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A Reforma Sanitária e o processo de implantação do Sistema Único de Saúde no Brasil Na década de 70 o país apresentava um modelo hegemônico: médico assistencial- privatista(modelo). Mas é também neste período que surgem os alicerces político- ideológicos para o surgimento do movimento pela Reforma Sanitária. até metade dos anos 60, praticou-se como modelo hegemônico de saúde o sanitarismo campanhista (modelo), de inspiração militar, que visava o combate às doenças através de estruturas verticalizadas e estilo repressivo de intervenção. Revisando A Reforma sanitária Brasileira surgiu originalmente enquanto um ideário de um grupo de intelectuais que somados a segmentos de representação da sociedade elaboraram o texto o qual foi aprovado como marco de luta na 8ª Conferência nacional de saúde em 1986. Estas entidades representativas dos gestores, profissionais da saúde e movimentos sociais se articularam conseguindo influenciar o processo da reforma constitucional que legalizou na Constituição Brasileira de 1988 o texto aprovado na 8ª Conferência Nacional de Saúde que garante que “Saúde é um Direito de Todos e um Dever do Estado”. MODELO – ATENÇÃO À SAÚDE 8ª Conferência nacional de saúde em 1986. Constituição Brasileira de 1988 O Movimento pela Reforma Sanitária Brasileira Organizado solidamente desde meados dos anos 70 Participação de intelectuais, profissionais dos sistemas de saúde, parcela da burocracia e organizações populares e sindicais O Movimento pela Reforma Sanitária Brasileira Luta pela garantia do direito universal à saúde e construção de um sistema único e estatal de serviços Objetivo O Sistema Único de Saúde PIASS (1979) - Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento PREV-Saúde (1980) - Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde CONASP (1981) - plano do Conselho Nacional de Administração da Saúde Previdenciária AIS (1982) - Ações Integradas de Saúde SUDS (1987) - Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde Experiências anteriores Em março de 1986, acontece em Brasília a VIII Conferência Nacional de Saúde, um dos eventos político- sanitários mais importantes: Como resultado central da VIII CNS, tivemos o estabelecimento de um consenso político que permitiu a conformação do projeto da Reforma Sanitária, caracterizado por quatro aspectos principais: o conceito abrangente de saúde saúde como direito de cidadania e dever do Estado a instituição de um Sistema Único de Saúde. A participação do controle social A 8a Conferência Nacional de Saúde Marco do Movimento Sanitário Brasileiro Reuniu mais de 5.000 pessoas na maior participação popular da história dos movimentos sociais Definiu as estratégias a serem defendidas na Constituinte de 1988 e consolidou a opção pela via institucional A 8a Conferência Nacional de Saúde Reconhecimento da saúde como direito de cidadania e dever do Estado. Defesa de um sistema único, de acesso universal, igualitário e descentralizado de saúde Descentralização administrativa e financeira para os Estados e Municípios Promoção do Controle social pelo Estado. Propostas Básicas A 8a Conferência Nacional de Saúde Em seu sentido mais abrangente, a saúde é resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio-ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde. É, assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida O Sistema Único de Saúde LOS Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990 Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. § 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. § 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País. Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social DIRETRIZES Descentralização Integralidade Participação da comunidade •Descentralização CONCEITO: Forma de organização em que cada município tem o poder de administrar seus serviços de saúde... GERANDO eficácia, já que a solução é tomada no local onde o problema foi identificado... PRESSUPOSTOS Regionalização Hierarquização •Descentralização Regionalização: Distribuição dos serviços por região Hierarquização: Divisão em atenção primária, secundária e terciária. REGULAMENTADA pelas NOBs, que são parte do conjunto de leis referentes à gestão dos serviços e das ações em saúde. •Integralidade CONCEITO: Forma de assistência com enfoque na saúde. MAS TAMBÉM, no fato de que todas as pessoas têm direito ao atendimento em todos os seus níveis de complexidade. coração fígado pulmão cérebro Condição Econômica Saneamento/ Higiene Meio Ambiente Emocional •Participação da comunidade • Controle social • Definir, acompanhar execução e fiscalizar as políticas de saúde. • Legislação federal • Conferências e conselhos de saúde Fóruns amplos Usuários do SUS, profissionais de saúde, dirigentes, prestadores de serviços de saúde, parlamentares e outros. Avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde. •Participação da comunidade Conferências Nacional 4/4 anos Estaduais e Municipais 2/2 anos VIII Conferência 1986 – Constituição Federal de 1988 Conselhos de Saúde Órgãos colegiados Caráter permanente e deliberativo Representantes do Governo, prestadores de serviços, profissionais de saúde e usuários. Formular estratégias, controlar e fiscalizar a execução da política de saúde, inclusive em seus aspectos financeiros. PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS UNIVERSALIDADE EQUIDADE INTEGRALIDADE PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS UNIVERSALIDADE: Todas as pessoas têm direito ao atendimento independente de cor, raça, religião, local de moradia, situação de emprego ou renda, etc. A saúde é direito de cidadania e dever dos governos Municipal, Estadual e Federal. EQUIDADE: Todo cidadão é igual perante o Sistema Único de Saúde e será atendido conforme as suas necessidades. Disponibilizar recursos e serviços com justiça, de acordo com as necessidades de cada um. PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS INTEGRALIDADE: O atendimento deve ser feito para a sua saúde e não somente para as suas doenças. O indivíduo não deve ser visto como um amontoado de partes (coração, fígado, pulmões, etc.) e solto no mundo. ações de promoção (que envolve açõesde em outras áreas como habitação, meio ambiente, educação, etc.) ações de prevenção (saneamento básico, imunizações, ações coletivas e preventivas, vigilância à saúde e sanitária, etc.) ações de recuperação (atendimento médico, tratamento e reabilitação para os doentes). PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS DO SUS Regionalização e Hierarquização Resolutividade Participação dos Cidadãos: O Controle Social Complementariedade do Setor Privado •Regionalização e Hierarquização Conhecimento maior dos problemas de saúde da população de uma área delimitada Favorece ações de vigilância epidemiológica, vigilância sanitária, controle de vetores e educação em saúde Ações de atenção ambulatorial e hospitalar em todos os níveis de complexidade. O acesso da população à rede deve se dar através dos serviços de nível primário de atenção Os que não forem resolvidos à este nível deverão ser referenciados para os serviços de maior complexidade tecnológica. •Regionalização e Hierarquização NÍVEL PRIMÁRIO – Unidade Básica de Saúde Responsáveis por 80% do problemas NÍVEL SECUNDÁRIO – Centros de Especialidades Responsáveis por 15% dos problemas de saúde NÍVEL TERCIÁRIO – hospitais de referencia Responsáveis pelos 05% restantes. •Resolutividade É a exigência de que um indivíduo busca o atendimento ou quando surge um problema de impacto coletivo sobre a saúde, o serviço correspondente esteja capacitado para enfrenta- lo e resolvê-lo até o nível de sua complexidade. •Descentralização Redistribuição das responsabilidades às ações e serviços de saúde entre os vários níveis de governo Parte do princípio de que “quanto mais perto do fato a decisão for tomada, mais chance haverá de acerto” Municipalização: profunda redefinição das atribuições dos vários níveis de governo, com um nítido reforço do poder municipal sobre a saúde Cabe ao município maior responsabilidade na implementação das ações de saúde diretamente voltados para os seus cidadãos. •Participação dos Cidadãos: O Controle Social Garantia constitucional A população poderá participar do processo de formulação das políticas de saúde e do controle de sua execução, em todos os níveis desde o federal até o local. Essa participação deve se dar nos conselhos de saúde: Conferências de Saúde periódicas Dever das instituições: oferecerem informações e conhecimentos necessários para que a população se posicione sobre as questões que dizem respeito à sua saúde. •Complementariedade do Setor Privado: Insuficiência do setor público, levando à necessidade de contratação de serviços privados Condições: A celebração do contrato conforme as normas de direito público; A instituição privada deverá estar de acordo com os princípios básicos e normas técnicas do SUS A integração dos serviços privados deverá se dar na mesma lógica do SUS em termos de posição definida na rede regionalizada e hierarquizada dos serviços. •Complementariedade do Setor Privado: Condições: Preferência os serviços não lucrativos (hospitais Filantrópicos -Santas Casas). Cada gestor deverá planejar primeiro o setor público e na sequência, complementar a rede assistencial com o setor privado não lucrativo Usar os conceitos de regionalização, hierarquização e universalização. SUS – resumindo um pouco DIRETRIZES : Integralidade Descentralização Participação social PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS: Universalidade Equidade Integralidade PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS Regionalização e hierarquização Resolutividade Participação dos cidadãos: O controle social Complementariedade do setor privado CONSTITUIÇÃO DE 1988 Art.196. . A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. CONSTITUIÇÃO DE 1988 Art.197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. CONSTITUIÇÃO DE 1988 Art.198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III - participação da comunidade. CONSTITUIÇÃO DE 1988 Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. § 1º. As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. CONSTITUIÇÃO DE 1988 § 2º. É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. § 3º. É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde do País, salvo nos casos previstos em lei. CONSTITUIÇÃO DE 1988 § 4º. A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. CONSTITUIÇÃO DE 1988 Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; CONSTITUIÇÃO DE 1988 II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; CONSTITUIÇÃO DE 1988 V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico; VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; CONSTITUIÇÃO DE 1988 V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico; VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; CONSTITUIÇÃO DE 1988 VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
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