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CÂNCER BUCAL Disciplina: Odontologia na Comunidade Docente: Eufrasia Cadorin É o câncer que afeta lábios e o interior da cavidade oral. O câncer do lábio é mais comum em pessoas brancas e ocorre mais frequentemente no lábio inferior. Estimativa de novos casos: 14.170, sendo 9.990 homens e 4.180 mulheres (2012) Número de mortes: 4.891, sendo 3.882 homens e 1.009 mulheres (2010) Câncer de Boca Denominação genérica utilizada em qualquer lesão maligna primitiva dessa região anatômica. (Carvalho, 1997) Devido a sua letalidade e pelas possibilidades de identificação precoce Problema prioritário de saúde pública EPIDEMIOLOGIA Mundialmente o Correspondem a 10% dos tumores malignos e aproximadamente 40% dos cânceres dessa localização ocorrem na cavidade oral. o Distribuição geográfica variável nas diferentes regiões do mundo. o Ásia - apresenta- se como o câncer mais comum, associado sobretudo a hábitos locais como mascar bétele (planta originária da Índia) ou tabaco. o As mais altas taxas de incidência para o câncer da boca entre homens foram observadas no Baixo-Reno, Somme, Alto-Reno e Calvados na França (40 a 50/100.000 hab), Trivandrum na Índia (38/100.000 hab) e Trieste na Itália (34/100.000 hab). o Entre as mulheres destacam-se as taxas observadas em Madras, Bangalore, Karunagappally, Trivandrum e Bombay, todas localidades na Índia (18 a 28/100.000 hab) e Manila, nas Filipinas (15/100.000 hab). o É um dos mais incidentes em homens brasileiros. o Os últimos dados nacionais consolidados para pessoas do sexo masculino apontam para taxas de incidência que atingem 15,8/ 100.000 hab. para a cidade de Porto Alegre (1993), seguida por Belém (12,4/100.000 em 1989-1991), Goiânia (11,8/100.000 em 1995), Campinas (9,9/100.000 em 1993) e Fortaleza (7,4/100.000 em 1985). o Para o sexo feminino, essas taxas foram: 4,1/100.000 para Fortaleza, 4,0/100.000 para Belém, 3,5/100.000 para Goiânia, 2,2/100.000 para Campinas e 1,3/100.000 para Porto Alegre. Esses números colocam o câncer da boca como o 4° câncer mais frequente no sexo masculino e o 7° mais frequente no sexo feminino. Incidência Incidência no Brasil Localização Primária Neoplasia maligna Estimativa dos Casos Novos Estado Capital Casos Taxa Bruta Casos Taxa Bruta Próstata 49.530 52,43 13.990 67,81 Traquéia, Brônquio e Pulmão 17.810 18,86 5.150 24,91 Estômago 14.080 14,92 3.590 17,42 Cólon e Reto 12.490 13,23 4.360 20,99 Cavidade Oral 10.380 11,00 3.000 14,45 Esôfago 7.900 8,35 1.640 7,84 Leucemias 5.220 5,52 1.460 7,06 Pele Melanoma 2.950 3,09 830 3,80 Outras Localizações 55.610 58,87 17.010 82,32 Subtotal 175.970 186,29 51.030 246,97 Pele não Melanoma 55.890 59,16 13.230 64,02 Todas as Neoplasias 231.860 245,47 64.260 310,93 INCIDÊNCIA BRASIL Estimativas ara o ano 2008 das taxas brutas de incidência por 100.000 e de número de casos novos por câncer, em homens, segundo localização primária.* Fonte: INCA/2009. INCIDÊNCIA BRASIL Estimativas em para o ano 2008 das taxas brutas de incidência por 100.000 e de número de casos novos por câncer, mulheres localização primária.* Localização Primária Neoplasia maligna Estimativa dos Casos Novos Estado Capital Casos Taxa Bruta Casos Taxa Bruta Mama Feminina 49.400 50,71 17.400 76,04 Colo do Útero 18.680 19,18 5.620 24,49 Cólon e Reto 14.500 14,88 5.450 23,80 Traquéia, Brônquio e Pulmão 9.460 9,72 3.070 13,49 Estômago 7.720 7,93 2.380 10,30 Leucemias 4.320 4,44 1.340 5,89 Cavidade Oral 3.780 3,88 1.140 4,83 Pele Melanoma 2.970 3,03 930 3,69 Esôfago 2.650 2,72 620 2,30 Outras Localizações 62.270 63,93 22.530 98,39 Subtotal 175.750 180,43 60.480 264,11 Pele não Melanoma 59.120 60,70 14.140 61,73 Todas as Neoplasias 234.870 241,09 74.620 325,77 Fonte: INCA/2009. ACRE / RIO BRANCO Estimativas para o ano 2008 das taxas brutas de incidência por 100.000 e de número de casos novos por câncer, em homens, segundo localização primária.* Localização Primária Neoplasia maligna Estimativa dos Casos Novos Estado Capital Casos Taxa Bruta Casos Taxa Bruta Próstata 70 20,54 50 29,28 Traquéia, Brônquio e Pulmão 20 6,57 ** 9,04 Estômago 30 8,23 20 10,03 Cólon e Reto ** 2,59 ** 2,53 Cavidade Oral ** 2,15 ** 3,57 Esôfago ** 1,44 ** 1,88 Leucemias ** 4,03 ** 4,17 Pele Melanoma ** 1,09 ** 1,20 Outras Localizações 40 11,18 ** 6,37 Subtotal 210 58,71 140 89,24 Pele não Melanoma 140 40,34 90 57,37 Todas as Neoplasias 350 97,63 230 146,61 Fonte: INCA/2009. ACRE / RIO BRANCO Estimativas para o ano 2008 das taxas brutas de incidência por 100.000 e de número de casos novos por câncer, em mulheres, segundo localização primária.* Localização Primária Neoplasia maligna Estimativa dos Casos Novos Estado Capital Casos Taxa Bruta Casos Taxa Bruta Mama Feminina 40 11,75 30 18,67 Colo do Útero 40 12,61 30 16,49 Cólon e Reto ** 2,81 ** 3,53 Traquéia, Brônquio e Pulmão 20 5,10 ** 7,44 Estômago 20 5,48 ** 7,83 Leucemias ** 3,88 ** 4,14 Cavidade Oral ** 0,60 ** 0,00 Pele Melanoma ** 0,35 ** 0,74 Esôfago ** 1,07 ** 1,53 Outras Localizações 40 11,36 40 24,21 Subtotal 210 59,66 160 96,83 Pele não Melanoma 140 39,79 60 34,46 Todas as Neoplasias 350 100,13 220 136,36 Fonte: INCA/2009. Dados reunidos pela OMS para mais de 50 países, mostram que no sexo masculino as taxas variam entre 0,9 mortes/100.000 no Equador e 14,8/100.000 em Hong-Kong, enquanto no sexo feminino raramente ultrapassam 2/100.000, variando entre 0,3/100.000 na República da Korea e 4,8/100.000 em Singapura. No Brasil, entre 1979 e 1998 essas taxas têm variado entre 2,16 e 2,96/100.000 homens e entre 0,48 e 0,70/100.000 mulheres Mortalidade o Taxa de sobrevida aos 5 anos, estatísticas norte- americanas têm mostrado que para pacientes atendidos entre 1950-1954 essa taxa era de 46%, enquanto para aqueles diagnosticados entre 1986- 1993 essas taxas passaram a 54,9%. o No Brasil, estudo da sobrevida de casos de câncer da boca tratados no Hospital Erasto Gaertner - Curitiba, no período de 1990 a 1992, mostrou que a sobrevida em 5 anos, independente do estadiamento clínico, foi de 50,1%. Sobrevida Os dados do Registro Hospitalar de Câncer do Instituto Nacional do Câncer, mostram que cerca de 60% dos pacientes admitidos chegam com câncer de boca em estágios avançados e sem chance de tratamento eficaz. (Brasil, MS, 2002) Clinicamente Em algumas situações se apresenta como uma lesão branca (leucoplasia) ou vermelha (eritroplasia). Dificuldade para o diagnóstico precoce ausência de sintomatologia nos estágios iniciais. Lesão ulcerada com bordas elevadas e endurecidas Regiões topográficas O câncer da boca é uma denominação que inclui várias localizações primárias de tumor, incluídas nos códigos C00 a C06 da CID-O. O estudo da epidemiologia do câncer da boca deve englobar, de maneira conjunta, suas diferentes estruturas anatômicas, uma vez que os cânceres de lábio, cavidade oral (mucosa bucal, gengivas, palato duro, língua oral, soalho da boca) e orofaringe (úvula, palato mole e base da língua) apresentam os mesmos fatores de risco e, consequentemente, são sujeitos às mesmas ações preventivas,além da probabilidade de ocorrência de tumores múltiplos, sincrônicos ou assincrônicos, e a expansão tumoral entre as partes contíguas da boca. Regiões topográficas Na cavidade oral, excetuando-se a região dos lábios, com alta incidência de tumores malignos, a língua e o soalho bucal são as localizações preferenciais de ocorrência do câncer bucal, sendo o carcinoma epidermóide o tipo histológico mais frequente. Fonte: INCA 2002 Fatores de risco Tem o seu desenvolvimento estimulado pela interação de fatores ambientais e fatores do hospedeiro. Ambos são variados e os seus papéis na gênese do câncer da boca não estão completamente esclarecidos, apesar da influência de fatores do hospedeiro, como herança genética, sexo e idade, e de fatores externos, entre eles a agressão por agentes físicos, biológicos e químicos, já estar suficientemente documentada. A conjugação dos fatores do hospedeiro com os fatores externos, associados ao tempo de exposição a estes, é condição básica também na gênese dos tumores malignos que acometem a boca. Tabagismo O fumo é um dos mais potentes agentes cancerígenos conhecidos que o ser humano introduz voluntariamente no organismo. No tabaco e na fumaça que dele se desprende, podem ser identificadas cerca de 4.700 substâncias tóxicas. Dentre estas, 60 apresentam ação carcinogênica conhecida. São elas: hidrocarbonetos policíclicos; nitrosaminas; o níquel e cádmio, elementos radioativos como o carbono 14 e polônio 210, e até resíduos de agrotóxicos utilizados na lavoura do tabaco, como o DDT Além da ação das substâncias cancerígenas, a exposição contínua ao calor desprendido pela combustão do fumo potencializa as agressões sobre a mucosa da cavidade bucal (a temperatura na ponta do cigarro aceso varia de 835 a 884 graus centígrados). O uso do tabaco, quer fumado (cigarro, cachimbo, charuto, cigarro de palha), mascado (fumo de rolo) ou aspirado (rapé), constitui um dos principais fatores de risco do câncer da cavidade bucal, o que é confirmado por estudos epidemiológicos em todo o mundo. Dependendo do tipo e da quantidade do tabaco usado, os tabagistas apresentam uma probabilidade 4 a 15 vezes maior de desenvolver câncer da boca do que os não-tabagistas. Alcoolismo Existem atualmente suficientes evidências sobre o potencial carcinogênico do álcool para o homem. Os principais tipos de câncer relacionados ao seu consumo são o da boca (sobretudo os tumores do soalho bucal e da língua), faringe, laringe, esôfago, fígado e mama. Alcoolismo O consumo de bebidas alcoólicas aumenta cerca de 9 vezes o risco de câncer da boca, e quando associado ao tabagismo esse risco torna-se 35 vezes maior. Ao consumo excessivo de álcool são atribuídas 2 a 4% das mortes por câncer e, mais especificamente, de 50 a 70% de todas as mortes por câncer de língua, cavidade oral, faringe e esôfago. Alcoolismo Os mecanismos pelos quais as bebidas alcoólicas podem causar câncer ainda não são claros. A ação carcinogênica do álcool é atribuída principalmente a um de seus metabólitos, o acetaldeído, que tem a capacidade de causar mutações no ADN da célula com as quais entra em contato. Por outro lado, características individuais que determinam uma maior velocidade de transformação de etanol em acetaldeído no organismo podem, em parte, explicar porque algumas pessoas desenvolvem câncer e outras não, como resultado da exposição prolongada e excessiva ao álcool. Hábitos alimentares Conhecimentos atuais vêm ressaltando o papel importante dos hábitos alimentares na etiologia do câncer. Estudos revelaram que deficiências nutricionais e dietas inadequadas funcionam como fontes de radicais livres (RL) que seriam responsáveis por alterações no ADN, tornando-o mais vulnerável ao desenvolvimento do câncer. Uma dieta rica em gorduras, álcool ou pobre em proteínas, vitaminas (A, E, C, B2) e alguns minerais, tais como cálcio e selênio, é considerada um importante fator de risco. O hábito de consumir bebidas ou comidas quentes, na maioria das vezes, não é considerado fator isolado tão importante, apesar da agressão térmica que causa às células da mucosa. Também não está bem estabelecida uma relação de causa e efeito entre o uso de condimentos e neoplasia. Irritação crônica A ação constante e prolongada sobre a mucosa bucal de próteses dentárias mal- ajustadas, de câmaras de sucção (artifício utilizado para obter-se uma maior fixação de dentaduras) e de dentes quebrados ou restos dentários constituem, ao longo de anos, causas de lesões hiperplásicas. É importante ressaltar que todo paciente portador de prótese móvel deve submeter-se a controle odontológico anual. Agentes biológicos Nos últimos anos, o vírus do papiloma humano (HPV) tem sido correlacionado com lesões da boca semelhantes àquelas localizadas no trato genital, sendo também implicado na etiologia do carcinoma bucal Na Índia, os tumores da boca apresentam altas incidências de HPV nos tecidos tumorais e mucosa normal adjacente ao tumor. Vários estudos tentam comprovar a associação deste vírus com o câncer da boca, o que deve ser esclarecido em breve. Agentes Biológicos As estomatites crônicas causadas pela Candida albicans em áreas irritadas por próteses mal-ajustadas representam, segundo alguns autores, condições predisponentes ao câncer da boca. Existem ainda associações do Helicobacter pylori e linfoma M.A.L.T. (desenvolvido em tecido linfóide encontrado em mucosa), na boca e no estômago Outros fatores de risco Dentre os outros fatores associados à gênese do câncer bucal, a susceptibilidade genética é, sem dúvida, um dos mais importantes. A sensibilidade a diversos agentes mutagênicos aos quais a mucosa oral se expõe, reflexo da deficiência do hospedeiro em reparar o seu ADN danificado, é o mecanismo de indução-promoção da carcinogênese mais frequente. Exposição crônica à luz solar representa um considerável fator de risco de uma das neoplasias malignas mais frequentes da boca - o câncer do lábio inferior. A exposição repetida e excessiva aos raios solares (raios ultravioleta), por períodos superiores a 15 ou 30 anos, provoca alterações dos lábios capazes de evoluir para o carcinoma. Pessoas de cor clara com pouca pigmentação melânica são as que apresentam maior risco. Outros fatores de risco A exposição a certos agentes químicos e a alta incidência do câncer da boca em pessoas que trabalham na agricultura e em indústrias de tecidos, metais e madeira têm levado alguns autores a incluírem os fatores ocupacionais entre aqueles envolvidos na etiologia do câncer da boca. Pescadores, marinheiros e agricultores de pele clara são frequentemente afetados pelo câncer de lábio, uma vez que as radiações solares, ventos e geadas ressecam os lábios, causando-lhes alterações hiperceratóticas que podem evoluir para neoplasias malignas. Fonte: INCA 2002 Outros fatores de risco Má higiene bucal e suas consequências são identificadas como determinantes adicionais de risco. A cirrose hepática alcoólica vem sendo associada a lesões malignas de língua e do soalho bucal; frequentemente os cirróticos apresentam essa mucosa com aparência lisa, brilhante e eritematosa. Lesões precursoras Suspeitar do câncer da boca em estádio avançado é extremamente fácil. O grande desafio, no entanto, é considerar a possibilidade de uma lesão ser maligna, a despeito da sua aparência inofensiva, especialmente porquenão existem sintomas específicos de câncer, em suas fases iniciais. Ao examinar qualquer indivíduo, principalmente os que se incluem nos grupos considerados de risco para câncer da boca, deve-se estar atento a todas as alterações da mucosa, buscando detectar aquelas que tenham maior potencial de malignização, as quais serão discutidas a seguir. Lesões Brancas Ocorrem principalmente na quinta e sexta décadas de vida com maior frequencia no sexo masculino. Leucoplasia Lesões brancas não- removíveis à raspagem, associadas ao fumo e bebidas alcoólicas. Podem ser pequenas e localizadas ou envolver grandes áreas da mucosa bucal. Locais mais comum de incidência por ordem de frequencia: comissura labial, mucosa jugal, palato duro, mucosa do rebordo alveolar, lábios, assoalho bucal e palato mole. Tratamento – Biópsia recessão cirúrgica e orientação É considerada a mais frequente lesão cancerizável da boca. Leucoplasia Lesões Brancas Líquen Plano As lesões consistem de pápulas avermelhadas ou brancas que podem apresentar uma depressão central. As lesões bucais são frequentemente múltiplas, bilaterais, estriadas e mostram-se como placas esbranquiçadas, ocasionalmente erosadas. Ceratose Actínica As lesões apresentam-se geralmente como placas esbranquiçadas que envolvem o vermelhão do lábio inferior principalmente de indivíduos de pele clara. Frequentemente estas lesões sofrem processos inflamatórios agudos secundários e têm elevado potencial de degeneração maligna. Lesões Vermelhas A maioria apresenta displasia epitelial, carcinoma “in situ” ou até carcinoma invasivo. Dever ser realizada biópsia para planejamento do tratamento, sendo a ressecção cirúrgica a mais indicada. Eritroplasia Lesões vermelhas, podendo ser pequenas e isoladas ou envolver extensas áreas da cavidade bucal, ocorrendo com maior frequencia na sexta e sétima década de vida. Os locais mais afetados são a boca, o assoalho bucal, a área retromolar, a língua, o palato mole e a mucosa jugal. Lesões Vermelhas Líquen plano erosivo Embora o líquen plano seja mais frequentemente um diagnóstico diferencial da leucoplasia, a sua forma erosiva geralmente apresenta-se como uma lesão avermelhada, que pode ser bilateralmente encontrada em qualquer região da mucosa bucal. Lúpus eritematoso Tanto na forma sistêmica como na forma discóide crônica, o lúpus eritematoso se manifesta também na cavidade bucal, encontrando-se lesões eritematosas na língua, palato e mucosa jugal, preferencialmente. As lesões podem ulcerar, sangrar ou associar-se a áreas esbranquiçadas. É discutível o potencial neoplásico do lúpus eritematoso. Lesões Vermelhas Candidíase eritematosa Constituem-se em placas vermelhas sem pontos brancos, frequentemente localizados no palato de portadores de prótese total superior, podendo ser encontradas também no dorso da língua e outros pontos da mucosa bucal. É importante que o profissional de saúde saiba examinar, reconhecer, diagnosticar e orientar o paciente com precisão e rapidez. Câncer Bucal Fatores sócio econômicos, também podem contribuir para o aumento da incidência e mortalidade, são eles: Pobreza; Concentração de renda com desigualdade social; Políticas sociais; Aumento da expectativa de vida; Mudança de hábitos alimentares; Aumento do consumo de tabaco e álcool. Atenção! Todo paciente com prótese deve realizar controle periódico. Carcinomas de língua associados a dentes fraturados (em especial molares inferiores) são comuns, quando as pontas quebradas ulceram e traumatizam as bordas da língua e outros tecidos. Câncer Bucal Grupo de risco As seguintes pessoas podem ser consideradas como de risco (White e Spitz, 1993; Brasil, 1996b): Com idade superior a 40 anos; Do sexo masculino; Tabagistas e Etilistas crônicos; Com má higiene bucal; Desnutridos e imunodeprimidos; Portadores de prótese mau-ajustadas ou com outra irritação crônica; Consumidores em excesso e prolongados de chimarrão; Exposição prolongada ao sol, sem proteção. Câncer Bucal Importância das Infecções Virais Portadores da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida – AIDS, podem apresentar manifestações bucais da doença, como o Sarcoma de Kaposi, Linfomas, Quelite, Periodontite com necrose óssea, Herpes Simples, Herpes Zoster, Úlceras atípicas. Câncer Bucal Câncer Bucal Medidas de Controle Retrospecto No Brasil, preocupação isolada, de ações pontuais de profissionais ou associações, sem uma prática governamental. 1938 – Mario Kroeff realizava palestras visando conscientizar os CD para o diagnóstico precoce; 1970 – Fundação das Pioneiras Sociais no RJ desenvolveu um programa voltado para detecção de câncer bucal; 1974 – INCA promoveu em vários estados, cursos para diagnóstico como tentativa de difundir conhecimentos e sensibilizar os CD’s; Câncer Bucal 1975 – MS aprovou um plano inicial para elaboração do Programa Nacional de Prevenção e Diagnóstico precoce do Câncer Bucal – CABUL, em colaboração com a Sociedade Brasileira de Estomatologia, elaborando um documento com as metas orientando: A constituição de uma rede permanente e hierarquizada, se propondo a instalar 252 módulos com 508 profissionais. Este programa foi um momento importante pois desencadearam no MS propostas inovadoras de articulação interinstitucional, com a criação de uma coordenação federal da odontologia. Porém este programa não foi posto em prática Câncer Bucal 1977 e 1980 – INAMPS realizou cursos sobre diagnóstico e tratamento de câncer de boca em vários estados, chegando a ser instalado em Recife e Salvador um posto para esse atendimento, sendo ambos desativados posteriormente; 1986 – Campanha Nacional de Combate ao Câncer CNCC para uma ação mais global, assinou um termo de cooperação técnica com o INAMPS, criando o programa de oncologia – Pro-Onco, no RJ; 1987 – O MPAS com o MS através do INAMPS e da CNSS instituí o Programa de Expansão da Prevenção e Controle do Câncer de Boca Câncer Bucal Atualmente... NÍVEL DE ATENDIMENTO PRIMÁRIO Especializado em promoção da saúde, no qual se fornecem informações gerais sobre hábitos saudáveis de vida, e dá-se o atendimento multidisciplinar, visando à prevenção de doenças, com base em profissionais qualificados em prevenção e diagnóstico precoce e dispondo de equipamentos de complexidade mínima. Nível de Atenção Primária A t i v i d a d e s Reuniões educativas (palestras, grupos de reflexão, mostra de vídeos, etc.) sobre o câncer, visando à mobilização e conscientização para o auto-cuidado, à importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer da boca, à quebra dos preconceitos e à diminuição do medo da doença. Reuniões específicas para discutir os fatores de risco do câncer da boca e apontar a importância do exame clínico semestral. Exame da cavidade bucal. Prestação de cuidados gerais de saúde bucal (tratamento dentário, inclusive). Encaminhamento ao nível secundário de casos suspeitos. Nível de Atenção Primária Perfil profissional Pessoal de nível médio ou técnico envolvido em qualquer atividade de saúde pública ou comunitária. Dentista, clínico geral, assistente social, enfermeiro e pedagogo. Estabelecimentos Consultórios dentários e médicos de postos de saúde, escolas, igrejas, centroscomunitários, sindicatos, etc. Nível de Atenção Secundária Este nível exige profissionais mais treinados para realizar especificamente o exame da boca e avaliar e proceder ao diagnóstico de uma lesão acaso existente. A t i v i d a d e s Orientação sobre mudanças de hábitos de vida que expõem os indivíduos a fatores de risco. Remoção de lesões precursoras do câncer e de fatores irritativos, tais como próteses desajustadas ou fraturadas. Exame da cavidade bucal e detecção de lesões suspeitas. Biópsia. Tratamento de lesões benignas simples. Encaminhamento dos casos de alta suspeita e de câncer confirmados para o nível terciário. Seguimento de casos tratados. Nível de Atenção Secundária Perfil do profissional Clínico geral, enfermeiro, otorrinolaringologista e cirurgião-dentista. Estabelecimentos Centros de saúde, unidades mistas, clínicas, ambulatórios, consultórios médicos e odontológicos, etc. Nível de Atenção Terciária Neste nível é realizado o tratamento de lesões benignas complexas e do câncer da boca. Ele necessita de profissionais treinados em diversas áreas, que compõem a chamada equipe multiprofissional. A t i v i d a d e s Exame da cavidade bucal, diagnóstico clínico, diagnóstico patológico e estadiamento. Biópsia e diagnóstico complementar, inclusive de lesões metastáticas (por exemplo, linfonodomegalias). Cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Seguimento de casos tratados. Reabilitação física e psicológica, objetivando bons resultados terapêuticos com mínimos efeitos colaterais e a reintegração do indivíduo aos seus ambientes familiar, social e ocupacional, sempre que possível, nos casos de lesões operáveis ou extensas. Nível de Atenção Terciária Perfil do profissional Cirurgião de cabeça e pescoço; Cirurgião-dentista especialista em cirurgia buco- maxilofacial, prótese bucomaxilofacial, estomatologia e implantologia; Radioterapeuta; Cirurgião Plástico; Oncologista Clínico; Enfermeiro; Psicólogo; Fonoaudiólogo; Protético; etc. Nível de Atenção Terciária Estabelecimentos Hospitais gerais com serviços de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Radioterapia, Oncologia Clínica, Cirurgia Plástica, etc. ou hospitais especializados no tratamento do câncer. PROGRAMAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE Ações integradas que visam: o controle do tabagismo; o controle do uso do álcool; o controle de exposição solar em especial entre trabalhadores; o estímulo a higiene bucal, e o acompanhamento adequado de adaptação de próteses bucais. Auto-exame da boca Estratégia auxiliar para o diagnóstico do câncer da boca em fase inicial; Pode ser ensinado nas atividades de educação comunitária, em uma linguagem fácil e acessível à população, como sugerimos abaixo. É um método simples, bastando para a sua realização um ambiente bem iluminado e um espelho. A finalidade é identificar anormalidades existentes na mucosa bucal, que alertem o indivíduo e o façam procurar um dentista ou um médico. Técnica do auto-exame da boca 1. Lave bem a boca e remova as próteses dentárias, se for o caso. 2. De frente para o espelho, observe a pele do rosto e do pescoço. Veja se encontra algum sinal que não tenha notado antes. Toque suavemente, com a ponta dos dedos, todo o rosto. 3. Puxe com os dedos o lábio inferior para baixo, expondo a sua parte interna (mucosa). Em seguida, palpe todo o lábio. Puxe o lábio superior para cima e repita a palpação. 4. Com a ponta de um dedo indicador, afaste a bochecha para examinar a parte interna da mesma. Faça isso nos dois lados. 5. Com a ponta de um dedo indicador, percorra toda a gengiva superior e inferior. Técnica do auto-exame da boca 6. Introduza o dedo indicador por baixo da língua e o polegar da mesma mão por baixo do queixo e procure palpar todo o soalho da boca. 7. Incline a cabeça para trás, e abrindo a boca o máximo possível examine atentamente o céu da boca. Palpe com um dedo indicador todo o céu da boca, em seguida diga ÁÁÁÁ... e observe o fundo da garganta. 8. Ponha a língua para fora e observe a sua parte de cima. Repita a observação com a língua levantada até o céu da boca. Em seguida, puxando a língua para a esquerda, observe o lado direito da mesma. Repita o procedimento para o lado esquerdo, puxando a língua para a direita. Técnica do auto-exame da boca Repita o procedimento para o lado esquerdo, puxando a língua para a direita. 9. Estique a língua para fora, segurando-a com um pedaço de gaze ou pano, e palpe em toda a sua extensão com os dedos indicador e polegar da outra mão. 10. Examine o pescoço. Compare os lados direito e esquerdo e veja se há diferença entre eles. Depois, palpe o lado esquerdo do pescoço com a mão direita. Repita o procedimento para o lado direito, palpando-o com a mão esquerda. Veja se existem caroços ou áreas endurecidas. 11. Finalmente, introduza um dos polegares por debaixo do queixo e palpe suavemente todo o seu contorno inferior. Apalpe o pescoço e o rosto. Veja se não há caroços, vire o pescoço para os lados. Pelo menos uma vez ao mês vá em frente ao espelho em local bem iluminado, após realizar a limpeza de sua boca, mãos e remover próteses móveis (dentadura, pontes). 1. Olhe e apalpe o pescoço e o rosto. Veja se não há caroços, vire o pescoço para os lados. 2. Observe seus lábios por dentro e por fora, puxe com os dedos. 3. Com o dedo afaste a bochecha e a examine (apalpe e olhe). 4. Olhe ao redor dos dentes, percorra a gengiva com os dedos. 5. Coloque a ponta da língua no céu da boca e olhe embaixo dela. 6. Depois a coloque para fora e tente olhar até a garganta. Faça ahhhhhh! 7. Apalpe o céu da boca. 8. Com a ajuda de uma gaze ou pano, segure a língua para examinar as laterais. 9. Com ajuda do dedo polegar examine o queixo e embaixo dele. O que procurar? M u d a n ç a s n a c o r d a p e l e e m u c o s a . E n d u r e c i m e n t o d o t e c i d o m o l e . F e r i d a s . Á r e a s d o r m e n t e s . D e n t e s q u e b r a d o s o u a m o l e c i d o s . Se notar algo de diferente procure o dentista ou o médico! Outros problemas: H e r p e s – é c a u s a d a p o r u m v í r u s , é c o n t a g i o sa e s e a p r e s e n t a c o m o b o l h a s . D e n t r o d e s t a s b o l h a s e s t á o l í q u i d o q u e p o d e t r a n s m i t i r a d o e n ç a . “ S a p i n h o ” – é c a u s a d o p o r f u n g o , a C a n d i d a a l b i c a n s . A p a r e c e n a b o c a c o m o p l a c a s b r a n c a s o u p o n t o s a v e r m e l h a d o s , p a r a p r e v e n i r é i m p o r t a n t e , c o m o s e m p r e , a b o a h i g i e n e o r a l e c u i d a r d a s a ú d e g e r a l p a r a m a n t e r a b o a r e s i s t ê n c i a d o o r g a n i s m o . O t r a t a m e n t o p o d e s e r i n d i c a d o p e l o s e u d e n t i s t a o u m é d i c o . Pelo menos uma vez ao mês vá em frente ao espelho em local bem iluminado, após realizar a limpeza de sua boca, mãos e remover próteses móveis (dentadura, pontes). 1. Olhe e apalpe o pescoço e o rosto. Veja se não há caroços, vire o pescoço para os lados. 2. Observe seus lábios por dentro e por fora, puxe com os dedos. 3. Com o dedo afaste a bochecha e a examine (apalpe e olhe). 4. Olhe ao redor dos dentes, percorra a gengiva com os dedos. 5. Coloque a ponta da língua no céu da boca e olhe embaixo dela. 6. Depois a coloque para fora e tente olhar até a garganta. Faça ahhhhhh! 7. Apalpe o céu da boca. 8. Com a ajuda de uma gaze ou pano, segure a língua para examinar as laterais. 9. Com ajuda do dedo polegar examine o queixo e embaixo dele. O que procurar? M u d a n ç a s n a c o r d a p e l e e m u c o s a . E n d u r e c i m e n t o d o t e c i d o m o l e . F e r i d a s . Á r e a s d o r m e n t e s . D e n t e s q u e b r a d o s o u a m o l e c i d o s . Se notar algo de diferente procure o dentista ou o médico! Outros problemas: H e r p e s – é c a u s a d a p o r u m v í r u s , é c o n t a g i o s a e s e a p r e s e n t a c o m o b o l h a s . D e n t r o d e s t a s b o l h a s e s t á o l í q u i d o q u e p o d e t r a n s m i t i r a d o e n ç a . “ S a p i n h o ” – é c a u s a d o p o r f u n g o , a C a n d i d a a l b i c a n s . A p a r e c e n a b o c a c o m o p l a c a s b r a n c a s o u p o n t o s a v e r m e l h a d o s , p a r a p r e v e n i r é i m p o r t a n t e , c o m o s e m p r e , a b o a h i g i e n e o r a l e c u i d a r d a s a ú d e g e r a l p a r a m a n t e r a b o a r e s i s t ê n c i a d o o r g a n i s m o . O t r a t a m e n t o p o d e s e r i n d i c a d o p e l o s e u d e n t i s t a o u m é d i c o . Observe seus lábios por dentro e por fora, puxe com os dedos. Com o dedo afaste a bochecha e a examine (apalpe e olhe). Observe seus lábios por dentro e por fora, puxe com os dedos. 3. Com o dedo afaste a bochecha e a examine (apalpe e olhe). 4. Olhe ao redor dos dentes, percorra a gengiva com os dedos. 5. Coloque a ponta da língua no céu da boca e olhe embaixo dela. 6. Depois a coloque para fora e tente olhar até a garganta. Faça ahhhhhh! Olhar ao redor dos dentes, percorra a gengiva com os dedos. A ponta da língua no céu da boca e olhe embaixo dela. Depois a para fora e tente olhar até a garganta. Peça para fazer ahhhhhh! Apalpe o céu da boca. Com a ajuda de uma gaze ou pano, segure a língua para examinar as laterais. Com ajuda do dedo polegar examine o queixo e embaixo dele. Mudanças na cor da pele e mucosa. Endurecimento do tecido mole. Feridas. Áreas dormentes. Dentes quebrados ou amolecidos. Se notar algo de diferente procure o dentista ou o médico! Outros problemas: Herpes – é causada por um vírus,é contagiosa e se apresenta como bolhas. Dentro destas bolhas está o líquido que pode transmitir a doença. “Sapinho” – é causado por fungo, a Candida albicans. Aparece na boca como placas brancas ou pontos avermelhados, para prevenir é importante, como sempre, a boa higiene oral e cuidar da saúde geral para manter a boa resistência do organismo. O tratamento é indicado pelo dentista ou médico. O que procurar... “De tudo ficaram três coisas: A certeza de que estamos sempre começando... A certeza de que precisamos continuar... A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar... Portanto devemos: Fazer da interrupção um caminho novo... Da queda um passo de dança... Do medo, uma escada... Do sonho, uma ponte... Da procura, um encontro... Fernando Pessoa
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