Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Resumo Direito Penal Militar – Aula 03 Crimes Militares em Tempos de PAZ Art. 149 – MOTIM e REVOLTA Reunirem-se militares ou assemelhados: I - agindo contra a ordem recebida de superior, ou negando-se a cumpri-la; [NEGA CUMPRIR ÓRDEM] II - recusando obediência a superior, quando estejam agindo sem ordem ou praticando violência; [NEGA CESSAR AÇÃO IRREGULAR] III - assentindo em recusa conjunta de obediência, ou em resistência ou violência, em comum, contra superior; [GREVE OU AGRESSÃO] IV - ocupando quartel, fortaleza, arsenal, fábrica ou estabelecimento militar, ou dependência de qualquer deles, hangar, aeródromo ou aeronave, navio ou viatura militar, ou utilizando-se de qualquer daqueles locais ou meios de transporte, para ação militar, ou prática de violência, em desobediência à ordem superior ou em DETRIMENTO DA ORDEM OU DA DISCIPLINA MILITAR: Pena - reclusão, de quatro a oito anos, com aumento de um terço para os cabeças. Parágrafo único. Se os agentes estavam armados: Pena - reclusão, de oito a vinte anos, com aumento de um terço para os cabeças. - Concurso de Militares da Ativa, não aceitando civis ou inativos, aceitando militares inativos equiparados (que ocupam emprego regular na Administração Militar). ATENÇÃO!!! Parte da doutrina entende que civis e inativos podem participar como coautores ou partícipes, sendo necessária o conluio com ao menos dois militares ativos. No entanto outra parte considerável da doutrina entende que o crime de motim somente pode ser cometido por militares da ativa (Crime Propriamente Militar) já tendo a CESPE adotado esse entendimento. STM – Analista Judiciário – 2011 - CESPE Resposta. No item I a situação hipotética configura crime de revolta, no entanto os civis não integraram a relação juridica penal militar, tanto como partícipes como na figura de coautores. Deverão ser julgados pela justiça comum. No item II a situação hipotética seria classificada como crime de motim, diferenciando do item I apenas pelo não uso de armamento. - Diferente do crime de CONSPIRAÇÃO. - O Crime de motim com Violência contra Superior acaba sendo absorvido pelo tipo penal do artigo 157 do CPM, que é justamente o crime de violência contra superior. Essa é a posição doutrinária majoritária. - Tanto no Crime de MOTIM quanto no de REVOLTA, a pena do cabeças é aumentada em 1/3. - O Motim se qualifica Revolta se estiverem presentes 2 ou mais Militares da ativa armados. Não é necessário usar as armas. Art. 150 – ORGANIZAÇÃO DE GRUPO PARA A PRÁTICA DE VIOLÊNCIA Art. 150. Reunirem-se dois ou mais militares ou assemelhados, com armamento ou material bélico, de propriedade militar, praticando violência à pessoa ou à coisa pública ou particular em lugar sujeito ou não à administração militar: Pena - reclusão, de quatro a oito anos. - Crime se consuma com a prática da violência. Motim Revolta - Armas próprias ou impróprias, militares ou pessoais. Ainda que apenas um dos militares esteja armado, o conhecimento desse fato pelos outros já qualifica esse tipo penal (quando da sua consumação). Art. 151 – OMISSÃO DE LEALDADE MILITAR Art. 151. Deixar o militar ou assemelhado de levar ao conhecimento do superior o motim ou revolta de cuja preparação teve notícia, ou, estando presente ao ato criminoso, não usar de todos os meios ao seu alcance para impedi-lo: Pena - reclusão, de três a cinco anos. - Sujeito ativa é militar da ativa ou equiparado (militar inativo que ocupa cargo na Administração Militar). - Dever de avisar seu superior, o quanto antes, sobre motim de que teve notícia (anterior) & ao presenciar motim ou revolta usar de todos os meios para impedi-lo; - Omissão indireta, ocorre quando o agente finge tomar as medidas necessárias para conter o motim/revolta, mesmo sabendo que os meios empregados são insuficientes; Art. 152 – CONSPIRAÇÃO Art. 152. Concertarem-se militares ou assemelhados para a prática do crime previsto no artigo 149: Pena - reclusão, de três a cinco anos. Parágrafo único. É isento de pena aquele que, antes da execução do crime e quando era ainda possível evitar-lhe as consequências, denuncia o ajuste de que participou. - Atos preparatórios para a realização de Motim/Revolta, não configurando mera conversa sobre o assunto ou manifestação de insatisfação. - Divergências doutrinárias sobre a possibilidade de se conspirar para realizar o Motim descrito no Inciso III do Art. 149 CPM (assentindo em recusa conjunta de obediência, ou em resistência ou violência, em comum, contra superior). - O crime se consuma com a reunião dos agentes com a finalidade de conspirar, ou seja, se participa da reunião um militar que não sabia dessa finalidade, este não incorre no crime. - O parágrafo único isenta de pena, o militar que delata a conspiração, sendo este pessoa que participou da reunião sem saber, a princípio, de sua finalidade ou que efetivamente conspirou e resolveu mudar de ideia. Art. 154 – ALICIAÇÃO DE MILITARES DA ATIVA. Art. 154. Aliciar militar ou assemelhado para a prática de qualquer dos crimes previstos no capítulo anterior: Pena - reclusão, de dois a quatro anos. - Crime IMPROPRIAMENTE MILITAR, ou seja, pode ser cometido por civil, militar inativo ou militar ativo. - O crime se consuma COM O ACEITE DO MILITAR em cometer o crime. - Caso o militar não aceite, é possível o enquadramento na FORMA TENTADA. Art. 155 – INCITAMENTO Art. 155. Incitar à desobediência, à indisciplina ou à prática de crime militar: Pena - reclusão, de dois a quatro anos. Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem introduz, afixa ou distribui, em lugar sujeito à administração militar, impressos, manuscritos ou material mimeografado, fotocopiado ou gravado, em que se contenha incitamento à prática dos atos previstos no artigo. - Crime IMPROPRIAMENTE MILITAR, ou seja, pode ser cometido por civil, militar inativo ou militar ativo. - Se a incitação for para a prática de crime comum, o incitador também incorrerá na prática do crime comum (CP art. 286); - Conduta dolosa. - Se o militar não concordar ocorrerá o enquadramento na FORMA TENTADA. Art. 156 – APOLOGIA DE FATO CRIMINOSO OU DE SEU AUTOR Art. 156. Fazer apologia de fato que a lei militar considera crime, ou do autor do mesmo, em lugar sujeito à administração militar: Pena - detenção, de seis meses a um ano. - Crime IMPROPRIAMENTE MILITAR, ou seja, pode ser cometido por civil, militar inativo ou militar ativo. - Somente em LOCAL SOB A ADMINISTRAÇÃO MILITAR. Acordar, combinar, conspirar... Isenção De Pena - Crime doloso. Art. 157 – VIOLÊNCIA CONTRA SUPERIOR Art. 157. Praticar violência contra superior: Pena - detenção, de três meses a dois anos. § 1º Se o superior é comandante da unidade a que pertence o agente, ou oficial general: Pena - reclusão, de três a nove anos. § 2º Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada de um terço. § 3º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da pena da violência, a do crime contra a pessoa. § 4º Se da violência resulta morte: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. § 5º A pena é aumentada da sexta parte, se o crime ocorre em serviço. - Divergências doutrinárias sobre a possibilidade de apenas militares da ativa ou também militares inativos cometerem esse crime; - Necessário o conhecimento do cargo de superior pelo agente. - Necessária a VIOLÊNCIA FÍSICA, ainda que não configure lesão corporal, é necessário o contato físico. - Se contra comandante ou oficial general, ocorre a QUALIFICAÇÃO do crime, subindo a pena para 3 a 9 anos de reclusão, isso ocorre pela proteção especial que é concedida a esses postos, pelo valor hierárquico. - Se utilizada arma,incide uma AGRAVANTE. Arma própria ou imprópria. A arma deve ser utilizada. - Alteração da pena também em decorrência da morte ou lesão corporal. - Aumento de 1/6 da pena se o agente estiver em serviço; Art. 158 – VIOLÊNCIA CONTRA MILITAR DE SERVIÇO Art. 158. Praticar violência contra oficial de dia, de serviço, ou de quarto, ou contra sentinela, vigia ou plantão: Pena - reclusão, de três a oito anos. § 1º Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada de um terço. § 2º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da pena da violência, a do crime contra a pessoa. § 3º Se da violência resulta morte: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. - Sujeito ativo pode ser Civil ou Militar (Crime impropriamente militar); - O Oficial de Dia é aquele que desempenha função de gerenciamento de uma unidade militar, normalmente exercendo essas atribuições fora dos horários de expediente, razão pela qual podemos dizer que o Oficial de Dia representa o Comandante. - Eventualmente a função de Oficial de Dia poderá ser exercida por PRAÇA, ocasião em que a violência praticada contra ele também configurará VIOLÊNCIA CONTRA MILITAR EM SERVIÇO. - Oficial de serviço diz respeito a atribuições específicas que são conferidas a oficiais, por exemplo Oficial de Comunicação Social ou Comandante de Força Patrulha. - Oficial de Quarto é o responsável pela função de vigilância ou sentinela. Quarto representa o tempo que o militar fica de guarda, a divisão do dia, para distribuição dessa função. - Sentinela é o militar que guarda um determinado local, posto móvel ou imóvel, com ou sem arma. - Vigia protege uma situação, evento ou pessoa. O plantão compõe a segurança das subunidades incorporadas a uma Unidade Militar. - Uso de arma configura majorante. - Concurso de Crimes caso fique configurada lesão corporal; - Quando resultar em morte será qualificado, 12 a 30 anos. Art. 159 – AUSÊNCIA DE DOLO NO RESULTADO Art. 159. Quando da violência resulta morte ou lesão corporal e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena do crime contra a pessoa é diminuída de metade. - Preterdoloso ou qualificado pelo resultado??? Formas Qualificadas Formas Qualificadas Art. 160 – DESRESPEITO A SUPERIOR Art. 160. Desrespeitar superior diante de outro militar: Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. Parágrafo único. Se o fato é praticado contra o comandante da unidade a que pertence o agente, oficial-general, oficial de dia, de serviço ou de quarto, a pena é aumentada da metade. - Somente Militares. O desrespeito deve ocorrer na presença de outro militar (não civil). Art. 161 – DESRESPEITO A SÍMBOLO NACIONAL Art. 161. Praticar o militar diante da tropa, ou em lugar sujeito à administração militar, ato que se traduza em ultraje a símbolo nacional: Pena - detenção, de um a dois anos. - Não se inclui os símbolos dos Estados Federados. - Agente deve ser militar Ativo, sendo possível concurso com Civil ou Inativo. - Necessário Estar em Local sujeito à Administração militar ou diante da tropa (dois ou mais militares sob o comando de um terceiro). O desrespeito deve ser percebido, notado. Art. 162 – DESPOJAMENTO DESPREZÍVEL Art. 162. Despojar-se de uniforme, condecoração militar, insígnia ou distintivo, por menosprezo ou vilipêndio: Pena - detenção, de seis meses a um ano. Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o fato é praticado diante da tropa, ou em público. - Pode ser praticado por Militar Ativo e inativo (entendimento majoritário). - Aumento de ½ se praticado na frente de Tropa ou em Público. Art. 163 – RECUSA DE OBEDIÊNCIA Art. 163. Recusar obedecer a ordem do superior sobre assunto ou matéria de serviço, ou relativamente a dever imposto em lei, regulamento ou instrução: Pena - detenção, de um a dois anos, se o fato não constitui crime mais grave. - Agente deve ser Militar da Ativa, havendo doutrinadores que defendem a possibilidade de ser cometido também por Militar inativo. - Crime de Mão Própria, não sendo admitida coautoria. - Não há obrigação de o subordinado cumprir ordem hierárquica ILEGAL. - Se a ordem não decorrer da relação de serviço, o tipo penal é outro (Desobediência, Art. 301 CPM). - Desobediência a dever imposto por lei ou regulamento se encaixa também nesse tipo penal. - Parte da doutrina acha necessário a presença de “afronta ao superior”. Insubordinação Recusa de Obediência (Gênero) (Espécie) Art. 164 – OPOR-SE A ORDEM DE SENTINELA Art. 164. Opor-se às ordens da sentinela: Pena - detenção, de seis meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. - Pode ser praticado por Civil ou Militar; Hino Arma Selo Bandeira Despir-se, expressando menosprezo. Art. 165 – REUNIÃO ILÍCITA Art. 165. Promover a reunião de militares, ou nela tomar parte, para discussão de ato de superior ou assunto atinente à disciplina militar: Pena - detenção, de seis meses a um ano a quem promove a reunião; de dois a seis meses a quem dela participa, se o fato não constitui crime mais grave. - Crime IMPROPRIAMENTE MILITAR, ou seja, pode ser praticado tanto por militares quanto por civis. - Via de regra é cometido por civis ou militares de cargo inferior ao militar que emitiu a ordem, incorrendo na tipificação quem organiza a reunião e quem dela participa. - É possível a COAUTORIA de superior (militar superior ao que emitiu a ordem), por exemplo quando esse ajuda a organizar a reunião de inferiores (ao militar que emitiu a ordem). - A reunião deve ter o objetivo de afrontar a ordem, violando assim os princípios da hierarquia e disciplina militar. Desta forma, reunião visando elogiar ou bendizer alguma ordem não incide nessa tipificação. Art. 166 – PUBLICAÇÃO OU CRÍTICA INDEVIDA Art. 166. Publicar o militar ou assemelhado, sem licença, ato ou documento oficial, ou criticar publicamente ato de seu superior ou assunto atinente à disciplina militar, ou a qualquer resolução do Governo: Pena - detenção, de dois meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. - Crime PROPRIAMENTE MILITAR, ou seja, só pode ser cometido por militares na ativa. - Publicar, por qualquer meio, civil ou militar, sem licença. É necessário que a informação se torne pública, ou seja, que realmente se efetue a publicação; - Publicar ato ainda sem autorização, ou publicar manifestação criticando ato superior. Art. 167 – ASSUNÇÃO DE COMANDO SEM ORDEM OU AUTORIZAÇÃO Art. 167. Assumir o militar, sem ordem ou autorização, salvo se em grave emergência, qualquer comando, ou a direção de estabelecimento militar: Pena - reclusão, de dois a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave. - Crime PROPRIAMENTE MILITAR, normalmente cometido por oficiais, que normalmente tem função de comando, no entanto podendo ser cometido por praças. - COMANDO se refere às unidades operacionais, e DIREÇÃO trata das unidades administrativas. É necessário que o infrator realize atos decisórios importantes. - Não incide no crime o militar que realiza a conduta em situação de emergência ou quando autorizado. Art. 168 – CONSERVAÇÃO ILEGAL DE COMANDO Art. 168. Conservar comando ou função legitimamente assumida, depois de receber ordem de seu superior para deixá-los ou transmiti-los a outrem: Pena - detenção, de um a três anos. - Crime PROPRIAMENTE MILITAR, onde militar assume o comando de forma licita no entanto resiste à ordem de superiorde se afastar da competência. Art. 169 - OPERAÇÃO MILITAR SEM ORDEM SUPERIOR Art. 169. Determinar o comandante, sem ordem superior e fora dos casos em que essa se dispensa, movimento de tropa ou ação militar: Pena - reclusão, de três a cinco anos. Parágrafo único. Se o movimento da tropa ou ação militar é em território estrangeiro ou contra força, navio ou aeronave de país estrangeiro: Pena - reclusão, de quatro a oito anos, se o fato não constitui crime mais grave. - Crime PROPRIAMENTE MILITAR, podendo ser cometido apenas por COMANDANTE. - MOVIMENTO DE TROPA é levar a tropa de um lugar para outro. AÇÃO MILITAR é utilizar a tropa para uma finalidade definida. - O Comandante é a pessoa legitimada para determinar o movimento ou ação militar, no entanto necessita de ordem para tanto. - Tipo penal se qualifica se ocorrer EM TERRITÓRIO ESTRANGEIRO ou se ocorrer em território nacional CONTRA FORÇA, NAVIO OU AERONAVE DE PAÍS ESTRANGEIRO. - Não é necessário que ocorra o movimento ou ação militar, se consumando o crime com a simples emissão da ordem. Art. 170 – ORDEM ARBITRÁRIA DE INVASÃO Formas Qualificadas Art. 170. Ordenar, arbitrariamente, o comandante de força, navio, aeronave ou engenho de guerra motomecanizado a entrada de comandados seus em águas ou território estrangeiro, ou sobrevoá-los: Pena - suspensão do exercício do posto, de um a três anos, ou reforma. - Crime PROPRIAMENTE MILITAR, podendo ser cometido apenas por COMANDANTE, oficial. - Ação dolosa, ou seja, é necessário que comandante saiba estar adentrando em território estrangeiro. Art. 171 – USO INDEVIDO POR MILITAR DE UNIFORME, DISTINTIVO OU INSÍGNIA Art. 171. Usar o militar ou assemelhado, indevidamente, uniforme, distintivo ou insígnia de posto ou graduação SUPERIOR: Pena - detenção, de seis meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. - Crime PROPRIAMENTE MILITAR. - É necessário usar publicamente as vestes de superior hierárquico, não incorrendo no tipo a situação em que é autorizado para tanto, por exemplo em um treinamento. Art. 172 – USO INDEVIDO DE UNIFORME, DISTINTIVO OU INSÍGNIA MILITAR POR QUALQUER PESSOA Art. 172. Usar, indevidamente, uniforme, distintivo ou insígnia militar a que não tenha direito: Pena - detenção, até seis meses. - Crime IMPROPRIAMENTE MILITAR. - Mais genérico que o anterior, se limitando a tipificar o uso indevido de uniforme, inclusive de uniforme inferior à militar superior. Art. 173 – ABUSO DE REQUISIÇÃO MILITAR Art. 173. Abusar do direito de requisição militar, excedendo os poderes conferidos ou recusando cumprir dever imposto em lei: Pena - detenção, de um a dois anos. - Crime PROPRIAMENTE MILITAR. - Requisição Militar advém da mesma norma constitucional que a Requisição administrativa, qual seja inciso XXV do Art. 5º. Art. 174 – RIGOR EXCESSIVO Art. 174. Exceder a faculdade de punir o subordinado, fazendo-o com rigor não permitido, ou ofendendo-o por palavra, ato ou escrito: Pena - suspensão do exercício do posto, por dois a seis meses, se o fato não constitui crime mais grave. - Crime PRIPRIAMENTE MILITAR. - EXCEDER significa ultrapassar o limite legal, aplicando sanção não prevista em lei, em condições gravosas ou subumanas ou ainda por meio de ofensa verbal ou escrita. - É crime subsidiário, sendo absorvido na ocorrência de lesão corporal ou morte. Art. 175 – VIOLÊNCIA CONTRA INFERIOR Art. 175. Praticar violência contra inferior: Pena - detenção, de três meses a um ano. Parágrafo único. Se da violência resulta lesão corporal ou morte é também aplicada a pena do crime contra a pessoa, atendendo-se, quando for o caso, ao disposto no art. 159. - Crime PROPRIAMENTE MILITAR, necessitando ainda que o criminoso seja superior hierárquico em relação à vítima. - Agressão necessariamente física. - Se resultar em lesão corporal ou morte, a pena será materialmente cumulada com a do tipo respectivo, atendendo-se quando necessário a disposição do artigo 159 (diminuição de pena). Art. 176 – OFENSA AVILTANTE A INFERIOR Art. 176. Ofender inferior, mediante ato de violência que, por natureza ou pelo meio empregado, se considere aviltante: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único. Aplica-se o disposto no parágrafo único do artigo anterior. - Crime PROPRIAMENTE MILITAR, necessitando ainda que o criminoso seja superior hierárquico em relação à vítima. - É necessária a intenção de humilhar o inferior. Art. 177 – DA RESISTÊNCIA MEDIANTE AMEAÇA OU VIOLÊNCIA Art. 177. Opor-se à execução de ato legal, mediante ameaça ou violência ao executor, ou a quem esteja prestando auxílio: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. § 1º Se o ato não se executa em razão da resistência: Pena - reclusão de dois a quatro anos. § 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência, ou ao fato que constitua crime mais grave. - Crime IMPROPRIAMENTE MILITAR. - É necessário que haja violência ou ameaça contra o executor do ato legal, não se enquadrando o caso em que a violência é contra o patrimônio, por exemplo quando o criminoso quebra os vidros da viatura. - Se pela resistência o ato não se consuma, o crime SE QUALIFICA. - A pena é MATERIALMENTE CUMULADA com a pena do crime de violência ou outro mais grave. Art. 178 – FUGA DE PRESO OU INTERNADO Art. 178. Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida a medida de segurança detentiva: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. § 1º Se o crime é praticado a mão armada ou por mais de uma pessoa, ou mediante arrombamento: Pena - reclusão, de dois a seis anos. § 2º Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se também a pena correspondente à violência. § 3º Se o crime é praticado por pessoa sob cuja guarda, custódia ou condução está o preso ou internado: Pena - reclusão, até quatro anos. - Crime IMPROPRIAMENTE MILITAR. - Tipo aplicável somente aos presídios militares ou outras instalações prisionais militares, nesse sentido, a súmula 75 do STJ. - QUALIFICAM o crime o uso de ARMA própria ou impropria, o CONCURSO de pessoas, o ARROMBAMENTO da instalação e, por fim a qualidade do autor de ser responsável pelo prisioneiro. - Se houver emprego de violência, ocorrerá a CUMULAÇÃO MATEIRAL DA PENA com a pena correspondente a violência. Art. 179 – MODALIDADE CULPOSA DO TIPO ANTERIOR Art. 179. Deixar, por culpa, fugir pessoa legalmente presa, confiada à sua guarda ou condução: Pena - detenção, de três meses a um ano. - Crime PROPRIAMENTE MILITAR, uma vez que civil somente comete crime militar quando tem a intenção de ofender as instituições militares, não cabendo assim crime militar na modalidade culposa praticada por civil. - Aplicável somente quando o fugitivo estava preso, e não também aos casos em que cumpria medida de segurança. Art. 180 – EVASÃO DE PRESO OU INTERNADO Art. 180. Evadir-se, ou tentar evadir-se o preso ou internado, usando de violência contra a pessoa: Pena - detenção, de um a dois anos, além da correspondente à violência. § 1º Se a evasão ou a tentativa ocorre mediante arrombamento da prisão militar: Pena - detenção, de seis meses a um ano. § 2º Se ao fato sucede deserção, aplicam-se cumulativamente as penas correspondentes. - Crime IMPROPRIAMENTE MILITAR, uma vez que é possível a prisão de civil em estabelecimento penal militar. - Não incide sobre fugas de estabelecimentos penais comuns. Forma Qualificada Cumulação De Penas Forma Qualificada - Não é necessário obter êxito na fuga. - É necessário o uso de VIOLÊNCIA para que o crime se consuma. - CUMULAÇÃO MATERIAL DA PENA se configurada deserção. - Qualificada pelo arrombamento da prisão militar. Art.181 – ARREBATAMENTO DE PRESO OU INTERNADO Art. 181. Arrebatar preso ou internado, a fim de maltratá-lo, do poder de quem o tenha sob guarda ou custódia militar: Pena - reclusão, até quatro anos, além da correspondente à violência. - Crime IMPROPRIAMENTE MILITAR. - Necessário o uso de violência, contra pessoa ou patrimônio. - Preso em local sob administração militar. - CUMULAÇÃO MATERIAL DA PENA em caso de lesão corporal no arrebatado. Art. 182 – AMOTINAMENTO Art. 182. Amotinarem-se presos, ou internados, perturbando a disciplina do recinto de prisão militar: Pena - reclusão, até três anos, aos cabeças; aos demais, detenção de um a dois anos. Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem participa do amotinamento ou, sendo oficial e estando presente, não usa os meios ao seu alcance para debelar o amotinamento ou evitar-lhe as consequências. - Crime de AUTORIA COLETIVA NECESSÁRIA, e IMPROPRIAMENTE MILITAR. - PU incrimina oficial que se junta ao movimento ou que presente não adota dos meios cabíveis e possível para acabar com o amotinamento, ou aliviar-lhes as consequências. - Penas aumentada para os “cabeças”. Retirar algo repentinamente. Cumulação De Penas
Compartilhar