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40 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 08 /1 5 Unidade II Unidade II 3 COMPORTAMENTO HUMANO Conforme Robbins (2004, p. 2) para falarmos sobre comportamento organizacional precisamos definir o termo e seu campo de alcance. O comportamento humano, também chamado de comportamento organizacional, “refere‑se ao estudo sistemático das ações e atitudes das pessoas dentro das organizações”. O comportamento humano nas organizações significa buscar usar evidências científicas obtidas sob circunstâncias controladas e mensuradas com rigor e, por isso mesmo, suas teorias e conclusões se baseiam em pesquisas sistematicamente elaboradas. As atitudes e ações de um indivíduo, bem como seu comportamento e sua personalidade, estão intimamente relacionados com os coletivos sociais dos quais ele participa. Considerando que nunca estamos sós, nós sempre interagimos com coletividades que chamamos de grupos e organizações. Assim, ao conceituarmos o termo organização, sempre precisaremos considerar a interação das pessoas e o agrupamento social. Organizações, assim, são criações ou ferramentas sociais, produtos de ações individuais e coletivas; sua dinâmica e seus processos entrelaçam‑se com processos e dinâmicas de indivíduos e de grupos em um espaço e tempo que delimitam e circunscrevem suas interações. [...] De forma bastante sintética, as organizações são vistas como “construções sociais” como “significados intersubjetivamente partilhados”. A passagem do plano individual para o coletivo ocorre porque pensamentos e ações de pessoas vão se tornando determinados por produtos de pensamentos e ações que vão sendo compartilhados coletivamente. Assim, os processos que unem e desunem as pessoas e grupos é que geram o fenômeno organizativo (ZANELLI, 2008, p. 10). Neste momento, você já pode perceber como o estudo sobre a relação indivíduo e organização tem se tornado cada vez mais complexo e desafiador. Exemplo de Aplicação Considerando que pertencemos a diversas e diferentes redes sociais, que construímos e reconstruímos nossas relações, precisamos compreender o comportamento social, pois nele se encontra a essência da organização. Assim, a forma pela qual é exercitada a interação social configura um sistema em que as pessoas contribuem para sua criação e manutenção, ao mesmo tempo que são subordinadas ao padrão estabelecido. Tanto o indivíduo influencia o grupo e a organização da qual faz parte quanto é influenciado por ambos. 41 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 08 /1 5 Qualidade no ambiente de trabalho Procure refletir sobre a sua relação com as instituições em geral, como se deu ao longo de sua vida a transição pelos diversos grupos sociais a que pertenceu. Você acredita que obteve aprendizagem nestes grupos sociais, ou somente houve sua influência nas normas e valores deles? Lembrete Destaca‑se aqui o caráter socialmente construído das organizações, o que torna mais complexo o estudo da relação entre indivíduo e organização. A organização passa a ter outro significado, impactando os estudos do comportamento organizacional, pois ela deixa de ser vista como estática e racional e passa a ser compreendida como uma arquitetura coletiva, sem a conotação de atividade coordenada ou sistematizada que o termo possa trazer. O cotidiano organizacional possui muitos conflitos por interesses divergentes, irregularidades, incertezas e imperfeições, o que implica constante reestruturação dos processos. As organizações de trabalho são predominantemente caracterizadas como sistemas sociais técnicos e abertos, construídos para alcançar objetivos predeterminados. Podem ser compreendidas como coletividades intencionalmente estabelecidas, em permanente interação interna e também com seu meio ambiente. São dirigidas para produzir ou satisfazer necessidades de bens ou serviços que a sociedade requer e a sua permanência, ou sobrevivência, depende da clareza de seus objetivos e da coerência com que os perseguem (KATZ apud ZANELLI, 2008, p. 26). Assim, Davis e Newstrom (1992, p. 5) já destacavam que o comportamento organizacional “se aplica amplamente ao comportamento das pessoas em todos os tipos de organizações, tais como negócios, governo, escolas e organizações de serviços”. Griffin e Moorhead (2006, p. 7) salientam que “compreender comportamento organizacional (CO) é o estudo do comportamento em ambientes organizacionais, da interface entre comportamento humano e organização e da organização em si”. Percebe‑se que os autores consideram a influência que o ambiente exerce sobre o comportamento humano, na interface indivíduo‑organização e na organização propriamente dita, como ressaltado na figura a seguir. 42 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 08 /1 5 Unidade II O indivíduo influencia o grupo O grupo influenciará a organização Organização influenciará o indivíduo Figura 1 – Cadeia de influência que envolve o indivíduo, o grupo e a organização É provável que você já tenha começado a perceber a complexidade que envolve o estudo da relação entre o comportamento humano e as organizações. Considerando a influência do ambiente, entende‑se que o comportamento organizacional compreende três níveis de análise: individual, grupal e organizacional, também designados por Wagner e Hollenbeck (1999), respectivamente, como comportamentos micro‑organizacional, meso‑organizacional e macro‑organizacional. O comportamento individual nas organizações (ou micro‑organizacional) abrange a percepção, os valores e as crenças, considerando o papel da personalidade e das emoções. O comportamento das pessoas em grupo na organização (ou meso‑organizacional) compreende o entendimento sobre como se apresentam a comunicação, a liderança e o poder, o estudo dos grupos e o trabalho em equipe, a administração de conflitos, por exemplo. O comportamento da organização como um sistema (ou macro‑organizacional) envolve a cultura organizacional, a estrutura, a mudança e os efeitos das políticas de gestão de pessoas. No entanto, jamais poderemos separar esses níveis em partes distintas, pois estão intimamente ligados e comprometidos. Torna‑se difícil delimitar até aonde se estende a influência de um ou outro nível nos demais. Para efeito de estudo didático, vamos considerar separadamente alguns dos aspectos envolvidos em cada nível, apresentando‑os em tópicos distintos nesta disciplina. Saiba mais Consulte a obra: ROBBINS, S. P. Fundamentos do comportamento organizacional. São Paulo: Prentice Hall, 2004. 3.1 O indivíduo na esfera do trabalho e nas organizações Sem dúvida, quando nos referimos à importância do comportamento humano nas organizações, como uma ciência aplicada, precisamos ressaltar a influência das diversas disciplinas que auxiliaram em seu estudo. As áreas predominantes consistem em: Psicologia, Sociologia, Psicologia Social, Antropologia e Ciências Políticas. 43 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 08 /1 5 Qualidade no ambiente de trabalho Para melhor compreensão do comportamento organizacional, surge a Psicologia como ciência para a explicação da conduta humana no ambiente laboral. A Psicologia se apresenta como a ciência que estuda e analisa o comportamento humano. “A Psicologia se desenvolveu a partir da Biologia e da Filosofia, com o objetivo de se tornar uma ciência que descreve e explica como pensamos, sentimos e agimos” (MYERS, 1999, p. 1). Seu objeto de estudo consiste na subjetividade humana, como bem define Bock (2002, p. 23): [...] é a maneira de sentir, pensar, fantasiar,sonhar, amar e fazer de cada um. É o que constitui o nosso modo de ser: sou filho de japoneses e militante de um grupo ecológico, detesto Matemática, adoro samba e black music, pratico ioga, tenho vontade mas não consigo ter uma namorada. Meu melhor amigo é filho de descendentes de italianos, primeiro aluno da classe em Matemática, trabalha e estuda, é corintiano fanático, adora comer sushi e navegar pela internet. Ou seja, cada qual é o que é: sua singularidade (BOCK, 2002, p. 23). Saiba mais Consulte os livros: BOCK, A. M. B. Psicologias: uma introdução ao estudo da Psicologia. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. MYERS, D. Psicologia geral. Rio de Janeiro: LTC, 1999. Como apresentado por Robbins (2004), a Psicologia dedica‑se ao estudo do comportamento individual e, inicialmente, os psicólogos organizacionais e industriais estudavam os problemas de fadiga, falta de entusiasmo e outros fatores que poderiam influir no desempenho. Mais recentemente, sua contribuição se expandiu para incluir estudos sobre aprendizagem, percepção, personalidade, emoções, treinamento, eficácia de liderança, necessidades e forças motivacionais, satisfação com o trabalho, processos de tomada de decisões, avaliação de desempenho, mensuração de atitudes, técnicas de seleção de pessoal, planejamento do trabalho e estresse profissional. Neste contexto, a Psicologia não será estudada como ciência ou profissão em suas raízes e aplicações, mas como base para promover reflexão sobre o comportamento humano nas organizações. Observação A Psicologia aqui é incluída como ferramenta de conhecimento e não pode ser entendida como uma forma de aplicação de ações generalistas que se apliquem a todos os casos, pois entendemos que o comportamento humano é imprevisível e complexo. 44 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 08 /1 5 Unidade II No entanto, sabemos que muito ainda precisa ser pesquisado sobre o comportamento humano nas organizações, diante do universo complexo que se apresenta na atualidade. Enquanto a Psicologia foca suas atenções no indivíduo, a Sociologia estuda as pessoas em relação umas às outras. Assim, a contribuição dos sociólogos correspondeu ao estudo do comportamento dos grupos nas organizações, especialmente aquelas formais e complexas. A Sociologia contribuiu muito no entendimento da dinâmica do grupo, no que se refere à concepção de equipes de trabalho, à cultura organizacional, à estrutura da organização formal, à burocracia, à comunicação, ao status, ao poder, aos conflitos, bem como no que diz respeito ao equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional. A Psicologia Social é uma área dentro da Psicologia que combina conceitos desta como ciência e da Sociologia. Seu foco é a influência de um indivíduo sobre o outro. Os temas mais investigados pela Psicologia Social correspondem a atitudes, padrões de comunicação, como as atividades em grupo podem satisfazer as necessidades individuais e o processo de tomada de decisão em grupo. A Antropologia é o estudo das sociedades para compreender os seres humanos e suas atividades. O trabalho dos antropólogos sobre culturas e ambientes contribui para se compreender melhor as diferenças nos valores, atitudes e comportamentos fundamentais entre pessoas em diferentes organizações. As Ciências Políticas estudam o comportamento dos indivíduos e dos grupos em um ambiente político. Alguns tópicos específicos dessa área são a estruturação de conflitos, a alocação de poder e como as pessoas manipulam o poder para o atendimento de seus próprios interesses. Você pode estar pensando: mas em que isso pode ajudar um profissional ou uma organização? A capacidade de explicar, prever e controlar o comportamento organizacional nunca se constituiu tão relevante para os profissionais das ciências humanas quanto na atualidade. Transformações no mundo do trabalho e das organizações têm requisitado cada vez mais a atuação destes profissionais. Percebemos que: • o funcionário tradicional está envelhecendo; • as mulheres e os membros de minorias estão entrando para o mercado de trabalho; • o downsizing (enxugamento de níveis hierárquicos) e o amplo uso de trabalhadores temporários vem se tornando presente no mercado atual; • estão acabando os laços de lealdade, que historicamente uniam os funcionários a seus empregadores; • a globalização está exigindo que os funcionários se tornem mais flexíveis para se adaptarem às mudanças. 45 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 08 /1 5 Qualidade no ambiente de trabalho Esses são alguns dos aspectos que estão se tornando crescentes em nossa realidade atual. O estudo do comportamento organizacional pode ajudar a entender um mundo profissional em contínua mudança, a aprender a superar as resistências à mudança e a criar uma cultura organizacional que seja voltada para ela. Saiba mais Consulte as obras que seguem: GRIFFIN, R. W.; MOORHEAD, G. Fundamentos do comportamento organizacional. São Paulo: Ática, 2006. WAGNER III, J. A.; HOLLENBECK, J. R. Comportamento organizacional. São Paulo: Saraiva, 1999. 3.2 Comportamento humano no ambiente de trabalho Neste tópico, trataremos especificamente do comportamento humano no ambiente organizacional. Para tanto, abordaremos os conceitos de diferenças individuais e formação da personalidade, bem como de aprendizagem, atitudes, valores e percepção do trabalhador. Observação Além da inteligência racional, a inteligência emocional e a espiritual são importantes para o sucesso no ambiente de trabalho. 3.2.1 Diferenças individuais e formação da personalidade Para iniciarmos esse assunto, é importante falarmos um pouco sobre o colaborador e suas diferenças individuais e de personalidade que envolvem diretamente o comportamento humano nas organizações. Segundo Griffin e Moorhead (2006), as pessoas são diferentes umas das outras, tornando maior a complexidade do ser humano e das teorias que buscam explicar o seu comportamento. As diferenças individuais se apresentam nas características físicas, psicológicas e emocionais. Levar em conta as diferenças individuais e as contribuições dos funcionários, relacionando‑as aos incentivos e aos contextos, é um grande desafio para as organizações que procuram estabelecer contratos psicológicos eficazes e adequar, da melhor maneira possível, as pessoas aos cargos. É possível definir esse ser humano? 46 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 08 /1 5 Unidade II Segundo Bock (1999, p. 177), as propriedades que fazem do homem um ser humano são o suporte biológico específico, o trabalho e os instrumentos, a linguagem, as relações sociais e uma subjetividade caracterizada pela consciência e [pela] identidade, pelos sentimentos e emoções e pelo consciente. Com isso queremos dizer que o humano é determinado por todos estes elementos (BOCK, 1999, p. 177). Assim, a personalidade humana é um conjunto de características psicológicas relativamente estáveis que distingue uma pessoa da outra. Lembrete O treinamento constitui‑se no processo de ajudar o empregado a adquirir eficiência no seu trabalho presente ou futuro, por meio de apropriados hábitos de pensamento e ação, habilidades, conhecimentos e atitudes. Fundamental para a eficácia do processo de treinamento e desenvolvimento é o levantamento das necessidades de treinamento. Ele tem por objetivos diagnosticar o atual estágio das competências (como conhecimento, habilidades e atitudes) e assim projetar a elevação destas ao nível desejado e exigível pelas operações e estratégias das organizações. 3.2.2 Aprendizagem, atitudes,valores e percepção do trabalhador Vamos entender melhor o comportamento humano nas organizações, estudando alguns dos principais aspectos que influenciam o indivíduo, com base nas contribuições que a Psicologia trouxe para esta disciplina. Você verificou como pode se apresentar a personalidade humana e como podemos analisá‑la por diferentes abordagens. No entanto, existem aspectos que contribuem muito para a compreensão do ser humano: crenças, atitudes, valores, percepção e aprendizagem. 3.2.2.1Crenças, atitudes e valores Alguns dos fatores psicológicos primordiais no entendimento do que move o comportamento humano, sem dúvida, são as crenças e as atitudes. O que será que determina as nossas intenções? São as nossas atitudes. As atitudes representam aquilo de que gostamos e aquilo de que não gostamos. Normalmente fazemos coisas de que gostamos e evitamos as de que não gostamos. Se você gosta de feijoada, provavelmente tem a intenção de consumir essa iguaria em algum momento no futuro. Conservar uma atitude favorável em relação a um produto é quase sempre um pré‑requisito essencial para manter um consumo ou uma intenção de compra útil, pois se você, como consumidor, não gostar de um produto, provavelmente irá comprar um produto do concorrente. Ao mesmo tempo, as atitudes favoráveis em relação ao produto não se traduzem automaticamente em uma intenção de compra vantajosa. Você, como consumidor, pode gostar de uma marca, mas ter a intenção de comprar outra 47 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 08 /1 5 Qualidade no ambiente de trabalho marca de que gosta mais ainda. Por essa razão, as atitudes são, algumas vezes, medidas na forma de preferências. As preferências representam as atitudes sobre um objetivo em relação a outro. Por exemplo, que refrigerante sabor cola você prefere? Caso você prefira um produto a outro, concorrente, isso não quer dizer que tenha a intenção de comprar o produto preferido. Você pode preferir um automóvel e não ter a intenção de comprá‑lo. Talvez você não necessite de um carro novo ou não tenha dinheiro suficiente para comprar um; ou, quem sabe, tenha dinheiro para pagar, mas recuse a ideia de gastar tanto dinheiro em um carro. Qual marca de pasta de dentes é mais eficiente para prevenir as cáries e o tártaro? Altos preços indicam alta qualidade? Os vendedores de automóveis são confiáveis? Você acha que a economia vai melhorar, piorar ou ficar igual daqui a um ano? Você acredita que este livro tenha informações úteis? Outro aspecto importante a ser estudado são os valores, pois eles estabelecem a base para a compreensão das atitudes e da motivação e influenciam nossa percepção. Segundo Robbins (2006), os valores representam convicções básicas que contêm um elemento de julgamento baseado naquilo que a pessoa acredita ser correto, bom ou desejável. Os valores possuem dois tipos de atributos: de conteúdo – determina que um modo de conduta é importante; e de intensidade – determina quanto é importante. Quando entramos em uma organização, trazemos nossos valores, e isso influenciará a forma de vermos as situações e lidarmos com elas. A cultura tem uma forte influência sobre nossos valores, e é preciso entender que os valores variam de cultura para cultura. As nossas atitudes estão diretamente relacionadas aos nossos valores e, de acordo com Robbins (2004), as atitudes são afirmações avaliadoras favoráveis ou desfavoráveis e possuem três componentes: cognição, afeto e comportamento. Algumas de nossas atitudes são aprendidas por meio de nossas famílias, nossa cultura, mas, na maioria das vezes, elas são desenvolvidas por meio de experiências vividas e observações. Por exemplo, a convicção de que “discriminar é errado” é uma afirmação avaliadora. Essa opinião é o componente cognitivo de uma atitude, ou seja, a crença e o conhecimento sobre um estímulo e a avaliação que se faz. O componente afetivo se refere ao sentimento e às emoções, e o sentimento pode provocar resultados no comportamento, ou seja, a tendência a comportar‑se de uma determinada maneira. Nossas atitudes são adquiridas por meio de diversos processos, dentre eles: nossa experiência, nossos preconceitos, observação de situações ou pessoas. Lembrete As crenças e os valores antecedem as atitudes, que, por sua vez, influenciam o comportamento. Este também influencia as atitudes. As pessoas buscam uma sensação de equilíbrio entre suas crenças, suas atitudes e seu comportamento. 3.2.2.2Aprendizagem Um dos aspectos psicológicos a ser considerados também consiste no processo de aprendizagem humana. Trata‑se do processo de aquisição de tendências a comportar‑se de determinada forma ao responder a determinados estímulos ou situações. No contexto do comportamento de compra, a aprendizagem se produz quando o indivíduo consome ou usa o produto após sua compra. Se o produto 48 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 08 /1 5 Unidade II atender satisfatoriamente à sua necessidade, o comprador tenderá a buscar o mesmo produto quando sentir necessidade. Após várias compras do mesmo produto, o indivíduo torna‑se leal à marca, ou seja, desenvolve o hábito de comprar aquele produto para satisfazer sua necessidade. Também ocorre um fato interessante e condizente com a aprendizagem humana no que tange ao entretenimento. Quantas vezes você assistiu na TV à exibição de um anúncio já conhecido apenas porque o achava divertido? Provavelmente tenha assistido muitas vezes ao mesmo anúncio e achado graça novamente. Isso ocorre porque os estímulos que nos entretêm e divertem chamam a nossa atenção, mesmo quando vêm em formato de anúncios. Além disso, podemos perceber que muitas pessoas assistem à final do campeonato de futebol ou da novela preferida, curiosas para ver os comerciais transmitidos. Alguns estímulos atraem a nossa atenção porque fomos ensinados ou condicionados a reagir a eles. O toque de um telefone ou da campainha de uma porta, por exemplo, tipicamente evocam uma resposta imediata das pessoas. Esses sons costumam ser incluídos em anúncios veiculados por rádio e televisão para atrair a nossa atenção, assim como certas palavras ou frases, porque nós, como consumidores, aprendemos ou fomos condicionados a associá‑los a objetos desejados. A palavra grátis é um bom exemplo disso, pois os consumidores adoram coisas gratuitas e também adoram economizar. Procure perceber‑se como cliente, circulando por uma loja: você pode ser atraído por produtos sob cartazes com as indicações liquidação, promoção ou desconto de 50%. Robbins (2006, p. 27) define aprendizagem como “qualquer mudança relativamente permanente no comportamento resultante de uma experiência”. Nesse sentido, a aprendizagem nos ajuda na adaptação e no controle do nosso ambiente. Ela ocorre por meio da Lei do Efeito, o que significa que nosso comportamento ocorre em função de suas consequências. O comportamento que for seguido por uma consequência favorável tenderá a ser repetido, como no caso de você ser recompensado por seu gestor (com aumento salarial, promoção, um elogio ou mesmo um sorriso). O contrário poderá acontecer quando o resultado decorrente for desfavorável: ao receber críticas por suas ideias, você não voltará a expressá‑las. 4 MOTIVAÇÃO DO TRABALHADOR Em uma definição mais descritiva e menos substantiva, a motivação consistiria na disposição para fazer alguma coisa e seria condicionada pela capacidade de essa ação satisfazer uma necessidade do indivíduo. Necessidade, nesse contexto, significa uma deficiência física ou psicológica que faz determinado resultado parecer atraente (ROBBINS, 2004). De acordo com Griffin e Moorhead (2006, p. 98), “motivação é um conjunto de forças que leva as pessoas a seengajarem em uma atividade em vez de outra”. Por exemplo, como estudante, você provavelmente já deve ter se deparado com a situação de passar a noite sem dormir para realizar um trabalho melhor; outro exemplo é o de vendedores que trabalham aos sábados para fazer frente à concorrência; e assim por diante. Aquele que deseja entender melhor o comportamento humano nas organizações já percebeu que precisará desenvolver uma pesquisa motivacional. Nem sempre as explicações ou previsões óbvias podem dar conta de compreender todo o contexto apresentado. 49 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 08 /1 5 Qualidade no ambiente de trabalho Os motivos pelos quais os colaboradores se sentem satisfeitos e comprometidos com a organização são de grande importância para o desenvolvimento de uma estratégia de gestão de pessoas, porém não é fácil identificá‑los, é por isso é que se faz uma pesquisa motivacional. Sabemos que o colaborador nem sempre expressa os motivos psicológicos que o levaram a comprometer‑se com a organização, muitas vezes, substituindo os reais impulsos por outros aceitáveis socialmente. A Psicologia é uma área de conhecimento que há muito tempo busca compreender e explicar o comportamento humano, bem como suas motivações; ela proporciona um pano de fundo das teorias motivacionais. As questões referentes à motivação representam há muito tempo grande parte das preocupações de psicólogos, para quem o comportamento humano orienta‑se basicamente para a consecução do objetivo ou pelo desejo de alcançar o objetivo, mas nem sempre as pessoas têm consciência dos seus objetivos, e nem sempre nossa mente vê conscientemente a razão das nossas ações. Segundo Hersey e Blanchard (1986), a unidade básica do comportamento é a atividade, porque todo comportamento se compõe de uma série de atividades. Como seres humanos, estamos sempre fazendo algo: andando, conversando, comendo, dormindo, trabalhando. Em muitos casos realizamos mais de uma atividade simultaneamente – por exemplo, conversar e dirigir o automóvel. Lembrete Motivação é a arte de fazer as pessoas fazerem o que quer que elas façam porque elas o querem fazer. 4.1 Teorias motivacionais Para compreender o conceito de motivação é necessário lançar mão das chamadas teorias motivacionais. Assim, analisaremos cada uma delas. 4.1.1 Teoria das Necessidades, de Abraham Maslow Abraham Maslow (1908‑1970) desenvolveu a chamada Hierarquia das Necessidades Humanas. Em seu livro A Theory of Human Motivation (1943), Maslow apresenta o conceito de hierarquização das necessidades do ser humano. Apesar de não ter desenvolvido em sua obra a pirâmide, ela facilita o entendimento de como cada indivíduo busca suprir as necessidades mais básicas para depois ir adiante nas demais. Assim, essa pirâmide pode ser assim representada: 50 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 08 /1 5 Unidade II Realização Pessoal Moralidade, criatividade, solução de problemas, ausência de preconceito, aceitação dos fatos. Estima Autoestima, confiança, conquista, respeito dos outros, respeito aos outros. Amor/Relacionamento Amizade, família, intimidade sexual. Segurança Segurança do corpo, do emprego, de recursos da moralidade, da família, da saúde, da propriedade. Fisiológicas Alimento, roupa, repouso, moradia. Necessidades Autorrealização Necessidades Psicológicas Necessidades Básicas Figura 2 A teoria de Maslow é marcada por considerar o ser humano na sua totalidade, dando ênfase à integração dinâmica dos aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Maslow propõe em 1948 um tipo de classificação ou hierarquia dos motivos humanos, desenvolvendo um esquema para explicar a intensidade de certas necessidades. Segundo esse teórico, parece existir uma hierarquia em que se enquadram as necessidades humanas. Somente à medida que as necessidades inferiores da hierarquia são satisfeitas, pelos menos em parte, é que surgirão as necessidades superiores dessa hierarquia. A hierarquia de Maslow tornou‑se um conceito útil porque possibilita lembrar que as pessoas atribuem diferentes prioridades às próprias necessidades. Vamos entender cada um dos níveis propostos na hierarquia. 4.1.1.1Necessidades fisiológicas – básicas Localizadas na base da pirâmide, são as necessidades básicas da própria sobrevivência do homem, isto é, alimento, roupa, moradia, sexo. Enquanto essas necessidades não forem satisfeitas no nível para a operação essencial do corpo, a maioria das atividades de uma pessoa provavelmente permanecerá nesse nível e as outras provavelmente oferecerão pouca motivação. Na sociedade atual, essas necessidades estão associadas com o dinheiro. Assim, o que satisfaz as necessidades fisiológicas das pessoas é o que o dinheiro pode comprar, e não o dinheiro em si. Assim, a característica mais sutil e mais importante do dinheiro é o seu poder como símbolo. O dinheiro pode significar tudo o que as pessoas querem que ele signifique. No contexto organizacional, corresponde a salário, férias, descanso, parada para almoço, entre outros exemplos. 51 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 08 /1 5 Qualidade no ambiente de trabalho As necessidades fisiológicas são consideradas como aquelas que o indivíduo apresenta em nível mais básico, as que podemos considerar como utilizadas para manter‑se vivo, como: respirar, comer, beber, dormir, ter relações sexuais etc. No ambiente de trabalho podemos relacionar com a necessidade de horários flexíveis, conforto ergométrico, intervalos para descanso. 4.1.1.2 Necessidade de segurança Uma vez atendida a necessidade fisiológica, predomina a necessidade de segurança, que é a essencial necessidade de estar livre do medo de perigo físico e da privação das necessidades fisiológicas básicas. Em outras palavras, é a necessidade de autopreservação. Quando a segurança de uma pessoa corre riscos, os outros fatores parecem sem importância. O favoritismo e a discriminação nas empresas podem apresentar uma ameaça ao funcionário. No contexto empresarial, essa necessidade corresponde à segurança física do trabalhador, envolvendo ações de prevenção de acidentes, bem como a segurança de manter‑se trabalhando, empregado. As necessidades de segurança relacionam‑se com a questão da proteção em relação a perigos de qualquer espécie. No mundo corporativo, podemos relacionar a segurança no trabalho, manutenção do emprego, salário compatível. 4.1.1.3 Necessidades sociais Depois de satisfeitas as necessidades fisiológicas e as de segurança, começarão a emergir como dominantes as necessidades sociais ou de participação, na estrutura hierárquica das necessidades. Como as pessoas são seres sociais, sentem necessidade de pertencerem a vários grupos e de serem aceitas por estes. Quando a pessoa está sozinha, o mundo parece confuso, mas quando consegue encontrar um ambiente em que outros compartilham as mesmas ideias, de alguma forma, tudo volta a ter sentido. As necessidades sociais (de amor e relacionamento) afetam as relações de participação do indivíduo em uma sociedade, como sentir‑se parte de um grupo, ser membro de uma equipe, receber carinho. No ambiente profissional essa necessidade relaciona‑se com conquistar amigos, e não apenas colegas, bem como a ter superiores compreensivos e gentis. 4.1.1.4 Necessidade de estima Depois que conseguiu satisfazer a necessidade social, o indivíduo geralmente deseja ser mais que um simples membro do grupo. Passa a sentir necessidade de estima, tanto de autoestima quanto de reconhecimento por parte dos outros. A maioria das pessoas tem necessidadede uma elevada valorização de si, firmemente baseada na realidade, ou seja, do reconhecimento dos outros. A satisfação dessa necessidade de estima produz sentimentos de autoconfiança, de prestígio, de poder e de controle. A pessoa começa a sentir que é útil e tem influência no seu meio. 52 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 08 /1 5 Unidade II A estima descreve a forma pela qual o indivíduo se vê e se avalia. Está relacionada com a autoestima e a autoavaliação. No ambiente profissional, apresenta‑se na forma de reconhecimento por trabalhos desenvolvidos, promoções, aumentos de salário e de benefícios e feedback. Observação Contribuições atuais dos estudos de motivação estão voltadas para: evolução do comportamento na organização, cultura organizacional, planejamento de carreira, cargos, salários, treinamento, dinâmicas das relações, administração de conflitos, recrutamento, seleção etc. 4.1.1.5 Necessidade de autorrealização Adequadamente satisfeita a necessidade de estima, começa a predominar a necessidade de autorrealização. Trata‑se da necessidade que as pessoas sentem de maximizar seu próprio potencial, seja ele qual for. Segundo Maslow (apud HERSEY; BLANCHARD, 1986, p. 45), “o que um homem pode ser deve sê‑lo”. Portanto, a autorrealização é o desejo de tornar‑se aquilo de que se é capaz. As pessoas satisfazem essa necessidade de diferentes maneiras. Por exemplo: numa pessoa, ela pode expressar‑se pelo desejo de ser uma mãe ideal; em outra, pelo desejo de administrar uma organização; em uma terceira, por meio do atletismo. O que acontece normalmente é a falta de oportunidade para que os indivíduos possam mostrar o que sabem. De todas as necessidades discutidas, a menos conhecida pelos cientistas sociais e comportamentais é a de autorrealização. Isso talvez ocorra porque as pessoas satisfazem essa necessidade de diferentes maneiras. Por isso a autorrealização é difícil de determinar e identificar. Na teoria de Maslow a autorrealização (realização pessoal) está no topo da hierarquia. Neste caso está a realização de todo o potencial do indivíduo, fazer o que ele gosta de fazer. Ao analisar o ambiente de trabalho é possível relacioná‑la com os desafios apresentados, a capacidade de influenciar e a autonomia. Assim, ao realizar cada uma das necessidades, o indivíduo será motivado a buscar outra necessidade a realizar. Cabe salientar que essa ordem de manifestação das necessidades seria uma, a universal, a esperada, partindo do que é mais premente para o ser humano, como sua sobrevivência (necessidades fisiológicas e de segurança), passando pelas necessidades de naturezas social e psicológica. A organização hierárquica dessas necessidades segue o critério da não satisfação. Assim, a menos satisfeita é a que prepondera em determinado momento, na busca de um equilíbrio. Trata‑se de um equilíbrio dinâmico, já que as necessidades satisfeitas e as não satisfeitas revezam‑se constantemente, permitindo que aquela de nível mais baixo de satisfação influencie de maneira mais forte o indivíduo. 4.1.2 Teoria dos Dois Fatores, de Frederick Herzberg Após a teoria de Maslow, é importante analisar, também, a Teoria dos Dois Fatores, de Frederick Herzberg (1923‑2000). Em seu livro The Motivation to Work (1959), ele apresenta que a motivação se dá nos últimos dois graus da hierarquia de Maslow e utiliza dois fatores para explicar: os higiênicos e os motivacionais. 53 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 08 /1 5 Qualidade no ambiente de trabalho Para Herzberg, os fatores higiênicos estão relacionados às condições encontradas no ambiente de trabalho, tais como salários, benefícios e políticas da organização, enquanto os fatores motivacionais estão ligados ao cargo ocupado, ao reconhecimento e à responsabilidade advindos deste cargo, ao progresso profissional, dentre outros. 4.1.3 Teoria X e Teoria Y, de Douglas McGregor Para complementar as teorias motivacionais, temos a Teoria X e a Teoria Y, ambas de Douglas McGregor (1906‑1964). Em sua teoria, publicada em The Human Side of Enterprise (1960) ele observa o seguinte: • a Teoria X apresenta que trabalhadores não estão interessados em assumir responsabilidades, são motivados pelo salário e preferem ser dirigidos; • já a teoria Y mostra que os trabalhadores são responsáveis, criativos e producentes, desde que sejam motivados. Podemos definir assim os indivíduos nas teorias de McGregor: Quadro 4 – Teorias X e Y, de McGregor Teoria X – Autocrática Teoria Y – Democrática O indivíduo não gosta de trabalhar O indivíduo gosta de trabalhar O indivíduo evita responsabilidades O indivíduo é capaz de se controlar O indivíduo prefere ser dirigido O indivíduo procura responsabilidades O indivíduo precisa ser vigiado, orientado e punido O indivíduo é criativo O indivíduo motiva‑se pelo dinheiro A principal motivação é a autorrealização Fonte: McGregor (1960). Saiba mais Assista ao filme: 1492: A CONQUISTA do paraíso – Colombo. Dir. Ridley Scott. França: Gaumont, 1992. 154 minutos. O filme narra a história do navegador Cristóvão Colombo, suas viagens, as dificuldades em provar suas teorias e o clima das Grandes Navegações. Foi produzido em 1992, em comemoração aos 500 anos do descobrimento da América. Observe‑o com atenção, perceba que Colombo foi um líder questionável que mal soube cuidar dos seus recursos humanos e das necessidades deles. 54 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 08 /1 5 Unidade II Resumo Conforme pudemos observar, bem no início dos anos 1920, surgiram as primeiras pesquisas do comportamento humano no trabalho. Dirigentes da empresa Western Eletric Company mostraram‑se preocupados com a influência das condições físicas do local de trabalho na indústria. Esta empresa se mostrou constantemente preocupada com o bem‑estar dos empregados, mantendo sempre um alto nível de salários, procurando estabelecer boas condições de trabalho e lançando mão de todos os métodos, reconhecidamente válidos em orientação vocacional, para bem adaptar os funcionários às suas funções (HOMANS, 1971 apud RODRIGUES, 2008). Logo no início da década de 1950, na Inglaterra, Eric Trist (apud FERNANDES, 1996) e seus colaboradores desenvolveram uma série de estudos que deu origem a uma relação indivíduo‑trabalho‑organização. Esta nova técnica recebeu a denominação de Qualidade de Vida no Trabalho. Importante também é ressaltar um pouco sobre o colaborador e suas diferenças individuais e de personalidade que envolvem diretamente o comportamento humano nas organizações. Segundo Griffin (2006), as pessoas são diferentes umas das outras, tornando maior a complexidade do ser humano e das teorias que buscam explicar o seu comportamento. As diferenças individuais se apresentam nas características físicas, psicológicas e emocionais. Levar em conta as diferenças individuais e as contribuições dos funcionários, relacionando‑as aos incentivos e aos contextos, é um grande desafio para as organizações que procuram estabelecer contratos psicológicos eficazes e adequar, da melhor maneira possível, as pessoas aos cargos. Vimos também o comportamento humano nas organizações, entendendo alguns dos principais aspectos que influenciam o indivíduo, com base nas contribuições que a Psicologia trouxe para esta disciplina. Você verificou como pode se apresentar a personalidade humana e como podemos analisá‑la por diferentes abordagens. Importante é ressaltar aspectos que muito contribuem para a compreensão do ser humano: valores, atitudes, percepção e aprendizagem. Outro aspecto importante a ser estudado são osvalores, pois eles estabelecem a base para a compreensão das atitudes e da motivação e influenciam nossa percepção, afinal representam convicções básicas que contêm um elemento de julgamento baseado naquilo que a pessoa acredita 55 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 8/ 08 /1 5 Qualidade no ambiente de trabalho ser correto, bom ou desejável. Os valores possuem dois tipos de atributos: de conteúdo (determinam que um modo de conduta é importante); e de intensidade (determinam quanto é importante). Quando entramos em uma organização, trazemos nossos valores, e isso influenciará a forma de vermos as situações e lidarmos com elas. A cultura tem uma forte influência sobre nossos valores, e é preciso entender que estes variam de cultura para cultura. Também temos os fatores motivacionais e sabemos que muitas são as teorias motivacionais que procuram explicar como as pessoas se motivam e o porquê. Podemos citar: Maslow (Teoria da Hierarquia das Necessidades), Helzberg (Teoria de Higiene), McClelland (Teoria das Necessidades Adquiridas), dentre outras. A motivação inicia‑se com algum estímulo que tira as pessoas de seu equilíbrio, num sentido muito positivo, e estas, ao desejarem retornar ao equilíbrio, motivam‑se. Há, no entanto, barreiras para a motivação que podem conduzir à frustração e aos seus fatores nocivos. Entende‑se que o ciclo da motivação é uma sequência de eventos que se inicia com necessidades insatisfeitas e termina depois que o individuo analisa as consequências da tentativa de satisfazer aquelas necessidades. Com o aumento do número de organizações e, consequentemente, com o aumento da competitividade, não serão as máquinas que definirão a organização que mais se destacará, pois os concorrentes também as possuem. A vantagem competitiva residirá na organização que possuir os melhores profissionais, pois são as pessoas que possuem a capacidade de gerar e buscar informações, de antecipar‑se às necessidades, de decidir, de criar, de inovar, de aprender e de liderar.
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