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RELAÇÃO BACTÉRIA x HOSPEDEIRO Profa. Renata Cristina Picão (2ª aula) Taxa de internação hospitalar (SUS) por causas selecionadas neoplasias malignas diabete melito doenças hipertensivas doença isquêmica do coração outras doenças cerebrovasculares AVC Pneumonia Conceitos Colonização É a presença de micro-organismos em um determinado sítio do corpo, sem que haja penetração nos tecidos. Não ocasiona doença. Ex. Microbiota residente Infecção É a invasão de um hospedeiro por micro-organismos. Envolve colonização, multiplicação (crescimento), invasão ou a persistência dos microrganismos patogênicos e resposta do hospedeiro. Doença É a infecção que deflagra sinais e sintomas no hospedeiro Causada pelo dano produzido pela atividade do agente infeccioso somado às consequências da resposta imune do hospedeiro Patogenicidade É a capacidade de uma dada espécie causar doença. Qualitativa Virulência É a soma de mecanismos estruturais ou bioquímicos que conferem patogenicidade aos microrganismos. Quantitativo Virulência Fatores ou Determinantes de Virulência Fatores ou Determinantes de Virulência Produto ou estratégia que contribui para a virulência ou patogenicidade . •Classificação: -Aqueles que promovem colonização bacteriana e invasão no hospedeiro; -Aqueles que causam danos ao hospedeiro. Mecanismos microbianos de patogenicidade Resumo: Patogênese Mecanismo envolvido na etiologia da doença infecciosa Mecanismos microbianos de patogenicidade Acesso – portas de entrada *Após o acesso, a colonização das superfícies mucosas é favorecida pela produção de proteases de IgA secretada. Adesão • A aderência de microrganismos às superfícies celulares do hospedeiro é altamente específica e em muitos casos é essencial para subseqüente instalação da doença. • Interação entre adesinas da superfície da bactéria (glicoproteínas e lipoproteínas) e receptores específicos das células do hospedeiro. • Bactérias patogênicas, normalmente, possuem a habilidade de diferenciação entre hospedeiros alvos (especificidade de espécie) e entre tecidos alvos (tropismo pelo tecido) dentro do hospedeiro infectado. A) Adesinas A1) Fibrilares (Pili ou Fímbrias): -Estruturas protéica alongadas associadas à adesão e em vários patógenos. Promovem adesão às células do hospedeiro através de ligação altamente específica a constituintes celulares dos tecidos hospedeiros. Ex: Pili tipo I de E. coli uropatogênica •Promove adesão à mucosas do trato geniturinário –Fixação ao epitélio protege contra eliminação durante a micção. –TGU feminino é mais propenso a infecções. A2) Não Fibrilares •Pele –Produção de enzimas. –Acesso através de folículos pilosos e glândulas sudoríparas –Cortes, picadas de inseto, mordidas, cateteres •Mucosas: * –Trato respiratório –Trato gastrointestinal –Trato genitourinário –Conjuntiva •Via parenteral –Picada de insetos –Injeção –Cirurgias –Cortes e feridas Estruturas de superfície bacteriana Ex.: Streptococcus pyogenes, Proteína M que se liga à fibronectina na célula do hospedeiro. Ácido teicóico (ribitol) liga-se a fibronectina de cels. epiteliais (S. aureus) B) Cápsula C) Biofilme Penetração ou Evasão das defesas do hospedeiro –Biofilme –Cápsulas e outros componentes da superfície celular –Sistemas secretórios do Tipo III Ex. Salmonella sp. –Coagulases: Formação de coágulos que isolam o sítio da infecção. Ex: Streptococcus e Staphylococcus. Cápsula e outros componentes da superfície celular: impedem a fagocitose. –Sistemas secretórios do Tipo III Ex. Salmonella typhi. Também apresenta papel importante para a invasão tecidual. Mecanismos de invasão tecidual e disseminação Também apresenta papel importante para escapar da fagocitose •Comunidade de micro-organismos envolvidos por uma matriz viscosa •Mecanismo de colonização de superfícies Ex. dentes, cateteres, implantes plásticos como válvulas •Micro-organismos mais refratários a antibióticos e parcialmente protegidos dos fagócitos. - Cápsula mucopolissacarídica em S. pneumoniae, K. pneumoniae - Glicolipídeos e sulfolipídeos em M. tuberculosis atuam na organização das células em cadeia, impedindo a fusão do fagossomo com o lisossomo. Translocação bacteriana Enfraquecimento de junções celulares Indução de fagocitose e disseminação através da ação de sistemas secretórios do tipo III. Mecanismos de dano às células dos hospedeiros -Obtenção de nutrientes para crescimento celular •Ferro – fator essencial para o crescimento bacteriano •Proteínas do hospedeiro – transferrina, ferritina, lactoferrina e hemina. •Sideróforos: compostos de baixa MM, quelantes de ferro -Principais classes: catecóis e hidroxamatos - Mecanismo de ação: Sideróforos excretados no meio → Formação do complexo sideróforo – ferro → Ligação do complexo a receptores bacterianos •Fatores tóxicos: matam a célula hospedeira para a aquisição do ferro Ex. hemolisinas Obtenção de nutrientes para crescimento celular: sideróforos Produção de toxinas Exotoxinas e Endotoxinas Comumente a própria célula hospedeira internaliza a bactéria, o que muitas vezes é resultado da interação de moléculas da superfície microbiana com receptores na célula hospedeira, ou através da injeção de moléculas ativadoras de tal resposta pelos sistemas secretórios do tipo III. Exotoxinas •Proteínas secretadas, solúveis e facilmente transportadas através da corrente sanguínea e linfa •Responsáveis pelos sintomas da doença, muitas vezes causam a morte do hospedeiro •Citocinas, neurotoxinas, enterotoxinas. Ex: –Citocinas de S. pyogenes –Neurotoxinas tetânica e botulínica –Enterotoxinas estafilocócica, do V. cholerae e ETEC Produção de Exotoxinas: nomenclatura Quanto ao tipo de célula alvo: •Não específica: citotóxica •Específica: neurotóxica, leucotóxica, hepatotóxica, cardiotóxica, enterotóxica, ... Quanto a espécie ou doença que produz: •V. cholerae (cólera): toxina colérica •Shigella (disenteria): toxina shiga •C. diphtheriae (difteria): toxina diftérica •C. tetani (tétano): toxina tetânica Quanto a atividade: •adenilato ciclase (B. pertussis) •Lecitinase (C. perfringens) Produção de Exotoxinas: estrutura e função •Tipo A-B (porções se separam) -Porção A: atividade catalítica – tóxica -Porção B: especificidade a receptores Ex. toxina diftérica, Shiga, •Tipo que desorganiza a membrana celular do hospedeiro -Formação de poros, fosfolipases Ex. citotoxinas •Superantígenos: estimulam células T a liberarem citocinas (IL-2) Ex. Síndrome do choque tóxico e enterotoxina estafilocócica Tipo A-B: Toxina Colérica Produção de enzimas que desorganizam a membrana celular do hospedeiro •Leucocidinas: Destroem leucócitos. Ex: Staphylococcus e Streptococcus •Hemolisinas: Destroem hemáceas. Ex: Clostridium perfringens (gangrena) and Streptococcus •Coagulases: Formação de coágulos que isolam o sítio da infecção. Ex:Streptococcus e Staphylococcus •Bacterioquinases: Quebram coágulos produzidos pelo corpo para isolar a infecção. Ex: estafiloquinase e estreptoquinase. •Hialuronidase: Quebram o ác. hialurônico rompendo o tec. conectivo.Ex: Streptococcus e Clostridium •Colagenase: Degrada o colágeno rompendo o tec. conjuntivo. Ex: Clostridium perfringens •Lecitinase: Destruição da membrana celular •Proteases: Degradam proteinas Também apresentam papel importante para a invasão tecidual Hemólise Parcial: alfa-hemolíticos Hemólise Total: beta-hemolíticos Produção de toxinas Endotoxinas: LPS Parte da membrana externa de GN – porção lipídica dos LPS (Lipídeo A) Liberadas na CS após morte celular – interação com células do SRE estimula a produção de IL-1, TNF e outras citocinas: ativação das cascatas do complemento e coagulação – FEBRE, LEUCOPENIA, HIPOGLICEMIA, HIPOTENSÃO, CHOQUE, COAGULAÇÃO INTRAVASCULAR DISSEMINADA. Endotoxinas: Exotoxinas x Endotoxinas Características Exotoxinas Endotoxinas Composição química Proteínas Lipídeo Causa febre Não Sim (IL-1) Sensibilidade ao calor Lábeis Estáveis Resposta imunológica Sim NÃO Micro-organismos Gram-positivos e -negativos Gram-negativos Toxicidade Elevada Moderada Toxoide sim não INFECÇÕES BACTERIANAS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL Sergio E.L.Fracalanzza REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL Líquido cefalorraquidiano (LCR) - Líquor -protege mecanicamente o tecido cerebral. -atua como um lubrificante, evitando atrito com o crânio, -realiza a coleta de resíduos, faz circular nutrientes e varia sua produção de acordo com a pressão intracraniana. protegem contra a invasão de agentes externos. Meningite aguda Cefaléia, irritação, náuseas, vômitos, febre, rigidez de nuca, letargia. Haemophilus influenzae Neisseria meningitidis } Streptococcus pneumoniae } 80% dos casos Streptococcus agalactiae } Listeria monocytogenes Outros: bacilos Gram-negativos e cocos Gram-positivos NEISSERIAS •IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DO GÊNERO •CLASSIFICAÇÃO - Neisseria gonorrhoeae - gonococo - Neisseria meningitidis - meningococo QUADROS CLÍNICOS MAIS COMUNS EM DOENÇA MENINGOCÓCICA (Neisseria meningitidis) MENINGITE MENINGOCOCCEMIA ESTRUTURA DE SUPERFÍCIE DAS BACTÉRIAS Gram negativas Estrutura celular dos meningococos ESTRUTURA DO LPS EM BACTÉRIAS GRAM NEGATIVAS LOS → Lipo-oligossacarídeo PATOGENIA DA MENINGITE Colonização nasofaríngea Meningite ↓ Coagulação Intravascular disseminada Invasão local Hipotensão, Choque Meningococcemia ↑ Paciente imune Paciente não imune Alto risco ↓ ↓ Bactérias são Bacteremia Meningite Eliminadas Neisseria meningitidis Doenças : meningite sem septicemia e a meningococcemia com ou sem meningite. Meningococcemia – presença e multiplicação do MO na corrente circulatória letalidade (surdez, retardo mental e amputações) - Efeitos vasculares – erupção cutânea petequial ou púrpura (30-60%) apresentando ou não meningite; - Síndrome de Waterhouse- Friderichsen – hemorragia bilateral das supra-renais, coagulação intravascular disseminada, púrpura e choque séptico; Meningite meningocócica – mal estar , febre alta, estado mental alterado, cefaléia, vômitos em jato e rigidez de nuca. Ex.: Erupção cutânea Meningococcemia com gangrena da mão Haemophilus Bastonetes Gram negativos pleomórficos (cocoides a filamentosos), Nutricionalmente exigentes Comensais de mucosas do trato respiratório Rio de Janeiro: C, B, W Gênero Haemophilus Fatores de crescimento presentes no sangue (fatores X e V) condicionam o crescimento dos hemófilos. Fator X corresponde a um grupo de compostos tetrapirrólicos fornecidos por pigmentos que contem ferro (hemina, hematina) Fator V é o NAD (coenzima I) ou NADP (coenzima II); O prefixo “para” espécies que necessitam apenas do fator V (exemplo : H. parainfluenzae) Haemophilus influenzae Amostras: Capsulada ou não (geneticamente ≠ s); Capsuladas: seis sorotipos capsulares (a-f); Não Capsuladas: não tipáveis; O sorotipo varia de acordo com a composição química da cápsula ; -Cápsula polissacarídica do sorotipo b (mais virulento) – composta de polirribosil fosfato (PRP) →protege da fagocitose Patogênese -1)Colonização (Vias Aéreas Superiores) – céls. epiteliais não ciliadas protegido de movimentos ciliares e forças de defesa. -2)Disseminação local ou sistemica: Local: ouvido médio, seios nasais e trato respiratório inferior Sistêmica: bacteremias e infecções a distância (ex.meningite). Doenças -Infecções causadas pelo sorotipo b meningite, epiglotite, pneumonia, celulite, bacteriemia e artrite séptica; * Invasivas e o hemófilo pode ser cultivado a partir do sangue -Infecções causadas por amostras não-tipáveis ou não capsuladas otite média, sinusite, pneumonia e conjuntivite. (*precedidas por estados gripais) Epidemiologia - Taxa de mortalidade: 3-6% - Prevalece em crianças < 6 anos (*6-12 meses) - Crianças > 6 anos e adultos: -fatores predisponentes: sinusite, otite média, epiglotite, pneumonia, diabetes mellitus, alcoolismo, traumatismo craniano, imunodepressão, etc. -Sorotipo capsular b (95%) doença invasiva Tratamento & Prevenção Tratamento : Ampicilina ? Cloranfenicol ? Sulfa-trimetoprim ? Cefalosporinas (Cefotaxime, ceftriaxone) Ampicilina-Sulbactam Fluoroquinolonas Azitromicina Profilaxia : Rifampicina ---- para eliminar estado de portador Vacinação PRP purificado, conjugado a proteína carreadora Em crianças acima de 2 meses de idade. Haemophilus influenzae Impacto do uso de Vacinas EUA 1985 – Vacina polissacarídica 1988 – Vacina conjugada 1 1990 – Vacina conjugada 2 Streptococcus pneumoniae Um dos principais patógenos humanos Estreptococcias Invasivas Clássicas e Não Invasivas Infecções pneumocócicas: •Otite média •Pneumonia •Conjuntivite •Bacteremia •Sinusite •Meningite População de Risco •Idosos, •Crianças com < de 2 anos, •Pacientes imunodeprimidos e •Portadores de anemia falciforme. Epidemiologia: As vacinas em uso são preparadas com o polissacarídeo capsular (Polirribosil fosfato - PRP) conjugado a diferentes ptns bacterianas (toxóide diftérico, toxóide tetânico e ptns da N. meningitidis) Streptococcus pneumoniae no liquor -Taxa de mortalidade: 19 – 26% dos casos -90 sorotipos: 18 são responsáveis por 82% dos casos de bacteriemia estreptocócica – meningite -Fatores predisponentes: •pneumonia, otite média, mastoidite, sinusite e endocardite •imunodeprimidos, esplenectomizados, desnutrição, alcoolismo, tumor, hipogamaglobulinemia, doentes renais e hepáticos crônicos, diabetes mellitus, etc. Patogênese da Infecção Pneumocócica ColonizaçãoTranspasse da barreira mucosa Invasão da corrente sanguínea Invasão local Meningite Sepse Pneumonia com Otite media, sinusite, pneumonia Bacteremia não bacteremica Streptococcus pneumoniae: Diplococos Gram-positivos Fatores de Virulência: Componentes de Superfície CÁPSULA: polissacarídica e antifagocitária presente em amostras mais virulentas ~ 90 sorotipos – imunogênica – vacina polivalente ADESINA de superfície - CbpA (ligação à nasofaringe) AUTOLISINA- LytA - rompe as células bacterianas →inflamação Streptococcus agalactiae -positivos, Streptococcus do grupo B -Cápsula -Enzimas São beta hemolítico do grupo B Virulência: 10 sorotipos capsulares: Ia, Ib, II até IX Patogenia: - Recém-nascidos de parto normal de mães colonizadas → infecções invasivas: bacteremias (sepse neonatal), pneumonia e meningite - Condições de risco: ruptura prematura de membrana, parto prolongado, doença estreptocócica materna disseminada , infecção urinária materna Tratamento -Penicilina G intravenosa 4 horas antes do parto – mulheres colonizadas -Macrolídeos ( eritromicina, azitromicina) e lincosamidas (clindamicina) -Taxa de mortalidade: 7-27% dos casos -Neonatos (52% dos casos): Grávidas assintomáticas (15-35% dos casos) Mãos de profissionais da saúde - Adultos: >60 anos, diabetes mellitus, grávidas ou pós-parto, cardíacos, doenças vasculares, traumas, úlcera de decúbito, terapia com corticóides. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DAS INFECÇÕES BACTERIANAS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL: COLETA DE LIQUOR Espécime: sangue e líquor (LCR) • Microscopia: coloração de Gram • Cultura •Aglutinação do latex •Bioquímica •Leucometria Punção líquor: deve ser colhido em ambiente hospitalar, através de punção lombar (entre a terceira, a quarta e a quinta vértebras lombares). Esfregaço de sedimento de liquor corado pelo método de Gram Streptococcus pneumoniae no liquor Haemophilus influenzae Haemophilus/Neisseria - Diagnóstico Laboratorial: - Bacteriológico convencional: Coleta do espécime: LCR, Sangue, Secreções, Aspirados, etc Microscopia direta Cultura (incubação em CO2) Identificação - Métodos Rápidos: (Detecção de Ag em fluidos orgânicos) Agar Chocolate Suplementado (suplementos vitamínicos) S.pneumoniae e S.agalactiae •Meio de cultura – é o agar sangue •Identificação através de provas bioquímicas específicas para cada espécie Teste de aglutinação de partículas de látex para a detecção de H.influenzae, S.pneumoniae, N.meningitidis e S.agalactiae Prevenção Infecções Bacterianas de Trato Respiratório Superior e Inferior Prof. Beatriz Meurer Moreira Estrutura e função dos sistema respiratório •Sistema respiratório superior: nariz, faringe (garganta), ouvido médio e as tubas auditivas (Eustáquio), seios da face e ductos nasolacrimais. Estruturas de proteção contra agentes externos: ariz (muco e cílios) – mucosa ciliada Sistema respiratório inferior •Laringe, traqueia, tubos brônquicos e dos alvéolos •Sacos de ar (tecido pulmonar – O2 e CO2): troca gasosa com o sangue e pulmões. •300 milhões (90 m2 de área absortiva). •Pleura e membrana mucosa ciliada. Para onde vão as partículas aprisionadas ? •Pulmões: macrófagos alveolares; anticorpos IgAs Microbiota do Trato Respiratório Tipo de residente Microrganismo • Residentes comuns (> 50% dos indivíduos imunocompetentes) estreptococos orais Neisseria spp., Branhamella corinebacterias Bacteroides cocos anaeróbios (Veillonella) bactérias fusiformes Candida albicans • Residentes ocasionais (< 10% dos indivíduos imunocompetentes) Streptococcus pyogenes Streptococcus pneumoniae Neisseria meningitidis • Residentes incomuns (< 1% dos indivíduos imunocompetentes) Corynebacterium diphteriae Klebsiella pneumoniae Pseudomonas Escherichia coli • Residentes em estado latente nos tecidos: pulmão, linfonodos e outros Mycobacterium tuberculosis Colonização: A presença permanente ou transitória de qualquer microrganismo aderido à pele ou às membranas mucosas do hospedeiro, dissociada de sinais ou sintomas de doença infecciosa; Não tem expressão patológica. Infecção: A reação à presença de um agente pode ser detectada por uma resposta do hospedeiro verificada em teste laboratorial (presença de anticorpos, moléculas inflamatórias) acompanhada ou não de sinais ou sintomas de doença infecciosa. Infecções Bacterianas do Trato Respiratório Quadros Clínicos FARINGITES E AMIGDALITES • Faringite Aguda (patógenos bacterianos): Streptococcus pyogenes, Corynebacterium diphtheriae, Haemophilus influenzae, Neisseria gonorrhoeae • Cerca de 90% - Streptococcus pyogenes -Complicações – otites, mastoidites e sepse -Faringite - podem se acompanhar de escarlatina -Outras infecções: piodermite OTITES E SINUSITES •Otite média •Inflamação que leva a otalgia (pressão pela produção de pus – tímpano) •Streptococcus pneumoniae (35%), Haemophilus influenzae (20-30%), Moraxella catarrhalis (10-15%) e S. pyogenes (8-10%) – comuns em bebes e crianças que apresentam tuba auditiva mais aberta. •Bactérias residentes da nasofaringe •Otite externa •Staphylococcus aureus, canal externo tem microbiota similar a da pele. •Local quente e úmido que favorece BGN •Sinusite (seios paranasais) - patogênese similar a da otite média Faringite estreptocócica •Streptococcus pyogenes -Transmissão • Nas vias aéreas superiores (faringe) ou na pele. • Faringe – transmitido por meio de gotículas e a primeira etapa da infecção consiste em sua adesão ao epitélio da mucosa: - Atuação de várias adesinas (proteínas F e M); • Infecções cutâneas – contato com os pacientes – traumas, picadas de insetos, cirurgias, e outros meios não evidentes. -Patogênese • Infecção – se vencer os mecanismos de defesa do organismo (fagocitose e anticorpos contra toxinas) e por fatores de virulência; • Inativar o complemento e ter presença mascarada pela cápsula e fibrinogênio fixado pela proteína M Streptococcus pyogenes – PATOGENIA: → Escarlatina (Síndrome) . Cepas lisogênicas que produzem toxinas eritrogênicas; 1 a 2 dias após a faringite . Rash cutâneo no tórax e depois nas extremidades → Erisipela e Celulite → Síndrome do choque tóxico estreptocócico (fasciite necrosante) . Infecções de tecido mole extensivas e invasivas . Sorotipos responsáveis: M1 e M3; produzem toxinas dos tipos SpeA e SpeC . Elevado índice de mortalidade (40%) Outras Doenças • Causam abscesso periamigdaliano, que é uma complicação incomum da dor de garganta estreptocócica não tratada; • Otite média, sinusite, mastoidite, causadas por disseminação local do patógeno; • Escarlatina – toxina eritrogênicase dissemina através do corpo e se localiza na pele; Complicações não-piogênicas • Febre reumática e Cardiopatia reumática (após faringite) • Glomerulonefrite aguda (após faringite e piodermite) Febre reumática • Lesões inflamatórias não supurativas – coração, articulações, tecido celular subcutâneo e SNC; • Indivíduos que sofrem um episódio de febre reumática são predispostos a outros episódios em consequência das infecções estreptocócicas subsequentes das vias aéreas superiores; • 2-4 semanas após a dor de garganta – paciente desenvolve miocardite, pericardite e poliartrite • Anticorpos formados para os antígenos de parede celular dos estreptococos reagem com o sarcolema do coração humano e outros tecidos - formam-se granulomas (nódulos de Aschoff) Tratamento → PENICILINA (casos alérgicos - AZITROMICINA ou CEFALOSPORINA) →Portador (terapia inadequada ou persistência ou nova cepa) → Profilaxia da febre reumática – antibioticoterapia prolongada para evitar recorrência Diagnóstico: cultura de secreção de orofaringe Padrão de hemólise em ágar sangue beta-hemolíticos e não beta-hemolíticos composição antigênica da parede celular reações bioquímicas Padrões de hemólise • β: ruptura completa dos eritrócitos e perda da coloração vermelha. Ex.: Streptococcus pyogenes • α: ruptura parcial das hemácias com halo esverdeado. Ex.: S. pneumoniae; • gama-hemólise: ausência de hemólise Streptococcus beta-hemolíticos: (produzem hemólise total) 19 grupos sorológicos: Grupos de Lancefield (1933) S. pyogenes reage com anti- Grupos Sorológicos: A até H, K, L e M, O até V soro para grupo A → CARBOIDRATO C (parede celular) dímero de N-acetilglicosamina e ramnose Cocos Gram positivos, catalase negativos, apresentam b- hemólise em ágar sangue, são sensíveis à bacitracina, outras provas bioquímicas, sorogrupo A P a d r ã o d e h e m ó l FARINGITE-diagnóstico •Finalidade → Detectar a presença de S. pyogenes para tratamento com eliminação do microrganismo prevenção de complicações piogênicas e não piogênicas Método → Cultura de espécime colhido de orofaringe Espécime clínico → Secreção de orofaringe colhida com swab •Procedimentos microbiológicos: 1) Semeadura em ágar-sangue → Semear por esgotamento. Incubar por 18-24h. 2) Observar as características das colônias e hemólise 2) Observar as características das colônias e hemólise: Colônias beta-hemolíticas -Coloração de Gram → Observar coloração, forma e agrupamentos (cocos Gram-positivos em cadeias) - (Água oxigenada) H2O2 + H2O2 Catalase 2H2O + O2 Outros testes complementares Sensível à bacitracina Confirmação: S. pyogenes: grupo A Um caso Uma criança de 10 anos apresenta dor de garganta há um dia, e mal estar geral. O exame físico permitiu constatar processo inflamatório evidente na orofaringe com adenopatia cervical, presença de exsudato purulento nas amígdalas e temperatura de 38°C. •Qual a hipótese diagnóstica e o agente bacteriano mais provavelmente envolvido? •Qual o exame laboratorial bacteriológico que deve ser solicitado? •Qual o espécimen clínico a ser coletado, e como ele deve ser obtido? •Quais os procedimentos a serem executados com esse espécime no laboratório de bacteriologia? Sistema API
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