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Aula 01 Direito Tributário p/ RFB - 2014 Professor: Aluisio Neto - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 236 AULA 01 SUMÁRIO PÁGINA Apresentação Inicial 01 Conceito de Tributos 03 Natureza Jurídica Específica dos Tributos 26 Classificação dos Tributos 39 Espécies Tributárias 63 Impostos 64 Taxas 75 Contribuições de Melhoria 105 Contribuições Especiais 119 Empréstimos Compulsórios 168 Questões Propostas 176 Gabaritos 235 Bibliografia 236 Olá, caro amigo e futuro servidor da RFB! Chegamos à primeira aula do nosso curso de direito tributário para o concurso da Receita Federal do Brasil. E esse concurso, quando sai? Não sei informar com certeza. Mas, quando sair, devemos estar bem preparados para enfrentar as questões que serão cobradas em prova. E uma das matérias fundamentais para a sua aprovação estudaremos em nosso curso. Portanto, nada de moleza! Como estímulo, basta ver que na última sexta- feira, dia 31 de janeiro, foi publicada a nomeação dos excedentes para o cargo de Analista Tributário da Receita Federal do Brasil. O concurso para AFRFB está muito próximo! Calma. Mas também não acredito que ele seja realizado antes da Copa, como muitas acham (querem) que seja. Minha humilde opinião. Nessa aula de hoje iremos tratar do seguinte tema: x Tributos: conceitos e classificação. - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 236 Os tributos, os conceitos e eles relativos e as classificações a eles dadas estão entre os temas preferidos pelas bancas organizadoras de concursos, em especial a ESAF, que geralmente aborda o tema em suas provas de direito tributário. Esse tema é muito importante para a compreensão de muitos outros temas em direito tributário, bem como para conhecer o ³FDURoR´� GHVVD� GHOLFLRVD� fruta chamada direito tributário. O tema de hoje deve deixar Virgulino mais atento do que o normal. Nossa aula será composta por uma série de questões de provas passadas da ESAF e de outras bancas, para aprofundar ainda mais o conhecimento proposto na aula. Os comentários a cada uma das questões eu trarei em arquivo separado, posteriormente. Assim, primeiramente é com vocês a resolução. Tentem aprender o máximo, errando o que for necessário, para, no dia da nossa prova, estarem afiados e detonar esse bicho papão chamado ESAF. Qualquer dúvida que surgir, peço que me envie o mais breve possível um e- mail para que não ocorram atrasos nos seus estudos. Seguem os meus dois e-mails: aluisioneto@estrategiaconcursos.com.br aluisioalneto@gmail.com http://www.facebook.com/aluisionalneto Boa sorte! E bons estudos! Simbora, Virgulino! - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 236 Conceito de Tributo Iniciaremos esse item da aula com o conceito do que ver a ser um tributo. Para tanto, devemos ter inicialmente em mente que existem uma variedade de definições presentes tanto na doutrina quanto na jurisprudência do nosso país, podendo definir esse, digamos, coração do direito tributário de diversas formas. Os vários conceitos que podemos extrair dos homens que fazem o direito tributário do nosso país não são muito relevantes para concurso individualmente falando, mas sim aquele que consta no Código Tributário Nacional, que é a definição que todos os doutrinadores e juristas, de um jeito RX�GH�RXWUR��³PXGDP´�SDUD�FULDU�XP�FRQFHLWR�SUySULR� A definição legal de tributo está presente no famoso artigo 3º do CTN ³$UW����7ULEXWR�p�WRGD�SUHVWDomR�SHFXQLiULD�FRPSXOVyULD��HP� moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada PHGLDQWH�DWLYLGDGH�DGPLQLVWUDWLYD�SOHQDPHQWH�YLQFXODGD�´ Acredite em mim, futuro servidor: apenas com esse pequeno artigo poderíamos fazer meia prova de direito tributário. Sentiu a pressão e o pequeno grande tamanho do texto do CTN? A partir de agora, fique em dúvida quanto a como deve ser seu nome completo, mas tenha esse conceito na ponta da língua! DECORE-O! Veja uma resumão com os termos vitais do conceito apresentado: - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 236 Veja como isso é cobrado em prova. Apenas para esquentar os motores! (VUNESP/Prefeitura Municipal de São José dos Campos/Auditor Tributário Municipal/2012) No Sistema Tributário Nacional, é característica essencial dos tributos: (A) a compulsoriedade. (B) a destinação vinculada a determinadas despesas. (C) a aplicação para punir prática de atos ilícitos. (D) serem destituídos de caráter coativo. (E) a cobrança instituída por lei e cobrada mediante atividade administrativa desvinculada. De acordo com a figura acima, podemos notar que é característica fundamental dos impostos a sua compulsoriedade, ou seja, são exigidos e cobrados dos sujeitos passivos independentemente da vontade destes, sendo de caráter coercitivo. Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão. - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 236 4XDQWR�j�DOWHUQDWLYD�³E´��H�FRQIRUPH�YHUHPRV�DGLDQWH�QD�DXOD��QHP�WRGRV�RV� tributos têm a sua arrecadação vinculada a determinadas pessoas ou despesas, como é o caso dos impostos. A alternativa ³F´�HYLGHQFLD�XPD�GDV�SULQFLSDLV�FDUDFWHUtVWLFDV�GRV�WULEXWRV��não são instituídos para punir os sujeitos passivos, ou seja, não são devidos em UD]mR� GD� SUiWLFD� GH� DWRV� LOtFLWRV�� 4XDQWR� j� DOWHUQDWLYD� ³G´�� YDOH� D� PHVPD� explicação dada j� DOWHUQDWLYD� ³D´, já que todos os tributos têm caráter coativo, exigidos compulsoriamente do sujeito passivo. Por fim, a alternativa ³H´� HVWi� LQFRUUHWD, pois a atividade administrativa de cobrança de qualquer tributo é sempre vinculada. (FEPESE - 2010 - SEFAZ-SC - Analista Financeiro - Parte II) Tributo é: 1. instituído em lei e cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 2. sanção de ato ilícito. 3. toda prestação pecuniária compulsória em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir. Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas. a) É correta apenas a afirmativa 1. b) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2. c) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3. d) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3. e) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3. - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 236 Só com a figura apresentada já é possível responder essa questão, embora os conceitos presentesnela ainda não tenham sido estudados, o que faremos adiante. Decorou o que consta no texto do artigo 3º do CTN? Tributo nunca será uma sanção pela prática de um ato ilícito, mas sim uma vontade do legislador em determinar que você tire um pouco do que você tem para financiar a sociedade. - Assim, somente o item 2 é incorreto, sendo os outros dois corretos. Logo, resta como correta a alternativa ³F´��JDEDULWR�GD�TXHVWmR� Analisaremos agora cada um dos conceitos apresentados e constantes no texto do artigo 3º. Vamos em frente! E muita atenção! - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 236 PRESTAÇAO COMPULSÓRIA Todo tributo é impositivo, não cabendo ao sujeito passivo a faculdade de querer ou não pagá-lo, sendo, assim, de prestação compulsória (obrigatória) por parte deste. A obrigação decorre de uma disposição expressa de lei, ou de outra espécie que faças as vezes dessa. No direito tributário, não há exceções à compulsoriedade do dever de pagar tributo, não havendo margem para a voluntariedade negativa de pagar uma exação (Se quiser pagar tributo que não está sendo cobrado, fique à vontade. - Só não pode escolher deixar de pagar, que é feio e é um péssimo exemplo vindo de um futuro servidor público) Independente de ser uma taxa, um imposto ou uma contribuição, o dever de pagar é imperativo, decorrente da imposição de uma obrigação do Estado (sujeito ativo detentor da capacidade tributária) ao sujeito passivo. É o chamado poder de império do Estado. Assim, a relação tributária estabelecida por lei entre o Estado e o sujeito passivo se configura numa OBRIGAÇÃO DE DAR, DE PAGAR ALGO. GUARDE BEM ISSO! Desse modo, podemos dizer que, quanto aos tributos e à sua exigibilidade, temos que uma das características fundamentais da relação tributária se funda na coercibilidade da sua cobrança pelo ente tributante. Quanto a esse tema, veja o que nos diz o eminente professor Hugo de Brito Machado: - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 236 ³������2�GHYHU�GH�SDJDU�WULEXWR�QDVFH�LQGHSHQGHQWHPHQWH�GD� vontade. Não se diga, pois, que a prestação tributária é compulsória porque o pagamento de tributo é obrigatório. A distinção essencial há de ser vista no momento do nascimento da obrigação, e não no momento de seu adimplemento. Por isto é que se explica a clássica divisão das obrigações jurídicas em legais, ou ex lege, e contratuais, ou decorrentes da vontade. É certo que as prestações contratuais também são obrigatórias, mas a obrigatoriedade, neste caso, nasce diretamente do contrato, e só indiretamente deriva de lei. Na prestação tributária a obrigatoriedade nasce diretamente da lei, sem que se interponha qualquer ato de vontade daquele TXH�DVVXPH�D�REULJDomR�´ Vamos ver agora outro ponto importante presente no texto do artigo 3º do CTN: o caráter pecuniário dos tributos. - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 236 PRESTAÇAO PECUNIÁRIA, EM MOEDA OU CUJO VALOR NELA SE POSSA EXPRIMIR Já que, como vimos anteriormente, a relação tributária se configura numa obrigação de dar, o que é dado? Para que possa saldar seus tributos frente ao Estado, o sujeito passivo terá que dispor do seu patrimônio em favor daquele. Quase que regra geral, essa satisfação da vontade estatal é realizada por meio da entrega de moeda ou de outro meio que faça as vezes dessa (cheque, transferência bancária, ordem de pagamento, entre outras). O adjetivo ³pecuniário´ se refere a dinheiro, sendo assim indevido o pagamento por outros meios, como, por exemplo, a entrega de bens (pagamento in natura) e a prestação de trabalho ou serviços por parte do sujeito passivo (pagamento in labore). Guarde bem isso. Veja o que nos diz o CTN em seu artigo 162, quanto ao pagamento do crédito tributário, uma das hipóteses de extinção do crédito tributário: ³³$UW�������2�SDJDPHQWR�p�HIHWXDGR� I - em moeda corrente, cheque ou vale postal; II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel VHODGR��RX�SRU�SURFHVVR�PHFkQLFR�´��*ULIRV�QRVVR�� Assim, por exemplo, não poderemos pagar o IPI, imposto sobre produtos industrializados, de competência da União, dando a essa uma parcela dos bens industrializados (pagamento in natura), mas sim, por meio do pagamento em moeda, ou equivalentes dessa. Do mesmo modo, não é permitido o pagamento de tributo com a prestação de trabalho ao Estado, como, por exemplo, pagar o ISS (imposto sobre serviços de qualquer natureza, de competência dos municípios) com a prestação de algum tipo de serviço por parte do sujeito passivo (pagamento in labore). - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 236 Ponto importante deve ser observado quanto ao que prescreve o inciso XI do artigo 156 do CTN, que possui a seguinte redação: ³$UW�������([WLQJXHP�R�FUpGLWR�WULEXWiULR� (...) XI ± a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. (Incluído pela LC nº 104, de 10.1.2001)´ Embora o inciso XI do artigo 156 do CTN, acrescentado pela lei complementar nº 104, de 2001, permita e extinção do crédito tributário por meio da dação em pagamento de bens IMÓVEIS, essa previsão não desconfigura a prestação pecuniária em moeda, ou cujo valor nela se possa exprimir, como forma de pagamento de tributo. Se o próprio CTN autoriza a situação, esse tipo de extinção deve ser considerado como uma forma de prestação pecuniária apta a extinguir débitos tributários do sujeito passivo frente ao estado. A obrigação contraída pelo sujeito passivo continua tendo a necessidade de ser satisfeita em moeda. Ainda quando ao tema, é permitido aos Estados e municípios, bem como ao Distrito Federal, instituir novas formas de pagamento do crédito tributário? Caso clássico é a da lei distrital que possibilitou o pagamento de créditos tributários, devidos por microempresas, empresas de pequeno porte e médias empresas, por meio da dação em pagamento de materiais destinados ao atendimento de programas do GDF (Governo do Distrito Federal). No julgamento do caso, o STF declarou a lei distrital inconstitucional, tendo em vista a proibição de criação de nova hipótese de extinção do crédito tributário por lei distrital. Essa decisão está contida na ADI 1.917, de 18/12/1998, cujo texto é o seguinte: - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 236 ³(...) I - Lei ordinária distrital - pagamento de débitos tributários por meio de dação em pagamento. II - Hipótese de criação de nova causa de extinção do crédito tributário. III - Ofensa ao princípio da licitação na aquisição de materiais pela administração pública.IV - Confirmação do julgamento cautelar em que se declarou a inconstitucionalidade da lei ordinária distrital 1.624/1997. (ADI 1917, de 18/12/1998��´ O artigo 1º da citada lei nos dizia o seguinte: ³$UW�� �� $V� HPSUHVDV� GR� 'LVWULWR� )HGHUDO� FODVVLILFDGDV� FRPR� microempresas, empresas de pequeno porte e médias empresas cujas obrigações tributárias com a Fazenda Pública do Distrito Federal estejam inscritas na dívida ativa até a data da promulgação desta Lei poderão solvê-las mediante dação em pagamento exclusivamente de materiais destinados a programas do Governo do Distrito Federal�´��*ULIRV�QRVVR�� Somente a lei complementar federal poderá definir novas hipóteses de extinção de crédito tributário, não sendo autorizado a nenhum ente que não a União o poder legislativo para tanto, conforme dispõe o artigo 146, III, que assim nos diz: ³$UW�������&DEH�j�OHL�FRPSOHPHQWDU������� III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente VREUH�������´ Entretanto, já existe posicionamento do STF afirmando exatamente o contrário, ou seja, a possibilidade dos entes criarem novas hipóteses de extinção do crédito tributário por meio de suas próprias leis, ainda que ordinárias. Veja a seguinte decisão: - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 236 ³(0(17$�� $omR� GLUHWD� GH� LQFRQVWLWXFLRQDOLGDGH�� PHGLGD� cautelar: L. estadual (RS) 11.475, de 28 de abril de 2000, que introduz alterações em leis estaduais (6.537/73 e 9.298/91) que regulam o procedimento fiscal administrativo do Estado e a cobrança judicial de créditos inscritos em dívida ativa da fazenda pública estadual, bem como prevê a dação em pagamento como modalidade de extinção de crédito tributário. I - Extinção de crédito tributário criação de nova modalidade (dação em pagamento) por lei estadual: possibilidade do Estado-membro estabelecer regras específicas de quitação de seus próprios créditos tributários. Alteração do entendimento firmado na ADInMC 1917-DF, 18.12.98, Marco Aurélio, DJ 19.09.2003: conseqüente ausência de plausibilidade da alegação de ofensa ao art. 146, III, b, da Constituição Federal, que reserva à lei complementar o estabelecimento de normas gerais reguladoras dos modos de extinção e suspensão da exigibilidade de crédito tributário. II - Extinção do crédito tributário: moratória e transação: implausibilidade da alegação de ofensa dos artigos 150, § 6º e 155, § 2º, XII, g, da CF, por não se tratar de favores fiscais. (ADI 2405 MC/RS, GH�������������´ Para fins de concurso, devemos adotar como regra geral a primeira interpretação, de que leis dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não podem prever novas hipóteses de extinção do crédito tributário que não as previstas no CTN. Caso sejam cobrados posicionamentos expressos do STF, deve-se analisar caso a caso, podendo ser dado como certo os dois posicionamentos, a depender do enunciado da questão. - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 236 &RPR� H[HPSORV� SDUD� R� WHUPR� ³RX� HP� FXMR� YDORU� QHOD� VH� SRVVD� H[SULPLU´�� temos os chamados títulos da dívida pública, que podem vir a ser utilizados como forma de pagamento de créditos tributários, embora existam divergências quanto a isso no meio doutrinário e jurisprudencial. Outro exemplo seriam os extintos indexadores inflacionários, como a famosa UFIR (Unidade Fiscal de Referência). A UFIR era fixada dia-a-dia, atualizando- se o valor monetário da moeda nacional em razão da inflação. Para tanto, os valores dos tributos também poderiam ser fixados em UFIR, uma vez que, por simples cálculo algébrico, chegar-se-ia ao valor devido em moeda. Vamos a outro ponto muito importante da definição contida no artigo 3º. E MUITO COBRADO EM PROVA! Atenção, Virgulino! NÃO CONSTITUI SANÇÃO PELA PRÁTICA DE UM ATO ILÍCITO O dever de pagar um tributo jamais pode ser confundido com uma sanção por um ato ilícito praticado pelo contribuinte, hipótese em que falamos em multa, que tem natureza distinta da relativa ao tributo. A prestação pecuniária imputada ao sujeito passivo decorre de disposição expressa em lei, a qual surge com a ocorrência do fato gerador de determinada obrigação tributário relativa ao tributo. Há a adequação do que está presente no texto da lei ao acontecimento ocorrido no mundo dos fatos. Conforme nos diz o professor Hugo de Brito Machado, ³(...) quando se diz que o tributo não constitui sanção de ato ilícito, isto quer dizer que a lei não pode incluir na hipótese de incidência tributária o elemento ilicitude. Não pode estabelecer como necessária e suficiente à ocorrência da obrigação de pagar tributo uma situação que não seja lícita. Se o faz, não está instituindo um tributo, mas uma penalidade. (...)´ - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 236 Por exemplo, ao fazer circular mercadorias de um Estado para o outro, ato perfeitamente válido e lícito, o sujeito passivo faz nascer o fato gerador do ICMS, imposto de competência dos Estados e do DF. Por sua vez, ao descrever o tributo com todos os seus atributos (fato gerador, base de cálculo, alíquotas, sujeito passivo, entre outros), o legislador estadual ou distrital cominou também as penalidades quanto ao descumprimento das disposições expressas na lei e relativas ao tributo que acabara de instituir (ou que venha a instituir posteriormente). Caso esteja previsto que deixar de entregar determinadas informações quanto ao volume de mercadorias circuladas (fato gerador do tributo estadual denominado ICMS) faz nascer para o contribuinte uma multa de R$ 500,00 por declaração, essa obrigação de pagar a multa não tem natureza tributária, mas, sim, punitiva. Caso o contribuinte sempre preste as informações, jamais poderá ser punido com essa penalidade (perdoe a eventual redundância, caro aluno, - foi apenas força de expressão). Uma coisa é o sujeito passivo ter circulado mercadorias, que enseja a obrigação de pagar o ICMS; outra é o pagamento da multa pecuniária por não ter prestado a informação prevista na legislação. Não confunda rapadura com farinha, Virgulino. Quanto ao tributo, nada pode ser feito. Circulou, pagou. Regra geral, já que pode haver hipóteses de isenção ou imunidade para a operação, o que afasta a obrigação de pagamento do tributo. - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 236 (FCC/ISS-SP/Auditor Fiscal Tributário/2012) Um contribuinte deixou de emitir o documento fiscal referente a uma prestação de serviço tributada pelo ISS, tributo de competência municipal, e, como consequência, foi-lhe aplicada penalidade pecuniária pelo descumprimento dessa obrigação acessória (art. 230, caput, inciso V, alínea "a" do Decreto Municipal 52.703/11). Essa penalidade pecuniária (A) é taxa, pois tem a finalidade de ressarcir o eráriopelo dano causado pelo descumprimento de uma obrigação acessória. (B) é imposto, pois está prevista na legislação do ISS. (C) não é imposto, mas é tributo, em sentido amplo, pois tem natureza compulsória. (D) é tributo, porque é cobrado por meio de atividade vinculada, conforme estabelece o Código Tributário Nacional. (E) não é tributo, pois sanção pelo cometimento de ato ilícito não pode ser definida como tributo. - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 236 Uma coisa é multa, outra coisa é tributo. O primeiro é decorrente de um ato ilícito, devendo estar previsto em lei para que venha a ser considerado um ato ilícito, enquanto o segundo decorre da obrigação de pagar determinado valor em razão de uma disposição também expressa em lei, independentemente da natureza ilícita ou não do fato gerador da obrigação. Uma vez que uma multa por descumprimento do previsto na legislação tributária não pode ser conceituado como tributo, temos como incorretas as DOWHUQDWLYDV�³D´��³E´��³F¶�H�³G´��XPD�YH]�TXH��GH�XPD�IRUPD�RX�GH�RXWUD��HVVDV� assertivas afirmam que a multa tem natureza de tributo, seja ele taxa ou imposto�� /RJR�� UHVWD� FRPR� FRUUHWD� D� DOWHUQDWLYD� ³H´�� JDbarito da questão, uma vez que a penalidade pecuniária aplicada não é tributo, pois sanção pelo cometimento de ato ilícito não pode ser definida como tributo. Fato curioso se mostra em relação à obrigação de pagamento de tributo relativo a fato gerador decorrente de um ato ilícito. Entretanto, antes que você diga que estou me contradizendo, vou explicar isso. Como exemplo, devemos ter inicialmente em mente que a aquisição da disponibilidade jurídica de renda (auferir renda) é fato gerador do nosso querido e amado Imposto sobre a renda (IR), tributo de competência federal. Veremos isso com mais detalhes nas aulas posteriores. Imagine agora que um traficante, o Bode Velho, residente na Comunidade Sovaco da Cobra, no município de Jaboatão dos Guararapes/PE, em razão do VHX�³QHJyFLR´�GH�FLUFXODomR�GH�GURJDV�H�HQWRUSHFHQWHV�GH�HOHYDGD�HVWLPD�H� qualidade, tenha auferido renda de R$ 100.000,00. Nada mais claro do que a ilicitude do tráfico de drogas e entorpecentes proibidos, sendo considerado inclusive um crime inafiançável. - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 236 Mesmo que oriunda de uma atividade ilícita, a renda auferida está sujeita à incidência do IR, uma vez que houve o seu fato gerador (VEREMOS ISSO EM OUTRA AULA), qual seja: auferir renda, ainda que essa tenha sido oriunda de uma atividade ilícita. Assim, igualmente a todos os trabalhadores que DXIHUHP�UHQGD�HP�UD]mR�GD�ODEXWD�GLiULD��R�³SUH]DGR´�WUDILFDQWH�WDPEpP�HVWi� obrigado ao pagamento do IR. Se a renda é oriunda da venda de remédios para combater o HIV ou de tráfico de drogas, isso é irrelevante para a tributação. O importante é que ela chegou ao seu beneficiário, e esse pagará imposto de renda (ao menos em teoria). Observe que o motivo da tributação não é o tráfico de drogas, mas sim a aquisição da renda decorrente deste, que dá origem à obrigação tributária. Não há qualquer sanção com o tributo em decorrência do ato ilícito. Esse deverá ser punido em outra esfera, como a penal, mas jamais na tributária. Caso o nobre traficante deixe de entregar sua declaração anual de IR, ficará sujeito a multa em razão do não cumprimento de uma obrigação tributária acessória, que é uma punição. Mas, mais uma vez, a punição não é em razão do ato ilícito de traficar entorpecentes, e sim por não ter cumprido uma obrigação instrumental, qual seja, entregar declaração anual de rendimentos. (Agora fiquei pensando com meus botões: como seria atender, lá na Delegacia da RFB, os traficantes de Feira de Santana/BA e região. Deu até medo. /). Esse exemplo relativo ao traficante também tem outro motivo de ser, presente no artigo 118, I, do CTN, cuja redação é a seguinte: ³$UW�� ����� $� definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; �����´��*ULIRV�QRVVR�� - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 236 Abstraia o fato de o nobre contribuinte ser um traficante. Isso não importa. O que importa é a renda e o IR dela decorrente. O mesmo pensamento vale, por exemplo, para as atividades de lenocínio, jogos de azar proibidos, casas de prostituição, tráfico de humanos, entre outros. Houve a renda, houve também o fato gerador do IR, independentemente de onde ela veio. Essa situação se amolda ao famoso princíSLR�GR�³pecúnia non olet´��GLQKHLUR� não tem cheiro), que significa que o dinheiro não tem caráter. - A expressão ³SHF~QLD�QRQ�ROHW´�IRL�FULDGD�SHOR�LPSHUDGRU�URPDQR�9HVSDVLDQR�DR�UHVSRQGHU� ao seu filho sobre a instituição de tributo sobre o uso de mictórios públicos em Roma. O filho não entendia (e também não concordava como tal fato) como o pai podia cobrar um tributo sobre um fato gerador tão malcheiroso. Indagado, o Imperador respondeu que, não obstante o fato gerador, o dinheiro não possuía cheiro, sendo perfeitamente válida a imposição. Finalizando esse subitem, temos que o fato da prestação pecuniária não constituir uma sanção de ato ilícito está diretamente relacionada ao princípio do não-confisco, vedando aos Entes políticos instituir tributos com efeitos confiscatórios, conforme estudamos em item do curso relativo aos princípios tributários contidos no Sistema Tributário Nacional da nossa CF/88. - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 236 INSTITUÍDO EM LEI Todo e qualquer tributo deve ser criado por meio de lei ou instrumento normativo que faça as vezes de lei, tendo a mesma força normativa dessa, como é o caso das medidas provisórias. Essa previsão decorre do princípio da legalidade. Estudaremos esse e outros princípios na aula 03 do curso. Nenhuma imposição ou obrigação deve ser imputada ao sujeito passivo (contribuintes e responsáveis), no campo tributário, senão por meio de lei ou medida provisória. Quanto a essa regra, não há exceção. Todo tributo deve ser criado ou extinto por lei. Esse previsão tem estrita relação com o que consta no artigo 97, I, do CTN, que assim nos diz: ³$UW������6RPHQWH�D�OHL�SRGH�HVWDEHOHFHU� I - a instituição de tributos, ou a sua H[WLQomR������´ Não confunda a criação ou a extinção de tributos com a majoração ou redução destes, que admite exceções, conforme veremos em aula posterior. A criação, e também a extinção, não comporta exceção alguma. (ESAF/SEFAZ-MG/GESTOR/2005) ³1mR� é preciso lei para exigir um WULEXWR´� Incorreto. É sempre necessária uma lei para instituir um tributo. O mesmo ocorrendo quanto à extinção e, regra geral, quanto à majoração e à redução do tributo. Quantoa esses dois últimos pontos, a CF/88 permite exceções, a serem vistas posteriormente. - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 236 ATIVIDADE ADMINISTRATIVA PLENAMENTE VINCULADA O lançamento de um tributo, conforme veremos em item posterior do curso, é atividade privativa da autoridade administrativa, somente podendo ser realizado por esta. Veja o que nos diz o artigo 142 do CTN: ³$UW�� ����� &RPSHWH� privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.´��*ULIRV�QRVVR�� Além disso, o lançamento é insuscetível de ponderação sobre a sua oportunidade ou conveniência por parte da autoridade administrativa, sendo uma atividade estritamente vinculada. DEVE SER FEITA! Não há espaço para qualquer tipo de discricionariedade por parte da Autoridade lançadora. Uma vez previsto na lei que cria o tributo, a atividade de cobrança nasce juntamente com aquele, cabendo às autoridades administrativas efetivarem o animus mecanis da cobrança. Não cabe à autoridade ponderar juízos de valor ou equidade na hora de lançar e cobrar valores previstos em lei. Ela DEVE lançar. O lançamento, repito, é ato vinculado. - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 236 Conforme HQVLQD� +XJR� GH� %ULWR�� ³atividade vinculada é aquela cujo desempenho a autoridade administrativa não goza de liberdade para apreciar a conveniência nem a oportunidade de agir. A lei não estabelece apenas um fim a ser alcançado, a forma a ser observada e a competência da autoridade para agir. Estabelece, além disto, o momento, vale dizer, o quando agir, e o conteúdo mesmo da atividade. Não deixa margem à apreciação da autoridade, que fica inteiramente vinculada ao comando legal. (..) o tributo há de ser cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada, o que significa que a autoridade administrativa não pode preencher com seu juízo pessoal, subjetivo, o campo de indeterminação normativa, buscando UHDOL]DU��HP�FDGD�FDVR��D�ILQDOLGDGH�GD�OHL´� Vejamos agora algumas questões cobradas sobre os itens que acabamos de visualizar. Uma delas é do último concurso para Analista Técnico de Políticas sociais (ATPS), do MPOG, realizado em 2012. (ESAF/MPOG/ATPS/2012) Quanto ao conceito de tributo pode-se D¿UPDU�� exceto: a) a cobrança do tributo é atividade plenamente vinculada, não deixando margem à discricionariedade do agente público. b) tributo é prestação pecuniária em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir. c) o tributo é prestação que não pode se constituir em sanção de ato ilícito. d) o tributo só pode ser criado por lei, mas existem exceções como os impostos de importação e o imposto sobre produtos industrializados, que podem ser criados por decreto. e) o dever de pagar o tributo é imposto pela lei, independentemente da vontade das partes envolvidas. - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 236 Essa questão cobrou apenas a literalidade dos conceitos presentes no artigo 3º do CTN, o qual define legalmente o que vem a ser um tributo. Sua redação é a seguinte: ³$UW�� �� 7ULEXWR� p� WRGD� SUHVWDção pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada PHGLDQWH�DWLYLGDGH�DGPLQLVWUDWLYD�SOHQDPHQWH�YLQFXODGD�´ A única alternativa que não atende ao enunciado é a que consta na quarta assertiva, uma vez que todo tributo, SEM EXCEÇÂO, deve ser instituído por meio de lei em sentido estrito ou por instrumento normativo legal que faça as vezes desta, como é o caso da medida provisória, e desde que não seja relativo a tributo cuja instituição seja de competência de lei complementar, tendo como exemplo os impostos sobre grandes fortunas (artigo 153, VII). $� DOWHUQDWLYD� ³G´� HVWi� LQFRUUHWD� SRU� TXH� QmR� H[LVWH� H[FHomR� j� FULDomR� GH� tributo por meio de lei, nem mesmo para o imposto de importação e para o imposto sobre produtos industrializados. O que ocorre quanto a esses tributos, e para alguns outros previstos no artigo 153, §1º, da CF/88, é que a Carta Magna permite que eles tenham as suas alíquotas alteradas por meio de ato do poder executivo, sendo exceção ao princípio da legalidade. Contudo, a instituição e extinção desses tributos, e dos demais previstos na CF/88, deve ser sempre por meio de lei. Veremos o princípio da legalidade, bem como as suas exceções, em outra aula do curso. As demais alternativas atendem ao que consta no enunciado do artigo WUDQVFULWR��R�TXH�ID]�FRP�TXH�R�JDEDULWR�GD�TXHVWmR�VHMD�D�DOWHUQDWLYD�³G´� - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 236 (ESAF - 2010 - MPOG - Analista de Planejamento e Orçamento - Planejamento e Orçamento - Prova 2) É sabido que, de acordo com o art. 3o do Código Tributário Nacional, tributo é toda prestação pecuniária, compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Consoante tal entendimento, é errado afirmar-se que: a) as multas pelo descumprimento da obrigação tributária não são tributos, mas consideradas pelo CTN como obrigação tributária, ao lado do tributo, para que se submetam ao mesmo regime de constituição, discussão administrativa, inscrição em dívida ativa e execução dos tributos. b) o poder de tributar é prerrogativa do Poder Público, que o faz para custear suas ações no interesse da sociedade. A fiscalização tributária implica exercício do poder de polícia, e somente mediante atividade administrativa pode ser exigido o pagamento de tributo. c) ocorrido o fato gerador da obrigação tributária, a autoridade administrativa tem o dever de exigir o cumprimento da obrigação por parte do contribuinte, havendo, no entanto, alguma margem de discricionariedade nesta atividade. d) a aquisição de renda e a promoção da circulação de mercadorias com o produto de renda advinda do jogo do bicho, por exemplo, apesar de fatos ilícitos, são passíveis de tributação. e) nem toda prestação pecuniária prevista em lei constitui tributo, mas sim toda prestação pecuniária que reúna o conjunto dos requisitos constantes do art. 3o do CTN, como por exemplo o caráter obrigatório. Alternativa a) Correta. Conforme nos fala o CTN em seu artigo 113, §2º, a obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato gerador e tem porobjeto o pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária decorrente de infrações à legislação tributária. Logo, a obrigação tributária principal pode ser constituída tanto pelo pagamento de tributos quanto de penalidade de - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 236 cunho pecuniário. Por sua vez, ambas seguem o mesmo regime de constituição (por meio do lançamento tributário), discussão administrativa (podem ser impugnadas e cobradas da mesma maneira), ritual de inscrição em dívida ativa e execução dos valores devidos. Entretanto, repita-se, possuem naturezas distintas: uma é tributária; a outra, não tributária. Alternativa b) Correta. O poder de tributar conferido aos entes políticos é uma das muitas prerrogativas atribuídas pela CF/88, que o fazem para fazer custo frente às despesas do Estado e ao cumprimento das finalidades deste. Por sua vez, somente a CF/88 pode atribuir essa prerrogativa, não possuindo nenhum tipo de lei poder para tanto. Somente a CF/88 confere o poder de tributar, que é o mesmo que a competência tributária. Já em relação à fiscalização, essa se consubstancia no próprio exercício do poder de polícia conferida ao Estado para fazer cumprir as leis e os atos normativos editados pelos órgãos competentes. É por meio da fiscalização que o Estado verifica o correto pagamento de tributos, o cumprimento de obrigações acessórias pelo contribuinte, inibe a ação fraudulenta contra a ordem tributária, entre outras atividades. Alternativa c) Incorreta. Conforme consta na parte final do artigo 3º do CTN, a atividade de cobrança do tributo devido pelo sujeito passivo é sempre vinculada, não cabendo ao agente político qualquer margem de discricionariedade. Se o tributo é devido, deve ser cobrado, ainda que com aquele pagamento o sujeito passivo, após isto, não disponha de mais um centavo sequer para comer pelo resto do mês. Que maldade... - Alternativa d) Correta. Como vimos anteriormente, não será a atividade de jogo do bicho, atividade ilícita, que será tributada, mas apenas a aquisição de renda e a circulação de mercadorias, que são hipóteses de incidência, respectivamente, do IR e do ICMS. O mesmo aconteceria em relação a atividades perfeitamente legais. - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 236 Alternativa e) Correta. Não será toda prestação pecuniária prevista em lei, de dar dinheiro, que será tida como tributo, mas apenas aquelas de caráter obrigatório e compulsório. Por exemplo, o pagamento de valores em relação ao programa Minha Casa Minha Vida é instituído em lei e tem como objeto principal, entre outros, o pagamento de valores pecuniários, mas não tem caráter obrigatório. Logo, não é tributo. (CESPE - 2011 - Correios - Analista de Correios - Advogado) Julgue os itens a seguir, acerca do Sistema Tributário Nacional, da competência tributária e dos tributos. Tributo, definido como prestação pecuniária compulsória em moeda, pode constituir sanção de ato ilícito, cobrada mediante atividade judicial ou administrativa. ( ) Certo ( ) Errado Conforme já vimos na aula e nas questões anteriores, quanto ao que consta no texto do artigo 3º do CTN, um tributo JAMAIS será uma sanção pela prática de um ato ilícito do contribuinte, embora a atividade que dê causa à incidência do tributo seja ilícita, como, por exemplo, auferir renda em razão do tráfico de drogas e entorpecentes proibidos. Tanto o traficante quanto aquele que ganha seus rendimentos legalmente são obrigados a pagar o imposto de renda, não sendo a nem um dos dois imposta uma penalidade em razão da atividade por eles desenvolvida, seja ela lícita ou ilícita. Assim, resta incorreta a assertiva apresentada. Vamos agora ver o que diz o CTN sobre a natureza jurídica específica de um tributo, outro tema bastante cobrado em provas de concurso. A aula está só começando. Se acomode bem na cadeira, Virgulino! - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 236 Natureza Jurídica Específica dos Tributos A natureza jurídica específica dos tributos pode ser verificada pelo que nos diz o CTN em seu artigo 4º, cuja redação é a seguinte: ³$UW�� �� $� QDWXUH]D� MXUtGLFD� HVSHFtILFD� GR� WULEXWR� p� determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II - a destinação legal do produto da sua arrecadação�´� (Grifos nosso) Atentou bem para a redação e para os detalhes presentes na redação do normativo acima? Posso testar? Então, vamos lá! (VUNESP/Prefeitura de Louveira/Agente de Fiscalização/2007) Sobre o conceito de tributo, é correto afirmar que: (A) corresponde à prestação pecuniária que constitui sanção de ato ilícito. (B) sua natureza jurídica específica é determinada pela denominação e demais características formais adotadas em lei. (C) sua natureza jurídica específica é determinada pela destinação legal do produto de sua arrecadação. (D) é instituído em lei e cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada. (E) o fato gerador da respectiva obrigação é irrelevante para determinar a natureza jurídica específica do tributo. - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 236 Vê como as questões, muitas vezes, são cópias dos dispositivos do CTN? Consegue resolver apenas com o que consta nos artigos 3º e 4º do CTN? Se aprendeu bem o que foi dito, certamente sim. Alternativa a) Incorreta. Tributo nunca é sanção por ato ilícito, conforme o artigo 3º do CTN. Isso deve estar fincado na sua cabeça! Alternativa b) Incorreta. De acordo com o CTN, a denominação do tributo adotada na lei é irrelevante para determinar a natureza jurídica específica daquele, conforme o artigo 4º, I, do CTN. Se nome do tributo é, por exemplo, imposto sobre apresentação de palhaços, mas sua natureza jurídica específica, é de uma taxa, o tributo será tratado como se taxa fosse, independentemente de se chamar imposto. Veremos a diferença entre essas duas espécies tributárias mais adiante. Calma! Eu sei que a sua sede de conhecimento é grande, caro aluno. Alternativa c) Incorreta. De acordo com o CTN, a destinação legal é irrelevante para determinar a natureza jurídica específica de um tributo. Artigo 4º, II, do CTN. Se o produto da arrecadação será destinado à construção de estádios de futebol ou para financiar a saúde, isso é irrelevante para determinar a natureza jurídica específica de um tributo. O que define a natureza jurídica específica de um tributo, conforme o CTN, é o seu fato gerador, sendo irrelevante, além da destinação do produto da sua arrecadação, a sua denominação e as demais características formais adotadas na lei de instituição do tributo. Alternativa d) Correta. Essa é a definição presente no artigo 3º do CTN. Alternativae) Incorreta. Esse é, para o artigo 4º do CTN, o fator determinante para a determinação da natureza jurídica específica de um tributo: o fato gerador da respectiva obrigação. - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 236 (ESAF - 2009 - MF - Assistente Técnico-Administrativo) A determinação da natureza jurídica específica do tributo, de acordo com o Código Tributário Nacional, decorre, especificamente: a) do fato gerador da respectiva obrigação. b) da destinação legal do produto da arrecadação. c) da denominação. d) da fixação do agente arrecadador. e) das peculiaridades dos sujeitos ativo e passivo da obrigação. Questão que cobrou a literalidade do que consta no CTN. Para a determinação da natureza jurídica específica de um tributo, é relevante, CONFORME O CTN, apenas o fato gerador da respectiva obrigação tributária, de acordo com o que nos diz o caput do artigo 4º. Desse modo, somente o que consta na DOWHUQDWLYD�³D´�DWHQGH�DR�HQXQFLDGR�GD�questão. O fato gerador de determinado tributo pode ser definido com a situação ocorrida no mundo dos fatos que se ajusta ao que prevê a lei, dando origem à obrigação de pagar o tributo, fazendo nascer assim a chamada obrigação tributária. O fato gerador (in abstrato), quando previsto na lei, é chamado de hipótese de incidência. Ao ser observado no mundo dos fatos, o fato gerador faz, como falamos, nascer a obrigação tributária, onde teremos o que chamamos de subsunção do fato à norma jurídica. E subsunção é a adequação do fato ocorrido no mundo real ao que prevê a norma de incidência do tributo. Grave bem isso! Ao instituir um tributo, o legislador define uma série de características da exação, entre elas, o fato gerador, a base de cálculo, a alíquota e os contribuintes. - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 236 Para o CTN, é suficiente para a determinação da natureza jurídica específica de um tributo o seu fato gerador, devendo ser desconsideradas a denominação e demais características formais adotadas na lei e a destinação que será dada ao produto da arrecadação do tributo, conforme o artigo 4º. Assim, se determinado imposto é chamado de contribuição para as atividades circenses e tenha como fato gerador a realização de espetáculos itinerantes, uma situação que independa de qualquer contraprestação por parte do Estado (característica que mais define um imposto e os distingue das demais espécies tributárias), ainda assim teremos um imposto, já que seu fato gerador foi precisamente definido. A denominação dada é irrelevante para a definição da natureza jurídica do tributo, mas sim o seu fato gerador. Caso o mesmo imposto do exemplo tenha destinação do produto da sua arrecadação prevista em lei, ainda assim isso será irrelevante para a descaracterização da natureza jurídica específica do tributo. Para o caso específico dos impostos, ainda temos o óbice constitucional que veda qualquer vinculação da arrecadação dos mesmos a atividades específicas, exceto nos casos expressamente previstos na CF/88 (artigo 167, §4º). Entretanto, com o advento da CF/88, o artigo 4º não mais conseguiu acompanhar a divisão das espécies tributarias e a natureza jurídica específica de duas novas espécies tributárias, conforme veremos mais adiante ao estudarmos a teoria pentapartite, adotado pelo STF. Para a definição da natureza jurídica específica de um tributo, conforme o entendimento do STF, deve-se passar a considerar também a sua base de cálculo e o destino do produto da sua arrecadação, não sendo mais suficiente apenas sabermos o seu o fato gerador. - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 236 (FCC - 2005 - PGE-SE - Procurador de Estado) A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo: a) relevantes para qualificá-la apenas a denominação e demais características formais adotadas pela lei. b) relevante para qualificá-la apenas a destinação legal do produto da sua arrecadação. c) relevantes para qualificá-la a denominação e demais características formais adotadas pela lei e a destinação legal do produto da sua arrecadação. d) relevante para qualificá-la apenas a correta destinação do valor arrecadado. e) irrelevantes para qualificá-la a denominação e demais características formais adotadas pela lei e a destinação legal do produto da sua arrecadação. Mais uma questão que cobrou apenas a pura e simples literalidade do que consta nos artigos do CTN, mas dessa vez o constante no artigo 4º, que trata da natureza jurídica específica dos tributos e dos fatores que serão considerados relevantes ou irrelevantes para a sua definição. Contudo, lembre-se que esse conceito é atualmente aceito em parte, uma vez que não mais são aplicados às novas espécies tributárias instituídas com o advento da CF/88, quais sejam: os empréstimos compulsórios e as contribuições especiais. Veremos isso mais adiante. Veja o que nos diz o artigo 4º do CTN: ³Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II - a destinação legal do produto da sua DUUHFDGDomR�´ - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 236 ³&DUDPED�� SURIHVVRU�� (X� Vy� SUHFLVDYD� VDEHU� D� SDODYULQKD� LUUHOHYDQWH� SDUD� PDWDU�TXDUWR�DOWHUQDWLYDV�GD�TXHVWmR�"�"�´ Exatamente�� &RPR� WRGDV� DV� DOWHUQDWLYDV� GH� ³D´� D� ³G´� GL]HP� TXH� VHUi� UHOHYDQWH�� R� FDQGLGDWR�PDLV� ³FKHJDGR´� FRP�D� OLWHUDOLGDGH� Go artigo não iria perder tempo lendo as quatro primeiras alternativas. Iria diretamente para a DOWHUQDWLYD�³H´��JDEDULWR�GD�TXHVWmR� A relevância da base de cálculo de um tributo passou a ser importante na definição da sua natureza em virtude de dois normativos constantes na CF/88, quais sejam: ³Art. 145. (...) § 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. ³$UW�������$�8QLmR�SRGHUi�LQVWLWXLU� I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição�´��*ULIRV�QRVVR�� Observe que, para os impostos ditos residuais (artigo 154, I), estes deverão sempre ter fato gerador e base de cálculo DIFERENTES dos já previstos para outros impostos. Diante do que determina a CF/88, para a definição da natureza jurídica de um tributo, faz-se necessário o cotejo entre seu fato gerador e sua base de cálculo. Para o CTN, apenas o primeiro é relevante para qualificá-lo. Guarde bem esses dois casos, caro aluno!! - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Netoʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 236 Outro ponto muito importante para a definição da natureza jurídica de um tributo é saber o destino a ser dado à sua arrecadação, uma vez que o conhecimento desse é necessário para se poder diferenciar dois tributos aparentemente idênticos. As contribuições sociais para a seguridade social, por exemplo, têm como uma das suas principais características a previsão legal do destino a ser dado ao montante dos valores arrecadados com elas. Exemplo disso é a contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL), a ser utilizada para o financiamento da seguridade social. Esse tributo tem ainda como fato gerador o lucro auferido pelas pessoas jurídicas, a mesma hipótese de incidência prevista para o imposto sobre a renda das pessoas jurídicas (IRPJ). O mesmo ocorre para os empréstimos compulsórios, que têm o produto da sua arrecadação vinculado aos fatos que deram origem à sua criação, conforme assevera o parágrafo único do artigo 148 da CF/88: ³$UW�� ����� $� 8QLmR�� PHdiante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: (...) Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição�´��*ULIRV�QRVVR�� Como veremos mais adiante no curso, os empréstimos compulsórios podem ter a mesma hipótese de incidência prevista para um tributo já existente, podendo este estar contido na competência tributária dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, bem como da própria União, único ente competente para instituir um empréstimo compulsório. Assim, diante do exemplo dos empréstimos compulsórios e do exemplo clássico quanto ao IR e à CSLL, fica superado o que consta no artigo 4º quanto ao fato gerador e à irrelevância da destinação legal do produto da arrecadação, uma vez que a diferença básica entre os dois tributos federais - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 236 (CSLL e IR) será dada em razão dessa destinação, uma vez que o fato gerador já não é suficiente para distingui-los, conforme prescreve o CTN. Para o IR, uma vez que se trata de um imposto, não teremos destinação específica do produto da sua arrecadação, já que os impostos, em regra, possuem caráter não vinculado (não dependem de uma contraprestação do Estado), e entre os quais se inclui o IR. Para a CSLL, haverá uma destinação específica, típica das contribuições para a seguridade social. Esse é outro ponto que distingue os dois tributos federais em razão da estrita semelhança que existe entre seus fatos geradores. Diante do que foi exposto, poderemos ter as seguintes situações em prova: 1) Cobrança literal do que consta no CTN, em que a natureza jurídica específica de um tributo é determinada pelo seu fato gerador, sendo irrelevante o que consta nos incisos I e II do artigo 4º do mesmo; 2) Necessidade da inclusão da base de cálculo na definição a ser encontrada por meio do artigo 4º do CTN, ou seja, é necessário o cotejo base de cálculo x fato gerador; 3) Cobrança literal do que consta na CF/88, ficando superado o que consta no CTN em seu artigo 4º, I e II, uma vez que o destino a ser dado à arrecadação do tributo é relevante para diferenciar aqueles que possuem idênticos fatos geradores. O regramento estabelecido pelo CTN, e que acabamos de estudar, adota a chamada teoria tripartida ou tripartite, em que estão previstas apenas três espécies tributárias no nosso ordenamento jurídico nacional: impostos, taxas e contribuições de melhoria. Veja o que nos diz o artigo 5º do Código de Exações: - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 236 ³$UW�� �� 2V� WULEXWRV� VmR� LPSRVWRV�� WD[DV� H� FRQWULEXLo}HV� GH� PHOKRULD�´ Entretanto, nosso atual Sistema Tributário Nacional apresenta outras duas espécies tributárias além dos impostos, das taxas e das contribuições de melhoria: as contribuições (especiais, de iluminação pública, corporativas e de intervenção no domínio econômico) e os empréstimos compulsórios. Diante disso, e como afirma o STF, a previsão constante no artigo 5º do CTN encontra-se superada pela atual ordem constitucional vigente. Diante das duas novas espécies tributárias (contribuições especiais e empréstimos compulsórios), e tendo em vista a impossibilidade da definição da natureza específica dos tributos conforme prescreve o artigo 4º do CTN, o STF passou a adotar a Teoria Pentapartite, Pentapartida ou Quinquipartite, no qual o atual sistema tributário nacional é composto por cinco tipos de exações em espécie, quais sejam: IMPOSTOS; TAXAS; CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA; CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS; EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS. Essa é a classificação adotada pelo STF, como comentei, e pela maioria da doutrina brasileira, devendo ser bem guardada por você, caro aluno, bem como a teoria anterior (tripartite). ³3URIHVVRU��PDV�HX�IXL�OHU�R�DUWLJR�����GD�&)����H�Oi�Vy�IDOD�GH�WUrV�HVSpFLHV� GH�WULEXWRV��(�DJRUD"´ O artigo 145 da CF/88 nos diz o seguinte: - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 236 ³$UW�� ����� $� 8QLmR�� RV� (VWDGRV�� R� 'LVWULWR Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I - impostos; II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; III - FRQWULEXLomR�GH�PHOKRULD��GHFRUUHQWH�GH�REUDV�S~EOLFDV�´ Embora o que consta na CF/88 pareça ir de encontro à teoria do STF (ou este é que está indo de encontro ao que consta na CF/88), o artigo 145 não deve ser assim interpretado, uma vez que veicula apenas os tributos atribuídos a todos os entes, significando que todos os Entes políticos podem criar essas espécies tributárias, deixando os tributos previstos na competência tributária específica (contribuições especiais e empréstimos compulsórios) para outros artigos da CF/88, como é o caso do artigo 148, relativo aos empréstimos compulsórios, tributo previsto na competência exclusiva da União. Dessa maneira, o artigo 145 não é norma exaustiva das espécies tributárias atualmente existentes, mas um mero dispositivo de atribuição de competência tributária. Assim, podemos resumir os elementos tributários constantes nas duas teorias na seguinte figura: - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 236 Assim, quanto ao destino legal da arrecadação, ao fato gerador, à base de cálculo e aos novos tributos previstos no Sistema Tributário Nacional, ficam superados os artigos 4º e 5º do CTN. Por fim, devemos citar que existem ainda mais duas teorias: a bipartite, que sustenta a tese apenas da existência de duas espécies tributarias (impostos e taxas) e a quadripartite,que sustenta a existência de apenas quatro espécies tributárias nacionais (impostos, taxas, empréstimos compulsórios e contribuições ± sem distinguir essas últimas em contribuições de melhoria e contribuições especiais). ³3HUD��SURIHVVRU��6HP�TXHUHU�HX�HVWDYD�YHQGR�R�&71�H�OL�R�DUWLJR�����/i�IDOD� dos empréstimos compulsórios! Não seria então um teoria quadripartite a que H[LVWH�QR�&71"´ Tem razão. O artigo 15 do CTN realmente nos fala sobre os empréstimos compulsórios. E os normativos que constam nesse artigo serviram de base para a previsão contida atualmente na CF/88. Quanto os empréstimos compulsórios, o CTN não os incluiu no rol dos tributos presentes em seu artigo 5º, o que fez com os mesmos não fossem classificados expressamente como tributos. Entretanto, essa espécies tributária está presente no artigo 15 do Codex pátrio na seção intitulada de ³Disposições HVSHFLDLV´ do capítulo que trata dDV�³Limitações da competência WULEXWiULD´�� VLWXDomR, por sua vez, que resultava no reconhecimento, ainda que implícito, da natureza tributária dos empréstimos compulsórios. Por sua vez, possuindo os empréstimos compulsórios características que lhes são peculiares, e que não permitem o enquadramento daqueles no regime jurídico aplicável aos impostos, uma vez que não há fato gerador expresso na CF/88 e a obrigação expressa da União quanto à restituição do valor cobrado. Logo, essas situações passaram a impedir a classificação dos empréstimos compulsórios nas espécies tributárias presentes no artigo 5º, do CTN. - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 236 Diante do que falei, o STF fixou a teoria tripartite do CTN partindo do que dispõe o seu artigo 5º e, em razão da posição dos empréstimos compulsórios em seu texto, excluiu essa espécie tributária da classificação, que, de outro modo, resultaria na adoção da teoria quadripartite. Outras correntes, no entanto, entendem que o CTN adotou a teoria quadripartite, já que possui, em seu texto, a figura expressa dos empréstimos compulsórios. Porém, e finalizando o debate, para fins de concurso, adote que a teoria tripartite adotada pelo STF abrange apenas os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria. Veja agora como esse tema pode ser cobrado em prova. (FCC - 2005 - PGE-SE - Procurador de Estado) Sobre o conceito de tributo construído a partir da definição do Código Tributário Nacional, é correto afirmar que o tributo: a) pode constituir sanção de ato ilícito. b) está submetido à reserva legal. c) pode ser pago por intermédio de prestação de serviço de qualquer natureza. d) deve ser cobrado mediante atividade administrativa plenamente discricionária. e) é toda prestação pecuniária facultativa. Alternativa a) Incorreta. Um tributo jamais poderá ser instituído ou cobrado em função de uma atividade ilícita, o que não significa que a obrigação de pagá-lo tenha resultado de um ato ilícito, como, por exemplo, auferir renda em razão de tráfico de drogas ou venda de armas. - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 236 Alternativa b) Correta. Todo tributo deve ser instituído por meio de lei, não havendo exceção a essa regra. Essa previsão está presente tanto no artigo 3º quanto no artigo 97, ambos do CTN. Alternativa c) Incorreta. Tributo é uma prestação pecuniária, somente podendo ser pago por meio de dinheiro, ou por aqueles que façam as vezes desse (cheque, por exemplo). Nosso atual ordenamento jurídico não prevê a possibilidade de pagamento de tributos por meio de trabalho (in labore) ou com bens ou mercadorias (in natura). Alternativa d) Incorreta. A atividade de cobrança é sempre vinculada, não havendo qualquer margem de discricionariedade para a autoridade administrativa. Alternativa e) Incorreta. A obrigação de pagar um tributo é sempre vinculada, não sendo facultado aos sujeitos passivos escolher pagar ou não pagar o tributo a ele imposto. Vamos ao próximo tópico da nossa aula de hoje. Embora não seja tão cobrado quanto às espécies tributárias, o próximo tema também costuma aparecer em provas. - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 236 Classificação dos Tributos Os tributos podem ser agrupados em uma série de classificações possíveis, conforme a natureza das características que alguns deles possuem em comum. Mostraremos aquelas que são mais importantes e cobradas em concursos públicos, uma vez que é a esses a que se destina o nosso curso. Podemos classificar as espécies tributarias conforme os seguintes critérios: 1) Quanto ao número de espécies tributárias existentes: teoria pentapartite e teoria tripartite; 2) Quanto à discriminação por ente político competente: tributos pertencentes à União, aos Estados, ao Distrito Federal ou aos Municípios; 3) Quanto à natureza da hipótese de incidência do tributo: tributo vinculado e tributo não-vinculado; 4) Quanto ao destino a ser dado ao produto da sua arrecadação: tributos de arrecadação vinculada e tributos de arrecadação não- vinculada; 5) Quanto à finalidade ou à função a ser dada ao tributo: tributos fiscais, tributos extrafiscais e tributos parafiscais; 6) Quanto à repercussão econômica ou financeira do ônus tributário junto aos contribuintes: tributos diretos e tributos indiretos; 7) Quanto aos aspectos objetivos e subjetivos da hipótese de incidência: tributos reais e tributos pessoais; 8) Quanto à base econômica de incidência: tributos sobre o comércio exterior, tributos sobre o patrimônio e a renda, tributos sobre a produção e a circulação e tributos extraordinários (classificação contida no CTN); - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 236 9) Quanto à forma de quantificação relativamente à alíquota aplicada: tributos proporcionais, tributos progressivos, tributos regressivos ou tributos fixos. Vamos ao que diz cada classificação! Quanto ao número de espécies tributárias existentes Nesse aspecto de classificação, temos as duas teorias estudadas anteriormente, nas quais o CTN considera haver apenas três espécies tributárias, hipótese em que falamos da divisão tripartite (impostos, taxas e contribuições de melhoria); e naquela em que o STF considera haver cinco espécies tributarias, situação em que nos reportamos à teoria pentapartite (impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições especiais e empréstimos compulsórios). Temos ainda mais duas teorias: a bipartite e a quadripartite, considerando a existência de, respectivamente, apenas duas e quatro espécies tributárias. Para as duas primeiras teorias, teremos a existência das seguintes espécies tributárias, repetindo o que foi comentado: TRIPARTITE PENTAPARTITE IMPOSTOS IMPOSTOS TAXAS TAXAS CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA - CONTRIBUIÇÕES ESPECIAISEMPRESTIMOS COMPULSÓRIOS - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 236 Quanto à discriminação por ente político competente Essa forma de classificação distingue as espécies tributarias conforme o ente político ao qual pertencem, existindo espécies previstas nas competências tributárias comum (taxas e contribuições de melhoria, por exemplo), privativa (impostos previstos no corpo da CF/88), residual (impostos e contribuições residuais, da União) e extraordinária (impostos extraordinários, também da União), conforme vimos ao estudar a competência tributária. Os tributos afetos à União são os seguintes: x Imposto sobre importação de produtos estrangeiros (II); x Imposto de exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE); x Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza (IR); x Imposto sobre produtos industrializados (IPI); x Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF); x Imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR); x Imposto sobre grandes fortunas, nos termos de lei complementar (IGF); x Impostos residuais previstos no artigo 154, I, da CF/88; x Impostos Extraordinários de guerra (IEG); x Taxas de Polícia; x Taxas de Serviços; x Empréstimos Compulsórios; x Contribuições de Melhoria; - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 236 x Contribuições para a Seguridade Social; x Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE); x Contribuições das Categorias Profissionais e Econômicas; x Contribuições Sociais; x Tributos que vierem a ser instituídos em razão da criação de territórios federais, no exercício da sua competência tributária cumulativa (artigo 147, da CF/88), podendo instituir tanto tributos estaduais quanto municipais, conforme o território seja ou não dividido em municípios. Quanto aos Estados e ao Distrito Federal (no exercício da sua competência estadual), estão previstos os seguintes tributos: x Imposto sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCMD); x Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior (ICMS); x Imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA); x Taxas de Polícia; x Taxas de Serviços; x Contribuições de Melhoria; x Contribuição Previdenciária. Por fim, quanto aos Municípios e ao Distrito Federal (no exercício da sua competência municipal)temos os seguintes tributos: x Imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU); x Imposto sobre transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 236 reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI); x Imposto sobre serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar (ISS); x Taxas de Polícia; x Taxas de Serviços; x Contribuições de Melhoria; x Contribuição Previdenciária. x Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (COSIP). (FCC - 2008 - TCE-AL - Procurador) São tributos de competência da União, EXCETO a contribuição: a) de melhoria. b) social para a seguridade social. c) para o custeio do serviço de energia elétrica. d) de intervenção no domínio econômico. e) de interesse de categorias profissionais. Conforme vimos na primeira enumeração apresentada, apenas a contribuição para o custeio de iluminação pública não se insere entre os tributos passíveis de serem instituídos pela União Federal, uma vez que este é tributo de competência dos municípios e do Distrito Federal. Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão. - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 236 Quanto à natureza da hipótese de incidência do tributo A natureza da hipótese de incidência de um tributo está relacionada ao seu fato gerador in abstrato, aquele que é previsto na lei de criação e incidência do tributo. Quanto a esse aspecto, teremos os tributos vinculados e os tributos não- vinculados, conforme haja ou não contraprestação por parte do Ente político tributante frente ao sujeito passivo que paga o tributo. Para o tributo dito vinculado, ocorrera uma contraprestação do Ente político por meio de uma atividade estatal específica relativa ao contribuinte, tendo como exemplo as taxas e as contribuições de melhoria. Esses tributos são também chamados de RETRIBUTIVOS OU CONTRAPRESTACIONAIS. Nesse tipo de tributo, temos um fato do estado, uma prestação por parte do sujeito ativo da relação jurídico- tributária. Esses dois tributos, por exemplo, somente poderão ser cobrados do SDUWLFXODU� FDVR� VHMD� GDGR� ³DOJR� HP� WURFD´�� H� GH� imediato. Para as contribuições de melhoria, temos a valorização imobiliária decorrente de obra pública, a qual acarreta a exigência da contribuição. Caso não seja verificada a valorização, não será devido o tributo, já que não houve qualquer contraprestação por parte do ente tributante. Veja o que nos diz o artigo 81 em relação à contribuição de melhoria, ao prever a sua hipótese de incidência (fato gerador in abstrato); ³$UW�� ���� $� FRQWULEXLomR� GH� PHOKRULD� FREUDGD� SHOD� 8QLmR�� pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR! Direito Tributário para a RFB/2014 Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 01 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 236 despesa realizada e como limite individual o acréscimo de YDORU�TXH�GD�REUD�UHVXOWDU�SDUD�FDGD�LPyYHO�EHQHILFLDGR�´ Ou seja, somente a obra pública e a consequente valorização imobiliária autorizam a instituição e cobrança da contribuição de melhoria, já que, com a obra, houve uma prestação pelo ente político. O sujeito passivo, por sua vez, retribui com o pagamento do tributo a valorização imobiliária obtida. Por sua vez, as taxas têm como fato gerador, além do exercício do poder de polícia estatal, uma atividade estatal específica relativa ao contribuinte, somente por meio da qual poderão ser cobradas aquelas. Nesse caso, sempre será devida uma contraprestação por parte do Ente político instituidor. Há a prestação do serviço pelo Estado e, em troca, há o pagamento do tributo por parte do contribuinte. É o que ocorre, por exemplo, quando solicitamos a nossa carteira de motorista, que somente
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