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AMPUTAÇÕES Dos MMSS História 218 d.C – General Marcus Sergius perdeu a mão na segunda Guerra Púnica – na ocasião foi confeccionada uma mão de aço; 1550– Ambroise Paré modificou os mecanismos da idade média mais funcional e mais estética; 1818 – Peter Baliff projetou uma prótese para amputados abaixo do cotovelo, acionada por correias; 1912- primeiro gancho protético Dorrance para melhorar a função. Incidência e etiologia -A maioria das amputações é resultado de traumas, DVP, infecções crônicas, lesões químicas, térmicas, elétricas e tumores malignos. A decisão de amputar ocorre em função de lesão grave ou completa do plexo braquial; -Ocorrem em menor número que as dos MMII; -Traumáticas – 75%, principalmente em homens, entre 15 e 45 anos de idade; -Em crianças os tumores são em maior número; Amputação Funcional tem o objetivo de proporcionar o melhor potencial para a reabilitação e eventual protetização. Deve dar atenção distinta aos diferentes tecidos: 1- Nervos- seccionados para permitir que se retraiam e não fiquem aderidos à cicatriz ou a área de contato com a prótese; 2- Músculos – deve haver sobra suficiente para proporcionar um bom controle motor; 3- Pele – deve permitir sobra suficiente para que não haja tensão no fechamento do coto e para não aderir a cicatriz; 4- Osso – arredondar e homogeneizar sua extremidade; 5- Vasos- ligados a medida que os músculos forem seccionados. Níveis de amputação -Desarticulação interescapulotorácica; -Desarticulação do ombro; -Transumeral; -Desarticulação do cotovelo; -Transmetacárpica; -Ressecção de raios; -Amputação de dedos. Problemas relativos ao coto -Sensação fantasma – não dolorosa; -Dor fantasma – 5% da população amputada e 75% sentem em algum momento após a amputação; -Dor no coto – má distribuição de forças no encaixe da prótese; - Neuroma doloroso- acúmulo de células e fibras nervosas na extremidade do nervo amputado; -Alterações dermatológicas – processo alérgico ou falta de hidratação; -Espículas ósseas – formado por coto mal revestido Fases da reabilitação -Pré operatória;avaliação completa (força, ADM, AVD´s, condicionamento físico, suporte social.); -Cirurgia de amputação funcional –verificar comprimento do coto, cuidados cirúrgicos; -Pós operatório imediato – cuidados com as feridas, controle da dor, manter a ADM; -Pré protética – preparação do coto (conificação), ADM, força, alongamento, controle motor, dessensibilização e alívio de neuroma doloroso; -Prescrição protética- após trabalho da T.O; -Treino protético - propriocepção; -Reintegração na comunidade; -Reabilitação vocacional; -Acompanhamento ambulatorial. AMPUTAÇÕES Dos MMII história Na idade média - as amputações eram realizadas com guilhotinas enquanto a anestesia era provocada por ingestão de bebidas alcoólicas, a cauterização era feita com ferro quente ou óleo; Em 1850 - descoberta da anestesia, favoreceu as aplicações protéticas; 1ª Guerra Mundial - ~300 mil amputados na Europa, ainda se fabricava de forma artesanal pés e joelhos, preocupação era devolver o soldado para o campo de batalha; 2ª Guerra Mundial – novas pesquisas de componentes com princípios biomecânicos e mais funcionais. História A partir daí, componentes pré-fabricados como pés, tubos e articulações e materiais como fibras, resinas e termoplásticos tem sido desenvolvidos por grandes indústrias no mundo com investimentos milionários em alta tecnologia. Em ortopedia técnica já é utilizado o sistema CAD-CAM (Computer Aided Design – computer Aided Manufacture) para confecção de encaixes, que após as medidas do coto, os dados são enviados para um programa que através de uma visão tridimensional auxilia protesista no molde a ser produzido. Atualidade Novas técnicas cirúrgicas, novos medicamentos e novos conceitos de reabilitação, aliados a um trabalho multidisciplinar, continuam em desenvolvimento proporcionando uma melhor qualidade de vida dos amputados, os quais, nos dias de hoje, já são totalmente reintegrados à vida social e profissional. Conceito amputação significa retirada, geralmente cirúrgica, total ou parcial de um membro. Durante muito tempo as amputações não eram consideradas cirurgias muito nobres, sendo realizadas na sua maioria por residentes sem experiência, o que dificultava o processo de reabilitação. Cotos mal acabados interna e externamente acarretavam complicações, má adaptação às próteses e até mesmo reamputação com muita frequência. Início As amputações iniciam-se com um minucioso estudo das condições de permeabilidade vascular no nível da amputação e uma inspeção detalhada dos tecidos lesados. Um bom coto dependerá de alguns fatores: -Mioplastia entre os músculos agonistas e antagonistas; -Miodese com reinserção muscular para aumentar o controle do membro residual; -Hemostasia; -Neurectomia com tração discreta; -Bom tratamento ao tecido ósseo sem arestas ou saliências; -Suturas sem tensões exageradas; -Posicionamento correto após a amputação. Etiologia O perfil das amputações mudou muito nos últimos tempos, devido ao advento de novas medicações, quimioterapia e radioterapia, fixadores externos e câmaras hiperbáricas. Enquanto as amputações dos MMSS raramente são causadas por patologias vasculares nos MMII são a maioria. A causa mais frequente nos MMSS são traumáticas e tumorais. Vasculares -Idosos -Dentre as doenças arteriais, venosas e linfáticas, a arterial é a mais comum -Arteriosclerose obliterante periférica; -Neuropatia diabética; Traumáticas -Adolescentes e adultos jovens; -Acidentes de trabalho ou por meio de transporte; -Com advento das novas técnicas cirúrgicas e fixadores externos o índice de amputações por trauma diminuiu razoavelmente. Tumorais -Crianças e adolescentes; -Tem diminuído muito pela precocidade do diagnástico, radioterapia, quimioterapia, a endoprótese; -Sarcoma ósseo (cura completa de mais de 50% das crianças. Infecciosas -Também tem diminuído em virtude dos grandes avanços laboratoriais e desenvolvimento de medicamentos específicos; - As infecções em geral estão intimamente ligadas a processos traumáticos e vasculares. Anomalias Congênitas -Geralmente são encaminhadas para procedimentos cirúrgicos, este tipo de amputação deverá ser realizada nos primeiros anos de vida. -Reabilitação precoce e maior aceitação da prótese por parte do paciente. Características de um bom coto -Nível adequado (nem sempre o melhor é o maior); -Estável (presença de deformidades nas articulações proximais pode dificultar a deambulação e protetização); -Presença de um bom coxim com mioplastia e miodese; -Bom estado da pele (sem úlceras ou enxertos); -Ausência de neuromas e espículas ósseas; -Boa circulação arterial e venosa, evitando isquemia e estase sanguínea; -Boa cicatrização; -Ausência de edema. Níveis de amputação -Interfalagiana; -Metatarsofalangiana; -Transmetatarsiana; -De Lisfranc; -De Chopart; -De Syme; -De Pirogoff; -Transtibial; -Desarticulação de joelho; -Transfemoral; -Desarticulação de quadril; -Hemipelvectomia. Interfalangiana - em geral não apresenta problemas funcionais e estéticos; -É causada na sua maioria por traumas ou vasculopatias; -Não alteram o equilíbrio e a deambulação; Metatarsofalangiana -causada por traumas e doenças vasculares; -Amputaçõesisoladas do 2º e 5º pododáctilos não causam alterações significativas da marcha; -Do 2º e 3º podem causar deformidade do hálux; -Dos artelhos sobrecarrega a cabeça dos metatarsos, elevando a pressão local. Transmetatarsiana - causas traumáticas e vasculares; -As incisões podem ser realizadas em um raio ou discretamente oblíqua 1ºmeta=2º>3º>4º>5º; -O flap plantar maior que o dorsal; -Reinserção dos extensores ou tração e secção. Lisfranc desarticulação dos metatarsos com os ossos cubóide e cuneiforme. É comum deformidades em flexão plantar, Chopart desarticulação realizada entre os ossos navicular e cubóide com tálus e calcâneo respectivamente; Conhecida como amputação do retropé, em virtude do curto braço de alavanca, geralmente evolui para um equino. Reinserção do tibial anterior do colo do tálus e alongamento do tendão calcâneo. Syme desarticulação tibiotársica e posteriormente com secção óssea logo abaixo dos maléolos, conservando a sindesmose tibiofibular; É utilizada em caso de não resolução por transmetatarsiana, Lisfranc e Chopart ; Permite descarga distal sobre o coto e o espaço entre o solo e o coto permite protetização futura. Pirogoff semelhante a Syme, porém preserva a porção posterior do calcâneo e roda superiormente a 90º para estabelecer contato com a superfície da tíbia, diminuindo o espaço solo/coto. Pode ser usado osteossíntese para este procedimento. Transtibial Realizada entre a desarticulação tibiotársica e joelho. É subdividida em três níveis (terço proximal, médio e distal); Os cotos apresentam uma tendência à deformidade em flexão do joelho tanto maior quanto mais proximal o nível de amputação. Desarticulação do joelho Por muito tempo substituída pela transfemoral ; Apresenta uma boa alavanca de movimento; Bom controle da prótese; Preserva a patela; Não apresenta desequilíbrio muscular; Eventualmente deformidade em flexão do quadril por má postura. Transfemoral Entre a desarticulação do joelho e quadril; Níveis (Proximal,médio e distal); Pode causar deformidade em flexão e abdução do quadril. Desarticulação do quadril Retirada de todo MI inclusive a cabeça do fêmur; Não apresenta coto ósseo, apenas cobertura musculo cutânea, a descarga de peso é realizada na tuberosidade isquiática. Hemipelvectomia retirada da metade da pelve de forma radical, indicadas em casos de neoplasias ósseas, de tecidos moles com invasão para região pélvica
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