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introducao a epidemiologia

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Disciplina: Fundamentos da Epidemiologia
Aula 1: Introdução à Epidemiologia
Apresentação
Nesta aula, serão abordados os conceitos básicos da Epidemiologia, como a definição
de risco epidemiológico, e sua relação com a Saúde Coletiva e a Saúde Pública. A
Epidemiologia se constitui na principal ciência de informação em saúde e é
considerada a ciência básica da Saúde Coletiva. Até mais do que uma ciência!
Trata-se de uma verdadeira “aventura” do espírito humano, em uma busca incessante
por respostas sobre as mais variadas questões que transcendem a ciência e
encontram-se inseridas em diversos campos de saberes sendo orientadas por
demandas filosóficas, morais, políticas e outras.
A importância a respeito do conhecimento epidemiológico sobre as práticas de
prevenção de doenças e a promoção de saúde e sobre o modo de vida
contemporâneo foi determinante para a consolidação da Epidemiologia como a
principal ciência da informação em saúde.
A partir de agora, você está convidado a fazer uma viagem de volta no tempo. Você
conhecerá a história da Epidemiologia e seus pioneiros. Nessa trajetória, você
observará as profundas transformações da sociedade que acompanharam a evolução
e consolidação da Epidemiologia como ciência.
Objetivos
Analisar os conceitos básicos de Epidemiologia, como a definição de risco
epidemiológico, de Saúde Coletiva e de Saúde Pública;
Reconhecer as raízes históricas da Epidemiologia e os personagens que
contribuíram para sua consolidação como ciência;
Descrever as atuais aplicações e os objetivos da Epidemiologia;
Relacionar as interfaces disciplinares da Epidemiologia.
Um pouco de história
Hipócrates (a.C. 460 a 377 a.C.), o pai da Medicina, é considerado o precursor
da Epidemiologia, devido aos seus relatos sobre as epidemias. Hipócrates não
se limitava a analisar o paciente em si, mas possuía uma visão holística
demonstrando antecipadamente um raciocínio epidemiológico. Analisava as
doenças de forma racional como produtos da relação dos indivíduos com o
ambiente e com a maneira de viver.
No tratado de Ares, águas e lugares, um dos mais antigos do corpus
hippocraticum , Hipócrates discutiu os fatores ambientais ligados às
doenças, defendendo um conceito ecológico de saúde-doença. Daí surgia a
Teoria Miasmática, que sustentava a ideia de que regiões insalubres eram
capazes de provocar doenças.
O Renascimento foi um movimento importante para o resgate dos elementos
filosóficos, estéticos e ideológicos mais avançados da cultura greco-latina. O
pensamento renascentista propiciou as bases para uma compreensão racional
da realidade resultando na constituição das ciências modernas. A partir dessa
nova visão de mundo, “explodiu”, entre os séculos XVI e XVIII, a necessidade
da produção de conhecimento em todos os saberes. É justamente nesse
contexto que as raízes históricas de todas as ciências contemporâneas podem
ser identificadas. O impacto dessa “explosão do saber” na constituição da
ciência epidemiológica é notável.

Leitura
Leia o artigo Bases Históricas da Epidemiologia
<galeria/aula1/anexo/a01_02_01.pdf> de Naomar Almeida Filho,
publicado em Cadernos de Saúde Pública.
1
Mas, você sabe o que é
Epidemiologia?
A palavra é formada pela junção do
Etimologicamente, a palavra Epidemiologia significa “ciência do que
ocorre sobre o povo”.
Conceito
Existem várias definições para o termo.
O conceito original se restringia ao estudo de doenças transmissíveis,
entretanto, houve uma evolução passando a abranger todos os eventos
relacionados à saúde da população.
Segundo Rouquayrol (1999) Epidemiologia é a ciência que estuda o processo
saúde-doença em coletividades humanas, propondo medidas específicas de
prevenção, controle ou erradicação de doenças.
Enquanto a abordagem clínica se dedica ao estudo da doença no indivíduo, a
Epidemiologia estuda os problemas de saúde em coletividades humanas.
A Epidemiologia se constitui na principal fonte de informação em saúde e é
considerada a ciência básica da Saúde Coletiva. Até mais do que uma ciência!
Trata-se de uma verdadeira “aventura” do espírito humano, em uma busca
incessante por respostas sobre as mais variadas questões que transcendem a
ciência e encontram-se inseridas em diversos campos de saberes, sendo
orientadas por demandas filosóficas, morais, políticas e outras.
 Família de cama com resfriado. (Fonte: Andrey_Popov / Shutterstock)
As principais aplicações da Epidemiologia são:
Investigação etiológica;
Determinação de riscos;
Aprimoramento na descrição de quadro clínico;
Determinação de prognósticos e diagnósticos de Doenças
Infectocontagiosas (DIC) e Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT);
Uso nos serviços de saúde: vigilância epidemiológica, estudos de situação
de saúde, e avaliações dos serviços, ações e programas de saúde
vigentes.
 Cientistas analisam lâminas em laboratório.
(Fonte: Matej Kastelic / Shutterstock)
Tipos de saúde
Por ser muito importante para os estudos Epidemológicos a atuação da saúde
é dividida em dois tipos:
Saúde Pública
A Saúde Pública está relacionada a um campo de saberes e práticas
baseado na intervenção técnica e política do Estado, cujas práticas
voltam-se tanto para o individual quanto para o coletivo (Pires Filho,
1987).
Saúde Coletiva
A Saúde Coletiva “é a ciência que evita doenças, prolonga a vida e
desenvolve a saúde física, mental e a eficiência, através de esforços
organizados da sociedade, para o saneamento do meio ambiente, o
controle de infecções entre as pessoas, a organização de serviços
médicos e paramédicos para diagnóstico precoce e o tratamento
preventivo de doença, e o aperfeiçoamento da máquina social que
assegurará a cada individuo, dentro da sociedade, um padrão de vida
adequado à manutenção da saúde” (Winslow citado por Rouquayrol,
1999).
A Saúde Coletiva investiga as seguintes:
Estado de saúde ou condições de saúde de grupos populacionais
específicos;
Serviços de saúde (do posto de saúde ao hospital especializado);
Saber sobre a saúde, as relações entre o saber "científico" e as
concepções e práticas populares de saúde, influenciadas pelas
tradições, crenças e cultura de modo geral.
O lugar da Epidemiologia no campo da Saúde Coletiva:
A Saúde Coletiva se estrutura sobre um campo disciplinar: a
Epidemiologia; um campo de ação tecnológica: o planejamento e gestão
em saúde, e um campo de prática social: a promoção da saúde.
Epidemiológico de risco
Atualmente, com a emergência das doenças crônicas não transmissíveis e
com a reemergência de outras que até então estavam supostamente
erradicadas, o objeto, ou seja, a base da moderna Epidemiologia tem sido
construída através do conceito de risco.
Mas, afinal, o que é risco? 
 
No senso comum risco significa perigo, logo, tem um sentido negativo. 
 
Já na Epidemiologia, o conceito de risco pode ter tanto um sentido
positivo quanto negativo, pois está associado à probabilidade de
ocorrência de algum evento. Portanto, pode estar relacionado a algo
positivo, como por exemplo, as chances de cura ou recuperação de uma
doença.
Tríade
A ciência epidemiológica é formada por três elementos:
1
CLÍNICA MÉDICA
Trata dos saberes sobre saúde e doença.
2
ESTATÍSTICA
Trata das diretrizes metodológicas quantitativas.
3
MEDICINA SOCIAL
Trata das práticas de transformação da sociedade.

Leitura
Para continuar os seus estudos sobre este tema, aproveite a leitura dos
textos:
Raízes da Epidemiologia na Clínica Médica;
<galeria/aula1/anexo/a01_06_01.pdf>
Eixo de constituição histórica da Epidemiologia: a
metodologia estatística;
<galeria/aula1/anexo/a01_06_02.pdf>
Medicina social. <galeria/aula1/anexo/a01_06_03.pdf>
Cronologia
1960 - 1970
Entre os anos 1960 e 1970, houve uma verdadeira revolução na
Epidemiologia com a introdução da computação eletrônica. Pode-se dizer
que houve umaforte “matematização” da área. Por outro lado, John
Cassel (1915-1978) também contribuiu significativamente na
sistematização do conhecimento epidemiológico com a teoria
compreensiva da doença, fruto da integração dos fundamentos
socioantropológicos na saúde.
1980
A Epidemiologia clínica se consolidou na década de 1980, trazendo como
principal consequência o afastamento do contexto coletivo. Dava-se
maior ênfase à identificação dos casos e à avaliação da eficácia
terapêutica, constituindo a chamada Medicina Baseada em Evidências.
Entretanto, na Europa e na América Latina surgiam abordagens mais
críticas da Epidemiologia em resposta a essa tendência de “biologização”
da Saúde Pública, reafirmando a influência dos determinantes sociais da
saúde no processo saúde-doença.
1990
Nos anos 1990, observamos as novas tendências na Epidemiologia
passando a ser aplicada por níveis de determinação, desde abordagens
moleculares até uma Etnoepidemiologia. As interfaces entre a
Epidemiologia e a Antropologia passaram a chamar a atenção.
Atualidade
A Epidemiologia encontra-se inserida nos mais variados contextos com
inúmeras interfaces disciplinares. Observamos claramente as aplicações
da Epidemiologia às diversas fases do ciclo da vida, aos diversos tipos de
problemas de saúde (Epidemiologia da AIDS, das doenças infecciosas,
das doenças cardiovasculares, do câncer, Epidemiologia nutricional, das
violências, do uso de substâncias psicoativas, em saúde mental, em
saúde bucal, na saúde do trabalhador, entre outras aplicações) e aos
sistemas de saúde.
Os principais objetivos da
Epidemiologia
1
Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde nas
populações humanas.
2
Proporcionar dados para planejar, executar e avaliar ações de prevenção,
controle e tratamento das doenças.
3
Identificar fatores etiológicos na gênese das enfermidades.
A partir da primeira década do século XXI, as DCNT‘s (ou Não Infecciosas),
como a obesidade e a síndrome metabólica, doenças cardiovasculares,
diabetes, doenças cerebrovasculares e câncer, assumiram proporções
alarmantes.
Entretanto, doenças infecciosas, como gripe, pneumonia, tuberculose e
gastroenterites já foram as principais causas de morte no mundo inteiro.
Devido a isso, atualmente, inúmeras pesquisas epidemiológicas vêm sendo
conduzidas com base nessas doenças.
Hoje, o principal objetivo de interesse desses estudos está relacionado às
principais causas de morte das sociedades modernas: óbitos violentos e DCNT.
As mudanças da prevalência das doenças infecciosas para as doenças crônico-
degenerativas como causa de mortalidade e morbidade trouxeram a
necessidade de:
Determinar as condições de saúde da população através de inquéritos de
morbidade e de mortalidade.
Investigar fatores antecedentes ao aparecimento das doenças que possam ser
considerados como agentes ou fatores de risco (sedentarismo, tabagismo,
hábitos alimentares incorretos).
Entretanto, além do olhar nas doenças crônicas não transmissíveis, pandemias
como a AIDS, gripe aviária e influenza A e a reemergência de enfermidades
que até então estavam supostamente erradicadas, como a dengue, a
tuberculose e a varíola, também vêm chamando atenção para a Epidemiologia
de doenças transmissíveis.

Leitura
Para continuar os seus estudos, aproveite a leitura do texto:
Tendências da Epidemiologia atual e suas interfaces.
<galeria/aula1/anexo/a01_09_01.pdf>
Atividades
1. Para você, qual seria a relação da figura com o tema? Observe
e escreva a sua opinião.
 Mulher fazendo compras no mercado.
Notas
Corpus Hippocraticum 
É uma coleção de escritos médicos em dialeto iônico que abrange quase sete séculos.
Fonte: http://greciantiga.org <http://greciantiga.org>
Próximos Passos
Novos paradigmas da saúde;
Modelo processual de saúde-doença: História Natural da Doença;
Qualidade de vida.
1

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