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Sociedade, Comunicação e Cultura (a2)

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Sociedade, Comunicação e Cultura 
Aula 02 
Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este material é parte integrante da disciplina oferecida pela UNINOVE. 
O acesso às atividades, conteúdos multimídia e interativo, encontros virtuais, fóruns de 
discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente 
virtual de aprendizagem UNINOVE. 
 
 
Uso consciente do papel. 
Cause boa impressão, imprima menos. 
 
Aula 02: Cultura, identidade e regras simbólicas 
 
Objetivo: Falar um pouco sobre como nossa identidade é construída e/ou atribuída 
e sobre as regras criadas para organizar a sociedade e a que todos nós estamos 
sujeitos. Compreender esses elementos nos ajuda a compreender a sociedade na 
sua diversidade. 
 
 
Cultura e identidade 
 
Segundo Laplantine (2003), a antropologia não é apenas o estudo de tudo 
que compõe uma sociedade. Ela é o estudo de todas as sociedades humanas (a 
nossa inclusive), ou seja, das culturas da humanidade como um todo em suas 
diversidades históricas e geográficas. Seu foco é exatamente aquilo que caracteriza 
a unidade do homem, sua aptidão praticamente infinita para inventar modos de vida 
e formas de organização social extremamente diversa. Aquilo que os seres 
humanos, em sua diversidade, têm em comum e o que o diferencia dos demais. 
Então vamos falar do Brasil, um país com 8,5 milhões de km2 e 27 estados 
distribuídos em cinco regiões. Em cada uma dessas regiões temos vários estados 
diferentes onde, embora geograficamente partilhem do mesmo ecossistema, na 
prática não é bem assim. A região Sudeste – Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de 
Janeiro e São Paulo –, por exemplo, apresenta diferenças climáticas consideráveis. 
 
Sua diversidade cultural é tremenda a começar pela linguagem – como o “uai” 
ou “trem” presentes na fala dos mineiros, o “bicho” e o esse (s) puxado dos cariocas 
 
e o “erre” acaipirado do paulista. A alimentação com a feijoada de feijão preto, o tutu 
de feijão, a galinhada; o estilo musical, a forma de se fazer carnaval, as festas 
tradicionais como as congadas, reisados, batuques, jongo, tudo isso demonstra a 
diversidade cultural que faz parte das tradições e identidade de cada um desses 
povos do Sudeste. 
O que dizer então sobre as diferenças e diversidade culturais do Norte e 
Nordeste, do Sul, do Centro-Oeste? Onde mais uma vez veremos a riqueza da 
música, da dança, das normas e valores, da alimentação, do meio ambiente, do 
linguajar, da arquitetura e das diversas formas de trabalho e lazer. Elementos que 
caracterizam além da identidade desses povos, a sua habilidade de interpretar e 
reinventar o mundo. 
Dentro desse imenso e diverso Brasil, somos brasis. Temos uma identidade 
em comum: identidade nacional1. Somos brasileiros, falamos a língua portuguesa, 
mas não a dos países lusófonos2, a nossa, única e exclusiva, uma mistura do tupi e 
guarani, com as línguas africanas e o português de Portugal. Como dizia Darcy 
Ribeiro (1995), somo únicos, somos o povo brasileiro. Conhecidos lá fora como o 
país do samba, do carnaval e do futebol, somos mais que isso, somos diversidade. 
Mas então como falar de identidade dentro de tamanha diversidade? 
Em primeiro lugar, a identidade, além da identidade nacional, refere-se ao 
entendimento que as pessoas têm sobre quem são e o que é importante para elas. 
O que ela tem de singular e a diferencia de outros indivíduos, mesmo vivendo na 
mesma sociedade. É o que chamamos de autoidentidade. Refere-se ao juízo 
singular de si mesmo que é produzido pelo autodesenvolvimento e pela constante 
interação do indivíduo com o mundo exterior. A forma como cada um experimenta-
se como sujeito é o que o diferencia dos demais. 
Conforme Morin (2005 – p. 58), quanto mais a diversidade humana é visível, 
mais a unidade humana torna-se, hoje, invisível aos espíritos que só conhecem 
separando, catalogando, compartimentando ou, então, o que aparece aos espíritos 
abstratos é uma unidade abstrata que oculta as diferenças. 
Por isso, além da forma como nos vemos, temos também uma identidade 
social que descreve as características que nos são atribuídas por outros. Partindo 
geralmente de um juízo de valor3, pois essas atribuições são feitas com base nos 
grupos sociais a que um indivíduo parece pertencer e marcam de que forma um 
indivíduo é igual a outros. 
 
Sofremos ainda a influência de personalidades de sucesso, definidos por 
Morin (1977) como os “deuses do Olimpo modernos” ou simplesmente olimpianos – 
músicos, jogadores de futebol e artistas que influenciam no nosso gosto estético, na 
nossa sede de consumo e nossas aspirações. Tudo isso mexe com a nossa 
identidade, com o “quem sou eu”. 
 
Regras simbólicas 
 
Não são apenas as crenças culturais que diferem por intermédio das culturas. 
A diversidade das práticas e do comportamento humano é também notável! 
As sociedades históricas da antiguidade e as contemporâneas organizaram-
se por meio de enormes diferenças. Estruturalmente, todas desenvolveram formas 
aceitáveis de comportamento, normas, sanções que, com frequência, contrastam 
drasticamente com o que as pessoas das outras sociedades consideram “normal”. 
Segundo Morin, 
 
Não podemos esquecer que cada ser humano carrega, em potencial, 
o pior e o melhor do humano, que a desumanidade faz parte da 
humanidade da humanidade [...] e essa desumanidade é atualizada 
segundo a força da pulsão ou inibida conforme a força do interdito; 
esquece-se também que o tirano desumano é capaz de sentir amor, 
ternura, amizade. Conforme os indivíduos e as culturas, a prática da 
vingança é virtual em cada um de nós, sendo mais fraca a 
capacidade de perdoar (Morin, 2005, p. 63). 
 
Assim sendo, a participação do indivíduo em sua cultura é limitada. Qualquer 
que seja a sociedade, não existe a possibilidade de um ser dominar todos os 
aspectos de sua cultura, mas deve haver um mínimo de participação. E essa 
participação inclui socialização, respeitos às normas e sanções que formam o 
vínculo entre unidade e diversidade cultural. 
É através dos laços de sociabilidade que aprendemos o que é certo e errado, 
feio e bonito, crime e castigo, respeito e educação, solidariedade a egoísmo, as 
qualidades e seus opostos. Aprendemos a ser unos e múltiplos ao mesmo tempo. 
As regras de convivência, os valores éticos e morais mudam de sociedade 
para sociedade, de grupo para grupo, mas todos eles procuram exercer um controle 
sobre seus membros. Por exemplo, na maior parte dos países do Ocidente, uma 
pessoa que é pega roubando, vai cumprir pena de prisão ou medidas 
 
socioeducativas. No entanto, em alguns países ela tem a mão cortada fora, leva 
chibatadas em praça pública ou dependendo da gravidade chega até mesmo a ser 
condenada à morte. Com certeza muitos de nós gostaríamos de poder andar nus, 
principalmente no verão, porém além das sanções morais, dos pudores com o 
corpo, a lei nos enquadraria na categoria de ato obsceno, prescrito na Constituição 
como crime que prevê pena de até um ano de detenção e multa. 
Além das regras sociais de educação e convivência harmoniosa, temos ainda 
as regras e sanções religiosas através de um conjunto de leis e dogmas determinam 
nossa conduta moral e os cuidados com o corpo e o espírito, como devemos nos 
relacionar com os demais e constituir família através do casamento e união estável. 
Mesmo não fazendo parte da nossa religião, estamos sujeitos a muitas delas, 
pois já fazem parte da nossa cultura, foram assimiladas pelasociedade e, portanto, 
envolve a todos. 
 
Considerações finais 
 
Pois bem, como vimos, estamos todos sujeitos às regras de leis da sociedade 
a qual pertencemos, bem como as demais. Não podemos ir num país diferente e 
violar seus lugares sagrados, nos comportarmos de forma inadequada, desrespeitar 
as tradições, os usos e costumes. Devemos fazer um esforço para nos aculturar e 
aproveitar o que há de melhor em nós e nos outros. 
 
Agora, acesse o AVA e faça os exercícios propostos. Boa sorte! 
 
Saiba mais 
 
Identidade nacional1: é o conceito que sintetiza um conjunto de sentimentos que 
fazem um indivíduo sentir-se parte integrante de uma sociedade ou nação. 
Lusofonia2: é o conjunto de identidades culturais existentes em países, regiões, 
estados ou cidades falantes da língua portuguesa, como Angola, Brasil, Cabo Verde, 
Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e 
por diversas pessoas e comunidades em todo o mundo. 
 
Juízo de valor3: a expressão juízo de valor pode ser usada num sentido positivo, 
significando que um julgamento deve ser feito levando em conta um sistema de 
valores ou, num sentido depreciativo, significando um julgamento feito de um ponto 
de vista pessoal em vez de um pensamento racional, objetivo. 
 
Vale a pena conferir 
 
1. Os deuses devem estar loucos. Jamie Uys (Estados Unidos, 1980 e 1989). No 
Deserto de Kalahari, no Botswanna (África), jogam de uma aeronave uma garrafa de 
Coca-Cola que transtorna a vida dos bosquímanos de uma aldeia. Essa comédia, 
em suas duas versões, satiriza as dificuldades de se aceitar culturas diferentes. 
 
2. Em nome de Deus. Peter Mulan (Inglaterra/Irlanda, 2002). Este drama é uma dura 
crítica à igreja católica. Os Lares de Madalena (referência ao nome da prostituta que 
se arrepende aos pés de Cristo), na Irlanda, recebiam moças que perdiam a 
virgindade antes do casamento, mesmo que por estupro de parentes, e todas sobre 
as quais pairassem alguma dúvida de ordem moral. Baseado em história real (o 
último lar foi fechado em 1996), é um filme sensível que serve de alerta a todo tipo 
de dogmatismo e à cumplicidade das instâncias sociais (no caso, a família e a igreja) 
para manter uma fachada de falsa moralidade. 
 
3. Acesse o site da lusofonia e conheça um pouco mais sobre a história desses 
países, povos e culturas. Disponível em: 
<http://www.alea.pt/html/lusofonos/html/lusofonos.html>. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
CHAUÍ, Marilena. Unidade 8: O mundo da prática. Cap. 1: A cultura. In: Convite à 
Filosofia. São Paulo: Ática, 1995. 
LAPLANTINE, François. Aprender Antropologia. São Paulo: Brasiliense, 2003. 
LARAIA, Roque de Barros. Cultura, um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge 
Zahar Editor,1986. 
MORIN, Edgar. Cultura de massas no século XX: o espírito do tempo. Rio de 
Janeiro: Forense-Universitária, 1977. 
______. O método 5: a humanidade da humanidade. Porto Alegre: Sulina, 2005. 
RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: 
Companhia das Letras, 1995.

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