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Análise crítica de Discurso de Donald Trump e bashara assa sobre ataque a Síria

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Análise crítica de Discurso de Donald Trump e Bashar al-Assad sobre ataque a Síria
Resumo: O objetivo principal desta pesquisa é relacionar o discurso dos líderes políticos Donald Trump e Bashar Assad sobre o ataque a Síria a luta hegemônica, por meio de uma investigação relativizando a globalização estadunidense à praticas sociais que foram realizadas no momento do conflito internacional. Tal prática discursiva tem caráter ideológico, levando em consideração os discursos de Trump e Assad que estão carregados de crenças e valores que contribuem para a construção de uma identidade. A hegemonia enfatiza então a importância da ideologia “O objetivo de nossas ações hoje à noite é estabelecer um forte dissuasor contra a produção, propagação e distribuição e uso de armas químicas”, são relação de dominação baseadas mais em seu próprio consenso do que na coerção dialética que compõe o próprio discurso, assim há um diferencial do discurso produzido, com a reestruturação do capitalismo e o posicionamento de Trump e Assad ideologicamente frente à mídia.
Palavras-chave: Mídia, Ideologia, Discurso, Política
INTRODUÇÃO:
A pesquisa que gerou a presente discussão teve como objetivo principal investigar como as relações de poder, interpretadas no discurso de Donald Trump e Bashar Assad, durante o ápice de recorrência sobre o ataque na Síria com armas químicas, podendo assim abordar o conceito de ideologia.
Por um lado, o pensamento político ocidental anos atrás teve a concepção negativa do conceito de ideologia por conta de que para o Ocidente, liderado pelos Estados Unidos representava uma democracia politica com expansão econômica e liberalismo social, visto o regime instalado ali após a revolução de 1917, que levava a estagnação econômica e irracionalidade social. O conceito de ideologia tem sido discutido em outras bases teóricas:
[...]Gramsci, por exemplo, considera que a ideologia não pode ser vista descontextualizada e que ela se manifesta na própria realidade material dos indivíduos, na qual ela é criada e reproduzida através de seus atores sociais. A consequência imediata desse novo olhar é que, ao lado da dimensão econômica que dominava a abordagem sobre ideologia de Marx e Engels, poderiam conviver, harmonicamente, outras dimensões como a cultural, da qual o componente discursivo constitui um elemento legítimo e intrínseco e com grande valor analítico para se investigar os fenômenos sociais [...]
Por outro lado, no cenário Sírio há dois anos e meio após o início do apoio formal das forças armadas russas ao governo de Bashar al-Assad, o regime sírio controla mais de metade do território e os seus aliados internacionais. Alinhando o pensamento do autor Fairclough a esta abordagem, a ideologia parte para duas vertentes: a descritiva e a crítica, onde dentro do contexto os líderes políticos manifestam-se na arte, na lei, na atividade econômica, e em todas as manifestações da vida individual e coletiva (descritiva). Assim como aborda o abre um espaço para criação, a manutenção, e a mudança de relações sociais de poder, dominação e exploração.
DESENVOLVIMENTO
Ao contrário da conotação negativa marxista, o conceito de ideologia pode ser positivo ou negativo dependendo do seu contexto. “Meus concidadãos americanos, há poucos instantes dei ordem para que as Forças Armadas dos Estados Unidos atacassem alvos sírios associados às instalações de armas químicas do ditador sírio Bashar al-Assad. Uma operação combinada com as forças armadas da França e do Reino Unido está em curso. Nós agradecemos a ambos”. Esta referente abordagem não deriva sua principal inspiração da sociologia ou da economia, mas de um patamar de cognição psicológico mais ligada ao social e a ideologias circulantes, encaixando-se numa paisagem intelectual política de igualdade social, e também ideológicas de poder e desigualdade, o que confere na Análise crítica do discurso – ADC.
O estudo da cognição política enfoca vários aspectos do “processamento” de informações políticas/da informação política”. Essencialmente, trata-se da aquisição, dos usos e das estruturas de representações mentais sobre situações, eventos, atores e grupos políticos. Além do conhecimento, pessoas têm também outras informações socialmente partilhadas, a saber, atitudes de grupos, ideologias, normas e valores. Enquanto o conhecimento é culturalmente definido como “factual” ou “objetivo”, ou seja, crenças verdadeiras (de um grupo), as atitudes são frequentemente definidas como avaliadas e (inter) subjetivas, porque elas variam essencialmente entre diferentes sociedades. Embora haja pouco conhecimento sobre a organização das crenças avaliadas, é provável que atitudes e ideologias também sejam organizadas por esquemas característicos, por exemplo, sobre o próprio grupo e outros grupos e seus relacionamentos. 
Em discurso divulgado, Assad elogiou suas tropas por seu comportamento "na guerra que o país enfrenta e por enfrentar os grupos terroristas".
Para além desse “conjunto de ideias nebuloso”, o sociólogo italiano Antônio Gramsci, por exemplo, considera que a ideologia não pode ser vista descontextualizada e que ela se manifesta na própria realidade material dos indivíduos, na qual ela é criada e reproduzida através de seus atores sociais. A consequência imediata desse novo olhar é que, ao lado da dimensão econômica que dominava a abordagem sobre ideologia de Marx e Engels, poderiam conviver, harmonicamente, outras dimensões como a cultural, da qual o componente discursivo constitui um elemento legítimo e intrínseco e com grande valor analítico para se investigar os fenômenos sociais.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
O abuso de poder só pode se manifestar na língua onde existe a possibilita de variação ou escolha, tal como chamar uma mesma pessoa de “terrorista” ou de “lutador pela liberdade”, dependendo da posição e da ideologia do falante. Semelhantemente, notícias na imprensa sempre tem manchetes desempenhando ou não um papel na reprodução argumentativa. Assim, é antes a forma e o significado de uma manchete do que sua propriedade estrutural em si que podem estar relacionado à situação do contexto, por exemplo, do ataque às armas químicas. O controle do discurso de Líderes políticos como Donald Trump e Bashar Assad se aplica não só ao discurso como pratica social, mas também às mentes daqueles que estão sendo controlados, isto é, aos seus conhecimentos, opiniões, atitudes, ideologias, como também as outras representações pessoais ou sociais. Essa ação controlada pode de novo ser discursiva, de modo que o discurso poderoso possa, indiretamente, influenciar outros discursos (recontextualização), assim fica denominado o processo fundamental da reprodução de poder através do discurso.
Em sua tentativa de elevar o moral das tropas, Assad reiterou sua confiança nas forças governamentais e criticou os insurgentes - parte deles, desertores do Exército - por querer "impedir os sírios de traçar seu futuro".
A dominação cobre igualmente os vários tipos de abuso de poder comunicativo que são de interesse especial para os analistas do discurso crítico, tais como a manipulação, a doutrinação, ou a desinformação. Se temos o uso de poder legitimo e o abuso de poder ilegítimo, precisa-se aceitar também ter formas de desigualdade legitimas que são produzidas por tais. Isso não é somente o caso das obvias diferenças de poder político, mas também onde houver recursos de poder que não sejam distribuídos igualmente. Relevante para isso é também para os recursos não materiais e simbólicos de poder, tais como o conhecimento e o acesso ao discurso público. É claro que para a ADC a ideologia tem existência material nas práticas discursivas de sujeitos e instituições e pode ser reestruturada ou transformada, pois faz parte de relações de poder que podem ser desequilibradas, dependendo do desenvolvimento das disputas e forças sociais existentes.
Prefiro a concepção de que a ideologia está localizada tanto nas estruturas (isto é, ordens de discurso) que constituem o resultado de eventospassados como nas condições para os eventos atuais e nos próprios eventos quando reproduzem e transformam as estruturas condicionadoras. Éuma orientação acumulada e naturalizada que é construída nas normas e nas convenções, como também um trabalho atual de naturalização e desnaturalização de tais orientações nos eventos discursivos. (Fairclough, 2001a, p.119)
Os conceitos de sentido e dominação levam a pensar os inúmeros modos pelos quais o sentido pode manter ou questionar determinadas relações de poder em determinadas condições sócio-históricas: a produção de sentido do líder estadunidense Donald Trump também pode estar relacionada aos modos como a ideologia de Bashar Assad opera nos processos de construção simbólica. 
JUSTIFICATIVA
A ideologia pertencia ao domínio das ideias abstratas (ou ideológicas), contrastando com o mundo de questões práticas (a política) e, por causa de sua natureza abstrata, a ideologia não se prestava à resolução de problemas práticos de cunho político. Ao esclarecer que a ideologia está embutida e é formada nas práticas discursivas, Fairclough (2001, p. 117) chama atenção para o fato de que estas práticas têm a luta ideológica como uma de suas dimensões. No ponto de interseção entre as práticas sociais e os textos, as práticas discursivas não são apenas um lugar de construção de ideologias, mas, especialmente, de sua desconstrução, um espaço de transformação das relações de assimetria .Essa propriedade de estabilidade é especialmente importante para pensar a hegemonia, tal como formulada por Gramsci (1971), à medida que “buscar ser hegemônico é tentar universalizar significados particulares, com o intuito de alcançar e de manter a dominação” (FAIRCLOUGH, 2003, p. 59). A ideologia é, logo, uma dimensão imprescindível da hegemonia. 
METODOLOGIA:
Foram utilizados métodos comparativos entre estudiosos da área com base nas categorias analíticas da análise do discurso crítico, assim como analises jornalísticas baseadas em artigos científicos prévios.
Fundamenta-se que na ideologia dos líderes políticos Donald Trump e Bashar al-Assad, especificamente em seus discursos trazem informações carregadas de crenças, normas e valores, o que transita para um discurso de poder e dominação de valor simbólico, que devem ter uma melhor interpretação pelo público, tendo em vista sua posição frente a mídia. Para contribuir com uma prática bem mais fundamentada do estudo do discurso crítico, deve-se, portanto, levar em consideração o uso e o abuso do poder da linguagem, discurso e dominação de debates parlamentares, pois são por estas que muitas ocorrências/guerras acabam ocorrendo.

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