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CANTEIRO DE OBRAS – Edificações I – 2014.2 1 CANTEIRO DE OBRAS DEFINIÇÃO A ABNT NBR 12284:91 define canteiro de obras como ―Áreas destinadas à execução e apoio dos trabalhos da indústria da construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas de vivência‖. A Norma Regulamentadora nº18 (NR-18) define canteiro de obras como ―área de trabalho fixa e temporária onde se desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra‖. "O projeto do canteiro de obras é o serviço integrante do processo de construção, responsável pela definição do tamanho, forma e localização das áreas de trabalho, fixas e temporárias, e das vias de circulação, necessárias ao desenvolvimento das operações de apoio e execução, durante cada fase da obra, de forma integrada e evolutiva, de acordo com o projeto de produção do empreendimento, oferecendo condições de segurança, saúde e motivação aos trabalhadores e, execução racionalizada dos serviços" (FERREIRA, 1998) 1 . O canteiro de obras é uma estrutura bastante dinâmica e flexível, o qual durante o desenvolvimento do edifício assume características distintas em função dos operários, empresas, materiais e equipamentos presentes nele. Segundo Gehbauer (2002) 2 ―O planejamento insuficiente do canteiro provoca freqüentemente custos adicionais que podem ser evitados. Estes custos ocorrem, geralmente, devido à implantação de recursos operacionais mal dimensionados ou inadequados, ou pela necessidade de correções onerosas no decorrer da obra.‖ Saurin e Formoso (2006) 3 salientam que ―o cuidado com os aspectos visuais do canteiro, que inclui a limpeza e impacto positivo perante funcionários e clientes. Não seria exagero afirmar que um cliente, na dúvida entre dois apartamentos (de obras diferentes) que o satisfaçam plenamente, decida comprar aquele do canteiro mais organizado, uma vez que este pode induzir uma maior confiança em relação à qualidade da obra.‖ ELEMENTOS DO CANTEIRO OBRA 1. ÁREAS DE VIVÊNCIA Segundo ROCHA (2000) 4 , as áreas de vivência, apesar de não estarem diretamente relacionadas às causas de acidentes, influenciam na sua maior ou menor ocorrência, visto que condições precárias da mesma contribuem para diminuir a motivação dos trabalhadores e, por conseqüência, estimular comportamentos inseguros. Segundo a ABNT NBR 12284:91, as áreas de vivência são áreas destinadas a suprir as necessidades básicas humanas de alimentação, higiene pessoal, descanso, lazer, convivência e 1 FERREIRA, E. A. M.; FRANCO, L. S.. Metodologia para elaboração do projeto do canteiro de obras de edifícios. São Paulo, 1998. Tese (Doutorado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, 338p. 2 GEHBAUER, F. Planejamento e Gesto de Obras. Curitiba: CEFET Paraná, 2002. 520 p. 3 SAURIN, T. A.; FORMOSO, C. T. Planejamento de canteiros de obra e gestão de processos. Porto Alegre: ANTAC, 2006. — (Recomendações Técnicas HABITARE, v. 3). 4 ROCHA, C. A.; SAURIN, T. A.; FORMOSO, C. T. Avaliação da aplicação da NR-18 em canteiros de obras. XX Encontro Nacional de Engenharia de Produção. São Paulo, 2000. CANTEIRO DE OBRAS – Edificações I – 2014.2 2 ambulatoriais aos operários que trabalham na obra, devendo ficar fisicamente separadas das áreas operacionais. Segundo a Norma Regulamentadora 18 (NR-18), a área de vivência é a área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra, devendo ser mantidas em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza, e disporem de: 1) Instalações sanitárias; 2) Vestiário; 3) Refeitório; 4) Cozinha; 5) Ambulatório (quando possuir 50 ou mais empregados); 6) Alojamentos; 7) Lavanderia e 8) Área de lazer. O cumprimento dos itens 6, 7 e 8 somente é obrigatório quando houver trabalhadores alojados. As áreas de vivência, além dos equipamentos obrigatórios, podem dispor de alojamento, lavanderia, área de lazer e outros. Estas áreas cumprem também com a finalidade de oferecer ao empregado uma melhor qualidade de vida e obter maior satisfação e motivação, gerando maior produtividade e melhor qualidade dos serviços. 1.1 Instalações sanitárias: Entende-se por instalações sanitárias os locais destinados ao asseio corporal e/ou ao atendimento das necessidades fisiológicas de excreção, sendo proibida sua para outros fins. As instalações sanitárias provisórias devem ser dimensionadas a atender adequadamente ao número de operários. Segundo as normas NR-18 e ABNT NBR 12284:91 devem ser observadas aos seguintes requisitos: 1) Estar situadas em locais de fácil e seguro acesso, não se permitindo um deslocamento superior a 150 m do posto de trabalho aos gabinetes sanitários, mictórios e lavatórios; e não se ligar diretamente nem estar adjacentes aos locais destinados às refeições; 2) Observar as distâncias mínimas de 1,80 m acima do lençol freático, de 5,00 m para as outras edificações e a 15,00 m de qualquer fonte d’água e sempre a jusante desta; 3) Construído em paredes de alvenaria, concreto ou de outro material de resistência equivalente (podendo ser de madeira), revestidas de material liso, lavável e impermeável até a altura mínima de 1,80 m, proibindo-se o uso de qualquer tipo de madeira. Quando utilizada pintura, esta deve ser de cor clara com características equivalentes à tinta a óleo ou esmalte sintético; 4) Ter os pisos impermeáveis, laváveis, antiderrapantes e com caimento para os ralos; 5) Ter pé-direito mínimo de 2,50 m; 6) Ter cobertura resistente também ao fogo e que preserve o conforto térmico; 7) Possuir Iluminação e ventilação adequadas; 8) Ser independentes para homens e mulheres, com identificação nas portas; 9) Ter portas de acesso com dimensões mínimas de 1,20 m x 2,10 m, de modo a impedir o devassamento e manter o resguardo conveniente; 10) Um vaso sanitário e um mictório para cada grupo de 15 (quinze) trabalhadores ou fração, com divisórias entre eles com altura mínima de 1,80 m; 11) Um chuveiro e um lavatório para cada grupo de 10 (dez) trabalhadores ou fração; 12) Ser mantidas em perfeito estado de conservação e limpas permanentemente por pessoal contratado para este fim; CANTEIRO DE OBRAS – Edificações I – 2014.2 3 13) A área de chuveiros deve ter piso rebaixado de, no mínimo, 0,05 m em relação à área de circulação, com caimento para ralo ou canaleta de escoamento. Possuir saboneteira e cabide individuais; 14) As áreas dos boxes sanitários individuais devem ter dimensões mínimas de 0,90 m x 1,10 m e possuir porta com trinco, papeleira com papel higiênico e cesto plástico com tampa para papel usado; 15) Os vasos devem ser do tipo bacia turca ou convencional com caixa ou válvula de descargas ligadas à rede hidráulica e esgoto ligado à rede de esgoto ou fossa. 16) Os mictórios devem ser individuais do tipo cuba, devendo prever distância mínima de 0,60 m entre eixos, ou coletivos do tipo calha, considerando cada segmento de 0,60 m como uma vaga ou unidade; 17) Os mictórios devem ser revestidos internamente de material liso, impermeável e lavável; ter as bordas inferiores com altura máxima de 0,50 m do piso acabado; ser providos de descarga com sistema contínuo ou automático; ser ligados com interposição de sifões hidráulicos diretamente à rede de esgoto ou fossas. 18) Ter toda fiação elétrica protegida por eletrodutos, com interruptores à altura de 1,10 m do piso acabado; 19) Ser mantida em perfeito estado de conservação e limpa permanentemente. Os produtos utilizados devem ser biodegradáveis e não devem deixar resíduos tóxicos. 1.2 Vestiário Todo canteiro deve possuir vestiário para troca de roupa e guardados pertences dos trabalhadores não alojados. O vestiário deve: 1) Estar o mais próximo possível da entrada da obra e das instalações sanitárias, com o seu acesso protegido das intempéries e não ter ligação direta nem estar adjacente ao local destinado às refeições; 2) Ser independente para homens e mulheres com identificação nas portas; 3) Ser dotados de bancos e armários individuais com fechadura ou cadeado, piso cimentado ou madeira, área de ventilação e possuir pé-direito mínimo de 2,40 m. Distância mínima de 1,60 m entre frentes de armários; 4) Ter pé direito mínimo de 2,40 m; 5) Ter piso impermeável, lavável, de acabamento antiderrapante e com caimento para os ralos de escoamento; 6) Ter paredes resistentes, revestidas de material liso, lavável e impermeável até a altura mínima de 1,80m. Quando utilizada pintura, esta deve ser de cor clara com características equivalentes à tinta óleo ou esmalte; 7) Ter portas de acesso que impeçam o devassamento com dimensões mínimas de 1,20 m x 2,10 m situadas de modo a manter o resguardo conveniente; 8) Ter iluminação e ventilação natural através de aberturas adequadas para o exterior; 9) Ter cobertura resistente também ao fogo e que preserve o conforto térmico no interior das edificações e as proteja completamente das intempéries; 10) Ter toda fiação elétrica protegida por eletrodutos, com interruptores à altura de 1,10 m do piso acabado; 11) Ser provido de armários individuais compartimentos duplos, de modo a permitir a guarda em separado de roupas limpas e sujas; dimensões mínimas de 0,50 m de largura, 0,40 m de profundidade e 0,80 m de altura; fechaduras com cadeados; com uso exclusivo para guarda de CANTEIRO DE OBRAS – Edificações I – 2014.2 4 pertences pessoais, proibindo-se o armazenamento de ferramentas. Manter uma distância mínima entre frentes de armário igual a 1,60 m; 12) Ser previstos bancos de 1,00 m de comprimento por 0,30 m de largura e 0,40m de altura para cada chuveiro. 13) Ser mantido em perfeito estado de conservação e permanentemente limpo. Os produtos utilizados na limpeza devem ser biodegradáveis e não devem deixar resíduos tóxicos. 1.3 Refeitório Nos canteiros de obra é obrigatória a existência de local adequado para refeições independente do número de operários. Não é permitida a ingestão de alimentos em outros locais. O refeitório deve obedecer aos seguintes requisitos: 1) Ser instalado em local específico sem comunicação direta ou adjacente às instalações sanitárias e não sendo permitida a sua localização em porão ou subsolo das edificações; 2) Deve ser dotado de cobertura adequada que o proteja das intempéries, piso lavável com características de impermeabilidade, pé-direito não inferior a 3,00 m, e ser dimensionado na proporção de 1,00 m 2 por trabalhador ou fração. 3) Deve ser bem ventilado e iluminado, dotado de mesas e assentos, e lavatório instalado em sua proximidade e não possuir comunicação direta com instalações sanitárias. 4) Ter paredes de alvenaria ou outros materiais de comprovada resistência que permitam o isolamento durante as refeições; 5) Ter piso de concreto, cimento queimado ou de outro material antiderrapante e de fácil limpeza e com caimento para os ralos de escoamento, sendo proibida a utilização de grelhas ou caixas de captação de águas servidas; 6) O refeitório deve possuir depósito (com tampa) para lixo e bebedouro com água potável, filtrada e fresca, sendo proibido o uso de copos coletivos; 7) Ter lavatório instalado nas proximidades, e lavagem e secagem das mãos, proibindo-se o uso de toalhas coletivas; 8) O refeitório deve atender a pelo menos metade do total de usuários por vez; 9) Ter, para cada 50 trabalhadores ou fração, um bebedouro de jato inclinado com sistema de filtragem ou equipamento similar, com copo descartável, proibindo-se o uso de copo coletivo; 1.4 Cozinha Atualmente a alimentação dos operários somente é preparada no canteiro de obras quando não for possível ser realizada em outro local, que geralmente serve a varias obras de uma mesma empresa, ou ser adquirida de fornecedor terceirizado, evitando-se a construção de uma cozinha na própria obra. Neste caso reserva-se uma área para aquecimento dos alimentos e lavagem da louça. As instalações da cozinha na obra devem obedecer aos seguintes requisitos das normas NR-18 e ABNT NBR 12284:91: 1) Ficar adjacente ao refeitório e possuir comunicação por onde devem ser servidas as refeições; 2) Ter piso de concreto, cimento queimado ou de outro material impermeável, antiderrapante e de fácil limpeza e com caimento para os ralos de escoamento, sendo proibida a utilização de grelhas ou caixas de captação de águas servidas; 3) Possuir instalações sanitárias que não se comuniquem diretamente com a cozinha, para uso exclusivo dos encarregados de manipularem os gêneros alimentícios, refeições e utensílios. 4) Estas instalações devem ser providas de material de limpeza e secagem das mãos proibindo-se o uso de toalhas coletivas; CANTEIRO DE OBRAS – Edificações I – 2014.2 5 5) Ter toda a instalação elétrica protegida por eletrodutos; 6) Ter captação por exaustão dos vapores e fumaças gerados no processo de preparo dos alimentos; 7) Ter pia com cubas independentes para lavagem de alimentos e utensílios; 8) Dispor de câmara frigorífica ou similar para armazenamento de alimentos perecíveis; 9) Deve ser prevista caixa de gordura para coleta das águas servidas antes de sua disposição final; 10) Os botijões de gás liquefeito de petróleo (GLP) devem ser instalados fora do ambiente de utilização, em área permanentemente ventilada e coberta. 11) Observar a legislação pertinente; 1.5 Ambulatório Toda obra com 50 (cinqüenta) ou mais operários deverá possuir um ambulatório dotado de medicamentos básicos (tais como remédios para dor e material para assepsia e pequenos curativos) e uma maca. Nesse ambulatório, deve haver todo o material necessário à prestação de primeiros socorros, conforme as características da atividade desenvolvida. Este material deve ser mantido guardado e aos cuidados de pessoa treinada para esse fim. 1.6 Alojamentos Os alojamentos dos canteiros de obras devem atender aos seguintes requisitos: 1) Não estar situados em subsolos das edificações ou porões; 2) Ter área mínima de 4,00 m2 por módulo (cama-beliche, armários, circulação), para uso de cama simples, esta área pode ser reduzida em 30%; 3) Ter pé-direito mínimo de 3,00 m para quartos com beliche e 2,50 m para quartos com cama simples; 4) Ter piso de concreto, cimento queimado, madeira ou outro material de comprovada resistência e de fácil limpeza, permanentemente isento de umidade; 5) Ter paredes de alvenaria ou outro material de comprovada resistência pintadas com tinta lavável e de cor clara; 6) Ter portas com fechaduras com dimensões mínimas de 0,70 m x 2,10 m; 7) Ter iluminação e ventilação natural; 8) Ter janelas com esquadrias metálicas de madeira ou outro material equivalente, compostas de vidraça e folhas venezianas, que garantam simultaneamente o escurecimento e a ventilação permanente do ambiente; 9) Ter cobertura que os proteja das intempéries e que seja resistente também ao fogo, para garantia do conforto térmico e higiene deve ser instalado forro. 10) As dimensões mínimas das camas do alojamento devem ser de 0,80 m por 1,90 m, sendo proibido o uso de três ou mais camas na mesma vertical; 1.7 Lavanderia: As áreas de vivência devem: 1) Possuir locais próprios destinados a lavar, secar e passar roupas de uso pessoal dos empregados alojados. 2) Atender a proporção de um tanque para cada grupo de 20 de trabalhadores alojadosou fração; 3) Ter instaladas mesas para passar roupa, cobertas com tecido e tomadas elétricas na proporção de uma para cada grupo de 20 trabalhadores ou fração, utilizadas exclusivamente para ferros elétricos. CANTEIRO DE OBRAS – Edificações I – 2014.2 6 1.8 Área de lazer: As duas normas exigem apenas a existência de uma área prevista para atividades de recreação dos funcionários onde o local sugerido pode ser o refeitório. A NBR 12284 recomenda apenas a instalação de um aparelho de televisão. 2. ÁREAS OPERACIONAIS E DE PRODUÇÃO 2.1 Central de argamassa e concreto 1) Local destinado ao preparo e produção de concretos e argamassas; 2) Área dimensionada conforme número de betoneiras previsto em função do serviço demandado; 3) A sua localização deve estar estrategicamente o mais próximo das áreas de armazenagem dos agregados e dos equipamentos de transporte vertical; 4) Deve ser provido de armazenagem própria de água; 5) Ter área coberta mínima de 20,00 m²; 6) Um tablado de madeira deve ser previsto para acondicionar os sacos de aglomerantes; 7) As betoneiras devem ter chaves de acionamento tipo botoeira ao alcance do operador; 8) Os condutores elétricos devem ser cabos protegidos em eletrodutos; 9) Possuir circuito independente para cada equipamento com chave disjuntora acondicionada em quadro de força devidamente abrigado; 2.2 Central de preparo de armaduras 1) Área mínima de 50,00 m2 destinada ao corte, dobramento e pré-montagem das armaduras; 2) A dobragem e o corte de vergalhões de aço em obra devem ser feitos sobre bancadas ou plataformas apropriadas e estáveis, apoiadas sobre superfícies resistentes, niveladas, não escorregadias, afastadas da área de circulação de trabalhadores; 3) Os locais de estocagem e corte dos vergalhões devem ser previamente estudados, uma vez que cada barra mede 12,00 m de comprimento (6,00 m dobradas em estoque); 4) As armaduras devem ser apoiadas sobre travessas de madeira, ferro ou concreto, a fim de se manterem afastados do solo e da umidade; 5) Os operários devem usar EPI durante o manuseio das armaduras; 6) Os equipamentos elétricos de corte e dobramento devem ter chaves de acionamento tipo botoeira ao alcance do operador e circuito individual com chave disjuntora de proteção; 7) A área dos equipamentos de corte deve ser coberta. 2.3 Área de carpintaria 1) A carpintaria é composta basicamente de bancada(s) de trabalho e serra circular; 2) Destinada ao corte e montagem das formas e esquadrias; 3) Deve ser localizada próximo ao estoque de madeira e possuir comprimento mínimo de 6 m e área coberta mínima de 25 m². 4) A serra circular deve estar em local coberto e protegido e atender às seguintes disposições: – Ser dotada de mesa nivelada, sólida e estável, de modo a não apresentar vibrações; – Possuir coletor de serragem e suas faces inferiores deve ter fechamento lateral; – As transmissões de força devem estar protegidas por anteparos fixos e resistentes; – O motor deve ser protegido contra poeira e intempéries e ter sua carcaça aterrada; – Ser provida de coifa protetora do disco e cutelo divisor; CANTEIRO DE OBRAS – Edificações I – 2014.2 7 – O acionamento e parada do motor serão feitos através de chave interceptora, acionada por botões, que devem ficar ao alcance das mãos do operador na posição de trabalho. – Próximo à mesa, deve ter instalado um extintor de incêndio do tipo CO2 ou ABC. – O operador sempre deve estar revestido dos equipamentos de proteção individual (EPI) para a operação. 2.4 Área de Serralheria Área destinada à execução de gradis, esquadrias e estruturas metálicas. 2.5 Área de pré-moldados Área destinada à execução, cura e armazenagem de elementos pré-moldados no canteiro de obras. 3. ELEMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA DA OBRA 3.1 Tapume Denominação dada ao painel contínuo, construído em torno do canteiro de obras, com a finalidade de proteger o público contra possíveis danos decorrentes da execução dos trabalhos, bem como impedir o acesso à obra de animais e pessoas estranhas. É construído nos limites do terreno com vias públicas ou propriedades vizinhas. O código de obra de cada município regulamenta alguns de seus aspectos construtivos tais como altura mínima, ocupação dos passeios, material empregado, aparência, etc. A altura mínima adotada é de 2,20 m . A chapa de madeira compensada resinada ou plastificada é o material mais utilizado na confecção dos tapumes, podendo ser utilizadas chapas de metal com armação de madeira. Algumas empresas usam painéis metálicos e grades que são reutilizáveis em várias obras. Os tapumes devem ser pintados adequadamente e apresentar uma boa aparência, pois constituem a fachada da obra, refletindo na imagem da empresa. 3.2 Galeria Nas construções e reformas com mais de dois pavimentos executadas próximas ao alinhamento do logradouro, devem ser construídas galerias sobre o passeio para segurança dos transeuntes com altura interna mínima de 3,00 m. Na borda da cobertura da galeria deve ser instalado um complemento em balanço de 1,00 m de extensão e inclinação de 45º. 3.3 Plataformas de proteção (bandeja) Na construção de edificações com mais de 4 (quatro) pavimentos ou altura equivalente, é obrigatória a instalação de uma plataforma de proteção especial em balanço em todo o seu perímetro na altura da primeira laje sendo denominada de plataforma primária. Essa plataforma deve ter 2,50 m de balanço horizontal e um complemento 80 cm de extensão com inclinação de 45° até a borda. Acima e a partir da plataforma principal devem ser instaladas plataformas secundárias a cada 3 (três) lajes com 1,40m de balanço horizontal e um complemento 80 cm de extensão com inclinação de 45° até a borda. CANTEIRO DE OBRAS – Edificações I – 2014.2 8 3.4 Rede vertical de fachada São redes de nylon (ou material similar) colocadas justapostas às fachadas a fim de impedir a queda de pessoas e materiais para fora do alcance das bandejas. 3.5 Guarda-corpo e rodapé Em toda a periferia da obra devem ser instalados anteparos rígidos, em sistema de guarda-corpo e rodapé, com altura de 1,20 m para o travessão superior, 0,70 m para o intermediário e 0,20 m para o rodapé. O vão entre as travessas deve ser preenchido com tela ou outro dispositivo que garanta o fechamento seguro da abertura. 4. INSTALAÇÃO HIDROSANITÁRIA – A obra deve ser provida de abastecimento permanente de água potável; – O reservatório provisório deve ser dimensionado para atender ao consumo geral e a uma eventual falta de fornecimento de água; – Os esgotos devem ser lançados na rede pública ou no sistema de fossa e sumidouro; – Um reservatório exclusivo deve ser instalado junto à central de argamassas e concreto. 5. INSTALAÇÃO ELÉTRICA – A execução e manutenção das instalações elétricas devem ser realizadas por trabalhador qualificado e supervisionado por profissional legalmente habilitado; – Somente podem ser realizados serviços nas instalações quando o circuito elétrico não estiver energizado; – Quando não for possível desligar o circuito, deverão ser adotadas todas as medidas de proteção, com a utilização de ferramentas e equipamentos de proteção individual; – É proibida a existência de partes vivas expostas de circuitos e equipamentos elétricos; – Os condutores devem ter isolamento adequado, de modo a não obstruir a circulação de materiais, equipamentos e pessoal, e serem protegidos contra impactos mecânicos, umidade e agentes corrosivos; – Todos os circuitos devem ser protegidos com chaves acondicionadas em quadros; – As estruturas e carcaças dos equipamentos elétricosdevem ser eletricamente aterradas; – Os equipamentos fixos deverão ter circuito e chave individual, tipo botoeira ou similar, ao alcance imediato do operador do equipamento; – Os equipamentos e máquinas elétricas móveis só poderão ser ligadas por meio de plugues e tomadas. – Placas de sinalização e instruções devem ser afixadas estrategicamente; – Os locais de trabalho devem ser bem iluminados e as lâmpadas para iluminação de locais de movimentação de materiais devem estar protegidas contra impactos. – No início do expediente verificar, antes de ligar qualquer motor trifásico, se as três fases estão energizadas, a fim de não ―queimar o motor‖. CANTEIRO DE OBRAS – Edificações I – 2014.2 9 6. ELEMENTOS DE APOIO TÉCNICO/ADMINISTRATIVO 6.1 Escritórios Local destinado à administração e fiscalização da obra. O seu dimensionamento depende do número de profissionais envolvidos, podendo ser dividido em salas técnicas e administrativas. Devem ser providos de banheiros e instalações sanitárias individualizados. 6.2 Portaria A Portaria da Obra deve ficar junto à porta de acesso do pessoal e ser suficientemente ampla para manter um estoque de EPI, a ser fornecido aos visitantes. A guarita deve ser localizada de modo que o vigia possa controlar os acessos da obra e impedir a entrada na obra de pessoas desprovidas dos Equipamentos de Proteção Individuais. 7. ARMAZENAGEM E ESTOCAGEM DE MATERIAIS 7.1 Depósito São instalações destinadas à guarda de materiais de considerável quantidade e volume por razões de segurança e deterioração. O seu dimensionamento depende do volume estimado de material a ser estocado e do espaço disponível. 7.2 Silos e baias São instalações destinadas a armazenar agregados e aglomerantes a granel. Devem ser localizados de forma a permitir fácil acesso de caminhões basculantes. As baias devem ter separações de madeira ou alvenaria para que não haja mistura entre os materiais. 7.3 Almoxarifado São instalações destinadas à guarda de ferramentas e materiais de pequeno porte e de valor elevado. 7.4 Estocagem de materiais específicos: 1) Cimento: – Local protegido contra umidade; – Empilhados sobre estrado de madeira; – Prever carga na base de 3,0 t/m2; – Dar saída por ordem de entrada; – Camadas sucessivas cruzadas (amarração) – Pilha máxima de 10 sacos; – Utilizar dentro do prazo especificado pelo fabricante. 2) Cal: – Extinta e ensacada; – Empilhados sobre estrado de madeira; – Altura máxima de 2,00 m; – Camadas sucessivas cruzadas (amarração); UVA – Engenharia Civil – Edificações I – 2014.2 10 – A cal virgem não é mais utilizada nos canteiros de obra por ser economicamente inviável. 3) Agregados: – Armazenados em silos ou em baias; – Acesso livre para descarrego; – Descarregar a altura inferior a 3,0 m; – Evitar a ação prejudicial do vento; – O Estoque deve estar próximo ao acesso direto do basculamento do caminhão; – Deve-se prover delimitação quanto às laterais; – Evitar carreamento pela chuva e contaminação com terra, entulho e outros materiais; – A altura máxima do estoque sobre o terreno deve ser da ordem de 1,50 m; – Não estocar sobre laje (devido à sobrecarga); 4) Tubos, vergalhões e perfis metálicos: – Área de comprimento mínimo de 7,50 m para tubos, perfis e vergalhões quando dobrados; – Área de comprimento mínimo de 13,50 m para vergalhões de aço estirados; – Arrumados em camadas, com espaçadores transversais travados lateralmente; – As extremidades devem ser alinhadas para não avançarem nas circulações; – Separados por tipos e bitolas e altura máxima de 1,50 m; – Os locais de estocagem e corte dos vergalhões devem ser previamente estudados, uma vez que cada barra mede 12,00 m de comprimento (6,00 m dobradas em estoque); – As barras e rolos devem ser apoiados sobre travessas de madeira, ferro ou concreto, a fim de se manterem afastados do solo. 5) Madeiras: – Estocagem da madeira na obra deve ser feita por tipo de madeira e por bitola; – As linhas, caibros e ripas são armazenados da mesma forma que os tubos e vergalhões. – As peças devem ficar em local coberto de modo que não sofrerem a ação das intempéries a fim de que não se alterem as suas características e apoiadas sobre travessas de madeira para se manterem afastadas do piso. – Deve ser observado se as peças, principalmente as chapas de madeira compensada, não estão sofrendo deformações. – Área dimensionada em função do comprimento máximo; – Em local afastado de inflamáveis; – Extremidades alinhadas p/ não avançar na circulação; – Extintor de incêndio; – Em pilhas travadas lateralmente; – Altura máxima de 1,50 m. UVA – Engenharia Civil – Edificações I – 2014.2 11 8. SISTEMAS DE TRANSPORTE 1) Na horizontal – Carrinho-de-mão, jerica, padiola, ―bob-cat‖, pá-mecânica, retro-escavadeira, etc. 2) Na vertical – Elevadores, guincho de coluna, grua, sarilho, etc. 3) Outros tipos – Bombas de argamassa e concreto, bombas d’água, etc. O sistema de transporte deve ser bem projetado, com leiaute bem definido, levando-se em conta: – a redução das distâncias; – a redução das operações de cargas e descargas; – eliminação de cruzamento das vias; – demarcação e visibilidade das vias; – redução do contato entre operário e material; – otimização dos equipamentos de transporte; – localização estratégica dos elevadores de carga e de pessoal; – ligações diretas entre o transporte horizontal e vertical; – acesso aos pontos de produção no canteiro; – visibilidade na entrada e saída de veículos da obra; – utilizar mão única e evitar manobras de ré; – menor contato entre operário e material; – maior nível de segurança. PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS O planejamento e a organização do canteiro de obras devem preceder à realização dos serviços de cada etapa da obra a fim de serem evitadas improvisações que fatalmente levam a desorganização da obra, ociosidade e subutilização dos equipamentos e mão-de-obra, transporte desnecessário e armazenamento inadequado dos materiais, desperdícios, perdas de produtividade, de tempo e de qualidade, levando a perdas financeiras irrecuperáveis. A logística aplicada ao planejamento e organização do canteiro de obras de edificação constitui-se em um processo de ações multidisciplinares voltadas à otimização, à racionalização e à eficácia do suprimento, recebimento, armazenamento, movimentação, disponibilização e uso dos insumos, materiais, ferramentas, equipamentos, mão-de-obra e informações nas frentes de trabalho. A organização do canteiro consiste, em resumo, no uso racional do terreno não ocupado pela edificação para instalação da “fábrica” – O Canteiro de obras, que vai produzir a edificação. VIEIRA (2006) defende que o projeto do canteiro deve ser desenvolvido circunstanciado em fatores importantes que servirão para direcionar e encaminhar a elaboração do mesmo. São fatores condicionantes do planejamento e organização do canteiro: O tipo, a natureza e a complexidade da obra; Topografia e condições ambientais; UVA – Engenharia Civil – Edificações I – 2014.2 12 Definição dos elementos que devem estar presentes no canteiro e suas características; Os tipos e as características dos materiais empregados; Os processos e métodos construtivos a serem empregados; Estudo dos fluxos dos processos previstos; Definição dos meios de transporte horizontal e vertical; Os tipos de equipamentos empregados; Definição clara das diversas fasesdo desenvolvimento da obra; Os prazos de execução de cada etapa da obra e o prazo total; A quantificação e tipificação da mão-de-obra a ser utilizada em cada etapa; A legislação trabalhista e ambiental, código municipal de obras e postura, dentre outras. Elaboração e avaliação do arranjo físico para cada uma das fases definidas. Estabelecimento das prioridades dos elementos a serem instalados no canteiro de obras. O projeto do canteiro de obras é parte inicial integrante do processo de construção, responsável pelo seu arranjo físico (layout) e pelo dimensionamento e localização das áreas de recebimento e armazenagem de materiais, das áreas de trabalho, de vivência e de apoio, das vias de circulação e transporte, necessárias ao desenvolvimento das operações de apoio e de execução dos serviços. O projeto do canteiro de obras deve contemplar cada fase da obra, de forma integrada e evolutiva, de acordo com as características de cada uma delas e se adequar ao processo de produção empregado, de modo a oferecer condições satisfatórias de segurança, saúde e motivação aos trabalhadores dos serviços. O projeto do canteiro de obras deve atender a uma política de segurança de trabalho voltada à prevenção de acidentes, à promoção da saúde e proteção da integridade física dos trabalhadores, de clientes e de terceiros, mantendo as atividades em padrões adequados de produtividade com qualidade de serviço. Os programas voltados à segurança, à saúde, à prevenção de acidentes e à preservação das condições de trabalho e do meio ambiente, devem ser tratados em conjunto e devem ser elaborados antes da implantação de um Canteiro de Obras. O canteiro de obra é planejado para cada fase ou etapa distinta da obra, modificando-se a fim de se adequar a cada nova fase com o objetivo de obter o melhor desempenho das atividades ali desenvolvidas. Este vai sendo modificado ao longo da execução da obra em função dos materiais presentes, dos serviços a serem executados, dos equipamentos utilizados e da mão-de-obra alocada nos serviços, de forma racional e otimizada. A administração de materiais no canteiro visa à garantia de existência continua de estoque, organizado de modo à nunca faltar nenhum dos itens que o, dentro de um fluxo de caixa adequado ao planejamento do empreendimento. As etapas da obra podem ser genericamente divididas em três fases: 1. Fase Inicial – corresponde à movimentação de terra, execução das fundações e do subsolo; 2. Fase Intermediária – fase de grande volume de produção: estrutura, coberta, alvenaria e instalações; 3. Fase Final – fase de revestimentos e acabamentos da obra. UVA – Engenharia Civil – Edificações I – 2014.2 13 LICENÇAS, ALVARÁS E REGISTROS DA OBRA 1) Aprovação dos projetos: Alguns dos projetos estão sujeitos à aprovação prévia em diferentes órgãos ou empresas de serviço público. Os principais são: 1. Projeto de Arquitetura – Prefeitura Municipal. 2. Projeto de Instalação Elétrica – Concessionária de energia elétrica. 3. Projeto de Instalação Hidro-sanitária – Prefeitura Municipal e/ou Concessionária de Água e esgoto. 4. Projeto de Instalação Contra Incêndio – Corpo de Bombeiros. 5. Projeto de Instalação Telefônica – Concessionária de Telefonia. 2) Licenciamento ambiental – Licenças concedidas pelos órgãos ambientais do Município, Estado e União que analisam o impacto ambiental do empreendimento. 3) A.R.T. / CREA - Anotação de Responsabilidade Técnica no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, de todos os autores dos projetos e dos responsáveis pelas suas respectivas execuções. 4) R.R.T. / CAU – Registro de Responsabilidade Técnica no Conselho de Arquitetura e Urbanismo dos projetos de Arquitetura e Urbanismo. 5) Alvará de construção – É emitido pela Prefeitura Municipal do Município onde será executada a obra após a aprovação dos projetos. 6) Matrícula da obra no INSS – Cadastro Específico no INSS – C.E.I. da obra. 7) Comunicação prévia da obra à DRT – É obrigatória a comunicação à Delegacia Regional do Trabalho, antes do início das atividades, das seguintes informações: 1. Endereço da obra; 2. Qualificação (CEI – INSS, CNPJ ou CPF) do contratante, empregador ou condomínio; 3. Número máximo de empregados previsto (inclusive subempreiteiros) e 4. Datas previstas de início e término da obra. PLACAS DA OBRA As placas da obra são confeccionadas geralmente em chapas de metal (zinco, aço zincado, alumínio) com armação de madeira ou aço, destinadas a fornecer informações sobre a obra. O conteúdo, dimensões e especificações são regulamentadas pela legislação municipal e especificados no contrato de execução da obra. O CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) e o CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo) exigem que seja afixada na frente principal da obra uma placa com os nomes, registros e anotações das empresas e dos profissionais responsáveis envolvidos nos projetos e execução da obra. Os órgãos de licenciamento exigem a afixação de placa contendo os dados da licença em formato padronizado pelo órgão fiscalizador para facilitar a sua fiscalização. UVA – Engenharia Civil – Edificações I – 2014.2 14 Outras placas são colocadas a fim de prestar maiores informações ao público e dar publicidade da obra, dos materiais e das empresas fornecedoras de produtos e serviços envolvidas na execução da obra. PREPARAÇÃO DO TERRENO Uma vistoria minuciosa e um histórico do terreno devem ser feitos antes da elaboração dos projetos com a finalidade de localizar a existência de elementos tais como: tubulações enterradas de qualquer natureza, poço, cacimbão, fossa, sumidouro, restos de edificações, nascentes, aterros de qualquer natureza, córregos, etc. Uma vistoria minuciosa deve ser novamente feita no terreno, antes da implantação do canteiro, a fim de se fazer o reconhecimento dos elementos já detectados e mencionados nos projetos e especificações, bem como detectar novos elementos não detectados, tais como formigueiros, tronco de árvores, tubulações, erosões, etc... Serviços utilizados na preparação do terreno: – Desmatamento – Retirada da vegetação de grande porte, devidamente autorizada pelo órgão ambiental competente, sendo feita manualmente com o uso de moto-serra ou por máquinas e equipamentos adequados. – Roçado – Corte dos pequenos arbustos, feito manualmente com roçadeira ou por processo mecânico. – Destocamento – Extração dos tocos de árvores e arbustos resultantes do desmatamento. – Capina – Retirada de toda a vegetação rasteira, feita manualmente com enxada ou equipamento. – Desentulho e Limpeza – Consiste na retirada de todo material indesejável na obra. – Terraplenagem – Consiste no conjunto de operações de corte, escavação, carga, transporte, descarga, compactação e acabamento, executadas no terreno natural a fim de dar uma nova conformação topográfica desejada. É indispensável o acompanhamento dos trabalhos pelo serviço de topografia. PROGRAMAS DE SEGURANÇA PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil Segundo a NR-18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, estão obrigados à elaboração e ao cumprimento do PCMAT os estabelecimentos com 20 (vinte) trabalhadores ou mais, e deve contemplar todas as exigências contidas na NR-18 e na NR-9 – PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais em todos os seus aspectos, bem como outros dispositivos complementares de segurança. O PCMAT deve ser elaborado por profissional legalmente habilitado na área de segurança do trabalho. Compete ao Empregador estabelecer, implementar e assegurar o seu cumprimentocomo atividade permanente no canteiro de obras, devendo mantê-lo na obra à disposição da fiscalização da DRT – Delegacia Regional do Ministério do Trabalho. O programa serve como ponto de partida para que se implante um Sistema de Gestão da Segurança do Trabalho. UVA – Engenharia Civil – Edificações I – 2014.2 15 Para VIEIRA (2006 a obrigatoriedade da elaboração pelas empresas do Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho (PCMAT) pelo qual se defende um programa de segurança do trabalho tem por finalidade a prevenção de acidentes de trabalho e as suas conseqüências negativas sobre a saúde do trabalhador e da própria evolução das atividades operacionais da empresa. O PCMAT deve ser planejado em função das principais etapas de desenvolvimento da obra, desde os projetos até os serviços finais, considerando o risco de acidentes e doenças e a categoria profissional atuante em cada etapa. O PCMAT é composto pelos seguintes documentos: a) Memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e operações, levando-se em consideração riscos de acidentes e de doenças do trabalho e suas respectivas medidas preventivas; b) Projeto de execução das proteções coletivas em conformidade com as etapas da execução da obra; c) Especificação técnica das proteções coletivas e individuais a serem utilizadas; d) Cronograma de implantação das medidas preventivas definidas no PCMAT; e) Layout inicial do canteiro de obra, com previsão de dimensionamento das áreas de vivência; f) Programa educativo contemplando a temática de prevenção de acidentes e doenças do trabalho. PPRA – Programa de Prevenção e Riscos Ambientais Segundo a NR-9, fica estabelecida a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional Segundo a NR-7, ficam estabelecidas a obrigatoriedade e a implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. SESMT – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho Cabe ao SESMT a função de centralizar o planejamento da segurança, em consonância com a Produção, e descentralizar sua execução. CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes À CIPA cabe a função, como um órgão interno da Empresa, de ser um divulgador das normas de segurança e de realizar algumas funções executivas estabelecidas na legislação em vigor, tais como: elaborar Mapa de Riscos, discutir acidentes ocorridos, convocar reuniões extraordinárias, etc. A NR-5 traz informações completas sobre Eleição, Registro, Curso para Componentes de CIPA e detalhes para o seu funcionamento, bem como modelo dos documentos a serem elaborados, que UVA – Engenharia Civil – Edificações I – 2014.2 16 permitem à Produção implantar uma CIPA, mesmo sem ter Profissional da Área de Segurança do Trabalho em seu quadro de efetivo. Ordens de Serviço Sobre Segurança e Medicina do Trabalho Às Ordens de Serviço sobre Segurança e Medicina do Trabalho, cabe universalizar as responsabilidades, não só sobre segurança e saúde do trabalhador, como também sobre os processos de execução dos serviços. As ações para Prevenção de Acidentes e Doenças do Trabalho deverão ter a participação e o envolvimento de todos os setores da estrutura organizacional e de seus colaboradores, sendo as responsabilidades compatíveis com os diversos níveis no organograma funcional da empresa. A meta de “Acidente Zero”, apesar de utópica, deverá ser sempre perseguida. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI Qualquer indivíduo de estiver dentro de um canteiro de obras deverá usar os equipamentos adequados de proteção individual – Capacete, botas, luvas, óculos, protetor auricular, cinto de segurança, etc. A empresa deve providenciar todos os EPI’s, visando eliminar o risco de acidente no ambiente de trabalho, inclusive para visitantes. O empregador deve fornecer gratuitamente a todos os empregados todos os equipamentos necessários. O seu uso é obrigatório pelo empregado, passivo de demissão por justa causa. O Capacete de segurança é distribuído nas seguintes cores: Administração Carpinteiros Armador Pedreiro Servente Demais Profissionais (eletricista, bombeiros, operadores, etc.) REGRAS BÁSICAS DE SEGURANÇA NO TRABALHO A distração é um dos maiores fatores de acidentes. Trabalhe com atenção e dificilmente se acidentará; O canteiro de obras é lugar de trabalho. As brincadeiras devem ser reservadas para horas de folga; Seus olhos não se recuperam depois de perdidos. Use óculos protetores sempre que o seu trabalho o exigir; A pressa é companheira inseparável dos acidentes. Faça tudo com tempo para trabalhar bem e com segurança. Quando não souber ou tiver dúvida sobre algum serviço, pergunte ao seu mestre ou encarregado; UVA – Engenharia Civil – Edificações I – 2014.2 17 As suas mãos levam para casa o alimento de sua família. Evite pô-las em lugares perigosos. Comunique ao encarregado toda e qualquer anormalidade ou defeito que notar nas máquinas ou ferramentas; Não improvise ferramentas, procure uma que seja adequada para seu serviço; Utilizem em seus trabalhos, ferramentas em bom estado de conservação, para prevenir possíveis acidentes; Não fume em lugares onde se guardam explosivos e inflamáveis; Coopere com seus companheiros em benefício da segurança de todos e siga os conselhos do encarregado; Ao empregador é obrigado o fornecimento dos equipamentos de proteção individuais e coletivos; O empregado está obrigado a usar os equipamentos de proteção para prevenir acidentes e evitar doenças profissionais; Mostre ao novo companheiro os perigos que o cercam no trabalho; Cada acidente é uma lição que deve ser apreciada, para evitar maiores desgraças; Todo o acidente tem uma causa que é preciso ser pesquisada, para evitar a sua repetição; Se você não é eletricista, não se meta a fazer serviços de eletricidade; Procure o socorro médico imediato, se você for vítima de um acidente, amanhã será tarde demais; As máquinas não respeitam ninguém; mas você deve respeitá-las; Atende às recomendações dos membros da CIPA e de seus mestres e encarregados; Conheça sempre as regras de segurança do setor onde você trabalha, e do canteiro de obras em geral; Conversa e discussões no trabalho predispõem a acidentes pela desatenção; Leia e reflita sempre sobre os ensinamentos contidos nos cartazes e avisos de prevenção de acidentes; Mantenha sempre as guardas protetoras das máquinas, nos devidos lugares; Pare a máquina quando tiver que consertá-la ou lubrificá-la; Habitue-se a trabalhar protegido contra os acidentes. Use equipamentos de proteção adequados a seu serviço; Conhecer o manejo dos extintores e demais dispositivos de combate ao fogo, existentes em seu local de trabalho.
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