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A SEMANA DE ARTE MODERNA DE 22 E A BUSCA PELO NACIONAL NA ARQUITETURA ( AMARAL, Aracy de. Artes plásticas na semana de 22. SP: Perspectiva, 1982, pp. 99-134; 148-156 ) - SP: + favorável... internacionalista-caipira... "modernista"... economia do café Menotti: berço de um futurismo racial, industrial, econômico, etc. - RJ: falta de uma "arregimentação"- > Ronald de Carvalho provocou um choque com o público ( que era acostumado com a arte acadêmica) estavam unidos por um ideal de renovação destrutiva, jogando por terra velhos cânones obsoletos. inicialmente, teve as vanguardas como guia movimento preparador de um clima para mudanças político-sociais. A arquitetura: Moya e Przyrembel Anos de "transição", procurava-se dar uma tendência moderna, restabelecer o colonial brasileiro. PRZYREMBEL: Taperinha da Praia Grande (SP): 500 metros de frente... constuída em pedra, telha canal, casa de veraneio da família Przyrembel... alusão a Dubugrás. MOYA: " Poeta da pedra" fez projetos que representavam o espírito do movimento ( e não a realidade) -> fantasia harmonia entre escultura e arquitetura ( um resultava no outro, naturalmente) oposto ao nouveau, adaptação ao neoclássico Mausoléu e templo: linhas retas, relação com edificações palacinas ( Oriente médio, Pré-colombianas...) ... concreto ou pedra? -> sugere materiais primitivos... portais e janelas em arcos -> sem vidro ou persianas. Túmulo: 1916... linhas modernas em seu despojamento e síntese... encimado pelo busto de um índio hercúleo. Influenciou/ foi influenciado por Brecheret ( escultor) em 1926, ainda tinha inspiração pré-colombiana ( como elemento decorativo... arcadas e pátios/elementos geométricos passando também a inspirar-se em estilizações de motivos indígenas. Os 10 mandamentos do estilo neo-colonial ( José Mariano) A VERDADE – Todo elemento deve ser representado na sua estrutura natural, sem simulação, porque a mentira é incompatível com o espírito universal da arquitetura. Não simular a matéria, se não houver o material necessário. A FORÇA –O cenário da natureza tropical Brasileira exige formas serenas e fortes dos seus antepassados, que recortam a paisagem calmamente, sem contorções ou contrastes inesperados. O ESPIRÍTO CLÁSSICO – A única que convém as composições do estilo colonial é a implementada pelos Jesuítas entre nós (a toscana), seus elementos eminentes latinos são, a um tempo, fortes, simples e decorativos. A COR- Nas casas deveriam ser conversadas exclusivamente as cores brancas, amarelo-camurça ou rosa. A SOBRIEDADE – A sobriedade deve permanecer nos exteriores, usar da maior discrição no emprego dos elementos chamados decorativos, a fim de evitar excessos. A CATEGORIA – Dar aos elementos arquitetônicos a mesma categoria que lhes era atribuído no estilo colonial, os azulejos que substituem nos países quentes as tapeçarias e panos de parede, tem também a sua aplicação limitada. A NOBREZA - Mas será sempre uma obra de arte ( casa nobre) , enquanto uma casa que é rica, apenas rica, não é uma obra de arte, mas de mau gosto. Não há nobreza sem discrição, nem discrição sem recato. Para ele, uma casa anuncia a uma cidade inteira o nome do cidadão que a possui. O CONFORTO - A casa moderna não foi feita para ser habitada, então por que não voltar à figura da casa colonial? Essa é a noção tradicional. A casa antiga era feita para ser habitada. Era atraente, acolhedora. O CARATER - Na compreensão, no sentido dos elementos que lhe são essenciais, o caráter também se afirma pelo grau intimo de inteligência do estilo arquitetônico com a própria alma nacional do povo. A NACIONALIDADE –O retorno as formas lógicas do estilo colonial dos nossos antepassados, é o prelúdio da nossa emancipação social e artística. O estilo que nunca existiu ( Carlos Lemos) As diversas posições nacionalistas Buscaram-se definições de estilos arquitetônicos. Um estilo nacional, uma identidade cultural que substituísse o eclético. Resgataram uma arquitetura esquecida durante vários séculos. Era uma questão de identidade ( diferentes posturas... soluções vernáculas, por exemplo) Repetiam os mesmos materiais da Europa. - Brasil -> arquitetura ligada à religião e ao poder da coroa... arquitetura indígena não correspondia às necessidades do colono português. únicos exemplares de arquitetura de grande porte: obras barrocas no litoral... inspiração no rococó... construíam de maneira gótica. Influencia neoclássica ( França) no RJ. Sonho de todos: nova vida ao estilo francês. ‘O passado nunca mais’. afirmação nacionalista - Guerra de 1914: antes: arquitetura eclética classicista italiana depois: arquitetura "tradicional" com outras soluções... novas tecnologias. - Ricardo Severo e os formadores de opinião Monteiro Lobato-> criticava a falta de identidade da cidade de SP. “O estilo não se cria, se nasce”. “Nasce por exigência do meio”. não concordava com a adoção de modelos originários dos tempos coloniais. Dois motivos: nossa produção colonial era pobre. De mau gosto, inspirada no barroco.Não tínhamos possibilidade real de criar um novo estilo próprio, porque a nossa sociedade estava em processo de formação e não tinha personalidade definida. - Ricardo Severo -> era contra a corrente anti-nacionalista defendia a resistência defensiva contra o cosmopolitismo destruidor das nações no que se refere ao mundo humano. renascimento não apenas no sentido de voltar aos tempos de colônia: “O tradicionalismo não quer dizer anacrônico, apego ao passado, quer dizer ressurgimento da tradição, o espírito de sua gênese, a alma das nacionalidades” . para ele não existia um estilo colonial, mas sim uma arte colonial. - José Mariano Filho-> Afirmava que a “arquitetura é a raça”. “O estilo colonial desapareceu com sua época – o neocolonial tem outro programa a oferecer – nem superior, nem inferior ao outro”. Programa -> identificação e seleção do vocabulário característico do estilo colonial brasileiro. - Se em SP o nacionalismo na arquitetura nasceu da necessidade da classe média de reafirmar-se em frente aos imigrantes ricos, no RJ a euforia patriótica se fez durante os dias comemorativos dos 100 anos da independência. -Textos de Le Corbusier eram desconhecidos ou ignorados pelos arquitetos. O Brasil não conhecera ainda a modernidade. -> erros ( POR QUE O ESTILO NÃO EXISTIU): Estilo cujas intenções se manifestaram de forma equivocada a arquitetura brasileira colonial é desconhecida em maioria. Só os edifícios importantes eram apreciados. Não havia uma visão global. Necessidade de ampliar o repertório relativo à arquitetura primitiva. Deveria haver uma coerência entre passado e presente arquitetos anarquizavam as regras de composição por uma falta de vigilância, censura prévia, convivência com a arquitetura antiga pela necessidade de trabalhar com uma nova tecnologia construtiva. era muito decorativo: Volumes recortados, ladrilhos aparentes com granito. copiavam os modelos de êxito, ajudando a divulgar fórmulas estereotipadas relacionadas mais a aspectos decorativos que a sistemas estruturais.
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