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Constitucionalismo_e_neoconstitucionalismo_-_notas_e_aula

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Profª Fabiana Raslan
O Constitucionalismo
A idéia segundo a qual o homem é dotado de direitos que decorrem de sua própria natureza, e que tais direitos devem ser respeitados e garantidos pelo poder público, é essencialmente iluminista. O Iluminismo, em seu aspecto político, preocupou-se em combater as arbitrariedades e a opressão exacerbada do Estado Absolutista.
Tais idéias serviram de base para as revoluções constitucionalistas do séc. XVIII: Revolução Francesa e a Independência das colônias inglesas. Nesta época, o Estado era visto com inimigo da liberdade individual, e a finalidade principal era a garantia desta liberdade. 
Durante todo o séc. XIX e boa parte do séc. XX prevaleceu a idéia de onipotência do Parlamento como representante da Nação. Neste sentido, a lei era a própria materialização da vontade popular, capaz de regular com Justiça as relações sociais. No campo privado, o Código Civil desempenhava o papel de constituição da sociedade, enquanto a Constituição regulava as relações do indivíduo com o Estado.
Assim, entendia-se que havia dois universos distintos e incomunicáveis: o Direito Público, o qual era regido pelo princípio da supremacia do interesse público, e o Direito Privado, o qual era regido pelo princípio da autonomia da vontade.
A principal fonte do Direito era a lei, como expressão máxima da vontade popular. Entretanto, a sociedade evolui muito mais rapidamente do que a lei. A complexidade da vida moderna acabou criando um hiato cada vez maior entre as relações sociais e as normas jurídicas.
O Neoconstitucionalismo
Não há como negar a centralidade das Constituições escritas no mundo contemporâneo. Sua supremacia é tal, que a ciência jurídica passou a ter um novo paradigma: o que se convencionou denominar neoconstitucionalismo. Apesar das inúmeras teses acerca do instituto, os autores tendem a afirmar que se trata de um novo modelo jusfilosófico que sustenta o Direito atual, em substituição ao positivismo.
A supremacia da lei é substituída pela supremacia da Constituição. 
No Brasil, a partir da edição da nova Constituição da República, o neoconstitucionalismo se revela na adoção de um modelo constitucional principiológico, impondo um longo rol de deveres e limitações aos poderes de Estado. 
A força normativa da Constituição
Considerando o paradigma da força normativa da Constituição, os princípios constitucionais são normas abertas, sujeitando-se ao intérprete e aplicador do direito, funções típicas do Poder Judiciário. Assim, o ativismo judicial recebeu impulso do moderno constitucionalismo, resultando na livre construção do direito pelo guardião da Constituição, submetendo os atos do poder público à definição dos critérios judiciais em função de uma flexível e subjetiva interpretação judicial por meio, sobretudo, da fiscalização abstrata (controle de constitucionalidade) de todos os atos do poder público. 
	Partindo-se do paradigma segundo o qual a Constituição consubstancia o pacto social em cujos princípios assentam-se a sociedade, cumpre ao jurista procurar fazer da ciência do Direito um instrumento de realização do bem comum, no sentido de atender a multiplicidade de necessidades e interesses, próprios da sociedade moderna. 
Assim, o Direito, ciência que confere força normativa aos princípios, como instrumento de promoção da igualdade e justiça, deve contribuir para concretização dos fins sociais (o bem comum).
	Constitucionalismo
	Neoconstitucionalismo
	Positivismo
	Pós-positivismo
	Supremacia da lei como expressão da vontade popular
	Supremacia da Constituição, como expressão dos valores nacionais
	Hegemonia do parlamento como representante da nação
	Submissão dos Poderes aos princípios constitucionais
	Direito como ciência pura
	Direito como ciência aberta
	
	
	
	
	
	
Notas de aula

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