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APOSTILA PCI III PROVA II 2014.1 Aula 13 – Relação de Ajuda – Profª Elen O que é Relação de Ajuda? “Uma relação na qual pelo menos uma das partes procura promover na outra o crescimento, o desenvolvimento, a maturidade, um melhor funcionamento e uma maior capacidade de enfrentar a vida” (ROGERS, 1978, p.179). “O papel do enfermeiro é oferecer ao cliente, sem os impor, os meios complementares que lhes permitam descobrir ou reconhecer os recursos pessoais a utilizar como quiser para resolver o seu problema.”(LAZURE) OBJETIVOS DA RELAÇÃO DE AJUDA ₪Abordar os problemas presentes. ₪Identificar o problema principal ( que por vezes se encontra menos claro). ₪Abordar os problemas com realismo. ₪Considerar diferentes soluções de ajuda para ultrapassar o problema ₪Ensinar novos modelos de comportamento ₪Comunicar, expressar sentimentos, estabelecer contato ₪Encontrar a motivação necessária para ajudar a viver com coragem a dificuldade física ou psicológica. Os objetivos da relação de ajuda têm por base ajudar a pessoa cuidada a: • Colocar a sua dificuldade em palavras a fim de que ela possa perceber-se como uma interveniente ativa na sua própria situação; • Aceitar a dor ou as dificuldades de uma situação com mais serenidade; • Ver o seu problema mais claramente, de maneira mais realista, nas suas justas proporções, e modificar as suas perspectivas sobre o assunto, em caso de necessidade; • Apresentar à enfermeira o seu problema como se lhe coloca, enquanto ser único nas condições que lhe são particulares; • Compreender e comunicar às pessoas que ajuda as diferentes ligações entre os acontecimentos da sua vivência e as diferentes relações de força que se exercem entre as pessoas-chave da sua vida para chegar a uma melhor compreensão de um problema ou de um conflito; • Expressar os seus sentimentos e as suas opiniões, mesmo se são negativos; •Libertar a sua tensão; • Sentir-se escutada, aceite tal como é, e compreendida, para que em seguida seja capaz de se aceitar a ela própria tal como é; • Abrir-se aos outros e sentir-se mais à vontade para comunicar; • Ter em conta os outros e tornar-se consciente das suas responsabilidades; • Estabelecer uma relação significante com uma enfermeira que servirá de trampolim para o estabelecimento de outras relações interpessoais; • Desenvolver uma autoimagem mais positiva; • Modificar certos comportamentos que prejudicam a sua adaptação; • Encontrar um sentido para a sua dificuldade; • Adaptar-se a uma situação à qual não se poderia adaptar sem ajuda; • Conhecer os recursos pessoais de que dispõe para resolver as suas dificuldades; • Ver a vida de forma mais confiante e mais positiva, e a formular objetivos de vida, suas dificuldades na sua vida e resolvê-las se possível; • Enfrentar a morte com dignidade e serenidade. Relação enfermeiro/paciente É a essência do propósito da Enfermagem. Os seres humanos são racionais, sociais e singulares e são mais diferentes do que semelhantes. Em razão dessas e de outras premissas, Joyce Travelbee descreveu a Teoria da Relação Interpessoal, destacando a noção de que, em uma relação, um dos seres humanos necessita de ajuda e o outro a propõe. Os pressupostos básicos desta teoria são relativos às capacidades dos indivíduos em enfrentar estresse por um período prolongado, propondo a ideia de que o sofrimento é uma experiência que encontram em algum momento da vida, particularmente relativa à doença, cujo significado o enfermeiro pode ajudar a esclarecer. Para a teórica, a Enfermagem é um processo interpessoal e um serviço comprometido com a mudança e a influência de outros. O enfermeiro deve ser capaz de fornecer a assistência de que o cliente está necessitando, pois este profissional tem um corpo de conhecimento especializado e capacidade de utilizá-lo, com o objetivo de manter o máximo grau de saúde possível. Para isto acontecer, precisa ter uma percepção desenvolvida a partir de suas experiências como ser humano que enfrenta a dor e o sofrimento. Fases •Fase do encontro inicial ou original – estabelece o primeiro contato com o indivíduo. •Fase das identidades emergentes ocorre quando os indivíduos expressam identidade pessoal, valores e significado um ao outro, de modo que se estabelecem relações interpessoais. •Fase da empatia ocorre quando o profissional e o indivíduo expressam o desejo de estabelecerem um processo de ajuda mútua, por encontrarem receptividade no outro. •Fase da simpatia ou solidariedade, acontece o estabelecimento da confiança na enfermeira para ajudar o paciente a alcançar seus objetivos, bem como progredir no tratamento prescrito pela equipe de saúde. •Última fase é a do rapport, que acontece quando ambos (enfermeira e paciente) avaliam o relacionamento interpessoal e os resultados da terapia proposta. CONDIÇÕES ESSENCIAIS PARA O ESTABELECIMENTO DE UMA RELAÇÃO DE AJUDA: DIMENSÕES - Congruência: ser congruente é colocar-se de maneira integrada na relação, expressar os sentimentos e atitudes de forma autêntica. Implica em que as pessoas sejam verdadeiras em suas interações. Tal conduta favorecerá o estabelecimento de confiança. Semelhança ou equivalência de características; de essência correspondente; conformidade. Igualdade ou exatidão ao propósito que se destina. Semelhança entre as partes de um todo; coesão, harmonia. Conexão com alguma coisa; identidade e/ou propriedade. Pessoa Incongruente •É aquela que está mal consigo • Não harmoniza o coração, a razão, a filosofia de vida, os papéis que desempenha e os seus comportamentos. •Esconde-se por trás de uma máscara ( poder do papel que desempenha) → Atitude positiva: expressa-se pelo afeto, pelo interesse, aceitação e respeito pelo cliente. Implica em ver no outro suas potencialidades para se desenvolver e encontrar os meios para resolver seus problemas com autonomia; compreender os sentimentos que o ajudado está experienciando; apreender o sentido que a pessoa dá às suas vivências. → Empatia: adotar uma atitude empática significa ouvir com sensibilidade, perceber os sentidos expressos em palavras e gestos; perceber o mundo interior do outro. Jean Watson refere-se à empatia como sendo a tentativa que as enfermeiras fazem para entrar em sintonia com os sentimentos de seus clientes. A enfermeira aceita os sentimentos do cliente sem demonstrar reações de raiva ou de medo. Capacidade de se colocar no lugar do outro , de modo a sentir o que se sentiria caso estivesse em seu lugar. O QUE É NECESSÁRIO PARA SER EMPÁTICO? - Afastar preocupações pessoais… - Secundarizar o seu quadro de referência (Interiorizando o do paciente)… - Centrar-se no paciente e no conteúdo das suas mensagens… - Comunicar-lhe o que entendeu dos seus problemas (utilizando o quadro de referências do cliente)…. CONFRONTAÇÃO Capacidade de perceber e comunicar ao outro certas discrepâncias ou incoerências em seu comportamento. Sugere comparação, aproximação, sem vencedor nem vencido. CONFRONTAÇÃO exige: - Delicadeza - Habilidade - Não permite julgamento - Não permite acusações nem represálias Pode não haver uma reação positiva imediata •Aceitação incondicional ou respeito: Capacidade de acolher o outro integralmente, sem que lhe sejam colocadas quaisquer condições e sem julgá-lo pelo que sente, pensa, fala ou faz. Coerência : - Capacidade de ser real, de se mostrar ao outro de maneira autêntica e genuína, expressando, através de palavras e atos, seus verdadeiros sentimentos. Imediaticidade: - Capacidade de trabalhar a própria relação terapeuta – cliente, abordando os sentimentos imediatos que o cliente experimenta pelo terapeuta e vice-versa. Concreticidade:- Capacidade de decodificar a experiência do outro em elementos específicos, objetivos e concretos. Assim, a relação de ajuda: - Trata-se de uma experiência singular e plena cujos indivíduos se veem como pessoas totais, resguardando-se as características individuais de cada participante da relação. - Propicia o crescimento e o desenvolvimento tanto daquele que ajuda, na medida em que “a disposição para ajudar exige a revisão dos próprios conceitos enquanto pessoa e um autoconhecimento para ser autêntico, empático e solidário” (MOREIRA, 2002, p.28); quanto daquele que é ajudado, uma vez que possibilita à pessoa “aprender novos formas de conduta” (ROGERS, 1974, p.138). - Acontece no encontro entre as pessoas envolvidas no processo terapêutico Para se adotar uma atitude de ajuda: - é preciso estimular a pessoa a encontrar “seus recursos internos latentes”, de modo a melhor compreender suas vivências e descobrir estratégias para ajustar-se satisfatoriamente ROGERS, 1978, p.43). - é preciso colocar-se disponível para ajudar o outro; - demonstrar comprometimento com a realidade do outro; - ser autêntico. Buscando os efeitos no cliente - Mudança nos construtos pessoais - Proximidade da experiência - Entrega ao relacionamento - Mudança na expressão dos problemas Habilidades interpessoais - Sintonizar - Responder - Personalizar - Orientar Fases do processo de ajuda - Envolver-se - Explorar - Compreender - Agir Quem precisa de ajuda? Quem pode ajudar? Como ajudar? Aula 14 - Ações de Prevenção Primária no Controle do Câncer – Profª Elen O que é câncer? Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas. Por outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida. Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Por exemplo, existem diversos tipos de câncer de pele porque a pele é formada de mais de um tipo de célula. Se o câncer tem início em tecidos epiteliais como pele ou mucosas ele é denominado carcinoma. Se começa em tecidos conjuntivos como osso, músculo ou cartilagem é chamado de sarcoma. Outras características que diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes (metástases). O que causa o câncer? As causas de câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo, estando ambas inter-relacionadas. As causas externas relacionam-se ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes próprios de um ambiente social e cultural. As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. Esses fatores causais podem interagir de várias formas, aumentando a probabilidade de transformações malignas nas células normais. De todos os casos, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores ambientais. Alguns deles são bem conhecidos: o cigarro pode causar câncer de pulmão, a exposição excessiva ao sol pode causar câncer de pele, e alguns vírus podem causar leucemia. Outros estão em estudo, como alguns componentes dos alimentos que ingerimos, e muitos são ainda completamente desconhecidos. O envelhecimento traz mudanças nas células que aumentam a sua suscetibilidade à transformação maligna. Isso, somado ao fato de as células das pessoas idosas terem sido expostas por mais tempo aos diferentes fatores de risco para câncer, explica em parte o porquê de o câncer ser mais frequente nesses indivíduos. Os fatores de risco ambientais de câncer são denominados cancerígenos ou carcinógenos. Esses fatores atuam alterando a estrutura genética (DNA) das células. O surgimento do câncer depende da intensidade e duração da exposição das células aos agentes causadores de câncer. Por exemplo, o risco de uma pessoa desenvolver câncer de pulmão é diretamente proporcional ao número de cigarros fumados por dia e ao número de anos que ela vem fumando. <http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=322> Estágio 1: Iniciação: A célula sofre ação dos agentes cancerígenos iniciadores, que alteram a estrutura do DNA. Estágio 2: Promoção: A célula alterada continua a sofrer ação de agentes que estimulam a sua multiplicação (agentes promotores) e transforma-se em células malignas ou cancerosas. Estágio 3: Progressão: Multiplicação descontrolada das células alteradas. Acúmulo de células cancerosas. Tumor. Mecanismo de defesa: Capacidade de reparar o DNA danificado Ação de enzimas na transformação e eliminação de substâncias cancerígenas Integridade do sistema imunológico Curso Clínico x Ações possíveis Indivíduo sem câncer, mas suscetível -> Remover ação de Fatores de Risco -> Evitar exposição a agentes cancerígenos Indivíduo com câncer, mas assintomático -> rastrear -> Detectar câncer assintomático Indivíduo com câncer manifesto -> Tratar -> Reduzir as complicações. O fumo é responsável por: 30% das mortes por câncer 90% das mortes por câncer de pulmão 25% das mortes por doença coronariana 85% das mortes por doença pulmonar obstrutiva crônica 25% das mortes por doença cerebrovascular Composição da fumaça do cigarro: Nicotina (dependência) Monóxido de Carbono (o mesmo dos escapamentos dos automóveis) Alcatrão (Benzopireno, Arsênio, Cádmo, Níquel) Resíduos de agrotóxicos Quanto se fuma no Brasil Nº de fumantes: 30,6 milhões, sendo 32,6% dos fumantes com mais de 15 anos. Tipos de cânceres relacionados aos hábitos alimentares: Esôfago, Estômago, Cólon e reto, Mama, Próstata. Evitar: Alimentos preservados em nitritos (salsichas, presunto, mortadela, embutidos em geral, etc) Defumados e churrascos (alcatrão) Alimentos preservados em sal Alimentos ricos em gordura animal Alimentos mofados (aflatoxina) Alimentos que protegem contra o câncer: verduras, frutas, cereais e legumes. Como se alimenta o brasileiro: Consumo insuficiente de verduras, frutas e cereais; Consumo excessivo de gorduras; Consumo variável de vitaminas por região; O álcool atua sobre o SNC, levando a modificação de comportamento: Efeito prazeroso; Repetição; Dependência; Problemas sociais (acidentes de trânsito e de trabalho; homicídios; abandono de família; suicídios; violência) Doenças relacionadas ao alcoolismo: Câncer (2 a 4% de mortes por câncer; 50 a 70 % de mortes por câncer de língua, faringe e esôfago); Cirrose; Pancreatite; Hipertensão arterial; Alucinações; Defeitos físicos e mentais em bebês de mães alcóolatras; Consumo de álcool no Brasil De 3 a 6% da população brasileira consume álcool regularmente. O uso entre os adolescentes: 18,6% dos alunos de 1º e 2º grau; 64% utilizaram pelo menos uma vez. Radiação solar excessiva Radiação solar (ultravioleta) - UVA (Envelhecimento cutâneo precoce; Potencializa a ação cancerígena dos UVB) - UVB (Câncer de pele; Destruição e envelhecimento cutâneo) Camada de ozônio Sol Altitude Como se proteger da exposição do sol? Chapéus e roupas,óculos escuros, guarda-sol, horário adequado, filtro solar, etc. AUTOEXAME DA PELE - O que é o autoexame da pele? É um método simples para detectar precocemente o câncer de pele, incluindo o melanoma. Se diagnosticado e tratado enquanto o tumor ainda não invadiu profundamente a pele, o câncer de pele pode ser curado. - Quando fazer? Ao fazer o autoexame regularmente, você se familiarizará com a superfície normal da sua pele. É útil anotar as datas e a aparência da pele em cada exame. - O que procurar? • Manchas pruriginosas (que coçam), descamativas ou que sangram • Sinais ou pintas que mudam de tamanho, forma ou cor • Feridas que não cicatrizam em 4 semanas Deve-se ter em mente o ABCD da transformação de uma pinta em melanoma, como descrito abaixo: •Assimetria - uma metade diferente da outra • Bordas irregulares - contorno mal definido • Cor variável - várias cores numa mesma lesão: preta, castanho, branca, avermelhada ou azul • Diâmetro - maior que 6 mm Como fazer? 1) Em frente a um espelho, com os braços levantados, examine seu corpo de frente, de costas e os lados direito e esquerdo; 2) Dobre os cotovelos e observe cuidadosamente as mãos, antebraços, braços e axilas; 3) Examine as partes da frente, detrás e dos lados das pernas além da região genital; 4) Sentado, examine atentamente a planta e o peito dos pés, assim como os entre os dedos; 5) Com o auxílio de um espelho de mão e de uma escova ou secador, examine o couro cabeludo, pescoço e orelhas; 6) Finalmente, ainda com auxílio do espelho de mão, examine as costas e as nádegas. Atenção: Caso encontre qualquer diferença ou alteração, procure orientação médica. Evite exposição ao sol das 10h às 16h e utilize sempre filtros solares com fator de proteção 15 ou mais alto, além de chapéus, guarda-sóis e óculos escuros. Radiações ionizantes: - Raio x - Energia nuclear - Mineração de urânio e outros - Explosão atômica Exposição Ocupacional PREVENÇÃO: 1.Remoção das substâncias cancerígenas do ambiente de trabalho 2.Controle da liberação de substâncias cancerígenas para a atmosfera 3.Controle da exposição com o uso de equipamentos de proteção individuais e coletivos 4.Boa ventilação do ambiente de trabalho 5.Trabalho educativo entre os trabalhadores 6.Eficiência dos serviços de medicina do trabalho 7.Proibição de fumar nos ambientes de trabalho Comportamentos sexuais de risco: Promiscuidade; Precocidade; Falta de higiene; Parcerias múltiplas Vírus implicados Herpesvírus tipo II e papilomavírus (HPV) HIV HTLV-I Hepatite B Variáveis que influenciam na distribuição dos casos de câncer: Sexo Faixa etária Nível sócio-econômico- educacional Hábitos e estilo de vida PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA Segundo câncer mais frequente nas mulheres Longa fase pré-clínica Papanicolau é o mais antigo e sólido exame de rastreamento estabelecido Reduz em 90% a mortalidade A participação efetiva dos enfermeiros nos programas de educação comunitária para adoção de hábitos saudáveis de vida (dieta rica em fibras e frutas e pobre em gordura animal, atividade física e controle de peso) e profissional é de extrema importância. Toque retal - O exame digital da próstata é o método mais antigo, mais barato e ainda o mais usado para levantar suspeitas de câncer de próstata. Dosagem do Antígeno Prostático Específico (PSA) - O PSA é uma proteína secretada pela próstata. O aumento da taxa de PSA no sangue, excluídas as causas benignas desse aumento, pode indicar a presença de câncer de próstata. Elevações extremamente expressivas sugerem o comprometimento metastático do tumor. As causas benignas de aumento do PSA são: Hipertrofia prostática benigna. Prostatite. Retenção aguda de urina. Biópsia prostática por agulha. A questão final é quando iniciar a realização da dosagem do PSA e sua frequência? Para essa decisão é importante a história familiar. Se ele tem parente, principalmente de primeiro grau, que tiveram ou têm câncer da próstata deve iniciar a partir dos 40 ou 45 anos. Caso contrário é razoável iniciar sua dosagem a partir dos 45 ou 50 anos. Sua frequência com finalidade diagnóstica deve ser anual. Não há necessidade de várias dosagens do PSA num mesmo ano. Idade Níveis de PSA 40-50: 0 a 2,5 mg/mL 50-60: 0 a 3,5 mg/mL 60-70: 0 a 4,5 mg/mL 70-80: 0 a 6,5 mg/mL PROBABILIDADE DE CÂNCER DE PRÓSTATA BASEADO EM RESULTADOS DE PSA 0-2 mg/mL 1% 2-4 mg/mL 15% 4-10 mg/mL 25-35% > 10 mg/mL >50% PSA menores que 4,0 mg/mL - Se o seu nível de PSA foi pela primeira vez menor que 4, recomenda-se repetir o teste anualmente PSA maior que 4,0 mg/mL - Vide valores de referência para a idade e procure o seu Urologista de confiança CÂNCER DE BOCA FATORES DE RISCO TABAGISMO Além da ação das substâncias cancerígenas contida no cigarro, a exposição contínua ao calor desprendido pela combustão do fumo – a temperatura na ponta do cigarro aceso varia de 835º a 884º centígrados – potencializa as agressões sobre a mucosa da cavidade bucal. O consumo de álcool O álcool é também considerado um fator de risco para câncer de boca, sobretudo dos tumores do assoalho bucal e da língua. Os mecanismos pelos quais o álcool pode agir no desenvolvimento deste câncer são: 1 – Aumento da permeabilidade das células da mucosa aos agentes carcinogênicos contidos no tabaco, devido ao efeito solubilizante do álcool. 2 – Presença de substâncias carcinogênicas nas bebidas alcoólicas, entre elas, a nitrosamina e os hidrocarbonetos. 3 – Agressão celular produzida pelos metabólitos do etanol, os chamados acetaldeídos. 4 – Deficiências nutricionais secundárias ao consumo crônico do próprio álcool. Aula 15 - BIOSSEGURANÇA E ERGONOMIA: EPI – EPC – Profª Marcia Lisboa SAÚDE DO TRABALHADOR Saúde do Trabalhador é uma subárea da Saúde Pública que tem como objeto de estudo as relações entre o trabalho e a saúde. Fonte: (Reis, 2008 Apud Jakobi, 2008). - Conforme a Lei 8.080 de 19/09/1990, a saúde do trabalhador é: - Um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho. - A saúde do trabalhador utiliza a análise dos riscos para determinar os elementos presentes no ambiente de trabalho que possam vir a causar danos a integridade física do trabalhador BIOSSEGURANÇA De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Biossegurança é a: “Condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente.” Segundo o Ministério da Saúde (2010), a Biossegurança: “A biossegurança compreende um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, mitigar ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam interferir ou comprometer a qualidade de vida, a saúde humana e o meio ambiente. Desta forma, a biossegurança em saúde contribui para a qualidade, promoção e proteção da saúde, assegurados nos princípios básicos do SUS e as políticas governamentais do Mais Saúde.” ERGONOMIA O que é ergonomia? ERGO = TRABALHO + NOMOS = REGRAS → ESTUDO DA ADAPTAÇÃO DO TRABALHO AO HOMEM E AOMEIO AMBIENTE. “Entende-se por ergonomia o estudo das interações das pessoas com a tecnologia, a organização e o ambiente, objetivando intervenções e projetos que visem melhorar, de forma integrada e não dissociada, a segurança, o conforto, o bem estar e a eficácia das atividades humanas”(Associação Brasileira de Ergonomia). Fonte: www.abergo.org.br Ergonomia, antes de mais nada, é uma atitude profissional que se agrega à prática de uma profissão definida. Neste sentido é possível falar de um médico ergonomista, de um psicólogo ergonomista, de um designer ergonomista e assim por diante. “A Ergonomia objetiva modificar os sistemas de trabalho para adequar a atividade nele existentes às características, habilidades e limitações das pessoas com vistas ao seu desempenho eficiente, confortável e seguro” (ABERGO, 2000). APLICAÇÃO Saúde: Organização do trabalho (fadiga, monotonia); Melhoria das condições de trabalho; Melhoria do ambiente de trabalho e de materiais e instrumentos. Setor de serviço: Melhoria do sistema homem – máquina – ambiente; Organização do trabalho (fadiga, monotonia); Melhoria das condições de trabalho. Vida diária: Meios de transportes e produtos mais seguros; Mobílias confortáveis; Adequações aos deficientes físicos. RISCOS De acordo com BUENO (1996), Risco significa perigo. E PERIGO corresponde ao estado em que se receia alguma coisa. Na epidemiologia, o conceito de risco corresponde à probabilidade de um indivíduo, de uma população definida, desenvolver uma determinada doença, em um período de tempo também estabelecido. (BRASIL, 2004 Apud Jakobi, 2008). O que é risco? A palavra risco vem do latim, riscus, significando perigo, inconveniente, dano. A incerteza quanto à ocorrência de um acidente; a chance de perda ou perdas causada por um acidente. FATOR DE RISCO: É a presença de um fenômeno, agente ou determinante, com características específicas, desencadeador de danos específicos às pessoas ou ao ambiente; GRUPO DE RISCO: É o grupo de trabalhadores que em dada ocasião é mais sensível aos fatores de risco. RISCOS OCUPACIONAIS: Condições e fatores que ocorrem no ambiente de trabalho, capazes de proporcionar danos ou agravos à saúde do trabalhador. RISCOS AMBIENTAIS São considerados riscos ambientais os agentes físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes/mecânicos que possam gerar danos à saúde do trabalhador nos ambientes de trabalho, em função de sua natureza, concentração, intensidade e tempo de exposição ao agente. (GARCIA e CREMONESI, 2006) NORMAS REGULAMENTADORAS As Normas Regulamentadoras, também conhecidas como NRs, regulamentam e fornecem orientações sobre procedimentos obrigatórios relacionados à medicina e segurança no trabalho no Brasil. O não-cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho acarretará ao empregador a aplicação das penalidades previstas na legislação pertinente. - NR1 – Disposições Gerais - As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos (...) que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. - NR 32 Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde Esta Norma Regulamentadora tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. - NR 9 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Esta NR estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho. - NR 6 Equipamento de Proteção Individual Para os fins de aplicação desta NR, considera-se EPI todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados gratuitamente. (CLT - artigo 166 inciso 6.3 subitem A - Artigo 167 inciso 6.2) EPI - Equipamento de proteção individual segundo o procedimento de enfermagem a ser realizado EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA Os equipamentos de proteção coletiva são dispositivos utilizados no ambiente laboral com o objetivo de proteger os trabalhadores dos riscos inerentes aos processos. Normalmente os EPCs envolvem facilidades para os processos industriais colaborando no aumento de produtividade e minimizando os efeitos de perdas em função de melhorias nos ambientes de trabalho (BRASIL, 2003b apud Araújo, 2003). Os EPCs devem: - ser do tipo adequado em relação ao risco que irão neutralizar; - depender o menos possível da atuação do homem para atender suas finalidades; - ser resistentes às agressividades de impactos, corrosão, desgastes, etc., a que estiverem sujeitos; - permitir serviços e acessórios como limpeza, lubrificação e manutenção; - não criar outros tipos de riscos, principalmente mecânicos como obstrução de passagens, cantos vivos, etc. PRECAUÇÕES UNIVERSAIS De acordo com a ANVISA as Precauções Padrão são um conjunto de medidas utilizadas para diminuir os riscos de transmissão de microorganismos nos hospitais e devem ser seguidas para todos os pacientes, independente da suspeita ou não de infecções. Constituem-se basicamente em: Higienização das mãos: lave com água e sabonete ou friccione as mãos com álcool a 70% (se as mãos não estiverem visivelmente sujas) antes e após o contato com qualquer paciente, após a remoção das luvas e após o contato com sangue ou secreções. Use luvas apenas quando houver risco de contato com sangue, secreções ou membranas mucosas. Calce-as imediatamente antes do contato com o paciente e retire-as logo após o uso, higienizando as mãos em seguida. Use óculos, máscara e/ou avental quando houver risco de contato de sangue ou secreções, para proteção da mucosa de olhos, boca, nariz, roupa e superfícies corporais. Descarte, em recipientes apropriados, seringas e agulhas, sem desconectá-las ou reencapá-las. PRECAUÇÃO PADRÃO No ano de 1996, especificamente no mês de janeiro, houve a reformulação da terminologia Precaução Universal para Precaução Padrão, uma vez que esta considera contaminados todos os fluidos orgânicos, sendo necessária então a adoção de medidas para minimizar o contato, enquanto aquela, ao contrário, considerava apenas contaminados os fluidos orgânicos que pudessem transmitir a HIV ou patógenos de transmissão sanguínea. COMO EVITAR ACIDENTES? Desprezar material perfuro-cortante (agulhas, lâminas de bisturi, etc.) em recipientes específicos, não deixando que o preenchimento desse recipiente não ultrapasse 2/3 de sua capacidade. Realizar com atenção os procedimentos que envolvam contato com material orgânico. Fazer antissepsia das mãos sempre que houver contato da pele com sangue e outros fluidos corporais. Respeitar as normas de segurança hospitalar utilizando EPI. Promover medidas educativas que estimulem os profissionais ao cumprimento das normas de segurança no trabalho. Não reencapar, dobrarou quebrar agulhas ou cateteres intravenosos. LER/DORT Atualmente as doenças mais notificadas no trabalho são as Lesões por Esforços Repetitivos(LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT); São a segunda maior causa de afastamento de trabalho no Brasil (INSS); A norma técnica do INSS sobre DORT (Ordem de Serviço/INSS n.º 606/1998) conceitua as lesões por esforços repetitivos como uma síndrome clínica caracterizada por dor crônica, acompanhada ou não de alterações objetivas, que se manifesta principalmente no pescoço, cintura escapular e/ou membros superiores em decorrência do trabalho, podendo afetar tendões, músculos e nervos periféricos. - Fatores Causais - Exigências mecânicas repetidas por períodos de tempo prolongados; - Utilização de ferramentas vibratórias; - Posições forçadas; - Fatores da organização do trabalho, como, por exemplo, exigências de produtividade, competitividade, programas de incentivo à produção e de qualidade. Essas utilizam estratégias de intensificação do trabalho e de controle excessivo dos trabalhadores. SINAIS E SINTOMAS Os sinais e sintomas de LER/DORT são múltiplos e diversificados, destacando-se: - dor espontânea ou à movimentação passiva, ativa ou contra-resistência; - alterações sensitivas de fraqueza, cansaço, peso, dormência, formigamento, sensação de diminuição, perda ou aumento de sensibilidade, agulhadas, choques; - dificuldades para o uso dos membros, particularmente das mãos, e, mais raramente, sinais flogísticos e áreas de hipotrofia ou atrofia. GINÁSTICA LABORAL Como meio de intervir no andamento do trabalho e implantar períodos de pausas, surge a ginástica laboral. Provoca o aumento da circulação sangüínea em nível da estrutura muscular, melhorando a oxigenação dos músculos e tendões. Melhora a mobilidade e flexibilidade músculo articular; Diminui as inflamações e traumas; Melhora a postura; Diminui a tensão muscular desnecessária; Diminui o esforço na execução das tarefas diárias; Facilita a adaptação ao posto de trabalho; Melhora a condição do estado de saúde geral. Diminui o risco de acidentes no trabalho. Previne a LER e DORTs. Melhora a produtividade com menor desgaste físico. Redução da sensação de fadiga no final da jornada. MAPA DE RISCOS O mapa de riscos é a representação gráfica dos riscos à saúde identificados pela CIPA em cada um dos diversos locais de trabalho, e tem por objetivo reunir as informações necessárias para estabelecer um diagnóstico de segurança e da saúde no ambiente de trabalho. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO MAPA DE RISCOS VANTAGENS DO MAPA DE RISCO Para a instituição: - Prevenção de acidentes e de doenças do trabalho; - Reunir as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação de segurança e saúde no trabalho na empresa. - Aumento da qualidade e produtividade; - Delimita os riscos aos quais o trabalhadores estão expostos. Para os trabalhadores: - Propicia o conhecimento dos riscos; - Serve para a conscientização e informação dos trabalhadores através da fácil visualização dos riscos existentes na empresa. - Fornece dados importantes relativos a sua saúde; - Conscientiza quanto ao uso dos EPI´s. Aula 17 – SAÚDE MENTAL E TRABALHO – Profº Marcia Lisboa "Saúde é o bem estar físico, psíquico, social e espiritual“ Definição de Saúde segundo O.M.S. Saúde Física = saúde do organismo = ausência de doença? Saúde Mental = saúde da psique Doença mental = doença psiquiátrica = transtorno mental A Organização Mundial de Saúde afirma que não existe definição "oficial" de saúde mental. Saúde mental é um termo usado para descrever o nível de qualidade de vida cognitiva ou emocional. Admite-se, entretanto, que o conceito de saúde mental é mais amplo que a ausência de transtornos mentais. Saúde Mental: está em todos os espaços de atuação da equipe de enfermagem (comunidade, hospital, unidade básica e especializada). A saúde mental não está somente vinculada a psiquiatria. -Saúde Mental é o equilíbrio emocional entre as capacidades internas e as exigências do meio ambiente ou vivências externas. -Saúde Mental é estar de bem consigo e com os outros na maior parte do tempo. Aceitar as exigências da vida, seus desafios e percalços. Saber lidar com suas próprias emoções e as dos outros: alegria/tristeza; coragem/medo; amor/ódio; serenidade/raiva; ciúmes; culpa; frustrações. É também reconhecer seus limites e buscar a Judá quando necessário. - É buscar viver a vida na sua plenitude, respeitando códigos de ética, a legislação de sua sociedade e os direitos do outro. TRABALHO possui importância essencial na vida de um indivíduo; investe-se grande parte da existência na preparação para o trabalho e na dedicação ao trabalho 8h diárias= 1/3do dia, durante 30-35 anos!!! Componentes do adoecimento psíquico: A ciência moderna indica que os Transtornos Mentais resultam de fatores genéticos e ambientais, ou seja, da interação da biologia com fatores sociais. A genética, a psicologia e a sociologia, entre outras ciências, desempenharam importante papel informativo da nossa maneira de compreender essas complexas relações. BIOLÓGICOS PSICOLÓGICOS SOCIAIS Os fatores do adoecimento psíquico são: BIOPSICOSSOCIAIS FATORES BIOLÓGICOS: Fatores genéticos Fatores bioquímicos FATORES PSICOLÓGICOS: Afeto e atenção durante a infância Relacionamento com os pais e outros provedores Relação consigo e com o mundo FATORES SÓCIO-CULTURAIS Pobreza, desemprego Urbanização (congestionamento, a poluição do meio ambiente) Violência Religião Estigma – está relacionado com alguma característica pessoal (deficiência, amputação, etc...) ou coletiva (raça, cor, religião, etc...) IMPACTO SOBRE A QUALIDADE DE VIDA Há diversos estudos sobre a qualidade da vida das pessoas que sofrem distúrbios mentais, os quais concluem que há um impacto negativo. Já se demonstrou que a qualidade da vida continua sendo baixa, mesmo depois da recuperação de Transtornos Mentais, em virtude de fatores sociais que incluem a persistência do estigma e da discriminação. IMPACTO SOBRE O TRABALHADOR: - Transtorno Mental é uma das principais causas de perda de dias de trabalho. - ABSENTEÍSMO Nos últimos anos se constata um crescente interesse por questões relacionadas aos vínculos entre Saúde/Doença Mental e Trabalho. Isso se dá devido ao aumento na prevalência e incidência dos Transtornos Mentais e do Comportamento associados ao Trabalho, constatado nas estatísticas oficiais e não oficiais. Segundo o Ministério da Saúde: Transtornos Mentais estão na 3º posição entre as causas de concessão de benefício previdenciário como auxílio-doença, afastamento do trabalho por mais de 15 dias e aposentadorias por invalidez. Depressão, Estresse, Esquizofrenia, Alcoolismo. Principal Fator Psicossocial de Risco no Trabalho: ESTRESSE → SAÚDE MENTAL ESTRESSE: DEFINIÇÃO DE ESTRESSE: O estresse ocorre quando os recursos disponíveis estão aquém das demandas, isto é, a pessoa avalia que aquilo que lhe é solicitado, seja no plano físico, emocional ou social, está além de suas necessidades (LAZANUS & FOLKMAN, 1984) Agentes estressores: FÍSICOS – provenientes do ambiente externo, como ruído, frio ou calor intensos, dor, excesso de exercício físico, uso de drogas. COGNITIVOS – percepção ameaçadora à integridade do indivíduo, como a iminência ou vivência de situações que lhe sejam desagradáveis (assalto,provas, discussões) EMOCIONAIS – sentimentos, como perda, ira, acontecimentos (casamento, divórcio) POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS DO ESTRESSE • Violência no trabalho; • Absenteísmo • Queda de Produtividade • Comportamento aditivo (consumo de cigarros, álcool, substâncias ilícitas, promiscuidade sexual, compulsão a novas tecnologias, etc..) - Problemas psicológicos: irritação, falta de concentração, dificuldade de tomar decisões, distúrbios do sono, entre outros; - Estresse prolongado ou eventos traumáticos podem dar origem aos TM ( ansiedade e depressão, etc...). - O estresse é uma resposta e esses estímulos e não necessariamente é um processo nocivo ao organismo. Classificação do nível de estresse: EUSTRESSE: A intensidade do estressor é positiva/breve; As respostas são suaves e controláveis Pode ser estimulante e excitante DISTRESSE: A intensidade do estressor é negativa/prolongada; As respostas são incontroláveis Ocorre quando o estresse ultrapassa um determinado limite que varia de acordo com cada pessoa. Definição de Estresse Ocupacional “O Estresse no Trabalho ocorre quando as exigências do trabalho não se igualam às capacidades, aos recursos ou às necessidades do trabalhador”. (NIOSH, 1999) Fatores estressantes → TRABALHADOR INTERNAMENTE (LATENTE) EXTERNAMENTE (MANIFESTO) FATORES DE ESTRESSE: • Ambiente de trabalho • Sobrecarga de trabalho • Organização do tempo no trabalho • Nível de participação • Possibilidade de desenvolvimento e ascensão da carreira • Salários • Papel exercido • Relações interpessoais • Cultura organizacional • Interface trabalho/casa Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional A síndrome de BURNOUT, identificada na década de 1970, caracteriza-se por uma tríade de dimensões (exaustão emocional, despersonalização e redução da realização pessoal) e é uma condição relacionada à organização do trabalho (VIEIRA et al, 2006). Burnout - Exaustão emocional - caracteriza-se por fadiga intensa, falta de forças para enfrentar o dia de trabalho e sensação de estar sendo exigido além de seus limites emocionais. - Despersonalização – caracteriza-se por distanciamento emocional e indiferença em relação ao trabalho ou aos usuários do serviço. - Redução da realização pessoal - se expressa como falta de perspectivas para o futuro, frustração e sentimentos de incompetência e fracasso. Sintomatologia do Burnout FÍSICAS: Fadiga constante e progressivo Distúrbio do sono Dores musculares ou osteomusculares Cefaléia, enxaqueca Perturbações gastrointestinais Imunodeficiência Transtornos cardiovasculares Distúrbios do sistema respiratório Disfunções sexuais Psíquicas: Falta de atenção, concentração Alterações de memória Sentimento de alienação Sentimento de solidão Impaciência Baixa auto-estima Labilidade emocional Desconfiança, paranóia Comportamentais Negligência ou excesso de escrúpulos Irritabilidade, agressividade Incapacidade para relaxar Dificuldade na aceitação de mudanças Perda de iniciativa Aumento do consumo de substâncias Comportamento de alto risco Suicídio Tendência ao isolamento Perda do interesse pelo trabalho (ou até pelo lazer) Ironia, Cinismo Consequência do Burnout Profissionais: Diminuição da qualidade do serviço prestado Predisposições a acidentes Abandono da profissão Sociais: Isolamento Desagregação familiar O Burnout pode ser prevenido??? A enfermagem e a saúde mental dos trabalhadores Saúde Mental e enfermagem -Tentativa de mudança social – Os profissionais não devem se preocupar apenas com as pessoas que buscam auxílio, mas também com a comunidade que é a incubadora dos problemas de saúde mental que atingem a população. Estabelecer a inter-relação (nexo causal) entre ESTRESSE e TRABALHO, representa um desafio necessário e complexo para os pesquisadores e os profissionais da área da Saúde e do Trabalho. -A enfermagem deve prestar atendimento eficaz para as pessoas com doença mental, e aquelas que não desejam trabalhar na área da saúde mental devem ter um conhecimento teórico e preparação prática para atender a essas pessoas -Os alunos de enfermagem devem ser encorajados a usar o conhecimento adquirido durante as experiências do aprendizado sobre saúde mental no atendimento a todas as pessoas. -Nenhum comportamento é acidental ou ocorre casualmente. “Todo o comportamento tem uma proposta e visa comunicar uma mensagem” -Em saúde mental não cabe mais medidas drásticas para controlar o comportamento do cliente. Através da observação do comportamento do cliente pode-se chegar em uma necessidade que ele pretende satisfazer ou a uma mensagem que ele está comunicando. -O comportamento atual do indivíduo representa a melhor adaptação que ele é capaz de realizar no momento. Saúde Mental dos Trabalhadores de Enfermagem O trabalho de enfermagem e a saúde mental O enfermeiro deve cuidar de sua saúde mental para poder atuar na profissão, tendo em vista características pertinentes a ela: Carga horária Salário Nível de responsabilidade Aspectos éticos Atividade intelectual e física Convívio com doença e morte O enfermeiro traz para o ambiente de trabalho com saúde mental todos os vícios de pensamentos e preconceitos da sociedade em geral, dentre eles o medo de tornar-se um doente mental. Em saúde mental a maioria das pessoas buscam atendimento por causa de sua incapacidade crescente para lidar com as atividades normais da vida diária, em relação tento ao trabalho quanto à vida familiar. Diferentemente disso, o enfermeiro que está em atividade, apesar dos problemas emocionais da vida diária, aprende que a capacidade para funcionar produtivamente é um importante critério de saúde mental. Aula 05 – Introdução à assistência primária de enfermagem a pessoa idosa – Profª Márcia Lisboa Algumas reflexões: O fato mais marcante para as sociedades atuais é o processo de envelhecimento populacional observado em todos os continentes. O aumento do número de idosos, tanto proporcional quanto absoluto, está a impor mudanças profundas nos modos de pensar e viver a velhice na sociedade. Todas as dimensões da vida humana já estão sendo desafiadas nesse sentido. Afinal, qual o espaço da velhice em um mundo competitivo, veloz e altamente dependente de tecnologia? Seria o ostracismo? A simples retirada de cena daqueles que não mais produzem? Será que é isso que estamos assistindo nos primeiros raios do alvorecer do século XXI? Conceitos dos diferentes tipos de idade 1 - Cronológica ou calendária - Ordenada de acordo com a idade do nascimento. 2 - Biológica - Corresponde a idade que o organismo demonstra com base na condição biológica dos seus tecidos comparados com padrões; depende dos processos de maturação biológica e de fatores exógenos. 3 - Psicológica - Corresponde à idade da capacidade de adaptação às reações e à auto imagem dos indivíduos. 4 - Social - É determinada pela estrutura das sociedades. 5 - Funcional - Corresponde á idade que tenta relacionar as diferentes idades. Conceitos Básicos Velho/idoso/geronto/longevo – o indivíduo com mais de 60 anos nos países em desenvolvimento e mais de 65 anos em países desenvolvidos (OMS, 2008). IDOSOS JOVENS (65 a 74 anos) IDOSOS VELHOS (75 a 84 anos) IDOSOS MUITO VELHOS (85 e mais anos) Envelhecimento Ativo - é o processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivode melhorara a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas (OPAS, 2005). Algumas Considerações Revolução Demográfica – redução das taxas de fecundidade e aumento da longevidade. Aproporçãodepessoascom60anosoumaisestácrescendomaisrapidamentequeadequalquero utrafaixadeidade. Entre 1975 e 2025, espera-se um crescimento de 223%, ou em torno de 694 milhões, no número de pessoas mais velhas. 2025 – o Brasil ocupará a 5ª posição em número Na sociedade brasileira: GOVERNO CRIA LEIS E OS IDOSOS BUSCAM SEUS DIREITOS A Enfermagem deve garantir os direitos dos idosos e um envelhecimento saudável com dignidade. Cidadania → Respeito Trabalho/Produção Assistência de qualidade Proteção - A população idosa brasileira teve importantes conquistas nas duas últimas décadas. O marco no processo de garantia dos direitos desse segmento populacional é a Lei: 10.741, de 1º de outubro de 2003, que instituiu o Estatuto do Idoso. - Instrumento legal que vem servindo como referência central para o movimento social na área, o Estatuto serve como guia essencial para que as políticas públicas sejam cada vez mais adequadas ao processo de re-significação da velhice. - Importante ressaltar que a Área Técnica Saúde do Idoso reafirma a necessidade de mudanças na linha de cuidados e da atenção a essa população, através da humanização do atendimento, bem como do fomento de inovações, através da disseminação de conhecimentos específicos para gestores e profissionais de saúde que atuam na rede, buscando parcerias e divulgando a idéia do Envelhecimento Ativo. - Nesse contexto, a saúde aparece como elemento central por exercer forte impacto sobre a qualidade de vida. - Os estigmas negativos, normalmente associados ao processo de envelhecimento, têm como um de seus pilares o declínio biológico, ocasionalmente acompanhado de doenças e dificuldades funcionais com o avançar da idade. - As ideias construídas em torno da velhice estão fortemente associadas à doença e à dependência, aceitas como características normais e inevitáveis desta fase. Determinantes do envelhecimento Determinantes econômicos Gênero e cultura Determinantes estilo de vida Determinantes sociais Ambiente físico Determinantes pessoais Rede social e apoio social O envelhecer: algumas implicações LIMITAÇÕES - TRABALHO/RENDA –MORADIA – PERSPECTIVAS – POTENCIALIDADES - SUPORTE FAMILIAR - PERDAS/LUTO ENFERMAGEM - Identificar as condições de vida que influenciam a saúde e bem-estar dos idosos. - Intervenções que considerem essas condições e favoreçam o cuidado e a promoção da saúde. Bem – estar – Felicidade – Amor – Prazer - Realização pessoal - Dignidade MITOS DO ENVELHECIMENTO - Comorbidade: Velhice e doença são a mesma coisa - Heterogeneidade: Todos envelhecem da mesma forma - Apresentações atípicas, fragilidade, suscetibilidade: A doença é a mesma em qualquer pessoa. - Tratar velho é igual a tratar criança: O idoso volta a ser criança - Achismo: E fácil cuidar do idoso. - Infantilização/idiotização: A velhice é a melhor idade. - É possível impedir ou retardar o envelhecimento - Não é possível a atividade física - A dieta deve ser restrita - Necessidade dos remédios - Ele(a) é muito velho para ser submetido a isto HOSPITALIZAÇÃO/CIRURGIA - PROCEDIMENTOS - UTI não é local de velho IDOSO E CIDADANIA - O idoso não se interessa mais pelos acontecimentos Votar não é importante. Os direitos são negados - Está na hora de se aposentar, inclusive do seu próprio gerenciamento. - O idoso não pode se auto-cuidar. - Ele não pode saber/decidir: AUTONOMIA DOENÇA E ENVELHECIMENTO São próprios da velhice: Incontinências urinárias Perda da memória Alterações da sexualidade Tristeza e apatia Tontura Perdas sensoriais Hipertensão Osteoporose Tremores D. Parkinson Perda de equilíbrio O QUE FAZER? ENTENDER O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO → ABORDAGEM ADEQUADA ALGUNS PRINCÍPIOS DA ABORDAGEM DE ENFERMAGEM AO IDOSO Utilizar sempre frases simples, claras e afirmativas; Evitar fazer discursos ou ficar falando sozinho durante muito tempo; Falar sem gritar, pausadamente, com calma, sem ser muito lento; Ouvir o idoso com paciência, respeitando seu ritmo de resposta; Falar de frente para o idoso; Respeitar o idosos com suas características pessoais; Valorizar a experiência do idoso; Ser amável, paciente e atencioso; Permitir que o idoso participe do diálogo e das decisões tomadas em casa; Evitar expressões do tipo “deve”, “não deve”, porque reflete relação autoritária. Evitar expressões como “vó”, “vô”, “vozinha”, etc., que despersonalizam o idoso; Indague como ele quer ser chamado; Não infantilizar o idoso; Seja criativo para fazer o necessário nas condições possíveis; Seja claro e sincero nas atitudes com o idoso e sua família. RESPONSABILIDADES DA ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA AO IDOSO - O cuidado de enfermagem à pessoa idosa deve ser pautado em conhecimento científico e não em mitos e estereótipos. - Cada idoso é um indivíduo único que envelhece de forma única. - As mudanças físicas que acompanham o envelhecimento são consideradas normais, não patológicas, embora elas possam predispor o idoso à doença. - Enfraquecimento cognitivo não é normal em idosos e requer avaliação. - Intervenção de enfermagem para preocupações psicossociais incluem comunicação terapêutica, toque, orientação da realidade e intervenções para melhorar a imagem corporal. - As principais causas de morte da população idosa incluem: doenças cardiovasculares, câncer, acidentes/quedas, diabetes, doenças renais e hepáticas. Recomendações para a promoção da saúde para idosos incluem: boa alimentação exercícios regulares fim do tabagismo medidas para reduzir o risco de quedas medidas para reduzir reações medicamentosas adversas. Promover a saúde mental A hospitalização coloca o idoso em risco de delírio, desidratação, desnutrição, infecções hospitalares, incontinência urinária e quedas. Intervenções de enfermagem realizadas na casa do idoso ou em instituições de cuidado, a longo prazo, estabilizam condições crônicas, promovem a saúde e promovem independência em atividades básicas de vida A assistência primária de enfermagem à pessoa idosa é fundamental para a manutenção da cidadania e da qualidade de vida dessas pessoas. ESTATUTO DO IDOSO TÍTULO II Dos Direitos Fundamentais CAPÍTULO I Do Direito à Vida Art. 8o O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social, nos termos desta Lei e da legislação vigente. Art. 9o É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade.
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