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Modernismo recifense: Uma escola de arquitetura, três paradigmas e alguns paradoxos (Luiz Manuel do Eirado Amorim) Arquitetura moderna recifense: diversidade e confluência Diversidade: tipos edilícios ( de residências, postos de saúde, instituições de ensino, unidades fabris e simples equipamentos urbanos) Confluência de características: exploração da plasticidade dos materiais de construção/ exploração da riqueza estrutural racionalista. ->>>>>categorias: brutalistas / racionalistas ou regionalistas Bruand: consonância entre as formulações teóricas de Lúcio Costa e uma certa arquitetura produzida em Recife, observável no empréstimo de formas e técnicas construtivas remanescente do fazer colonial, e na exploração sistemática de novos conceitos modernos. Acácio Gil Borsoi e Delfim Amorim como chave na renovação e consolidação do ideário moderno na região. Ressalta, que Amorimteria maior identificação com a matriz carioca de Costa. Nas palavras de Bruand, "é cedo demais para se falar de uma verdadeira escola do Recife, homogênea e original, mas é evidente que esta possibilidade não pode ser excluída" Escola e escolas de arquitetura Escola de Sarasota, dos arquitetos Twitchell e Paul Rudolph. A filosofia fundamental dessa escola, segundo Howey (6) teria sido formulada por Rudolph, ainda em 1947: a) clareza construtiva; b) máxima economia de meios; c) volumes simples, penetrantes vertical e horizontalmente; d) Clara geometria sobre a paisagem da Flórida; e) honestidade nos detalhes e nas conexões estruturais. - experiência americana x experiência recifense: A Escola de Sarasota surgiu e se afirmou exclusivamente no campo profissional. No Recife, em torno do ambiente acadêmico-profissional, razão pela qual certos ensinamentos se perpetuaram no espaço e no tempo. O paradigma dos setores - Ordenação do plano - expressão volumétrica relacionada com o agrupamento de atividades em setores funcionais. - Finalidade aparente: sistematizar e racionalizar o processo de criação arquitetônica. Trouxe renovação dos procedimentos pedagógicos das escolas de arquitetura, substituindo historicismo e modelismo das Belas Artes, por procedimentos mais objetivos e científicos, adequados ao projeto moderno. - três naturezas do paradigma dos setores – a metodológica, a social e a espacial: metodológica: procedimentos projetivos. Seu papel está em limitar o campo de possibilidades de arranjos, dentro dos quais o arquiteto pode trabalhar. social: define as regras, conscientes ou inconscientes, que o arquiteto deve atender para satisfazer requerimentos de ordem sociocultural. espacial, delimita a possibilidade de arranjo espacial, pelo isolamento dos setores componentes. Ex.:residências pré-modernas (coloniais e ecléticas), eram caracterizadas por planos de alta permeabilidade e grande flexibilidade quanto ao uso de seus espaços. Um abrir e fechar de portas podia restabelecer relações de profundidade e visibilidade entre espaços contíguos e relativamente distantes. planos como manifestações sociais, controlados por códigos de comportamento. Na casa moderna, em um novo ambiente doméstico, mais fluído e sem portas, é a organização espacial que define as barreiras entre visitantes e moradores. O paradigma ambiental - necessidade de adequar a nova arquitetura às peculiaridades do clima quente e úmido. - Já presente nas obras pioneiras de Nunes - uso limitado de documentos técnico-científico por parte dos profissionais - experimentalismo, incentivado pela avaliação intuitiva das propostas projetivas realizadas. - princípios genéricos para a construção de edificações no trópico úmido: Roteiro para Construir no Nordeste ( Holanda). - soluções projetivas: A telha canal sobre laje: sobreposição da telha canal sobre laje em concreto armado, com o objetivo de minimizar os efeitos da insolação – eventuais fissuras, e consequentes infiltrações, e carga térmica. A laje dupla: isolamento térmico, alto custo de execução. duas lajes em concreto, dispostas em paralelo, onde uma sombreava a outra. Heitor Maia Neto: um dos defensores. revestimento com materiais cerâmicos, continuando a tradição da azulejaria oitocentista. As aberturas: Pode-se classificá-las em dois grandes grupos: sistemas móveis: brise-soleil móvel (horizontal ou vertical) sistemas fixos: elementos vazados, o brise-soleil em concreto e o peitoril ventilado. O paradigma da forma / Campos de investigação compositiva: racionalidade construtiva: falta de recursos, influência direta do racionalismo europeu. acervo histórico nacional: sugere transposições de sistemas construtivos locais; da ordenação volumétrica (engenhos de açúcar e nos sobrados urbanos recifenses); ou na aplicação de alguns elementos da arquitetura, como a telha canal, o azulejo e as esquadrias em madeira. Seu efeito é mais perceptível nas residências unifamiliares. Os paradoxos a precariedade tecnológica regional: confluência entre arte e técnica através do desenvolvimento industrial as peculiaridades da sociedade local: supõe conquistas sociais a partir da reformulação dos meios de produção, barateamento de produtos e equipamentos pela produção em massa, e, consequentemente, acesso das camadas mais populares a esses mesmo produtos industriais e a uma habitação econômica, mas digna. - habitação popular de Cajueiro Seco (1963), Acácio Gil Borsoi: expressa uma tentativa de racionalização construtiva e projeto social. Buscou sistematizar o processo construtivo da taipa de pau-a-pique. Conclusão: Defende que é " provável que esses princípios arquitetônicos, tecnológicos e sociais não sejam suficientes para fundamentar uma escola autóctone e autônoma".
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