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Ritmo e dança

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Autores: Profa. Lilian Vieira da Silva 
 Prof. Alexandre Kikuti da Silva
Colaboradores: Profa. Vanessa Santhiago
 Prof. Mário André Sigoli
Ritmo e Dança
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Professores conteudistas: Lilian Vieira da Silva / Alexandre Kikuti da Silva
Lilian Vieira da Silva
Licenciada em Dança na Universidade Paulista de Artes (2007). Especializou-se em Linguagens das Artes pela 
Universidade de São Paulo (USP). Realizou curso de aperfeiçoamento em Arte e Movimento de Laban (2011). 
Foi bailarina clássica com formação pela Royal Academy of Dance. Estudou balé moderno, jazz dance, dança 
contemporânea, sapateado, dança afro-brasileira e danças circulares sagradas. Atua como professora e coreógrafa e 
possui extensa produção artística na área de dança-arte e dança-educação. Ministrou curso de aperfeiçoamento em 
dança para professores da rede municipal de Jundiaí (SP). Participou como professora do 1ª Ateliê Internacional de 
Dança, realizado pela São Paulo Companhia de Dança. 
Atualmente é líder da Disciplina de Ritmo e Dança na Universidade Paulista – UNIP.
Alexandre Kikuti da Silva 
Possui graduação em Educação Física pelas Faculdades Integradas de Guarulhos – FIG (2001), especialização em 
Fisiologia do exercício e treinamento resistido na saúde, na doença e no envelhecimento pela Universidade de São 
Paulo – Cecafi/FMUSP (2004), especialização em Dança e Consciência Corporal pela UniFMU (2010). 
Mestre em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo – Unifesp/EPM (2013). Ex-atleta de aeróbica de 
competição (1992 a 1996). Integrou grupos de apresentação em jazz e estilo livre em vários eventos e espetáculos de 
dança. Tricampeão brasileiro do Brazilian Street Dance Festival com o grupo HIP de la HOP. Ex-integrante do grupo de 
street dance Companhia de Performance/Reebook. 
Atuou como coreógrafo de street dance e professor de ritmos em academia por 18 anos. 
Desde 2005, é professor da disciplina de Ritmo e Dança na Universidade Paulista – UNIP. 
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
S586r Silva, Lilian Vieira da.
Ritmo e dança. / Lilian Vieira da Silva, Alexandre Kikuti da Silva. 
– São Paulo: Editora Sol, 2016.
88 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXII, n. 2-116/16, ISSN 1517-9230.
1. Ritmo. 2. Dança. 3. Música. I. Silva, Alexandre Kikuti da. II. Título.
CDU 793.3
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Vitor Andrade
 Lucas Ricardi
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Sumário
Ritmo e Dança
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................8
Unidade I
1 RITMO .....................................................................................................................................................................9
1.1 Conceituações ..........................................................................................................................................9
1.2 Definições ............................................................................................................................................... 10
1.3 Objetivos .................................................................................................................................................. 12
1.3.1 Princípio básico do ritmo .................................................................................................................... 13
1.3.2 Importância do ritmo ............................................................................................................................ 13
1.4 Estruturação do ritmo ........................................................................................................................ 14
2 RITMO E ARRITMIA ......................................................................................................................................... 15
2.1 Arritmia .................................................................................................................................................... 15
2.1.1 Indivíduo rítmico ................................................................................................................................... 16
2.1.2 Indivíduo arrítmico ............................................................................................................................... 16
2.1.3 Indivíduo não arrítmico ...................................................................................................................... 16
2.2 Eurritmia .................................................................................................................................................. 17
3 ELEMENTOS DO RITMO ................................................................................................................................. 18
3.1 Pulso .......................................................................................................................................................... 18
3.2 Compasso ................................................................................................................................................ 18
3.2.1 Compasso binário ................................................................................................................................... 19
3.2.2 Compasso ternário ................................................................................................................................. 19
3.2.3 Compasso quaternário ......................................................................................................................... 19
3.3 Frase musical .......................................................................................................................................... 19
3.4 Bloco musical ......................................................................................................................................... 20
3.5 Andamento ............................................................................................................................................. 21
3.6 Pausa musical ........................................................................................................................................23
3.7 Acento musical ...................................................................................................................................... 23
3.8 Ato de ouvir, som e suas características ..................................................................................... 23
3.9 Som ............................................................................................................................................................ 23
3.9.1 Altura ........................................................................................................................................................... 24
3.9.2 Intensidade ............................................................................................................................................... 24
3.9.3 Timbre ......................................................................................................................................................... 24
3.9.4 Duração ....................................................................................................................................................... 25
3.10 Música .................................................................................................................................................... 25
3.10.1 Melodia ..................................................................................................................................................... 26
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3.10.2 Harmonia ................................................................................................................................................. 26
3.10.3 Leitura musical ...................................................................................................................................... 27
3.10.4 Mapeamento musical ......................................................................................................................... 28
3.10.5 Variações de contagem musical em aulas coletivas .............................................................. 30
4 ACOMPANHAMENTO RÍTMICO .................................................................................................................. 31
4.1 Instrumentos musicais ....................................................................................................................... 31
4.1.1 Instrumentos de corda ........................................................................................................................ 31
4.1.2 Instrumentos de sopro ........................................................................................................................ 31
4.1.3 Instrumentos de percussão ................................................................................................................. 32
4.2 Grupos de percussão: Stomp e Barbatuques ............................................................................ 32
4.2.1 Stomp .......................................................................................................................................................... 32
4.2.2 Barbatuques .............................................................................................................................................. 33
Unidade II
5 A DANÇA ............................................................................................................................................................. 37
5.1 Definindo conceitos ............................................................................................................................ 37
5.2 Objetivos e funções da dança ......................................................................................................... 38
5.3 Elementos que compõem a dança ................................................................................................ 38
5.4 Fundamentos da dança ..................................................................................................................... 40
5.5 Composição coreográfica.................................................................................................................. 43
6 HISTÓRIA DA DANÇA ..................................................................................................................................... 44
6.1 A dança no Brasil .................................................................................................................................. 47
7 ESTILOS, MÉTODOS E ÁREAS DE ATUAÇÃO DA DANÇA ................................................................... 48
7.1 Dança erudita e arte .......................................................................................................................... 48
7.2 Dança da cultura popular ................................................................................................................ 50
7.3 Danças urbanas – street dance ...................................................................................................... 51
7.4 Dança-educação – movimento expressivo ............................................................................... 52
7.5 Dança e Educação Física .................................................................................................................... 55
7.6 A dança como reabilitação ............................................................................................................... 56
7.7 A dança na religião .............................................................................................................................. 57
8 DANÇAS INTEGRATIVAS................................................................................................................................ 58
8.1 Danças circulares .................................................................................................................................. 59
8.2 Danças sociais ou danças de salão ................................................................................................ 61
8.3 Danças da cultura popular brasileira ou danças folclóricas ............................................... 62
8.3.1 Folclore ........................................................................................................................................................ 63
8.3.2 Quadrilha .................................................................................................................................................... 64
8.4 Preparação física para a dança ....................................................................................................... 71
8.4.1 Aquecimento/resfriamento ................................................................................................................. 72
8.4.2 Percepção corporal e o alinhamento .............................................................................................. 73
8.5 Equilíbrio .................................................................................................................................................. 74
8.6 Força muscular equilibrada .............................................................................................................. 75
8.7 Flexibilidade ............................................................................................................................................ 77
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APRESENTAÇÃO
A disciplina Ritmo e Dança tem por finalidade lançar os conceitos e princípios sobre os movimentos e 
ritmos corporais, bem como noções da linguagem musical como itens essenciais na vida do ser humano. 
Destaca a linguagem da dança como expressãocorporal e cultural e suas relações com a educação 
física. A intenção é explorar os aspectos históricos, estilos e áreas de atuação da dança, seus sistemas e 
métodos de ensino e a preparação física, ressaltando suas características e complexidades. 
Após estudar o conteúdo deste livro-texto, você deverá ser capaz de: 
• conceituar e definir questões sobre ritmo;
• refletir sobre os possíveis meios de manifestações do ritmo;
• assimilar os diversos objetivos do trabalho do ritmo e as múltiplas formas de estruturações 
que apresenta;
• explorar a arritmia, sua natureza e métodos de trabalho;
• classificar os indivíduos quanto à ausência ou a presença do senso rítmico;
• analisar os elementos que o ritmo exibe;
• criar um trabalho rítmico utilizando ferramentas e processos pedagógicos;
• conhecer grupos e trabalhos relacionados aos aspectos rítmicos;
• empregar o ritmo como um dos meios para o desenvolvimento de habilidades motoras e 
capacidades físicas;
• repensar e valorizar a dança como um bem cultural, reconhecendo seu valor social, filosófico, 
artístico e educacional;
• estudar o movimento e as diversas possibilidades da dança com foco em educação e atividade física;
• atuar como pesquisador em dança;
• facilitar a integração dos conteúdos rítmicos e expressivos para formulação de trabalhos que 
demonstrem o domínio conceitual da linguagem corporal;
• promover o exercício e a pesquisa das diversas formas de locomoção, deslocamentos e orientação 
no espaço (caminhos, direções, planos e níveis);
• incentivar a experimentação na movimentação, considerando as mudanças de velocidade, de 
tempo, de ritmo e o desenho no espaço;
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• desenvolver e aplicar a dança em programas em geral;
• reconhecer e identificar a dança e suas concepções estéticas nas diversas culturas, concebendo as 
criações regionais, nacionais e internacionais;
• compreender quais são as capacidades físicas mais requisitadas para a prática.
INTRODUÇÃO
Esta disciplina ressalta o valor dos trabalhos rítmicos para as aulas, individuais ou coletivas, e propicia 
meios e estratégias ao profissional para trabalhar a capacidade física, responsável pela qualidade de 
qualquer gesto ou movimento, influenciando na formação do ser como um todo. 
A dança, uma das mais antigas manifestações da arte, é apresentada com o intuito de aumentar 
a compreensão sobre as diversas manifestações existentes. Objetiva, ainda, destacar sua importância 
cultural e pessoal e sua representatividade em diversas questões voltadas ao corpo humano. 
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RITMO E DANÇA
Unidade I
1 RITMO
Inicialmente, estudaremos assuntos relacionados ao ritmo, desde suas diversas definições e 
conceitos até as inúmeras propostas rítmicas, que, através de diversas formas, podem ser trabalhadas 
pelo professor de educação física.
1.1 Conceituações
Você já sentiu dificuldades em algum movimento, seja durante sua rotina, seja em aulas de ginásticas 
em clubes e academias? 
As diversidades de movimentação possíveis pelo corpo humano pouco são trabalhadas durante 
nossa existência, e o acervo de articulações que uma pessoa possui, em linhas gerais, é bem pequeno. 
Atividades rítmicas, com ou sem a utilização de música, contribuem muito para a aquisição de novos 
movimentos, aprimorando nossa saúde física, mental e social.
Antes de apresentarmos itens específicos relacionados ao ritmo, é importante ressaltar algumas 
conceituações. O conceito de ritmo apresenta grande complexidade. Assim é comum associar a palavra 
de acordo com a linha, ou área de atuação, por exemplo, a Música, Arte, Literatura, Psicologia, Linguística, 
Biologia, entre outros. Entre vários autores que estudam o ritmo, podemos citar, de acordo com Artaxo 
Neto e Monteiro (2008):
• Rudolf Bode, o pai da ginástica moderna, que diz que o ritmo é o principal elemento de tudo que 
vive. Como a vida tem caráter contínuo, ele relata que o ritmo também o é.
• Emile Jaques Dalcroze, educador e músico criador da rítmica (método de educação global através 
do rítmico corporal), que narra que o ritmo é um princípio vital e é movimento.
• Jürgen Weineck, notório preparador físico alemão, que enuncia que o ritmo é a capacidade de se 
adaptar a um ritmo dado, interiorizá-lo e reproduzi-lo em movimento.
Ritmo pode ser apresentado como a cadência em intervalos de tempos (de forma periódica). É 
possível relacioná-lo à música e à arte, e até mesmo pode ser usado para descrever a velocidade 
de algo. Pense, por exemplo, no movimento, de forma espontânea e natural, destacando um ritmo 
próprio. Vejamos outro exemplo: as poças d’água formadas pelas goteiras. A gota cai seguida de 
uma pausa (seja ela curta, seja longa) para que outra caia depois, e assim continuamente, tudo 
ocorrendo num ritmo próprio.
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Unidade I
 Saiba mais
A leitura do artigo a seguir vai auxiliá-lo a entender melhor a 
conceitualização do ritmo:
MULLER, R. Z.; TAFNER, E. P. Desenvolvendo o ritmo nas aulas de 
educação física em crianças de 3 a 6 anos. ICPG, Santa Catarina, v. 3, n. 
11, jul./dez. 2007. Disponível em: <https://www.ufpe.br/ppgedfisica/images/
documentos/desenvolvimento%20do%20ritmo%20nas%20aulas%20
de%20educao%20fsica%20-%20muller%20e%20tafner.pdf>. Acesso em: 
22 jul. 2016.
1.2 Definições 
Agora definiremos algumas questões relacionadas ao ritmo. Quando se pensa em ritmo, acredita-se 
que, por ser algo intangível (isto é, que não apresenta matéria física), seja difícil atribuí-lo a algo que 
esteja diretamente ligado à nossa vida. Você concorda? 
Em que momento o ritmo pode se expressar em nossas vidas? Partindo do princípio de que todos 
nós somos seres rítmicos, o simples fato de estarmos vivos já é uma premissa suficiente para se retratar 
o ritmo.
Quer tentar? Apoie a mão acima do peito e sinta o coração bater por 30 segundos. Agora faça o 
mesmo em seu colega e compare a quantidade de batidas do seu coração e do dele. 
De acordo com a situação, as batidas ocorrem de forma mais lenta (caso você esteja sentado ou 
algum tempo sem se movimentar de forma brusca), ou rápida (logo após uma corrida), pois a mudança 
de ritmo ou de velocidade ocorre de forma involuntária.
Tudo que tem vida, animal ou vegetal, possui ritmo. Está presente em aspectos biológicos, como no 
sono, no movimento e também na natureza, inclusive nas máquinas das indústrias! É um princípio vital 
que tem movimentos regulados e harmoniosos.
A origem da palavra ritmo tem origem indo-europeia (sreu), que significa fluir, e do grego rhytmos, 
que indica medida, movimento. 
O profissional de Educação Física necessita de conhecimentos quanto ao ritmo. Uma importante 
capacidade física, o trabalho do ritmo proporciona maior grau de controle e, consequentemente, maior 
qualidade sobre os movimentos exigidos durante as aulas de ginástica, práticas esportivas, entre outras, 
bem como nas articulações de qualquer pessoa.
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RITMO E DANÇA
Compreendem-se como ritmo da vida desportiva e da vida lazer (ritmo 
desportivo e ritmo lazer) os gestos executados no decorrer de atividades 
físicas, independentemente de serem caracterizados com competição ou 
lazer/recreação, por exemplo: brincar de esconde-esconde, de pegar, de 
rodas cantadas, jogar basquete, handebol, peteca, praticar dança, ginástica 
natural etc. (GARCIA; HAAS, 2007 p. 29).Lembrete
Em Educação Física, o ritmo constitui a integração funcional e a 
coordenação motora entre todas as forças que estruturam o movimento. 
Em qualquer prática de ginástica, o ritmo será fundamental.
Quando ocorre o trabalho rítmico na criança, há uma visível evolução nos aspectos psicomotores, 
por exemplo, ações do andar, correr, falar, brincar e da forma pela qual ela se relaciona com as pessoas 
e também com o meio ambiente.
O ritmo está associado não apenas à música propriamente dita, mas 
também ao desenvolvimento de esquemas corporais e temporais, que são 
importantes para o desenvolvimento do andar, do dançar, e também da fala, 
da leitura e da compreensão de processos como a duração (o rápido e o 
lento) e sucessão (o antes, o depois e o simultâneo) (LOPEZ, 1998, p. 16).
Através dos sentidos, também será possível que você perceba a presença do ritmo.
• Audição: os sons produzidos de vários ambientes e situações, por exemplo, na fala, na música, no 
barulho das ondas etc. 
• Sentido cinestésico: verificamos o ritmo ao respirar, andar – a pé ou de bicicleta –, dançar, correr, 
saltar etc. 
• Tato: um método muito interessante de se trabalhar o ritmo através do tato é com pessoas surdas, 
nas quais a percepção se dá pelo toque. Quando se coloca as mãos do educando sobre um tambor, 
por exemplo, e este está produzindo som, as vibrações emitidas pelo batuque do instrumento 
serão as referências para a compreensão da proposta rítmica. 
• Visão: quando observamos algum movimento, observamos o ritmo em que ele ocorre. Podem 
ser ações executadas por pessoas em operações cotidianas, os movimentos dos animais, como 
o espreguiçar de um gato e um cachorro brincando com uma bola, e também provocados pela 
natureza, como o vento balançando uma arvore e as águas do mar batendo em rochas.
• Senso de tempo: quanto à percepção do senso de tempo, imagine um jogador de vôlei se 
preparando para saltar e, na fase mais alta do movimento, em perfeita coordenação com o tempo 
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Unidade I
de bola, ele executa um fundamento do vôlei chamado de “cortada”. Outro exemplo para que você 
entenda bem o conceito de senso de tempo é a relação do comprimento das notas musicais e a 
duração dos intervalos, que apresentam princípio, meio e fim.
1.3 Objetivos
De acordo com Artaxo Neto e Monteiro (2008, p. 11), os objetivos em se desenvolver o ritmo corporal 
estão inseridos nos seguintes argumentos:
• desenvolver a capacidade física do educando;
• procurar a descoberta do próprio corpo;
• estimular o ritmo natural;
• possibilitar o trabalho em grupo;
• estimular a atividade do executante;
• incentivar a economia do trabalho, retardando a fadiga e aumentando os resultados.
Veja o conteúdo de cada uma dessas argumentações e reflita sobre como e por que o trabalho 
rítmico corporal deve ser apresentado:
• Desenvolver a capacidade física do educando: as habilidades físicas – resistência, agilidade, 
velocidade, entre outras – são perfeitamente desenvolvidas através dos trabalhos de ritmos corporais.
• Procurar a descoberta do próprio corpo e de suas possibilidades de movimento: infelizmente, 
com o passar dos anos, vamos perdendo as noções sobre as perspectivas que nosso corpo pode 
alcançar em relação aos movimentos. Estes se apresentam de forma mecanizada, ao ponto de 
não notarmos mais a existência de partes de nosso corpo (ao fazer massagem na planta dos pés, 
percebemos as partes sensíveis).
• Desenvolver o ritmo natural: durante as atividades rítmicas corporais, o trabalho das capacidades 
físicas proporcionam melhoras no condicionamento físico do educando, por exemplo, frequência 
cardíaca, tempo de reação dos movimentos, entre outros.
• Possibilitar o trabalho em grupo: trabalhar em grupo não é fácil! As atividades rítmicas, de 
forma pedagógica, ajudam o educando ao despertar maior cooperação, disciplina, solidariedade, 
comunicação e sentido de liderança, além de melhorar o entrosamento. Além disso, trabalhar em 
grupo é supermotivante.
• Estimular a atividade do executante: a sensação de prazer que o praticante tem ao se 
conseguir, com sucesso, alcançar um objetivo dentro de uma proposta dada é uma ferramenta 
muito importante para a formação da autoestima de quem o faz. 
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RITMO E DANÇA
• Incentivar a economia do trabalho retardando a fadiga e aumentando os resultados: 
com maior controle sobre os movimentos, economizar energia pode ser fator fundamental em 
determinadas situações (por exemplo, em jogos coletivos). 
• Aperfeiçoar a coordenação: as práticas rítmicas corporais ajudarão a aumentar o acervo motor 
do aluno, além de potencializar e refinar os movimentos já adquiridos.
1.3.1 Princípio básico do ritmo
O processo de relaxamento é apresentado como o princípio básico do ritmo. Podemos considerar 
o ritmo como um constante fluxo de movimentos corporais nos quais estão envolvidos contrações e 
relaxamentos musculares. 
Essa continuidade de movimentos é caracterizada pelo forte e pelo 
fraco, pelo acento e pelo escoar, pelo contrair e pelo relaxar, definindo o 
movimento natural. A unidade de movimento como a soma da contração 
e do relaxamento forma o ritmo e o movimento corporal (ARTAXO NETO; 
MONTEIRO, 2008, p. 13)
Segundo Gandara (1988, p. 11), todo movimento rítmico possui três fases. Para entendê-las melhor, 
podem ser relacionadas a uma prática esportiva, por exemplo, o salto em altura.
• Fases do movimento:
— ascensão: correspondente ao estímulo ou pré-impulso de um movimento – precedendo seu 
ponto culminante (disposição para a tensão);
— acento ou ponto culminante do movimento: máxima tensão ou descarga;
— descensão ou escoamento: é a fase de relaxamento.
• Salto em altura:
— as passadas da corrida: refletem a etapa ascendente;
— o salto propriamente dito (quando o atleta se desprega do chão): corresponde à fase ao acento;
— o momento da queda: representa o escoamento.
1.3.2 Importância do ritmo
Como destacamos, o ritmo está em tudo, e nenhum ser vivo existiria sem sua presença. Com 
propostas de desenvolver ou aperfeiçoar o ritmo, os profissionais que trabalham com a educação 
corporal poderão atuar diretamente na formação básica e técnica do aluno, em sua criatividade e na 
educação do movimento.
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Unidade I
A seguir, vamos destacar cada uma delas.
• Formação básica do educando: o ser humano, através de atividades rítmicas corporais, 
aperfeiçoará as possibilidades de movimento que o corpo permite. Com o passar dos anos, 
as pessoas deixam de executar ou executam com bem menos frequência várias ações 
básicas, como agachar, rolar, rastejar, entre outras. Quanto maior for o trabalho corporal 
dentro dessas ações nas fases iniciais do desenvolvimento humano, por exemplo, a fase 
infantil, maiores serão as informações registradas pelo praticante, aumentando seu acervo 
motor. Em nossa atual situação, podemos dizer que as pessoas, entre elas várias crianças, 
são verdadeiros “analfabetos motores”. Avalie a seguinte questão: para alguém que sempre 
possuiu um grande acervo de movimentos – conquistados com trabalhos de propostas 
rítmicas, como seria o processo de aquisição de maior domínio sobre movimentos específicos 
de um esporte? Seria mais difícil ou mais fácil?
• Formação técnica do educando: as atividades rítmicas corporais podem agir de forma 
significativa nas ações motoras específicas de qualquer rítmico técnico. Qualquer que seja a 
prática, o executante terá maiorcontrole, elevando as possibilidades de acerto em um chute 
ou um arremesso, por exemplo. Trabalhar gestos motores diferentes dos gestos específicos da 
modalidade escolhida também é uma proposta bastante significativa, pois potencializará as ações 
motoras do esporte em questão. O ritmo técnico do movimento depende dos seguintes aspectos: 
do objetivo do exercício e do estímulo exigido, do quão equilibrada estão as qualidades físicas dos 
praticantes, da individualidade biológica e da capacidade de percepção de cada um.
• Criatividade: em geral, os indivíduos não usam a imaginação para transformar o saber que têm 
em comportamentos criativos. Estimular o educando a desenvolver sua criatividade através das 
atividades rítmicas corporais promove a expansão de suas habilidades e sua autoconfiança.
• Educação do movimento: seja em atividade recreativa, seja esportiva, os movimentos feitos com 
menor esforço adquirem maior qualidade e maior naturalidade. 
 Lembrete
Nas aulas de Educação Física, descobrir e trabalhar o ritmo colabora 
para a evolução da aprendizagem motora, pois auxilia a compreensão dos 
mecanismos dos movimentos e incentiva a economia do trabalho, tanto de 
ordem física quanto mental.
1.4 Estruturação do ritmo
Estudaremos como o ritmo é estruturado e como pode ser observado dentro de toda uma 
possibilidade, que abrange pessoas, objetos, máquinas, natureza, enfim, tudo que existe e que, em sua 
maioria, tem vida.
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• Ritmo individual: é o ritmo que cada um de nós possui, de acordo com nossas características 
próprias. Exemplo: ritmo de amadurecimento, de crescimento, de aprendizagem e do 
funcionamento biológico.
• Ritmo grupal: equivale à capacidade que o homem tem de adaptar e experenciar seu ritmo 
individual, igualando-se, portanto, ao movimento rítmico do grupo. Exemplo: pessoas de ritmos 
distintos (uma pessoa lenta, outra agitadíssima etc.) executando um mesmo tipo de movimento, 
como nado sincronizado, remo, dança, entre outros.
• Ritmo mecânico: assinalado por movimentos que são sempre uniformes. É característico nas 
máquinas. Exemplo: relógio, ventilador etc.
• Ritmo disciplinado: é o condicionamento de um ritmo predeterminado. Exemplo: a marcha de 
soldados da infantaria (120 passos por minuto).
• Ritmo natural: é o ritmo do crescimento, dos fenômenos de natureza animal, vegetal e universal 
(atômico e astronômico). Exemplo: o crescimento de uma planta.
• Ritmo espontâneo: representa uma interferência externa que muda seu ritmo individual 
momentaneamente. Realiza-se de modo espontâneo. Exemplo: gritar e pular ao ouvir uma 
boa notícia.
• Ritmo refletido: é a reflexão sobre a métrica, que significa medida do ritmo. Exemplo: quando 
um músico, ao tocar um instrumento, fica concentrado no andamento da música. A métrica é a 
ordem e a medida do ritmo, sendo representada pelos compassos binário, ternário e quaternário.
2 RITMO E ARRITMIA
Quando vemos pessoas sem ritmo para desenvolver tarefas específicas ou determinados exercícios, 
nunca paramos para pensar nos motivos que causam tamanhas dificuldades. Então, entenderemos 
alguns dos fatores que colaboram para que as pessoas apresentem, dentro de uma variância, dificuldades 
quanto às questões rítmicas.
2.1 Arritmia
A arritmia resulta da falta de coordenação entre o sistema nervoso central e o sistema muscular. 
O primeiro permanece em constante e rápida comunicação com este último. As mensagens transitam 
entre esses dois sistemas, criando um equilibrado (ou nem tanto) conjunto de ações e movimentos. A 
causa da arritmia é a descoordenação desse processo.
Você conhece alguém que possui facilidade em executar gestos novos com apenas algumas 
tentativas? E pessoas que têm muita dificuldade em se expressar ritmicamente, seja através de um 
determinado gesto esportivo (o correto tempo em sacar uma bola de vôlei, por exemplo), seja em gestos 
rotineiros? Pois bem, a classificação dos indivíduos quanto à ausência ou presença do ritmo é expressa 
como rítmica, arrítmica e não arrítmica. 
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2.1.1 Indivíduo rítmico 
O indivíduo rítmico é aquele que possui equilíbrio e permanente harmonia corporal. Para alcançarmos 
tal estágio, as experiências corporais são essenciais. É preciso vivenciar movimentos rítmicos de diversas 
formas, fazendo com que as vibrações transcorram por todo o corpo, isso ajuda a desenvolver a educação 
do sistema neuromuscular, obtendo-se maior consciência corporal e rítmica. 
2.1.2 Indivíduo arrítmico 
O indivíduo arrítmico não apresenta ritmo. Por exemplo, cita-se a falta de ritmo e harmonia corporal 
na realização de um determinado movimento. As dificuldades encontradas pelo indivíduo arrítmico 
ao realizar um movimento estão ligadas à falta de capacidade do cérebro em emitir ordens rápidas ao 
músculo responsável por executá-lo ou à impossibilidade de fazê-lo. 
Simples movimentos podem denotar um grande desafio para o indivíduo arrítmico. Por que isso 
acontece? Em primeiro lugar, cada pessoa exibe um ritmo biológico, facilitando ou dificultando a 
execução de um ritmo predeterminado. Depois, a compreensão intelectual que se tem do gesto a ser 
aprendido não basta. Teoricamente, o gesto parece fácil, mas na hora de executá-lo, tudo se torna mais 
difícil para o indivíduo arrítmico. 
Assim, é necessária uma condição favorável do aparelho muscular, bem como uma adequada 
coordenação ao sistema nervoso central. Essa rápida comunicação entre esses sistemas vai favorecer 
maior harmonia e equilíbrio do movimento pretendido. As propostas rítmicas corporais podem gerar 
essa condição.
2.1.3 Indivíduo não arrítmico 
Diferentemente do indivíduo arrítmico, a coordenação do complexo neuromuscular do indivíduo 
não arrítmico é preservada. Suas disfunções provêm de outros fatores. 
Veja a seguir alguns desses fatores característicos do indivíduo não arrítmico:
• Falta de concentração: seja qual for o motivo que leve o praticante a perder a concentração, 
patologia TDA (transtorno de déficit de atenção), cansaço, sono, entre outros, essa é uma situação 
que dificultará a interpretação, pelo corpo, em trabalhar e adquirir maior contexto rítmico.
• Falta de vontade: quando alguém não gosta do que está fazendo, consequentemente vai 
executar gestos propostos nas práticas de forma descontrolada e despretensiosa. Gostar da 
prática, efetuando com vontade todo o trabalho proposto, contribuirá na melhora rítmica 
do praticante.
• Falta de atenção: ter atenção e entender a proposta é vital para se trabalhar o ritmo corporal 
pois facilita a conexão do sistema nervoso central para a realização do gesto.
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• Falta de atenção: ter atenção e entender a proposta é de fundamental importância para se 
trabalhar o ritmo corporal. Facilita a conexão do sistema nervoso central para realização e 
consequente melhora do gesto.
• Baixa autoestima: nessa condição, a pessoa sente-se incapaz de aprender, o que promove uma 
barreira para o trabalho rítmico corporal.
• Falta de confiança em si: esse é um grande obstáculo na execução de qualquer tarefa. 
Especificamente no trabalho rítmico corporal, as pessoas com dificuldade em acreditar em si 
apresentam limitações quanto às possibilidades de seu corpo.
 Observação
Você pode notar que os motivos externos elencados anteriormente 
podem, de forma momentânea, fazer com que um indivíduo rítmico se 
torne um individuo não arrítmico. 
2.2 Eurritmia
O austríacoEmile Jaques-Dalcroze (1865-1950) foi um dos grandes estudiosos sobre o movimento 
e expressão através do corpo. Educador, compositor e professor de artes dramáticas e de música, 
influenciou o teatro e a dança com seus estudos sobre a sensibilidade musical.
Ele percebia que seus alunos acompanhavam e executavam o que viam na partitura de modo muito 
mecânico. Acreditava em um sistema de ensino no qual a educação auditiva deveria começar pelo 
senso rítmico, este composto pelo sistema muscular. Assim, com esse novo modelo, o corpo seria o 
instrumento principal para assimilar a música.
Para Dalcroze, os estudantes precisavam possuir maior coordenação entre olhar, escutar, a mente 
e o corpo. Concluiu que para tocar bem, o primeiro instrumento a ser treinado deveria ser o corpo. 
Ele criou a eurritmia (bom ritmo), que é um sistema de treinamento da sensibilidade musical baseado 
no movimento rítmico. Nele, os princípios que compõem a eurritmia vão se organizar na relação entre 
o corpo e o som.
Rodrigues (2003 apud ARTAXO NETO; MONTEIRO, 2008) define bem o que Dalcroze queria ao criar a 
Eurritmia. “Dalcroze quer que a música, passando pelo ouvido, chegue até a alma para abraçá-la e que 
a alma transforme o corpo em ressonância”.
Jacques Dalcroze doutrinava que o 
[...] sentimento rítmico corporal se desenvolve por educação do sistema 
muscular e nervoso na qualidade de transmitir pela expressão a graduação 
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da força e da elasticidade no tempo e no espaço – a concentração na análise 
e a espontaneidade na execução do movimento ritmado e, o qual permite 
notar e criar o ritmo, interior e exteriormente. 
Essa educação é imprescindível a todos, pois a estrutura do corpo humano 
varia de indivíduo para indivíduo e os fenômenos rítmicos corporais são 
impressionados na sua forma motriz pelos diversos temperamentos 
(GANDARA, 1988, p. 42).
3 ELEMENTOS DO RITMO
Os elementos do ritmo apresentados nesta obra são responsáveis pelo entendimento das propostas 
práticas rítmicas. O profissional que entende o conteúdo teórico quanto aos elementos do ritmo 
consegue transferir todo esse contexto para a prática de forma clara, correta e segura.
3.1 Pulso 
Acredita-se que o pulso é o primeiro elemento do ritmo. 
Imagine a seguinte situação: você entra numa sala onde está tocando uma música de que você 
gosta muito. Qual seria a primeira ação, de forma espontânea, que seu corpo apresentaria? Você poderia 
responder que balançaria a cabeça, bateria o pé no chão, enfim, acompanharia aquela canção de alguma 
forma. Desse modo, estaria fazendo uma marcação do pulso da música.
Podemos perceber um pulso através do corpo, ou seja, notar que o coração bate em um pulso 
específico e de forma regular e constante. 
Veja o quadro a seguir sobre a divisão entre pulso e o ritmo:
Quadro 1 
Pulso Ritmo
Mensurável Imensurável
Divide o tempo em partes iguais Estrutura o tempo em períodos semelhantes
Mata a dinâmica de movimento Dinamiza o movimento
3.2 Compasso
Você pode entender que o compasso musical é a pulsação rítmica da música que se repete 
regularmente, dividindo-a em partes iguais, em sequência de dois, três, quatro ou mais tempos (ARTAXO 
NETO; MONTEIRO, 2008). Os compassos representam a métrica, ou seja, a ordem e a medida do ritmo. 
Trata-se da união de tempo, fortes e fracos, sequencialmente em pequenos blocos. São representados 
como compasso binário, terciário e quaternário. 
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3.2.1 Compasso binário
O compasso de forma binária, também representado como 2/4, vai agrupar os tempos de dois em 
dois. O primeiro tempo é mais forte, ficando assim: um tempo forte e um tempo fraco. Um exemplo 
prático é a marcha de um soldado militar (um, dois – um dois). 
Para aplicá-lo, bata o pé forte uma vez e em seguida faça um estalo de dedos. O primeiro som (bater 
os pés) é forte, já o estalo é fraco.
3.2.2 Compasso ternário
Esse tipo de compasso agrupa os tempos de três em três (3/4): um tempo forte e dois fracos. Temos 
como exemplo de estilo musical a valsa.
Agora vamos fazer um exercício para entender o compasso ternário. Bata o pé forte no chão 
uma vez e em seguida faça dois estalos de dedos. O bater do pé foi um som forte e os dois estalos 
foram sons fracos.
3.2.3 Compasso quaternário
Nesse compasso, os tempos são agrupados de quatro em quatro. Sua forma é representada do 
seguinte modo: um tempo mais forte, um fraco, um meio forte e um fraco. Podemos exemplificar o 
compasso quaternário através da grande maioria das músicas. Essa é a forma de compasso mais comum 
em uma composição musical.
Vejamos o seguinte exercício prático. Vamos intercalar uma batida forte de pé ao chão com um 
estalo da seguinte maneira: pé (som forte), estalo (som fraco), pé (som forte), estalo (som fraco). 
 Lembrete
Os compassos mais empregados nos ritmos brasileiros são o compasso 
binário (2/4) e o compasso quaternário (4/4).
3.3 Frase musical
A frase musical é a formação de pulsos e compassos. 
Em um modelo de compasso quaternário, por exemplo, quando pensamos em pulso, a frase musical 
será formada por oito pulsos; quando pensarmos em compasso, por dois compassos quaternários.
Para identificar o início de uma frase dentro de uma estruturação musical, preste atenção em 
algumas “dicas” dadas pela própria música. A frase musical ocorre dentro de uma cadência, e quando 
esta é interrompida ou alterada de alguma forma, temos o início de uma frase musical.
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As dicas para observar na música o começo de uma nova frase seriam:
• a entrada de um instrumento;
• uma voz;
• uma quebra brusca da cadência.
Sua representação pode ser feita através da divisão dos compassos: I I I I = 1º compasso; I I I I = 
2º compasso.
A tabela a seguir indica o que podemos entender até aqui. 
Tabela 1 – Frase
Pulso Compasso Frase
4 1 –
8 2 1
16 4 2
24 6 3
32 8 4
3.4 Bloco musical
O nome bloco musical é mais utilizado pelos profissionais de Educação Física. Comumente, denomina-
se período musical. Pode ser representado através de algumas variações:
• 32 tempos (pulsos) ou;
• quatro frases musicais ou;
• 4 x 8 = 32 tempos.
Na música, em geral o bloco musical (dentro de um exemplo de compasso quaternário) exibe oito 
compassos.
Tabela 2 – Divisão dos compassos
32 tempos
16 tempos 16 tempos 
8 tempos 8 tempos 16 tempos
8 tempos 8 tempos 8 tempos 8 tempos
Adaptado de: Haas e Garcia (2006).
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As dicas para poder observar o começo de um bloco são as mesmas que a da frase musical 
(a entrada de um instrumento e de uma voz nova, a quebra brusca da continuidade da música, 
seguida de uma pausa).
É difícil mencionar o quão difícil será para você identificar na música o começo de uma frase ou um 
bloco musical, isso dependerá de seu nível senso rítmico. Normalmente é muito complexo identificá-los 
no início.
 Observação
Quanto mais você ouvir a música escolhida para utilizar em sua 
aula, maior será seu conhecimento sobre sua estruturação, facilitando a 
identificação das frases e blocos da música.
Em suma, partimos do elemento chamado pulso, e é através dele que formamos os compassos. Da 
união de dois compassos, criamos a frase musical; da composição de quatro frases musicais, montamos 
o bloco musical.Pulso
Compasso
Bloco
Frase
Figura 1 
3.5 Andamento
Manter o andamento significa conservar o ritmo vivo e presente, ou seja, poder tocar uma música 
sem acelerar ou retardar a marcação rítmica. “Andamento e ritmo são componentes básicos da 
marcação. Andamento é a velocidade de uma peça musical. Um andamento específico é medido por um 
determinado número de pulsações ou por tempo por minuto” (GANDARA, 1988, p. 19).
É notório que cada música possui uma velocidade, isso é o andamento musical. A maior ou menor 
velocidade de uma música é apresentada como vagarosa, moderada ou rápida. Sua medida é feita por 
BPM (batidas por minuto)
• andamento vagaroso: variação entre 40 e 76 bpm;
• andamento moderado: variação entre 77 e 120 bpm;
• andamento rápido: variação entre 121 e 208 bpm.
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Pensando de forma prática, vem à tona a questão: para que precisamos saber qual é o andamento 
das músicas que vamos trabalhar? 
Suponha que vá montar uma coreografia para seus alunos da terceira idade. Em geral, esse público 
possui expressivas limitações para movimentos mais explosivos e rápidos. Então, despontam as dúvidas: 
elaborar uma coreografia utilizando músicas com andamentos moderados ou rápidos? Será que eles 
iriam acompanhar? Qual seria a chance de sucesso ou fracasso da aula? 
Nesse caso, trabalhar com músicas com andamento mais próximo do vagaroso seria mais conveniente 
e seguro. Além disso, aumentaria a probabilidade de os alunos conseguirem acompanhar com facilidade 
a proposta de sua aula.
Sabendo da importância de identificar o tipo de andamento musical, vamos trabalhar com duas 
possibilidades para fazer isso:
• usar o metrônomo;
• efetuar a contagem dos pulsos da música em um minuto.
O metrônomo foi criado pelo mecânico austríaco Johann N. Maelzel, que era amigo de um grande 
músico, o primeiro compositor a utilizar o metrônomo: Ludwig van Beethoven. 
Semelhante a um relógio, apresenta dois modelos. O primeiro é em madeira. Com formato de uma 
pirâmide, aciona um pêndulo, que, a cada batida, corresponderá a um pulso. O outro corresponde 
ao metrônomo digital. Esse equipamento vai auxiliá-lo a medir o número de batidas por minuto em 
qualquer tipo de pulsação rítmica, músicas, palmas etc., exibindo o resultado em bpm.
Figura 2 
A segunda forma para medir o andamento musical é utilizar a contagem dos pulsos da música em 
um minuto sem interrupções. A quantidade de pulsos total (por exemplo, 130 bpm) deverá ser analisado 
para perceber qual tipo de andamento a música apresenta (vagaroso, moderado ou rápido).
Em uma aula de bike indoor, também conhecida como spinning, também é utilizada essa estratégia 
para contar a cadência do giro de pedalada da bike. A cadência, maior ou menor, é uma forma, entre 
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outras estratégias, de se trabalhar a intensidade da aula, pois manter o ritmo de pedalada em uma 
determinada cadência pode ser bem desafiador.
3.6 Pausa musical
No que se refere à pausa musical, imaginemos uma determinada música. Em alguns momentos 
haverá ausência de som por curtos períodos. A essa ausência de som denominamos pausa musical. 
As pausas são períodos na música em que o reconhecimento do início da frase e do bloco musical 
é mais fácil.
Após a pausa, quando recomeça o som da música, acontece o primeiro pulso da frase e do bloco.
I I I I – I I I I .... I I I I – I I I I
3.7 Acento musical
Imaginemos uma música tocando e você identificando o pulso dela. Quando isso acontecer, repare 
que sempre haverá pulsos que apresentam uma batida mais forte do que outros. Esses pulsos com 
maiores intensidades são os acentos.
I I I I – I I I I
3.8 Ato de ouvir, som e suas características
Ouvir é a percepção dos sons pelo ouvido e é um ato sensorial. Todo o processo de interpretar 
corporalmente determinado ritmo através do ato de ouvir passa agora pelo processo de escutar, ou seja, 
o processo de escutar representa dar verdadeira atenção ao que se escuta. Isso nos permite ter maior 
consciência sobre o som, compreensão mais elevada sobre a real proposta e, consequentemente, maior 
aprendizado do que se ouve.
3.9 Som
Segundo Artaxo e Monteiro (2008, p. 15), “a origem da palavra som é do latim sonus, que 
significa a vibração de um corpo percebida pelos ouvidos, ou energia sob a forma de vibrações 
chamadas ondas sonoras”. 
As vibrações estão presentes em qualquer tipo de som emitido. Os morcegos, por exemplo, emitem 
sons de frequência muito alta, e isso funciona como um radar. Então, detectam qualquer objeto em seu 
caminho, evitando a colisão. 
De acordo com Garcia e Haas (2006, p. 47), o som depende, principalmente, do ar, e possui três 
qualidades: altura, intensidade e timbre.
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3.9.1 Altura
A altura é fixada pelo número de vibrações emitido por ondas sonoras em determinados intervalos 
de tempo. Podendo apresentar um menor número de vibrações, tornando o som grave, ou exibir um 
maior número de vibrações, tornando o som agudo. 
Como som grave, temos o exemplo do rugido do tigre; como som agudos, o apito do juiz de futebol.
3.9.2 Intensidade 
A intensidade é a distinção entre os sons fortes e fracos. Ela será determinada pela energia emitida 
pela fonte sonora: quanto maior a energia emitida, maior será a altura do som; quanto menor for a 
energia, menor será a altura do som.
Outra percepção que teremos da intensidade dependerá também da distância entre a pessoa e o 
objeto que emite o som.
A intensidade, comumente utilizada nas músicas no momento em que são cantadas ou tocadas, exibe 
propostas conforme seu objetivo. Por exemplo, uma canção de ninar é apresentada com intensidade 
baixa devido ao seu objetivo, que é fazer alguém dormir.
Caso a intenção seja estimular alguma brincadeira, a intensidade em que se canta pode ser bastante alta.
Agora é oportuno destacar o elemento do ritmo que vimos, o acento. Os pulsos mais fortes, ou seja, 
que apresentam maior intensidade, são os acentos. Como exemplo, Camargo (1994 apud ARTAXO NETO; 
MONTEIRO, 2008) cita o flautista, que, através de seu instrumento, emite sons de igual duração, porém 
alternando entre sons fortes e fracos. 
A unidade de medida sonora chama-se decibéis (dB). Dependendo da duração à exposição, 85 dB já 
é uma intensidade que pode vir a comprometer a audição.
 Observação
Nosso organismo é muito sensível. A exposição a sons intensos causa 
perda da audição e os fones de ouvido a potencializam. Desse modo, muitos 
jovens estão perdendo níveis consideráveis de audição. 
3.9.3 Timbre 
O timbre é o grande responsável em reconhecer a origem do som. De forma precisa, ele nos permite 
identificar o som de instrumentos musicais específicos. Através do timbre, conseguimos reconhecer uma 
voz humana, inclusive quem está falando, pois cada pessoa apresenta um timbre peculiar.
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3.9.4 Duração
A duração é o intervalo de tempo em que ocorre a produção do som. Existem possibilidades em 
manter o som por uma duração longa ou curta. Um exemplo comum é o assobio. 
Com o sopro do apito, o mestre da bateria consegue se comunicar com os membros de sua escola. 
Logo mais, destacaremos algumas formas de integração através da música.
 Observação
O código Morse (técnica para se comunicar) é formado por sons, com 
duraçõeslongas e curtas, que representam as letras e os números.
3.10 Música
Sem dúvida, a música exerce forte influência sobre nós, desencadeando diversas emoções. Dificilmente 
alguém poderia imaginar a vida sem ela, pois sempre esteve presente na humanidade. 
A música nos deixa mais alegres ou mais tristes, empolgados ou desanimados, dependendo sempre 
das recordações que provoca. Comemoração, ninar um bebê, diversão, homenagem, enfim, ela pode ter 
diversas intenções.
A linguagem musical possui elementos de forte relação com a linguagem corporal. Dentre as 
propostas nas quais a música se manifesta, representa grande significado na prática dos exercícios 
físicos, afinal, a vibração animada da música estimula o movimento a ser executado.
Você consegue imaginar, nos dias atuais, uma aula de exercícios sem um 
fundo musical? [....] Kate Gfeller, professora da Universidade de Iowa, 
realizou um estudo que examinou as atitudes de jovens adultos (entre 18 
e 30 anos) com relação às suas atitudes e preferências musicais quando 
usadas em conjunto com atividades aeróbias. Seu estudo mostrou que 
97% disseram que a música fazia diferença no desempenho apresentado. 
[....] Outras descobertas de seu estudo indicam que a música beneficia a 
atividade, seja aumentando a motivação, seja ajudando a manter o ritmo 
do exercício; o uso de músicas preferidas é essencial, pois o casamento 
entre a música e o gosto pessoal tende a facilitar a concentração ativa 
na atividade; a música escolhida deve favorecer o ritmo apropriado 
para coordenar os movimentos exigidos pela atividade; a música deve 
evocar associações extramusicais agradáveis, como as imagens vistas 
nos filmes Rocky ou Fama, nos quais os personagens superam as 
adversidades (ORTIZ, 1998, p. 222-3).
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A música é expressa através do som, e o ritmo é a matéria-prima da música, exibindo força e energia, 
ora forte, ora fraca, entre os tempos que se seguem. O ritmo é a combinação de valores que se encontram 
em determinada ordem e que definem o gênero da música. Como proposta de interação entre as pessoas, 
a música é praticada conforme a cultura e geração específica de cada povo, sendo considerada um meio 
de comunicação que valoriza o ato criativo e a natural expressão do indivíduo. 
Além do ritmo, outros dois componentes básicos da música são a melodia e a harmonia.
 Observação
A História narra que a 5a Sinfonia de Beethowen foi escrita por influência 
de alguém que bateu na porta de seu quarto num ritmo semelhante ao da 
melodia.
3.10.1 Melodia
“Possibilita que reconheçamos a composição executada. É representada pelas figuras e símbolos 
musicais que determinam o andamento, a tonalidade e a intenção melódica do compositor” (VERDERI, 
1998, p. 52).
A melodia origina-se nos fenômenos de natureza efetiva, irradia e promove vida ao ritmo. Forma 
uma linha musical (ou melodia), que pode ser cantada ou tocada, ou seja, exibe sons que são tocados 
em sequência, um após o outro, possibilitando a identificação da música. 
Em música, a melodia consiste na emissão linear de sons apoiados no ritmo. 
Uma simples sucessão de sons não constitui melodia, é necessário possuir 
como característica essencial a cantabilidade, que nos permite poder 
cantar uma linha melódica. Toda melodia é apresentada por combinações 
de tons altos e baixos, graves e agudos, fortes e fracos, de intensidade 
alta ou baixa, criando uma variedade imensa de ritmos (ARTAXO NETO; 
MONTEIRO, 2008, p. 25).
3.10.2 Harmonia
A harmonia provém de uma ordem mais mental e realça o sentimento da composição musical criada 
pelo compositor. É uma combinação de notas que são diferentes e soam simultaneamente.
[...] é a ciência de combinar notas em um conjunto coerente, sons tocados ao 
mesmo tempo, para a percepção do todo. Desde o século passado, é usada 
para designar o que se refere à formação de “acordes” – complexos sonoros 
resultantes da emissão simultânea de sons de diferentes frequências, blocos 
de notas tocadas ao mesmo tempo (ARTAXO NETO; MONTEIRO, 2008, p. 25).
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3.10.3 Leitura musical
A orquestra interpreta as músicas por meio das partituras. Com elas, os músicos podem ler as notas 
musicais. Estas são representadas por símbolos universais lidos em qualquer país, auxiliando a identificar 
a duração em que ocorre o som da música.
Vejamos alguns símbolos musicais. 
Figura 3 – Semibreve: denota sons de duração longa
Figura 4 – Mínima: utilizado para indicar sons de duração média
Figura 5 – Semínima: expressa sons curtos
Figura 6 – Colcheia: representa sons muito curtos
Outro elemento que também pode ser representado com símbolos é a pausa.
Quando o cantor, durante a leitura, encontrar esses símbolos, terá que ficar em silêncio. Essa pausa 
terá a duração de acordo com o símbolo encontrado, podendo ser longa, média, curta ou muito curta.
Destacamos a seguir os símbolos de pausa:
Figura 7 – Semibreve
Figura 8 – Mínima
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Unidade I
Figura 9 – Semínima
 
Figura 10 – Colcheia
3.10.4 Mapeamento musical
Você já tentou montar uma sequência de movimentos utilizando uma música para uma aula e se 
sentiu perdido?
O mapeamento musical é uma excelente ferramenta para ajudá-lo a compreender como uma música 
foi montada. Pode auxiliar na montagem de uma sequência de movimentos, o que na área de dança 
chama-se coreografia.
O mapeamento trabalha basicamente com a divisão dos compassos (quaternário, ternário e binário). 
Indica quantos compassos existem na música e quais outros elementos podemos encontrar na estrutura 
musical, por exemplo, pausas, acentos, entre outros.
Em suma, é como se pudéssemos pegar a música e transferi-la para uma folha, enxergando como 
ela foi feita.
Para que você entenda melhor como elaborar um mapeamento musical, o modelo em questão será 
de uma música formada com compassos quaternários, pois abrange a grande maioria das músicas, 
principalmente as que utilizamos em aulas coletivas. Vamos determinar que a cada oito tempos (ou 
pulsos), completando uma frase musical, haverá a representação de um traço.
Exemplo:
I = 8
Assim, quando formarmos quatro oitos (ou quatro frases), teremos um bloco musical.
I I I I = 4 x 8
Desse modo, faremos estratégias para elaborar um mapeamento musical. 
Primeiramente, ouça a música escolhida para a elaboração da coreografia e faça a marcação de um 
traço a cada oito tempos. Depois, observe quantos traços você marcou.
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A seguir, escute novamente a música e comece a separação dos blocos musicais. A cada formação 
de um bloco musical, faça um traço separando-os como no modelo a seguir:
I I I I – I I I I – I I I I
I I I I – I I I I – I I I I
Essa etapa é fundamental. Exige maior nível de atenção quando comparada à fase anterior, em que 
era preciso marcar apenas as frases da música. Caso necessite, repita esse processo para que nenhuma 
“quebra” da música passe despercebida.
Feito isso, deve-se nomear cada bloco, considerando a representatividade de cada um. Por exemplo, 
os primeiros blocos anotados representam a introdução da música. 
Introdução Introdução
I I I I – I I I I
É preciso saber quais movimentos e possibilidades (como caminhadas, rolamentos utilizando 
o solo) vocêempregará na introdução. Essa introdução possui sons fortes ou mais suaves? Quais 
movimentos combinariam?
Destaquemos outro exemplo, o refrão da música. 
Refrão Refrão Refrão Refrão
I I I I – I I I I – I I I I – I I I I
Você pode colocar movimentos de destaque no refrão, já que este é considerado, na maioria dos 
casos, como a parte mais forte da música. 
É importante lembrar que nem todas as composições musicais denotam o mesmo padrão. Quando a 
música respeita essa formação de blocos completa, dizemos que ela é “redonda”. Vejamos um exemplo:
I I I I – I I I I – I I I I – I I I I
Quando a música possui formação incompleta, por exemplo, um bloco com três frases em um bloco, 
dizemos que a música tem uma “quebra” em sua composição.
Exemplo de música quebrada:
I I I I – I I I – I I I I – I I
Por isso, ao escutar a música, é vital fazer a separação dos blocos e identificar se existe ou não 
alguma “quebra”.
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Assim que você tiver nomeado todos os blocos da música, é só começar a montar os movimentos 
sobre cada bloco. Com o tempo, será mais fácil interpretá-la. Então, poderá montar sobre os blocos toda 
a movimentação de aula de step, minitrampolim ou de ritmos. 
 Observação
Um dos requisitos básicos ao elaborar um mapeamento musical e 
montar uma coreografia é escutar várias vezes a música. É preciso saber 
onde começam e terminam as partes fortes e fracas da música.
3.10.5 Variações de contagem musical em aulas coletivas
Podemos utilizar a contagem musical de outra forma ao elaborar coreografias em aulas coletivas. 
Usaremos como exemplo o agachamento, que é muito utilizado em academias. 
• 1/1: utiliza quatro tempos da música para execução de um movimento completo, e em uma frase, 
você fará dois movimentos completos. 
Para direcionar os alunos, poderá dizer: “direto! sobe e desce”.
• 2/2: emprega oito tempos da música para realização de um movimento completo. Assim, em 
uma frase musical, você fará um movimento completo. Nesse modelo, a fase inicial (descida) do 
agachamento é feita em quatro tempos, e a fase final (subida), do mesmo modo.
Ao motivar os alunos, poderá ordenar: “desce em dois (quatro tempos) e sobe em dois (quatro tempos)”.
• 3/1: aplica quatro tempos da música para produção de um movimento completo. Então, em uma 
frase musical, você fará dois movimentos completos. Nesse modelo, a fase inicial (descida) do 
agachamento é exercida em três tempos; a fase final (subida), em um tempo.
Você poderá se dirigir aos seus alunos da seguinte maneira: “Desce em três e sobe em um”.
• 1/3: utiliza quatro tempos da música para operação de um movimento completo, de modo que em 
uma frase musical, você fará dois movimentos completos. A fase inicial (descida) do agachamento 
é feita em um tempo; a fase final (subida), em três tempos. 
Então, haverá o seguinte comando: “Desce em um e sobe em três”.
• 4/4: opera com 16 tempos da música para aplicação de um movimento completo. A fase inicial 
(descida) do agachamento é executada em oito tempos, do mesmo modo que a fase final (subida). 
Poderá chamar a atenção de seus alunos do seguinte modo: “Desce muito, muito lento”.
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4 ACOMPANHAMENTO RÍTMICO
Como destacamos, música e ritmo estão sempre entrelaçados. Contudo, a música é apenas uma das 
“ferramentas” que você pode lançar mão quando trabalhar o ritmo corporal. 
O uso de sons do próprio corpo é o meio mais natural encontrado em extrair sons, como palmas 
de formas diversas, batidas de pés, batuque no peito e nas pernas, sons da voz ou cantorias, assovios, 
estalos de dedos, apitos formados com as mãos, entre outras propostas. 
Outras formas são os instrumentos: clavas, batuques, chocalhos, tampas, vidros, instrumentos de sopro e 
de cordas, madeira etc. Há muitos objetos que você pode utilizar para extrair sons de diversos tons.
A seguir, vamos estudar alguns grupos profissionais que se apresentam pelo mundo e utilizam, entre 
outras propostas, acompanhamentos rítmicos instrumentais e corporais.
4.1 Instrumentos musicais
Desde o período primitivo, materiais como ossos e pedras eram usados para produzir sons. Tais 
utensílios, através das manifestações corporais, ajudaram o homem a expressar sentimentos e emoções 
de seu povo.
 O batuque está diretamente ligado à dança e ao batimento do coração, não necessitando de 
refinamento técnico. 
Qualquer objeto que pode ser utilizado para fazer música pode ser chamado de instrumento. Este pode 
ser empregado para várias finalidades. Por exemplo: tambores, para afastar maus espíritos, instrumentos 
de sopro, para anunciar a chegada da realeza e estimular os soldados no campo de batalha ou mesmo 
em momentos de lazer. Ao longo dos tempos, apetrechos musicais foram descobertos e produzidos 
para o acompanhamento das músicas, e sua classificação é feita de acordo com o material pelo qual 
foi produzido. Eles se dividem em três famílias: instrumentos de corda, de sopro e de percussão. Vamos 
conhecer cada um deles?
4.1.1 Instrumentos de corda 
A vibração das cordas, ao serem friccionadas ou dedilhadas, criam vibrações, e estas são 
ampliadas nas caixas de ressonância, presentes na grande maioria dos instrumentos de corda. 
Quanto menor for o tamanho da corda, mais agudo será o som. Alguns exemplos são: viola, violão, 
violino, contrabaixo, harpa.
4.1.2 Instrumentos de sopro 
Nos instrumentos de sopro, o fluxo de ar que percorre o corpo do instrumento, em geral feito 
com canos e tubos de latão e metal ou de madeira, é soprado, comumente, pela boca de quem o toca. 
Vejamos alguns exemplos: flauta, saxofone, trombeta, gaita.
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4.1.3 Instrumentos de percussão
Os instrumentos de percussão são considerados os mais antigos tipos de materiais usados para 
produzir sons. São os ancestrais de toda a família dos instrumentos.
Nesses apetrechos, a produção dos sons ocorre através de batidas ou ficções utilizando as mãos ou 
baquetas em sua superfície. É comum serem empregados para dar o ritmo da música. Exemplos: bateria, 
chocalho, sinos, pratos. 
 Observação
Materiais sucateados, como paus, madeira, bambu, plástico, metais, 
entre outros, podem servir de instrumentos musicais, pois todos emanam 
sons e suas misturas sonoras podem surpreender.
4.2 Grupos de percussão: Stomp e Barbatuques
4.2.1 Stomp
Formado por pessoas de várias nacionalidades e que dominam o ritmo corporal, o grupo de percussão 
instrumental chamado Stomp mistura música, dança, teatro, coreografia e algumas performances de 
seus componentes em suas apresentações por todo o mundo.
De origem inglesa, direto das ruas de Brighton, seus fundadores foram Luke Cresswell, que era 
percussionista, e o ator e escritor Steve McNicholas. Uma tríade de força, tempo e espaço são os 
elementos presentes nas diversas apresentações do Stomp. 
Os instrumentos empregados pelos integrantes são simples. Vejamos alguns deles: caixas de fósforos, 
isqueiros, rodos e esfregões de limpeza, tampas e panelas, bolas de todos os tipos, plástico, madeira, 
garrafas, entre outros. Em alguns momentos, utilizam o próprio corpo como instrumento. 
Para conseguir cumprir todas as apresentações agendadas, o grupo foi dividido, facilitando sua 
promoção pelo globo. 
Um dos integrantes do Stomp é um percussionista brasileiro chamado Marivaldo dos Santos. Ele está 
no grupo desde 1996 e é praticante de capoeira e danças folclóricas. 
A criatividade e o sincronismo do gruposão fatores que encantam a plateia. 
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4.2.2 Barbatuques
Figura 11 
O grupo de percussão corporal Barbatuques é nacional. É referência mundial em percussão corporal, 
ou seja, utiliza todas as possibilidades de extrair sons harmoniosos do corpo de seus integrantes. 
Imagine um conjunto musical que faz música e ritmos através de variações de palmas, assobios, 
estalos dos dedos, batidas no peito, sopros entre as mãos unidas, sapateados, efeitos de voz, todos esses 
sons na mais completa sintonia. O Barbatuques foi fundado em 1997 pelo músico Fernando Barba e hoje 
possui 15 integrantes, que fazem revezamento nos shows entre os números que compõem o espetáculo. 
Atua pelo mundo afora em apresentações e workshops para outros grupos, escolas, empresas, ONGs 
e instituições culturais. Mantém um núcleo de pesquisas sobre a linguagem sonora corporal e possui 
vasto repertório de criação própria, interagindo com o público nos shows. 
Os componentes do grupo acreditam que cada indivíduo apresenta um corpo sonoro que é único. 
Acreditam também que a forma de coletividade sonora é uma forma eficaz de produzir melodias e 
harmonias através da percussão corporal.
 Saiba mais
O grupo Barbatuques promove diversas oficinas gratuitas a grupos e 
profissionais. 
Acesse o site:
<www.barbatuques.com.br>.
 Resumo
A compreensão sobre o ritmo, suas características e possibilidades de 
trabalho é de máxima importância ao profissional de educação física, e 
usar o conhecimento do ritmo em aulas de ginástica, sejam coletivas, sejam 
particulares, pode ser um grande diferencial.
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Nesta unidade, vimos que o ritmo está ligado a tudo que vive, é um 
princípio vital. Sua estruturação apresenta diversas formas de divisão. Está 
presente nos seres vivos, no funcionamento das máquinas, na natureza 
etc. Possui movimentos regulares e harmoniosos e a sua ausência pode 
gerar desequilíbrio a alguns aspectos. A essa falta de ritmo dá-se o nome 
de arritmia.
Relatamos que há vários objetivos ao se trabalhar o ritmo: a descoberta 
do próprio corpo e suas possibilidades de movimento, a formação de 
uma condição rítmica de base, a criação de movimentos mais técnicos 
e econômicos, o fortalecimento da autoestima e a continuidade de uma 
prática esportiva, pois o ritmo estimula a atividade do executante.
Entre os elementos do ritmo, alguns são vitais para desempenhar um 
trabalho rítmico nas aulas de ginástica e atividades esportivas. Identificação 
do pulso, compasso, frase e bloco musical ajudam o professor a utilizar 
uma música como ferramenta nas aulas. 
Estudamos que diversos pesquisadores assinalaram a importância da 
presença da música nas aulas, pois trazem muito mais motivação e energia. 
Apesar de a música ser um ótimo recurso para o trabalho do ritmo, o 
acompanhamento pode se originar de outras fontes, por exemplo, o próprio 
corpo, aparelhos musicais ou a improvisação de instrumentos. Extrair sons 
com a proposta rítmicas é uma característica de grupos profissionais como 
o Stomp e Barbatuques.
O professor de educação física que aplica os conceitos e propostas do 
ritmo qualifica sua aula. Através dessas dinâmicas, proporciona a ele e a 
seus alunos conquistas maravilhosas.
 Exercícios
Questão 1 (Enade 2007). O diagnóstico dos interesses e formas de interação de um grupo de dança 
revelou uma tendência a atitudes individualistas por parte da maioria dos seus integrantes. Este contexto 
levou o profissional de educação física a introduzir, no seu planejamento, situações-problema, com o 
objetivo de fortalecer a coesão social.
Nessa situação hipotética, qual deve ser a iniciativa desse profissional?
A) Tornar mais atraentes os espaços e cenários para os ensaios de dança.
B) Convidar um coreógrafo de reconhecimento nacional para criar uma coreografia especial para o grupo.
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C) Incluir práticas de consciência corporal na estrutura dos ensaios de dança.
D) Tematizar vivências musicais selecionadas por ele entre as preferências dos participantes do grupo.
E) Propor um tema para a criação coletiva de uma coreografia de que todos participem.
Resposta correta: alternativa E.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta. 
Justificativa: a interação social não será promovida apenas pela alteração do ambiente de forma 
estética. Existe a necessidade da reflexão e da ação no contexto das relações sociais internas do grupo.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: a melhora das relações sociais internas não tem ligação direta com o nível técnico do 
trabalho desenvolvido. A inserção de um profissional com renome internacional pode aumentar ainda 
mais a competitividade individualista com o intuito de chamar a atenção do professor.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: as práticas de consciência corporal geram reflexões a respeito da condição interna do 
indivíduo e das suas relações expressivas com seu próprio corpo. Dessa forma, não é a melhor estratégia 
para gerar interação com o grupo diante de um trabalho em equipe.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: as preferências musicais fazem parte da formação cultural de cada indivíduo. Por esse 
motivo, são muito particulares e, em virtude do problema apresentado, poderiam gerar mais divergências 
do que soluções para a integração entre o grupo.
E) Alternativa correta.
Justificativa: a criação de um tema a ser desenvolvido coletivamente com a participação dos 
integrantes do grupo pode favorecer a união dos alunos em torno de um objetivo comum. O desafio 
proposto pelo professor também deve ser orientado por ele no sentido de oportunizar a colaboração de 
todos e o sentimento de identidade dos alunos para com o projeto coletivo.
Questão 2 (Enade 2011, adaptada). Uma experiência pedagógica de criação significativa para os 
alunos nas aulas em que é trabalhado o conteúdo dança na educação física escolar pode aliar texto e 
improvisação de movimentos. Os estudantes trazem contos, poemas e letras de música e os desenvolvem 
em oficinas. Por exemplo, pode-se pedir que eles redijam um texto sobre alguém de sua família ou algo 
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próximo a eles. Dessa forma, subjetividade e memórias podem aflorar, uma vez que esse tipo de trabalho 
estimula os educandos a fazer pontes entre essas histórias e textos pessoais com seu trabalho corporal. 
Durante o tempo em que estão sozinhos para improvisar, envolvidos cinestesicamente, os alunos criam 
frases, gestos, sequências de movimento ou sentimentos e sensações que os textos revelam, que as 
imagens proporcionam, estabelecendo diálogos. 
No texto apresentado, o ensino está centrado em: 
I – Abordar uma dimensão pedagógica e técnico-instrumental da dança como conteúdo da cultura corporal. 
II – Apresentar propostas para o desenvolvimento da dança como expressão do movimento humano 
no processo ensino-aprendizagem da educação física. 
III – Sugerir atividades que vão assegurar a inclusão de danças contemporâneas de forma sistemática, 
e não apenas eventual, nas festas e comemorações da escola. 
IV – Propor um trabalho que envolve pesquisa e cultivo do diálogo entre a produção cultural da 
comunidade e da escola. 
É correto apenas o que se destaca nas afirmativas:
A) I e II. 
B) I e III. 
C) III e IV. 
D) I, II

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