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EDUCAÇÃO NUTRICIONAL E A RELAÇÃO COM O RENDIMENTO ESCOLAR Alunos: Rogerio Luiz Vidor Dalpiaz Professora – Luciana Fofonka Centro Universitário Leonardo da Vinci-UNIASSELVI Ciências Biológicas (Bid 0195) - Prática Módulo IV 20/01/2014 RESUMO A nutrição é assunto de interesse desde a década de quarenta onde contou com aspecto privilegiado passando ser estuda e visto de forma a mudar a sociedade de forma positiva melhorando o desenvolvimento social e educacional tendo como base a máxima “Somos o que Comemos”, nas décadas seguintes de cinquenta e sessenta foi associada os projetos nutricionais embora atrelados a interesses internacionais buscou a melhoria na nutrição da população, nos anos seguintes o interesse quase inexistia retornando com a Lei Federal 8 234/91, que instituiu a obrigatoriedade da educação nutricional na Faculdade de Nutrição, despertando assim o interesse dos pesquisadores onde obteve-se inúmeros avanços com o conhecimento dos agentes nutricionais contidos nos alimentos que interferem no comportamento e desempenho escolar, assim como o melhor entendimento social e cultural dos alimentos passando assim ao entendimento da necessidade de adequação regional das orientações nutricionais trazendo assim o assunto a realidade do grupo abordado melhorando consideravelmente os resultados obtidos, tanto pelos profissionais da nutrição como pelos educadores comprometidos em orientar os educandos na busca do melhor desempenho e qualidade de vida. Palavras-chave: Nutrição. Educação. Entendimento. Alimentos. 1 INTRODUÇÃO Vivemos em tempos que a mídia explora com muita propriedade o jovem com propagandas de bebidas, embutidos, salgadinhos e “fast foods”, alimentos ricos em sódio, açucares, gorduras saturadas entre tantos outros agentes debilitantes de nossa saúde, como todos já ouvimos falar em algum momento “somos o que comemos” partindo desse pressuposto começamos a entender o porquê de tantas pessoas apresentarem em idade tão tenra distúrbios hormonais, sobre peso e tantos outros males que podemos ligar aos distúrbios alimentares. A escola enquanto instituição formadora do conhecimento tem a responsabilidade de orientar os jovens dos malefícios de uma alimentação desregrada e orientar o modo correto de se alimentar e deixamos claro que comer bem não é o mesmo que comer sem sabor, com falta de sal ou deixar de comer doces, uma dieta balanceada é composta de todos os alimentos da pirâmide alimentar que inclui massas açucares como veremos mais adiante. 2. DESENVOLVIMENTO. 2.1. Breve histórico da Educação Nutricional Educação Nutricional é uma disciplina que consta do currículo mínimo do curso de Nutrição, constitui atividade privativa do nutricionista segundo a Lei Federal 8 234/91 que regulamenta a profissão de nutricionista e faz parte das ações deste profissional em todos os campos de atividade. No livro “Velhos e novos males da saúde no Brasil: a evolução do país e de suas doenças, publicado em 1995, a Educação Nutricional é apontada como estratégia de ação a ser adotada prioritariamente em saúde pública para conter o avanço da prevalência de doenças crônico-degenerativas. MONTEIRO et al. (1995) recomendam que se reserve “lugar de destaque a ações de educação em alimentação e nutrição que alcancem de modo eficaz todos os estratos econômicos da população”. No Brasil, o interesse pela Educação Nutricional surgiu nos anos quarenta, período em que gozou de status privilegiado e era vista como um dos pilares dos programas governamentais de proteção ao trabalhador. Ela nasceu com a perspectiva de ser uma alavanca que determinaria mudanças significativas nas condições de alimentação da população trabalhadora (CASTRO & PELIANO, 1985). Nas décadas de cinqüenta e sessenta, vimos a Educação Nutricional ligada às campanhas que visavam à introdução da soja na alimentação. Privilegiava-se o interesse econômico, por ser a soja um produto de exportação, em detrimento da preferência nacional pelo feijão. Nesse período a educação se voltava também para a utilização dos produtos obtidos mediante o convênio MEC/USAID (CASTRO & PELIANO, 1985). No pós-guerra, a United States Agency for International Development (USAID) implantou programas de ajuda alimentar internacional, mediante os quais o governo brasileiro se via na contingência de usar estratégias “educativas” para induzir alguns grupos da população a consumirem os alimentos fornecidos pelos programas. Na realidade, tais programas tinham como principal objetivo aliviar os excedentes agrícolas americanos a fim de manter o preço dos cereais no mercado internacional, e a Educação Nutricional foi chamada a intervir visando induzir a população a efetivamente consumir aquilo que legitimaria o recebimento desta ajuda externa. Durante a década de sessenta, as publicações no Brasil sobre o assunto ficaram restritas a materiais de divulgação como folhetos ou livretos destinados ao público. Nessa época os Centros de Aprendizado Doméstico do Serviço Social da Indústria (SESI) já realizavam periodicamentecursos de educação alimentar, que existem até os dias de hoje. Dessa época, podemos nos recordar também dos manuais do Instituto de Nutrición de Centro America y Panamá (INCAP), que traziam textos didáticos relativos a alimentos específicos para serem utilizados por professores e auxiliares de Serviços de Saúde. Em 1967, foi fundada nos Estados Unidos, a Socieiy for Nutrition Education, que a partir de 1968 passou a publicar o Journal of Nutrition Education (BRUN & GILLESPIE, 1992). Após a instauração do regime militar em 1964, as políticas de alimentação no I e II Planos Nacionais de Desenvolvimento foram norteadas pelo pensamento técnico-científico. As medidas adotadas privilegiaram a suplementação alimentar, a racionalização do sistema produtor de alimentos e as atividades de combate às carências nutricionais específicas (L’ABBATE, 1989). O paradigma social foi substituído pelo paradigma técnico que procurou racionalizar as atividades de produção de alimentos e suplementação alimentar atribuindo exclusivamente aos técnicos que trabalhavam sob a égide do “Estado autoritário” em estreita colaboração com o setor produtivo, a decisão acerca dos programas sociais. À indústria de alimentos interessava- se sobremaneira na pesquisa de tecnologias e produção de “novos alimentos” que o Estado se propunha a adquirir para distribuir nos programas de suplementação alimentar. Nesse contexto a Educação Nutricional começava a ser relegada a segundo plano. A década de setenta trouxe outras modificações nesse cenário. Trabalhos realizados por economistas (ALVES, 1977), e sobretudo o Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF), mostraram que o principal obstáculo à alimentação adequada era a renda, e que somente transformações estruturais no modelo econômico teriam efetivamente poder de resolutividade frente aos problemas alimentares. Em decorrência disso, como muito bem referem CASTRO & PELIANO (1985), o binômio alimentação/educação foi substituído pelo binômio alimentação/renda, e os programas de educação alimentar partem para o “exílio”. Nesse período chegou a prevalecer uma rejeição à Educação Nutricional, quando ela foi acusada de ser uma estratégia para ensinar o pobre “como apertar o cinto sem doer” e “comer cascas de batata, ratos ou outros alimentos disponíveis e de alto teor nutricional” (VALENTE, 1986), o que levou a Educação Nutricional a permanecer ausente dos programas de Saúde Pública durante duas décadas. Entretanto, ela continuou a existir na prática profissional dos nutricionistas, pois a necessidade de tratamento para várias enfermidades existe independentemente do modelo econômico, e para muitas delas a Dietoterapia é requerida como tratamento básico ou coadjuvante. Encontra-se referência à implantação de Serviços de Nutrição junto a ambulatórios (JORGE, 1983; TAKAHASHI & LIMA, 1983; CARVALHO, 1984; SILVA, 1984; CAMARGO & VEIGA, 1989; NAJAS et al., 1992; KITAYAMA et al., 1995), mas estes trabalhos raramente fazem referência específica a propostas educativas. As experiências documentadas sobre os programas e as atividades de Educação Nutricional no Brasil são em número exíguo e raríssimas as iniciativas junto aos Serviços de Saúde Pública. Hoje ela retorna ao cenário dos programas de Saúde Pública através da Coordenação de Orientação Alimentar do Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição. Assim, frente às recomendações de respeitados técnicos para implementá-la no âmbito dos Serviços Públicos de Saúde, ao fato de que ela sempre esteve e continua presente na prática profissional dos nutricionistas e de que hoje ela de fato está inserida em um programa de governo, justifica-se proceder a uma análise crítica das concepções que nortearam as ações até o momento e lançar desafios para o futuro. 2.2. Fundamentos da Educação Nutricional. A importância do intercâmbio de informações entre profissionais de saúde, educação e população onde cada indivíduo é considerado um ser autêntico, dotado de necessidades, valores próprios, origem e condições sociais específicas de vida. No decorrer do processo faz-se necessário provocar e despertar no indivíduo a sua capacidade de reflexão, análise e tomada de decisão para que se torne protagonista não apenas de sua saúde mas de sua condição de cidadão. Vasconcelos evidencia maneiras distintas e possíveis de se trabalhar com educação em saúde. Na abordagem tradicional ela pode ser considerada como uma maneira de fazer as pessoas mudarem algum comportamento prejudicial à saúde como se dependesse exclusivamente delas tais soluções. Segundo outra perspectiva, mas ainda tradicional, ela se baseia também na transmissão de conhecimentos para levar para a população a compreensão e as soluções corretas que os profissionais conscientizados, politizados e conhecedores da ciência já descobriram. Uma outra maneira de se abordar a educação em saúde identifica-se com a pedagogia de Paulo Freire: “educação baseada no diálogo, ou seja, na troca de saberes. Um intercâmbio entre o saber científico e o popular em que cada um deles tem muito a ensinar e aprender”. Segundo essa perspectiva educativa é necessário romper com métodos educativos centrados no exercício do poder sobre o outro, substituindo-o por métodos que valorizem o debate e as discussões de idéias, opiniões e conceitos com vistas à solução de problemas com o outro. Essa perspectiva considera os indivíduos e grupos socialmente desfavorecidos como cidadãos de direitos e busca contribuir para a emancipação humana por meio do desenvolvimento do pensamento crítico e do estímulo às ações que tenham como finalidade realizar a superação de situações de opressão. Segundo Pereira, “a educação e a saúde são espaços de produção e aplicação de saberes destinados ao desenvolvimento humano”. Este desenvolvimento humano pode ser conquistado através da pedagogia problematizadora proposta por Freire, a qual possibilita que o “educando”, através de problematizações de determinados contextos, possa refletir e encontrar soluções para seus problemas. Freire relata que “é através do diálogo é que se dá a verdadeira comunicação, onde os interlocutores são ativos e iguais”, isto é, participam nos processos de aprendizagem, contrapondo-se ao modelo educativo tradicional, onde o educando é apenas um receptor e o educador um detentor de conhecimentos. Para que ocorra o enriquecimento na troca de experiências, sugere-se que as práticas educacionais sejam realizadas com a finalidade de fortalecer as ações comunitárias. “O trabalho coletivo objetiva oferecer aos usuários a oportunidade de redimensionar as dificuldades ao compartilhar dúvidas, sentimentos e conhecimentos”.(Filgueiras & Deslandes,1999) As práticas da educação em saúde na atualidade mesclam diferentes tendências. Aquelas que consideram o comportamento individual determinando exclusivamente a ocorrência de doenças mas também outras que vem possibilitando aos indivíduos uma ampliação do conhecimento popular a partir da tomada de consciência de seus contextos sociais e políticos maiores que impõem e determinam necessidades além do fortalecimento da capacidade de organização e autonomia desses indivíduos. O novo enfoque da educação em saúde, que considera o foco do processo educativo no sujeito, em seu contexto, contribuindo para o desenvolvimento de seu espírito crítico e ação transformadora na realidade, poderia sinalizar caminhos para as práticas de educação nutricional que fizessem avançar a simples transmissão do conhecimento técnico para chegar à construção de um caminho partilhado, dialógico, flexível e indagador de conhecimentos entre nutricionista e educando.Valente sistematizou, em seu trabalho, uma crítica severa às bases teóricas e à prática da educação nutricional tradicional e, ao mesmo tempo, lançou as bases para uma educação nutricional crítica e problematizadora, a qual parece ser efetivamente comprometida com a superação dos problemas alimentares. 2.3. Educação Nutricional e Aspectos Culturais O alimento não pode mais ser visto somente como uma fonte de nutrição, pois possuindo a capacidade de desempenhar várias funções na sociedade humana, pode estar relacionado aos aspectos sociais, culturais, religiosos, econômicos, psicológicos, antropológicos, que influenciam nos hábitos alimentares dos indivíduos e grupos e que não deveriam ser desconsiderados em um processo de Educação Nutricional mais efetivo. A antropologia médica, ao conhecer as características dos grupos culturais diferentes, explica a causa das doenças, os tipos de tratamento que acreditam e a quem recorrem se ficam doentes, contribuindo então, para a recuperação da saúde dos indivíduos. Neste contexto, o nutricionista e educador compreendendo como cada cultura compõe o modo de transmitir os melhores hábitos alimentares, modo de preparação dos alimentos, ocasiões em que o grupo estará reunido para se alimentar, ordem dos pratos servidos durante uma refeição e maneira como os indivíduos comem, poderá incorporar essas informações às práticas de Educação Nutricional e considerar os hábitos alimentares, que demonstrem risco à saúde desses indivíduos. A alimentação representa a manifestação da organização social, a chave simbólica dos costumes, o registro do modo de pensar a corporalidade do mundo em qualquer sociedade. O Brasil, marcado pelas desigualdades sociais, atribui valores diferentes ao alimento, conforme as classes sociais. As pessoas com nível sócio-cultural mais elevado, nos dias de hoje, apresentam em sua alimentação uma nova característica, a de acrescentarem em suas refeições, alimentos mais leves, “lights”, diferente dos gostos bárbaros, da mesa “farta” que nos deparávamos no passado. Para as classes populares, o alimento já apresenta outro significado, temos uma mescla de valores simbólicos do passado e do presente, manutenção das características regionais e padrões sócio-culturais nas diversas instâncias do conhecimento tradicional. Os alimentos, para estas classes populares, são classificados em “fortes ou fracos” – conforme sua “sustança”; “pesados ou leves” – de acordo com o estado de saúde do indivíduo; “ricos ou pobres em vitaminas” – referentes à sua fortificação do organismo e benefícios à saúde. As observações do educador sobre os diversos elementos simbólicos dos alimentos facilitam a interpretação de conceitos construídos por diferentes sujeitos sociais, justificando seus hábitos alimentares e suas articulações concretas do cotidiano, enquanto estratégias de vida. Os tabus alimentares também devem ser considerados no processo de Educação Nutricional, porque simbolizam algo proibido e intocável e, estão ainda presentes nos costumes brasileiros, em decorrência de nossa organização cultural, permeada pela influência dos negros, índios e portugueses. Os alimentos apresentam significados diferentes a cada cultura e foram classificados por Helman dentro de cinco categorias: alimento versus não-alimento; alimento sagrado versus alimento profano; alimento quente versus alimento frio; alimento como remédio versus remédio como alimento; alimentos sociais, que merecem ser destacadas para percebermos, posteriormente, as consequências que podem trazer à saúde dos grupos culturais, além de muitas vezes poderem ser também classificados como tabus alimentares. Alimento versus não-alimento – cada cultura define quais as substâncias que serão comestíveis ou não, dentro do seu contexto, mesmo que os alimentos considerados como não-alimentos apresentem um ótimo valor nutricional. Alimento sagrado versus alimento profano – os alimentos que serão permitidos e proibidos, com base nas crenças religiosas dos diferentes grupos sociais. Alimento quente versus alimento frio – característica de muitos grupos culturais e sociais e com o significado de remédio para as doenças também classificadas como quentes ou frias. Alimento como remédio versus remédio como alimento – alguns alimentos podem ser utilizados como uma forma de medicação para determinadas doenças ou estados psicológicos, de acordo com crenças e valores de cada grupo social. Atualmente, já conhecemos vários alimentos com essa função, denominados como alimentos funcionais. Por outro lado, existem remédios, que podem ser considerados uma forma de alimento ou nutriente, quando ingeridos juntamente com as principais refeições, cujo efeito simbólico é de alimento. Alimentos sociais – alimentos que consumidos por um grupo de pessoas, dotados de valor simbólico representam status social, na medida em que a qualidade e quantidade da comida possam refletir o poder aquisitivo dos indivíduos. Portanto, o alimento possui duas conotações diferentes, em relação ao seu valor nutricional e cultural, podendo afetar a nutrição dos indivíduos de duas maneiras: excluindo nutrientes essenciais da alimentação, ou estimulando o consumo de determinados alimentos ou bebidas. Assim a partir dessas considerações, associamos a má nutrição de indivíduos aos fatores culturais, podendo manifestar-se através da subnutrição ou da supernutrição. Não se pode, contudo, atribuir exclusivamente a estes fatores a total responsabilidade na maior parte desses casos no mundo. Os importantes papéis culturais que os alimentos desempenham nas sociedades fazem parte das tentativas de modificar ou aperfeiçoar os hábitos alimentares dos indivíduos. O comportamento alimentar também deve ser relevante no processo da Educação Nutricional, pois quando influenciado pelo aspecto psicológico, pode trazer consequências à saúde dos indivíduos Quando a Educação Nutricional é postulada meramente como uma consulta parcial do tratamento, de modo homogêneo, a-histórico, a-temporal, independente de grupos sociais, desconsiderando as questões mencionadas, ela se torna um saber técnico que não valoriza o sujeito. Não se questiona as causas e efeitos deste ou daquele alimento. Por outro lado, pensar a Educação Nutricional como um ato capaz de trabalhar questões intrínsecas aos antigos paladares e hábitos não parece de fato ser uma tarefa simples, mas levando em consideração todos os aspectos abordados anteriormente, tornará o processo de intervenção do educador mais eficiente. 2.4. Necessidades Alimentares Brasileiras O avanço na ciência da alimentação e nutrição tem se tornado constante nos últimos anos. As novas descobertas sobre a relação entre a composição dos alimentos, consumo e saúde dos indivíduos contribuem para a elaboração de guias alimentares, com mensagens chaves relevantes sobre alimentação e promoção da saúde. Nota-se que a orientação sobre como deve ser uma alimentação saudável e equilibrada, que envolve quantidade e tipos de alimentos, muitas vezes se torna difícil e impraticável para a maioria das pessoas. Neste sentido, formas gráficas de distribuição dos alimentos mostram-se mais eficazes para uma melhor compreensão por parte da população sobre a distribuição mais adequada dos alimentos no contexto de alimentação saudável. Nos Estados Unidos foram testadas diversas fotos para demonstrar os alimentos, até que em 1992 foi adotada pelo United States Department of Agriculture (USDA), o formato de pirâmide. A Pirâmide Alimentar é um instrumento de orientação nutricional utilizado por profissionais para a promoçãode saúde e de hábitos alimentares saudáveis entre a população. No Brasil, Nutricionista e pesquisadora Dra. Sonia Tucunduva Philippi, do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP, propôs em 1999 a adaptação dessa pirâmide para a população brasileira, com alimentos típicos e do nosso hábito alimentar. Além disso, contém a quantidade de porções de cada grupo de alimentos que deve ser ingerida durante o dia e um valor energético médio de 2.500 kcal. Dados da última Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), do período de 2008 a 2009, indicaram que o excesso de peso em homens adultos aumentou consideravelmente nos últimos anos, passando de 18,5% em 2006 para 50,1% em 2010. Entre as mulheres, passou de 28,7% para 48% no mesmo período. Isso demonstra que há risco aumentado para o surgimento de Doenças Crônicas não transmissíveis (DCNT) entre a população brasileira. Pensando nisso, o Ministério da Saúde, juntamente com a Dra. Sônia Tucunduva Philippi, propuseram uma readaptação da Pirâmide Alimentar Brasileira, com inclusão de alguns alimentos, como arroz integral, folhas verdes-escuras, castanha-do- Brasil, entre outros, e com a redução do valor energético médio diário para 2.000 kcal, de forma a aproximá-la ainda mais da dieta e dos hábitos culturais do país. A nova Pirâmide Alimentar Brasileira também inclui recomendações gerais, como o fracionamento da dieta em 6 refeições diárias e o incentivo à prática de atividades físicas, com o objetivo da mudança de hábitos, da prática de atividade física e da saúde global dos indivíduos. Os alimentos incluídos em cada grupo alimentar readaptando a Pirâmide Alimentar Brasileira foram: - Grupo do arroz pão, massa, batata, mandioca: inclusão de arroz integral, pão de forma integral, pão francês integral, farinha integral, biscoito integral, aveia, quinoa e cereal tipo matinal; - Grupo das frutas: destaque para as frutas regionais como caju, goiaba, graviola e inclusão dos sucos e salada de frutas; - Grupo das verduras e legumes: inclusão das folhas verdes-escuras, repolho, abobrinha, berinjela, beterraba, brócolis, couve flor, cenoura com folhas e a salada com diferentes vegetais; - Grupo do leite, queijo e iogurte: maior visibilidade dos alimentos do grupo como fonte de riboflavina (B2) e principal fonte de cálcio na alimentação; - Grupo das carnes e ovos: destaque para os peixes do tipo salmão e sardinha e regionais e para os cortes mais magros e grelhados, frango sem pele e ovos; - Grupo dos feijões e oleaginosas: inclusão do feijão e da soja como preparações culinárias, do grão de bico e de oleaginosas como castanha-do-Brasil e castanha-de-caju; - Grupo dos óleos e gorduras: destaque para o azeite; - Grupo de açúcares e doces: inclusão d o chocolate e do açucareiro. 2.5. Desempenho e a Alimentação. Há uma forte relação entre as carências alimentares e a classe sócio económica, mas esta relação não é absoluta. Alguns estudos têm sugerido que a insuficiência alimentar tem efeitos no desenvolvimento educacional e psico social, independentemente da ingestão nutricional e da classe sócio econômica, e que está significativamente e consistentemente associada a problemas de saúde e comportamentais, a menor funcionamento cognitivo, a menor assiduidade e a menor sucesso escolar. O maior determinante do desempenho escolar é a inteligência. Este componente, que pode ser medido pelo Quociente de Inteligência (QI), tem sido amplamente estudado há vários anos, tendo-se mostrado que a inteligência é influenciada tanto por fatores genéticos como por fatores ambientais. A evidência demonstra que numerosos genes no cromossoma X afetam a inteligência, e que as principais capacidades mentais (verbais, espaciais, velocidade e precisão de percepção e memória) têm grandes influências hereditárias, sugerindo inclusivamente uma associação positiva entre o QI da criança e o QI da mãe. A influência ambiental parece ser mais modesta, mas também tem um impacto significativo na inteligência. A desnutrição, além de interferir com a saúde em geral, interfere com os níveis de energia da criança e com a taxa de desenvolvimento motor e cerebral, pelo que o perímetro cefálico é a medida antropométrica mais sensível à subnutrição prolongada durante a infância e reflete o desenvolvimento cerebral. A subnutrição moderada pode mesmo ser suficiente para afetar negativamente o QI e os resultados académicos a longo prazo. O tamanho cerebral e a inteligência parecem estar relacionados positivamente, embora os fatores genéticos e ambientais possam também afetar esta relação. A pobreza e a privação são outros fatores ambientais que parecem estar negativamente associados à inteligência, exacerbando os efeitos negativos da desnutrição supracitados, especialmente quando as mães têm baixos níveis de escolaridade. O peso do bebe também parece associar-se positivamente e significativamente ao QI das crianças mas não parece explicar a variação de QI. As evidências sugerem fortemente que as deficiências nutricionais podem levar a problemas comportamentais, independentemente do ambiente social e de fatores psicológicos, pelo que, segundo estudos realizados em escolas que implementaram programas de alimentação escolar, a melhoria da ingestão nutricional das crianças parece resultar em benefícios bastante significativos no comportamento. Algumas crianças, mesmo de países industrializados, têm o seu comportamento afetado por carências nutricionais, predispondo-as a comportamentos anti-sociais, incluindo a indisciplina na sala de aula, a interação com os colegas e o seu bem-estar emocional, inclusivamente ao nível da ansiedade, depressão e motivação. Parece haver também uma relação entre a desnutrição e os comportamentos de exteriorização, como a agressividade, problemas de conduta e a hiperatividade. Todas estas relações devem-se possivelmente ao fato de as deficiências nutricionais poderem comprometer o funcionamento cognitivo que afeta o controle dos impulsos ou a capacidade de aprender com os erros. Por outro lado, o facto de as deficiências nutricionais poderem levar ao insucesso escolar, por si só aumenta o risco de desenvolver estes comportamentos. A omissão do café da manhã pode também ter efeitos negativos. Várias deficiências de nutrientes ou de combinações de nutrientes podem ter efeitos no comportamento. A deficiência em ferro é talvez a mais investigada e tem vindo a ser associada a problemas de aprendizagem e de comportamento, incluindo a hiperatividade. A deficiência em ácidos graxos poli-insaturados, também parece estar associada a violência, sendo que a sua suplementação, inclusive durante a gravidez e os primeiros anos de vida, diminui os níveis deste comportamento, efeito também conseguido com a suplementação de vitaminas e minerais. O pressuposto que o açúcar tem efeitos adversos no comportamento das crianças é frequente, mas não parece haver qualquer evidência de que o consumo de sacarose seja responsável por esses efeitos, embora se saiba que a tendência a desenvolver níveis baixos de glicose, não necessariamente hipoglicemicos, está associada a irritabilidade, violência e agressão e que uma melhor tolerância à glicose parece estar associada a melhor humor. Evidências sugerem que algumas crianças tenham intolerâncias alimentares sub-clínicas, inclusivamente a alguns aditivos, como a tartrazina e o conservante benzoato de sódio, que resultam em problemas comportamentais. Os aditivos alimentares têm sido bastante investigados no sentido de se detectarem os seus efeitos no comportamento das crianças. 3 CONSIDERAÇÕESFINAIS A educação alimentar embora muitas vezes relegada a segundo plano ou seja possui pouca importância na educação, constatei após estudos diversos a grande importância da disciplina que deve ser trabalhada exaustivamente não apenas nas cadeiras de ciências mas de forma horizontal, integrando assim o cotidiano educacional e em detrimento desta consciência nutricional despertada nos jovens obteremos resultados em diversas áreas como uma melhor socialização dos alunos, maior atenção em sala de aula e o melhor rendimento escolar. Como educadores devemos atentar sempre para o universo do educando adequando e dirigindo os conhecimentos de forma a complementar e enquadrar dentro da realidade cultural do grupo, deixando assim a educação nutricional deixando de ser uma matéria distante para integrar o cotidiano dos alunos, familiares e amigos do grupo resultando assim a melhoria de vida da comunidade. REFERÊNCIAS A NOVA PIRAMIDE ALIMENTAR PARA OS BRASIELIROS, UNILEVER HEALTH INSTITUTE, http://www.unileverhealthinstitute.com.br/dica/a-nova-piramide-alimentar- para-os-brasileiros, visto em 17∕01∕2014 CAMOSSA, Ana Cristina do Amaral, EDUCAÇÃO NUTRICIONAL: UMA ÁREA EM DESENVOLVIMENTO, Alim. 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