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5 RESUMO O Projeto de pesquisa intitulado Diversidade, diferenças e escola: “As representações de alunos do IFMA/Campus Imperatriz sobre os povos Afro- brasileiros e Indígenas” tem como objetivo contribuir para discussão sobre as diversidades étnico-raciais a partir de ações pedagógicas que promovam a inclusão, o pertencimento e o reconhecimento das diversidades das populações afro-brasileira e indígena no ambiente escolar, para tanto se analisará as representações dos discentes e docentes a partir de categorias como estereótipos, o livro didático, discurso do professor e as discussões realizadas na escola sobre a temática, a partir de elementos da pesquisa qualitativa utilizando técnicas de pesquisa como: questionário e análise documental. Foi possível percebermos que mesmo já no século XXI o preconceito ainda é um dos lemas que, mas causam problemas quando se fala em convívio entre culturas/povos/raças diferentes, a pesquisa proporcionou o conhecimento da visão de muitos alunos e professores. Conclui-se que há a necessidade de desenvolver um trabalho sistemático entre alunos, professores e a comunidade escolar, já que é perceptível nos discursos de parte dos alunos entrevistados atitudes de preconceito e intolerância, aponta-se que a temática é trabalhada de maneira frágil e incipiente, já que os livros didáticos adotados a temática é bastante fragmentada e descontextualizada, o que tem prejudicado tanto a atuação dos professores/as como aplicação da Lei 11.645/2008. Palavras-chave: Relações étnico-raciais. Escola. Educação. 1 INTRODUÇÃO A partir de 1997, com a inclusão da temática “pluralidade cultural” como tema transversal nos parâmetros nacionais, o movimento da multiculturalidade e da perspectiva intercultural em educação passaram a ganhar grande relevância nos cenário social e educacional FLEURI (2003). A nível mundial pode-se citar a Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre “Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e as Formas Conexas de Intolerância”, realizada em Durban (África do Sul) de 31 de Agosto a 8 de Setembro de 2001 que resultou na aprovação pela UNESCO na Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural em Paris no período de 15 de Outubro a 3 de Novembro de 2001. Entretanto, a escola tem-se revelado como um dos espaços em que as representações negativas sobre “o negro e o índio” são difundidas. Outra problemática encontrada na escola no que diz respeito à discussão da temática 6 da pluralidade cultural, é que esta tem sido discutida apenas no âmbito de diferentes contribuições culturais, como forma de redução do preconceito ou celebração de festas relacionadas às diferentes culturas, como por exemplo: dia do índio, abolição da escravatura e etc. Nesse sentido o objetivo do estudo foi contribuir com as discussões sobre a temática no contexto escolar e assim, para tal propôs-se conhecer mais de perto essa realidade a partir das representações dos alunos em relação aos Afro-brasileiros e Indiodescendentes, além da analise de como a temática está sendo trabalhada nos livros didáticos e pelos professores/as. O trabalho foi desenvolvido em varias etapas, na fase inicial foi feita revisão de literatura, a começar com a leitura e análise da Lei 11.645/2008, além de capítulos de livros, artigos científicos e outros documentos sobre temática, na próxima etapa foi feita análise dos livros didáticos adotadas diretamente relacionados com a temática, como os de história, literatura e sociologia do 1º, 2º e 3º. Segui-se com a elaboração do instrumento de coleta de dados, um questionário para aplicação entre professores e alunos, nesse intervalo foi feito uma pesquisa no registro no escolar para confrontar a descrição de raça mencionada pelo aluno/a e aquela na qual ele se identifica. Com a análise do conjunto dos resultados pode inferir-se que é indispensável que a escola sistematize as discussões sobre interculturalidade e educação, já que a mesma é feita de maneira assistemática e incipiente, pois a discussão de dar somente em datas pontuais, como a semana da consciência negra, por exemplo, alguns alunos entrevistados demonstraram sentimentos de intolerância e no currículo a temática é bastante fragmentada, já que nos livros didáticos não se identificou uma contextualização ampla e abrangente do processo sócio-histórico a que não negros e indígenas foram submetidos, o que tem prejudicado a aplicação da Lei 11.645/2008 e tratamento o incipiente segundo os docentes. 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL O objetivo principal do projeto era contribuir para uma discursão sobre as diversidades étnico-raciais a partir de ações pedagógicas que promovam a o 7 reconhecimento das diversidades das populações afro-brasileiras e indígena no ambiente escolar. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1. Identificar quais estereótipos podem ser evidenciados nas representações dos alunos sobre os povos afro-brasileiros e indiodescendentes; 2. Analisar se os discursos que estão presentes nas representações desses alunos sobre os povos afro-brasileiros e indiodescendentes evidenciam algum tipo de preconceito; 3. Analisar como o currículo em sua forma ampla, ou seja, os livros didáticos, paradidáticos, o discurso dos professores abordam os povos afro-brasileiros e indiodescendentes; 4. Identificar quais concepções estão implícitas nesse currículo e quem elas representam; 5. Analisar como as questões étnico-raciais têm sido discutidas e debatidas com alunos. 3. ETAPAS REALIZADAS a) Mês de Maio: Iniciamos fazendo uma pequena pesquisa a partir a Lei 11.645/08, pois se refere a diversas temáticas para serem aplicadas nas disciplinas escolares de Educação artística, Literatura e História. Portanto, dessas temáticas podemos destacar a História da África e dos africanos, a História dos povos indígenas, as lutas dos negros e índios no Brasil, a culinária, as datas comemorativas, a dança, a capoeira, etc. b) Mês de Junho: Demos continuidade lendo o livro Preconceito e Intolerância na linguagem de Marli Quadros Leite que mostra textos que valida o preconceito, o livro destaca muitos subtítulos e um desses subtítulos apresenta a visão do preconceito pelas entrevistas, 8 comentada em noticias até o preconceito respingado nas crônicas e nos congêneres então ela mostra todas as formas do preconceito na nossa sociedade, além dos artigos Culturas e Educação do prof. Alfredo Veiga Neto, e Interculturalidade e Direitos Humanos da profª Vera Maria Candau. c) Mês de Julho: Neste mês lemos um livro cujo tema era as Características Étnico-raciais da População com a presente publicação deste livro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE apresenta os resultados da pesquisa das Características Étnico-raciais da População – PcerP , os resultados eram apresentados em um conjunto de 65 tabelas, têm como referência as pessoas de 15 anos ou mais de idade , o IBGE têm como objetivo levantar uma base empírica de informações, visando subsidiar estudos e análises para a elaboração de alternativas de aprimoramento do sistema de classificação étnico-racial utilizado nos diversos levantamentos estatísticos de dados populacionais do Instituto. d) Mês de Agosto: No mês de agosto já iniciamos as pesquisas em função dos livros didáticos, analisamos os livros do 1º, 2º e 3º ano do instituto, nessa etapa apenas analisamos os livros, para identificar se haviam assuntos em relação aos afrodescendente e indígena, para a quantidade de livros encontramos muito pouco assunto descrevendoesses dois temas principais, porém foi possível perceber alguns títulos como: Etnias do Brasil, o grupo indígena e o grupo negro. A literatura africana de língua portuguesa uma literatura de resistência. e) Mês de Setembro: seguiu-se com a análise dos livros didáticos, para saber quais os livros adotavam assuntos envolvendo tanto, afrodescendentes quando os do indígena. Nós concluímos a analise dos livros didáticos, destacando que os assuntos envolvendo o afro- brasileiro e os indígenas não estavam tendo uma devida importância nos 9 livros de ensino médio, sendo que já é existente leis que obrigam livros didáticos terem um espaço para tais assuntos. f) Mês de Outubro: Como já se foi concluído a analise dos livros didáticos, passamos para uma próxima etapa, que seria os questionários elaborados para os alunos e professores, com a finalidade de ter a opinião dos alunos em relação aos afro-brasileiros e índiosdecendentes. O questionário foi passado para três turmas do ensino médio entre os turnos matutino, vespertino e noturno. g) Mês de Novembro: Dando continuidade ao projeto, e aos objetivos, foi feita uma analise no registro escolar do instituto, foram pegas três turmas, e analisamos nos instes cor/ raça, para nós percebemos se os alunos sabem a sua raça e se aceitam. Foi possível tirar muitas conclusões, essa analise no registo escolar foi bem construtiva, já que é de grande importância para a finalização do nosso projeto. h) Mês de Dezembro: Nesta ultima etapa apenas analisamos todas as etapas anteriores como a leitura dos livros, a analise dos livros didáticos, os questionários passados para os alunos e professores, a analise no registo escolar etc. Foi um processo, mas detalhado tentamos analisar resposta por resposta dos alunos em relação aos afro-brasileiros e indiosdecendentes. Como esta sendo ponto de vista do aluno entre estes assuntos e como ele se considera em relação a sua raça. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados foram conseguidos a partir de uma pesquisa qualitativa, onde utilizou-se como instrumento para coleta de dados a análise documental e um questionário aplicado aos sujeitos da pesquisa professores/as e alunos/as. O questionário de alunos foi compunha-se de três questões, a saber: a primeira fechada investigava a identificação étnico-racial dos alunos, a segunda as suas 10 representações sobre os povos afro-brasileiros e indígenas, e a terceira tinha como objetivo averiguar como a temática estava sendo trabalhada na escola. Já, quanto ao questionário aplicado aos docentes das disciplinas de artes, história e literatura, tinha com principais objetivos averiguar a opinião dos docentes sobre a abordagem da temática nos livros didáticos e a também a percepção da aplicabilidade da Lei 11.645/2008. Nesse sentido seguem as análises por segmento, seguindo alunos, documentos e professores/as. 4.1 Representações dos Alunos Segue abaixo os questionamentos e as discussões das representações dos alunos: 1º No contexto da sociedade brasileira, diante do que foi ensinado ao longo da sua formação escolar, do que você assistiu e assiste, mas mídia e dentro da sua família na sua percepção como descreveria: Os povos afrodescendentes e os povos indígenas? a) Resposta de dois alunos sobre os afrodescendentes A: Existe em determinados ramos da sociedade certo preconceito quanto aos povos afrodescendentes. Em algumas regiões maranhenses as comunidades quilombolas, por exemplo, vivem sobre constantes ameaças oriundas de grandes proprietários de terras. A secretaria de segurança publica do maranhão embora tenha adotado medidas preventivas, a morte não foi evitada. B: Ao longo da historia, esses povos sofreram maus tratos, de forma injusta, pelo homem branco. Na minha concepção, foi uma coisa totalmente errada, porque o negro e o branco são individuais como qualquer outro, excluindo essa superioridade implantada. É importante ressaltar que todos são iguais perante a lei. Nesta questão ficou evidenciada nas respostas dos alunos a questão do preconceito em relação às pessoas afrodescentes, que embora haja toda discussão contra o preconceito, inclusive com leis para se combater, ainda é bastante significativo esse sentimento entre as pessoas, também é presente a 11 ideia de superioridade do branco em relação ao negro, e as desvantagens socioeconômicas que o processo de escravização desses povos provocou. Geralmente o negro é retradado apenas como escravo, esta representação é bem presente no imaginário social, como mostra abaixo o desenho de um aluno quando investigado sobre as suas representações sobre os povos africanos: b) Resposta de dois alunos sobre os povos indígenas A: Esses povos tiveram sua cultura dizimada, com a chegada dos europeus no Brasil. Acho que o índio, nos dias de hoje, tem de preservar sua cultura, mas exercendo os direitos de estudos, trabalhar etc. B: Povos que apesar de ser criado no mato, deveria ter seu lugar na sociedade sem discriminação. Os alunos descrevem os povos indígenas como povos que tiveram sua cultura dizimada, com a chegada dos europeus no Brasil, os alunos fizeram uma descrição os índios muitos pela sua cultura, tanto em relação de moradia, quanto em suas tradições, afirmaram que os índios devem ter seus direitos na sociedade, sem discriminação. Depreende-se da análise que nas suas representações os índios são vistos como povos de cultura diferente e vive que 12 longe da cidade, no mato fechado em suas ocas. Conforme mostra a representação de um aluno através de um desenho na imagem abaixo: 2º Você acredita que existe alguma desvantagem do Negro e do Indígena no contexto da sociedade brasileira? Explique a sua resposta? Resposta de três alunos A: Sim, isso se torna evidente quando são analisadas as funções desempenhadas pelas partes destacadas no convívio social. B: Sim, ao longo da historia brasileira a população indígena foi praticamente extinta enquanto a negra foi trazida para o Brasil e obrigada a viverem como escravos. C: Sim, pensando nos vestibulares, o sistema de cotas os beneficia, mas ao mesmo tempo os menosprezam, pôs é uma forma ate de dizer que eles não são capazes tanto quanto o branco. Infelizmente a sociedade ainda pobre ideologicamente, sendo preconceituosa e racista. Todos os alunos concordam que há uma desvantagem do Negro e do Indígena na sociedade, porem ela tem sido causada por vários fatores, um bem importante que os alunos identificaram esta sendo o convívio social, foi seguindo este convívio que alguns alunos exploraram suas respostas em 13 relação ao grande preconceito uns com os outros, muitos descreveram que o negro é mais descriminado devido à cor e aparência física, e o índio devido sua cultura, ou seja, sua etnia. 3º Você já participou de alguma discursão na sala de aula sobre questões étnico-raciais que envolvem o Negro e o Índio? Em quais disciplinas? Como essas discursões acontecem e qual o posicionamento dos alunos? Resposta de dois alunos A: Sim, geografia, em um debate sobre origem africana e afrodescendente e o posicionamento foi de alguns alunos ruim, mas outro bom. B: Sim, historia geografia e educação artística. As grandes maiorias dos alunos não apresentaram preconceito contra, e a discursão não se deu de maneira pacifica. Já foi citado em questões anteriores que os alunos tem tido conhecimento sobre os afrodescendentes e indígenas, por algumas disciplinas,eles vem conhecendo a cultura destas determinadas raças. Os alunos já discutiram esses assuntos em sala de aula, principalmente nas matérias de geografia e historia, e reconheceu-se a existência do preconceito entre muitos durante as discussões em sala de aula, já outros se mantiveram favoráveis a medidas contra o racismo, estas discursões acontecem em forma de debate, principalmente posicionamento acerca da problemática. 4º Em quais disciplinas e/ou livros didáticos você estudou conteúdos que trabalhem “a historia e cultura afro-brasileira e indígena”? O que você aprendeu com os conteúdos sobre a cultura afra e indígena? Resposta de dois alunos A: Historia sociologia e ética. Aprendi a valorizar as diversas culturas. B: Livros de historia e geografia. Não foi abordado de uma forma especifica, mas foi abordado de acordo com a história do mundo. 14 Todos os alunos que responderam ao questionário, afirmaram que já estudaram sobre a história ou a cultura dos povos afro-brasileiro e indígena, claro que muitas das vezes não de uma forma especifica, porém só de ver um pouco dos assuntos já é um fato bem positivo, pois a escola é um dos meios de acabarem com tantos preconceitos encontrados em uma sociedade em relação a estas raças, os alunos afirmaram que já tinham visto estes determinados assuntos em matérias como historia, sociologia, geografia e educação artística, esta matérias passavam a historia, ou seja, a origem destes povos, a cultura, como danças, comidas e dialetos. Outro fato registrado que faz das discussões sobre a temática com os alunos é à comemoração da Semana da Consciência Negra, uma semana que é repleta de debates, fala-se sobre as diferenças e que todos são iguais perante a lei. Não desconsiderando a importância de tal evento, percebe-se que a discussão é fragmentada e fragilizada pois ao trabalhar a cultura como expressão apenas de danças, comidas e dialetos, têm-se uma educação que concebe a cultura em termos patrimonialistas. E o que significa conceber a cultura em termos patrimonialistas? Para Trindade (2002): “É antes de mais nada acreditar que a idéia de cultura é a idéia de monopólio oficial de ideias já prontas, preestabelecidas”. Essa visão materialista de cultura, de preservação de patrimônio, gerida pelo Estado, representada na cultura das ciências, das letras, das artes foram cristalizadas pela cultura Européia. Para Machado (2002) “é preciso perquirir um conceito de cultura que resulte de uma elaboração coletiva e comporte a noção de transformação sucessiva [...]”. Nesse sentido, entendemos como Silva (2006) que apenas reconhecer a diversidade cultural dos alunos não deve se tornar o foco das atenções da escola, o mesmo se fará inócuo se tratado apenas no plano da diversidade já que em geral, “[...] a posição socialmente aceita e pedagogicamente recomendada pela escola é a de respeito e tolerância para com a diversidade [...]" (Silva, 2000, p.73), assim, essa visão não contempla uma pedagogia crítica e questionadora, e este autor nos propõe um novo olhar a partir da seguinte interrogação: 15 Como se configuraria uma pedagogia e um currículo que estivessem centrados não na diversidade, mas na diferença, concebida como processo, uma pedagogia e um currículo que não se limitassem a celebrar a identidade e a diferença, mas que buscassem problematizá-las? (SILVA, 2000, p.74) Silva (2006) nos alerta para o fato de que a pedagogia e o currículo deveriam ser capazes de oferecer oportunidades para que desde cedo as crianças e os jovens desenvolvessem capacidades de crítica e questionamento dos sistemas e das formas dominantes de representação da identidade e da diferença. Assim, cabe a escola explicar a forma pela qual a diferença é ativamente produzida. 5º Você já presenciou dentro ou nos arredores da escola algum tipo de preconceito contra alunos negros ou indígenas? Em caso afirmativo, conte a situação: Resposta de dois alunos A: Sim, pessoas menosprezando umas pessoas por causa de sua cor, dizendo coisas horríveis, supondo que por ela ser Negra não pudesse agir de forma “normal”. B: Sim, alunos chamando outros por apelidos, que evidenciam o preconceito. Muitos alunos afirmaram que nunca tinha visto nenhum tipo de preconceito com estes determinados alunos, porem outros identificaram vários tipos de preconceitos, tais preconceitos em relação às suas origens, heranças, etnia e raças. Os preconceitos, mas identificadas foram em relação aos apelidos que são dados para negros e índios, devidos suas etnias, tais apelidos como carvãozinho, negrinho etc. Nesse sentido, podemos compreender que as diferenças são inventadas, construídas pela cultura, e a através dela podemos nos afastar de uns e nos aproximar de outros GOMES (2003). Dessa forma, quando classificamos como iguais todos os que se aproximam da nossa construção de identidade como, por exemplo: “branco, classe média”, e como diferente o “outro”, aquele que se 16 afasta do nosso modelo de identidade, como por exemplo: “o negro, classe baixa”, para Silva (2006) cria-se uma série de negações ocultas sobre as identidades. A afirmação da identidade e a enunciação da diferença traduzem o desejo dos diferentes grupos sociais, assimetricamente situados, de garantir o acesso privilegiado aos bens sociais. A identidade e a diferença estão, pois, em estreita conexão com relações de poder (SILVA, 2006, p.81). Assim, quando descrevemos ou explicamos algo estamos, através da linguagem, produzindo uma “realidade”, neste caso, para Costa (2005): “quem tem o poder de narrar o outro, dizendo como está constituído, como funciona, que atributos possui, é quem dá as cartas da representação”. Assim, as realidades enunciadas como “verdadeiras” são passíveis de questionamentos, já que são criadas segundo relações de poder. Representar é produzir significados segundo um jogo de correlação de forças no qual grupos mais poderosos – seja pela posição política e geográfica que ocupam, seja pela língua que falam, seja pelas riquezas materiais ou simbólicas que concentram e distribuem, ou por alguma outra prerrogativa – atribuem significado aos mais fracos e, além disso, impõe a estes seus significados sobre os outros grupos (COSTA, 2005, p.43). Tomando como pressuposto o poder político que as formas de representação podem exercer, fica fácil perceber todas as implicações pedagógicas e curriculares que as conceituações, classificações, normas e outros exercem nos saberes ensinado na escola. Costa (2005) chama essa política de representação, de disputa para narrar “o outro”, que tomando a si próprio como referência, como normal, e outro como diferente, cria-se um regime de verdade em que os saberes que fomos ensinados são tidos como verdadeiros ou “científicos”, como universais. 6º Qual a sua posição sobre o sistema de cotas para acesso a universidade para negros e indígenas? Justifique a sua resposta. Resposta de dois alunos 17 A: O sistema deve ser uma medida paliativa, que não deve diferenciar os negros indígenas, mas sim tentar pagar a enorme divida do Brasil com esses povos que antes foram escravizados e quase extintos. B: Para negros em acho errado, pois isso é uma forma mascarada de dizer que o negro não tem a mesma capacidade que o branco, isso é discriminação racial. Já para os índios eu concordo, porque, infelizmente eles tiveram poucas oportunidades; essa cota eu já vejo como uma forma de inclusão social. Nesta questão foi possível identificar a opinião dosalunos, pois o sistema de cotas foi criado para dar acesso a negros, índios além de deficientes, estudantes de escola pública em universidades, concursos e mercado de trabalho. Porem alguns alunos discorda com este sistema, pois uns acham que todos devem competir por uma vaga em faculdades e universidades de forma uniforme, não com um sistema que só vai ajudar de certa forma apenas negra e indígena, porem a maioria apoia este sistema, pois eles afirmam que provavelmente existem desigualdades entre negros e indígenas e os povos brancos, e que a descriminação racial ainda esta bem existente entre estas raças, há alunos que se põem em uma forma positiva de esperança, já que este sistema pode ser uma forma de inclusão social. Outra forma de comentar pela escola para discussão da cotas raciais foi a divulgação através de cartazes, a ideia é chamar a atenção dos alunos para as discussões sobre a temática como as fotos abaixo demonstram. Fotografia I - Cartaz afixado no mural do Ifma/Campus imperatriz 18 Fonte: autoria própria A partir dessa análise é possível inferir que esta questão tão polêmica necessita de uma discussão sistemática e profunda entre alunos, comunidade escolar e sociedade, um debate que envolva as convergências e divergências. Aponta-se o NEABI, como órgão oficial para discussão acadêmica para promover esse diálogo. 4.2 Pesquisa documental Para conseguimos saber a visão dos alunos em relação os afro-brasileiros e indígenas passamos questionários para alguns alunos das turmas do ensino médio do instituto, foram-se três turmas após este procedimento fomos até o registro escolar e analisamos a etnia/raça dos alunos, conforme declaração na ficha de matrícula. A comparação entre a cor do aluno e análise do que responderam na ficha de matrícula, revelou que os alunos divergem na declaração de sua raça, ou seja, observamos nas três turmas que muitos alunos colocaram sua cor /ou raça diferente no registro escolar em relação a si mesmo, ou seja, na entrevista mencionou ser de uma determinada cor/raça e na ficha de matrícula colocou outra. Na declaração geral da cor/raça dos alunos no registro escolar verificou- se os seguintes resultados: Branca 31% Parda 62% Preta 7% 0% Relação da cor/ raça de três turmas IFMA/CAMPUS IMEPRATRIZ 19 Dos dados acima expostos visualiza-se como a hibridação é marcante na formação da sociedade brasileira com 62% de alunos pardos; supõe-se que 31% de brancos e apenas 7% de pretos representa uma tendência das pessoas a quererem ser brancas e não ser pretas, já que historicamente as ideias eurocêntricas difundiram no processo de colonização o que Dussel (1995, p.86) caracterizou com “el mito de la modernidad”. Vemos ya perfectamente construído el “mito de la Modernidad”, por una parte, se autodefine la propia cultura como superior, más “desarrolhada”, [...] por otra parte se determina a la outra cultura como inferior, ruda, bárbara, siendo sujeto de una culpable “inmadurez”. [..] Em esto consiste o el “mito de la modernidad”, em um victimar al inocent (al Otro) declarándolo causa cuplable de su propia victimación, y atribuyéndose el sujeto moderno plena inocencia con respecto al acto victimario. Essa realidade comprovam a afirmação de Castro-Gómez que nas palavras Oliveira (2010, p. 43) conclui “[...] de que a epistemologia europeia se fundamentou na projeção de um sujeito europeu, que é branco, masculino, heterossexual e pertencente à classe média”. Foi feita a análise os livros didáticos usados pelos alunos do ensino médio, assim foram observados os Geografia, História, Português e Sociologia. Relata-se o sentimento de decepção quando ao observar tais livros, nem todos davam a devida importância aos assuntos, já os que relatavam sobre os temas abordavam o assunto superficialmente. É fundamental destacar que os assuntos envolvendo o afro-brasileiro e os indígenas não esta tendo uma devida importância nos livros de ensino médio, sendo que já é existente leis que obrigam livros didáticos terem um espaço para tais assuntos. Conforme os fragmentos abaixo demonstram : a) Sobre os povos indígenas no Livro de Geografia Os povos indígenas já viviam no Brasil quando os colonizadores europeus chegaram. Atualmente, depois de um longo processo de extermínio, restam cerca de 400 mil indígenas no Brasil. (dados da FUNAI) O extermínio dos indígenas não foi apenas físico, mas também cultural chamado de etmoides, pela integração dos índios à sociedade do branco. Essa união dos povos começou com a catequese dos nativos e a sua mão de obra Através disso nasceram mistura de índio e branco. 20 Em 1910 foi reconhecido o direito do índio à posse de terra e o respeito a seus costumes... FONTE: (Livro de Geografia do 2º ano do ensino médio, Igor Moreira e Elizabeth Auricchio p.171 e 169). b) Povos afro-brasileiros Livro de Geografia Africano trazido da África em navios negreiros e leiloado para mão de obra e cultivos de cana-de-açúcar, algodão, tabaco e café. O negro foi fundamental para a formação da cultura do Brasil, a mistura também formou outros tipos de mestiço, o mulato (branco com negro) e o cafuzo (negro e índio). A importância da cultura africana pode ser observada na culinária, nas artes, nos esportes, no misticismo e na própria religião. Mas a constituição brasileira proibiu qualquer tipo de descriminação racial e com isso melhora a convivência dos negros com os brancos. Melhora mas não acaba, em muitas das vezes há dificuldade na procura de emprego e quando acha é com salario inferior do branco. FONTE: (Livro de Geografia do 2º ano do ensino médio, Igor Moreira e Elizabeth Auricchio p.171 e 169). c) Povos africanos no Livro de Literatura A escravidão no Brasil durou quase quarto séculos, marcando profundamente a formação da nossa sociedade e cultura. Os escravos eram capturados e comprados na África e, depois, trazidos dos mercados brasileiros, onde eram vendidos. Na África, os lugares onde os portugueses criavam colônias eram obrigados a usar a língua portuguesa. Transformando a cultura de diversos países, depois de tantos séculos o português permaneceu a língua oficial de vários desses países. A marca registrada da literatura africana é a sua lutar contra os domínios estrangeiros, os direitos humanos básicos, exploração da população menor favorecida. Os contra racismo entraram nessa resistência, cantores, pintores, poetas, escritores, intelectuais, jornalistas, entre várias outras pessoas que fazem parte 21 dos laços africanos que moram no Brasil. Graças a essa mistura de raça hoje cada vez mais, temos escritores negros, cantores, atores de novelas com papeis em destaque. É importante lembra que ainda existe muita descriminação contra os afrodescendentes no Brasil. Mas embora o processo de integração seja lento, devemos continuar. FONTE: (Livro de Português do 3º ano do ensino médio, Leila Lauar Sarmento e Douglas, Literatura Portuguesa p.206). 4.3 Pesquisa com professores Elaboramos um questionário para os professores, já que eles são os que, mas passam tempo com os alunos na sala de aula, e podem nós informar a visão deles. Exemplos: Considerando que a Lei 11.645/2008 traz a obrigatoriedade da discussão da história e cultura afro-brasileira e indígena no currículo da escola, e que seja trabalhado em especial nas disciplinas de história brasileira, artes e literatura,responda: 1º Como os negros e os índios são retratados pelo livro didático que é adotado para as suas aulas? A: Via de regra nos livros didáticos, são relatados de forma isolada e separados de forma que é visível a descontextualizarão com os demais temas. 2º Você concorda com a visão do (s) autor (es), se não, por quê não concorda? A: Não, porque esses temáticos são dispostos de formas paralelas aos demais conteúdos, ou seja, algo a parte. 3º Você percebeu alguma mudança ou alteração de conteúdos nos livros após a vigência da Lei 11.645/2008? Comente a sua resposta: A: Sim, embora estas mudanças sejam paliativas. Elas acabam apresentando novos cenários nesta discursão, contudo esta longe de ser real. 4º A vigência da Lei trouxe contribuições para a discussão das relações étnico- raciais na escola? 22 A: Sim, uma vez que se tornou obrigatório possui se a discutir-se um pouco, mas porem os reflexos é poucos sentidos no ambiente escolar atual. Nas respostas desse professor (a) fica bem claro que os temas sobre afro-brasileiros e indiodescendentes, está sendo trabalhado com os alunos de maneira parcial, já que os livros didáticos não abordam a temática na proporção de assuntos que a importância do tema requer, infelizmente, a lei ainda não está sendo cumprida na maior parte das escolas, e os assuntos são trabalhados de maneira fragmentada e descontextualizado. Considerando que a temática seja abordada de maneira fragmentada e descontextualizada pelos livros didáticos, seria interessante um trabalho interdisciplinar entre os professores de Artes, História, Geografia e Língua Portuguesa, como forma equacionar essa marca cega nos livros didáticos, ou até mesmo, uma análise em conjunto dos livros oferecidos no Programa Nacional do Livro Didático . 5 CONCLUSÃO Conclui-se este estudo que foi possível observar durante a execução do projeto que os alunos do IFMA/Campus Imperatriz têm uma forma variada de pensar, muitos já estão vendo a realidade, ou seja, estão aptos a conviverem com pessoas de raças diferentes, em um bom convívio, porém ainda existem alunos/as que não aceitam conviver com pessoas de outras raças/cor, ou se aceitam não se fizeram demonstrar. Assim, é indispensável que a escola intensifique as discussões sobre a temática com alunos, que as mesmas não sejam discutidas apenas em datas comemorativas como o dia do índio ou a semana da consciência negra, mas que se crie um fórum de discussões permanente sobre a temática entre professores/as, alunos e servidores/as e até mesmo a comunidade, como os pais de alunos/as por exemplo. Foi possível aprender muito na realização deste projeto, foram muitas leituras para atingirmos os objetivos, como além de pesquisadoras somos alunas do instituto, houve momentos que até na sala de aula foi possível se ter uma ideia real sobre os fatos sociais que marcam o cotidiano da vida de índios e negros. 23 A lição que fica é que devemos aprender a nos relacionar com os diferentes, foi muito interessante sabermos como esta sendo vista dos alunos, o que está acontecendo na nossa realidade, e mais importante de tudo que temos que conviver com ouras culturas/raças/povos pacificamente, sem preconceito ou discriminação, pois todos somos diferentes e partilhamos de culturas diferenciadas, e é as diferenças de cores, culturas que faz com que todos sejamos seres especiais e únicos 24 REFERÊNCIAS ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo Afonso de. Etnografia da prática escolar. Campinas, SP: Papirus, 1995 (Série prática pedagógica). BRASIL, Ministério da Educação. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão. Núcleo de Estudos Afrobrasileiro e Índiodescendente. Orientação para implantação do núcleo local. São Luís, 2011. Candau, V. M. (org.). Sociedade, educação e cultura (s): questões e propostas. Petropólis: Vozes, 2002. COSTA, Marisa Vorraber (org.). O currículo nos limiares do contemporâneo. 4ª ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2005. FILHO, Benedito de Souza (org.). Alta tensão: conflitos, representações e dinâmicas de uso e ocupação de faixas de servidão de linhas de transmissão da Eletronorte. São Luís: EDUFMA, 2006. FLEURI, Reinaldo Matias (org.). Educação intercultural: mediações necessárias. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. GOMES, Nilma Lino. Cultura negra e educação. Revista Brasileira de Educação.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 24782003000200006&lng=pt&nrm=iso . Acesso em: 15 fev 2012. GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro:LTC,1989. ______. Práticas pedagógicas e questão racial: o tratamento é igual para todos/as?. In: DINIZ, Margaret; VASCONCELOS, Renata Nunes (org.). Pluralidade cultural e inclusão na formação de professoras e professores. Belo Horizonte: Formato, 2004. OLIVEIRA, Inês Barbosa, SGARB, Paulo. Redes culturais, diversidades e educação. DP&A: Rio de Janeiro, 2002. SILVA, Tomaz Tadeu da (org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. 6. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006. ____. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Rio de Janeiro: Autentica, 2005. TEIXEIRA, Elizabeth. As Três Metodologias: acadêmica, da ciência e da pesquisa. 5 ed. Petrópolis: Vozes, 2008. 25 ANEXO A – Representação de alunos sobre povos afro-brasileiros 26 ANEXO B – Imagem das representações de alunos sobre os povos indígenas 27 ANEXO C – Imagens de cartaz posto no mural da escola pelo NEABI sobre a legalização das cotas raciais nas universidades 28 ANEXO D: QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ALUNOS INSTITUTO FEDERAL MARANHÃO Campus Imperatriz PESQUISA: Diversidade, diferenças e escola: “As representações de alunos do IFMA/Campus Imperatriz sobre os povos Afrodescentes e Indígenas” Alunas pesquisadoras: Rosana Gomes de Sales e Janaína Santana Queiroz Orientadora: Maria José Ribeiro de Sá QUESTIONÁRIO Estamos realizando uma pesquisa sobre “As representações de alunos do IFMA/Campus Imperatriz sobre os povos Afrodescendentes e Indígenas” com o objetivo de contribuir para discussão sobre as diversidades étnico-raciais a partir de ações pedagógicas que promovam a inclusão, o pertenciamento e o reconhecimento das diversidades das populações afro-brasileira e indígena no ambiente escolar. Solicitamos vossa participação respondendo as questões que seguem. Não há necessidade de identificação, pois queremos garantir anonimato aos nossos participantes. Assim que tivermos com os resultados de nossa pesquisa, faremos o possível para que os resultados chegue a você. 1. Identificação étnico-racial a) Idade: ____________ Série______________ b) Você se reconhece ou se identifica como de cor ou raça: (assinale quantas opções desejar) 1. Negro ou Afrodescendente? ( ) Sim ( ) Não 2. Indígena? ( ) Sim ( ) Não Especifique a Etnia______________________ Língua Falada________________ 3. Amarelo? ( ) Sim ( ) Não Especifique a origem geográfica familiar: (japonesa, chinesa, coreana, etc.) _______________________________________________________ 4. Branco? ( ) Sim ( ) Não 5. Preto? ( ) Sim ( ) Não 29 6. Pardo? ( ) Sim ( ) Não d) Você escolheria um outro termo, diferente desses, para a sua cor ou raça? ( ) Sim Qual?___________________________________( ) Não c) Em relação a sua própria cor ou raça, você a definiria de acordo com: 1. Cultura, tradição 2. Traços físicos ( cabelo, boca, nariz, etc.) 3. Origem familiar, antepassados 4. Cor da pele 5. Opção política ideológica 6. Origem socioeconômica ou de classe social 7. Outra _________________________________________ Ordene por grau de importância 1ª _________ 2ª ___________ 3ª _________ 2. Representações do aluno sobre os povos Afrodescentes e Indiodescendentes a) No contexto da sociedade brasileira, diante do que foi ensinado ao longo da sua formação escolar, do que você assistiu e assiste nas mídias e dentro da sua família na sua percepção, como descreveria: Os povos afrodescendentes? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ Os povos Indígenas? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 30 _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ b) Você acredita que exista alguma desvantagem do Negro e do Indígena no contexto da sociedade brasileira? Explique a sua resposta? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ c) Dê sua opinião sob as seguintes afirmações: “Eles não são mais índios: usam roupas, usam celulares, usam computadores” _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ “índios é o que vive na mata, que anda pelado, que não tem veículo automotivo…” ___________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ d) Você já ouviu expressões do tipo: "Não faça trabalho de negro", "A coisa está preta", "Ele é um negro de alma branca". Dê a sua opinião sobre as seguintes afirmações: 31 ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 3. As representações sobre os povos afrodescendentes e indígenas no ambiente escolar: a) Em quais disciplinas e/ou livros didáticos você estudou conteúdos que trabalhem “a história e cultura afro-brasileiras e indígenas”? O que você aprendeu com os conteúdos trabalhados sobre a cultura Afro e Indígena? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ b) Você já participou de alguma discussão na sala de aula sobre de questões étnico-raciais que envolvam o Negro e o Indío? Em quais disciplinas? Como essas discussões aconteceram e qual o posicionamento dos alunos? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ c) Você já presenciou dentro ou nos arredores da escola algum tipo de preconceito contra alunos Negros ou Indígenas? Em caso afirmativo, conte a situação: 32 _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ d) E na sala de aula, você já presenciou algum fato representativo de discriminação contra alunos negros ou indígenas? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ e) Qual a sua posição sobre o sistema de cotas para acesso a universidade para negros e indígenas? Justifique a sua resposta. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________33 ANEXO E: QUESTIONÁRIO APLICADO AOS DOCENTES INSTITUTO FEDERAL MARANHÃO Campus Imperatriz PESQUISA: Diversidade, diferenças e escola: “As representações de alunos do IFMA/Campus Imperatriz sobre os povos Afrodescentes e Indígenas” Alunas pesquisadoras: Rosana Gomes de Sales e Janaína Santana Queiroz Orientadora: Maria José Ribeiro de Sá QUESTIONÁRIO Entrevista com professores - questões (entrevista para os professores de história, artes e literatura) Considerando que a Lei 11.645/2008 traz a obrigatoriedade da discussão da história e cultura afro-brasileira e indígena no currículo da escola, e que seja trabalhado em especial nas disciplinas de história brasileira, artes e literatura, responda: 1. Como os negros e os índios são retratados pelo livro didático que é adotado para as suas aulas? 2. Você concorda com a visão do (s) autor(es), se não, por quê não concorda? 3. Você percebeu alguma mudança ou alteração de conteúdos nos livros após a vigência da Lei 11.645/2008? comente a sua resposta: 4. A vigência da Lei trouxe contribuições para a discussão das relações étnicos-raciais na escola?
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