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METODOLOGIA E PRÁTICA DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
TAISA COSTA VLIESE 
EAD – PEDAGOGIA - CAMPUS VIRTUAL
Rio de Janeiro, 04 de agosto de 2011. 
História da alfabetização no Brasil 
 A história da alfabetização no Brasil desde a República.
A Cartilha de Alfabetização como instrumento de concretização dos métodos de alfabetização. 
O método Paulo Freire.
Propostas contemporâneas para a alfabetização: Construtivismo , Sóciointeracionismo e o conceito de Letramento
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UM POUCO DE HISTÓRIA
- No Brasil Colônia – A Companhia de Jesus – fundada por Inácio de Loyola, utilizava a leitura e escrita, como a matemática, a filosofia e a teoria para evangelizar e moralizar nativos e gentios. 
A alfabetização era um processo útil aos
 interesses políticos e religiosos.
Mas até quando os Jesuítas foram 
úteis à Coroa Portuguesa?
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ALFABETIZAÇÃO NA COLÔNIA
Marquês de Pombal expulsou os Jesuítas e confiscou os bens da Companhia de Jesus.
Na falta de alfabetizadores para continuar a educação, foram contratados sargentos das milícias militares como professores nos colégios. 
O ensino no Brasil passou a apresentar um caráter autoritário e militarizado.
O Método consistia em : decorar o alfabeto e 
na aprendizagem forçada por castigos físicos cruéis. 
O letramento era elitizado.
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E COM CHEGADA DA FAMÍLIA REAL, COMO FICOU A ALFABETIZAÇÃO NO IMÉRIO?
Muitos livros foram impressos, entretanto, a imensa maioria da população brasileira continuou analfabeta, a educação pública era um privilégio oferecido pelo Estado, não um direito dos súditos do Imperador.
Apenas a elite tinha acesso
Houve a predominância do método Lancaster (educador inglês Joseph Lancaster) – cujos alunos auxiliavam o professor e os mais adiantados ajudavam os amigos com dificuldades.
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E NA REPÚBLICA, HOUVE A CONCRETIZAÇÃO DE UMA UTOPIA?
O Estado passou a oferecer ensino público e gratuito para todos os cidadãos, garantido desde a promulgação da Constituição de 1891, onde todos passaram a ser considerados iguais perante a lei.
O discurso e a lei falam de democratização da educação, mas o que se observa é descaso e até mesmo lacunas quanto à alfabetização do povo, ao longo da história.
A grande parte da grande da população brasileira teve acesso ao mundo letrado? 
 75% da população 
era analfabeta 
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MAS O QUE É ALFABETIZAÇÃO?
Alfabetização é o processo pelo qual as pessoas aprendem a ler e a escrever. Entretanto, esse aprendizado vai muito além de transcrever a linguagem oral para a linguagem escrita. 
Alfabetizar-se é muito mais do que reconhecer as letras e saber decifrar palavras. Aprender a ler e a escrever é apropriar-se do código lingüístico-gráfico e tornar-se, de fato, um usuário da leitura e da escrita. (CAGLIARI, 1989).
O segredo da alfabetização é a leitura
Aprender a ler é aprender a decifrar a escrita e produzir 
significados nesta 
Interação.
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LER = IV + INV
 
IV = informação captada pelos olhos (visual). Necessária à compreensão, mas não suficiente).
InV = informação não visual - conhecimento de mundo, conhecimento partilhado, frames etc.
Ler = o que o leitor sabe + o que o leitor retira do texto.
Fatores que afetam a leitura: 
extensão da linha, tamanho da letra, qualidade e quantidade das ilustrações;
fatores pessoais: interesse pelo texto, o nível de linguagem, a disposição física e emocional do leitor bem como o método pelo qual aprendeu a ler
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NO PROCESSO DE LEITURA E ESCRITA
Ler e escrever: Relação cooperativa entre emissor e receptor. Transmissão de intenções e conteúdos.
Escrever envolve:
 meta;
 planejamento
Fatores que determinam a forma de leitura:
Maturidade do leitor
Complexidade textual
Estilo individual de leitura
Gênero do texto
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E A ALFABETIZAÇÃO AS CARTILHAS ?
 Processo de ensinar e aprender o conteúdo da cartilha, de acordo com o método proposto, o que permite considerar alfabetizado o aluno que tiver terminado a cartilha com êxito, ou seja, que tiver aprendido a ler e escrever, podendo, assim, começar a ler e escrever.
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Processo pelo qual se adquire o domínio de um código e das habilidades de usá-lo para ler e escrever, ou seja, o domínio da tecnologia da escrita. Isso inclui: o domínio do sistema de escrita tanto no nível alfabético quanto no ortográfico; a aquisição de habilidades motoras e a habilidade de manipulação adequada dos suportes em que se escreve e nos quais se lê.
ALFABETIZAÇÃO PARA NÓS
É necessário elaborar 
propostas de alfabetização 
que valorizem a 
criança e seu trabalho.
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LINGUAGEM PARA AS CARTILHAS
Expressão do pensamento e instrumento de comunicação, cujo funcionamento assume características especificamente voltadas para a situação de ensino e aprendizagem escolares.
As cartilhas eram livros esquemáticos que dificultavam a explicação e para solucionar o problema, foi criado o manual do professor;
A partir dos anos 50 aparecem os “exercícios de prontidão”, elaborados por psicólogos, baseado na teoria da carência sociocultural e a superioridade racial. 
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LINGUAGEM COMO SIGNO CULTURAL
Há diversas formas de linguagem expostas em diferentes gêneros textuais que circulam na sociedade e o aluno precisa lê-las.
A língua, como um produto social da faculdade da linguagem, deve auxiliar o aluno a circular em sociedade.
Veja a reportagem:
: http://www.youtube.com/watch?v=TFTJyqukCoQ 
 
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LEITURA E ESCRITA NA CARTILHA.
Instrumentos de aquisição de conteúdos escolares, cuja finalidade e cuja utilidade se encerram nos limites da própria situação escolar.
TEXTO
Conjunto de frases, por vezes com nexos sintáticos entre si, constituído de palavras escolhidas de acordo com o nível de dificuldade adequado ao momento de aprendizagem.
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PARA NÓS O QUE SIGNIFICA M A LEITURA E AESCRITA
Ler e escrever são produtos de um processo
 CULTURAL E DISCURSIVO
TEXTO
‘Texto’ vem do latim tecer e representa 
uma unidade significativa.
http://www.youtube.com/watch?v=_ihYJ2VfOMY&feature=related
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O segredo da alfabetização é a leitura. A escrita é decorrência do conhecimento;
Ensinar a norma culta ► inicia na alfabetização, porém é uma atividade secundária;
Na sociedade a variedade lingüística deve adaptar-se ao contexto, a exigências do momento, do lugar e das pessoas com quem se fala.
PANORAMA DOPROCESSO 
DE ALFABETIZAÇÃO
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PENSANDO NAS CARTILHAS:
Como era o ensino da leitura? 
De acordo com o método, teríamos:
1. a apresentação das letras e seus nomes, de acordo com certa ordem crescente de dificuldade. 
2. a reunião de letras em sílabas;
3. o conhecimento das famílias silábicas
4. a leitura de palavras formadas com essas sílabas e letra;
5. o ensino de frases isoladas ou agrupadas. 	
De modo geral, como era o ensino da escrita? 
Caligrafia e seu ensino; cópia; ditados e formação de frases, enfatizando-se a ortografia e o desenho correto das letras. 
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O SEGREDO DA ALFABETIZAÇÃO É A LEITURA
Aprender a ler é aprender a decifrar a escrita.
O que é escrever? 
a) Colocar no papel conhecimentos acerca do sistema de escrita.
b) Devolver o texto escrito à forma oral de realização da linguagem.
Problema da cartilha: tudo gira em torno da escrita, mas apresenta uma concepção errada do que é escrita.
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REGRAS PARA A DECIFRAÇÃO DA ESCRITA: O QUE PENSA ATUALMENTE
Conhecer a língua em que foram escritas as palavras.
2. Conhecer o sistema de escrita: distinguir um desenho de uma manifestação escrita.
3.Conhecer o alfabeto, as letras, reconhecer a relação funcional das letras: relação significante x significado.
4. Conhecer o princípio acrofônico. O nome das letras indica o som mais característico que ela representa no sistema de escrita.
AULA 2
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5. Conhecer a relação entre as letras e os sons (princípio de leitura) e entre sons e letras (princípios de escrita).
6.
Conhecer a ordem das letras na escrita e a linearidade da fala na escrita.
7. Há itens na escrita que não são letras: pontuação, acentos – desconhecê-los atrapalha o processo de decifração.
Fonte: Cagliari (2009:122-131)
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COMO SE CLASSIFICAM OS MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO?
Podemos classificá-los quanto:
a) à estratégia usada pelo professor;
b) ao ponto de partida da leitura.
Quanto à estratégia usada pelo professor os métodos podem ser globais ou não-globais.
- Globais: frases, palavras, sílabas e letras são apresentadas dentro de um contexto; são contextualizadas.
- Não-globais: frases, palavras, sílabas e letras são apresentadas soltas; são descontextualizadas.
AULA 2
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AULA 2
MÉTODO SINTÉTICO
Método: 
O processo de análise da língua se dá das
partes para o todo. As unidades significativas
da língua – sons e letras – é que devem ser o
ponto de partida.
Crítica. 
Como processamos do ponto de vista mental:
percebemos os símbolos gráficos de forma
global, ou seja,apreende o todo, dando-lhes
significado, para posteriormente analisar
suas partes. 
	
Os métodos 
sintéticos levam 
o aluno a perceber
 partes isoladas, 
sem significado, 
truncando sua
 percepção e 
compreensão.
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MÉTODO DA FONAÇÃO
	Método: Emissão e aglutinação de fonemas: b...a...bá.
	Crítica. 
	Em português, uma letra pode 
 representar mais de um som.
	Exemplos. Casa / saco /saci. 
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MÉTODO DA SOLETRAÇÃO
	Utilização do nome das letras e suas combinações: bê. Com a... Bá. 
	
	Esse método era usado em uma época em que as exigências sociais em termos de leitura eram pequenas: não se preocupava em formar leitores.
	A ideia é mostrar que as letras representam sons, juntam-se e formam sílabas e as sílabas formam palavras.
	
	Queixa dos alunos: “Conheço as letras, mas não sei juntar.”(Carvalho:2005)
	
	
		
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MÉTODO DA SILABAÇÃO
	
	Método: Aprendizagem das famílias silábicas: ba be bi bo bu.
	
	Crítica. Separa alfabetização e letramento já que acredita que a compreensão da leitura vem depois do processo de decodificação. (Carvalho:2005, 24)
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MÉTODO IRACEMA MEIRELES:
A CASINHA FELIZ E É TEMPO DE APRENDER
Método de fonação, global fonético porque parte da letra contextualizada. 
	Fonação: o aluno aprende a emitir os fonemas e a aglutiná-los. b...a...bá.
	Globais: frases, palavras, sílabas e letras são apresentadas dentro de um contexto; são contextualizadas.
	As letras aparecem associadas a figuras do universo do aluno, as figuras-fonema: facilidade na memorização.
	
Não exige esforço de memória porque as figuras-fonema minimizam a memorização. 
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AULA 2
O aspecto lúdico deste método cria uma ligação afetiva forte entre alunos e letras, o que torna a aprendizagem muito rápida.
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AULA 2
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AULA 2
MÉTODOS ANALÍTICOS
Método: O processo de análise da língua
se dá do todo para as partes. 
Ênfase à compreensão da leitura desde a
sua fase inicial.
	
Baseado no conceito de que as unidades
significativas da língua – palavras e
sentenças – é que devem ser o ponto de
partida.
Tipos: 
Palavração
Sentenciação
Paulo Freire
Textos
Método Natural
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MÉTODO DA PALAVRAÇÃO
	O aluno aprende palavras. Depois que o aluno reconhece as palavras ele as separa em sílabas e usa essas sílabas para formar novas palavras.
	 As criança têm dificuldade de segmentar a cadeia de fala na escrita.
	
Críticas:
	do ponto de vista mental: trabalha com elementos isolados e não favorece a compreensão de um texto; Ainda que haja um texto ele é usado como uma simples sequência se palavras
do ponto de vista fisiológico: é cansativo e não desenvolve a amplificação da área visual. 
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MÉTODO PAULO FREIRE:
PALAVRAS SELECIONADAS DENTRO DO UNIVERSO VOCABULAR DOS ALUNOS. 
Método de palavração global não-fonético:
Palavração = o aluno aprende palavras e depois as separa em sílabas para com estas formar novas palavras.
Global = frases, palavras, sílabas e letras são apresentadas dentro de um contexto; são contextualizadas
Não-fonéticos = método analítico
 
 Palavras, frases, textos
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MÉTODO DA SENTENCIAÇÃO
Método:
O aluno aprende uma frase, visualiza e memoriza as palavras, que são divididas em sílabas.
	Aprende as sílabas e lê novas palavras.
Críticas:
do ponto de vista mental: falha quanto ao desenvolvimento da compreensão, pois trabalha com frases isoladas.
do ponto de vista fisiológico: a criança aprende a “recitar” as frases sem acompanhá-las com movimentos de olhos adequados e fazendo dessa forma associações incorretas entre o que diz e o símbolo que olha. 
AULA 2
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TEXTOS OU HISTORIADOS
	É uma ampliação do método de sentenciação: o aluno é apresentado a um texto lido pelo professor que depois destaca uma frase, uma palavra, até chegar às sílabas ou às letras para formar novas palavras.
AULA 2
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MÉTODO NATURAL
	É um método misto apoiado em John Dewey e outros que ressaltam a importância da participação da criança no processo de ensino-aprendizagem.
	
	A partir de um pré-livro com registros de conversas da classe sobre um tema, apresentam-se aos alunos palavras para a leitura das sílabas. Depois, o aluno usa essas sílabas para formar novas palavras e frases.
AULA 2
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COMO INCENTIVAR SEU FILHO A LER
			
http://www.youtube.com/watch?v=mVomI_B7jk8&feature=related
(2:51)
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