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Ilicitude e Culpabilidade. Norte. Envio de material. 1

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ILICITUDE E CULPABILIDADE
FLAVIANO PIERANGELI
	 2014
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1º Bimestre. 2014
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TEORIA DO CRIME
CONCEITO DE CRIME
Aspecto material (= essência)
. crime é todo fato humano que, de propósito ou por descuido, lesa ou expõe a perigo bens jurídicos considerados fundamentais para a existência da coletividade e da paz social. 
Aspecto formal ou analítico (= estrutura)
. Crime é todo fato típico e ilícito
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FATO TÍPICO
CONCEITO
. É o fato material que se amolda perfeitamente aos elementos constantes do modelo previsto na lei
ELEMENTOS DO FATO TÍPICO
. conduta dolosa ou culposa
. resultado
. nexo causal
. tipicidade
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TIPO e TIPICIDADE
TIPO PENAL
Teoria do Tipo
. criada por Ernst Beling (1930)
Delito-tipo representa um molde, uma estampa, um modelo no qual podem se encaixar os fatos da vida comum. 
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FASES DA TEORIA DO TIPO
Fases da Teoria do Tipo
a) fase do tipo avalorado
. o tipo penal corresponde exclusivamente à descrição objetiva da conduta humana
b) fase da ratio cognoscendi 
 (fase do tipo indiciário)
. contribuição de Max Ernest Mayer
. tipicidade é considerada um indício de antijuridicidade. 
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FASES DA TEORIA DO TIPO
c) fase da ratio essendi
. contribuição de Edmund Mezger
. atribui-se ao tipo a função constitutiva da antijuridicidade
- a tipicidade seria a ratio essendi da antijuridicidade, ou seja, havendo tipicidade, haverá também antijuridicidade.
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FASES DA TEORIA DO TIPO
Teorias derivadas da fase ratio essendi
Teoria dos Elementos Negativos do Tipo
. as causas de justificação excluem também a tipicidade, funcionando como negativos do tipo.
Teoria do Tipo de Injusto
. a tipicidade está contida na antijuridicidade
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CONCEITO DE TIPO
. tipo é o modelo genérico e abstrato, formulado pela lei penal, descritivo da conduta criminosa ou da conduta permitida. 
. tipo penal é a figura conceitual que descreve formas possíveis de violação ao bem jurídico e define a matéria de proibição (Hans Welzel)
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OBS. tipo e tipicidade não se confundem:
Tipo
. modelo ou forma de classificação da conduta
Tipicidade
. elemento do fato típico. 
- É a subsunção do fato praticado ao tipo penal 
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ESPÉCIES DE TIPO
Tipos incriminadores ou legais
. são os tipos penais propriamente ditos, consistentes na síntese legal da definição da conduta criminosa.
Tipos permissivos ou justificadores
. são os que contêm a descrição legal da conduta permitida, ou seja, as situações em que a lei considera lícito o cometimento de um fato típico. 
- são as causas de exclusão da ilicitude, também denominadas eximentes ou justificativas
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TIPO LEGAL
. é o modelo sintético, genérico e abstrato da conduta definida em lei como crime ou contravenção penal. 
Os tipos legais ou incriminadores 
. estão definidos na Parte Especial do CP e na legislação penal especial.
OBS. não há tipo incriminador na Parte Geral do CP
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FUNÇÕES DO TIPO LEGAL
Além de criar infrações penais, o tipo legal possui relevantes funções:
. de garantia
. fundamentadora
. indiciária da ilicitude
. diferenciadora do erro
. seletiva
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FUNÇÕES DO TIPO LEGAL
FUNÇÃO DE GARANTIA
. decorrente da previsão constitucional do princípio da reserva legal, somente a lei em sentido material (norma geral e abstrata que regula RJ) e formal (atende ao processo leg const) pode criar um tipo incriminador.
. trata-se de garantia do indivíduo
. ao conhecer as condutas compreendidas como ilícitas pelo Direito Penal, o ser humano pode praticar livremente todas as demais não incriminadas.
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FUNÇÕES DO TIPO LEGAL
FUNÇÃO FUNDAMENTADORA
. a previsão de uma conduta criminosa por um tipo penal fundamenta o direito de punir do Estado quando o indivíduo viola a lei penal. ‘
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FUNÇÕES DO TIPO LEGAL
FUNÇÃO INDICIÁRIA DA ILICITUDE
. o tipo penal delimita a conduta penalmente ilícita. 
se a ação ou omissão é típica, presume-se que tal seja contrária ao ordenamento jurídico.
OBS. trata-se de presunção relativa
. caso o agente sustente a licitude do fato, deverá provar a existência de uma das excludentes do art. 23CP
Ex. policial arromba porta de residência para salvar 
 seus moradores de incêndio. 
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FUNÇÕES DO TIPO LEGAL
FUNÇÃO DIFERENCIADORA DO ERRO
O dolo do agente deverá alcançar todas as elementares do tipo legal.
O autor de um fato típico somente poderá ser responsabilizado pela prática de crime doloso quando conhecer as circunstâncias de fato.
Eventual ignorância sobre elementar do tipo penal configura erro de tipo, afastando o dolo (art. 20 CP)
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FUNÇÕES DO TIPO LEGAL
FUNÇÃO SELETIVA
. compete ao tipo penal selecionar as condutas que deverão ser proibidas (crimes comissivos) ou ordenadas (crimes omissivos) pela lei penal, considerando os princípios do Direito Penal. 
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ESTRUTURA DO TIPO
TIPO PENAL = núcleo (verbo) + elementos obj, subj norm + circunst (somente para as figuras qualificadas ou privilegiadas)
NÚCLEO
. 1ª etapa para a construção de um TP incriminador
Ex. no furto, é furtar; no estupro, é constranger. 
ELEMENTOS ou ELEMENTARES
. em torno do núcleo se agregam elementos
- visam proporcionar a perfeita descrição da conduta criminosa
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ELEMENTOS DO TIPO: 
Objetivos, Subjetivos e Normativos 
ELEMENTOS OBJETIVOS ou DESCRITIVOS
. descrevem a conduta, o objeto ou o resultado do crime, assim como as circunstâncias externas do fato e aquelas relativas à pessoa do criminoso
. podem ser constatadas por qualquer pessoa, pois exprimem um juízo de certeza
Ex. “repouso noturno” (art. 155, § 1º)
 “lugar ermo” (art. 150, § 1º)
 “alguém” (art. 121)
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ELEMENTOS DO TIPO: 
Objetivos, Subjetivos e Normativos 
ELEMENTOS SUBJETIVOS
. referem-se ao estado anímico do agente, ie, à especial finalidade de agir 
Ex. art. 155 CP 
. não basta a subtração de coisa alheia móvel: exige-se o ânimo de assenhoreamento definitivo (animus rem sibi habendi)
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ELEMENTOS DO TIPO: 
Objetivos, Subjetivos e Normativos 
ELEMENTOS NORMATIVOS
. são os componentes da figura típica que exigem, para a sua perfeita compreensão, um juízo de valor
Dividem-se em:
elementos normativos jurídicos ou impróprios
elementos normativos culturais, morais ou extrajurídicos
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ELEMENTOS DO TIPO: 
Objetivos, Subjetivos e Normativos 
elementos normativos jurídicos ou impróprios
. exigem um juízo de valor eminentemente jurídico
Ex. cheque; funcionário público; ilicitude; duplicata. 
elementos normativos culturais, morais, extrajurídicos
. envolvem conceitos próprios de outras áreas do conhecimento humano (artes; literatura; ciências; tecnicismo).
Ex. ato obsceno; pudor; ato libidinoso; arte; dignidade e decoro
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CLASSIFICAÇÃO DO TIPO
Tipo normal e tipo anormal
Tipo normal
. contém apenas elementos descritivos (objetivos)
- não dependem de valoração por parte do intérprete
Ex. art. 121. Matar alguém
Tipo anormal
. contém elementos normativos ou subjetivos
- dependem de valoração por parte do intérprete. 
Ex. art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel (revela a intenção do agente) 
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CLASSIFICAÇÃO DO TIPO
Tipo fundamental e tipo derivado
Tipo fundamental ou básico
. é a forma mais simples da conduta criminosa
. em regra está situado no caput do dispositivo legal
Ex. furto simples (art. 155, caput)
Tipo derivado
. é o estruturado a partir do tipo básico, contendo circunstâncias que aumentam ou diminuem a pena.
Ex. homicídio qualificado (art. 121, § 2º)
 homicídio privilegiado (art. 121, § 1º)
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CLASSIFICAÇÃO
DO TIPO
Tipo fechado e tipo aberto
Tipo fechado ou cerrado
é o que possui descrição completa da conduta criminosa.
Ex. furto; homicídio
Tipo aberto
é o que não possui elementos normativos ou subjetivos, dependentes de interpretação
Ex. Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria
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CLASSIFICAÇÃO DO TIPO
Tipo simples e tipo misto
Tipo simples
é o que apresenta um único núcleo. 
. caracteriza crime de ação única 
Ex. art. 157 – roubo – “subtrair”
Tipo misto
é o que tem na sua descrição típica dois ou mais núcleos
. caracteriza os crimes de ação múltipla ou de conteúdo variado. 
Ex. art. 33 da Lei de Drogas
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CLASSIFICAÇÃO DO TIPO
Tipo congruente e tipo incongruente
Tipo congruente
. é aquele em que há perfeita coincidência entre a vontade do autor e o fato descrito na lei penal. 
Ex. homicídio simples
Tipo incongruente
. é aquele em que não há perfeita coincidência entre a vontade do autor e o fato descrito na lei penal. 
Ex. tentativa; crimes culposos
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TIPO PENAL NOS CRIMES DOLOSOS
Conceito de dolo
. Vontade e consciência de realizar os elementos constantes do tipo penal
Teorias adotadas pelo CP (art. 18, I)
. Dolo é a vontade de realizar o resultado (teoria da vontade) ou a aceitação de produzi-lo (teoria do assentimento)
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TIPO PENAL NOS CRIMES DOLOSOS
Espécies de dolo
Dolo direto
. Vontade de praticar a conduta e produzir o resultado
Dolo eventual
. Agente não quer diretamente o resultado, mas aceita a possibilidade de produzi-lo
Dolo alternativo
. Agente não se importa em produzir este ou aquele resultado
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TIPO PENAL NOS CRIMES CULPOSOS
Conceito de culpa
. É o elemento normativo da conduta
Decorre da comparação entre o comportamento do agente no caso concreto e aquele previsto na norma (ideal)

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