnico. 
Ao falar de etnologia, não podemos deixar de destacar a importância do 
antropólogo polaco Bronisław Kasper Malinowski (1884 - 1942), considerado um dos 
 
fundadores da antropologia social e o “pai da escola funcionalista”. Enquanto 
pesquisador, Malinowski se destacou ao tomar uma posição original em relação aos 
conflitos de ideias do seu tempo. Enquanto antropólogos como Lewis Henry Morgan 
(1818-1881), Edward Burnett Tylor (1932-1917) e James George Frazer (1854-1941) 
debateram insistentemente as teorias evolucionistas, que tanto marcaram as 
pesquisas antropológicas, Malinowski fusionou o romantismo com o positivismo, 
criando uma nova metodologia que tornou possível investigar as velhas 
comunidades sem, contudo, conferir autoridade ao passado. Ele rejeitou a 
especulação evolucionista e a manipulação do passado para fins do presente, 
considerado como práticas comuns, e instituiu o método investigativo de pesquisa 
de campo, a partir de suas experiências de pesquisa na Austrália, com o povo Mailu 
(1915) e, posteriormente, com os nativos das Ilhas Trobriand (1915-16, 1917-18). 
A partir daí não se falou ou se fez pesquisa etnográfica sem consultar 
Malinowski, que continua sendo importante para pesquisadores e estudantes, 
principalmente quando a pesquisa for referente a povos tradicionais. Podemos 
afirmar que até hoje não há método científico de pesquisa que supere ou que seja 
mais seguro do que a Etnografia, desenvolvida por ele. 
Portanto, a prática antropológica só pode se dar com uma descoberta 
etnográfica, isto é, com uma experiência que comporta uma parte de aventura 
pessoal e relacional com o objeto de estudos. 
 
Método etnográfico 
 
Todo trabalho acadêmico necessita de uma metodologia que ajude o 
pesquisar a trilhar o caminho que o conduzirá ao resultado desejado. A etnografia, 
enquanto método de coleta de dados, se originou na oralidade. É por intermédio da 
escuta atenta que o etnógrafo desvendará as histórias e a memória subterrânea de 
um grupo ou pessoal. É ele quem transportará a oralidade para a escrita. 
Esse processo de interação entre o antropólogo e o “nativo” é mediado pela 
passagem do código oral que ali se desvenda para o que chamamos de linguagem 
científica. Nesse processo, o etnógrafo faz uma reelaboração da realidade por ele 
encontrada e utiliza outros instrumentos como transcrição de documentos, de 
registros de outras fontes imagéticas e iconográficas, de seu próprio diário de 
 
campo2, de tudo que possa ajudá-lo na produção de um texto o mais fiel possível da 
realidade a qual está inserido. 
O método etnográfico envolve inúmeras estratégias ou procedimentos de 
pesquisa. E, segundo Geertz (1989),: 
 
O que o etnógrafo enfrenta, de fato (...) é uma multiplicidade de 
estruturas conceptuais complexas, muitas delas sobrepostas ou 
amarradas umas às outras, que são simultaneamente estranhas, 
irregulares e inexplícitas, e que ele tem que, de alguma forma, 
primeiro apreender depois apresentar. (...) Fazer etnografia é como 
tentar ler (no sentido de "construir uma leitura de") um manuscrito 
estranho, desbotado, cheio de elipses, incoerências, emendas 
suspeitas e comentários tendenciosos, escrito não como os sinais 
convencionais do som, mas com exemplos transitórios de 
comportamento modelado. (GEERTZ, 1989 - p. 20) 
 
Entre os princípios primordiais para a pesquisa pelo método etnográfico, 
podemos destacar: 
 
1. Escolha do campo e a entrada do etnógrafo no campo. 
2. Aceitação do etnógrafo no e pelo grupo social, o que exige sensibilidade para 
perceber as resistências e distanciamentos. 
3. Coleta e escrita consistente de notas de campo a partir da observação e 
atenção. 
4. Entrevistas formais e informais. 
5. Gravações audiovisuais de eventos acontecidos naturalmente no dia a dia do 
grupo. 
6. Coleta e análise de dados comparativos – incluindo casos negativos. 
7. Construção de uma descrição detalhada dos elementos culturais do grupo 
estudado e a história natural do processo de pesquisa. 
8. Interpretação da descrição e geração de uma teoria interpretativa ou bem 
fundamentada. 
 
 Portanto, não basta ao pesquisador querer pesquisar, ele precisa adotar 
métodos que o ajudará a entrar na realidade do outro e desenvolver uma linguagem 
que permita colocar em palavras as subjetividades de um povo com a maior 
fidelidade possível. 
 
Considerações finais 
 
Como vimos nesta nossa pequena viagem ao universo da etnografia, para 
desvendar o mistério e a complexidade que é o outro, não basta a vontade de 
pesquisar. É necessário um comprometimento maior, tem de haver um envolvimento 
direto e respeitável com esse outro e estar amparado por uma metodologia de 
pesquisa consistente. 
 
Saiba mais 
 
1. Etnografia: deriva da união de dois vocábulos gregos: ethnos (que significa 
“povo”) e graphein (que significa “grafia”,”escrita”,”descrição”, ou melhor, “estudo 
descrito”). Logo, etimologicamente, a etnografia é o estudo descrito de um povo. 
2. Diário de campo: é um instrumento utilizado pelos investigadores para 
registar/anotar os dados recolhidos susceptíveis de serem interpretados. É uma 
ferramenta quepermite sistematizar as experiências para posteriormente analisar os 
resultados. 
 
 
Agora que você já estudou esta aula, resolva os exercícios e verifique seu 
conhecimento. Caso fique alguma dúvida, leve a questão ao Fórum e divida 
com seus colegas e professor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
CASTRO, Celso. (org). Evolucionismo cultural – textos de Morgan, Tylor e Frazer. 
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. 
CHAUÍ, Marilena. Unidade 8: O mundo da prática. Capítulo 1: A cultura. In: Convite à 
Filosofia. São Paulo: Ática, 1995. 
DA MATA, Roberto. Relativizando, uma introdução à Antropologia Social. Petrópolis: 
Vozes,1981. 
LAPLANTINE, François. Aprender Antropologia. São Paulo: Brasiliense, 2003. 
LARAIA, Roque de Barros. Cultura, um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge 
Zahar, 1986. 
MALINOWSKI, B.K. Argonautas do Pacífico ocidental: um relato do empreendimento 
e da aventura dos nativos nos arquipélagos da Nova Guiné melanésia. São Paulo: 
Abril Cultural, 1978.

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