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Apostila PJ MG

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Rua Mato Grosso, 164, Ed. Marfina, 1º Andar – Pituba, CEP: 41830-151 – Salvador – Bahia 
Tel: (71) 3045.9051 
• Contato: https://www.editorajuspodivm.com.br/sac
Copyright: Edições JusPODIVM
Conselho Editorial: Eduardo Viana Portela Neves, Dirley da Cunha Jr., Leonardo de Medeiros Garcia, Fredie Didier Jr., 
José Henrique Mouta, José Marcelo Vigliar, Marcos Ehrhardt Júnior, Nestor Távora, Robério Nunes Filho, Roberval Rocha 
Ferreira Filho, Rodolfo Pamplona Filho, Rodrigo Reis Mazzei e Rogério Sanches Cunha.
Todos os direitos desta edição reservados à Edições JusPODIVM.
Copyright: Edições JusPODIVM
É terminantemente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio ou processo, sem a 
expressa autorização do autor e da Edições JusPODIVM. A violação dos direitos autorais caracteriza crime descrito 
na legislação em vigor, sem prejuízo das sanções civis cabíveis.
3
PROMOTOR DE JUSTIÇA Apresentação 
Apresentação
Este trabalho tem por objetivo auxiliar o candidato na sua preparação 
para o próximo concurso para Promotor de Justiça do Estado de Minas Gerais 
(LVI Concurso), a partir da apresentação das questões do último concurso, 
comentadas alternativa por alternativa, com referência à doutrina, jurispru-
dência e legislação correlatas. 
Conhecer bem o formato da prova e o nível de cobrança exigido pela 
banca examinadora é de fundamental importância para o candidato se fami-
liarizar com o desafio que vai enfrentar e se organizar melhor. 
Bons estudos!
Mariana Muniz
4
PROMOTOR DE JUSTIÇA Sobre a Autora 
Sobre a Autora
Promotora de Justiça do Estado de Minas Gerais (Concurso LV). Apro-
vada para Promotora de Justiça do Ministério Público do Paraná (Concurso 
de 2017). Aprovada para o cargo de Advogada na AGERIO. Graduada pela 
Universidade Federal de Minas Gerais.
5
PROMOTOR DE JUSTIÇA Sumário 
Sumário
DIREITO CONSTITUCIONAL .............................................................................................. 6
DIREITO ADMINISTRATIVO ............................................................................................... 18
LEGISLAÇÃO DO MP .............................................................................................................. 31
DIREITO ELEITORAL ............................................................................................................... 33
DIREITO TRIBUTÁRIO ........................................................................................................... 35
DIREITO PENAL ......................................................................................................................... 37
PROCESSO PENAL ................................................................................................................... 49
DIREITO CIVIL ............................................................................................................................ 61
PROCESSO CIVIL ...................................................................................................................... 71
ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA .............................................................. 87
SAÚDE ............................................................................................................................................ 89
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ....................................................... 90
DIREITO AMBIENTAL ............................................................................................................. 91
DIREITO URBANÍSTICO ........................................................................................................ 94
DIREITO DO CONSUMIDOR ............................................................................................... 96
6
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Constitucional 
Direito Constitucional
01 (Fundep – Promotor de Justiça – MPE – MG/2017)
A respeito do constitucionalismo estrito, é INCORRETO dizer: ANULADA
A) O constitucionalismo social é caracterizado pelo protagonismo da represen-
tatividade partidária e dos grupos organizados, ambos dotados de programas 
apresentados e negociados junto ao parlamento, recebendo influências no pla-
no internacional de documentos normativos importantes, como a Declaração 
Universal dos Direitos do Homem (1948) e o Pacto Internacional dos Direitos 
Sociais, Econômicos e Sociais (1966).
B) A Constituição Americana de 1787, com inspiração em Locke, não significou 
pacto entre governantes e povo, senão acordo celebrado pelo próprio povo a fim 
de criar e constituir governo vinculado à Lei fundamental, com clara distinção 
entre poder constituinte e poderes constituídos, supremacia da Constituição so-
bre o restante da ordem jurídica, equilíbrio entre funções estatais, forma fede-
rativa de Estado, forma republicana de governo, regime político democrático e 
Poder Judiciário forte.
C) Embora haja evoluído do Estado estamental para o Estado constitucional re-
presentativo, a Inglaterra consolidou-se pela Constituição não escrita, onde vi-
cejam as características da supremacia do parlamento, monarquia parlamentar, 
responsabilidade parlamentar do governo, independência do Poder Judiciário, 
carência de sistema positivo de direito administrativo, possibilidade de modifi-
cações constitucionais tácitas pelas convenções constitucionais e costume.
D) A Constituição Francesa de 1791 foi exaltada e utilizada como instrumento 
político, estruturante da forma de governo, síntese dos valores éticos e objetivos 
do povo em oposição à classe parasitária e detentora de privilégios, como era a 
nobreza. Há, nesta perspectiva, destaque ao paradoxo entre eficácia e legicen-
trismo.
COMENTÁRIOS
Alternativa correta: Questão anulada. Acredita-se que a questão foi 
anulada, pois continha mais de uma alternativa incorreta. Além da al-
ternativa ‘C’ constante do gabarito inicial, a alternativa ‘A’ também esta-
ria incorreta, estando corretas, portando, as alternativas ‘B’ e ‘D’. 
7
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Constitucional 
Alternativa A: incorreta. Há erro de nomenclaturas na alternativa. Fa-
la-se Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948), enquanto o 
correto é Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) - Ado-
tada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (resolução 
217 A III) em 10 de dezembro 1948. Fala-se, ainda em Pacto Interna-
cional dos Direitos Sociais, Econômicos e Sociais (1966), e o correto é 
Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais 
- adotado pela Assembleia Geral da ONU em 16 de dezembro de 1966. 
Alternativa C: incorreta. “Rafael Jiménez Asensio assinala como prin-
cipais características do constitucionalismo na Idade Média: I) a supre-
macia do Parlamento; II) a monarquia parlamentar; III) a responsabili-
dade parlamentar do governo; IV) a independência do Poder Judiciário; 
V) a carência de um sistema formal de direito administrativo; e VI) a 
importância das convenções constitucionais.” (Novelino, Marcelo. Ma-
nual de direito constitucional – 8ª. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: 
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013, p. 55)
02 (Fundep – Promotor de Justiça – MPE – MG/2017)
A hermenêutica da concretude, voltada à metódica constitucional, abrange mo-
dalidades de efetividade da norma e realizabilidade do direito. Projetando-se 
além do modelo clássico de interpretação savigniano, pressupõe argumentos 
de teoria do Estado, teoria do direito, teoria constitucional (domínio dogmático, 
elementos de técnica de solução de conflitos), bem como o caráter estruturante 
da norma jurídica.
Quanto à última modalidade (norma jurídica), indique abaixo a alternativa IN-
CORRETA:
A) O teor literal da norma refere-se à ordem jurídica manifestada.
B) O programa normativo regulamenta o caso jurídico concreto, assegurando anecessária implementação fática.
C) O âmbito normativo caracteriza-se pelos elementos e dados não linguísticos.
D) Além de permitir a diferenciação entre neoconstitucionalismo e pós-positi-
vismo, a teoria estruturante expõe a insuficiência do método subsuntivo, visto 
que a problematização surge antes da norma.
COMENTÁRIOS
Alternativa incorreta: letra “B”. “Assim sendo, não é o teor literal do 
texto de uma norma que é capaz de regulamentar o caso concreto, mas, 
antes, o órgão governamental – seja legislativo, seja administrativo, seja 
judiciário -, que ao publicar a decisão, implementa a mesma decisão no 
caso, concretizando a norma.” (Fernandes, Bernardo Gonçalves. Curso 
de direito constitucional. 9ª ed. rev. ampl. e atual. Salvador: JusPODI-
VM, 2017, p. 192).
8
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Constitucional 
Alternativa “A”: correta. “Nesses termos: o que caracteriza o texto da 
norma é a sua validade, a obrigação dos destinatários de se conforma-
rem às suas disposições e do juiz, ou outros juristas, de tomar decisões 
utilizando os textos das normas pertinentes à espécie, trabalhando com 
elas apropriadamente do ponto de vista metodológico. (...) Assim sendo 
o texto da norma é o ponto de partida do processo de concretização, 
não sendo, entretanto ele próprio dotado de normatividade, apenas de 
validade, o que torna sua observância obrigatória pelos operadores do 
direito quando da inauguração do processo de concretização. SILVA, 
Anabele Macedo. Concretizando a Constituição. p. 140” (Fernandes, 
Bernardo Gonçalves. Curso de direito constitucional. 9ª ed. rev. ampl. e 
atual. Salvador: JusPODIVM, 2017, p. 191, nota 134). 
Alternativa “C”: correta. “Por isso mesmo, Müller dirá que a normativi-
dade não é produzida pelo texto (o texto seria apenas a forma da lei atu-
ando como diretriz e limite para uma determinada concretização), mas 
resulta de dados (um conjunto) extralinguísticos de tipo estatal-social. 
(Fernandes, Bernardo Gonçalves. Curso de direito constitucional. 9ª ed. 
rev. ampl. e atual. Salvador: JusPODIVM, 2017, p. 192).
Alternativa “D”: correta. “É interessante que Müller na sua Teoria es-
truturante, lança as bases de uma perspectiva pós-positivista que busca 
superar os dualismos clássicos do “ser” e “dever ser”, “real” e “ideal”, “su-
jeito” e “objeto” e “direito” e “realidade”. Porém apesar de reconhecer a 
contribuição da hermenêutica filosófica (do giro hermenêutico), no fim 
agarra-se a uma metodologização. Embora reconheça a falibilidade e a 
limitação dos métodos, Müller propõe uma teoria metódica (que deve 
reconhecer a si própria como limitada) da práxis, que utiliza métodos 
e cânones como recursos auxiliares para o processo de concretização 
da norma jurídica.” (Fernandes, Bernardo Gonçalves. Curso de direito 
constitucional. 9ª ed. rev. ampl. e atual. Salvador: JusPODIVM, 2017, p. 
192).
03 (Fundep – Promotor de Justiça – MPE – MG/2017)
Quanto à teoria do conhecimento constitucional, e mais especificamente da on-
tologia das regras constitucionais, observe:
I. As regras de direito constitucional integram a constituição escrita, rígida e 
dotada de supremacia. São regras-gênero, das quais derivam as regras ônticas, 
as regras técnicas e as regras deônticas.
II. As regras constitucionais ônticas são aquelas que criam e estruturam o ser 
constitucional e, portanto, qualificadas como diretas e posteriores à ação.
III. As regras técnicas definem procedimentos ou meios necessários para alcan-
çar os fins propostos. A regra de competência se inclui entre as regras técnicas.
9
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Constitucional 
IV. Regras deônticas exprimem modais de obrigação, permissão ou proibição. 
São necessariamente normas jurídico-constitucionais, pois definem direitos e 
obrigações das pessoas e entidades e disciplinam o comportamento ético dos 
sujeitos.
A partir das proposições acima, assinale a opção com as alternativas INCORRE-
TAS:
A) I e II.
B) III e IV.
C) I e IV.
D) II e III.
COMENTÁRIOS
Alternativa correta: letra “D”. Estão incorretas as assertivas II e III. 
Assertiva I: correto. Classificação que pode ser encontrada nas obras: 
As Regras do Direito e as Regras dos Jogos – Ensaio sobre a Teoria Ana-
lítica do Direito de Gregorio Robles e Teoria do Conhecimento Consti-
tucional de José Afonso da Silva.
Assertiva II: incorreto. As regras ônticas indicam os elementos prévios 
necessários à ação. Não estabelecem exigência de conduta. 
Assertiva III: incorreto. Está correta a definição de regras técnicas. O 
erro está na parte final da assertiva, já que as regras de competência 
incluem-se entre as regras ônticas, pois são prévias e necessárias à ação. 
Assertiva IV: correto. Está correta a definição de regras deônticas. 
04 (Fundep – Promotor de Justiça – MPE – MG/2017)
Quanto aos direitos fundamentais, assinale a alternativa INCORRETA:
A) A Constituição Federal não dispõe sobre o início da vida humana e, por isso, 
a capacidade para ser titular de direitos fundamentais é informada pela lei civil.
B) É admissível a renúncia ao exercício dos direitos fundamentais como corolá-
rio do livre desenvolvimento da personalidade.
C) A necessidade é um dos elementos que compõem o princípio da proporcio-
nalidade, tendo por critérios o interesse público e a promoção do bem comum.
D) O princípio da proporcionalidade, amplamente utilizado na jurisdição cons-
titucional, liga-se ao preceito da finalidade legítima, bem como é critério defini-
dor daquilo que compõe o núcleo essencial de um direito fundamental.
COMENTÁRIOS
Alternativa incorreta: letra “C”: O princípio da proporcionalidade 
possui três elementos ou sub-regras que devem ser analisadas na se-
guinte ordem: (i) adequação (se a medida adotada é apta ao fim visado); 
(ii) necessidade (a medida tomada deve ser a menos gravosa possível); 
10
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Constitucional 
(iii) proporcionalidade em sentido estrito (em que é observado se o 
bônus causado pela medida é maior que o ônus, relação custo benefí-
cio). Verifica-se, pois, que o erro da alternativa não está na afirmação 
de que a necessidade é um dos elementos que compõem o princípio 
da proporcionalidade. O erro está na afirmação de que o princípio da 
proporcionalidade tem por critérios o interesse público e a promoção 
do bem comum. Isso porque, referido princípio estabelece um método 
para chegar à solução que melhor atenda a tarefa de otimizar as normas 
em conflito, considerando-se que cada qual apresenta pesos variáveis de 
importância, conforme o caso concreto em exame. Logo, não se pauta 
no interesse público ou no bem comum, mas sim na solução do caso 
concreto, sendo que, muitas vezes, protege direito fundamental de um 
indivíduo.
Alternativa “A”: correto. A Constituição estabelece o direito à vida 
como um direito fundamental. Todavia, em que pese a Constituição 
brasileira ser analítica (ou prolixa), não há disposição constitucional 
que disponha sobre o início da vida humana. É o Código Civil que re-
gulamenta a matéria relativa à personalidade e capacidade da pessoa 
natural nos artigos 1 º a 21. 
Alternativa “B”: correto. Observe que a alternativa não tratou da re-
núncia de direitos fundamentais. Os direitos fundamentais têm por 
característica a irrenunciabilidade, na medida em que seu titular não 
pode deles dispor dada a fundamentalidade material dos mesmos na 
dignidade da pessoa humana. A alternativa tratou da possibilidade de 
renúncia ao exercício dos direitos fundamentais, que é admitida pela 
doutrina através da autolimitação voluntária no caso concreto, desde 
que a renúncia esteja sempre sujeita à reserva de revogação. 
Alternativa “D”: correto. Direitos, liberdades, poderes e garantias são 
passíveis de limitação ou restrição. O princípio da proteção do núcleo 
essencial visa evitar o esvaziamento do conteúdo do direito fundamen-
tal decorrentede restrições descabidas, desmesuradas ou desproporcio-
nais. Nesse sentido, reconhece-se no princípio da proporcionalidade 
uma proteção contra as limitações arbitrárias ou desarrazoadas, mas 
também contra a lesão ao núcleo essencial dos direitos fundamentais, 
haja vista que tal princípio enuncia um método que tem por objetivo as-
segurar decisões dotadas de racionalidade, evitando-se o decisionismo, 
a incerteza e a insegurança. 
05 (Fundep – Promotor de Justiça – MPE – MG/2017)
Sobre a pesquisa, ciência, tecnologia e inovação, previstas na Constituição Fede-
ral, é INCORRETO dizer:
11
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Constitucional 
A) O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, 
a capacitação científica e tecnológica e a inovação.
B) A pesquisa científica básica e tecnológica receberá tratamento prioritário 
do Estado, tendo em vista o bem público e o progresso da ciência, tecnologia e 
inovação.
C) A pesquisa de inovação voltar-se-á preponderantemente para a solução dos 
problemas brasileiros e para o desenvolvimento do sistema produtivo nacional 
e regional.
D) É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita 
orçamentária a entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica 
e tecnológica.
COMENTÁRIOS
Alternativa incorreta: letra “C”: A assertiva reproduz o §2º do art. 218 
da CF, que preceitua: “A pesquisa TECNOLÓGICA (...)” e não pesquisa 
de inovação. A questão exigiu, portanto, apenas o conhecimento da li-
teralidade do que dispõe o art. 218 da CF. É sempre importante a leitura 
atenta do texto da Constituição, principalmente de artigos que tenham 
sofrido modificação, como é o caso do art. 218, modificado pela EC 
85/2015. 
Alternativa “A”: correto. É o teor do art. 218, caput, CF.
Alternativa “B”: correto. É o teor do art. 218, §1º, CF.
Alternativa “D”: correto. É o teor do art. 218, §5º, CF.
06 (Fundep – Promotor de Justiça – MPE – MG/2017)
Em relação à intervenção federal, é CORRETO o que se afirma em:
A) A decretação e execução da intervenção federal é competência privativa do 
Presidente da República, que, em alguns casos, atua ex officio e, em ambas as hi-
póteses, deverá ouvir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, 
obrigando-se a acolher o parecer que for exarado por esses órgãos.
B) O Supremo Tribunal Federal será competente para apreciar o pedido de in-
tervenção, se a decisão desrespeitada foi proferida em causa que tiver conteúdo 
constitucional. Se a decisão se fundou em normas infraconstitucionais, a compe-
tência será do Superior Tribunal de Justiça.
C) A intervenção é medida excepcional, e, em razão disso, as autoridades que 
tiverem comportamento destoante das disposições constitucionais serão afas-
tadas definitivamente de seus cargos.
D) A intervenção federal somente pode recair sobre Estado-membro, Distrito 
Federal ou Municípios integrantes de território federal ou dos Estados-mem-
bros. Em relação aos Municípios integrantes de Estado-membro, a intervenção 
12
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Constitucional 
é cabível quando a medida for requerida em razão de desrespeito, por parte do 
Município, de decisões de tribunais federais.
COMENTÁRIOS
Alternativa correta: letra “B”: Conforme art. 36, II, da CF: “Art. 36. A 
decretação da intervenção dependerá: II - no caso de desobediência a 
ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Fede-
ral, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral”. 
Caberá ao STJ, portanto, o exame da intervenção federal nos casos em 
que a matéria é infraconstitucional (legislação federal); se a questão for 
constitucional, o pedido de intervenção será julgado pelo STF. A pro-
pósito: “2. Cabe ao Superior Tribunal de Justiça, a teor do disposto nos 
arts. 34, VI e 36, II, da Constituição, o exame da Intervenção Federal 
nos casos em que a matéria é infraconstitucional e o possível recurso 
deva ser encaminhado a esta Corte.” (IF 111/PR, Rel. Ministro GILSON 
DIPP, CORTE ESPECIAL, julgado em 01/07/2014, REPDJe 06/08/2014, 
DJe 05/08/2014)
Alternativa “A”: incorreto. Em caso de intervenção federal, há previsão 
constitucional de oitiva do Conselho da República (art. 90, I, CF) e do 
Conselho de Defesa Nacional (art. 91, §1º, II, CF), órgãos superiores 
de consulta do Presidente da República, sem haver qualquer vinculação 
do Chefe do Poder Executivo aos aludidos pareceres. É uma consulta 
meramente opinativa. 
Alternativa “C”: incorreto. Art. 36, §4º, CF: “Cessados os motivos da 
intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, sal-
vo impedimento legal”. 
Alternativa “D”: incorreto. A intervenção federal somente pode recair 
sobre Estado-membro, Distrito Federal ou Municípios integrantes de 
Território Federal. Não há previsão constitucional de intervenção da 
União em Municípios localizados nos Estados-membros. 
07 (Fundep – Promotor de Justiça – MPE – MG/2017)
Analise as seguintes assertivas relativas ao preâmbulo da Constituição da Repú-
blica Federativa do Brasil de 1988 (CR/88):
I. O preâmbulo da CR/88 não pode, por si só, servir de parâmetro de controle 
da constitucionalidade de uma norma.
II. A invocação de Deus no preâmbulo da CR/88 torna o Brasil um Estado con-
fessional.
III. O preâmbulo traz em seu bojo os valores, os fundamentos filosóficos, ide-
ológicos, sociais e econômicos e, dessa forma, norteia a interpretação do texto 
constitucional.
13
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Constitucional 
IV. A invocação de Deus no preâmbulo da CR/88 é norma de reprodução obriga-
tória nas Constituições Estaduais.
Está CORRETO somente o que se afirma em:
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) III e IV.
COMENTÁRIOS
Alternativa correta: letra “B”. Estão corretas as assertivas I e III. 
Assertiva I: correto. Prevalece o entendimento de que o preâmbulo não 
contém relevância jurídica, situando-se no domínio da política, eis que 
reflete posição ideológica do constituinte. Adota-se, pois, a tese da ir-
relevância jurídica do preâmbulo, razão pela qual não pode o mesmo 
servir como parâmetro para o controle de constitucionalidade. Nes-
se sentido foi o entendimento do STF, quando do julgamento da ADI 
2.076-AC, de relatoria do Ministro Carlos Velloso. Vale lembrar as três 
posições existentes em doutrina acerca da natureza jurídica do preâm-
bulo, sistematizadas por Jorge Miranda, mencionadas no citado julgado 
do STF: (i) tese da irrelevância jurídica; (ii) tese da plena eficácia – co-
loca o preâmbulo em pé de igualdade com quaisquer disposições cons-
titucionais; (iii) tese da relevância jurídica indireta – posição intermedi-
ária: o preâmbulo participa das características jurídicas da Constituição, 
mas não se confunde com o articulado. Importante, ainda, a advertên-
cia feita pelo Ministro Gilmar Mendes em sede doutrinária: “Não há 
inconstitucionalidade por violação ao preâmbulo por si mesmo - o que 
há é inconstitucionalidade por desconcerto com princípio mencionado 
pelo Preâmbulo e positivado no corpo da Constituição”. (In MENDES, 
Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional/ Gilmar Ferreira Men-
des e Paulo Gustavo Gonet Branco. - 10. ed. rev. e atual. – São Paulo: 
Saraiva, 2015. p. 78). 
Assertiva II: incorreto. O STF, na ADI 2.076-AC, entendeu que a in-
vocação de Deus no preâmbulo não enfraquece a laicidade do Estado 
brasileiro, e não o torna um Estado confessional, pois “reflete, simples-
mente, um sentimento deísta e religioso, que não se encontra inscrito na 
Constituição, mesmo porque o Estado brasileiro é laico, consagrando a 
Constituição a liberdade de consciência e de crença (C.F., art. 5º), certo 
que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou 
de convicção filosófica ou política (C.F., art. 5º, VIII). A Constituição 
é de todos, não distinguindo em deístas, agnósticosou ateístas.” (ADI 
2076, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Tribunal Pleno, julgado 
em 15/08/2002, DJ 08-08-2003 PP-00086 EMENT VOL-02118-01 PP-
00218). Atenção (dica): Não confundir laicidade e laicismo! Laicidade 
14
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Constitucional 
significa neutralidade religiosa. Laicismo significa uma atitude de into-
lerância e hostilidade estatal em relação às religiões. 
Assertiva III: correto. “Não se pode recusar ao Preâmbulo um relevante 
papel, todavia, no âmbito da interpretação e aplicação do direito cons-
titucional. Ao desvendar as linhas estruturantes da Constituição, os ob-
jetivos que movem a sua concepção, o Preâmbulo se torna de préstimo 
singular para a descoberta do conteúdo dos direitos inscritos na Carta 
e para que se descortinem as finalidades dos institutos e instituições a 
que ela se refere; orienta, enfim, os afazeres hermenêuticos do consti-
tucionalista. Não é incomum que os valores e objetivos expressos no 
Preâmbulo da Carta sejam invocados como reforço argumentativo em 
decisões de adjudicação de direitos”. (In MENDES, Gilmar Ferreira. 
Curso de direito constitucional/ Gilmar Ferreira Mendes e Paulo Gusta-
vo Gonet Branco. - 10. ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2015. p. 78). 
Assertiva IV: incorreto. Na ADI 2.076, voto do Rel. Min. Carlos Velloso, 
julgamento em 15-8-2002, Plenário, DJ de 8-8-2003, o STF firmou o 
entendimento de que o preâmbulo da Constituição Federal não possui 
eficácia normativa e que a invocação da proteção de Deus não se trata de 
norma de reprodução obrigatória em Constituições Estaduais. O pre-
âmbulo, destarte, situa-se no campo da política e não do Direito.
08 (Fundep – Promotor de Justiça – MPE – MG/2017)
Sobre a teorização constitucional: ANULADA
I. O fenômeno da constitucionalização simbólica com a padronização de um 
simbolismo jurídico invariavelmente fomenta o surgimento do Estado Vampiro.
II. A teoria da graxa sobre rodas valoriza a corrupção como um aspecto positi-
vo, com a possibilidade de implemento do crescimento econômico.
III. A teoria discursiva do direito procura equacionar o discurso de fundamenta-
ção e o de aplicação do direito, de modo a colocar no primeiro o ponto final de 
equilíbrio do sistema dentro da solução dos conflitos.
IV. A concepção de justiça formatada a partir do véu da ignorância rompe o vín-
culo de equidade entre os atores de um discurso jurídico.
Somente é CORRETO o que se afirma em:
A) I e II.
B) I.
C) II.
D) III e IV.
COMENTÁRIOS
Alternativa correta: Questão anulada. A presente questão foi anulada 
em cumprimento a decisão liminar concedida pelo Conselheiro Valter 
15
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Constitucional 
Shuenquener de Araújo, nos autos do Procedimento de controle ad-
ministrativo nº 1.00410/2017-51, que entendeu que houve violação às 
regras gerais regulamentares para o concurso de ingresso na carreira 
do Ministério Público Brasileiro elaboradas pelo Conselho Nacional 
do Ministério Público, eis que ao versar sobre a “Teoria da Graxa” e o 
“Estado Vampiro”, a Comissão do Concurso teria ingressado em campo 
que não guarda nenhuma base sólida e profundidade teórica relevante 
para ser cobrada em concurso para ingresso em carreira do Ministério 
Público.
Assertiva I: “O “Estado Vampiro”, por sua vez, está relacionada à trans-
formação do Estado Democrático de Direito em um “Estado Clepto-
crático de Direito”, assim designado como fruto de um habitual con-
senso comportamental dos agentes públicos na prática de desvios de 
verbas públicas”. (CNMP, Procedimento de controle administrativo nº 
1.00410/2017-51, Rel. Conselheiro Valter Shuenquener de Araújo). 
Assertiva II: “Há menções à “Teoria da Graxa” no campo da Economia, 
quando esta ciência disserta sobre o impacto do problema da corrup-
ção na eficiência econômica das sociedades.” (CNMP, Procedimento 
de controle administrativo nº 1.00410/2017-51, Rel. Conselheiro Valter 
Shuenquener de Araújo)
Assertiva III: “Habermas desenvolve a noção de sistemas de direitos 
como condição estruturante de validade das normas constitucionais. 
(...) O sistema de direitos, então, é responsável por garantir aos indi-
víduos determinadas liberdades subjetivas de ação a partir das quais 
podem agir em conformidade com seus próprios interesses – é o que 
se chama de autonomia privada –“liberando” esses indivíduos da pres-
são inerente à ação comunicativa. Em contrapartida, o princípio dis-
cursivo democrático compreende autonomia pública a partir da ótica 
da garantia de legitimidade do procedimento legislativo por meio de 
iguais direitos de comunicação e de participação. Trata-se do fato de 
que os sujeitos de direito têm de se reconhecer como autores das nor-
mas às quais se submetem. Explicando melhor essa noção, tem-se que 
a reconstrução da noção de autonomia leva Habermas a afirmar que os 
indivíduos, como sujeitos de direito, devem, ao mesmo tempo, sempre 
ser autores e destinatários do Direito por eles produzidos. (Fernandes, 
Bernardo Gonçalves. Curso de direito constitucional. 9ª ed. rev. ampl. e 
atual. Salvador: JusPODIVM, 2017, p. 84).
Assertiva IV: Em seu livro Uma Teoria da Justiça (1971), John Rawls, 
a partir do véu de ignorância, propõe que se qualquer pessoa razoável 
se colocasse hipoteticamente em uma situação em que não tivesse co-
nhecimento de qual lugar ocuparia na sociedade (classe, status social, 
oportunidades, potenciais), e que ignorasse a situação econômica, polí-
tica, cultural, esta pessoa julgaria como justas ações que permitissem a 
16
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Constitucional 
todos igual chance de vantagens, pois, de antemão, não poderia garantir 
benefícios próprios ou se evadir de situações desfavoráveis a si. 
09 (Fundep – Promotor de Justiça – MPE – MG/2017)
Em relação ao Habeas Data, é CORRETO o que se afirma em:
A) O Habeas Data pode ser utilizado para a obtenção de cópia de processo ad-
ministrativo.
B) Pessoa física estrangeira não tem legitimidade para impetrar Habeas Data.
C) O Habeas Data não pode ser impetrado com a finalidade de obter dados refe-
rentes ao pagamento de tributos do próprio contribuinte constantes de sistemas 
informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos tributários da administração 
fazendária dos entes estatais.
D) O Habeas Data, assim como o Mandado de Segurança, não prevê fase proba-
tória e, portanto, não pode ser impetrado quando controversa a matéria.
COMENTÁRIOS
Alternativa correta: letra “D”. O procedimento do habeas data, como 
se encontra disciplinado na Lei n. 9.507/97, não comporta dilação pro-
batória. Dessa forma, a documentação acostada à inicial deverá, por si 
só e de plano, ser hábil a comprovar o direito do impetrante, aplicando-
-se o também ao habeas data o princípio da prova pré-constituída do 
mandado de segurança. 
Alternativa “A”: incorreto. AGRAVO REGIMENTAL. HABEAS DATA. 
ART. 5º, LXXII, DA CF. ART. 7º, III, DA LEI 9.507/97. PEDIDO DE 
VISTA DE PROCESSO ADMINISTRATIVO. INIDONEIDADE DO 
MEIO. RECURSO IMPROVIDO. 1. O habeas data, previsto no art. 5º, 
LXXII, da Constituição Federal, tem como finalidade assegurar o co-
nhecimento de informações constantes de registros ou banco de dados 
e ensejar sua retificação, ou de possibilitar a anotação de explicações nos 
assentamentos do interessado (art. 7º, III, da Lei 9.507/97). 2. A ação de 
habeas data visa à proteção da privacidade do indivíduo contra abuso 
no registro e/ou revelação de dados pessoais falsos ou equivocados. 3. O 
habeas data não se revela meio idôneo para se obter vista de processo 
administrativo. 4. Recurso improvido. (STF. HD 90 AgR, Relator(a): 
Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 18/02/2010, DJe-050 
DIVULG 18-03-2010 PUBLIC 19-03-2010 EMENT VOL-02394-01 PP-
00001 RDDP n. 86, 2010, p. 139-141 RB v. 22, n. 558, 2010, p. 38-39)
Alternativa “B”: incorreto. Os direitos fundamentais previstos na Cons-tituição brasileira de 1988 são igualmente garantidos aos brasileiros e 
aos estrangeiros (art. 5º, caput, CF), residentes ou de passagem no terri-
tório nacional (quanto aos últimos, interpretação sistemática realizada 
pelo STF). Dentre esses direitos, encontra-se o direito de ação perante o 
17
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Constitucional 
Poder Judiciário, a fim de reparar ou prevenir violação a direito. Deve-se 
observar, apenas, se o direito garantido não possui alguma especificida-
de, como a ação popular, que só pode ser proposta pelo cidadão. 
Alternativa “C”: incorreto. “O “habeas data” é a garantia constitucional 
adequada para a obtenção, pelo próprio contribuinte, dos dados concer-
nentes ao pagamento de tributos constantes de sistemas informatizados 
de apoio à arrecadação dos órgãos da administração fazendária dos en-
tes estatais”. (RE 673707, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, 
julgado em 17/06/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO 
GERAL - MÉRITO DJe-195 DIVULG 29-09-2015 PUBLIC 30-09-2015)
18
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Administrativo 
Direito Administrativo
01 (Fundep – Promotor de Justiça – MPE – MG/2017)
No que se refere à recomposição da legalidade nos atos administrativos, assina-
le a alternativa CORRETA:
A) A estabilização é forma de convalidação dos atos administrativos, promo-
vendo o saneamento da invalidade do ato viciado, tendo por base fato adminis-
trativo.
B) Pela convalidação declara-se a invalidade do ato convalidado, desconsti-
tui-se sua existência, projetando-se ato com equivalente conteúdo, mesmo que 
não seja possível no presente a reprodução legítima do ato invalidado, sob efei-
to ex nunc.
C) Autorizam a convalidação os vícios de competência, de forma e de procedi-
mento, quando não vulnerarem a finalidade do ato ou quando se tratar de falta 
de ato de particular sanada posteriormente com expressa projeção retroativa.
D) Ao Judiciário não cabe proceder à convalidação do ato administrativo, e nem 
mesmo cabe ao particular impugná-la, por ser competência própria da Adminis-
tração Pública e ancorada no seu dever de obediência à ordem jurídica.
COMENTÁRIOS
Alternativa correta: letra “C”. Os vícios relacionados a competência 
admitem convalidação (desde que não se trate de matéria exclusiva), 
assim como os vícios de forma e de procedimento (desde que não seja 
essencial à validade do ato). Observe que o examinador ao se referir a 
forma e procedimento, optou pela concepção ampla do elemento for-
ma (ato dentro de um procedimento), que contempla não apenas a ex-
teriorização do ato, mas também todas as formalidades que devem ser 
observadas durante o processo de formação da vontade da Administra-
ção, e até os requisitos concernentes à publicidade. É possível, ainda, a 
convalidação por falta de ato particular. Nesse sentido, Di Pietro afirma 
a respeito da convalidação: “Ela é feita, em regra, pela Administração, 
mas eventualmente poderá ser feita pelo administrado, quando a edição 
do ato dependia da manifestação de sua vontade e a exigência não foi 
observada. Este pode emiti-la posteriormente, convalidando o ato” (DI 
19
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Administrativo 
PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 30.ed. Rev., atu-
al. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017.p. 328.)
Alternativa A: incorreto. Na estabilização dos efeitos do ato administra-
tivo mantém-se um ato administrativo ilegal/viciado, pois a sua retirada 
causaria mais prejuízo do que a sua manutenção. Hipótese em que se 
privilegiam os princípios da segurança jurídica e proteção da confiança 
em detrimento do princípio da legalidade (regente de todo o direito ad-
ministrativo), numa verdadeira ponderação de valores. 
Alternativa B: incorreto. A convalidação é a correção da irregularidade 
do ato administrativo anulável, isto é, contaminado com vício sanável, 
através de outro ato (convolatório) que tem por fundamento a seguran-
ça jurídica e a economia processual. A convalidação tem natureza de 
ato vinculado, constitutivo, secundário e de efeitos ex tunc, e também 
é conhecida por sanatória, aperfeiçoamento, convalescimento, sanação, 
terapêutica, depuração ou aproveitamento. 
Alternativa D: incorreto. Ao Poder Judiciário não é permitida a análise 
do mérito administrativo no que diz respeito à convalidação (exceto se 
se tratar de atos administrativos praticados pelo próprio Poder Judici-
ário, pois nesse caso estará atuando como Administração Pública e po-
derá convalidar ou mesmo revogar seus próprios atos administrativos), 
mas é possível a apreciação de sua legalidade. A convalidação pode ser 
impugnada pelo particular tanto na esfera administrativa quanto na ju-
dicial, sendo de se ressaltar que a Administração não pode convalidar 
um ato anulável que tenha sido objeto de impugnação administrativa 
ou judicial. 
02 (Fundep – Promotor de Justiça – MPE – MG/2017)
Dentre as alternativas abaixo sobre desvio de poder, indique a INCORRETA:
A) O desvio de poder é vício de intenção, que deriva dos propósitos subalter-
nos que animam o agente ou das circunstâncias de não realização da finalidade 
preordenada pela lei.
B) O desvio de poder é vício objetivo que se refere ao descompasso entre a 
finalidade a que o ato serviu e a finalidade legal que por meio dele poderia ser 
servida.
C) O desvio de poder é vício por omissão nas hipóteses em que a abstenção do 
ato é contrária ao que deveria ser feito, afinal "não agir é também agir".
D) O desvio de poder desnatura a finalidade da competência no exercício de 
atos impróprios à providência adotada.
COMENTÁRIOS
Alternativa incorreta: letra “A”. Em que pese haver divergência na dou-
trina, é a posição de Celso Antônio Bandeira de Mello: “No desvio de 
20
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Administrativo 
poder, ao contrário do que habitualmente se afirma e do que nós mes-
mos vínhamos sustentando, nem sempre há um 'móvel', isto é, uma in-
tenção inadequada. Com efeito, o agente pode, equivocadamente, supor 
que uma dada competência era prestante, de direito, para a busca de um 
dado resultado e por isto haver praticado o ato almejando alcançá-lo 
pela via utilizada. Neste caso não haverá intenção viciada”. (BANDEIRA 
DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 30ª ed. 
São Paulo: Malheiros, 2013. p. 411).
Alternativa B: correto. A propósito: “Contudo, o ato será sempre vicia-
do por não manter relação adequada com a finalidade em vista da qual 
poderia ser praticado. O que vicia, portanto, não é o defeito de intenção, 
quando existente - ainda que através disto se possa, muitas vezes, per-
ceber o vício -, mas o desacordo objetivo entre a finalidade do ato e a 
finalidade da competência.” (BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. 
Curso de Direito Administrativo. 30ª ed. São Paulo: Malheiros, 2013. p. 
412).
Alternativa C: correto. Em que pese o desvio de poder, em regra, estar 
relacionado com uma conduta comissiva (um fazer em desacordo com 
a finalidade para o qual o ato deveria ser praticado), é possível também 
que se verifique desvio de poder em um não fazer, em uma omissão. 
Tanto a comissão quanto a omissão podem violar a lei e lesionar direitos 
individuais dos administrados. A propósito: “Logo, se o administrado 
tem o direito de que o Poder Publico se pronuncie em relação a suas 
petições, a Administração tem o dever de fazê-lo. Se se omite, viola o 
Direito.” (BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito 
Administrativo. 30ª ed. São Paulo: Malheiros, 2013. p. 419).
Alternativa D: correto. O desvio de poder está relacionado com o des-
vio de finalidade. Configura-se quando “a autoridade pratica um ato que 
é da sua competência, mas o utiliza para uma finalidade diversa da pre-
vista ou contrária ao interesse público”. (ALEXANDRE, Ricardo. Direi-
to Administrativo esquematizado/Ricardo Alexandre, João de Deus, 1ª 
ed., Rio de Janeiro:Forense; São Paulo: MÉTODO, 2015, p. 262). 
03 (Fundep – Promotor de Justiça – MPE – MG/2017)
A respeito da legalidade administrativa, é CORRETO dizer:
A) A normatividade do Estado, no âmbito da atividade econômica, pressupõe 
planejamento como fator indicativo e estatístico ao setor público.
B) Na regulamentação observa-se o poder de editar atos normativos (gerais e 
abstratos), bem como exercer a atividade administrativa controlando, fiscalizan-
do e planejando o setor sob interesse.
C) O decreto é espécie de ato administrativo de exclusiva competência do 
Presidente da República, cujo exercício, nos limites estabelecidos pelas leis e 
21
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Administrativo 
Constituição, ordena e organiza a ação administrativa, quer abstratamente, quer 
concretamente.
D) O decreto regulamentar não cria, altera ou constitui direitos, apenas viabi-
liza na perspectiva operacional a adequada interpretação e aplicação da lei, ao 
passo que o decreto autônomo é espécie normativa primária, preexistente à lei.
COMENTÁRIOS
Alternativa correta: letra “D”. O decreto regulamentar, previsto no art. 
84, IV, da CF, tem natureza derivada ou secundária, já que tem por ob-
jetivo complementar as leis. O decreto autônomo está previsto no art. 
84, VI, da CF, inova na ordem jurídica, já que estabelece normas sobre 
matérias não disciplinadas em lei. Atenção: “Apesar de grande parte da 
doutrina manifestar-se pela inexistência de acolhida constitucional dos 
regulamentos autônomos, o STF não desconhece essa realidade e ad-
mite, até mesmo, o controle por ADI genérica, na hipótese de decreto 
autônomo revestido de indiscutível caráter normativo.” (Lenza, Pedro. 
Direito constitucional esquematizado. 19ª ed., rev, atual, ampl. – São 
Paulo: Saraiva, 2015, p. 782). 
Alternativa A: incorreto. Art. 174, CF/88: Como agente normativo e 
regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as 
funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determi-
nante para o setor público e indicativo para o setor privado.
Alternativa B: incorreto. O erro da assertiva está em afirmar que na re-
gulamentação observa-se o poder de “exercer a atividade administrativa 
controlando, fiscalizando e planejando o setor sob interesse”, que, em 
verdade, é manifestação da função de regulação e fomento. 
Alternativa C: incorreto. “Os regulamentos são atos privativos do chefe 
do Poder Executivo conforme previsão do art. 84, IV da Constituição 
Federal. Em que pese este artigo da Constituição da República fazer alu-
são ao Presidente da República, pelo Princípio da Simetria, este poder 
é extensivo aos outros chefes do executivo (governador, prefeito, inter-
ventores)”. (Carvalho, Matheus. Manual de direito administrativo. 4ª ed. 
rev. ampl. e atual. Salvador: JusPODIVM, 2017, p. 288.) 
04 (Fundep – Promotor de Justiça – MPE – MG/2017)
Consoante a Lei n° 12.846/13, é INCORRETO dizer:
A) A pessoa jurídica não formalmente constituída e, portanto, desprovida de 
personalidade em direitos, obrigações e deveres, responde pela prática de dum-
ping em processo licitatório.
B) A eventual celebração de acordo de leniência isenta a pessoa jurídica res-
ponsável pelos danos ao erário da sanção de dissolução compulsória.
22
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Administrativo 
C) O acordo de leniência pressupõe que a pessoa jurídica responsável pela prá-
tica lesiva seja a primeira a manifestar seu interesse em cooperar para apuração 
do ilícito, cesse completamente o envolvimento com a infração investigada, ad-
mita a participação no ilícito e coopere nos atos.
D) A responsabilidade da sociedade consorciada restringe-se ao pagamento de 
multa e reparação integral do dano.
COMENTÁRIOS
Alternativa incorreta: letra “B”. Conforme o §2º do art. 16 da Lei 
12.846/2013, a celebração de acordo de leniência isentará a pessoa ju-
rídica apenas das sanções previstas no inciso II do art. 6º (publicação 
extraordinária da decisão condenatória) e no inciso IV do art. 19 (proi-
bição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou emprés-
timos de órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiras pú-
blicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo mínimo de 1 (um) 
e máximo de 5 (cinco) anos).
Alternativa “A”: correto. Conforme parágrafo único do art. 1º da Lei 
12.846/2013: Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades empresárias 
e às sociedades simples, personificadas ou não, independentemente da 
forma de organização ou modelo societário adotado, bem como a quais-
quer fundações, associações de entidades ou pessoas, ou sociedades es-
trangeiras, que tenham sede, filial ou representação no território bra-
sileiro, constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente.
Alternativa “C”: correto. Art. 16, §1º, Lei 12.846/2013. 
Alternativa “D”: correto. Art. 4º, §2º, parte final, da Lei 12.846/2013.
05 (Fundep – Promotor de Justiça – MPE – MG/2017)
Quanto ao conteúdo e à forma dos atos administrativos, é CORRETO o que se 
afirma em:
A) Deliberações são atos emanados, em regra, de órgãos colegiados e caracte-
rizam-se como atos simples coletivos, ao passo que as resoluções são atos nor-
mativos individuais, provenientes de autoridades do alto escalão administrativo 
e têm natureza derivada.
B) Homologação é o ato administrativo unilateral que visa à uniformização de 
decisões das autoridades administrativas sobre tema de interesse individual ou 
coletivo.
C) A autorização é ato declaratório, ao passo que a licença é ato constitutivo de 
direito preexistente.
D) A permissão é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração Pública 
reconhece ao particular que preencha os requisitos legais o direito para exercer 
profissão regulamentada em lei.
23
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Administrativo 
COMENTÁRIOS
Alternativa correta: letra “A”. Nesse sentido, a doutrina de José dos 
Santos Carvalho Filho: “Resoluções são atos, normativos ou individu-
ais, emanados de autoridades de elevado escalão administrativo (...) Tais 
resoluções são típicos atos administrativos, tendo, portanto, natureza 
derivada; pressupõem sempre a existência de lei ou outro ato legislati-
vo a que estejam subordinadas. (...)Deliberações são atos oriundos, em 
regra, de órgãos colegiados, como conselhos, comissões, tribunais ad-
ministrativos etc. Normalmente, representam a vontade majoritária de 
seus componentes e se caracterizam como atos simples coletivos (...) (In 
Carvalho Filho, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 31 
Ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Atlas, 2017, p. 117)
Alternativa “B”: incorreto. “A homologação, a seu turno, constitui ma-
nifestação vinculada, ou seja, praticado o ato, o agente por ela respon-
sável não tem qualquer margem de avaliação quanto à conveniência 
e oportunidade da conduta. Ou bem procede à homologação, se tiver 
havido legalidade, ou não o faz em caso contrário.” (In Carvalho Filho, 
José dos Santos. Manual de direito administrativo. 31 Ed. rev., atual. e 
ampl. – São Paulo: Atlas, 2017, p. 123)
Alternativa “C”: incorreto. A autorização é ato constitutivo e a licença 
é ato declaratório de direito preexistente. “O direito preexiste à licença, 
mas o desempenho da atividade somente se legitima se o Poder Pú-
blico exprimir o seu consentimento pela licença. Por essa razão é que 
deve o ato ter natureza declaratória, como assinala MARIA SYLVIA DI 
PIETRO com precisão. (...)Autorização é o ato administrativo pelo qual 
a Administração consente que o particular exerça atividade ou utilize 
bem público no seu próprio interesse. É ato discricionário e precário, 
características, portanto, idênticas às da permissão.” (In Carvalho Filho, 
José dos Santos. Manual de direito administrativo. 31 Ed. rev., atual. e 
ampl. – São Paulo: Atlas, 2017, p. 120 e 122)
Alternativa “D”: incorreto. “Permissão é o ato administrativodiscricio-
nário e precário pelo qual a Administração consente que o particular 
execute serviço de utilidade pública ou utilize privativamente bem pú-
blico.” (In Carvalho Filho, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo. 31 Ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Atlas, 2017, p. 121).
06 (Fundep – Promotor de Justiça – MPE – MG/2017)
Diversas são as formas de intervenção do Estado na propriedade, o que revela o 
poder de império estatal ao qual se sujeitam os particulares.
Desse modo, é CORRETO afirmar que o direito à preempção municipal é:
A) Ocupação temporária.
24
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Administrativo 
B) Servidão administrativa.
C) Limitação administrativa.
D) Requisição.
COMENTÁRIOS
Alternativa correta: letra “C”. Limitação administrativa é a forma de 
intervenção do Estado na propriedade que gera restrições gerais e abs-
tratas, atingindo o caráter absoluto do direito de propriedade. O direito 
de preempção ou de preferência está previsto no art. 25 e seguintes do 
Estatuto das Cidades (Lei 10.257/2001), e confere ao Poder Público mu-
nicipal preferência para aquisição de imóvel urbano objeto de alienação 
onerosa entre particulares. Conforme art. 25, §1º, da Lei 10.257/2001, 
o direito de preempção deve estar previsto em lei municipal, baseada 
no plano diretor. Verifica-se que o direito de preempção se configura 
em verdadeira limitação à liberdade do proprietário de imóvel negociar 
seu imóvel livremente. O direito de preempção, portanto, tem natureza 
jurídica de limitação administrativa. 
Alternativa “A”: incorreto. Ocupação temporária é forma de interven-
ção do Estado na propriedade que restringe o caráter exclusivo da pro-
priedade, nos casos de necessidade pública. Permite a utilização transi-
tória, remunerada ou gratuita, de imóveis de terceiros pelo Poder Publi-
co, a fim de apoiar a execução de obras, serviços ou atividades públicas 
ou de interesse público. 
Alternativa “B”: incorreto. Servidão administrativa é a modalidade de 
intervenção do Estado na propriedade que se manifesta através de um 
direito real público que autoriza o Poder Público a usar a propriedade 
imóvel para permitir a execução de serviço público ou de obras e servi-
ços de interesse coletivo. 
Alternativa “D”: incorreto. Requisição administrativa é o instrumento 
de intervenção estatal na propriedade (ato administrativo unilateral e 
auto-executório) mediante o qual, em situação de perigo público imi-
nente, o Estado utiliza bens móveis, imóveis ou serviços particulares 
com indenização ulterior, se houver dano. 
07 (Fundep – Promotor de Justiça – MPE – MG/2017)
Analise as seguintes assertivas sobre bens públicos:
I. A venda de bens públicos imóveis será obrigatoriamente precedida de licita-
ção e depende também de autorização legislativa, interesse público devidamen-
te justificado e avaliação prévia.
II. Independe de transcrição imobiliária a concessão de domínio que tiver como 
destinatário pessoa estatal.
25
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Administrativo 
III. A doação de bens móveis públicos é admissível exclusivamente para fins de 
interesse social e depende de avaliação prévia e autorização legal.
IV. A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área 
superior a dois mil e quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que 
por interposta pessoa, dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional, 
exceto quando a alienação ou concessão de terras públicas tiver por finalidade 
reforma agrária.
Somente está CORRETO o que se afirma em:
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) II e IV.
COMENTÁRIOS
Alternativa correta: letra “D”. 
Assertiva I: incorreto. Conforme art. 7, I, da Lei 8.666/93: “Art. 17. A 
alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência 
de interesse público devidamente justificado, será precedida de avalia-
ção e obedecerá às seguintes normas: I - quando imóveis, dependerá de 
autorização legislativa para órgãos da administração direta e enti-
dades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades 
paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade 
de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos: (...)”
Assertiva II: correto. “Quando a concessão de domínio tem como des-
tinatária pessoa estatal, formaliza-se pela própria lei e independe de 
transcrição imobiliária. Se a transferência é para pessoa privada, deve 
formalizar-se por escritura pública ou termo administrativo e exigirá 
transcrição no competente Registro de Imóveis.” (In Carvalho Filho, 
José dos Santos. Manual de direito administrativo. 31 Ed. rev., atual. e 
ampl. – São Paulo: Atlas, 2017, p. 686).
Assertiva III: incorreto. Conforme art. 17, II, ‘a’, da Lei 8.666/93: “Art. 
17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à exis-
tência de interesse público devidamente justificado, será precedida de 
avaliação e obedecerá às seguintes normas: (...) II - quando móveis, de-
penderá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes 
casos: a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse 
social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-eco-
nômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação;”. Não há 
necessidade de autorização legal. 
Assertiva IV: correto. É o que dispõe o art. 188, §§1º e 2º, da CF/88. 
26
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Administrativo 
08 (Fundep – Promotor de Justiça – MPE – MG/2017)
Analise as seguintes assertivas quanto aos contratos administrativos e assinale 
a alternativa INCORRETA:
A) A publicação do contrato administrativo em órgão oficial de imprensa da en-
tidade pública contratante é formalidade dispensável, bastando para sua eficá-
cia o registro e o arquivamento na repartição administrativa pertinente.
B) O direito à revisão e o reajuste do preço são formas de reequilíbrio contra-
tual; a primeira independe de previsão contratual e tem origem em fato super-
veniente ao contrato, enquanto o segundo é pactuado entre as partes já no mo-
mento do contrato, com a finalidade de preservar o poder aquisitivo da moeda.
C) São características do contrato administrativo, entre outras: o formalismo, a 
comutatividade, a confiança recíproca e a bilateralidade.
D) A Administração Pública poderá alterar unilateralmente os contratos regidos 
pela Lei n° 8.666/93, quando houver modificação do projeto ou das especifica-
ções, para melhor adequação técnica aos seus objetivos.
COMENTÁRIOS
Alternativa incorreta: letra “A”. Conforme parágrafo único do art. 61 
da Lei 8.666/93: Parágrafo único. A publicação resumida do instru-
mento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é 
condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Ad-
ministração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, 
para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o 
seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei. 
Alternativa “B”: correto. A propósito: “Como é variada a espécie de fa-
tos que podem ensejar o rompimento da equação econômico-financeira 
do contrato, variadas também são as formas permissivas do reequilíbrio. 
A primeira forma é o reajuste, que se caracteriza por ser uma fórmula 
preventiva normalmente usada pelas partes já ao momento do contrato, 
com vistas a preservar os contratados dos efeitos de regime inflacioná-
rio. Como esta reduz, pelo transcurso do tempo, o poder aquisitivo da 
moeda, as partes estabelecem no instrumento contratual um índice de 
atualização idôneo a tal objetivo. Assim, diminui, sem duvida, a álea 
contratual que permitiria o desequilíbrio contratual. (...) A revisão do 
preço, embora objetive também o reequilíbrio contratual, tem contorno 
diverso. Enquanto o reajuste já é prefixado pelas partes para neutrali-
zar um fato certo, a inflação,a revisão deriva da ocorrência de um fato 
superveniente, apenas suposto (mas não conhecido) pelos contratantes 
quando firmam o ajuste.” (In Carvalho Filho, José dos Santos. Manual 
de direito administrativo. 31 Ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Atlas, 
2017, p. 157)
Alternativa “C”: correto. José dos Santos Carvalho Filho é um dos 
doutrinadores que elenca essas características, em sua obra Manual 
27
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Administrativo 
de direito administrativo. 31 Ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Atlas, 
2017, p. 147. 
Alternativa “D”: correto. É o que dispõe o art. 65, I, ‘a’, da Lei 8.666/93. 
09 (Fundep – Promotor de Justiça – MPE – MG/2017)
Assinale a alternativa INCORRETA.
Conforme jurisprudência recente do Superior Tribunal de Justiça:
A) O afastamento cautelar do agente público de seu cargo, previsto no parágra-
fo único do art. 20 da Lei n° 8.429/92, é medida excepcional, que pode perdurar 
por até 180 (cento e oitenta) dias.
B) A aplicação de pena de demissão por improbidade administrativa é exclusi-
vidade do Judiciário, não sendo passível a sua incidência no âmbito do processo 
administrativo disciplinar.
C) A indisponibilidade de bens prevista na Lei de Improbidade Administrati-
va pode alcançar tantos bens quantos necessários a garantir as consequências 
financeiras da prática de improbidade, excluídos os bens impenhoráveis assim 
definidos em lei.
D) Os bens de família podem ser objeto de medida de indisponibilidade previs-
ta na Lei de Improbidade Administrativa, uma vez que há apenas a limitação de 
eventual alienação do bem.
COMENTÁRIOS
Alternativa incorreta: letra “B”: A aplicação da pena de demissão por 
improbidade administrativa não é exclusividade do Judiciário, sendo 
passível a sua incidência no âmbito do processo administrativo discipli-
nar. (STJ, Jurisprudência em Teses, Edição nº 40, Improbidade Admi-
nistrativa II – Tese nº 4)
Alternativa A: correto. STJ, Jurisprudência em Teses, Edição nº 40, Im-
probidade Administrativa II – Tese nº 6. 
Alternativa C: correto. STJ, Jurisprudência em Teses, Edição nº 40, Im-
probidade Administrativa II – Tese nº 8. 
Alternativa D: correto. STJ, Jurisprudência em Teses, Edição nº 40, Im-
probidade Administrativa II – Tese nº 9. 
10 (Fundep – Promotor de Justiça – MPE – MG/2017)
A Lei n° 8.429/92, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos 
nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou 
função na Administração Pública Direta, Indireta ou Fundacional, consubstan-
cia-se em importante instrumento legal por meio do qual o Ministério Público 
exerce seu munus constitucional de defender o patrimônio público. Dentre as 
28
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Administrativo 
peculiaridades processuais da ação civil por ato de improbidade administrativa, 
é INCORRETO citar:
A) A necessidade de integração da lide por parte da pessoa jurídica de direito 
público cujo ato seja objeto de impugnação, sob pena de nulidade.
B) A inquirição, se o réu for Prefeito em exercício, se dará em local, dia e hora 
previamente ajustados entre ele e o juiz.
C) A exigência de notificação do requerido para, querendo, oferecer manifesta-
ção por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justificações, dentro 
do prazo de 15 (quinze) dias, após o que o juiz deliberará sobre o recebimento 
da inicial.
D) A possibilidade de apresentação de petição inicial desacompanhada de do-
cumentos ou justificação que contenham indícios suficientes da existência do 
ato de improbidade.
COMENTÁRIOS
Alternativa incorreta: letra “A”: Conforme art. 17, §3º, da Lei 8.429/92, 
no caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, 
aplica-se à ação civil de improbidade administrativa a regra do §3º do 
art. 6º da Lei 7.417/65 (Lei da Ação Popular), que assim dispõe: “A pes-
soa jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto 
de impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá 
atuar ao lado do autor, desde que isso se afigure útil ao interesse pú-
blico, a juízo do respectivo representante legal ou dirigente”. É possível, 
portanto, que a pessoa jurídica de direito público cujo ato seja objeto de 
impugnação deixe de contestar e se apresente como litisconsorte facul-
tativo do autor da ação, na condição de assistente litisconsorcial. É o que 
se denomina de intervenção móvel ou migração polar.
Alternativa B: correto. Art. 17, §12º, da Lei 8429/92 c/c art. 221 do CPP. 
Alternativa C: correto. Art. 17, §7º, da Lei 8429/92. 
Alternativa D: correto. Art. 17, §6º, da Lei 8429/92.
11 (Fundep – Promotor de Justiça – MPE – MG/2017)
Eleito para exercer o cargo de Prefeito durante o exercício de 2009 a 2012, o 
agente logrou ser reeleito em 2012, para ocupar a chefia do Executivo Municipal 
de 2013 a 2016. No ano de 2010, o referido alcaide utilizou-se indevidamente 
de máquinas, equipamentos e servidores do Município para construir tanques 
de criação de peixe na propriedade rural dele. De tal fato somente se teve co-
nhecimento inequívoco em 2016, quando a Câmara Municipal local instaurou 
uma Comissão Parlamentar de Inquérito, e o Ministério Público um inquérito ci-
vil público, o qual foi ultimado no início de 2017.
29
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Administrativo 
Convencido da prática de ato de improbidade administrativa que causou 
prejuízo ao erário, entre as alternativas que se apresentam ao Promotor de Jus-
tiça, assinale a CORRETA:
A) O Promotor de Justiça deverá propor ao Conselho Superior do Ministério 
Público o arquivamento do inquérito civil público, tendo-se em vista que o prazo 
prescricional para o ajuizamento da ação é de 5 (cinco) anos após o término do 
exercício do mandato do Prefeito no qual o fato ocorreu.
B) O Promotor de Justiça deverá propor ação civil pública objetivando o ressar-
cimento dos danos ao erário, por ser imprescritível a ação em tal caso, por força 
do artigo 37, § 5°, da Constituição Federal, sem, contudo, cogitar da aplicação 
das sanções pelo ato de improbidade administrativa, por causa da ocorrência de 
sua prescrição.
C) O Promotor de Justiça deverá propor ação civil pública objetivando o ressar-
cimento dos danos ao erário e a aplicação das sanções pelo ato de improbidade 
administrativa, porque o termo inicial do prazo prescricional iniciou-se a partir 
do conhecimento inequívoco do fato.
D) O Promotor de Justiça deverá propor ação civil pública objetivando o ressar-
cimento dos danos ao erário e a aplicação das sanções pelo ato de improbidade 
administrativa, porque, em caso de reeleição, o prazo prescricional se inicia ao 
término do exercício do segundo mandato do agente.
COMENTÁRIOS
Alternativa correta: letra “D” (responde as demais alternativas): No 
caso de agentes políticos reeleitos, o termo inicial do prazo prescri-
cional nas ações de improbidade administrativa deve ser contado a 
partir do término do último mandato. (STJ, Jurisprudência em Teses, 
Edição nº 38, Improbidade Administrativa I – Tese nº 14). E ainda: 
RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLI-
CA POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. PRAZO 
PRESCRICIONAL PARA PROPOSITURA DA AÇÃO. REELEIÇÃO. 
TERMO A QUO. ART. 23 DA LEI Nº 8.429/1992. TÉRMINO DO SE-
GUNDO MANDATO. 1. O objetivo da regra estabelecida na LIA para 
contagem do prazo prescricional é impedir que os protagonistas de 
atos de improbidade administrativa - quer agentes públicos, quer par-
ticulares em parceria com agentes públicos - explorem indevidamente 
o prestígio, o poder e as facilidades decorrentes de função ou cargo 
públicos para dificultar ou mesmo impossibilitar as investigações. 2. 
Daí porque é firme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça 
no sentido de que o prazo prescricional previsto no art. 23, I, da Lei 
8.429/1992, nos casos de reeleição, tem como termo inicialo encerra-
mento do segundo mandato, em que se dá a cessação do vínculo do 
agente ímprobo com a Administração Pública. 3. Não bastasse, nos 
moldes da jurisprudência desta Corte, é imprescritível a pretensão de 
ressarcimento de danos causados ao erário por atos de improbidade 
30
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Administrativo 
administrativa, único pedido formulado pelo autor da subjacente ação 
civil pública. 4. Recurso especial a que se nega provimento. (REsp 
1630958/SP, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Rel. 
p/ Acórdão Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julga-
do em 19/09/2017, DJe 27/09/2017)
31
PROMOTOR DE JUSTIÇA Legislação do MP 
Legislação do MP
01 (Fundep – Promotor de Justiça – MPE – MG/2017)
O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional 
do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático 
e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (art. 127 da Constituição da 
República). Partindo dessas premissas, analise as assertivas abaixo:
I. O Ministério Público não tem legitimidade para pleitear, em ação civil públi-
ca, a indenização decorrente do DPVAT em benefício do segurado.
II. O Ministério Público tem legitimidade para promover ação civil pública cujo 
fundamento seja a ilegalidade de reajuste de mensalidades escolares.
III. Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral 
da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações de-
correntes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja 
parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase 
do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a 
Justiça Federal.
IV. Em caso de aproveitamento insuficiente no estágio de orientação e prepa-
ração, o Promotor de Justiça Substituto do Estado de Minas Gerais permanecerá, 
pelo prazo máximo de 60 (sessenta) dias, à disposição do Centro de Estudos e 
Aperfeiçoamento Funcional para aprimoramento, podendo o seu diretor, a qual-
quer tempo, de ofício ou mediante provocação do corpo docente, impugnar a 
permanência na carreira à Corregedoria-Geral do Ministério Público do Estado 
de Minas Gerais.
Está CORRETO somente o que se afirma em:
A) I, II, III e IV.
B) I, II e III.
C) I, III e IV.
D) II, III e IV.
COMENTÁRIOS
Alternativa correta: letra “D”. Estão corretas as assertivas II, III e IV. 
Assertiva I: incorreto. A assertiva traz a literalidade da Súmula 470 do 
STJ. Todavia, referida Súmula foi cancelada pela Segunda Seção do STJ, 
32
PROMOTOR DE JUSTIÇA Legislação do MP 
na sessão de 27.05.2015, ao julgar o REsp 858.056-GO, em decorrên-
cia do entendimento manifestado pelo Plenário do Supremo Tribunal 
Federal no julgamento do RE 631.111/GO (Rel. Min. Teori Zavascki, 
julgado em 06 e 07/08/2014.Repercussão Geral), no seguinte sentido: 
“7. Considerada a natureza e a finalidade do seguro obrigatório DPVAT 
– Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre 
(Lei 6.194/74, alterada pela Lei 8.441/92, Lei 11.482/07 e Lei 11.945/09) 
-, há interesse social qualificado na tutela coletiva dos direitos indivi-
duais homogêneos dos seus titulares, alegadamente lesados de forma 
semelhante pela Seguradora no pagamento das correspondentes inde-
nizações. A hipótese guarda semelhança com outros direitos individuais 
homogêneos em relação aos quais - e não obstante sua natureza de di-
reitos divisíveis, disponíveis e com titular determinado ou determinável 
-, o Supremo Tribunal Federal considerou que sua tutela se revestia de 
interesse social qualificado, autorizando, por isso mesmo, a iniciativa 
do Ministério Público de, com base no art. 127 da Constituição, de-
fendê-los em juízo mediante ação coletiva.”. Dessa forma, à época da 
realização da prova a Súmula já se encontrava cancelada, o que torna a 
assertiva incorreta. 
Assertiva II: correto. A assertiva traz a literalidade da Súmula 643 do 
STF. 
Assertiva III: correto. A assertiva traz a literalidade do art. 109, §5º, da 
CF. 
Assertiva IV: correto. A assertiva traz a literalidade do art. 168 da LC 
34/1994, que dispõe sobre a organização do Ministério Público do Es-
tado de Minas Gerais. 
Observação: A questão proposta demonstra a importância de estar 
sempre atualizado com a jurisprudência e as súmulas dos Tribunais Su-
periores. Observe que apesar de a questão reproduzir enunciados de 
súmulas e literalidade de lei, bastava ter o conhecimento acerca do can-
celamento da Súmula 470 para resolvê-la, diante da forma com a qual 
as alternativas ‘a’, ‘b’, ‘c’, e ‘d’, foram elaboradas, isto é, eliminando-se a 
assertiva I, não resta dúvida de que a resposta correta é a letra ‘d’. 
33
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Eleitoral 
Direito Eleitoral
01 (Fundep – Promotor de Justiça – MPE – MG/2017)
No âmbito do direto eleitoral, seguem-se as seguintes alternativas:
I. O ordenamento jurídico brasileiro não admite a candidatura de pessoa que 
não tenha sido aprovada em convenção partidária.
II. A pena do preceito secundário dos tipos penais do Código Eleitoral fica es-
tabelecida em 10 (dez) dias para a pena de detenção e em 1 (um) ano para a de 
reclusão, quando a lei não indicar o grau mínimo.
III. O percentual de gênero, dentro da temática do registro de candidaturas, 
pode deixar de ser observado na hipótese de substituição de candidatos.
IV. O eleitor terá sua inscrição cancelada na Justiça Eleitoral se deixar de votar 
em três eleições consecutivas e não justificar no prazo legal ou não pagar a mul-
ta fixada.
É INCORRETO somente o que se afirma em:
A) I e II.
B) I, II, III e IV.
C) II e III.
D) IV.
COMENTÁRIOS
Alternativa correta: letra “B”. Estão incorretas as assertivas I, II, III, IV. 
Assertiva I: incorreto. O art. 7º, §8º, da Lei 9.504/97 estabelece que as 
convenções partidárias para a escolha dos candidatos pelos partidos e 
a deliberação sobre coligações deverão ser feitas no período de 20 de 
julho a 5 de agosto do ano em que se realizarem as eleições. O §5º, do 
art. 10, da Lei 9.504/97, por sua vez, estabelece que: “§5º. No caso de as 
convenções para a escolha de candidatos não indicarem o número má-
ximo de candidatos previsto no caput, os órgãos de direção dos partidos 
respectivos poderão preencher as vagas remanescentes até trinta dias 
antes do pleito”. Dessa forma, considerando que as vagas remanescentes 
podem ser preenchidas até 30 dias antes do pleito, admite-se a candida-
tura de pessoa que não tenha sido aprovada em convenção partidária.
34
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Eleitoral 
Assertiva II: incorreto. Conforme art. 284 do Código Eleitoral (LEI Nº 
4.737/65): “Art. 284. Sempre que este Código não indicar o grau míni-
mo, entende-se que será ele de quinze dias para a pena de detenção e de 
um ano para a de reclusão”.
Assertiva III: incorreto. Conforme art. 61, §7º, da Resolução 23.405 do 
TSE: “§ 7º Não será admitido o pedido de substituição de candidatos às 
eleições proporcionais quando não forem respeitados os limites mínimo 
e máximo das candidaturas de cada sexo previstos no § 5º do art. 19 
desta resolução.”.
Assertiva IV: incorreto. Dispõe o §3º do art. 7º do Código Eleitoral (LEI 
Nº 4.737/65): “Realizado o alistamento eleitoral pelo processo eletrôni-
co de dados, será cancelada a inscrição do eleitor que não votar em 3 
(três) eleições consecutivas, não pagar a multa ou não se justificar no 
prazo de 6 (seis) meses, a contar da data da última eleição a que deveria 
ter comparecido”. Em que pese a redação art. 7º, §3º, do Código Elei-
toral ser a regra, a mesma comporta as seguintes exceções: 1) Res.-TSE 
nº 21920/2004, art. 1º, parágrafo único: isenta de sanção as pessoas com 
deficiência nos casos que especifica; 2) Res.-TSE nº 21538/2003, art. 80, 
§ 6º: eleitores excluídos do cancelamento (§6º. Será canceladaa inscri-
ção do eleitor que se abstiver de votar em três eleições consecutivas, 
salvo se houver apresentado justificativa para a falta ou efetuado o paga-
mento de multa, ficando excluídos do cancelamento os eleitores que, 
por prerrogativa constitucional, não estejam obrigados ao exercício 
do voto). 
35
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Tributário 
Direito Tributário
01 (Fundep – Promotor de Justiça – MPE – MG/2017)
Quanto ao direito financeiro e tributário:
I. Na requisição de informação da Receita Federal do Brasil às instituições fi-
nanceiras, mesmo sem autorização judicial, não se evidencia a violação do sigilo 
bancário e do sigilo fiscal.
II. No lançamento por homologação, se a lei não fixar o prazo para a homologa-
ção, este será sempre de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador.
III. A moratória, como causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, 
quando concedida em caráter individual, gera direito adquirido.
IV. Deve-se admitir, sem ressalvas, a compensação ou a dação em pagamento 
de créditos tributários federais com crédito oriundo de precatório devido por 
Estado-Membro.
É INCORRETO somente o que se afirma em:
A) I e II.
B) II e III.
C) I e IV.
D) II, III e IV.
COMENTÁRIOS
Alternativa correta: letra “D”. Estão incorretas as assertivas II, III, e IV. 
Assertiva I: correto. “As autoridades e os agentes fiscais tributários da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios podem re-
quisitar diretamente das instituições financeiras informações sobre as 
movimentações bancárias dos contribuintes. Esta possibilidade encon-
tra-se prevista no art. 6º da LC 105/2001, que foi considerada consti-
tucional pelo STF. Isso porque esta previsão não se caracteriza como 
"quebra" de sigilo bancário, ocorrendo apenas a “transferência de sigilo” 
dos bancos ao Fisco”.
(Fonte: https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2016/03/info-815- 
stf.pdf)
36
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Tributário 
Assertiva II: incorreto. Art. 150, §4º, CTN: “Se a lei não fixar prazo 
à homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato 
gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública tenha se pro-
nunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente 
extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude 
ou simulação”.
Assertiva III: incorreto. Art. 155, caput, CTN: “A concessão da morató-
ria em caráter individual não gera direito adquirido e será revogada de 
ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou 
de satisfazer as condições ou não cumpria ou deixou de cumprir os re-
quisitos para a concessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido de 
juros de mora: (...)”. 
Assertiva IV: incorreto. “TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO 
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO 
TRIBUTÁRIO. EXTINÇÃO. DAÇÃO EM PAGAMENTO.
PRECATÓRIO DEVIDO POR PESSOA JURÍDICA DISTINTA. COM-
PENSAÇÃO DE DÉBITOS TRIBUTÁRIOS FEDERAIS COM CRÉ-
DITOS ORIUNDOS DE PRECATÓRIOS DEVIDOS POR ESTADO-
-MEMBRO. IMPOSSIBILIDADE. 1. A jurisprudência deste Tribunal é 
assente no sentido da impossibilidade de compensação de débito fiscal 
com precatório, principalmente quando este possui natureza diversa e 
quando se trata de créditos titularizados por pessoa jurídica distinta da 
que compõe a relação jurídico-tributária que se pretende extinguir pela 
compensação. Precedentes. 2. Agravo regimental a que se nega provi-
mento.” (AgRg no AREsp 533.630/RS, Rel. Ministro OG FERNANDES, 
SEGUNDA TURMA, julgado em 02/09/2014, DJe 11/09/2014)
37
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Penal 
Direito Penal
01 (Fundep – Promotor de Justiça – MPE – MG/2017)
Reconhecendo sua repercussão geral, em matéria penal, afirma o Supremo Tri-
bunal, EXCETO:
A) Que é inadmissível a decretação da extinção da punibilidade pela pena em 
perspectiva.
B) Que é típica a conduta de quem diante da autoridade policial se atribui falsa 
identidade, não se achando a conduta autorizada pelo direito constitucional ao 
silêncio.
C) Que a natureza e quantidade da droga, na fixação da pena do crime de tráfi-
co, apenas deve ser considerada numa das fases de fixação, não cabendo ao juiz 
escolher em qual delas.
D) Que os crimes de lesão corporal praticados contra a mulher no âmbito do-
méstico e familiar são de ação penal pública incondicionada.
COMENTÁRIOS
Alternativa incorreta: letra “C”: Tema 712 de Repercussão Geral: As 
circunstâncias da natureza e da quantidade da droga apreendida devem 
ser levadas em consideração apenas em uma das fases do cálculo da 
pena. Consta do inteiro teor do acórdão: “cabe ao juiz escolher em qual 
momento da dosimetria essa circunstância vai ser levada em conta, seja 
na primeira, seja na terceira, observando sempre a vedação ao bis in 
idem”. (ARE 666334). 
Alternativa “A”: correto. Tema 239 de Repercussão Geral: É inadmissí-
vel a extinção da punibilidade em virtude da decretação da prescrição 
"em perspectiva, projetada ou antecipada", isto é, com base em previ-
são da pena que hipoteticamente seria aplicada, independentemente da 
existência ou sorte do processo criminal. (RE 602527)
Alternativa “B”: correto. Tema 478 de Repercussão Geral: O princí-
pio constitucional da autodefesa (art. 5º, LXIII, da CF/88) não alcança 
aquele que atribui falsa identidade perante autoridade policial com o 
intento de ocultar maus antecedentes, sendo, portanto, típica a conduta 
praticada pelo agente (art. 307 do CP). (RE 640139)
38
PROMOTOR DE JUSTIÇA Direito Penal 
Alternativa “D”: correto. Tema 713 de Repercussão Geral: Os crimes 
de lesão corporal praticados contra a mulher no âmbito doméstico e 
familiar são de ação penal pública incondicionada. (ARE 773765)
02 (Fundep – Promotor de Justiça – MPE – MG/2017)
Sobre o concurso de pessoas, é CORRETO afirmar que o Código Penal:
A) Acolheu em relação aos concorrentes, mesmo por omissão, a teoria monista, 
sujeitando-os às sanções penais, inclusive no caso do concurso absolutamente 
negativo.
B) Adotou em relação aos concorrentes a teoria dualista, traduzida pela intro-
dução da cláusula restritiva "na medida de sua culpabilidade".
C) Incorporou solução reclamada pela doutrina para o desvio subjetivo, que se 
aplica tanto a coautores, como a partícipes.
D) Admitiu, no que se refere à participação, a teoria da hiperacessoriedade, 
como regra, e da acessoriedade limitada, como exceção.
COMENTÁRIOS
Alternativa correta: letra “C”. Dispõe o art. 29, §2º, do CP: Se algum 
dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á apli-
cada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese 
de ter sido previsível o resultado mais grave. Trata-se da cooperação 
dolosamente distinta, também conhecida como desvios subjetivos entre 
os agentes ou participação em crime menos grave. 
Alternativa “A”: incorreto. O concurso absolutamente negativo, tam-
bém conhecido como participação negativa, crime silente, ou coni-
vência, “é a participação que ocorre nas situações em que o sujeito não 
está vinculado à conduta criminosa e não possui o dever de agir para 
impedir o resultado. (...) Portanto, o mero conhecimento de um fato 
criminoso não confere ao indivíduo a condição de partícipe por força de 
sua omissão, salvo se presente o dever de agir para impedir a produção 
do resultado.” (MASSON, Cleber. Direito penal esquematizado – Parte 
geral – vol. 1. 9ª ed. rev. atual. ampl – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: 
MÉTODO, 2015, p. 584). 
Alternativa “B”: incorreto. O art. 29, caput, do CP adotou, como regra, 
a teoria unitária, monista, ou monística para a caracterização do con-
curso de pessoas. Há, portanto, um único crime com diversos agentes, e 
cada pessoa que concorre para este crime (único) incide nas penas a ele 
cominadas, na medida de sua culpabilidade. 
Alternativa “D”: incorreto. Prevalece na doutrina que,

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