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1 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
ESCOLA DE ENFERMAGEM ANNA NERY 
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM FUNDAMENTAL 
PCI II: “A Saúde dos Jovens e eu” 
Profa Dra Márcia de Assunção Ferreira 
 
O CALOR E O FRIO COMO AGENTES TERAPÊUTICOS 
 
I) INTRODUÇÃO 
 
 A utilização de agentes físicos é antiga. A história referencia a utilização 
(pelos gregos e romanos) da luz solar, da água, do calor, das massagens... na 
cura e alívio das doenças. 
 
II) DEFINIÇÃO 
 
* Aplicação do calor - compreende o uso de um agente mais quente que a pele. 
* Aplicação do frio - compreende o uso de um agente mais frio que a pele. 
 
 Ambos podem ser feitos sob a forma úmida ou seca. 
 
III) Efeitos 
 
 * Do calor: 
 # Promove vasodilatação (absorve edema) 
 # Aumenta a circulação local 
 # Acelera a cicatrização 
 # Aumenta a supuração 
 # Torna o exsudato mais fluido 
 # Aquece as partes frias, aumenta a temperatura 
 # Alivia a dor 
 # Relaxa os tecidos 
 
Exemplo de Indicações 
Exemplo de Contra-indicações 
 
 * Do frio: 
 # Promove vasoconstricção - evita ou reduz a formação de edema 
 # Diminui a temperatura 
 # Estanca a hemorragia 
 # Diminui o metabolismo 
 # Lentifica processos inflamatórios como por ex. dos olhos 
 # Diminui a dor (porque diminui a circulação do sangue e dos 
 líquidos tissulares) 
 # Embota os receptores da dor e serve como anestésico local 
 # Diminui a inflamação local 
 # Detém processos supurantes e a absorção de líquidos tissulares 
 
 2 
Exemplo de Indicações 
Exemplo de Contra-indicações 
 
OBS: Pode-se utilizar o calor e o frio de forma intermitente com o objetivo de 
estimular a circulação. 
 O efeito procurado nas aplicações rápidas dos extremos de temperatura é 
a contração seguida do relaxamento quando se suspenda a aplicação. Este efeito 
tônico estimula os tecidos. 
 
 
IV) Princípios Científicos 
 
 Anatomia e fisiologia - a aplicação do calor e do frio pode influenciar todas 
as partes do corpo, através das conexões entre os vasos e nervos da pele com os 
vasos e nervos do resto do corpo. 
 
 A pele consiste de duas camadas: epiderme - composta de células córneas 
em constante descamação; cório - contém nervos, vasos sanguíneos, glândulas 
sebáceas e folículos pilosos. 
 
 Os órgãos terminais dos nervos sensitivos transmitem as sensações de 
frio, calor, dor e pressão que são interpretadas no cérebro. Em casos de danos 
aos nervos ou ao cérebro, a transmissão dos impulsos pode ser interrompida, 
possibilitando a ocorrência de lesões cutâneas pelas aplicações do calor ou do 
frio. 
 
 A pele é dotada de abundante irrigação sanguínea e linfática. O calor 
aplicado a uma área é levado pelo sangue a outras áreas. A intensidade dos 
efeitos do calor ou do frio depende da diferença entre as temperaturas da 
aplicação e da pele. 
 
 O calor moderado quando aplicado à pele, produz um aquecimento geral; 
dilata os vasos superficiais provocando maior afluxo de sangue para a área, 
estimulando a neoformação de tecido e proporcionando melhor nutrição às 
células. O maior suprimento sanguíneo aumenta o número de leucócitos, 
contribuindo para a cicatrização. O calor promove a supuração, levando maior 
quantidade de sangue a área inflamada ou removendo-o de uma área 
congestionada. O calor relaxa os músculos, aliviando a rigidez e a fadiga. 
Amolece o tecido fibroso, aumenta a troca de oxigênio e acelera a absorção dos 
exsudatos. A ação do calor sobre os tecidos pode ser anti-espasmódica, 
analgésica, descongestionante ou sedativa. A área, devido ao aumento do 
suprimento sanguíneo, torna-se vermelha. O calor moderado aumenta a 
perspiração. 
 
 O calor produz vasodilatação periférica, aumenta a pressão sangüínea 
capilar e, pelo relaxamento dos capilares, aumenta a área disponível para as 
trocas líquidas. 
 
 3 
 O frio reduz a formação e a absorção dos venenos bacterianos. A 
aplicação de frio pode baixar a temperatura dos tecidos a ponto de permitir o 
controle dos microorganismos causadores da infecção. 
 
 O frio é um depressor vital direto. Diminui as atividades de todas as coisas 
vivas e, às vezes, modera em parte as atividades das células. O frio detém o 
crescimento e, às vezes a atividade das bactérias, pois estas como as células do 
corpo, são feitas de protoplasma. Como o frio diminui a circulação local, um 
processo inflamatório será diminuído, se aquele for aplicado, todos os sintomas 
desaparecerão. O mesmo acontecerá com os processos de supuração, pois o frio 
impede a ação das bactérias. 
 
 O frio atua nas terminações nervosas deprimindo suas atividades, logo, há 
diminuição da sensibilidade e da dor. Se os nervos estiverem completamente 
entorpecidos, não poderão transmitir sensações ao centro vasomotor e este 
centro perderá contato com os vasos sangüíneos da pele. A circulação será 
retardada. A membrana delgada dos vasos primeiro se torna esgotada, congesta-
relaxada; isto permite uma estase do sangue venoso e impede a entrada do 
sangue arterial. O local torna-se azulado ou purpúreo. Se há continuação desta 
ação interferindo no suprimento de oxigênio para as células, há diminuição da 
resistência das células, o que prejudica o tratamento e, às vezes causa a morte 
do tecido no local. 
 
ATENÇÃO 
 
# Temperatura acima de 48.8oC provoca contração dos músculos involuntários e 
dos vasos sangüíneos superficiais produzindo dor. 
# Os extremos de calor e de frio podem destruir os tecidos quando aplicado por 
tempo prolongado. 
# Ao fazer aplicação do calor não se deve exercer pressão porque a redução das 
camadas de ar aumenta o risco de queimaduras. 
# A temperatura da água da bolsa deve ser de 48.8oC a 57.2oC. 
# A fricção produz calor, por isso não deve ser usada nos banhos cuja finalidade é 
reduzir a temperatura corporal. 
# Contra-indicações para a aplicação de calor: quando a vasodilatação aumenta a 
dor ou quando a expansão de líquidos e gazes traz maiores incômodos ao cliente. 
A vasodilatação cerebral aumenta a pressão e consequentemente a dor. É contra-
indicada quando é necessário evitar a supuração como em apendicites. Neste 
caso, aplica-se gelo. 
 
V) TIPOS 
 
a.1) Calor úmido: 
 - Banhos: implica em colocar o corpo todo ou em parte, na água. 
 - Embebições: imersão de parte do corpo (pés, mãos) ou envolvimento de 
partes em gaze saturada com líquido. 
 - Cataplasma: massa quente e úmida, de substância leve capaz de 
conservar o calor. Ex: farinha. 
 - Empanamentos, saturações, fomentações e compressas - aplicações de 
panos úmidos (ou gaze) a uma parte do corpo. 
 4 
 
a.2) Calor seco: 
 - Bolsa de água quente 
 - Almofada, cobertor elétrico 
 - Empanamento 
 
b.1) Frio úmido: 
 - Compressas frias 
 - Banhos de esponja 
 
b.2) Frio seco: 
 - Bolsa de gelo 
 
OBS: As aplicações úmidas (frias ou quentes) são mais penetrantes que as 
secas. 
 
VI) CUIDADOS ESPECÍFICOS 
 
* Na aplicação de calor: 
 # Não ultrapassar 20 minutos; 
 # Proteger a pele para evitar queimaduras; 
 # Lubrificar a pele (com óleo de amêndoa, cremes). 
 # Não expor demasiadamente o local para evitar penetração de ar frio; 
 # Quando usar material elétrico certificar-se de que está em perfeito 
 estado e com isolamento para evitar choques. 
 
* Na aplicação do frio: 
 # Aplicar durante 20 minutos; 
 # Trocar sempre que necessário; 
 # Proteger o local evitando molhar a roupa do cliente (e roupas de cama se 
 for o caso); 
 # Enxugar a área após terminar a aplicação. 
 
 
VII) TÉCNICAS PROCEDIMENTAIS 
 
BOLSA DE ÁGUA QUENTE 
 
 Material: Bandeja com - bolsa de borracha, envoltório de pano, jarro com 
água, toalha, termômetro de água. 
 
 Método: verificar se a bolsa está integra e as condições da rolha; verificar 
a temperatura da água; encher a bolsa até a terça parte; retirar o ar com a bolsa 
deitada sobrea mesa deixando a água aparecer na sua abertura; arrolhar e 
enxugar; colocar o envoltório de pano e aplicar no cliente. 
 
 Cuidados após o uso: lavar a bolsa com água e sabão, escorrer bem e 
enxugar, colocar talco, guardar com um pouco de ar, em lugar fresco e pendurada 
se possível. 
 
 5 
COMPRESSAS QUENTES 
 
 Material: Bandeja com - jarro com água quente, bacia, torcedor de pano, 
compressas, impermeável, toalha. 
 
 Método: colocar a área do corpo que receberá a compressa sobre o 
impermeável; colocar a água na bacia; envolver a compressa no torcedor de 
pano; mergulhar a compressa dentro da água quente segurando o torcedor pelas 
pontas; retirar a compressa da água e torcer com o auxílio do torcedor; aplicar a 
compressa no cliente tendo o cuidado de não queimá-lo. 
 
 
BOLSA DE GELO 
 
 Material: Bandeja com bolsa de gelo, envoltório de pano, impermeável, 
toalha. 
 
 Método: Verificar as condições da bolsa e da rolha; quebrar o gelo se 
necessário; colocar o gelo na bolsa até a terça parte, expelir o ar e fechar a bolsa; 
enxugar e colocar o envoltório de pano; aplicar no cliente. Forrar o local com 
impermeável e toalha. 
 
 
COMPRESSAS GELADAS NOS OLHOS 
 
 Cuidados: a compressa deve ser maior que os olhos; usar uma para cada 
olho e não repeti-las (usar uma só vez); cuidado para não colocá-las em cima do 
nariz para não causar congestão nasal. 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
ALVIM, N A. T.; FERREIRA, M. A.; FARIA, P. G.; AYRES, A. V. Tecnologias na 
enfermagem: o resgate nas práticas naturais no cuidado. In: IGUEIREDO, N. M. 
A. (Org.). Tecnologias e técnicas em saúde: como e porque utiliza-las no cuidado 
de enfermagem. São Paulo: Difusão Editora, 2004. p. 338-355. 
 
CASTRO, I. B.; BAPTISTA, S. S. & FIGUEIREDO, N. M. A. de. Manual de 
procedimentos de enfermagem. Rio de Janeiro: UFRJ, 1985. 
 
FIGUEIREDO, N. M. A. (Org.). Tecnologias e técnicas em saúde: como e porque 
utiliza-las no cuidado de enfermagem. São Paulo: Difusão Editora, 2004 
 
 6 
KEMP, B. & PILLITTERI, Adele. Fundamentals of nursing. Boston, Toronto: Little, 
Brown and Company, 1984. 
 
MC CLAIN, E. & GRAGG, S. H. Princípios Científicos da enfermagem. Editora 
Científica, 1970. 
 
SOUZA, E. de F. Novo manual de enfermagem. Rio de janeiro: Cultura Médica, 
1988.

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