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POLÍGRAFO FISIOTERAPIA AQUÁTICA 2018

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Prévia do material em texto

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SAÚDE 
CURSO DE FISIOTERAPIA 
 
DISCIPLINA: FISIOTERAPIA AQUÁTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Google Imagens 
 
 Polígrafo elaborado pela: Prof. Ma. Patrícia Oliveira Roveda 
 
roveda.patricia@gmail.com / proveda@unisc.br 
Facebook: Patrícia Oliveira Roveda Fone: (55) 999344109 
 
Santa Cruz do Sul, 2018 II 
 2 
 
 
Olá querida (o) aluna (o) da disciplina de Fisioterapia Aquática! 
 
 Estamos iniciando mais um semestre e já me sinto feliz pela tua escolha, SER FISIOTERA-
PEUTA, PARABÉNS, NOSSA PROFISSÃO É APAIXONANTE! Sejas bem-vindo ao mundo da 
água/aquático, nos próximos meses estaremos convivendo intensamente, nos veremos toda a 
semana para compartilhar conhecimentos e experiências. Vou contar com sua vontade de 
aprender e ensinar, sua determinação e pró-atividade no decorrer do semestre, mas eu confio em 
você! Você está entrando no mundo diferenciado e maravilhoso da Especialidade Fisioterapia 
Aquática, onde o elemento água aquecida é o essencial. 
 A piscina aquecida será nosso cenário onde viveremos muitas sensações, reais, palpáveis, 
vamos relaxar, alongar, fortalecer e MUITO MAIS, as práticas serão recheadas de vivência e isso 
ficará com vocês para todo o sempre. Vamos construir, aprender juntos e eu estarei a disposição 
para auxiliar, para superarmos dificuldades e para tirar e gerar outras dúvidas. Cada um fazendo 
sua parte teremos um semestre produtivo, de amizade, parceira, muito aprendizado e selfies 
aquáticos, por que não! Estamos na era tecnológica onde muitas de nossas atividades estão 
condicionadas ao uso de mídia eletrônica, como o celular, e isso, na maioria das vezes, é muito 
bom, mas querido aluno peço, que respeitemos nossos momentos de aprendizagem individual e 
coletiva. Quando estivermos em sala de aula deixemos nossos inseparáveis celulares desligados! 
Eu deixarei o meu em respeito a você. 
 É muito importante que conheça a base teórica da disciplina para que se sinta seguro ao 
elaborar, criar e desenvolver bons planos e propostas para prevenção e tratamento dos pacientes. 
Os pacientes! Conhecê-los, avaliá-los, nos comprometermos junto a eles pela sua evolução, tocá-
los, ouvi-los, desafiá-los, gestos essenciais para uma boa prática na formação e na vida profissio-
nal. Praticar os exercícios, manuseios, pensar em novas possibilidades, inventar novos modos de 
trabalhar na água ou criar novos artefatos também pode fazer parte de nossas trocas. 
Você tem a sua disposição uma excelente infraestrutura no Setor de Hidroterapia, equipado 
com artefatos, uma monitora para auxiliar, então aproveite, faça monitorias você, sem dúvida se 
sentirá mais seguro e habilidoso para atender no estágio e na vida profissional, caso atue nesta 
especialidade. 
 Participe, questione, pesquise, aprofunde os conteúdos abordados em sala e na piscina. 
Vamos buscar sempre! No plano de ensino estão os conteúdos a serem trabalhados. E além deste 
polígrafo, você terá a disposição o polígrafo de exercícios com registros fotográficos e legendas. 
As aulas práticas podem ser fotografadas ou filmadas. Utilizem também os livros da biblioteca, tem 
excelentes materiais. Desejo que tenhamos um semestre inesquecível! Sugestões e críticas serão 
bem-vindas. 
 Abraço Profe Patrícia Roveda 
 
 
 
 
 3 
 
Sumário 
1. Elemento Água ................................................................................................6 
 
2. Conceitos ........................................................................................................7 
2.1 Hidroterapia ..........................................................................................7 
2.2 Hidroginástica.........................................................................................8 
2.3 Hidrocinesioterapia.................................................................................8 
2.4 Exercícios Aquáticos Terapêuticos.........................................................9 
2.5 Reabilitação Aquática.............................................................................9 
2.6 Fisioterapia Aquática..............................................................................9 
 
3. Breve Histórico da Hidroterapia.......................................................................10 
 
4. O Uso de Artefatos Aquáticos .........................................................................13 
4.1 Classificação de Artefatos.....................................................................14 
4.2 Peso Hidrostático de alguns Artefatos Aquáticos .................................14 
4.3 Registro Fotográfico dos Artefatos Aquáticos ......................................16 
 
5. Propriedades Físicas da Água (PF)..................................................................22 
5.1 Massa..........................................................................................................23 
5.2 Peso............................................................................................................23 
5.3 Densidade...................................................................................................23 
5.4 Densidade Relativa ou Gravidade Específica............................................23 
5.5 Refração.....................................................................................................24 
5.6 Pressão Hidrostática...................................................................................24 
5.7 Tensão Superficial......................................................................................25 
5.8 Flutuação....................................................................................................26 
5.9 Viscosidade................................................................................................28 
5.10 Turbulência...............................................................................................29 
5.11 Forças Coesivas ou de Coesão e Adesivas ou de Adesão......................31 
 
6. Benefícios / Efeitos e Precauções da Fisioterapia Aquática...........................35 
6.1.1 Efeitos Preventivos.................................................................................35 
6.1.2 Efeitos Terapêuticos...............................................................................35 
6.2 Precauções Gerais da Fisioterapia Aquática.............................................36 
 4 
 
7. Diversidades da Fisioterapia Aquática..........................................................36 
7.1 Variáveis a serem consideradas durante o movimento na água............36 
7.2 Indicações da Fisioterapia Aquática.......................................................37 
7.2.1 Indicações quanto a patologias...........................................................37 
7.2.2 Indicações quanto a sinais e sintomas................................................38 
7.3 Contraindicações da Fisioterapia Aquática............................................40 
7.3.1 Contraindicações Absolutas................................................................40 
7.3.2 Contraindicações Relativas.................................................................41 
 
8. Efeitos Fisiológicos da Imersão......................................................................43 
8.1 Sistema Circulatório...........................................................................43 
8.2 Sistema Respiratório.........................................................................458.3 Sistema Renal...................................................................................46 
8.4 Sistema Musculoesquelético ............................................................48 
8.5 Sistema Termorregulador .................................................................49 
8.6 Sistema Neurológico ........................................................................50 
8.6.1 O porquê da Fisioterapia Aquática em Neurologia? ........................50 
8.6.2 A teoria da comporta da dor..............................................................51 
 
9. Alguns Métodos Aquáticos...........................................................................52 
9.1 Bad Ragaz.........................................................................................53 
9.1.1 Tronco……………………………………………………………………..54 
9.1.2 Membros Inferiores………………………………………………...........57 
9.1.3 Membros Superiores…………………………………………………….60 
9.2 Ai Chi ...............................................................................................62 
9.3 Halliwick ..........................................................................................66 
9.4 Watsu ..............................................................................................66 
9.5 Pilates na água.................................................................................66 
9.6 Waterdance .....................................................................................75 
9.7 Jahara..............................................................................................75 
9.8 Aquastretching.................................................................................76 
 
10. Fisioterapia Aquática nas Faixas Etárias ..................................................76 
10.1 Fisioterapia Aquática em Pediatria..................................................76 
10.2 Fisioterapia Aquática na Terceira Idade.........................................78 
 5 
 
11. Fisioterapia Aquática nas Áreas Específicas ............................................80 
11.1 Avaliação Fisioterapêutica..................................................................80 
11.2 Fisioterapia Aquática em Pneumologia..............................................81 
11.3 Fisioterapia Aquática em Ortopedia e Traumatologia........................82 
11.4 Fisioterapia Aquática em Reumatologia.............................................84 
11.5 Fisioterapia Aquática em Neurologia..................................................85 
11.5.1 Estímulos sensoriais que mais se destacam na imersão................86 
11.5.2 Alguns recursos/manuseios que podem ser realizados..................86 
11.6 Fisioterapia Aquática em Ginecologia e Obstetrícia...........................87 
11.6.1 Objetivos Principais da Fisioterapia em Gestantes.........................88 
11.6.2 Fisioterapia Aquática em Cirurgias da Mama.................................89 
 
12.Dicas Gerais Sobre a Atuação em Fisioterapia Aquática .....................90 
 
13. Artigos para Complementarem o Conteúdo das Áreas Aplicadas.......91 
 
14. O Uso do Turbilhão...............................................................................96 
 
15. Referências Bibliográficas ....................................................................99 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
 
 
 
Conteúdos Programáticos da disciplina! Vamos iniciar então! 
 
1. Elemento Água 
O óxido de diidrogênio (H2O) ou água é um dos principais elementos da natureza 
humana e da própria Terra (70%). Várias teorias tentam explicar que a água é nosso habitat 
ancestral, desde Darwin quando fala da evolução das espécies, até a própria concepção que 
fomos gerados no líquido amniótico, no ventre materno, ou seja, em um ambiente líquido. 
Sendo assim, se fomos gerados na água, a água é nossa constituinte essencial porque não 
prevenir e reabilitar na água? 
A medicina tradicional da Índia, a mais antiga denominada Ayurveda, diz que a água 
possui um tipo de energia vital chamada prana e entre as qualidades do prana está a 
capacidade de energizar o organismo, tornando-o mais saudável (BONTEMPO, 1994 apud 
MARTINEZ, 2007). 
 
Porcentagens de água que o corpo humano contém: 
 
 
 
 
 
 
 
 50% do peso corporal 
 65% do peso corporal 
 7 
2. Conceitos 
2.1 Hidroterapia 
O termo vem do grego, é bastante abrangente, pois pode caracterizar qualquer for-
ma de tratamento que utilize água.  hydor = água, therapia = cura (SKINNER E 
THOMSON, 1985); 
Belánger (2012) simplifica e conceitua como “uso da água com fins terapêuticos”. 
Exemplos: 
Banhos de contraste: ________________________________________________________ 
Duchas: __________________________________________________________________ 
Crioterapia: _______________________________________________________________ 
Talassoterapia: ____________________________________________________________ 
Fangoterapia: _____________________________________________________________ 
Sauna: ___________________________________________________________________ 
Compressas úmidas: ________________________________________________________ 
Crenoterapia: ______________________________________________________________ 
Turbilhão: _________________________________________________________________ 
Ofurô/Furô: _______________________________________________________________ 
Exercícios /atividades na água = Fisioterapia Aquática:______________________________ 
__________________________________________________________________________ 
 
HIDROTERAPIA é um dos recursos mais antigos da Fisioterapia, porém desde 3 de 
setembro de 2014, com a Resolução 443/2014, passou a ser a ESPECIALIDADE 
FISIOTERAPIA AQUÁTICA. Terminologia utilizada também para denominar a disciplina do 
último currículo do Curso. 
 
Hidroterapia é definida como o uso externo da água com propósitos terapêuticos, que utiliza 
os efeitos físicos, fisiológicos e cinesiológicos, advindos da imersão do corpo em piscina, 
como recurso auxiliar da reabilitação, ou na prevenção de alterações funcionais (Candeloro e 
Caromano, 2006). 
 
Hidroterapia é um recurso fisioterapêutico que proporciona melhoras osteomioarticulares 
utilizando como princípios os elementos físicos da água – empuxo, viscosidade, pressão 
hidrostática, tensão superficial e temperatura (SALICIO; MATTOS; BRANDALI; SHIMOYA-
BITTENCOURT e SALICIO, 2015). 
 
 
 8 
2.2 Hidroginástica - surgiu no final da década de 1980, com o objetivo de utilizar exercícios 
aquáticos na posição vertical não visando a reabilitação e sim o condicionamento físico, 
cuidados com a saúde com fins mais estéticos e qualidade de vida. 
 
 
Diferenças entre FISIOTERAPIA AQUÁTICA/HIDROTERAPIA E HIDROGINÁSTICA 
 
 HIDROTERAPIA 
 
HIDROGINÁSTICA 
- Realizada exclusivamente por fisioterapeuta; 
- Profissional deve ficar dentro da piscina próxi-
mo ao paciente, isto implica a QUALIDADE da 
sessão; 
- Existe uma avaliação cinesiológica funcional 
prévia para definir objetivos específicos de acor-
do com as necessidades individuais avaliadas e 
investigação das contraindicações à imersão; 
- O tempo médio de sessão é 45 min. De acordo 
com o caso pode ser de 10 min. a 2 horas; 
- A temperatura da água é mais aquecida (em 
torno de 34 a 36ºC); Varia com estações do ano. 
- Durante a sessão são realizados, na maior par-
te do tempo, exercícios anaeróbios; 
- Os objetivos da sessão contemplam a preven-
ção, mas especialmentea reabilitação e trata-
mento; 
- O público alvo geralmente já apresenta sinais e 
sintomas e/ou diagnósticos clínicos prévios; 
- É realizado prioritariamente individualmente, e 
também sessões em duplas e pequenos grupos; 
- Realizada exclusivamente pelo profissional da 
educação física; 
- Profissional “geralmente” fica fora da piscina de-
monstrando os exercícios; 
- Não existe avaliação específica das condições 
prévia com definição de objetivos específicos indi-
viduais, as aulas são com objetivos coletivos; Às 
vezes fazem avaliação de componentes corporais. 
- O tempo médio de sessão é 45 min., mas muitas 
academias oferecem aulas de 1 hora; 
- A temperatura da água é menos aquecida (em 
torno de 28 a 31ºC); 
- Durante a sessão são realizados, na maior parte 
do tempo, exercícios aeróbios; 
- Os objetivos da sessão contemplam mais a pre-
venção, o condicionamento físico global, a estética 
corporal; 
- Geralmente o público alvo não apresenta sinais e 
sintomas e/ou diagnósticos clínicos prévios, e se 
apresenta não são o foco da atividade; 
- É realizado coletivamente (pequenos ou grandes 
grupos) e com raras exceções individualmente; 
 
 
2. 3 Hidrocinesioterapia 
  hydor = água, cinesio = movimento, therapia = cura ( LAPIERRE, l987). 
 Do grego: "hydor", "hydatos" = água / "therapeia" = tratamento (http://www.moreirajr. 
com.br/revistas.asp?id_materia=3368&f). 
 
 9 
 “É o uso do ambiente aquático e seus efeitos físicos, fisiológicos e cinesiológicos 
provenientes da imersão do corpo ou parte dele em meio líquido”. 
(RADL E ALVES, 2007 p.92) 
 
2. 4 Exercícios Aquáticos Terapêuticos – exercícios aquáticos juntamente com terapia física 
(BATES E HANSON, 1996). 
 
2. 5 Reabilitação Aquática ou Fisioterapia Aquática – Teoria científica mais fundamentos 
médicos e procedimentos clínicos (BECKER E COLE, 2000 E RUOTI/MORRIS E COLE, 2000). 
 
2. 6 Fisioterapia Aquática 
 “É a prática de exercícios terapêuticos e/ou preventivos em piscina aquecida 
associados ou não a manuseios, manipulações, massoterapia ou hidromassagem” 
(MARTINEZ, 2000; ROVEDA, 2004). 
 
 “Terapia de reabilitação física que se utiliza de exercícios, manuseios e técnicas es-
pecíficas fundamentalmente associadas às propriedades do meio líquido, com o objetivo de 
promover ganhos específicos que possam ser transferidos para o solo e, portanto, traduzidos 
em ganhos funcionais aplicáveis à vida diária de cada paciente” (SILVA E BRANCO, 2011). 
 
“A fisioterapia aquática, em virtude de suas propriedades hidrostáticas, hidrodinâmi-
cas e termodinâmicas associadas aos métodos de tratamento, favorece o trabalho de 
estimulação sensorial, motora e funcional” (KOPCZYNSKI, 2012). 
 
 “O especialista em Fisioterapia Aquática utiliza-se das diferentes possibilidades 
que as propriedades físicas da água possibilitam para avaliar e conduzir suas intervenções. 
Para isso considera o estado funcional do paciente e sua acessibilidade, bem como a 
adaptação individual do mesmo em grupo ao meio aquático” (Manual de Especialidades da 
Fisioterapia, CREFITO 5, pg. 12). 
 
 
 LEMBRETE! 
 FISIOTERAPIA AQUÁTICA NÃO É SOMENTE FAZER EXERCÍCIOS IGUAIS AOS DE SOLO 
NA ÁGUA. DEVEMOS PENSAR DE UM MODO DIFERENTE EM FUNÇÃO, PRINCIPAL-
MENTE DO EMPUXO E DA VISCOSIDADE DA ÁGUA! 
 10 
 
3. Breve Histórico da Hidroterapia 
A seguir, um pouco de informações a respeito do histórico desta especialidade, pois 
para chegarem ao atual reconhecimento muitas pessoas pesquisaram e testaram o meio 
aquático. Alguns fatos da Pré-história, até a Idade Contemporânea. 
Vale ressaltar que pelos registros históricos que o início do uso da água como moda-
lidade terapêutica é desconhecido, mas existem registros que datam de antes de 2400 a.C. 
que a cultura proto-índia já construía instalações higiênicas e desde 1500 a. C. os hindus já 
utilizavam no combate a febre. A hidroterapia, ou o uso da água como cura, não mais de 
modo místico, mas sim físico específico, teve início da Grécia de 500 a 300 a.C., Hipócrates 
utilizava banhos quentes e frios de imersão, para tratar uma grande variedade de doenças 
articulares e musculares. A civilização grega foi a primeira a reconhecer e apreciar a relação 
entre mente e bem-estar físico. 
A consolidação da hidroterapia deu-se a partir do início do século XX quando rece-
beu atenção científica, sendo Jonh Flayer o pioneiro por ter publicado um tratado que 
continha investigações sobre o uso correto de banhos quentes, frios e temperados e com o 
surgimento dos primeiros métodos de tratamento (RUOTI, MORRIS, COLE, 2000; SANTOS, 
JAKAITIS e FLORIO In KOPCZNSKI, 2012; BÉLANGER, 2012). 
 
3.1. A pré história 
 Inicia com o surgimento dos primeiros homens há cerca de 4 milhões de anos e se estende 
até o aparecimento da escrita, por volta de 4000 a.C. 
 Período Paleolítico (Idade da Pedra Lascada) – até 10000 a.C.; descoberta do fogo. 
 Período Neolítico (Idade da Pedra Polida) – de 10000 a 4000 a.C.: formas rudimentares de 
escrita. 
 O uso de rituais mágicos estava baseado na crença de que os demônios da natureza eram 
os responsáveis pelos inúmeros males e pelas mortes. 
A história da medicina estava estreitamente ligada à da religião – finalidade comum: a 
defesa do indivíduo contra as forças do mal (demônios, maus espíritos). 
 
3.2. Idade Antiga 
 Inicia aproximadamente em 4000 a.C., com o advento da escrita, e estendendo-se até a 
queda do Império Romano no ano 476 d.C. 
 Antiguidade Oriental: A civilização egípcia; as civilizações da mesopotâmia (sumérios, 
acadianos, Babilônicos e Assírios); hebreus; fenícios e os medo-persa. 
 11 
Antiguidade Clássica: Gregos e Romanos 
Não existem evidências precisas sobre quando a água foi usada pela primeira vez para 
finalidades curativas. 
 Civilizações que habitavam os vales dos rios da Mesopotâmia, no Egito, na índia e na 
China: as piscinas de banhos foram amplamente utilizadas para a renovação e cura 
individual, religiosa e social. 
 Nas culturas grega, hebraica, romana e cristã existiam os rituais das águas curativas para 
limpar o corpo espiritual dos pecados. 
 Hebreus usavam a água com fins terapêuticos, higiênico e religioso. 
Os ginásios gregos eram constituídos por uma pista, uma sala de banho de água fria e 
uma grande sala principal usada para funções educacionais e sociais. 
Heródoto (446 a. C.) médico grego, escreveu um tratado sobre águas quentes e sobre 
saúde 
Hipócrates (O Pai da Medicina - 460 a.C) Escreveu Sobre ares, águas e lugares, um 
tratado sobre saúde pública e geografia médica; Banhos de contraste, medicina natural; 
escreveu sobre quatro tipos de banho: água quente (caldarium), água morna (tepidarium), 
água fria (frigidarium), água muito quente (laconicum). 
Homero (446 a.C): usou banhos quentes para reanimar soldados e curar melancolia 
Galeno (130 d.C.), médico e escritor: Os tratamentos empregados por Galeno derivavam 
do conceito da ação dos opostos: a terapia dos opostos (alopatia): hidrófilos e hidrófobos. 
 Os Etruscos, que precederam os romanos, possuíam conhecimentos de medicina, de 
odontologia, de hidroterapia e sobre instalações sanitárias. 
 A cultura romana elevou os banhos a um nível mais prático, formal, educacional, social e 
tecnicamente refinado. As termas romanas incluindo-se banhos com vapor quente, piscinas 
geladas e áreas de relaxamento, funcionavam como uma importante instituição social e civil. 
 Celso - escritos sobre a hidroterapia. 
 
3.3. Idade Média 
 Inicia-se em 476 e estende-se até 1453, quandoterminou a Guerra dos Cem Anos, na 
Europa, e a cidade de Constantinopla caiu em mãos dos turcos otomanos. 
Descoberta da cidade de Bad Ragaz. 
-1032: descoberta da nascente 
-1242: primeiro uso documentado da nascente com propósitos curativos. 
-1420: construída a primeira casa de banho. 
Savanarola de Ferrara (1453) - uso da água na metrorragia, na gota e reumatismos. 
Mengo Biancheli - uso de duchas ascendentes nas afecções do útero. 
 12 
 
3.4. Idade Moderna 
 Inicia-se em 1453 e estende-se até 1789, quando iniciou a Revolução Francesa. 
Médicos dos séculos XV e XVI - tratamento de feridas e úlceras (ação tônica, adstringente 
e sudorífera). 
 Paracelso (aprox. 1500): escritos sobre hidroterapia e utilização de inúmeras substâncias 
minerais, como enxofre, mercúrio, chumbo, cobre, ferro e antimônio. (=Crenoterapia) 
Gunter d'Andermach (1565) - banhos frios para facilitar o sono. 
John Flayer (1697) - publicação do "Tratado completo de Hidroterapia"; História do Banho 
Frio." 
 Frederico Hoffman (1712) - publicação: "De aqua medicina universali" 
 Moneta - uso da água em moléstias agudas das vias respiratórias. 
Wright (1779): cirurgião naval publicou observações sobre o uso do frio no tratamento da 
varíola e outras condições febris. 
 Currie - publicação dos Relatórios Médicos sobre o Efeito da água Fria e Quente como 
Remédio para Febre; banhos frios, salgados e curtos para a sedação do SN e nas afecções 
de vias digestivas. 
 
3.5. Idade Contemporânea 
 Inicia-se em 1789 e estende-se até os nossos dias. Em nosso século, o capitalismo atingiu 
a sua maturidade e plena dinamização, alcançando progressivamente sua globalização. 
Giannini (1805) e Armstrong (1818) - uso de água fria para febres intermitentes e 
perniciosas. 
Vicent Pressnitz (1830) estabelece centro para uso da água fria e exercícios vigorosos. 
Primeiras investigações científicas sobre as reações dos tecidos à àgua sob diversas 
temperaturas e sua ação nas doenças. 
Scoutteten (1843) e Schedel (1845) classificam os efeitos múltiplos do método hidrotera-
pêutico (higiênico, antiinflamatório, antiespasmódico, alterante ou resolutivo, auxiliar ou 
coadjuvante). 
Winternitz (1864) - Pai da Hidroterapia Científica: estabeleceu base fisiológica para a 
hidroterapia. 
Leroy Duprés (1875) - publicação do tratado "Indicações e Contraindicações da 
Hidroterapia" 
Entre 1851 e 1852: foi inaugurado no Brasil, o Centro Hidroterápico em Botafogo. 
Em 1903: abertura do primeiro centro de Hidroterapia nos EUA em Boston. 
 13 
Em 1930: abertura da Clínica para Tratamento de Doenças Reumáticas em Londres com 
Fisioterapeutas diplomados. 
 
Figura1.Termas romanas Figura 2. Duchas Figura 3. Spa moderno em Bad Ragaz 
 
 Figura 4 – Piscina adaptada com duchas de diferentes pressões 
 
 
 
4. O Uso de Artefatos Aquáticos 
 
 Existe uma gama de artefatos que podem ser utilizados pelo Fisioterapeuta durante 
a sessão de fisioterapia aquática, porém deve-se ter o cuidado para não usar em demasia. 
Existem os flutuantes, que são a grande maioria e possuem funções como assis-
tência, sustentação, resistência, posicionamento do paciente, alongamento, equilíbrio estático 
ou dinâmico, propriocepção, coordenação, sensibilidade tátil, relaxamento, e tração articular; 
os não flutuantes ou de peso que possuem funções como estabilização, tração ou 
descompressão articular e obstáculos para marcha. 
O uso de diferentes artefatos oferece ludicidade e desafio no decorrer das sessões 
de fisioterapia aquática. Conforme evolução do paciente vai se mudando o tipo e a 
quantidade de flutuadores utilizados impondo outras dificuldades e/ou facilidades de acordo 
com cada paciente. ATENÇÃO! 
 
 
 
 
 
“NÃO É INDICADO UTILIZAR ARTEFATOS DE PESO PARA FORTALECIMENTO 
MUSCULAR NA ÁGUA, POIS COMO A DENSIDADE DO PESO É MUITO MAIOR QUE 
1, ELE ANULA, NEUTRALIZA A AÇÃO DO EMPUXO, GRANDE DIFERENCIAL DO 
MEIO AQUÁTICO”. 
 14 
 
4.1 Classificação de Artefatos: 
a) Martinez (2011) denomina materiais e/ou implementos e os classifica: 
 Flutuadores ou materiais que exploram o empuxo (material flutuadores como plás-
tico inflável, EVA, isopor. Ex. aquatubos, boias infláveis, halteres, barrões, etc); 
 Resistores de área que exploram a turbulência / arrasto (materiais com pouca flu-
tuabilidade (palmar de PVC, pé de pato, etc); 
 Resistores ou implementos híbridos (apresentam duas características possuem 
flutuabilidade e também forma e área frontal para gerar turbulência, ex. artefato sorriso) 
 Materiais de fundo de piscina que exploram a propriocepção e equilíbrio (oferecem 
estímulos exteroceptivos e instabilidade, ex. disco, pranchas, skates, cama elástica, tapete 
flutuador (Fonte: Capítulo 2 do livro Parreira e Baratella, 2011). 
b) Fuller (2000) classifica em equipamentos de segurança, acesso, flutuação, pesos, 
recreativos e de resistência baseado no arrasto. 
c) Koury (2000); Larsen (2001); Fuller (2000) classificam como móveis ou portáteis e 
fixos, além de mencionarem as órteses. 
d) Bates e Hanson (1998) classificam em equipamentos de segurança, terapêutico e 
de exercício. 
 
4.2 Peso Hidrostático de alguns Artefatos Aquáticos 
A seguir (Tabela 1) estão as cargas correspondentes de alguns artefatos flutuantes. 
Tabela 1 – Peso Hidrostático de alguns Artefatos Aquáticos. 
Artefato Peso Hidrostático 
Halter Mini 750 gf 
Halter Médio 1.25 Kgf 
Halter Grande 1,9 Kgf 
Caneleira Pequena 500 gf 
Caneleira Média 1,2 Kgf 
Caneleira Grande 1,55 Kgf 
Sorriso Pequeno 900 gf 
Sorriso Médio 1,2 Kgf 
Sorriso Grande 1,55 Kgf 
Palmar tipo morcego 350 gf 
Aquatubo com furo 4,2 Kgf 
Aquatubo sem furo 4,6 Kgf 
Aquatubo encharcado 3,6 Kgf 
Prancha Pequena 1,5 Kgf 
Prancha Média 2,2 Kgf 
 15 
 
 
 
 
 
 
Fonte: MARTINEZ, 2007. 
 
 Em 2005 e 2011, foram publicados dois estudos de Martinez et al. intitulados 
“Determinação da carga de flutuantes de implementos flutuantes utilizados em hidroterapia e 
hidroginástica” e “Caracterização das Cargas de Flutuação de Implementos de Hidroginástica 
e Hidroterapia”, os quais apresentam a pesquisa a respeito dos artefatos aquáticos. Estão 
disponível em: <http://www.ufrgs.br/biomec/articles%202/11%20(XI)%20CBB/Ghiorzi%20-%20Carga%20 
Flutu%20Implementos.pdf> e http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/remef/article/view/3628. 
 A seguir encontrarão o registro fotográfico e os nomes dos artefatos (flutuadores e 
de peso) que se encontram no Setor de Hidroterapia da UNISC. Ao apresentá-los a vocês, 
temos por objetivo a padronização da nomenclatura usada e que aprendam como devem ser 
utilizados. Lembramos que o uso dos artefatos otimiza e potencializa as ações da fisioterapia 
aquática, porém sem eles, também é possível se fazer um bom trabalho. 
“Nossas mãos são as melhores e mais valiosas ferramentas, nada substitui o toque”. 
 Não se tem por objetivo listar as funções de cada artefato, pois cada acadêmico ou 
profissional utilizando sua criatividade pode inovar, criar e estabelecer novas funções. 
 
 
Responda rapidamente abaixo: 
 
 
 
Por que não se utiliza artefatos de peso para fortalecer na água? 
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
Prancha Grande 3,1 Kgf 
Prancha Peixe 450 gf 
Boia de Braço inflável 2,75 Kgf 
Cinturão / Cinto Pélvico Grande 3,7 Kgf 
 16 
 
4.3 RegistroFotográfico dos Artefatos Aquáticos do Setor de Hidroterapia da UNISC: 
 
ARTEFATOS DE POSICIONAMENTO 
 
 Figura 5. Colete flutuador de E.V.A adulto Figura 6.Colete flutuador de E.V.A infantil 
 
 
 
 
 Figura 7. Colete flutuador de isopor Figura 8. Colete flutuador inflável 
 revestido por neoprene 
 17 
 
Figura 9. Cinto pélvico ou cinturão de E.V.A Figura 10. Cinto para fixação de cola lombar 
 
Figura 11. Colar cervical inflável Figura 12. Colar cervical de neoprene com isopor 
 
Figura 13. Colete adaptado para posicionamento de tronco em ortostase 
 
 
 
 18 
ARTEFATOS PARA MMSS 
 
Figura 14; 15 e 16. Halteres flutuadores triangular, circular e tipo morcego. 
 
 
Figura 17. Haltere tipo Barrão Figura 18. Aquapalm de PVC Figura 19. Aquapalm de EVA 
 
Figura 20. Flutuadores infláveis de braço 
ARTEFATOS PARA MMII 
 
Figuras 21. Prancha de propriocepção Figuras 22 a / b. Caneleiras flutuadoras 
 19 
 
Figura 23. Caneleira Flutuadora Figura 24. Caneleiras de peso 1Kg 
 
ARTEFATOS EM GERAL 
 
Figura 25. Aquatubo ou espaguete Figura 26. Disco de propriocepção com água no interior 
 
 Figura 27. Step de alumínio e E.V.A. 
 Figura 28. Step de plástico 
 20 
 
Figura 29. Sorriso ou Feliz Figuras 30 e 31. Bolas de propriocepção (30cm e 10cm). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 32. Cânulas de menor e maior calibre 
 
 
Figura 33. Active roll ou ‘’pepino’’ 
 
Figura 35. Prancha flutuadora média 
 
Figura 36. Boia circular inflável 
Figura 34. Bastão com e sem peso 
 
 21 
 Figura 37. Cama elástica aquática 
 
 
Figura 38, 39 e 40. Faixa elástica, tubbing elástico e puxador/pegador Mercur 
 
 
 
Fig.41 Tapetes flutuadores Fig. 42 Argolas flutuadoras Fig.43 Prancha flutuadora 
 de diferentes formatos 
 22 
 Figura 44. Andador de PVC 
 
 
Observação: existem alguns outros artefatos no setor de hidroterapia e muitos outros no 
mercado de equipamentos para serem utilizados nas diferentes modalidades aquáticas, mas 
NÃO ESQUEÇA, “O NOSSO PRINCIPAL INSTRUMENTO DE TRABALHO NA FISIOTERA-
PIA SÃO AS NOSSAS MÃOS, SOMOS POLVOS NA ÁGUA”. 
 
 
 
5. PROPRIEDADES FÍSICAS (PF) DA ÁGUA 
O conhecimento e entendimento das propriedades físicas da água são fundamentais 
para o atendimento na fisioterapia aquática. Cada propriedade exerce influência sobre o 
corpo do ser humano imerso, podendo ser utilizada direta ou indiretamente no trabalho 
aquático por meio de efeitos causados pela hidrostática ou hidrodinâmica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hidrostática 
_______________________
_______________________
_______________________
_______________________
_______________________
_______________________ 
Hidrodinâmica 
________________________
________________________
________________________
________________________
________________________
________________________ 
 
 23 
 
5.1 – Massa – é a quantidade de matéria que a substância compreende (Kg), é inalterada. 
5.2 – Peso – é a força com a qual a substância (o corpo) é atraída no sentido do centro da 
Terra (gravidade), altera-se de acordo com a posição do corpo. A unidade é o Newton P = m.a 
5.3 – Densidade: quantidade de massa ocupada por certo volume a determinada 
temperatura, é a relação entre a sua massa e o seu volume. 
 A unidade é quilograma por metro cúbico (kg/m3) ou gramas por centímetro cúbico 
(g/cm3) . 
 
Materiais/Substâncias Densidade (G/CM3) 
Água Pura 
Água do Mar 
Ar 
Corpo Humano (adulto) 
Corpo Humano (bebê) 
Ferro 
Madeira 
Gelo 
Tecido adiposo 
Massa Magra 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. 4 – Densidade relativa ou Gravidade Específica (GE): relação entre a massa de um 
dado volume de substância e a massa do mesmo volume de água. 
GE = m densidade da substância 
 m densidade da água 
 
A densidade relativa depende de fatores como: 
a) ________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
 __________________________________________________________________________ 
b) ________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
c) ________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
 
 
d = m (g) 
 v (cm3) 
 24 
d) ________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
e) ________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
f) ________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
g) ________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
 
 
5.5 – Refração: é o deslocamento, ou alteração do vetor quando ele passa de um meio mais 
denso para um meio menos denso, ou vice-versa. Sofre interferência das propriedades 
específicas do material, particularmente a velocidade da luz no material e o ângulo de 
incidência do feixe luminoso. 
 Figura 45. Refração 
 
5.6 – Pressão Hidrostática: é definida como força por unidade de área. Definida pela força 
aplicada em uma determinada área. Unidade Newtons por metro quadrado (N/m2) também 
conhecida como Pa (Pascal), ou ainda como milímetros de mercúrio (mmHg). A pressão 
hidrostática está baseada na Lei de Pascal. 
 25 
 
 
 
 
A pressão hidrostática aumenta com a profundidade e com a densidade do líquido. 
Ela aumenta 1 mmHg por 1,36 cm de profundidade. Um corpo imerso 122 cm está sujeito a 
uma pressão de 88,9 mmHg, levemente maior que a pressão sanguínea diastólica, por este 
motivo auxilia no retorno venoso, e também linfático. Sobre o sistema respiratório a PH 
fortalece a musculatura inspiratória e facilita a expiração. 
 
Exemplos e cuidado: 
a) Sistema circulatório 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
b) Sistema respiratório 
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
 A PH também exerce efeito sobre as articulações, promovendo a estabilização das 
mesmas. “Estabilização articular” 
 
5. 7 – Tensão superficial: é a força existente entre as moléculas da superfície de um líquido. 
Na água é o resultado das ligações de hidrogênio da molécula de água. Oferece pequena 
resistência a músculos pequenos, se a área a ultrapassar esta pele for grande a resistência 
aumenta tanto do ar para a água como vice-versa. A resistência é proporcional à distância do 
corpo em relação à superfície da água e ao tamanho da área de contato. Ex. saltos 
ornamentais. 
“Pele elástica” “Lembrar do mosquito sobre a água!” 
 
“ “_____________________________________________________ 
______________________________________________________ 
______________________________________________________
____________________________________________________”. 
P = F (N) 
 A (m2) 
 26 
 
Figura 46 – Tensão Superficial 
 
http://brasilescola.uol.com.br/quimica/tensao-superficial-agua.htm FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. "Tensão Superficial da Água"; Brasil 
Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/quimica/tensao-superficial-agua.htm>. Acesso em 01 de agosto de 2016. 
 
5. 8 – Flutuação: é a força que atua em sentido oposto a força de gravidade (Empuxo). O 
centro de gravidade no solo está no nível de S2 e na água no nível de pulmões. A flutuação 
baseia-se no Princípio de Arquimedes: 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 47. Força do empuxo versus força de gravidade. 
“ “_______________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
________________________________________________________________
_______________________________________________________________”. 
 27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 48 – A. Equilíbrio estável; B. Equilíbrio instável – forças rotacionais. 
 
O que é metacentro? ______________________________________________________ 
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________ 
 
 Nosso centro de gravidade corporal está: 
 
 
 
 
 
Durante a imersão, o empuxo pode através de sua força que age de baixo para cima: 
Figura. 49. Ação do empuxo sobre o movimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na água 
meio do tórax / 
pulmões. 
No solo 
2ª vértebra lom-
bar. 
 28 
AÇÕES DO EMPUXO 
A. Facilitar = Assistir ______________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
O empuxo pode realizar movimentos passivos durante a imersão quando paciente relaxa. 
B. Resistir  _______________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
C.Sustentar / Apoiar  ____________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
 
 É importantíssimo o controle respiratório, esta propriedade proporciona o alívio do 
peso corporal (gera descompressão articular, ou seja, reduz a pressão sobre a superfície 
articular beneficiando todas as pessoas que apresentam desgastes articulares, por exemplo). 
% de alívio do peso corporal (pela ação do empuxo): AO LADO DA FIGURA COLOQUE AS 
% E REGIÕES CORPORAIS. 
 Figura 50. Porcentagens de alívio de peso corporal na imersão. 
 
ATENÇÃO A PRÓXIMA PROPRIEDADE É HIDRODINÂMICA 
 
 
5. 9 - Viscosidade: é a magnitude do atrito interno/fricção do líquido, é o atrito entre 
as moléculas de um líquido. Causa resistência ao fluxo do líquido, isto é observado quando o 
líquido está em movimento, ou seja, é a resistência que um fluido oferece na realização de 
um movimento. A viscosidade é expressa como um coeficiente de viscosidade, designado 
pela letra grega eta (ŋ). 
 
 
 29 
 
 
 
Substância T (ºC) Coeficiente de 
viscosidade (ŋ) x10-3 
Água 
Sangue total 
Plasma sanguíneo 
Glicerina 
Vapor d’água 
0 
37 
37 
20 
100 
1,8 
4 
1,5 
1500 
0,013 
Figura 51 – Coeficientes de viscosidade. 
 
Atenção: Quanto maior a T da água (ou outro fluído) menor será a viscosidade e 
com isso menor a resistência. Ex. azeite frio e quente. 
 
Segundo o Teorema de Reynolds, existe o fluxo laminar e o fluxo turbulento, os 
quais estão também relacionados com a velocidade do movimento. 
 
  Velocidade  Fluxo laminar  movimento regular R = V 
  Velocidade  Fluxo turbulento  movimento irregular (redemoinhos) R= V2 
 
 A viscosidade da água pode produzir uma consciência sensorial corporal aumentada 
devido a estimulação constante dos mecanorreceptores. 
 A resistência imposta pela pressão hidrostática e viscosidade pode aumentar a 
estimulação do fuso neuromuscular, o que aumentará a propriocepção do segmento que está 
sendo deslocado e favorecerá a formação de inputs sensoriais necessários para a 
formatação adequada do esquema corporal. Deste modo ocorre promoção de novas 
estratégias sensório-motoras para a efetividade do equilíbrio. 
 
5.10 - Turbulência 
Teorema de Bernoulli – é a relação entre a pressão e a velocidade de um fluído ao 
longo de uma linha aerodinâmica. Após um movimento irregular e rápido formam-se 
redemoinhos que é a turbulência. Facilita ou dificulta os movimentos depende do local que o 
objeto/corpo se encontra. 
O grau de turbulência dependerá da velocidade do movimento realizado e da forma 
do corpo: 
 30 
 
 
QUANTO MAIS VIGOROSO O MOVIMENTO 
+ resistência Exige 
+ instabilidade + equilíbrio e coordenação 
 
“A turbulência oferece estímulos exteroceptivos para a face localizada posteriormen-
te ao deslocamento realizado. É possível que estes estímulos de suave pressão estimulem 
uma percepção mais rica de sentido, velocidade, aceleração, amplitude e magnitude de força 
aplicada durante um gesto. Dessa forma pode-se inferir que a percepção cinestésica seja 
favorecida pelos estímulos adicionais presentes nos movimentos que provocam fluxo 
turbulento” (MARTINEZ, 2011 – Cap. 2 do PARREIRA E BARATELLA, 2011). 
 
 “Efeito esteira” age facilitando o movimento, onde se gera uma diferença de pressão sendo 
na frente positiva (>) e atrás do objeto/corpo em movimento sendo negativa (<). Ex. 
Reeducação precoce da marcha. 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 52. Efeito Esteira 
 
 
 
A viscosidade pode então: 
Facilitar - ___________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
Sustentar -__________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
Resistir -___________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
 
Exemplo - treino progressivo de marcha ________________________________________ 
“Lembrar dos patinhos atrás da mamãe 
pata na lagoa”. 
 31 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
 
 ⇛ A viscosidade da águaaumenta o tempo de reação das respostas de equilíbrio e retificação corporal e, é a 
propriedade que mais oferece resistência nos programas de fortalecimento muscular 
aquáticos, além de promover estabilidade articular e minimização de movimentos 
involuntários. 
 
⇛ A quantidade de resistência oferecida pela viscosidade é influenciada pela: 
- Posição do paciente ou do membro trabalhado (área corporal); 
- Velocidade do movimento; 
- Uso ou não de artefatos (tamanho e formato); 
- Alavancas e 
- Presença ou não de turbulência. 
 
5.11 – Forças Coesivas ou de Coesão e Adesivas ou de Adesão 
Coesão: força de atração entre moléculas vizinhas do mesmo tipo de matéria. 
Adesão: força de atração entre moléculas vizinhas de diferentes tipos de materiais. Estas 
forças oferecem intenso estímulo tátil. Conforme já comentado a presença da viscosida-
de/turbulência aumenta os estímulos exteroceptivos (estímulos táteis). Quanto maior a 
turbulência, maiores serão os estímulos. Ex. turbilhão ligado e desligado. 
* Exemplos: ________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________ 
Vamos resolver estes casos! 
 
Caso 1 – R.F. 22 anos de idade, sexo masculino, estudante, sobrepeso, sofreu queda em 
calçada escorregadia e em mau estado de conservação em espaço público sofrendo entorse 
de tornozelo direito. Logo após todo o tornozelo edemaciou de modo importante, refere dor 
intensa EVA 8, não consegue apoiar o pé no chão. Foi levado por amigos ao PA da cidade 
onde administraram medicação para a dor e orientaram crioterapia e após redução do edema 
retornasse ao PA para colocação de tala. Faz repouso por 3 dias e após procura a clínica 
fisiounisc, pois a dor não está diminuindo se fica sem a medicação. Chega na avaliação 
 32 
fisioterápica usando muletas axilares bilateralmente, edema moderado no tornozelo D, dor 
EVA 8, refere sentir o tornozelo “frouxo” e alteração de sensibilidade tátil, principalmente na 
planta do pé D. Fará fisioterapia aquática e em solo. 
Quais serão os cuidados a serem tomados desde o momento da avaliação fisiotera-
pêutica e quais serão os objetivos fisioterapêuticos neste caso? Faça relação com a 
ação das propriedades físicas da água. 
 
Caso 2 – V.N. mulher com 60 anos de idade com história pregressa de retirada de Ca de 
pulmão há dois anos, refere dificuldade respiratória permanente (foi fumante de longa data, 
parou há dois anos), em momento como caminhadas a dificuldade e o cansaço se 
exacerbam. Apresenta hipertensão arterial sistêmica (HAS) com controle medicamentoso. Foi 
encaminhada para a fisioterapia e após a avaliação fisioterapêutica constatou-se: padrão 
respiratório apical, dispneia, tosse seca irritativa, refere dor na CC e trapézios assim como 
fraqueza nas pernas. Informa que já realizou fisioterapia aquática e se sente bem no meio 
líquido. Quais serão os cuidados a serem tomados desde o momento da avaliação 
fisioterapêutica e quais serão os objetivos fisioterapêuticos neste caso? Faça relação 
com a ação das propriedades físicas da água. 
 
 
 
Resolução dos Casos. 
Caso 1. 
_________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
 33 
__________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
 
Caso 2____________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________ 
 ________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
 
LEITURAS PARA COMPLEMENTAÇÃO DO CONTEÚDO 
1. SACCHELLI, T.; ACCACIO, M. P.; RADL, A. L. M. Fisioterapia Aquática. Barueri: 
Editora Manole. 2007. Leitura do Capítulo 1. 
2. ROBERTO, A. Evangelista. Reabilitação acelerada: mitos e verdades: fisioterapia 
aplicada ao esporte, traumatologia e ortopedia. São Paulo: Phorte, 2011. 398 p. 
Leitura da Seção 6. 
3. SKINNER, A.;THOMSON, A.M. Duffield: Exercícios na Água. São Paulo: Ed. Manole, 
1985. Leitura do Capítulo 1. 
4. KOPCZYNSKI, M. C. (Coord.). Fisioterapia em neurologia. 1. ed. Barueri: Manole, 2012. 
588 p. (Manuais de especialização; 3) Leitura do Capítulo 27. 
5. Artigos 
- CANDELORO, J.M.; CAROMANO, F. A. Discussão crítica sobre o uso da água como 
facilitação, resistência ou suporte na hidrocinesioterapia. ACTA FISIATR 2006; 13(1): 7-11. 
- COSTA, D.P.M.; LUCENA, L.C. VELOSOS, L.S.G. Aplicabilidade terapêutica dos princípios 
físicos da água. Centro de Ciências da Saúde/Departamento de Fisioterapia/MONITORIA 
UFPB-PRG / XI Encontro de Iniciação à Docência. 2008. 
 
 
 
 34 
 
RESUMÃO PRINCIPAIS “PF” DA ÁGUA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROPRIEDADES 
FISICAS DA 
ÁGUA 
Pressão Hidrostática: 
 
Aumenta o retorno veno-
so e linfático, reduz 
edema, fortalece mm 
inspiratórios, promove 
estabilidade articular e 
estimula fuso neuromus-
cular. 
 
 
 
Empuxo / Flutuação: 
 
Promove descompressão 
articular e aumenta a ADM 
articular, fortalece nos mo-
vimentos contra o empuxo, 
gera instabilidade corporal. 
Viscosidade: 
Oferece resistência aos movi-
mentos fortalecendo, aumenta 
o tempo de resposta das rea-
ções de equilíbrio e retificação, 
promove maior estabilidade 
articular, reduz movimentos 
involuntários, melhora consci-
ência sensorial pelo estímulo 
de mecanorreceptores e fuso 
neuromuscular 
 
Turbulência 
Oferece estímulo extero-
ceptivo (tátil), oferece 
resistência e desestabili-
zação ao movimento es-
timulando treino de equi-
líbrio e coordenação mo-
tora. 
 
 35 
 
6. Benefícios, efeitos e Precauções da Fisioterapia Aquática 
6.1 Efeitos 
 A imersão em água aquecida promove uma série de benefícios, mesmo em repouso, 
tanto para o paciente como para o fisioterapeuta, benefícios diretos e indiretos, os quaispermitem prevenirmos outros problemas / disfunções. 
 
6.1.1 Efeitos preventivos associados a imersão (Acadêmico responsável deve registrar os 
exemplos mencionados nas aulas e investigar outros apresentando aos colegas). 
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________ 
 
6.1.2 Efeitos Terapêuticos 
a. Trabalho mio-articular global; 
b. Redução da dor muscular e articular; 
c. Redução do tônus muscular (neuro); 
d. Redução do espasmo muscular, espasmo de proteção e relaxamento; 
e. Redução de edema com melhora da circulação sangüínea e linfática; 
f. Aumento de ADM articular e flexibilidade muscular; 
g. Melhora progressiva da força muscular; 
h. Alívio de peso corporal  descompressão articular  menor desgaste articular ; 
  alívio da pressão sobre proeminências ósseas; 
Esta redução de peso pode facilitar a manipulação de obesos e plégicos ou dificultar pela 
falta de fixação; 
i. Melhora das reações de equilíbrio e retificação corporal; 
j. Melhora da coordenação motora e do controle postural; 
k. Aumento do estímulo sensorial (tátil, visual, vestibular e proprioceptivo); 
l. Aumento da capacidade respiratória e cardiovascular; 
m. Relaxamento dos órgãos de sustentação (coluna vertebral) 
 36 
n. Melhora das trocas gasosas propiciando condicionamento cardiopulmonar e treinamento 
dos músculos respiratórios; 
o. Melhoria da orientação espaço-temporal. 
p. Melhora das trocas teciduais pelo  de metabolismo auxiliando no retorno venoso; 
q. Melhor condição da pele pela vasodilatação periférica; 
r. Reeducação precoce da marcha; 
s. Melhora da interação social / socialização; 
 
6.2 Precauções Gerais para a realização da Fisioterapia Aquática 
* Quedas e imersões inesperadas; 
* Não suspender a Fisioterapia de solo; 
* Vestuários adequados e higiene pessoal; 
* Respeito à condição física e psicológica do paciente; 
* Adaptação das instalações às necessidades (infraestrutura); 
* Observar a temperatura e cloração da água (PH = 7,2 a 7,6 ); 
* Solicitar hidratação durante e, especialmente, após a sessão, devido a perda hídrica; 
* Uso de diuréticos (soma do efeito diurético da imersão com medicação); 
* Orientar um tempo na sala de espera após sessão  evitar a troca brusca de temperatura; 
* Cuidado com lesões e queimaduras devido distúrbio sensitivo, especialmente em membros 
inferiores (AVC, TCE, TRM, diabetes, etc...) 
* Cuidado com quadros agudos devido excesso de mobilização; 
* Em casos de pacientes com traqueostomia, observar o não contato do orifício da 
traqueostomia com a superfície da água. 
 
 
7. DIVERSIDADES DA FISIOTERAPIA AQUÁTICA 
 Este item abordará diversos temas da fisioterapia aquática, entre eles variáveis a 
considerar num movimento quando imerso, indicações e contraindicações. 
 
7.1 - Variáveis a serem consideradas durante o movimento na água 
Obs.: O acadêmico responsável por este item deve investigar os porquês de cada variável. 
7.1.1. Propriedades físicas da água: 
7.1.2. Força gravitacional (nível de imersão); 
7.1.3. Velocidade e aceleração do movimento; 
7.1.4. Área - superfície do segmento deslocado (corpo e artefatos); 
7.1.5. Princípios das alavancas - ângulos de movimento; 
 37 
7.1.6. Artefatos que podem ser utilizados para resistência, facilitações ou posicionamentos; 
7.1.7. Temperatura da água; 
7.1.8. Dinâmica muscular e articular; 
7.1.9. Cinestesia aquática (sensibilidade); 
7.1.10. Atividade via reflexa; 
7.1.11. Relaxamento e tensão muscular (tônus); 
7.1.12. Tipo de atividade proposta na sessão. 
7.1.13 Nível de adaptação ao meio líquido. 
 
Quais os porquês destas variáveis interferirem no movimento na água? 
__________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________ 
 
 
7.2 - Indicações da Fisioterapia Aquática 
 As indicações da hidroterapia são diversas, elas podem ser divididas indicações 
relacionadas a patologias, subdivididas em áreas e por sinais e sintomas, pois muitos 
pacientes chegam até a fisioterapia sem ter um diagnóstico clínico definido e sim, muitas 
vezes, com uma hipótese de diagnóstico e precisamos iniciar o tratamento. 
 
 
7.2.1 - Quanto às patologias 
Obs.: O acadêmico responsável deve escolher duas patologias de cada área e justificar 
porque a fisioterapia aquática está indicada. 
 
Neurológicas: Paralisia Cerebral (PC), Parkinson, Alzheimer, sequelas de Acidente Vascular 
Encefálico (AVE), Traumatismo Raquimedular (TRM), poliomielite, polineuropatias, 
Traumatismo Crânio Encefálico (TCE), tumores do Sistema Nervoso Central (SNC), doenças 
degenerativas do SN, distrofias musculares, lesões periféricas de nervos, síndromes 
neurológicas (Down, Guillain Barré) e pós-operatórios em geral. 
 
 38 
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________ 
 
 
Ortopédicas e Traumatológicas: fraturas consolidadas ou em fase de consolidação, 
alterações posturais, pós-lesões traumáticas como entorses, luxações, subluxações, pós-
operatórios ósseos e articulares, discopatias degenerativas, hérnias discais, etc.. 
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________ 
 
Reumáticas: AR, febre reumática, espondilite anquilosante, osteoartrites ou artroses, 
tendinites, bursites, capsulites, miosites, polimialgias, fibromialgia, síndrome miofascial, etc.. 
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________ 
 
Respiratórias: asma brônquica, bronquite crônica, enfisema pulmonar, fibrose cística, 
DPOC, sequelas de infecções respiratórias, pós-operatórios, etc.. 
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________ 
 
Ginecologia e Obstetrícia: pré e pós parto, dismenorréias, pré e pós cirurgias de mama e, 
outras. 
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________ 
 
Cardíacas: hipertensos, alterações valvulares, ICC estável e tratado, etc... 
Endócrinas: sequelas da obesidade, alterações da tireóide, etc... 
Psíquicas/Mentais: depressão, neuroses, autismo, deficiências mentais em geral. 
__________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________ 
 
7.2. 2 - Quanto a sinais e sintomas 
Dor / Algia; 
Edema; 
 39 
Desvios da marcha; 
Amplitude de movimento - ADM articular diminuída; 
Fraqueza muscular; 
Falta de resistência muscular; 
Incoordenação motora e falta de equilíbrio; 
Resistência cardiovascular diminuída; 
Déficit de sensibilidade (todas); 
Contraturas e encurtamentos; 
Deficiência na propriocepção; 
Atividades de vida diárias comprometidas e 
Falta de interação social. 
 
Comentário sobre o ciclo da dor durante a imersão 
 
 
 Bates e Hanson, 1998. 
Trauma físico
“Overuse”
Tensão muscular
Imobilização
Doença 
Cirurgia
 
Movimento 
prejudicado 
Disfunção 
muscular 
e/ou arti-
cular 
Reduz o medo 
de movimentar 
a articulação 
Reduz a 
sensação 
de dor 
Reduz o 
espasmo 
Aumenta a 
circulação 
Imersão 
em água 
aquecida 
 40 
 
Comentário sobre amplitude de movimento 
 
 Passivo Ativo Ativo-assistido 
 
 Força Contração Músculo e força 
 externa muscular externa 
Bates e Hanson, 1998. 
 
 
 
 
 
 
7.3 Contraindicações da Fisioterapia Aquática 
É imprescindível que o fisioterapeuta domine as contraindicações da fisioterapia 
aquática/hidroterapia, pois, se não submeter o paciente a uma criteriosa avaliação 
fisioterapêutica para investigar possíveis contraindicações haverá o risco de prejudicar este 
paciente. A imersão provoca aumento do gasto energético e perda hídrica e de eletrólitos, 
dentre vários outros efeitos. 
A fisioterapia aquática é uma especialidade fantástica, porém, como qualquer outra 
especialidade ou recurso da fisioterapia possui situações em que seu uso está contraindica-
do. Existem as contraindicações absolutas e as relativas e é muito importante saber o 
porquê das contraindicações para realmente poder avaliar se o paciente pode ou não fazer 
uso desta terapêutica naquele momento. 
Citamos algumas variáveis que podem definir a inclusão ou exclusão do paciente 
para a hidroterapia, são eles: temperatura da água, intensidade do exercício, idade, 
experiência anterior em ambiente aquático e duração da sessão. 
 
“Por favor, anote os porquês das contraindicações abaixo.” 
Obs. Acadêmicos responsáveis procurar os porquês. 
7.3.1 - Contraindicações Absolutas 
 Febre acima de 37,5ºC (SKINNER E THOMSON, 1985) 38ºC (SACCHELLI, ACCACIO E 
RADL, 2007). 
__________________________________________________________________________ 
 
Mão do fisioterapeuta; 
Mão do paciente; 
Efeito esteira; 
Turbulência; 
Força da flutuação 
/empuxo. 
 41 
 Infecções e inflamações agudas 
__________________________________________________________________________ 
 Úlceras de pressão; 
__________________________________________________________________________ 
 Fase aguda de trombose venosa profunda; 
__________________________________________________________________________ 
 Doenças contagiosas que estejam com lesão aberta; 
__________________________________________________________________________ 
 Insuficiência cardíaca descompensada; 
__________________________________________________________________________ 
 Insuficiência renal severa; embolia pulmonar recente: 
__________________________________________________________________________ 
 Pressão arterial alterada sem controle medicamentoso; 
__________________________________________________________________________ 
 Epilepsia não controlada; 
__________________________________________________________________________ 
 Alergia as substâncias químicas usadas na água; 
_________________________________________________________________________ 
 Capacidade vital muito reduzida; 
__________________________________________________________________________ 
 Pânico da água; 
__________________________________________________________________________ 
 Fratura na base do crânio 
__________________________________________________________________________ 
 AVE recente 
__________________________________________________________________________ 
 Tímpano perfurado 
_________________________________________________________________________ 
 Incontinência fecal 
__________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________ 
 
7.3.2 - Contraindicações Relativas 
 Incontinência fecal e urinária; 
__________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________ 
 42 
 Epilepsia bem controlada; 
_________________________________________________________________________ 
 Hipertensão ou Hipotensão; 
_________________________________________________________________________ 
 Lesão aberta (condição e extensão); 
__________________________________________________________________________ 
 Hemofilia, HIV; 
__________________________________________________________________________ 
 Diabetes; 
__________________________________________________________________________ 
 Enfarto do miocárdio e angina instável; 
__________________________________________________________________________ 
Tratamento radioterápico ou com esteróides em andamento ou recente; 
__________________________________________________________________________ 
 Ausência do reflexo da tosse, traqueostomia; 
__________________________________________________________________________ 
 Paciente com severa diminuição da habilidade de regular a temperatura corpórea; 
__________________________________________________________________________ 
 Esclerose múltipla (excesso de calor/fadiga); 
__________________________________________________________________________ 
 Soro intravenoso; 
 Colostomia, iliostomia; 
__________________________________________________________________________ 
 Aparelho de Ilisarov; 
__________________________________________________________________________ 
 Medicamentos diuréticos; 
__________________________________________________________________________ 
 Alterações tireoidianas muito importantes; 
__________________________________________________________________________ 
 
 
LEITURAS COMPLEMENTARES 
 
PARREIRA, Patrícia; BARATELLA, Thais Verri. Fisioterapia Aquática. 1. ed. Barueri: Manole, 
2011. 317 p. (CAPÍTULOS 7 ao 11); 
SACCHELLI, Tatiana; ACCACIO, Letícia Maria Pires; RADL, André Luis Maierá. Fisioterapia 
Aquática. Barueri: Manole, 2007. 350 p. (CAPÍTULO 6, 10 ao 15); 
 43 
SILVA, Juliana Borges da; BRANCO, Fábio Rodrigues. Fisioterapia Aquática Funcional. São 
Paulo: Artes Médicas, 2011. 392 p. (CAPÍTULOS 4, 6, 8, 11, 15, 17, 19). 
WIBELINGER, Lia Mara. Fisioterapia em Reumatologia. Rio de Janeiro: Revinter, 2009. 
p.358 (CAP. 4 ao 14). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8. EFEITOS FISIOLÓGICOS DA IMERSÃO 
 
Abreviações 
RVP: resistência vascular periférica 
PA: pressão arterial 
PH: pressão hidrostática 
RV: retorno venoso 
FC: frequência cardíaca 
A água é um meio muito diferente do ar. Ao ser inserido neste novo meio o organis-
mo é submetido a diferentes forças físicas e em consequência realiza uma série de 
adaptações fisiológicas. 
8.1 SISTEMA CIRCULATÓRIO 
 
Na PA: Vários autores endossam a ideia de que nos primeirosinstantes da imersão em água 
ocorre uma vasoconstrição periférica devido a pressão hidrostática, densidade e viscosidade, 
aumentando a RVP e ocorrendo por isso, um leve aumento da PA. Porém, logo que corpo 
começa a absorver calor, ocorre vasodilatação das arteríolas e queda da PA. Há aumento da 
pressão intratorácica, na pressão venosa central, na pressão arterial pulmonar. 
 
No RV: Como vários autores demonstraram, imediatamente após a imersão, em consequên-
cia da ação da PH, 700 ml de sangue são deslocados dos membros inferiores para os vasos 
OUTRA AULA FUNDAMENTAL, 
VAMOS EM FRENTE 
TURMINHA! 
 44 
do tronco, tórax e coração, causando aumento no retorno venoso (o sistema venoso é muito 
sensível às alterações externas de pressão. A pressão venosa começa a aumentar com a 
imersão até o processo xifoide e aumenta até que o corpo esteja completamente submerso. 
 
No volume sanguíneo: Ocorre um aumento do volume sanguíneo central em 60% sendo 
que, um terço desse volume é apanhado pelo coração e o restante pelos grandes vasos dos 
pulmões. O volume cardíaco aumenta de 27 a 30% com a imersão até o pescoço, porém o 
coração não é um receptáculo estático. O aumento da força de contração é a resposta 
cardíaca sadia ao aumento do volume (distensão). À medida que o coração se distende 
produz uma melhor relação entre os filamentos de actina e miosina, favorecendo a eficiência 
do miocárdio, ou seja, segundo a Lei de Starling, o aumento do volume sanguíneo cardíaco 
leva a contrações mais intensas do miocárdio e, consequentemente, ao aumento do volume 
sistólico e não aumento da frequência cardíaca, com consequente aumento do débito 
cardíaco. 
 
Frequência Cardíaca: Uma grande variedade de autores considera que há diminuição da FC 
(bradicardia) quando comparado a mesma atividade em solo. O débito cardíaco (VS X FC), 
aumenta de 30 a 32% associados a uma diminuição de aproximadamente 10 bpm ou de 4 a 
5% na FC em relação a posição bípede no solo. Existem inúmeras teorias que explicam por 
que a FC é mais baixa no meio líquido: reflexo de mergulho (resultante da interação de 
fatores mecânicos e neurais: bradicardia, vasoconstrição periférica e desvio de sangue para 
os órgãos vitais), dissipação do calor, etc. Contudo, a FC tende a aumentar com a elevação 
da temperatura e como resultado da intensidade do exercício. 
 
 
 COMPLETEM O ESQUEMA A SEGUIR, DEPOIS A PROFE EXPLICA! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 45 
 
 
 
 
 
 
  
 
 
 
   
 
 
   
 
 
 
    
 
 
 
    
 
 
  
 
 
 
 
 
Fonte: BECKER E COLE, 2000 pg. 35; RAMOS, ACCACIO, AMBRÓSIO, 2007 pg.17 
 
8. 2 SISTEMA PULMONAR / RESPIRATÓRIO 
 O sistema pulmonar é profundamente afetado pela imersão do corpo no nível do 
tórax, devido principalmente à compressão sofrida pela pressão hidrostática. Esse efeito se 
deve a dois aspectos: 
- À concentração do sangue na cavidade torácica (aumento do volume central); 
- À compressão da parede torácica e abdome pela água. 
 O centro diafragmático desloca-se cranialmente, a pressão intratorácica e a pressão 
transmural nos grandes vasos aumentam. Essas alterações, causadas pela PH na parede 
 
 
 
 
 
 
 
 46 
torácica e pelo deslocamento do sangue para a cavidade torácica aumentam o trabalho 
respiratório em 65%. 
 Devido ao aumento do volume sanguíneo no tórax e às forças hidrostáticas que 
estão agindo em oposição à musculatura respiratória, durante a imersão, a pressão na caixa 
torácica diminui a circunferência da mesma em aproximadamente 10%. 
 Como os leitos pulmonares tornam-se mais distendidos devido ao volume 
sanguíneo, a capacidade de difusão é levemente reduzida durante a imersão até a CC, o que 
ocorre também com a concentração de oxigênio no sangue (pressão parcial de oxigênio). 
 
A capacidade vital: quantidade máxima de ar que pode ser inspirada e depois expirada. 
Compõe-se do VRE (volume de reserva expiratório) + VRI (volume de reserva inspiratório) + 
VC (volume corrente). A capacidade vital sofre uma redução em torno de 6,0%. 
 
IMERSÃO COM A CABEÇA PARA FORA DA ÁGUA 
   
 
 
 
   
 
 
 
     
 
 
 
    
 
 
 
    
  
 
  Trabalho Respiratório 
60% - 65 % 
  
 
Fonte: BECKER E COLE, 2000 pg. 38; RAMOS, ACCACIO, AMBRÓSIO, 2007 pg.19 
. 
 
8. 3- SISTEMA RENAL 
 
 A imersão aquática tem muitos efeitos no fluxo sanguíneo renal, sistemas 
reguladores renais e nos sistemas endócrinos. De um modo geral pode-se dizer que a 
expansão volumétrica central (no coração) causa aumento da eliminação urinária a qual é 
 47 
acompanhada por uma significante excreção de sódio e potássio, que começa imediatamente 
após a imersão. O papel da diurese na imersão é explicado como um forte mecanismo 
compensador homeostático para contrabalançar a distensão sofrida pelos receptores 
pressóricos cardíacos. 
 
 
 
 A distensão atrial esquerda provoca uma resposta vagal que diminui a atividade 
simpática renal. A redução dessa atividade aumenta o transporte de sódio nos túbulos 
aumentando sua excreção, a qual é acompanhada por água livre - esse fato é responsável 
pela maior parte do efeito diurético da imersão. 
 A distensão atrial provoca um aumento na liberação do fator atrial natriurético o qual 
facilita a excreção de sódio e a diurese. Ainda em decorrência disso a resistência renal 
vascular diminui em cerca de 1/3. 
 Por outro lado, a função renal é altamente regulada pelos hormônios renina, 
aldosterona e pelo hormônio antidiurético (ADH). Ocorre redução da velocidade de absorção 
de água pelos rins em razão da inibição de liberação do hormônio antidiurético devido aos 
700 ml redistribuídos. Todos esses hormônios são grandemente afetados pela imersão: 
- a aldosterona controla a reabsorção de sódio nos túbulos renais distais e justifica a maior 
parte da perda de sódio durante a imersão; 
- a liberação do ADH é suprimida com a imersão de 50% para mais; 
- a renina estimula a angiotensina que por sua vez estimula a liberação de aldosterona; 
 
  
 
 
 
  
 
 
     
 
 
  
    
 
  
 
  
 
Fonte: BECKER E COLE, 2000 pg.43 
A resposta renal à imersão inclui o débito urinário aumentado (diurese) com perda de 
sódio, potássio e supressão de angiotensina, renina e aldosterona

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