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Sociedade, Comunicação e Cultura Aula 12 Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho Este material é parte integrante da disciplina oferecida pela UNINOVE. O acesso às atividades, conteúdos multimídia e interativo, encontros virtuais, fóruns de discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente virtual de aprendizagem UNINOVE. Uso consciente do papel. Cause boa impressão, imprima menos. Aula 12: Globalização e os blocos econômicos Objetivo: Apresentar os blocos econômicos, principal característica geopolítica das sociedades globalizadas, para entendermos como essa nova configuração de sociedade influencia as relações socioeconômicas e políticas em escala global e nos atinge “por tabela”. Blocos econômicos Além dos Tigres asiáticos, muitos outros países, com o objetivo de se fortalecerem e aumentarem as relações comerciais e políticas, uniram-se e formaram outros blocos econômicos. Mas falar de blocos econômicos é continuar com a história do capitalismo e da economia global, de um movimento que se intensificou após a Segunda Guerra Mundial e deu origem a associações de países que estabelecem relações econômicas privilegiadas entre si e que tendem a adotar uma soberania comum, ou seja, os parceiros concordam em abrir mão de parte da soberania nacional em proveito de todo associado. Um movimento complementar à economia global, no qual os países associados buscam, segundo Duarte (1998, p. 76), “a revisão de leis protecionistas, queda de tarifas alfandegárias e incentivo às exportações intra- bloco”. Os blocos econômicos se subdividem de forma bastante complexa e de acordo com a geopolítica mundial. Podem se classificar em: Zona tarifária. Zona de livre comércio. União aduaneira. Mercado comum. União econômica e monetária. Conforme Duarte (1998), A criação dos blocos ergueu uma espécie de patamar intermediário entre a soberania nacional e a dinâmica global. Também levou alguns países a investir em tecnologia e pesquisa para se destacar dentro desses blocos, tornando-se potências regionais e rompendo, desse modo, a bipolaridade EUA x URSS do período da Guerra Fria. (p. 76) Durante todo o período da Guerra Fria, o mundo viveu a tensão de estar entre essas duas potencias mundiais. De um lado, os Estados, de outro, a extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). A tensão se refletia nos embargos econômicos, nos conflitos regionais e locais e numa política mundial de medo, “pois as duas potências haviam declarado abertamente que tinham capacidade nuclear para destruir a Terra dezenas de vezes – o que é, afinal, de todo inútil. Esse choque direto se estendeu por quase 40 anos” (Duarte, 1998, p. 10). Os demais países, em busca do desenvolvimento, entraram numa corrida neoliberal que os conduziu cada vez mais para a formação dessa nova geografia política e econômica e para as associações por zonas de interesse, estabelecendo uma Nova Ordem Mundial. Zona tarifária: consiste em apenas garantir níveis tarifários preferenciais para os países que pertencem ao bloco. Exemplo: a extinta ALALC (Associação Latino-Americana de Livre Comércio), que procurou negociar as tarifas entre os seus onze associados – todos os países da América do Sul, com exceção da Guiana e do Suriname, mais o México. Em 1980, ela foi substituída pela ALADI (Associação Latino-Americana de Integração). Zona de livre comércio: pacto entre países parceiros para reduzir ou eliminar as barreiras alfandegárias, tarifárias e não tarifárias, que incidem sobre a troca de mercadorias dentro do bloco. Considerado um estágio importante para a integração econômica. Exemplo: o Nafta, acordo firmando entre Estados Unidos, Canadá e México. União aduaneira: é o próximo passo dado pelos países parceiros. Consiste na regulamentação de uma união aduaneira, na qual os Estados-membros, além de abrir mercados internos, regulamentam o seu comércio de bens com nações externas, já funcionando como um bloco econômico. Adotam uma Tarifa Externa Comum (TEC) aplicada para mercadorias provenientes de outros países fora do bloco. Esse processo exige compromisso com os poderes executivo e legislativo dos Estados nacionais, bem como a formação de comissões parlamentares conjuntas. Exemplo: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai lutam para implementarem um mercado comum. Mercado comum: é o mais avançado processo de integração econômica, pois garante a livre circulação de pessoas, bens, serviços e capitais. Todos os países-membros devem seguir os mesmos parâmetros para fixar taxas de juros e de câmbio, bem como para definir políticas fiscais. Exemplo: a Comunidade Europeia, formada em 1993. União econômica e monetária: é a concretização do processo de formação de blocos econômicos, na qual os países membros contam com uma moeda única e uma política monetária inteiramente unificada e conduzida por um Banco Central comunitário e um fórum político representativo de todos os associados. Exemplo: a União Europeia, originada da Comunidade Econômica Europeia, que, por seus avanços em meio século de negociações, tornou-se um bloco econômico. Características dos atuais blocos econômicos O Mercado Comum do Sul (Mercosul) foi criado em 26 de março de 1991 com a assinatura do Tratado de Assunção, no Paraguai. Os países-membros são Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai e Venezuela. O Pacto Andino, atualmente chamado de Comunidade Andina de Nações, é um bloco econômico da América do Sul composto por Chile, Bolívia, Equador, Peru, Colômbia e Venezuela. Foi fundado em 26 de maio de 1969 e é sediado em Lima (capital do Peru). A União Europeia (UE) é um bloco econômico, político e social de 27 países europeus que participam de um projeto de integração política e econômica. Os países integrantes são: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária. Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países baixos (Holanda), Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Romênia e Suécia. Macedônia, Croácia e Turquia estão em fase de negociação. Estes países são politicamente democráticos, com um Estado de direito em vigor. A APEC (Cooperação econômica da Ásia e do Pacífico) é um bloco econômico que foi criado em 1993 na Conferência de Seattle (EUA). Este importante bloco econômico ainda está em fase de implantação. Os países-membros da APEC são: Austrália, Brunei, Canadá, Indonésia, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Filipinas, Cingapura, Coréia do Sul, Tailândia, Estados Unidos, China, Hong Kong, Taiwan, México, Papua, Nova Guiné e Chile. O Tratado norte-americano de livre comércio (North American Free Trade Agreement, ou Nafta) é um tratado que envolve Canadá, México e Estados Unidos da América, tendo o Chile como associado, numa atmosfera de livre comércio, com custo reduzido para troca de mercadorias entre os três países. Ele entrou em vigor em 1º de janeiro de 1994. Considerações finais Em suma, mesmo com a crise que assola os Estados Unidos e a Europa, os blocos econômicos são uma realidade forte, que tem como finalidade ampliar os horizontes de mercado dos países-membros e maximizar a produtividade interna. É difícil, se não impossível, imaginar o mundo hoje com uma nova divisão que de conta dosinteresses de todos os países. Assim sendo, enquanto o capitalismo imperar, veremos outros e novos blocos surgirem. Vale a pena conferir Filmografia 1. Bamako (2006) Direção: Abderrahmane Sissako: Cidadãos africanos decidem processar as instituições financeiras internacionais pelo estado de endividamento em que se encontra o continente. O julgamento se instaura nos jardins de uma casa em Bamako. Só que os procedimentos legais são recebidos com indiferença pelos habitantes locais, que seguem adiante com sua rotina. Entre eles estão Chaka e Melé. Ela é cantora num bar, ele está desempregado, e a relação dos dois passa por um momento difícil. 2. Globale: vale a pena conferir sobre filmes que falam de globalização veja o site da Globale - um festival que propõe, através da exibição de filmes de ficção e documentário, construir momentos de debate com um público amplo sobre temas relacionados aos processos de globalização. Disponível em: <http://festivalglobalerio.blogspot.com.br/> REFERÊNCIAS ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, M. H. P. Temas de Filosofia. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2005. BAUMAN, Zygmunt. Globalização: as consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999. DUARTE, Fábio. Global e local no mundo contemporâneo: integração e conflito em escala global. São Paulo: Moderna, 1998. GIDDENS, Anthony. O mundo na era da globalização. 2. ed. Lisboa: Presença, 2000. HOBSBAWM, Eric. Globalização, Democracia e Terrorismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. McLUHAN, Marshall. A galáxia de Gutenberg: a formação do homem tipográfico. São Paulo: Editora Nacional; Editora da USP, 1972. REIS, José. A globalização como metáfora da perplexidade? Os processos geo- econômicos e o “simples funcionamento dos sistemas complexos”. In: SANTOS, B. S. (org.). A Globalização e as Ciências Sociais. 2 . ed. São Paulo: Cortez, 2002. SANTOS, B. S. (org.). A Globalização e as Ciências Sociais. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2002.
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