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Infiltração da água no solo A infiltração é o processo pela qual a água entra no solo através da superfície do solo. A modelagem deste processo é de grande importância prática, pois a taxa de infiltração da água no solo é um dos fatores que mias influência o escoamento superficial, responsável por processos indesejáveis, como a erosão e as inundações. O conhecimento deste processo e suas relações com as propriedades do solo é de fundamental importância para o eficiente manejo do solo e da água; também fornece subsídios para o dimensionamento de reservatórios, estruturas de controle de erosão e de inundação, canais e sistemas de irrigação e drenagem. O Solo O solo é definido como: material proveniente da decomposição das rochas pela ação de agentes físicos, químicos e biológicos, podendo ou não ter matéria orgânica.” Latossolo Amarelo Argissolo Amarelo Vertissolo SOLO = f (Material de Origem, Clima, Organismos, Relevo e Tempo) RELEVO MATERIAL DE ORIGEM DO SOLO TEMPO SOLO CLIMA + ORGANISMOS Esquema da ação dos fatores de formação do solo FATORES ATIVOS: clima e organismos FATORES PASSIVOS: material de origem, relevo e tempo Em regiões tropicais, quente e úmida, os solos são mais desenvolvidos, mais profundos, que os solos de regiões áridas e semi-áridas. FORMAÇÃO DO SOLO FATORES DE FORMAÇÃO DO SOLO Depois que a rocha é exposta à superfície (tempo zero) o solo começa a se desenvolver, e se não houver erosão ele atinge com o tempo o estágio de maturidade. O solo é apresentado em horizontes, camadas paralelas sobrepostas que crescem e se desenvolvem ao longo do tempo. Estes horizontes são respectivamente representados por letras: O – Horizonte com mais de 20% de acumulação de material orgânico; A – Horizonte composto de partículas minerais e material orgânico, ocorrendo lixiviação; B – Horizonte que pode ser muito espesso, acumulação de argila; C – Horizonte de transição para a rocha, onde a rocha se encontra decomposta preservando o arranjo inicial da rocha mãe; R – Rocha O solo é um meio poroso, assimilado a um sistema trifásico, sendo constituído de uma fase sólida, líquida e gasosa. A fase sólida do solo é constituída pelos minerais (primários e secundários) e a matéria orgânica (viva e morta). As fases liquida e gasosa são denominadas de : a solução do solo e o ar do solo e, respectivamente. O ar e a solução do solo ocupam o espaço poroso do solo. O Solo e suas Fases: Sólida, Líquida e Gasosa São adotadas duas classificações de tamanho dessas partículas; a proposta pela Sociedade Internacional de Ciência do solo (ISSC) e a do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) As partículas minerais elementares da fase sólida apresentam tamanhos determinados que definem a granulometria do solo (proporções respectivas de areia, silte e argila) e a sua textura. O arranjo dessas partículas constitui a estrutura do solo. 0,002 0,02 0,2 2,0 mm fina grossa argila silte areia cascalho (ISSC) 0,002 0,05 0,1 0,25 0,5 1,0 2,0 mm muito fina fina média grossa muito grossaargila silte areia cascalho (USDA) Diagrama triangular das classes texturais do solo (USDA) ou triângulo textural. ESTRUTURA DO SOLO IMPORTÂNCIA AGRÍCOLA - SOLOS BEM AGREGADOS •Menor densidade do solo e compactação; •Maior porosidade; •Maior capacidade de retenção de água; •Melhora a infiltração de água; •Favorece a troca gasosa entre o solo e a atmosfera; •Menores restrições mecânicas ao desenvolvimento das raízes; •Aumenta a atividade microbiana (ex. Nitrificação) O agregado é um agrupamento de partículas primárias do solo que ocorre naturalmente e, no qual, as forças mantendo as partículas unidas são mais fortes que aquelas entre agrupamentos adjacentes É o arranjo das partículas sólidas individuais (areia, silte, argila) em agregados naturais, formando unidades estruturais que são separados entre si por planos de fraqueza. Agregados Areia Argila Silte Solo Esquema mostrando a agregação e estruturação do solo Relações massa-volume P d ρ ρ 1n d wθ Propriedades físicas do solo: Porosidade Massa específica das partículas Massa específica do solo Umidade Mássica Umidade Volumétrica t S d V M ρ S 1 M M W t 1 V V θ S S p V M ρ t v V V n Lâmina de água ou altura equivalente amll h θhl ou e aml am l am l am am l l amamamamll h θh h h V V h V h V AhVA hV O valor máximo da umidade é igual a porosidade n do solo, e o mesmo é obtido no momento em que todos os poros do solo estão preenchidos por água. Neste caso a umidade é considerada umidade de saturação s. O valor de p [M.L -3] varia em torno de 2,60 a 2,70 g.cm-3; seu valor médio é igual a 2,65 g.cm-3 (valor que corresponde a massa específica das partículas do quartzo). A massa específica do solo [M.L-3] é afetada pela estrutura, grau de compactação do solo e pelas suas características de contração e expansão que dependem da variação da umidade. Seu valor varia normalmente entre 1,10 e 1,60 g.cm-3, podendo chegar a 0,7 g.cm-3 em solos orgânicos e a 1,90 g.cm-3 em solos altamente compactados. Superfície específica A superfície específica de um solo ou de uma partícula de solo é dado pela área por unidade de massa, Sm (m 2.kg-1) ou pela área por umidade de volume, Sv (m 2.m-3). Elas estão relacionadas pela densidade da partícula, Sv = rp.Sm. Considere a superfície específica para uma esfera (raio r e diâmetro d): Porém, para uma lâmina de espessura, w, de lados iguais, l, tem uma volume específico maior comparado com a maior dimensão, l, por causa a espessura, w, é muito menor. 2 34 4 3 3 6vS A V r r r d 2 2 2 42. 4. . . v l l w S A V l w w l Determinação da umidade do solo Massa úmida (Mu) Massa seca (Ms) - a amostra é colocada na estufa a 105 °C, até a massa constante Ms (durante 24-48h ou até a massa torna-se constante). Massa de água (Ml) =Um - Ms Dois Métodos : Direto Indireto Medida direta : Método gravimétrico Umidade mássica - medida é bastante simples, amostra de solo pode deformada, a quantidade ideal varia entre 50 a 500g. A amostra pode ser coletada no campo com qualquer instrumento (trado, pa, enxada...), Umidade volumétrica – medida é mais difícil, amostra de volume conhecido, portanto indeformada. A técnica mais comum é a do uso de anéis volumétricos, com o amostrador de Ulhand. INFILTRAÇÃO • Moderação de Nêutrons • Time Domain Reflectometry (TDR) • Tensiômetria • Capacitância Métodos indiretos Métodos diretos : Utilizados para calibração dos métodos indiretos. Uma única medida por local, medida destrutiva. Métodos indiretos : Medida num mesmo local sistematicamente. Possibilidade de automação. A sonda de nêutrons é constituída essencialmente de duas partes: 1) Uma fonte radioativa que emite nêutrons rápidos nêutrons rápidos ( 5 MeV) : 2) Um detector de nêutrons térmicos ( 0,025 eV) : Trifluoreto de Boro ( BF3). Moderação de Nêutrons 241 9 4Am Be Curva de calibração para cada solo estudado. A curva de calibração relaciona a contagem normalizada e a umidade volumétrica. Contagem normalizada (relação entra a contagem absoluta no solo e a contagem em um meio de referência – água) = 0,8274 * CN - 0,0053 R2 = 0,9545 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0 0.2 0.4 0.6 Contagem Nomalizada, CN U m ida d e V o lu m é tr ic a ( c m 3 . c m -3 ) Cajueiro Figura - Curva de calibração neutrônica para o solo de Cajueiro. Armazenamento de água no perfil de solo zi n 1=i i=A A = 1.5 + 2.0 + 2.5+ 1.5 + 1.8 + 2.2 = 11.5 cm de água z = 10 cm Camada (cm3 de água/cm3 de solo) 0-10 cm 0,15 10-20 cm 0,20 20-30 cm 0,25 30-40 cm 0,15 40-50 cm 0,18 50-60 cm 0,22 Fenômenos capilares Adsorção (Forças atrativas entre cargas da superfície das partículas e a molécula dipolar da água) “Forças mátricas de retenção” Processos de retenção da água no solo Duas principais formas de energia: cinética e potencial. Movimento da água no solo bastante lento, como Ec v2 Ec é desprezada. A energia potencial é a medida da quantidade de trabalho que um corpo pode realizar em virtude da sua energia armazenada. A energia potencial da água no solo deve ser definida em relação a uma referência ou a um estado padrão, desde que não existe escala absoluta de energia. O estado padrão é normalmente definido como água pura (sem solutos), livre (sem forças externas apenas a gravidade) numa pressão de referência P0, numa temperatura de referência T0, e em uma elevação de referência Z0 na qual e arbitrariamente igualada a zero (Bolt, 1976). O estado de energia da água no solo O potencial total da água no solo, T, na temperatura T0, é a quantidade de trabalho por quantidade unitária de água pura que deve ser realizado por meio de forças externas para transferir reversível e isotermicamente uma quantidade infinitesimal de água do estado padrão para o ponto em consideração no solo O potencial total da água no solo Na qual: g – Potencial gravitacional o – Potencial osmótico m – Potencial matricial p – Potencial de pressão a – Potencial de pressão do ar apmogT Considerando que a fase gasosa está submetida a pressão atmosférica, o potencial de pressão do ar no solo, a, é nulo. O potencial total da água no solo (T ) mogT Solo saturado : pogT Solo não saturado : Potencial da Água no Solo - Dimensões e unidades no SI Energia/Quantidade de água Unidade Dimensão 1. Energia/Massa (J/kg) J/kg L²/T² 2. Energia/Volume (J/m³) N/m2 - Pa (Pascal) M/(L T²) 3. Energia/Peso (J/N) m H2O (metro de coluna de H2O) L No caso de expressar o potencial total e seus componentes em Energia/Peso, eles serão denominados por: O potencial total da água no solo (H ) Solo saturado e não saturado : hOsZH Potencias da Água no Solo – Condição de Equilíbrio Referencia o ponto B Torneira no ponto B aberta O tensiômetro consiste de uma cápsula porosa colada a um tubo em PVC numa das extremidades, e na outra, encontra-se uma rolha. Este conjunto, completamente cheio de água, é ligado a um manômetro de mercúrio por meio de um capilar. Tensiômetro 12 6h , X Y L Potencial total da água no solo (cm H2O) Potencial matricial da água no solo (cm H2O) 12 6H , X Y Y Potencial Matricial Potencial Total 2 12 6 35 5 40 30 377 3 A h , x , , cmH O 2 12 6 26 2 30 60 240 1 B h , x , , cmH O 2 377 3 30 407 3 A A A H h Z , , cmH O 2 240 1 60 300 1 B B B H h Z , , cmH O Equação de Darcy Darcy (1856) estabeleceu a primeira lei que descreve o fluxo de água em meios porosos saturados, dada pela equação: dz d Kq s q é a densidade de fluxo de água na direção considerada; Ks é a constante de proporcionalidade conhecida como condutividade hidráulica saturada do meio poroso; é o potencial total da água do meio poroso; e z é a coordenada vertical de posição. A coluna de solo (figura abaixo) tem seção transversal A=100 cm2 e comprimento L= 50 cm. Um volume Q=982 cm3 e coletado em um dia. Qual a condutividade hidráulica do solo? A curva característica de umidade do solo ou curva de retenção da água no solo, (h). A condutividade hidráulica em função da umidade volumétrica, K(), ou do potencial matricial, K(h). Características Hidrodinâmicas A curva de retenção da água no solo, (h). mn rs r h1h )( mn rsr h1h )( n 1 1m hipótese de Burdine n 2 1m hipótese de Mualem van Genuchten (1980) brs r h h h)( Brooks e Corey (1964) b rsr h h h)( camada Areia Silte Argila Classificação textural m g.kg-1 0,15 – 0,25 380 207 413 Argila 0,35 – 0,45 852 57 91 Areia 0,50 – 0,70 902 25 73 Areia 0,70 – 0,80 859 46 95 Areia -100 -90 -80 -70 -60 -50 -40 -30 -20 -10 0 0 .00 0 .10 0 .20 0 .30 0 .40 0 .50 (m 3 .m -3 ) h 0 ( k P a ) Z = 20 cm Z = 40 cm Z = 60 cm Z = 80 cm In S itu Labo ra tó rio Camada s n R2 cm cm3.cm-3 cm-1 20 0,466 0,00412 1,117 0,965 60 0,352 0,079 1,188 0,978 Figura - Curvas características de umidade do solo de Flocos obtidas no campo e no laboratório, e ajustadas pelo modelo proposto por van Genuchten (1980), nas profundidades de 0,20, 0,40, 0,60 e 0,80 m A condutividade hidráulica em função da umidade volumétrica, K(), 1 2 1 2( ) 1 (1 )mme s e eK S K S S 1 2( ) 1 (1 )mme s e eK S K S S hipótese de Mualem hipótese de Burdine ( ) rs s r K K van Genuchten (1980) Brooks e Corey (1964) Transferência de Água no Solo em Condições não saturadas Equação de Fluxo (transporte): HKq q t Equação de Conservação da Massa: Sendo: q - a densidade de fluxo de água K() - curva de condutividade hidráulica H - o potencial total igual a soma do potencial matricial e do gravitacional: H = h + Z ( Equação de Buckingham-Darcy ) )( z zhKq ( unidimensional vertical ) z q t ( unidimensional vertical ) Equação de Transferência da Água no Solo: K z h K zt A equação de transferência da água no solo é obtida pela combinação das equações do fluxo e da conservação de massa : x h K xt (vertical ) (horizontal ) •Hipóteses : Meio rígido Condições isotérmicas As equações acima apresentam duas variáveis dependentes h e e duas independentes t e z ou x, para escreva-las com uma única variável dependente é necessário termos uma relação entre h e . Equação de Transferência de água no solo: (Equação de Richards) K z h K zt h hC como (capacidade capilar) h hC t h ht h (Equação de Fokker-Planck) K z D zt como (Difusividade hidráulica) C K z h z h D As equações acima são a derivadas parciais, de primeira ordem no tempo e de segunda ordem no espaço. Portanto, necessita para a sua resolução de uma condição inicial e duas condições de fronteira : na fronteira superior e inferior. Também necessitam do conhecimento da curva característica da umidade do solo (h) e da curva de condutividade hidráulica em função da umidade K()ou do potencial K(h). Das duas equações acima a equação de Richards, que utiliza o potencial matricial como variável descritiva, é a mais utilizada, devido a : - pode ser aplicada tanto em condição saturada como não saturada. - o potencial matricial é continuo, o que não ocorre com a umidade no caso de solos com horizontes distintos nos quais a umidade pode sofre uma forte descontinuidade. - a difusividade hidráulica é indeterminada próxima a saturação pois a capacidade capilar tende a zero. Exercício. Com os dados abaixo calcule a evapotranspiraçaõ real ETR, total e diária para cada subperíodo (11-18/3/2003 e 18-25/3/2003), por intermédio da equação do balanço hídrico para a camada de 0-60 cm. No período de 11 a 18/3/2003 ocorreu um total de precipitação de 45,0 mm e no período de 18 a 25/3/2003 choveu 39,0 mm. Para o calculo da condutividade hidráulica não saturada utilize a equação de van Genuchten (1980) com a hipótese de Burdine (1953). Considere o escoamento superficial nulo e que não houve irrigação. Valores dos parâmetros da equação de van Genuchten (1980) e de Ks para a profundidade de 60 cm Profundidade s m Ks cm (cm3 cm-3) (mm d-1) 60 0,461 0,1605 80,2 Tabela 2. Dados de potencial total da água no solo Potencial total da água no solo, cm água Datas 10 cm 30 cm 50 cm 70 cm 11/3/2003 -91,7 -133,7 -163,1 -180,8 18/3/2003 -78,8 -138,1 -160,6 -193,2 25/3/2003 -69,9 -126,9 -142,0 -173,5 Tabela 1. Dados de umidade volumétrica do solo em cm3 cm-3 Datas 10 cm 30 cm 50 cm 70 cm 11/3/2003 0,307 0,358 0,35 0,352 18/3/2003 0,325 0,354 0,352 0,342 25/3/2003 0,34 0,364 0,368 0,358 0 10 20 30 40 50 60 70 80 0,3 0,32 0,34 0,36 0,38 Umidade volumétrica (cm3/cm3) P ro fu n d id a d e ( c m ) 11/3/2003 18/3/2003 25/3/2003 -80 -70 -60 -50 -40 -30 -20 -10 0 -250 -200 -150 -100 -50 0 Potencial Total (cm H2O) P ro fu n d id a d e ( c m ) 11/3/2003 18/3/2003 25/3/2003 Umidade Volumétrica () (cm3/cm3) Água Armazenada (A) (mm) A (mm) Data 10 cm 30 cm 50 cm 70 cm 0-20 cm 20-40 cm 40-60 cm 0-60 cm 0-60 cm 11/3/2003 0,307 0,358 0,350 0,352 61,4 71,6 70,0 203,0 18/3/2003 0,325 0,354 0,352 0,342 65,0 70,8 70,4 206,2 3,2 25/3/2003 0,340 0,364 0,368 0,358 68,0 72,8 73,6 214,4 8,2 A (0-20 cm) = (10 cm) * z Potencial Total (cmH2O) Gradiente (cm3/cm3) Data -50 -70 50-70 cm 60 cm 11/3/2003 -163,1 -180,8 0,885 0,351 18/3/2003 -160,6 -193,2 1,630 0,347 25/3/2003 -142,0 -173,5 1,575 0,363 50 70 50 70 H H H z z Para 11/3 163,1 180,8 H 50 70 50 70 60cm 2 Gradiente (cm3/cm3) Se K( ) Fluxo Drenagem Período 50-70 cm 60 cm 60 cm mm/dia mm/dia N dias mm Média Aritmética 11-18/3 1,258 0,349 0,757 1,411 -1,77 7,0 12,4 18-25/3 1,603 0,355 0,770 1,640 -2,63 7,0 18,4 1 2 mm s e eK( ) K S 1 (1 S ) r s r Se q K( ). H Equação de van Genuchten (1980) com a hipótese de Burdine (1953: Para o cálculo do fluxo de água (q) na base do perfil de solo, utiliza-se a equação de Darcy-Buckingham. N dias Precipitação A (mm) Drenagem ETR ETR Período dia mm mm mm mm mm/dia 11-18/3 7 45,0 3,2 12,4 29,4 4,2 18-25/3 7 39,0 8,2 18,4 12,4 1,8 ET P I AC D S A A ET é calculada por meio da equação do balanço hídrico: ET P A D Nas condições desse problema, o termo irrigação (I) e escoamento superficial (S) foram considerados nulos. Métodos de Determinação das Propriedades Hidráulicas • Método da Drenagem Interna (Hillel et al., 1972) • Método Inverso • Pedotransfer function - PTFs • Método “Beerkan” Figura - Vista da parcela sendo inundada mostrando os instrumentos instalados. Método da Drenagem Interna (Hillel et al., 1972) Figura - Vista da parcela experimental coberta com lona plástica após a infiltração. EDxC1 B Ay z z z H dt dW K Determinação da Condutividade Hidráulica Sendo, W o estoque acumulado de água (L), H o potencial total da água no solo (L), z a profundidade do perfil (L) e t o tempo (T). As evoluções do estoque acumulado de água e do potencial total foram ajustadas por uma função analítica do tipo “inverso da potência”, expressa por: 0 5 0 1 0 0 1 5 0 2 0 0 2 5 0 3 0 0 3 5 0 4 0 0 0 5 1 0 1 5 2 0 2 5 3 0 3 5 4 0 4 5 T e m p o (d ia s ) E s to q u e a c u m u la d o d e á g u a ( m m ) 0 -2 0 c m 0 -4 0 c m 0 -6 0 c m 0 -8 0 c m 0 -1 0 0 c m A ju s ta d o 0 5 0 1 0 0 1 5 0 2 0 0 2 5 0 3 0 0 3 5 0 4 0 0 0 ,0 0 ,1 0 ,2 0 ,3 T e m p o (d ia s ) 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Tempo (dias) P o te n ci al t ot al ( cm d 'á g u a) 20 cm - Observado 40 cm - Observado 60 cm - Observado 80 cm - Observado 100 cm - Observado Ajustados -450 -400 -350 -300 -250 -200 -150 -100 -50 0 0 0,1 0,2 0,3 0,4 Umidade volumétrica (cm 3 .cm -3 ) P o te n c ia l m a tr ic ia l (c m d 'á g u a ) 20 cm - Observado 0,01 0,1 1 10 100 1000 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 Umidade volumétrica (cm3.cm-3) C o n d u ti v id ad e h id rá u lic a (c m .d ia -1 ) 20 cm Ajustado Infiltração da água no solo A infiltração é o processo pela qual a água entra no solo através da superfície do solo. A modelagem deste processo é de grande importância prática, pois a taxa de infiltração da água no solo é um dos fatores que mias influência o escoamento superficial, responsável por processos indesejáveis, como a erosão e as inundações. O conhecimento deste processo e suas relações com as propriedades do solo é de fundamental importância para o eficiente manejo do solo e da água; também fornece subsídios para o dimensionamento de reservatórios, estruturas de controle de erosão e de inundação, canais e sistemas de irrigação e drenagem. Perfil de umidade do solo durante a infiltração No perfil de umedecimento do solo, distinguem-se três zonas: de saturação, de transmissão e a de umedecimento A taxa de infiltração é definida como a lâmina (volume de água por unidade de área) que atravessa a superfície do solo por unidade de tempo, sendo representada por: Sendo, I a infiltração acumulada, L; e t o tempo, T. Processo de Infiltração - Definições A infiltração acumulada (I), que é o volume de água infiltrado no solo por unidade de área, será: t 0 dtiI dt dI i A capacidade de infiltração (ic) ou capacidade de absorção (ou ainda infiltrabilidade) representa o fluxo máximo que o solo pode absorver, quando ele recebe uma precipitação maior ou igual a este fluxo ou se ele esta recoberto por uma pequena lamina de água (fluxo sob pressão atmosférica). Quando P > ic, i = ic Quando P < Ic, i = P Processo de Infiltração - Definições Taxa e Capacidade de infiltração de água no solo O tipo de solo (estrutura, textura, porosidade) – As características da matriz do solo influenciam as forças de adsorção e capilaridade das quais resultam forcas de sucção, que elas mesmas regem em parte a infiltração. A compactação da superfície do solo devido o impacto das gotas de chuva (crosta) oua outros efeitos (antrópicos) – A utilização de maquinas agrícolas pesadas pode por exemplo ter como conseqüência a degradação da estrutura da camada superficial do solo e a formação de uma crosta densa e impermeável a um certa profundidade (sensível ao preparo do solo). Fatores que afetam a Infiltração Curvas de infiltração acumulada I (cm) para as superfícies sem crosta (A) e com crosta (B). Fonte: Souza et al. (2007) 5 10 15 20 25 30 35 40 Sem crosta Com crosta K s (c m .h -1 ) A umidade inicial do solo – O regime de infiltração ao longo do tempo evolui diferentemente conforme o solo está inicialmente seco ou úmido. Fatores que afetam a Infiltração A cobertura do solo - A vegetação influencia positivamente a infiltração reduzindo a velocidade do escoamento superficial de água, dando assim mais tempo para que ela possa penetrar no solo. Além disso, o sistema radicular melhora a permeabilidade do solo. Enfim, a folhagem protege o solo do impacto da chuva e diminui por conseqüência o fenômeno do encrostamento. A topografia e a morfologia – A declividade por exemplo atua como o oposta da vegetação. Em efeito, uma forte declividade favorece os escoamentos superficiais e não a infiltração. Fatores que afetam a Infiltração O fluxo de alimentação (intensidade da precipitação, a lamina de irrigação). Finalmente, os fatores mais influentes, para uma mesma topografia, são : o tipo de solo, sua cobertura e sua umidade inicial. Métodos de determinação da infiltração A infiltração da água no solo deve ser determinada por métodos simples e capazes de representar, adequadamente, as condições em que se encontra o solo. Uma vez que a taxa de infiltração é muito influenciada pelas condições de superfície e conteúdo de umidade do solo, o conhecimento dessas condições é de fundamental importância para a interpretação dos resultados. Os infiltrômetros são equipamentos utilizados na determinação da taxa de infiltração da água no solo, sendo eles: a) Infiltrômetro de duplo anel: b) Permeâmetro de Guelph c) Permeâmetro de aspersão d) Permeâmetro a disco e) Permeâmetro de anel simples 0 10 20 30 40 50 60 70 80 0 50 100 150 200 250 Tempo (segundos) L âm in a in fi lt ra da ( m m ) Observado Ajustado Modelos Empíricos Modelo de Kostiakov - 1932 (1 ) (1 ) i t I i i dI i i t dt Estes parâmetros não têm significado físico próprio e são avaliados a partir de dados experimentais ou estatisticamente. em que ii é a taxa de infiltração no início da infiltração, em t = 0, e é uma constante. Taxa de infiltração da água no solo. Quando t, i tende a um valor próximo a zero. Modelo de Horton - 1940 Horton constatou que a redução na taxa de infiltração com o tempo é fortemente controlada por fatores que ocorrem na superfície do solo. Os parâmetros ii, if e b podem ser determinados a partir do ajuste do modelo aos pares de valores simultâneos de I e t ou de i e t obtidos experimentalmente. Modelos Empíricos tfif eiiii tfif e1 ii tiI A curva de infiltração de um solo foi ajustada a equação de Horton, obtendo-se os seguintes parâmetros: ii =38 mm/h, if =18 mm/h e =5,1 h -1 . Calcule a taxa de infiltração (i) e a infiltração acumulada (I) (lamina de água infiltrada) em t =0, 5, 10, 15, 20 25 e 30 min. Qual a lamina de água infiltrada e a escoada superficialmente? Considere a seguinte situação: t=0 a t = 20 min Precipitação com i = 20 mm/h t=20 e t= 30 min Precipitação com i = 30 mm/h Tempo (min) i mm/h I mm 0 38,00 0,00 5 31,08 2,86 10 26,55 5,25 15 23,59 7,33 20 21,65 9,21 25 20,39 10,95 30 19,56 12,62 t (0-20min) p < i i = p t (20-30min) p > i i = ic t(0-20min) Precipitação (P) = p t= 20 (20/60)=6,67mm t(20-30min) (P) = p t= 30 (10/60)=5,00mm I(0-20min)= 9,21mm I(20-30min)= I(30min)-I(20min)=12,62-9,21=3,41mm tfif eiiii tfif e1 ii tiI 0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 t (min) i , p ( m m /h ) p - intensidade de precipitação i - infiltração - Horton Escoamento Superficial Infiltração Lamina de água infiltrada: P(0-20min)+ I(20-30min)= 6,67+3,41=1,59mm Lamina escoada superficialmente : P(20-30min)- I(20-30min)= 5,00-3,41=1,59mm t (0-20min) p < i i = p e t (20-30min) p > i i = ic Modelos Teóricos Modelo de Green & Ampt (1911) Dentre os modelos teóricos, o desenvolvido por Green & Ampt é um dos mais empregados. Baseado na equação de Darcy, admitindo-se as seguintes premissas no seu desenvolvimento: • Carga hidráulica H0 constante na superfície do solo; • solo com perfil homogêneo e profundidade infinita; • existência de uma frente de umedecimento abrupta; • potencial de água no solo, na frente de umedecimento, constante no tempo e ao longo da profundidade considerada; e • perfil do solo saturado desde a superfície até a profundidade de umedecimento. 0 f s L HdI i K dt L (a) antes da infiltração: o solo tem um conteúdo de água inicial i constante; (b) durante a infiltração, num certo tempo t: o potencial de pressão na superfície do solo é constante e igual a Ho e o potencial mátrico na frente de molhamento é constante e igual a - Hf. Uma vez que o valor da carga hidráulica H0 é muito pequeno comparado à soma dos potenciais gravitacional (L) e matricial (f), pode-se então adotar H0=0. Fornecendo a seguinte equação: 1 f f s s L H HdI i K K dt L L Integrando-se a equação acima para valores de z entre 0 e L e considerando o perfil de umidade abaixo, tem-se-: ( )s iI L Explicitando L e substituindo na equação acima, teremos: ( ) 1 s i s fi K H I ( ) ( ) ln 1 s f s i f s i I t K t I t H H Lâmina acumulada em função do tempo. Modelos Teóricos Modelo de Green & Ampt (1911) Modelo de Philip - 1957 Philip desenvolveu um modelo teórico baseado na solução numérica da equação de Richards. ASt 2 1 i 2 1 AtStI 2 1 Modelos Teóricos Na qual A está relacionado com a contribuição da gravidade para o movimento da água, enquanto que S é um parâmetro chamado Sorvidade, que indica a capacidade que um solo homogêneo tem para sorver água em relação à sua umidade inicial. Segundo Philip (1957), a sorvidade é um dos parâmetros mais importantes que governam os momentos iniciais da infiltração da água no solo, variando de acordo com a estrutura do solo e com o teor de umidade inicial. Use a equação proposta por Philip (1957) para calcular a taxa de infiltração vertical e a infiltração acumulada de uma coluna de solo em 1, 4 e 16 h para um solo cuja umidade volumétrica inicial e a saturação são respectivamente 0,05 e 0,45 cm3/cm3, também estime a profundidade da frente de molhamento nestes tempos. A sorvidade e a condutividade hidráulica efetiva são respectivamente 1,0 mm/s1/2 e 0,002 mm/s. KSt 2 1 i 2 1 I L L é a profundidade da frente de molhamento Tempo (h) i (mm/s) i (mm/h) I (mm) L (mm) 1 0,0103 37,2 67,2 168 4 0,0062 22,2 148,8 372 16 0,0041 14,7 355,2 888 KtStI 2 1 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 0 1 2 3 4 t 1/2 (s 1/2 ) i (m m /h ), I ( m m ) e L ( mm ) i I L 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 0 4 8 12 16 t (s) i (m m /h ), I ( m m ) e L ( m m ) i I L
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