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JAMES JESSER RODGHER 1 Direito Penal – Parte Especial I 4º semestre - 2012 REVISÃO DE CONCEITOS Crimes Doloso, culposo, preterdoloso. Doloso: Quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. Culposo: Quando o agente deu causa ao resultado por imperícia, negligência ou imperícia. Preterdoloso(preterintencional): é o crime cujo resultado total é mais grave do que o pretendido pelo agente. Crimes comissivos, omissivos, comissivo-omissivo Comissivo: consiste na realização de uma ação positiva visando um resultado tipicamente ilícito. Omissivo próprio: consiste no fato do agente deixar de realizar determinada conduta, tendo a obrigação jurídica de fazê-lo; configura-se com a simples abstenção da conduta devida, quando podia e devia realiza-la, independe do resultado. Omissivo impróprio ou comissivo-omissivo: a omissão é o meio através do qual o agente produz um resultado; já que ele estava juridicamente obrigado a impedir. Art.13 §2o. Crimes instantâneos e permanentes Instantâneos: é o que se esgota com a ocorrência do resultado. Não significa praticado rapidamente, mas significa que uma vez realizados os seus elementos nada mais se poderá para impedir sua ocorrência. Exemplo: Lesão corporal. Permanente: é aquele crime cuja consumação se alonga no tempo, dependente da atividade do agente, que poderá cessar quando este quiser. Exemplo: Cárcere privado; sequestro. Crime de dano e de perigo Dano: é aquele para cuja consumação é necessária a superveniência da lesão efetiva do bem jurídico. Perigo: neste crime podem ser concretos ou abstratos; Concreto é aquele que precisa ser comprovado, isto é, de ser demonstrada a situação de risco corrida pelo bem juridicamente protegido. Abstrato: é presumido “jus et de jure”. Pois a lei contenta-se com a simples prática da ação que pressupõe perigosa. Crime material, formal e de mera conduta Material ou de resultado: descreve a conduta cujo resultado integra o próprio tipo penal, isto é, para sua consumação é indispensável a produção de um dano efetivo. Formal: também descreve um resultado, que, contudo, não precisa verificar-se para a ocorrer a consumação. Obs. o legislador antecipa a consumação, satisfazendo-se com a simples ação do agente. � � � � � � � � � � � � � � � � � 2 Mera Conduta: o legislador descreve o comportamento do agente, sem se preocupar com o resultado. Crime unissubjetivo e plurissubjetivo Unissubjetivo: é aquele que pode ser praticado pelo agente individualmente, admite o concurso eventual de pessoa. Plurissubjetivo: é o crime de concurso necessário, isto é, aquele que por sua estrutura típica exige o concurso de, no mínimo, duas pessoas. A conduta dos participantes podem ser paralela(quadrilha); convergente(adultério e bigamia), ou divergente(rixa). Crime unissubsistente e plurissubisistente Unissubsistente: constitui-se de um único ato. Plurissubsitente: Constitui-se de vários atos. Sua execução pode desdobrar-se em vários atos sucessivos. Crimes comum, próprio e de mão própria Comum: é o que pode ser praticado por qualquer pessoa. Ex. lesão corporal, furto. Próprio: é aquele que exige determinada qualidade ou condição pessoal do agente. Ex. condição jurídica(acionista); profissional ou social(comerciante); natural(gestante, mãe); parentesco(descendente, ascendente) e etc. Mão Própria: é aquele que só pode ser praticado pelo agente pessoalmente, não podendo utilizar-se de interposta pessoa. Ex. falso testemunho, adultério, prevaricação. Crimes de ação única, de ação múltipla e de dupla subjetividade. Ação única: é aquele que contém somente uma modalidade de conduta, expressa pelo verbo núcleo do tipo (matar, subtrair). Ação múltipla ou conteúdo variado: é aquele cujo tipo penal contém várias modalidades de condutas, e, ainda seja praticado mais de uma, haverá somente um único crime (art. 122, 180 e 234,CP e 12 da lei 6.368) Dupla subjetividade passiva: quando são vítimas ao mesmo tempo, dois indivíduos. Como por exemplo a violação de correspondência, no qual são sujeitos passivos remetente e destinatário. � � � � � � � � � � � � � � � � � 3 Crime Doloso Teorias: 1. Vontade (art. 18, I, CP)= é a vontade dirigida ao resultado “querer resultado” 2. Representação = Simples “previsão” do resultado *não é utilizada 3. Assentimento (consentimento) – (art. 18, I,CP) = a previsão do resultado com a aceitação dos riscos de produzi-lo Elementos de Dolo: a) Cognitivo (intelectual) = consciência (previsão ou representação) daquilo que se pretende praticar. Essa consciência deve ser atual, isto é, deve estar presente no momento da ação, quando ela esta sendo realizada. A previsão, isto é, a representação, deve abranger correta e completamente todos os elementos essenciais e constitutivos do tipo, sejam eles descritivos, normativos ou subjetivos. + b) Volitivo = Finalidade, objetivo; A vontade, incondicionada, deve abranger a ação ou a omissão (conduta), o resultado e o nexo causal. � � � � � � � � � � � � � � � � � 4 Obs. Para poder saber se é um crime culposo ou doloso, é necessário saber o que se passa na cabeça do indivíduo! Crime Culposo Definição: é a inobservância do dever objetivo de cuidado manifestado numa conduta produtora de um resultado não querido, mas objetivamente previsível Modalidades de Culpa -Imprudência: é a pratica de uma conduta arriscada ou perigosa e tem caráter comissivo. Se caracteriza pela intempestividade, precipitação, insensatez ou imoderação do agente. *Ato Comissivo. *Fazer. *Ação Descuidada. *Comportamento Positivo. -Negligencia: é a displicência no agir, a falta de precaução, a indiferença do agente, que podendo adotar as cautelas necessárias, não o faz. É a imprevisão passiva, desleixo, a inação. *Ato Omissivo. *Não Fazer. *Abstenção de um dever de cuidado. *Comportamento Negativo. -Imperícia: é a falta de capacidade, de aptidão, despreparo ou insuficiência de conhecimentos técnicos para o exercício de arte, profissão ou ofício. *Falta de observância técnica *Divorcia-se da boa técnica. Culpa não aceita o resultado aceita o resultado Consciente: Com previsão ≠ Dolo eventual Inconsciente: Sem previsão Própria: Decorre de imprudência, imperícia ou negligência. Imprópria: Culpa por equiparação (Ex. 20, 23, CP ) � � � � � � � � � � � � � � � � � 5 Culpa consciente ou com representação Quando o agente, deixando de observar a diligencia a que estava obrigado, prevê um resultado, previsível, mas confia convictamente que ele não ocorrerá. Culpa inconsciente ou sem representação. Ação do resultado previsível. “previsível é o fato cujo superveniência não escape à perspicácia comum”. Ex. vovó que põe o vasinho na janela! � � � � � � � � � � � � � � � � � 6 � � � � � � � � � � � � � � � � � 7 Dos crimes contra a vida: São definidos os delitos de homicídio (art.121), induzimento, instigação ou auxilio ao suicídio (art. 122), infanticídio (123) e aborto (arts. 124 a 128). HOMICÍDIO INFANTICÍDIO SUICÍDIO (auxílio, instigação ou induzimento). Aborto ���� Vão a júri - Art. 5º, XXXVIII, d, Constituição Federal. XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contraa vida; DOS CRIMES CONTRA A VIDA ART. 121 – MATAR ALGUÉM O Homicídio pode ser doloso (simples, privilegiado e qualificado) e culposo (simples e qualificado). Homicídio simples Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Caso de diminuição de pena § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Homicídio qualificado § 2° Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo fútil; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; � � � � � � � � � � � � � � � � � 8 IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. Homicídio culposo § 3º Se o homicídio é culposo: Pena - detenção, de um a três anos. Aumento de pena § 4 o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. Conceito: definido por Carrara como a destruição do homem injustamente cometida por outro homem. De acordo com a lei 8072/90, o homicídio simples consumado ou tentado, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, é considerado como crime hediondo. Objetividade Jurídica: A vida humana, cuja proteção é um imperativo jurídico de ordem constitucional (art. 5, Caput, CF). Protege-se a vida humana extrauterina, considerada esta como a que passa a existir a partir do início do parto. Obs. Na eliminação da vida intrauterina, há aborto. Sujeito Ativo: O homicídio, como crime comum que é, pode ser praticado por qualquer pessoa. Obs. - São excluídos os que atentam contra a própria vida, uma vez que nem a tentativa de suicídio é fato punível. -Mãe que mata filho, durante o parto ou logo após, sob a influência do estado puerperal, pratica infanticídio e não homicídio. Sujeito Passivo: Qualquer ser humano, sem distinção de idade, sexo, raça, condição social e etc. Obs. O início da pessoa humana, a partir do qual pode ser vítima de homicídio, é estabelecido a partir da definição do infanticídio, que nada mais seria do que um homicídio especial privilegiado. No infanticídio, a conclusão é de que pode ocorrer homicídio a partir do início do parto. O que se entendo por início de parto: Fala-se do rompimento do saco amniótico, em dores de dilatação, às quais normalmente se segue o rompimento do saco amniótico, dilatação do colo do útero e desprendimento do feto no álveo materno. A destruição do feto antes do início do parto não configura homicídio ou infanticídio, e sim aborto. � � � � � � � � � � � � � � � � � 9 Obs. Se a ação tendente a matar alguém atinge um cadáver, não há de se falar em homicídio consumado ou tentado, mas em crime impossível(art. 17, CP). Obs. A vida é um bem indisponível Obs. No caso de siameses ou xifópagos, há duplo homicídio. Tipo Objetivo: Conduta típica é matar alguém, ou seja, eliminar a vida de um a pessoa humana. Os meios: Direto: os utilizados pelo agente ao atingir a vítima de imediato (disparo de arma de fogo, golpe de arma branca e etc.). Indireto: os que operam mediatamente através de outra causa provocada pelo ato inicial do agente (açular um cão ou um louco contra a pessoa que se quer matar, coagir alguém ao suicídio, deixar a pessoa em situação de não poder sobreviver (no deserto, floresta, ao alcance de uma fera). Físicos: (disparo de revolver, golpes de punhal e etc.). Patogênicos ou patológicos: (transmissão de moléstia por meio de vírus, bactérias e etc.) Psíquicos ou Morais: consistentes na provocação de emoção violenta a um cardíaco, na comunicação determinada de intensa dor moral ou pavor, ou na simples. Obs. O homicídio pode ser praticado por Ação (comissão) ou Omissão. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade consciente de eliminar uma vida humana, ou seja, de matar (Animus necandi ou occidendi). A finalidade ou motivo determinante do crime, pode eventualmente constituir uma qualificadora(motivo fútil, ou torpe e etc.) ou uma causa de diminuição de pena(Relevante valor moral ou social e etc.). Admite-se homicídio com dolo eventual, reconhecido pela jurisprudência: Ler a pagina 29 – Manual de Direito Penal- Mirabete. Consumação/Tentativa: Homicídio é um crime material e se consuma com a morte da vítima. Não há um único sinal que se possa considerar como definitivo da ocorrência da morte. Fala-se em: - Morte clínica: paralisação da função cardíaca e respiratória; - Morte cerebral: registrada pela linha reta no eletroencefalograma por ausência de impulsos elétricos cerebrais. - Morte biológica: deterioração celular. JAMES JESSER RODGHER 10 Obs. A. Almeida Jr. e J.B.O Costa Jr. “dar-se a Morte não apenas quando houver silencio cerebral, revelado pelo eletroencefalograma mas, também, quando ocorrer concomitantemente a parada circulatória e respiratória em caráter definitivo” Sendo assim, diagnosticar-se-á a morte após a cessação do funcionamento cerebral, circulatório e respiratório. - A prova do homicídio é fornecida pelo laudo de exame de corpo de delito (necroscópico). Quando não é possível o exame direito (o corpo da vítima não é encontrado ou desaparece), permite-se a constituição do corpo de delito indireto por testemunhas por testemunhas, por exemplo, não suprindo a simples confissão do agente (arts. 158 e 17,CPP). Exame de Corpo de Delito Direto (presente) Laudo Exame de Corpo de Delito Indireto (ausente) Após iniciados os atos executórios: - Consumado: o agente executa com êxito o verbo descrito “matar”. (Art. 14, I, CP) - Tentado: sua ação não se consuma por circunstâncias alheias à sua vontade. (Art. 14, II, CP) - Lesão corporal: o agente que voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. Importante: a distinção entre a tentativa de homicídio e o delito de lesões corporais é dada apenas pelo elemento subjetivo, ou seja, pela existência ou não do animus necandi, embora este possa ser deduzido por circunstâncias objetivas (violência dos golpes, profundidade das lesões e etc.) 08/08/12 Homicídio Privilegiado: No § 1o do art. 121, é definido como crime de homicídio privilegiado, não delito autônomo, mas um caso de diminuição de pena, em virtude de circunstâncias especiais que se ajuntam ao foto típico fundamental. Existem 3 hipóteses: 1. O agente comete o homicídio impelido por motivo de relevante (importante, considerável, digno de apreço) valor social(atinente interesse coletivo); 2. Impelido por motivo de relevante valor moral(relativo a interesse particular); � � � � � � � � � � � � 11 3. Sob o domíniode violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima (injusta provocação + emoção violenta + reação em seguida). Obs. Homicídio passional (crime praticado por amor quando praticado por relevante valor social ou moral ou sob influência de violenta emoção.) Cuidado: o crime deve ser cometido logo em seguida à provocação. ���� Não existe Legitima defesa da Honra. Homicídio Qualificado: em seu § 2o, o art. 121 contém as formas qualificadas do homicídio. Casos em que os motivos, meios ou recursos empregados, demonstram periculosidade da agente e menor possibilidade de defesa da vítima, tornando o fato mais grave. � Se há mais de uma qualificadora, as seguintes entram como agravantes, segundo o sistema trifásico. As circunstâncias são divididas em: a) Motivo: - Paga: homicídio mercenário - Promessa de recompensa: expectativa de pagamento - Motivo Torpe: motivo baixo, repugnante, viril. - Motivo Fútil: motivo insignificante, sem importância. b) Meios: - Veneno - Fogo - Explosivo - Asfixia - Tortura - Meio que possa resultar em perigo comum c) Modos: - Traição - Emboscada - Mediante Dissimulação: armadilha mortal que distraia a atenção da vitima do relembrando...... SISTEMA TRIFÁSICO 1º - Art. 59, CP Art. 68, CP 2º - agravantes e atenuantes 3º - diminuição e aumento (Art. 121, § 1º e 4º) � � � � � � � � � � � � 12 ataque pelo agente. - Recurso que torne impossível a defesa do ofendido. d) Finalidade: - Assegurar a execução - Ocultação - Impunidade - Vantagem de outro crime Obs. Responde pelo crime qualificado não só quem cometeu, mas também o mandante, o que paga ou promete recompensa, por ser elementar do crime. Art. 30, CP. Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime 10/08/12 Considerações: • Homicídio Premeditado � Não é qualificadora, entra na cominação da pena do caput do Art. 59, CP. Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime. Coexistência de Homicídio Qualificado e Privilegiado: Podem ocorrer ao mesmo tempo e serem usados para o cálculo da pena? � Sim, se estivessem juntos os requisitos subjetivos do art. 121 § 1º e as circunstâncias qualificadoras objetivas do art. 121 § 2°, III(exceto cruel) e IV. Privilegiado e qualificado Sim, se... Privilegiado subjetivo motivo Qualificado objetivo meio modo � � � � � � � � � � � � 13 Exemplo: O agente sabe que alguém vai cometer um crime, assassinado toda uma família. Então, por relevante valor moral (subjetivo), salva a família, cometendo o crime privilegiado, matando o criminoso por explosão (meio), por emboscada (modo), que são qualificadoras. • Genocídio – Lei 2.289/56 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal: a) matar membros do grupo; b) causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo; c) submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial; d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo; e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo; Será punido: Com as penas do art. 121, § 2º, do Código Penal, no caso da letra a; Com as penas do art. 129, § 2º, no caso da letra b; Com as penas do art. 270, no caso da letra c; Com as penas do art. 125, no caso da letra d; Com as penas do art. 148, no caso da letra e; Art. 2º Associarem-se mais de 3 (três) pessoas para prática dos crimes mencionados no artigo anterior: Pena: Metade da cominada aos crimes ali previstos. Art. 3º Incitar, direta e publicamente alguém a cometer qualquer dos crimes de que trata o art. 1º: Pena: Metade das penas ali cominadas. § 1º A pena pelo crime de incitação será a mesma de crime incitado, se este se consumar. § 2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço), quando a incitação for cometida pela imprensa. Art. 4º A pena será agravada de 1/3 (um terço), no caso dos arts. 1º, 2º e 3º, quando cometido o crime por governante ou funcionário público. Art. 5º Será punida com 2/3 (dois terços) das respectivas penas a tentativa dos crimes definidos nesta lei. Art. 6º Os crimes de que trata esta lei não serão considerados crimes políticos para efeitos de extradição. Art. 7º Revogam-se as disposições em contrário. Rio de Janeiro, 1 de outubro de 1956; 135º da Independência e 68º da República. JUSCELINO KUBITSCHEK Homicídio Culposo: Art. 121, §3o, é a conduta voluntária (ação ou omissão) que produz um resultado antijurídico não querido, mas previsível, ou excepcionalmente previsto, de tal modo que podia com as devida atenção, ser evitado. Imprudência, imperícia e negligência. Elementos: a) comportamento humano voluntário, positivo ou negativo. b) descumprimento do cuidado objetivo necessário, manifesto pela imprudência, negligência e imperícia. � � � � � � � � � � � � 14 c) Previsibilidade objetiva do resultado d) Inexistência de previsão do resultado e) morte involuntária Crimes de Trânsito: Art. 302, CTB (consultar a pagina 42/43 – Manual de Direito Penal – Mirabete) Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Parágrafo único. No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de um terço à metade, se o agente: I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente; IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros. Aumento de Pena no homicídio culposo (art. 121, §4o primeira parte) Hipóteses: a) Não observar regra técnica de profissão, arte ou ofício. b) Omitir socorro imediato c) Não procurar diminuir as consequências do ato d) Fugir para evitar prisão em flagrante. Nesta derradeira hipótese, existe o elemento subjetivo relativo à finalidade de evitar prisão em flagrante. � A fuga, se realizada em função de risco iminente (exemplo: linchamento), não caracteriza a qualificação. Aumento de Pena no homicídio doloso (art. 121, §4o segunda parte) Hipótese: a) Praticada contra menores de 14 anos b) Praticado contra maiores de 60 anos � � � � � � � � � � � � 15 Perdão judicial (art. 121, §5o): o juiz pode conceder o perdão judicial, se as consequências das infrações atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. Prevista em homicídio culposo. Aplicação: é aplicável aos § 3o e 4o do art. 121 e também aos § 6o 7o do art. 129,CP 17/08/12 INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO, OU AUXILIO A SUICÍDIO. Art. 122 - Induzirou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. Parágrafo único - A pena é duplicada: Aumento de pena I - se o crime é praticado por motivo egoístico; II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. � Prestar auxílio: só quando a conduta é acessória. � No caso do auxílio ao suicídio por enforcamento: - fornecer o banquinho � conduta acessória � Art. 122, CP. - chutar o banquinho � conduta principal � Art. 121, CP. Conceito: eliminação direta da própria vida ou mais precisamente, “deliberada destruição da própria vida”. Resumo: Art. 121, CP Caput: Homicídio Doloso Simples §1o - Homicídio Doloso Privilegiado §2o - Homicídio Doloso Qualificado §3o - Homicídio Culposo Simples §4o Primeira parte - Homicídio Culposo Qualificado §4o Segunda Parte - Homicídio Doloso §5o Perdão Judicial � � � � � � � � � � � � 16 Objetividade Jurídica: Preservação da vida humana. Não existe o “direito de morrer” de que falava Ferri. Sujeito Ativo: Qualquer Pessoa Sujeito Passivo: Qualquer pessoa (desde que tenha discernimento, senão o crime poderá ser homicídio) Tipo Objetivo: A participação pode ser física ou moral. - Induzir (incitar) - Instigar (estimular ideia já existente) - Auxiliar (ajudar materialmente). Ainda que o agente pratique mais de uma ação, o crime será único (tipo alternativo). Não pode haver auxílio por omissão. Obs. Quando ocorre fraude, por ser meio de induzimento será considerado homicídio. Ex. Uma pessoa entrega a arma ao outro e diz que esta descarregada, quando ocorre o contrário, e convence a vítima a puxar o gatilho após apontar a arma para a própria cabeça. Há homicídio, também, se a vítima se suicida por coação do agente; se o constrangimento for resistível, haverá induzimento. Tipo Subjetivo: Dolo (vontade livre e consciente de praticar a conduta prevista) e o elemento subjetivo do tipo (conduta séria do agente, no sentido de que a vítima, efetivamente venha a se matar). Obs. Tem que haver uma relação de causalidade entre a conduta do agente e o suicídio. Perfeitamente possível é a ocorrência de dolo eventual. Ex. Suponha-se que o marido pratique sevícias contra a esposa, não obstante a intenção de que ela virá a suicidar-se em caso de reiteração das agressões. Se ele continuar a seviciar a vítima, vindo esta a suicidar- se, responderá pela participação delituosa. Consumação/ Tentativa Consumação: Com a morte da vítima ou ocorrência de lesão grave (Crime Material) Tentativa: Não se admite � � � � � � � � � � � � 17 Qualificadoras: aplica pena duplicada à do caput. - Motivo egoístico(inciso I): é a vantagem pessoal. Trata-se do motivo de agir, constituindo elemento subjetivo do tipo. - Se a vítima é menor(inciso II, primeira parte): Deve ser menor de 18 anos; entretanto precisa ter certo entendimento. - Vítima com capacidade de resistência diminuída por qualquer causa(inciso II, segunda parte)ex. embriagados, doentes, etc. Obs. Idade entre 14 e 18 (se tiverem idade inferior, será homicídio) O crime previsto no Art. 122, CP não pode ser omissivo. Dolo Eventual: o neto que entrega a bolsa contendo arma municiada ao avô, que se encontra internado e suspeitava ser portador de moléstia incurável. Distinções: a) Pacto de Morte: Exemplo comum é o do casal de namorados que se tranca em uma sala abrindo a torneira de gás. Aqui temos os seguintes desdobramentos: - Aquele que abriu a torneira sobrevive, enquanto o outro falece. O sobrevivente responderá por homicídio (art.121), visto que praticou ato executório. - Ambos sobrevivem sofrendo lesão grave: aquele que abriu a torneira responde por tentativa de homicídio (art. 121 c/c art. 14, II, do CP). O outro responde pelo induzimento, instigação ou auxilio ao suicídio (art. 122). - Se ambos sobrevivem e não há lesão grave: aquele que abriu a torneira responde por tentativa de homicídio, enquanto o que não abriu não responde por nada, visto que o fato é atípico. b) Roleta Russa: aqui temos uma arma com um projétil, assim os participantes ficam a mercê da sorte, puxando o gatilho(contra si mesmo). O sobrevivente responde pelo art. 122 do Código Penal. c) Duelo Americano: nesse caso temos duas armas, sendo certo que somente uma delas está carregada. Assim, os participantes atiram contra a própria cabeça. O sobrevivente responde pelo art. 122 do Código Penal. Resumo: Art. 122 Caput: Simples Parágrafo único, incisos I e II: Qualificado. � � � � � � � � � � � � 18 INFANTICÍDIO Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de dois a seis anos. Conceito: Trata-se de homicídio cometido pela mãe contra seu filho nascente ou recém- nascido, sob a influência puerperal. É uma hipótese de homicídio privilegiado, por receber especial diminuição de pena por motivos fisiopsicológico. Objetividade Jurídica: é a preservação da vida humana, não só do recém-nascido (neonato), como também daquele que esta nascendo (nascente, neste caso na transição entre a vida endouterina e a extrauterina ) Sujeito Ativo: Só a mãe, por se trata de crime próprio, visto que o dispositivo refere- se ao próprio filho e ao estado puerperal. Puerpério: é o período que vai do deslocamento e expulsão da placenta, até a volta do organismo materno ás condições pré-gravídicas. Sua duração é, pois de seis a oito semanas. Trata-se de fenômeno não bem definido sendo por vezes confundido com perturbação da saúde mental, deixando a mãe sem condições de entender o que esta fazendo, ou ainda o caráter ilícito da aça. É desnecessário a Pericia. Sujeito Passivo: o recém-nascido, ou o feto que esta nascendo, não o feto sem vida própria ou o aborto. Tipo Objetivo: é a prática do delito por qualquer meio, até por omissão (Art.13 §2o, a); mas deve ser cometido durante ou “logo após”(critério relativo que pode variar) o parto (elemento normativo temporal). O parto inicia-se com a contração do útero e o deslocamento do feto, e termina com a expulsão da placenta. Abandono do recém-nascido pode configurar infanticídio ou delito do Art. 134, § 2º, CP Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - detenção, de um a três anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - detenção, de dois a seis anos. � � � � � � � � � � � � 19 Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade de causar a morte do filho nascente ou recém- nascido (dolo direto), como a de assumir conscientemente o risco do êxito letal (dolo eventual). Não existe a forma culposa Consumação: Com a morte do nascimento ou recém-nascido. Estado puerperal: elemento do crime – e assim, se comunica ao coautor ou partícipe (Art. 30, CP), salvo se este desconhecer sua existência. Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. a) Mãe mata com ajuda de 3º: b) 3º mata, contando com auxilio da mãe c) Mãe e 3º realizam conduta principal Alguns autores (Fragoso, Mayrink da Costa) não admitem coautoria no infanticídio, porque estado puerperal seriauma condição “personalíssima” (o 3º responderia por homicídio). Há discussão doutrinária a respeito. Tentativa: é admissível, sendo o infanticídio um crime plurissubsistente. Distinção: distingue-se o infanticídio de aborto porque este somente pode ocorrer antes do início do parto. -Não se verificando que a mãe tirou a vida do filho recém-nascido sob a influência puerperal, a morte se adequara figura típica do homicídio. -Quando a me expõe ou abandona o recém-nascido, para ocultar desonra própria, estando ou não sob a influência do estado puerperal, ocorre o crime de exposição ou abandono de recém-nascido, qualificando quando resultar de lesão corporal de natureza grave ou morte (art. 134 e seus parágrafos). -Erro: pode haver crime impossível quando a mãe pratica o fato já estando a criança morta. Tem que fazer exame pericial. Concurso de pessoas: Ler: http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/ETIC/article/viewFile/1883/1788 � � � � � � � � � � � � 20 22/08/12 ART. 124 ABORTO PROVOCADO PELA GESTANTE OU COM SEU CONSCENTIMENTO Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque: Pena - detenção, de um a três anos Conceito: é a interrupção da gravidez com a destruição do produto da concepção. O art. 124 possui duas figuras: a) aborto provocado pela própria gestante, também chamado autoaborto (primeira parte); b) com consentimento da gestante que outrem lhe provoque o aborto (segunda parte). Na segunda figura (consentimento) o crime é duplo. A gestante que consente em que outrem lhe pratique o aborto, incide no art. 124. Toda via, quem pratica os atos matérias do aborto incorre nas penas do art. 126 Óvulo Fecundado: até três semanas de gestação Morte Embrião: de três semanas a três meses de gestação Feto: após três meses de gestação. Obs. a lei não distingue o óvulo, embrião ou feto. Espontâneo ou Natural: problemas de saúde da gestante Formas de Aborto Acidental: queda, atropelamento e etc. Econômico: Mulher que trabalha, falta de condições para sustentar mais um filhe e etc. Provocado: aborto criminosos Moral: gravidez extra matrimônio, estupro e etc. Individual: Vaidade, egoísmo, horror a responsabilidade e etc. Obs. No caso de aborto espontâneo ou natural não existe delito. � � � � � � � � � � � � 21 Curiosidade: atualmente, grande número de países não mais incrimina o aborto quando provocado até o terceiro ou quarto mês de gravidez (Suécia, Dinamarca, Finlândia, Inglaterra, França, Alemanha, Áustria, Hungria, Japão, Estados Unidos e etc.) Resumo da Lei: Auto aborto e consentimento no aborto (art.124) Aborto sem consentimento da gestante (art.125) Aborto com o consentimento da gestante (art.126) Objetividade jurídica: tutela a vida humana em formação, chamada vida intrauterina. Protege também a vida e a integridade corporal da mulher gestante no caso de aborto provocado por terceiro sem seu consentimento. Curiosidade: Na Itália, o aborto é crime contra a continuidade da estirpe* *Estirpe: Raiz; Origem, tronco, linhagem, raça, ascendência, cepa. Sujeito Ativo: No auto aborto ou aborto consentido, só a gestante pode ser agente (crime próprio). No provocado por terceiros, com ou sem consentimento da gestante: qualquer pessoa (crime comum). Sujeito passivo: No auto aborto é o feto; No provocado por terceiros com ou sem consentimento da gestante, será o feto e a gestante. Tipo Objetivo: Químico: fósforo, chumbo, mercúrio, arsênico Orgânico: quinina, estricnina, ópio, beladona e etc. Processos Mecânicos: traumatismo do ovo com punção, dilatação do colo do útero, curetagem do útero, microcesária Físicos Térmicos: bolsa s de agua quente, escalda-pés etc. Elétricos: Choque elétrico por maquina estática Psíquicos ou Morais: são os que agem sobre o psiquismo da mulher (sugestão, susto, terro, choque moral e etc) Obs. Sendo o meio empregado inteiramente ineficaz, como ocorre na aplicação de injeção sem efeito abortivo, haverá crime impossível. Há também tentativa inidônea*, diante da impropriedade absoluta do objeto, nas manobras abortivas praticadas em mulher que não se encontra grávida ou dirigidas a feto já morto. � � � � � � � � � � � � 22 *A tentativa inidônea ocorre quando o meio utilizado é absolutamente ineficaz ou quando não existe o bem jurídico, ou seja, o bem jurídico não ingressa no raio de ação da conduta criminosa. Ela tem correlação com as hipóteses de crime impossível. Importante: Já se tem negado a possibilidade da prática do crime de aborto por omissão. Nada, porém, a impede; responde por aborto o médico, parteira, ou enfermeira que, dolosamente, não toma medidas para evitar o aborto espontâneo ou acidental uma vez que têm eles o dever jurídico de impedir esse resultado. O aborto é crime que deixa vestígios, sendo indispensável de sua existência material por meio de exame de corpo de delito. Não sendo possível o exame pericial direto, a prova testemunhal ou documental poderá suprimir-lhe a falta, ressalvando-se que se a palavra da gestante não basta, por si só, para tal finalidade. Tipo Subjetivo: O aborto é um crime doloso. É necessário que o agente queira o resultado ou assuma o risco de produzi-lo. Age com dolo eventual aquele que agride a mulher sabendo do estado de gravidez. Haverá, no caso, um concurso formal de delitos. � A tentativa de suicídio da mulher grávida não é punível com tentativa de aborto. � Não existe crime de aborto culposo e, assim, a imprudência de mulher grávida que causa a interrupção da gravidez não é conduta punível. � O terceiro que, culposamente, cause o aborto, responde por lesão corporal culposa. Consumação e Tentativa: Consuma-se o aborto com a interrupção da gravidez e a morte do feto, desnecessário a existência da expulsão. Com a morte do feto ou destruição do óvulo . A tentativa existe quando as manobras abortivas não interrompem a gravidez ou provocam apenas aceleração do parto, com a sobrevivência do neonato. Morto este após o nascimento, ocorrerá infanticídio, se autoria do crime couber à mão, e homicídio se a terceiro. Em ambos os casos, pode dar-se “um concurso material de crimes – de aborto tentado (pois o feto não morreu por via deste) e de homicídio ou infanticídio consumado. “Se o feto nasce vivo e viável, Diz Frederico Marques, e vem a perecer ulteriormente, em consequência das manobras abortivas, o crime de aborto se consuma; mas se a morte resultou de causa independente, existirá apenas tentativa de aborto.” Importante Ler Pag. 60 (Mirabete) 4.4.8 ABORTO PROVOCADO POR TERCEIROS Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de três a dez anos. A pena comida é mais grave, porque o agente provoca o aborto sem oconsentimento da gestante, no caso também vítima do crime. � � � � � � � � � � � � 23 Ir ao parágrafo único do art. 126 quando for empregado pelo agente a força (violência), a ameaça ou a fraude. Exemplo dessa última seriam os casos de convencer a gestante de que está praticando uma intervenção cirúrgica para remover um tumor ou fazê-la ingerir um abortivo supondo que se trata de um medicamento. Obs. Presume-se não haver consentimento da gestante: o Menor de 14 anos (desenvolvimento mental incompleto) o Alienada (que sofre de doença mental) o Débil Mental (com desenvolvimento mental retardado) Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência forma qualificada. Aquele que pratica as manobras abortivas ou causa de outra forma. Obs. O consentimento pode ser expresso ou tácito, deve existir desde o inicio da conduta aé a consumação do crime, responde pelo 125 o agente. Quando a gestante revoga seu consentimento durante a execução de aborto, a passividade e a tolerância da mulher equivalem ao consentimento tácito, quem participa responderá pelo 124. Cuidado: O erro de agente, supondo justificadamente que há consentimento da gestante , quando isso não ocorre, é erro de tipo, devendo ele ser responsabilizado pelo art. 126 e não pelo art. 125. FORMA QUALIFICADA Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. É evidente que o resultado mais grave (lesão corporal grave ou morte), condições de maior punibilidade, não deve ter sido querida, nem mesmo eventualmente, pelo agente: Responderá por crimes de lesões corporais ou homicídio, em concurso com o aborto. O art. 127 refere-se ao crime preterdoloso, em que o agente não quer o resultado – lesão grave ou morte. Caso o feto sobreviva, o agente responderá por tentativa de aborto, em concurso com lesão corporal grave ou morte da gestante. Não ocorre a qualificadora quando houver lesão grave necessária para o aborto (lesão do útero, por exemplo). Nesses casos, é ela consequência normal do fato. � � � � � � � � � � � � 24 Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. Aborto Necessário: Inciso I Aborto no caso de gravidez resultante de estupro: Inciso II No primeiro caso, esta previsto o aborto necessário (ou terapêutico) que, no entender da doutrina, caracteriza caso de estado de necessidade (que não existiria no caso de perigo futuro). Não é necessário que o perigo seja atual, basta a certeza de que o desenvolvimento da gravidez poderá provocar a morte da gestante. Afirma Adriano Marrey “depende o aborto necessário do consentimento da gestante, pois não se compara a uma intervenção cirúrgica, que pode ser levada a efeito contra a vontade do paciente” mas na verdade o médico não necessita do consentimento para intervir, já que a este se refere o inciso II. Cabe ao médico decidir sobre a necessidade do aborto a fim de preservar o bem jurídico que a lei considera mais importante (a vida da mãe) em prejuízo do bem menor (a vida intrauterina). Obs. Caso o aborto seja praticado por pessoa não habilitada (a lei fere-se apenas ao médico), poder-se-á alegar estado de necessidade, nos termos do art. 24, se se tratar da existência de perigo atual para a vida da mulher. No segundo caso, esta previsto o aborto sentimental (ou ético, ou humanitário), que é aquele que pode ser praticado por ter a gravidez resultado de estupro. Para que o médico pratique aborto não há necessidade, evidentemente, da existência da sentença condenatória contra o autor do estupro e nem mesmo de autorização judicial. Deve ele submeter-se ao código de ética médica, admitindo como provo elementos sérios a respeito da ocorrência do estupro (boletim de ocorrência, declarações, atestados e etc). Obs. se o médico for induzido a erro inevitável por parte da gestante ou de terceiro sobre a ocorrência do estupro, que não se verificou, não responderá pelo crime de aborto (erro de tipo permissivo) Aborto Eugenésico: executado ante a suspeita de que o filho virá ao mundo com anomalias graves, por herança dos pais. Não há excludente de criminalidade. Entretanto há uma tendência à descriminalização do aborto eugênico em hipótese específica: � Anencefalia (ausência ou má formação de cérebro) � Má conformação congênita do feto � Psicológicos � Agenesia renal (ausência de rins) � Abertura abdominal � � � � � � � � � � � � 25 � Síndrome de Patau (em que há problemas renais, gástricos e cerebrais gravíssimos) Aborto Social: (ou econômico), realizado para impedir que se agrave a situação de penúria ou miséria da gestante. Pune-se Aborto Honoris Causa: praticado em decorrência da gravidez extramatrimonium. Obs. O descarte de embrião obtido a partir de fertilização em vitro por técnicas de reprodução assistida não se configura aborto, por não se tratar de vida intrauterina. Ler: lei 11105/05 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/96812/lei-de-biosseguranca-lei-11105-05 Ler pagina 66 (Mirabete) LESÃO CORPORAL Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. Lesão corporal de natureza grave § 1º - Se resulta: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; II - perigo de vida; III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV - aceleração de parto: Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 2º - Se resulta: I - Incapacidade permanente para o trabalho; II - enfermidade incurável; III perda ou inutilização do membro, sentido ou função; IV - deformidade permanente; V - aborto: Pena - reclusão, de dois a oito anos. Lesão corporal seguida de morte § 3º - Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. � � � � � � � � � � � � 26 Diminuição de pena § 4º - Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Substituição da pena § 5º - O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis: I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; II - se as lesões são recíprocas. Lesão corporal culposa § 6º - Se a lesão é culposa: Pena - detenção, de dois meses a um ano. Aumento de pena § 7º - Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º. § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121. § 9º - Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. § 10. Nos casos previstosnos §§ 1º a 3º deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9º deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). § 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. Divisão: a) Lesão (dolosa) leve ou simples (caput do artigo); b) Lesão (dolosa) qualificada pelo resultado (§§1o , 2o e 3o) c) Lesão (dolosa) privilegiada (§§4oe 5o); d) Lesão (culposa) (§6o) e) Lesão culposa ou dolosa com aumento de pena (§7o); f) Lesão (dolosa) leve ou simples qualificada pela violência doméstica (§9o). este parágrafo prevê, sob o nomen iuris de violência de violência doméstica, que, se a � � � � � � � � � � � � 27 lesão (dolosa) leve for praticada nesse contexto, ela será qualificada, detenção de três mês a três anos; g) Lesão (dolosa) grave, gravíssima ou seguida de morte com aumento de pena pela violência domestica (§10). Este parágrafo estabelece uma causa especial de aumento de pena (um terço), quando as figuras dos §§ 1o ao 3o (lesões graves, gravíssimas ou seguidas de morte) forem praticadas no contexto de violência doméstica mencionado pelo §9o; h) O §8o refere-se à especial hipótese de perdão judicial, somente aplicável as lesões corporais culposas; i) §11 prevê que, na hipótese do §9o, haverá aumento de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. Objeto Jurídico: a integridade física ou fisiopsíquica da pessoa. Sujeito Ativo: Qualquer pessoa. A auto lesão é impunível. Sujeito Passivo: Qualquer pessoal. Consumação: com a efetiva ofensa à integridade física ou psíquica. Ainda que a vítima sofra mais de uma lesão, o crime será único. Obs. Crime instantâneo Tentativa: “juridicamente impossível a tentativa de lesões corporais” Mas tal orientação, contudo, é isolada, opinando a doutrina pela possibilidade da tentativa, indiscutível o agente que quer causar dano a saúde de outrem, não consegue por circunstâncias alheias a sua vontade. Tipo Objetivo: O núcleo do tipo é ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem, incluindo, pois, toda conduta que causar mal físico, fisiológico ou psíquico à vítima. Obs. Corte de barba e cabelo, desde que praticado o dissenso da vítima e não se trate de remoção ou arrancamento de parte insignificante. Obs2: Vários ferimentos causados à mesma vítima em uma mesma conduta(disparos, golpes de facas, socos, pedradas e etc.) perfazem uma única unidade, constituindo crime único. Tipo Subjetivo: O dolo do crime é a vontade de produzir um dano ao corpo ou à saúde de outrem ou, pelo menos, de assumir o risco de resultado. Animus laedendi ou Animus Nocendi. Lesão Corporal leve ou simples: A definição de lesão corporal leve é formulada por exclusão, ou seja, configura-se quando não ocorre nenhum dos resultados previstos nos §§1o , 2o e 3o, lesão corporal leve, simples ou comum é a lesão tipificada em seu tipo fundamental, ou seja, a ofensa a integridade física ou à saúde de outrem, nos limites do caput do artigo. A lesão tipificada no caput é sempre dolosa. � � � � � � � � � � � � 28 Requisitos essências lesão corporal dolosa: a) Dano a integridade física ou à saúde de outrem; b) Relação casual entre ação e resultado; c) Animus laedendi Lesão corporal grave: o §1o relaciona 4 hipóteses, que qualificam a lesão corporal. I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 dias. Ocupações: trabalho, lazer, recreação e etc. Obs. a simples vergonha de aparecer em público, mesmo que decorrente de marcas ou cicatrizes deixadas pelas lesões, não caracteriza a qualificadora. Cuidado: a prostituição que pode ser imoral, mas não é ilícita. Se a prostituta, que foi ferida e não puder retornar as suas atividades normais por mais de 30 dias, configurará a qualificadora. Exame complementar: validade Somente o exame de corpo de delito é insuficiente para a caracterização da qualificadora da incapacidade para a ocupações básicas por mais de 30 dias, devendo ser complementado por outro exame, realizado logo que tenha decorrido o prazo de 30 dias, a contar da data do fato. II- Perigo de vida. Não se trata de mera possibilidade, mas de probabilidade concreta e efetiva de morte, quer como consequência da própria lesão, quer como resultado do processo patológico que esta originou. O perigo deve ser pericialmente comprovado. O resultado morte deve ser provável e não meramente possível. Obs. a probabilidade de morte da vítima não deve ser objeto do dolo do agente, caso contrário deveria responder por tentativa de homicídio, e não por lesão corporal grave com risco de vida. III- Debilidade permanente de membro, sentido ou função. Debilidade: é a redução ou enfraquecimento da capacidade funcional da vítima. Permanente: é a debilidade de duração imprevisível, que não desaparece com o ocorrer do tempo. Mas no sentido etimológico de permanente, tem-se admitido que não é necessário que seja definitivo. A recuperação artificial(tratamento reeducativo, ortopédico) já é, por si só caracterizadora do estado permanente da debilidade acarretada pela lesão; Membros: são partes do corpo que se prendem ao tronco, podendo ser superiores, inferiores; braços, mãos, pernas e mãos; Sentido: é a faculdade de percepção, de constatação, comunicação; visão, audição, olfato, paladar e tato; Função: é a atividade específica de cada órgão do corpo humano (ex. respiratório, circulatório, digestivo, secretora, locomotora, reprodutora e sensitiva. IV – Aceleração do Parto É a antecipação do nascimento do feto com vida. � � � � � � � � � � � � 29 É indispensável que o feto esteja vivo, nasça com vida e continue a viver, caso contrário, se morrer, no útero ou fora dele, configurar-se-á aborto, e a lesão corporal será qualificada como gravíssima (§2o, V ) Obs. O desconhecimento da gravidez determina a desclassificação para lesões leves Obs2. Todas as qualificadoras do §1 o são de natureza objetiva,. Significa dizer que, havendo concurso de pessoas, elas se comunicam, desde que tenham sido abrangidas pelo dolo do participante. Lesão corporal gravíssima:§2o relaciona 5 hipóteses. As dimensões das consequências do crime é consideravelmente mais graves. Os efeitos da lesão, de regra, são irreparáveis. I – Incapacidade permanente para o trabalho Obs. Se ficar incapacitado para esta atividade específica, mas puder exercer outra atividade laboral, não se configura a lesão gravíssima, ainda que a incapacidade específica seja permanente. Desclassifica-se a infração penal para lesão corporal grave. A incapacidade, nesta espécie de lesão “não é para atividades habituais”, mas somente para o trabalho, para desempenho de atividade laboral, profissional, lucrativo. A incapacidade também não é temporária, mas definitiva. No entanto, não se exige que seja perpétuo, bastando um prognóstico firme de incapacidade irreversível. A “incapacidade permanente” deve ser de duração incalculada, ou seja, que a natureza das lesões não ofereça condições de diagnosticar a época de uma possível cessação. II – Enfermidade Incurável Segundo os especialistas, é um processo patológico em curso. Enfermidade incurável é a doença cuja curabilidade não é conseguida no atual estágio da medicina, pressupondo um processo patológico que afeta a saúde em geral. A incurabilidade deve ser confirmada com dados da ciência atual, com um juízo de probabilidade. Incurável deve ser entendido em sentido relativo, sendo suficiente o prognóstico pericial para caracterizá-lo, pois em termos da ciência médica nada é certo, tudo é possível. Cuidado: Não confundir debilidade permanente com enfermidadeincurável. Debilidade permanente: é o estado consecutivo a uma lesão traumática, que limita duradouramente o uso, a extensão e energia de uma função, sem comprometer o estado geral do organismo. Enfermidade: ao contrário, deve ser entendida como o estado que duradouramente altera e progressivamente agrava o teor do organismo. Ex. Quando agressão corporal provoca, por exemplo, fratura de um osso da perna, pode suceder que o ofendido se cure da lesão, mas permaneça coxo, isto é, com debilidade permanente na pena. Todavia, se ele não se cura e no osso fraturado forma-se sede de um processo osteomielítico tuberculoso’ provavelmente incurável, verifica-se a existência de enfermidade incurável. III – Perda ou inutilização de membro, sentido ou função Há perda quando cessa o sentido ou função, ou quando o membro ou órgão é extraído ou amputado. Perda é a extirpação ou eliminação de órgão (membro, sentido ou função). A perda pode operar-se por meio de mutilação ou amputação; a primeira ocorre no mento da ação delituosa, seccionando o órgão; a segunda decorre de intervenção cirúrgica, com a finalidade de minorar as consequências. Há inutilização quando cessa ou interrompe-se definitivamente a atividade do membro, sentido ou função. Na inutilização não há a exclusão, mas a subsistência, embora inoperante. A inutilização do membro, sentido ou função não é outra coisa que a sua perda funcional; Perda é o perecimento físico, é a eliminação material do órgão. Na inutilização o membro permanece ligado ao corpo, mais inoperante em sua atividade própria. Cuidado: distinguir debilidade permanente e perda ou inutilização. A perda de um olho (debilidade) não se confundi com a perda de visão (perda de sentido) � � � � � � � � � � � � 30 IV – Deformidade permanente A deformidade, para caracterizar essa qualificadora , precisa representar lesão estética de certa monta, capaz de produzir desgosto, desconforto, a quem vê e vexame ou humilhação ao portador. Não é, por conseguinte, qualquer dano estético o físico capaz de configurar a qualificadora. A deformidade não se limita ao rosto da vitima, mas pode ser em qualquer outra parte do copor onde o defeito seja visível, como, por exemplo, lesão óssea em membros inferiores obrigando a vítima coxear, ou na coluna vertebral, tornando gibosa. Deformidade permanente implica a existência dano estético, considerável decorrente de defeito físico permanente. É necessário que haja comprometimento permanente, definitivo, e irrecuperável do aspecto físico-estético. A deformidade não perde o caráter de permanente quando pode ser dissimulada por meios artificias, como, por exemplo, cirurgia plástica, a quem nunca esta obrigado. A deformidade que somente pode ser eliminada ou removida mediante cirurgia plástica constitui, comprovadamente a qualificadora. Não caracteriza “perda de membro, sentido ou função” a cirurgia que estrai órgãos externos de transexuais com a finalidade de cura-lo ou de reduzir seu sofrimento físico ou mental. V – Aborto Trata-se de crime preterdoloso, ou seja, a dolo em relação à lesão corporal e culpa em relação ao aborto; este é provocado involuntariamente: o agente não quer o nem assume o risco de provoca-lo. Para que possa caracterizar-se a qualificadora de lesão corporal gravíssima, não pode ter sido objeto de dolo do agente, pois, nesse caso, terá de responder pelos dois crimes, lesão corporal e aborto, em concurso formal improprio, ou, ainda, por aborto qualificado, se a lesão em si for grave. Obs: É necessário que o agente tenha conhecimento da gravidez sem, contudo, querer o aborto. Se a ação do agente visar aborto, o crime será do artigo 125. O desconhecimento da gravidez, porem, afasta a qualificadora, constituindo erro de tipo. Não se deve confundir as figuras do art. 127, primeira parte, art.129 §2o V, pois há uma inversão de situações: na primeira, o aborto é querido e a lesão não; na segunda a lesão ‘ E o resultado desejado, enquanto o aborto não, nem mesmo eventualmente. Lesão corporal seguida de morte Também conhecido como homicídio preterdoloso: dolo nas lesões, culpa na morte. Se o resultado morte for imprevisível ou decorrente de caso fortuito, o sujeito responderá somente pelas lesões corporais. Se houver dolo eventual quanto ao resultado mais grave, o crime será de homicídio. A tipificação do crime como lesão corporal seguida de morte esta condicionada a que as circunstâncias do fato acontecido evidenciem que o querer do agente não inclui, nem mesmo eventualmente, o resultado morte que produz. Se o resultado não foi objeto do querer do agente, mas situa-se na esfera da previsibilidade, o crime é preterdoloso Art. 129 § 3o, não havendo homicídio doloso. Se a ação não foi orientada pelo animo de lesar, mas executando com imprudência, configurar-se homicídio culposo. Figuras Privilegiadas Formas privilegiadas: a) Impelido por motivo de relevante valor social; b) Impelido por motivo de relevante valor moral; c) Sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima. Obs. Lesões corporais privilegiadas, obrigatoriedade da redução de pena; As privilegiadoras constantes do §4o aplicam-se somente às lesões corporais graves, gravíssimas ou seguidas de morte. Para a hipótese de lesões corporais leves, as privilegiadoras são aquelas aplicáveis do §5o . � � � � � � � � � � � � 31 Lesão corporal culposa Lesão corporal será culposa desde que presentes os seguintes requisitos: a) Comportamento humano voluntário; b) Descumprimento do dever de cuidado objetivo; c) Previsibilidade objetiva do resultado; d) Lesão corporal involuntária; Obs. não existe tipificação da lesão culposa em modalidades grave ou gravíssima, as consequências do crime, mais ou menos graves, devem ser valoradas na analise das circunstancias judiciais (art.59) no memento da dosagem de pena. Isenção de pena ou perdão Judicial O §8o, disciplina sobre o perdão judicial, quando se trata de lesão corporal culposa. Doutrina e jurisprudência tem procurado definir. Violência Doméstica Ler as páginas 83, 84 e 85 (Mirabete) DA PERICLITAÇAO DA VIDA E DA SAÚDE PERIGO DE CONTÁGIO VENÉREO Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. § 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 2º - Somente se procede mediante representação. Bem Jurídico Tutelado: é a incolumidade física e a saúde da pessoa. Obs. A evidencia que a superveniência eventual da morte da vítima, decorrente de efetivo contágio venéreo, encontra proteção jurídica-penal no nosso ordenamento. Existem 2 hipótese: 1) Se o agente agiu, neste caso, com dolo (de perigo ou de dano, não importa), responderá pelo crime de “lesão corporal seguida de morte” art.129 §3o 2) Se a conduta precedente (prática sexual sem preservativo, por exemplo) foi negligente ao não observar que podia estar contaminado, pelas circunstancias pessoais e particulares, configurará uma conduta culposa, devendo responder por homicídio culposo (art. 121, §3o) Sujeito Ativo: pode ser qualquer pessoa, homem ou mulher, desde que sejam portadores de moléstia venérea. Obs. nem o matrimonio nem o exercício da prostituição constituem excludente ou dirimentes da responsabilidade penal pela exposição a contágio de moléstia venérea. Sujeito Passivo: pode ser qualquer ser vivo. Obs. trata-se, com efeito, de interesse público e, portanto, indisponível. O eventual consentimento do ofendido não afasta o interesse público em impedir a progressão dessas moléstias,que, se não � � � � � � � � � � � � 32 forem combatidas com eficácia, podem adquirir dimensões preocupantes ou, quem sabe, até atingir o nível de epidemia. Tipo Objetivo: a ação consiste em expor (colocar em perigo) a contágio de moléstia venérea de que sabe ou devia saber ser portador. O perigo tem que ser direto e iminente, isto é concreto, demonstrado e não presumido. O meio é somente através de relações sexuais ou qualquer outro ato libidinoso. Obs. relações sexuais têm uma abrangência superior àquela compreendida pela expressão conjunção carnal. Relações sexuais abrange: cópula vagínica, coito anal ou oral, instrumentos roliços ou dedos para a penetraçao no órgão sexual feminino, ou cópula vestibular, em que não há penetração. Atos libidinosos, diversos o cunnilingus, o pennilingus, o annilingus, lesbianismo, sadomia e etc. Cuidado: não se pode falar em crime de perigo venéreo se o perigo provir de qualquer outra ação, por exemplo, amamentação, utensílios domésticos e etc. poderá tipificar o crime do art. 131 desde que se trate de moléstia grave. Obs. é indispensável o contato pessoal em os sujeitos ativo e passivo, pois é impossível manter relação sexual ou praticar ato libidinoso sem contato pessoal. Importante: Se o agente contaminado procura evitar a transmissão da moléstia, usando preservativos, por exemplo, com certeza afastara o dolo. Se sobrevier eventual contaminação, em tese, não deverá responder se quer por lesão corporal culposa, pois tomou os cuidados objetivos requeridos nas circunstancias. Tipo Subjetivo: A) Caput primeira parte “de que sabe” é o dolo de perigo. B) Na segunda parte do caput “deve saber” dolo eventual C) No § 1o “se é intenção” há dolo de dano (direto) Consumação Com a prática da relação sexual ou de ato libidinoso, independentemente do efetivo contágio que, se ocorrer, será simplesmente o exaurimento do delito Tentativa Entende-se possível PERIGO DE CONTÁGIO DE MOLÉSTIA GRAVE Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Bem Jurídico Tutelado: incolumidade física e a saúde da pessoa Humana Obs irei pular o 131 e 132........ � � � � � � � � � � � � 33 ABANDONO DE INCAPAZ Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono: Pena - detenção, de seis meses a três anos. § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Aumento de pena § 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço: I - se o abandono ocorre em lugar ermo; II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima. III - se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído pela Lei nº 10.741 , de 2003) Bem Jurídico Tutelado: é a segurança da pessoa humana, o seu bem-estar pessoal, particularmente do incapaz de proteger-se contra situações de perigo decorrentes de abandono. Sujeito Ativo: qualquer pessoa que tenha especial relação de assistência e proteção com a vítima, ou seja, desde que a vítima esteja sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade. Crime próprio. Sujeito Passivo: Pode ser qualquer pessoa que se encontre numa das relação antes referidas, e não somente o menor. Na verdade, exige-se do sujeito passivo a presença simultânea de dois requisitos fundamentais: a) incapacidade; b) Relação de assistência com o sujeito ativo. Tipo Objetivo: São os elementos constitutivas do crime de abandono de incapaz: a) o abandono; b) a violação especial dever de assistência; c) a superveniência efetiva de um perigo concreto à vida ou à saúde do abandonado; d) a incapacidade de defender-se da situação de perigo; e)a vontade e a consciência de abandonar o incapaz expondo-o perigo. Tipo Subjetivo: é o dolo de perigo, representado pela vontade e consciência de expor a vítima a perigo através de abandono. Pode ser dolo eventual ou direito. Consumação: com o abandono efetivo do incapaz, desde que este corra perigo real, efetivo, isto é, concreto. Tentativa: é possível, especialmente da forma comissiva. Ex. mãe que irá expor o filho ao abandono, mas no seu caminho é surpreendida e impedida de realizar o intentado. Formas: Qualificadas: §§ 1 e 2, se resultar a) lesão corporal de natureza grave; b) a morte da vítima Majoração:§3, a) abandono ocorre em lugar ermo; b) o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima; c) a vítima maior de 60 anos. Obs. Não existe forma culposa � � � � � � � � � � � � 34 EXPOSICAO OU ABANDO DE RECÉM-NASCIDO Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - detenção, de um a três anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - detenção, de dois a seis anos. bem Jurídico Tutelado é a segurança do recém-nascido Sujeito Ativo: somente pode ser a mãe (crime próprio), visto que objetiva ocultar desonra própria. Sujeito Passivo: é o recém-nascido com vida , fruto de relações extramatrimoniais Tipo Objetivo: expor a perigo é exercer uma atividade sobre a vítima, transpondo-a, no espaço, da situação de segurança mais ou menos efetiva em que se encontrava para lugar onde ficará sujeito a risco contra a sua incolumidade pessoal. O abandono , é por sua vez, impropriamente um não fazer. Tipo Subjetivo: é o dolo de perigo, representado pela vontade e consciência de abandonar o recém-nascido, expondo a perigo. Com o intuito de ocultar desonra. Obs. se for por outro motivo o abandono, configura-se art. 133.CP Consumação: com o abandono efetivo do incapaz, desde que este corra perigo real, efetivo, isto é, concreto. Tentativa: é possível, especialmente da forma comissiva. Ex. mãe que irá expor o filho ao abandono, mas no seu caminho é surpreendida e impedida de realizar o intentado. Formas: Qualificadas: §§ 1 e 2, se a) do fato resulta lesão corporal de natureza grave; b) resulta a morte. Obs. se há animus necandi: infanticídio ou homicídio. Não há previsão da forma culposa. OMISSÃO DE SOCORRO Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. Bem Jurídico Tutelado: a preservação da vida e da saúde do ser humano , e o fundamento da criminalização da omissão de socorro é o respeito ao dever de solidariedade humana, um princípio moral erigido. Sujeito Ativo: pode ser qualquer pessoa, não querendo nenhuma condição particular, pois o dever genérico é de não se omitir. Sujeito Passivo: somente pode ser: a) criança abandonada ou extraviada; b) pessoa invalida ou ferida, desemparada; c) qualquer pessoa em grave e iminente perigo . Tipo Objetivo: Pode ser praticado de duas formas. a) deixar de prestar assistência; b) não pedir socorro à autoridade pública. Elementares típicas: possibilidade e ausência de risco pessoal. a) possibilidade de conduta: poder agir é um pressuposto básico de todo comportamento humano. Tambémna omissão, evidentemente, é necessário que o sujeito tenha a possibilidade física de agir, � � � � � � � � � � � � 35 para que possa afirmar que não agiu voluntariamente. b) Sem risco pessoal: a possibilidade de prestar socorro deve ser existir sem que o agente se exponha a risco pessoal. Tipo Subjetivo: é o crime de dolo de perigo, representado pela vontade de omitir com a consciência do perigo, isto é, o dolo dever abranger a consciência da concreta situação de perigo em que a vitima se encontra. Concurso de Pessoas: Se o agente tem dever jurídico de agir e omite-se intencionalmente; Agente que auxilia ou induz outrem a omitir a conduta devida; Se pluralidade de agentes recusa a assistência: todos respondem; se um deles presta socorro: demais estão eximidos, salvo se este socorro for insuficiente. Consumação: consuma-se com a omissão de socorro no lugar e no momento em que a atividade devida tinha que ser realizada, isto é, onde e quando o sujeito ativo deveria agir e não o fez. Tentativa: não se admite, pois não exige um resultado naturalístico produzido pela omissão. Classificação pela doutrina: crime próprio e instantâneo . Figura majorada: parágrafo único. Se resultar lesão de natureza grave ou morte. MAUS TRATOS Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a quatro anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. § 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. Bem jurídico Tutelado: são a vida e a saúde da pessoa humana, ou seja, a integridade fisiopsíquica do ser humano, especialmente daqueles submetidos a autoridade, guarde ou vigilância para fins de educação, ensino, tratamento ou custódia. Sujeito Ativo: somente quem se encontra na condição especial de exercer a autoridade, guarde ou vigilância, para fins de educação (atividade destinada a aperfeiçoar a capacidade individual), ensino (ministrar conhecimentos visando a formação básica cultural), tratamento ( cura e subsistência) ou custódia (detenção de uma pessoa para fim autorizado em lei). Sujeito Passivo: somente pessoa que se encontra subordinada para fins de educação, ensino, tratamento ou custodia. Tipo Objetivo: a) privar de alimentação; b) privar de cuidados indispensáveis; c) sujeitar a trabalho excessivo ou inadequado; d) abusar de meios corretivos ou disciplinares. Obs. nas 3 primeiras o crime é permanente e na ultima é instantâneo. Tipo Subjetivo: como crime de perigo, limita-se a consciência e a vontade de expor a vitima a grave e iminente perigo. � � � � � � � � � � � � 36 DOS CRIMES CONTRA A HONRA CALÚNIA, DIFAMAÇÃO E INJÚRIA CALÚNIA Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. § 2º - É punível a calúnia contra os mortos Exceção da verdade § 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141; III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. Bem Jurídico Tutelado: é o bem imaterial honra, que, na definição de Magalhães Noronha, pode “ser considerado com o complexo ou conjunto predicados ou condições de pessoa que lhe conferem consideração social e estima própria. Para os que adotam essa divisão, é a honra objetiva, isto é, a reputação do indivíduo, ou seja, é o conceito que os demais membros da sociedade têm a respeito do indivíduo, relativamente as seus atributos morais, éticos, culturais, intelectuais, físicas ou profissionais. Obs. O Direito penal não distingue a honra comum(refere-se a pessoa humana enquanto ser social) da honra profissional(diretamente relacionada à atividade exercida pelo indivíduo). Sujeito Ativo: pode ser qualquer pessoa, desde que seja imputável. A pessoa jurídica, por faltar-lhe a capacidade penal, não pode ser sujeito ativo dos crimes contra a honra. Sujeito Passivo: qualquer pessoa, inclusive os inimputáveis. Obs. Os mortos também podem ser caluniados, mas seus parentes serão os sujeitos passivos. Tipo Objetivo: Calunia é a imputação falsa a alguém de fato definido como crime. São previstas duas figuras típicas: a) imputar falsamente(caput): tem o sentido de atribuir, acusar; b)propalar ou divulgar(§1): tornar público. Para que o fato imputado possa constituir calúnia, precisam estra presentes: a)imputação de fato determinado qualificado como crime; b)Falsidade de imputação c) Elemento subjetivo: “Animus Caluniandi” Na falta de qualquer um desses elementos impede que possa se falar em fato definido como crime de calunia. Propalação da calunia: Propalar ou divulgar, que tem sentido semelhante e consistem em levar ao conhecimento de outrem, por qualquer meio, a calunia que, de alguma forma, tomou conhecimento. � � � � � � � � � � � � 37 Cuidado: Se o agente esta convencido de que a imputação é verdadeira, não responde pelo crime, pois incorre em erro de tipo, por ignorar uma elementar do tipo – falsamente -, ou seja, não sabe o que faz. A certeza do agente, embora errônea, de que a imputação é verdadeira impede a configuração do dolo. Se tiver dúvida sobre a falsidade, deverá abster- se da ação de imputar o fato ao sujeito passivo, caso contrários responderá pelo crime, por dolo eventual, na modalidade do caput. Cuidado2: “ouvi dizer, comentam, falam por aí e etc” – a pessoa assume o risco de ofender, pois ocorre um reforço para convicção do terceiro. Tipo Subjetivo: A calúnia é dolo de dano, que é constituída pela vontade consciente de caluniar a vítima, imputando-lhe a prática de fato definido como crime, de que sabe inocente. Possui Animus Caluniandi. Caput: Forma dolo, Eventual ou direta. §1: Dolo direito Consumação: Quando o conhecimento da imputação falsa chega a terceira pessoa, ou seja, quando se cria condição necessária para lesar a reputação da vítima. Tentativa: como regra, não admite a tentativa, mas existem teses que seja possível, dependendo do meio utilizado, através da escrita, por exemplo. Classificação doutrinária: Crime formal; Crime comum; Crime instantâneo Exceção da verdade: significa a possibilidade que tem o sujeito ativo de poder provar veracidade do fato imputado. Provada pelo agente que a imputação que faz é verdadeira, não se há que falar em calunia. A calunia admite exceção da verdade, salvo em 3 hipóteses: a) Nos crimes de ação privada, quando o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; b) Nos fatos imputados contra o presidente da república, ou contra o chefe de governo estrangeiro; c) Se o ofendido foi absolvido do crime imputado por sentença irrecorrível; DIFAMAÇÃO Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Exceção da verdade Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções Bem Jurídico Tutelado: é a honra objetiva, isto é, a reputação do
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