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Apostila de Direito Penal

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Início da matéria:
A EXPRESSÃO DIREITO PENAL OU DIREITO CRIMINAL?
	Na primeira legislação foi chamado de Código Criminal do Império; o segundo chamado de Penal e nosso terceiro e último chama-se Código Penal.
	No anteprojeto o atual Código Penal estava chamado de Código Criminal, mas por predileção dos legisladores prevaleceu Penal.
	A expressão “Criminal” enfoca o fato em si; enquanto “Penal” enfoca a pena, uma das conseqüências do ato ilícito, uma vez que se podem ter outras punições, como: medida de segurança e o reparo do dano causado, quando possível.
	Conclui-se que ambas as expressões são aptas a nomear a disciplina.
03/08/12
Definição de Direito Penal:
A definição só será completa se ela abarcar toda a abrangência do Direito.
Definição de Liszit: É o conjunto de prescrições emanadas do Estado (através de leis, dispositivos normativos), que ligam o crime como fato e a pena como conseqüência.
Definição de Magalhães Noronha: É o conjunto de normas jurídicas que regulam o poder punitivo estatal, tendo em vista os fatos de natureza criminal e as medidas aplicáveis a quem os pratica
Duas características que diferem a definição de Liszit e Magalhães Noronha:
Para Noronha, o Direito Penal serve como limitações ao dever de punir do Estado (não pode punir arbitrariamente). O indivíduo só pode ser punido quando o Estado cria uma incriminação e só pode ser punido caso a norma esteja em vigência quando o fato ocorrer (não há retroatividade da norma) e o indivíduo só será punido nas formas previstas.
Em Liszit, dá-nos a impressão errada da existência apenas da pena criminal como forma de punição para um crime. Porém, temos outras formas de punição como o reparo do dano causado e a medida de segurança (aplicada somente aos inimputáveis de insanidade mental; que é aplicada em forma de tratamento ambulatorial ou internação em hospitais psiquiátricos).
Evidências que o Direito Penal é Direito Público:
1ª) Direito Penal faz parte do Direito Público pelo fato de suas normas serem coativamente impostas em benefício de toda a sociedade. Aquele que infringe leis deve ser punido para que não venha a cometer o ato ilícito novamente.
2ª) Além disso, em regra geral, seus bens são indisponíveis (aquele que não pode ser abdicado). Ex. Uma pessoa em fase terminal de câncer; sente muitas dores e não quer mais viver. Assim, pede que seu parente desligue seus aparelhos e faça com que cesse o seu sofrimento. O parente atende o pedido. A pergunta é: o parente deve ser punido? Sim. A pena deve ser aplicada pelo fato de o bem “vida” é indisponível e, mesmo que seu titular do bem não o queira mais é impossível desvincular esse bem do titular.
3ª) O direito de punir do Estado permanece na mão do Estado; não podendo ser passado a ninguém.
Denominações:
1ª) Direito Penal Fundamental: O Direito Penal Fundamental corresponde às regras (normas) constantes da parte geral do Código Penal e esta parte geral vai do Art. 1º ao Art. 120. Também encontraremos na parte especial do Código algumas regras gerais, isso de forma EXCEPCIONAL (a parte especial vai do Art. 121 ao Art. 361). Exemplo de parte geral dentro da parte especial: Art. 128: Não se pune aborto praticado por médico, quando em risco a saúde da gestante.
As normas da parte geral do Código Penal vão servir para permitir a aplicação das regras da parte especial.
Ex: Art. 121 – Homicídio.
O marido chega a casa, ouve a cama rangendo, saca uma arma e mata a esposa com um tiro. Esse fato encontra perfeita moldagem no Art. 121; portanto não há problemas.
O marido ficou sabendo que está sendo traído. Paga um jagunço para matar a esposa. O fato praticado pelo jagunço encontra perfeita moldagem no Art. 121; porém ao marido não pode-se aplicar o Art. 121 sozinho. Contudo, no Art. 29 estipula-se que quem, de qualquer modo participa em crime, deve-se puni-lo de forma a seu ato. (Condenação do marido: Art. 121 c/c (combinado com) Art. 29).
A parte geral do Código penal é dividida em três grandes partes: 
Art. 1º ao Art. 12: Teoria da Norma.
Art. 13 ao Art. 31: Teoria do Crime
Art. 32 ao Art. 120: Teoria da Pena.
A parte especial é dividida em títulos e esses subdividem-se em capítulos, sendo que esta divisão da parte especial obedece à chamada Objetividade Jurídica (objeto de proteção)
Inicia o Código com os crimes contra a pessoa (contra a vida) e decai até os crimes contra o patrimônio (Objetividade Jurídica).
Após terminada a parte especial do código, o restante corresponde à Legislação Extravagante. Ex: ECA, Estatuto do Idoso, Estatuto do Desarmamento, Maria da Penha.
2ª) Direito Penal Objetivo e Subjetivo: O Direito Penal Objetivo é a norma agente; corresponde, portanto, às normas constantes do Código Penal e o Direito Penal Subjetivo nasce do Objetivo. O Direito Penal Subjetivo entrará em campo quando houver alegação de que umas das partes não está cumprindo o que está rezado em um contrato (dono da casa cobra aluguel não pago).
O Direito Penal Subjetivo é o direito que o Estado possui de impor pena ao transgressor da norma, por que quando o Estado criou a norma, ele nutria a esperança de que a norma fosse cumprida (não é uma faculdade de punir; mas sim uma obrigatoriedade da punição).
O transgressor da norma possui o direito de defesa e também de só ser punido se o fato praticado for rigorosamente adequado a proibição e, ainda assim, só punir com a quantidade de pena prevista.
3ª) Direito Penal Substantivo e Adjetivo: O Direito Penal Substantivo é o direito material; é o próprio Direito Penal e o Direito Penal Adjetivo é o direito formal; é o direito processual penal.
4ª) Direito Penal Comum e Especial: O Direito Penal Comum é aquele que é aplicável a todas as pessoas indistintamente (erga omnes). O Direito Penal Especial é aquele que está reservado para certas e determinadas pessoas. Ex de Direito Penal Especial: Código Penal Militar; aplicado apenas aos militares.
10/08/2012
Direito Penal Extravagante: Fora do código, leis especiais.
Características do Direito Penal: 
É uma ciência cultural, criada pelo homem para atender às suas necessidades e, portanto, é variável no tempo e no espaço. 
Ex: dirigir embriagado entes de 1997 não era crime. Crimes ambientais antes de 1998 não era crime.
É uma ciência pois se constitui de um conjunto de normas e princípios, ordenados metodicamente.
É uma ciência normativa, pois trata-se de um conjunto de normas,, mandamentos que determinam o homem fazer algo ou deixar de fazê-lo.
Quando a norma deixar ao agente a não realização de algo, se ele age, comete um crime comissivo. Cometerá crimes omissivos quando não realiza o que a lei determina.
Art. 269 do Código Penal. Crime: deixar o médico de notificar que alguém possui uma doença contagiosa.
OBS: existem crimes comissivos por omissão.
É uma ciência valorativa:
Há níveis de proteção de um bem jurídico.
OBS: Crime de vias de fato < crime de lesão corporal < crime de lesão corporal grave < crime de tentativa de homicídio < homicídio.
Avalia a lesão e impõe uma pena proporcional.
É finalista, pois visa proteger os bens mais importantes que o homem possua na vida social.
É sancionador ou sancionatório.
As normas de direito penal servem para reforçar a proteção de bens que já são protegidos por outros ramos do direito. Ex. No direito previdenciário, o empregador retira do empregado um valor que é depositado no INSS como fundo de garantia. Mas muitos empregadores não colocavam o dinheiro no fundo de pensão. Então, o direito penal começou a regular esta questão e decretou que nesses casos o empregador deve pagar com correção e juros.
Para alguns é Constitutivo, autônomo, independente.
Quando cria suas normas, o faz de forma independente; pois pode criar exceções. Além disso, nem todos os bens jurídicos protegidos pelo direito penal já eram protegidos por outra seara.
Para Saffaroni, o direito Penal é predominantemente sancionador eexcepcionalmente constitutivo.
É fragmentário (trata do mínimo ético, ou seja, o mínimo que se exige para uma vida social. Os ilícitos do direito penal serão recrutados dentro dos ilícitos gerais), limitado e subsidiário.
Todo ilícito penal é também um ilícito extrapenal, porém, a recíproca não é verdadeira. O ilícito penal é mais recheado de requisitos. Exige uma vontade, consciência, ou seja, comportamento doloso.
É limitado porque só se preocupa com os bens mais importantes, mas valiosos e, mesmo assim, não consegue proteger esses bens de todas as lesões.
É subsidiário, pois hoje preside o princípio da intervenção mínima. Devido às penalizações rígidas, lesivas, o direito penal deve ser usado só em último caso. Somente quando for provada a ineficácia de outros mecanismos, deve ser utilizado o direito penal.
Relações do Direito Penal:
Direito Penal e Direito Constitucional: Se relaciona com o direito Constitucional pois toda norma infraconstitucional deve obediência à Constituição. Porém, a Constituição também incorpora alguns princípios de direito Penal. Ex: não há crime sem lei prévia que o defina. Ex2: A lei penal não retroagirá, exceto para beneficiar o acusado.
Direito Penal e Direito Processual Penal: 
Direito penal: normas materiais.
Direito processual penal: normas formais.
Como a norma penal não pode ser aplicada administrativamente, é necessário o código processual penal.
OBS: Excepcionalmente, encontram-se normas processuais no direito penal. No direito penal, também encontram-se normas que protegem a regularidade processual, punindo fatos que possam atentar contra o bom andamento do processo.
22/08/2012
Direito Penal e Direito Administrativo: Sabendo que pode haver a transgressão da lei, o Estado criou mecanismos para apurar, investigar o crime, bem como de preveni-lo (polícia) a partir de funcionários públicos, oficiais. As prisões, também, são mantidas administrativamente por pessoas ligadas ao Estado.
Além disso, o código penal preocupa-se em coibir, prevenir e punir fatos que possam atentar contra o bom andamento da administração pública. EX: art. 312 – crime de peculato (funcionário público apropria-se de bem público, como uma caneta, por exemplo).
Direito Penal e Direito Civil: EX: art. 235 – crime de bigamia (dois casamentos) [a definição de casamento será encontrada no Código Civil]. 
Ex2: art 237 – contrair casamento sabendo dos impedimentos (os impedimentos estão no código civil)
#Todo ilícito penal é também extrapenal e, se for também civil, é necessária a reparação do dano#
Direito Penal e Direito Internacional:EX: Se um francês cometer um crime no Brasil, ele tem que ser julgado no Brasil. Se ele voltar para a França, o único jeito de julgar é se ele for extraditado. 
OBS: se eu cometo um crime e depois mais um em 5 anos, considera-se reincidência e aumenta a pena. Se os 2 crimes forem em países diferentes (Um no Brasil e outro na França, por exemplo), também pode caracterizar uma reincidência se for solicitado o envio da primeira sentença, a fim de forjar a reincidência.
Direito Penal e Criminologia:
Direito Penal = normas que impõe algo
Criminologia: ciência que tenta entender a origem do crime, os motivos. Estuda o crime e também, qualquer fato antissocial grave. EX: alcoolismo. É uma ciência multidisciplinar, pois utiliza a sociologia, psicologia, etc.
Direito Penal e Ciências auxiliares: EX: medicina legal.
Exames de DNA, de autópsia, local da lesão.
Direito Penal e Psiquiatria Criminal: A existência de psicopatologias poderá importar na repercussão da responsabilidade ou não pelo crime – imputável ou não.
Direito Penal e Psicologia Criminal: Estuda a razão psicológica que leva o indivíduo a cometer um crime. EX: matou pela herança.
- Matou por emoções fortes devido a uma provocação anterior (a neta chega em casa, desesperada, contando para o avô que foi estuprada; o avô, movido por uma forte emoção devido a uma provocação, mata o estuprador. A pena será menor que o normal).
Direito Penal e Criminalística: Criminalística é o conhecimento de diversas ciências que auxiliam a aplicação do direito penal. EX: física, química, biologia, engenharia, etc.
24/08/12
Doutrinas e escolas penais (não cai na prova)
Correspondeao pensamento político e filosófico a cerca da etiologia do delito e dos fundamentos e objetivos do sistema penal.
Teoria absoluta: para a teoria absoluta se puni o agente apenas porque ele transgrediu a regra. O mal pelo mal
Teoria utilitária ou retributiva: prega fim útil a pena, a pena tem penalidade preventiva. Essa pena poderá de preventiva, servindo de contraestímulo a prática delituosa. Serve para reinserir o individuo na sociedade; prevenção geral.
Teoria mista ou eclética: do entre choque entre as teorias citadas acima, irá surgir a teoria mista que ira tentar unir as duas. Esta por sua vez se compostula de itens absolutos e itens utilitários; a teoria mista ou eclética é adotada pelo nosso atual código penal.
Escola clássica: dois períodos: filosófico e jurídico
CARACTERISTICAS DA ESCOLA CLÁSSICA:
1° o crime não é um ente de fato, não e uma ação humana, é um ente jurídico, é uma infração da lei, quem cria o crime é a lei.
2° a pena se baseia na retribuição jurídica, é um mecanismo de autopreservação da lei; preservar o bem estar social e a paz.
3° A responsabilidade é o livre arbítrio, fazer a escolha do caminho a seguir.
4° o método dedutivo o jurista deve-se preocupar com o estudo metódico da lei.
Escola Positiva: se dizia socialista; criticava a escola clássica pois entendia que o crime estava ligado a existência da sociedade. Ex: um indivíduo sozinho não comete crime.
CARACTERÍSTICAS DA ESCOLA POSITIVA:
1° o crime é um ato do homem, é uma ação humana.
2° a pena é utilitária visa cura, resocializar.
3° a responsabilidade é social, pois o homem vive e m sociedade.
4° o método de estudo é indutivo ou experimentalista.
Criou-se a medida de segurança.
Matéria da prova a partir daqui:
FONTES DO DIREITO PENAL:
FONTE: no vernáculo, significa “lugar onde perenemente nasce água”. No sentido figurado significa origem, princípio. Fonte do Direito Penal significa de onde se origina a norma penal.
FONTE DE PRODUÇÃO (OU SUBSTANCIAL OU MATERIAL): diz respeito ao órgão legislativo incumbido de criar a lei penal.
Art. 22 I – incumbe ao poder legislativo da uniãocriar a norma penal. Mas no parágrafo único do art. 22, a CF/88 abriu-se uma exceção para que o estado membro possa legislar sobre Direito Penal, mas desde que autorizado por lei complementar e para atender questões específicas. EX: Caso o estado do Amazonas queira proteger a vitória-régia, por ser uma planta nativa, poderá estabelecer uma norma penal.
Dentre as espécies normativas previstas na CF/88 (art. 59) qual/quais poderiam vincular matéria penal? 
R/: Lei complementar, constituição, emendas e leis ordinárias (tradicionalmente cria-se norma penal por lei ordinária por esta representar o interesse da maioria). Regra geral, a doutrina não advoga que a norma penal possa ser produzida por lei complementar; por precisar de quórum qualificado, o que não representaria a vontade da maioria. As espécies normativas que podem criar normas penais são a constituição, emendas e leis ordinárias.
FONTE FORMAL: a fonte formal é a maneira pela qual a norma se exterioriza e objetiva (como se apresenta). Em nosso caso, se apresenta como forma escrita. No caso da Common Law, é o direito costumeiro (consuetudinário).
A fonte formal se divide em fonte formal imediata (direta) e fonte formal mediata (indireta).
Fonte formal imediata: lei, criada nos moldes da CF/88.
- NORMA INCRIMINADORA: terá um preceito primário e um preceito secundário (art. 121 – homicídio simples é o nome dado ao crime descrito). Matar alguém é o preceito primário (caput). Esse é o tipo básico ou fundamental (homicídio simples). A pena será opreceito secundário (ou sanção). Descreve de forma pormenorizada um comportamento e acopla uma sanção (pena).
	A PROIBIÇÃO ESTÁ SUBENTENDIDA; OU SEJA, O CÓDIGO PENAL DESCREVE O TIPO DE CRIME (PROIBIÇÃO), SEM USAR LOCUÇÕES COMO “É PROIBIDO” (EX: REDAÇÃO DO ART. 121 DO CÓDIGO PENAL: MATAR ALGUÉM)
- Características da norma penal: 1ª) GENERALIDADE (é geral; se dirige a todas as pessoas, todos devem obediência à lei penal, erga omnes). 2ª) IMPERATIVIDADE (obriga a todos; é imperativa [pois quando transgredida, o autor deve ser punido]) 3ª) EXCLUSIVA (legitimidade, o único ramo do direito que usa a restrição de liberdade como PENA é o direito penal) 4ª) ABSTRATA E IMPESSOAL (impessoal por que se dirige a todas as pessoas e não só a uma pessoa; não é casuística e é abstrata porque normatiza uma conduta; só será concreta quando houver o caso).
	IMPUNIDADE PENAL: SE UM DIPLOMATA ESTRANGEIRO COMETER UM CRIME FORA DE SEU PAÍS; APLICA-SE A LEI PENAL E PROCESSUAL PENAL DE SEU PAÍS.
- Destinatários do Direito Penal: Corrente dos subjetivistas – para eles os menores e os loucos não são destinatários por que eles não têm o mecanismo de decodificação. Eles não conseguem discernir certo de errado. Corrente dos objetivistas – para eles para a ocorrência do crime, primeiro a pessoa deve praticar um fato que encaixe em um dos modelos de norma incriminadora. Loucos e menores têm capacidade de ação (agir para matar, por exemplo). 
A ilicitude é a contrariedade do fato à norma. É uma carga valorativa negativa, quando não houver causa de justificação (quando houver justificação pode ser considerado legítima defesa). 
O terceiro requisito do crime é a culpabilidade, sendo que dentro da culpabilidade temos a imputabilidade. Então, para os objetivistas, todos são destinatários. Porém, no caso dos menores e dos loucos não são aplicadas as penas, mas sim outros tipos de punição; como o tratamento ambulatorial para os loucos e, no caso dos menores, medida de segurança.29/08/2012.
	FATO TÍPICO
 Ação, omissão, comissivo por omissão - CONDUTA – dolosa, culposa, preterdolosa
RESULTADO
NEXO CAUSAL
TIPICIDADE
	+ ILICITUDE
Art. 23 do Código Penal 
Estado de necessidade (art. 24)
Legítima defesa (art. 25)
Exercício regular do direito
Estrito cumprimento do dever legal
Causa supra legal
Consentimento do ofendido (no direito de criação, por exemplo. Não se pode fazer uma cópia de um livro. Isso é crime. Agora, caso o autor do livro, no caso, o ofendido, consinta em fazer a cópia, poderá ser feita. Vale ressaltar que essa autorização vale exclusivamente para o caso em que o autor autorizar, não podendo ser estendida a mais nenhuma pessoa).
	+ CULPABILIDADE
Imputabilidade (capacidade de culpa).
Potencial consciência da ilicitude.
Exigibilidade de conduta diversa.
Causas de exclusão: art. 21, 22, 26, 27 e 28 do Código Penal.
NORMA INCRIMINADORA (OU NORMA PENAL NO SENTIDO ESTRITO): é aquela que seleciona, descreve um comportamento e o proíbe com a previsão de uma sanção penal. EX: art. 121 – matar alguém, pena de 6 a 20 anos.
NORMAS NÃO INCRIMINADORAS OU JUSTIFICADORAS: refere-se às causas de exclusão da ilicitude. Essas causas podem ser causas legais (por que estão previstas no art. 23 do Código Penal – estado de necessidade, legítima defesa, entre outros.) Temos ainda a causa supralegal (não previsto EXPRESSAMENTE na lei, mas é subentendida) que é o consentimento do ofendido. NORMA PERMISSIVA é aquela que, apesar de típica, ela não é ilícita, pois o fato foi feito por causas que excluem a ilicitude.
NORMAS EXCULPANTES (OU DIRIMENTES): se refere às causas de exclusão de culpabilidade. EX: art. 22 CP – coação moral irresistível; art. 26 – doença mental; art. 27 menoridade.
EX:Há alguns anos, um homem, no dia do aniversário da namorada, furtou uma caixa de chocolate e uma lingerie e foi parar na cadeia. Quando chegou, o preso mais velho perguntou qual o crime havia cometido para estar ali e quando respondeu que havia sido furto, o preso mais velho pediu todos seus dados, como nome, filiação, entre outros (o preso mais velho imaginava que logo chegaria a ordem de soltura do preso). Passados dois dias; chegou o alvará de soltura e quando chamado o preso mais novo, quem se apresentou foi o preso mais velho; que saiu do presídio. Quando descoberto a soltura do preso errado, o delegado manda chamar o preso correto. Ele é liberado pelo crime de furto, mas preso por ter colaborado para a fulga de outro preso. O fato cometido é típico, é ilícito; mas foi cometido por coação moral irresistível; que é uma norma exculpante (art. 181 – norma exculpante).
Art. 348 – Favorecimento Pessoal - § 2º - em caso de ascendente, descendente, irmão e cônjuge, não é possível aplicação da pena (norma exculpante).
NORMAS DIRETIVAS: são aquelas que se referem a princípios, estabelecem princípios penais. EX: art. 1º - Princípio da Estrita Legalidade.
NORMAS DE APLICAÇÃO, FINAIS OU COMPLEMENTARES:são as que fixam os limites de validade das leis incriminadoras. EX: art. 2º e art. 5º. Art. 2º estipula a abolição do crime, ou seja, hoje é crime, mas se amanhã surgir uma lei que revogue o crime, não o é mais (art. 240 – adultério; foi abolido pela lei do “chifre livre”).
LEIS OU NORMAS INTERPRETATIVAS:são aquelas que dão o significado daquele termo. EX: para fins do Direito Penal o significado de domicílio, funcionário público (art. 327); norma geral (aplicada em todo território nacional); norma local (aplicada em determinada localidade).
NORMA COMUM E NORMA ESPECIAL: norma comum é aquela aplicada erga omnes. Norma especial é aquela que se aplica a um grupo específico (Código Penal Militar).
NORMAS DE EXTENSÃO OU INTEGRAÇÃO: são aquelas que completam a tipicidade do fato. EX: art. 14, II e art. 29 CP. Tentativa de homicídio = art 121 c/c art. 14, II (o fato que era atípico passa a ser típico; a partir dessa norma integrativa). Em caso de contratar alguém para matar (jagunço): art. 121 c/c art. 29.
31/08/2012
NORMA ORDINÁRIA E NORMA EXCEPCIONAL: norma excepcional/temporária são leis autorrevogáveis; em seu próprio texto já consta o período de vigência (não precisa de outra lei para revogá-la). A lei temporária tem um período certo de vigência (o que acontece na área civil com o horário de verão). Já a lei excepcional vai perdurar enquanto estiverem presentes os motivos que a fizeram ser criada (EX: uma lei que foi criada para reger um período de guerra. Enquanto houver guerra, perdurará). A lei ordinária não tem esse mecanismo de autorrevogação; só é revogada por outra lei.
LEIS COMPLETAS E LEIS INCOMPLETAS: norma completa é aquela que não necessita de complemento; é exequível por si mesma (EX: é o chamado tipo fechado. Art. 121 – matar alguém). Por ser completa, não há dúvidas. Norma incompleta é aquela que depende de conhecimento acessório para entendimento.
Leis incompletas dividem-se em:
NORMA PENAL EM BRANCO: a norma penal em branco é aquela norma incompleta que precisa encontrar complemento em outro dispositivo normativo (lei; resolução; portaria). E esta norma penal em branco divide-se em: norma penal em branco no sentido amplo e no sentido estrito. No sentido amplo haverá a chamada homogeneidade de fontes, no sentido estrito haverá a heterogeneidade de fontes. EX1: art. 237 CP – contrair casamento com conhecimento de impedimento. Os impedimentos são encontrados no código civil; que será o complemento da norma penal em branco (norma no sentido amplo pelo fato de ter sido o poder legislativo da união quem criou ambas as normas. EX2: art. 33 – lei 11.343/06 – crime de tráfico de drogas – o complemento para esta norma é uma portaria da ANVISA que lista as drogas. Esta é uma norma penal em branco no sentido estrito pelo fato de haver heterogeneidade de criação; uma vez que o poder legislativo da união criou a lei penal e a ANVISA (executivo) quem listou as drogas.
TIPOABERTO: é aquela que precisa da complementação; carece de uma análise valorativa a ser feita pelo juiz. Essa análise pode ser legal, técnica, social (Ex: no art. 219 [revogado] estava descrito o rapto violento – raptar mulher honesta, mediante violência ou ameaça, para fins libidinosos. Nesse caso é necessário interpretar o termo “honesta”).
A norma penal em branco tem preceito primário, mas esta depende de um complemento, que será buscada em outros dispositivos normativos.
Parte da doutrina entende que, em normas penais em branco no sentido estrito; haverá uma ofensa ao Princípio da Estrita Legalidade; pelo fato de a norma complementar ter que ser feita pelo mesmo órgão (doutrina minoritária; não levada em conta pela majoritária).
- Art. 304 CP – fazer uso de documentos e papeis falsificados – para que o artigo 304 seja colocado em prática, os artigos 297 – 302 precisam ser usados e, caso fossem extintos, o art. 304 não teria valor; portanto, é uma norma penal em branco no sentido amplo – Parte da doutrina entende que essa não é uma norma penal em branco pelo fato de embora estarem no mesmo código.
01/09/2012 (Aula de Reposição)
No Direito Penal, em razão do Princípio da Estrita Legalidade, o processo de suprir a ausência da lei só poderá ser feito se obedecermos as seguintes regras:
Quanto as normas incriminadoras não é possível suprir a ausência da lei. Caso não esteja previsto o crime; não o será.
É possível superar a lacuna quando se tratar de norma penal não incriminadora e desde que esta aplicação venha beneficiar o agente.
Costume: é norma uma norma de conduta praticada de modo geral, constante e uniforme. Caracteriza-se por sua longa e reiterada prática. 
No Direito Penal o costume pode criar um crime? NÃO, pois quem cria o crime é a lei.
O costume serve para nos permitir devidamente interpretar certos termos constantes da lei – apreciação valorativa contidos/vindos no/do costume.
3 espécies de costume:
- SECUNDUM LEGEM: é o costume interpretativo, utilizado para conhecer, interpretar o significado e conteúdo de um termo.
- CONTRA LEGEM: é aquele que contraria a lei, é aquele que revoga a lei; é aquele que torna inaplicável a lei.
- PRAETER LEGEM: é o costume integrativo. Na lacuna, recorre-se a ele. O costume vem para integrar; suprir a falta da lei.
Diferentemente, a norma processual penal admite uma maior aplicação quanto ao costume. (EX: indumentária de um advogado na audiência, levantar-se para o juiz na audiência [art. 342 CPP]).
Princípios gerais do direito: são valores fundamentais que inspiram a criação e a manutenção de um sistema de normas. Somente em benefício do agente é possível admiti-los.
Equidade (isonomia/tratamento igualitário): grande parte da doutrina não trata a equidade como fonte formal mediata. (EX: o crime de estupro é hediondo, mas se for cometido por um militar vai-se aplicar o Código Penal Militar, onde não é crime hediondo, flagrando-se a desigualdade na aplicação das leis, quebrando a isonomia).
Quando o juiz for interpretar e aplicar a lei penal, deve-se ater à equidade pelo fato de, às vezes, quando da aplicação da norma, causar injustiça; o mesmo se aplica ao legislador, quando da criação da lei.
Correspondência jurídica perfeita da norma com o fato concreto (é legal e moral; justa).
Atos Administrativos: portaria, resolução, instituição normativa. A doutrina considera como fonte formal mediata, pois os atos administrativos servem de complemento à lei penal.
Doutrina: não é fonte da lei penal, mas sim opiniões científicas levados a efeito pelos estudiosos.
Jurisprudência: juízes e tribunais no dia-a-dia vão estudando, compreendendo, interpretando a lei. A função jurisdicional é buscar a paz aplicando de forma isonômica a lei aos casos ocorrentes. Alguns casos são parecidos e, das decisões parecidas, surge a jurisprudência, que é a reiteração de decisões judiciais em um sentido relativamente constantes sobre determinada matéria (súmulas do STF; súmulas em geral).
Súmula vinculante: a súmula normal é apenas uma orientação; podendo o juiz não aplicá-la. No caso da súmula vinculante (vinda do supremo) é diferente, pois assim sendo, tem-se a obrigação por parte dos juízes de cumprir o que está preconizado nela. O supremo cria uma norma. (EX: a lei de execução penal regulamentou o uso da algema. Porém, há alguns anos, um desembargador de 70 anos, aproximadamente, foi detido em uma operação da Polícia Federal e foi algemado e escoltado por vários policiais. Nesse caso ficou evidente a necessidade que os policiais sentiam em humilhar o desembargador. Dessa forma, a partir desse caso, o STF elaborou uma súmula vinculante regulamentando o uso da algema somente para casos em que haja possibilidade evidente de fuga; ou seja, desde que não seja para humilhar).
Analogia: agir, aplicar a norma por semelhança. (EX: foi criada a lei 1 para resolver/regular o fato A; mas ocorreu um fato muito semelhante (não igual) ao fato A, chamado fato B e não há nenhuma norma regulamentando o fato B. Dessa forma, o juiz usa a analogia para resolver o fato B (estende-se para o fato B).
2 espécies de analogia:
Analogia “in bonam partem” (analogia boa): é aquela que bem para beneficiar.
Analogia “in malem partem” (analogia ruim): é aquela que vem para prejudicar (não pode ser aplicada no Direito Penal). 
EX: art. 198 CP: aplica-se ao caso de coação para assinar um contrato de trabalho. Caso a coação seja no sentido de não assinar o contrato, não pode ser aplicado pelo fato de ser uma analogia ruim.
Princípio da Estrita Legalidade (ou Princípio da Reserva Legal ou Princípio dos Delitos e das Penas ou Princípio da Legalidade): o Princípio da Legalidade, no art. 5º CF/88 (ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer algo se não em princípio da lei). A maioria da doutrina no Direito Penal não distingue o princípio da legalidade da estrita legalidade. Poucos autores demonstram essa discussão. Ma legalidade basta o dispositivo normativo, nas bases da CF/88; porém, quando se fala de estrita legalidade refere-se apenas às espécies normativas de Direito Penal. No Direito Penal, quando se refere ao Princípio da Estrita Legalidade refere-se à não haver crime que não tenha lei que o defina.
O Princípio da Estrita Legalidade ou só legalidade é constante do art. 5º da CF/88. Esse princípio é sinônimo de segurança jurídica, visando nos proteger da intromissão arbitrária do Estado.
ORIGEM DO PRINCÍPIO: segundo fonte histórica, teria surgido em 1213 com a Magna Carta do rei João Sem Terra, onde os barões ingleses impuseram esse documento ao rei; objetivando frear as ações do rei. Outros, alegam que o princípio teria sido criado no Direito Ibérico. Posteriormente, o princípio foi esculpido na obra de Beccaria, fixado como ideais das 13 colonias que se uniam.
- O Princípio da Estrita Legalidade tem 2 significados: 1º) Significado Político: é uma garantia constitucional dos direitos do homem, direitos fundamentais. 2º) significado jurídico: o princípio da estrita legalidade visa fixar o conteúdo da norma genérica, ampla, indeterminada, exige-se, portanto, que o tipo seja descrito de forma pormenorizada.
O Princípio da Estrita Legalidade tem 4 pilares:
A lei penal tem que ser escrita;
A lei penal tem que ser prévia e proíbe a retroatividade (a retroatividade só existe para beneficiar, nunca para prejudicar).
A lei penal tem que ser estrita (com essa expressão proíbe-se o uso da analogia. Não posso julgar um caso com base na similaridade com outro; nesse caso é uma analogia “in malem partem”).
A lei penal tem que ser pormenorizada; especificada. É preciso estipular um tipo de comportamento humano. (uma das funções desse tipo é indicar a ilicitude).
Nos tipos abertos a função indiciária é enfraquecida pelo fato de necessitar buscar complemento em outra fonte.
REAÇÕES AO PRINCÍPIO LEGALISTA: em determinado tempo permitia-se a analogia “in malem partem”, retroatividade dalei, batendo de frente com o princípio da legalidade. (EX: na Alemanha, quando o parlamento foi incendiado, não havia dispositivo normativo regulando a aplicação de pena capital para esse tipo de crime, porém, após o acontecido, criou-se o dispositivo para o fato e aplicou-o retroativamente).
EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO LEGALISTA: na Inglaterra, por exemplo, o direito consuetudinário tem primazia sobre o direito escrito, porém, ainda assim eles possuem garantia, de forma que o fato análogo anterior será usado como parâmetro para o posterior.
05/09/2012
Interpretação da Lei Penal.
Quanto ao sujeito: essa interpretação pode ser dividida em autêntica ou legislativa. A própria lei é que se encarregou de interpretar, de dar significado à determinada palavra. EX: art 150 § 4º - s própria lei penal encarregou-se de dar significado à palavra casa ou domicílio. Imaginemos que a lei penal não tivesse o § 4º e não tivesse o significado de casa e, havendo dúvida, ter que criar uma lei para explicar o que é.
Interpretação doutrinária: (feita pelos estudiosos, doutrinadores): quando o legislador for dar seu significado para a palavra a doutrina deverá ser levada em conta
Interpretaçao judicial:feita por juízes e tribunais com aplicação ao caso concreto.
Jurisprudência:é a reiteração de decisões judiciais em um mesmo sentido relativamente constante.
Súmula:é um resumo das decisões e serve como parâmetro para a decisão do juiz. Este não é obrigado a aplicar a súmula (mas se aplicar a súmula, caso haja recurso, sua decisão será mantida pois os órgãos superiores entendem da forma descrita na súmula).
Súmula vinculante:é aquela que se impõe de cima para baixo (proveniente do STF). EX: uso da algema (só pode ser usada para evitar fuga, agressão, ou seja, não pode ser usada para humilhar).
Interpretação quanto ao meio:pode ser dividida entre INTERPRETAÇÃO LITERAL, que se refere ao uso da língua culta, como pontuação, ortografia e INTERPRETAÇÃO LÓGICA, que busca alcançar o espírito da lei. Havendo contradição entre interpretação literal e interpretação lógica deverá prevalecer a lógica, pois a literal pode dizer mais do que queria. (EX: Chaves, quando abordado por Chiquinha pedindo um pedaço do seu pirulito, ele diz sim, mas sinaliza com a cabeça um negativo).
Interpretação quando ao resultado:após o hermeneuta (estudioso) se debruçar no texto, vai-se chegar a uma conclusão. É dividida em:
DECLARATÓRIA: a concepção literal do dispositivo não precisa ser corrigida, ou seja, o que a lei queria dizer ela conseguiu dizer (a expressão literal condiz com o espírito da lei). EX: art. 155 § 4º, IV: crime de furto. Se o furto for cometido por duas ou mais pessoas a pena aumenta (furto qualificado).
Art. 155 § 4º, IV = duas ou mais pessoas (/,2,3,4,5...)
Art 140 – injúria. Pena de 1 a 6 meses.
Art 141 – a pena é aumentada em 1/3 se a injúria for proferida em meio à várias pessoas.
Art 140 c/c art 141, III = várias pessoas (/,/, 3,4,5...)
OBS: duas ou mais pessoas é diferente de várias pessoas. Duas ou mais pessoas é claro; já várias pessoas quer dizer três ou mais. Se verificarmos, não há uso da expressão “3 ou mais pessoas”, por isso usa-se o termo várias pessoas.
EXTENSIVA: acontece quand o texto da lei é imperfeito, diz menos que deveria dizer e é necessário que seja ampliado. EX: art. 159 – extorsão mediante sequestro. No art. 148 sequestro ou cárcere privado. Através de uma interpretação extensiva é possível que “sequestro” no art. 159 seja interpretado também como “cárcere privado).
RESTRITIVA: acontece quando o texto normativo diz mais do que deveria e, assim, é necessário fazer restrições. EX: art. 26 – inimputabilidade por doença mental. Art. 28 – emoção e paixão, passageiro ou duradouro, não isenta de pena. Em caso de o agente ter doença mental atestada por médico e for atestado paixão em um estado patológico, assim sendo, conclui-se que o art. 28 diz mais do que deveria, dessa forma, usa-se o art. 26 para limitar o art. 28 (no art. 28 parece-nos que nunca emoção e paixão serão inimputáveis, quando na verdade é).
Interpretação adaptativa ou evolutiva ou progressiva: Exemplos: art. 11; art. 7, I, B. São casos em que a lei não acompanha a realidade brasileira, durante a interpretação se edequa a regra a realidade.
Interpretação analógica ou interpretação intralegem: art 121 § 2º, III – veneno, fogo, tortura, explosivo e asfixia ou outro meio cruel ou que possa resultar perigo comum. A lei permite que haja reciocínio para além das cinco formas descritas, desde que se encaixem no descrito. EX: vidro moído na sopa não é nenhuma das cinco formas descritas, mas é outro meio cruel e sidioso.
12/09/2012
Diferença entre interpretação analógica, interpretação extensiva e analogia: a interpretação intralegem (ou analógica) é uma espécie de interpretação extensiva. Na interpretação extensiva há uma expressão lexicológica inadequada, mas presenta a vontade. Há uma erronia. Bigamia – dá-nos a impressão de que está proibido apenas o segundo casamento, quando proibe-se também todos os outros subsequentes. Na interpretação analógica não há erronia; mas sim a lei que permite uma interpretação ampliada, permitiu o julgar por semelhança. Na analogia (ou integração analógica) não existe lei e se não exite lei, não existe vontade, é o julgador que, na necessidade de resolver o conflito, arrasta uma lei que regula um fato parecido para resolver aquele.
PRINCÍPIOS DELIMITADORES DO PODER PUNITIVO ESTATAL: o Estado tem legitimidade para punir, mas essa ação tem de ser regrada, limitada (princípio delimitador):
1º) Princípio da Estrita Legalidade
2º) Princípio da Taxatividade (ou Princípio da Determinação): o legislador, quando for criar o crime, deve utilizar-se de uma fórmula sintética, deve especificar pormenorizadamente (para distinguir; para reconhecer o que é lícito e o que é ilícito). Descrever pormenorizadamente para dar-nos mais segurança.
3º) Princípio da Intervenção Mínima:
4º) Princípio da Fragmentariedade e Subsidiariedade
5º) Princípio da Humanidade: apesar de ser um criminoso, ele é também um ser humano. Dessa forma, algumas penas não podem ser aplicadas. Art. 5º CP. EX: não podem ser aplicadas as seguintes penas; baseado no princípio da humanidade: pena de morte, prisão perpétua, trabalhos forçados (quebrar pedras), e qualquer outro tipo de pena cruel.
6º) Princípio da Adequação Social: esse princípio advém de uma ação socialmente adequada (aquele que a sociedade tolera, suporta). Demonstrada a adequação social o fato não será típico. EX: trote MODERADO a calouros.
7º) Princípio da Insignificância: Art. 153 – furto. No furto amoldam-se perfeitamente tanto a subtração de R$ 10.000,00 como R$ 0,50, mas não justifica aplicar a mesma pena para ambos. O Supremo tem aceitado a insignificância quando o caso concreto preenche as seguintes características: 1) Mínima ofensividade da conduta 2) Ausência de periculosidade social da ação 3) Reduzido grau de reprovabilidade 4) Infração bagatelar
- Tecnicamente falando, a conduta é formalmente típica, mas não materialmente típica. Dado a inexpressividade da ação, o fato é materialmente atípico.
- Entende-se por infração bagatelar aquela até 10% do salário mínimo – R$ 62,00
EX: No TJ-PR, um desembargador deparou-se com um caso de furto de cinco melancias. Em primeira instância o reu havia sido absolvido com respaldo no princípio da insignificância e o MP recorreu. O desembargador achou um absurdo por ter sido uma infração bagatelar.
- Em caso de reincidência, não caracteriza insignificância.
- O princípio da insignificância não exclui a ilicitude ou a culpabilidade, mas exclui sim, a tipicidade.
8º) Princípio da Culpabilidade ou da Imputação Pessoal: A culpabilidade é um dos requisitos genéricos do crime. Culpabilidade é a censura, é a reprovação. Quanto mais censurável o crime maior a pena; quanto menos, menor a pena. Culpabilidade é o fundamento e a medida da pena.
9º) Princípio da Responsabilidade Subjetiva:para que exista crime é necessário que o agente tenha agido com dolo ou culpa. EX: dirigindo meu carro, um louco pula na frente do carro. Não agi com dolo nem culpa. Se não analisássemos a culpa e o dolo, ou seja, fazendo apenas uma análise do resultado, eu seria punido com base na responsabilidade objetiva; mas como analisa-se o dolo e a culpa, não responderei penalmente.
10º) Princípio da Proporcionalidade: entre homicídio doloso e homicídio culposo é mais censurável o doloso pelo fato de o agente ter tido a intenção; dessa forma, a pena será maior. A pena é proporcional ao fato cometido.
11º) Princípio da Lesividade: para ser crime é preciso que o comportamento tenha a capacidade de expor a perigo aquele bem jurídico. 
Há um núcleo que não é atingido pelo direito penal:
Mera cogitação não pode ser punida (se for só um pensamento não é punível; é necessário a ação para que se puna). 2) Auto-lesão não é crime (a autolesão só será punida quando gerar lesão a terceiros – EX: Carla Perez tem seguro do seu bum bum. Para receber o dinheiro do seguro, lesiona seu bum bum. Pediu o seguro. Causou lesão a terceiros. Essa auto-lesão é punível).
12º) Princípio da Individualização da Pena: a pena criminal, com sua evolução, mostrou que precisa ser paulatinamente dosada. O legislador fixa penas e os regimes da pena. Esse sistema progressivo dá esperanças ao indivíduo de ganhar liberdade novamente. Precípio analisado em 3 estágios: 1) legislativo – penas e regimes 2) judiciário: estipula a pena e define o regime em que será cumprido 3) executiva: através do bom comportamento carcerário há a progressão da pena.
13º) Princípio da Confiança: surgiu para regular movimentos culposos. Mas, posteriormente, esse princípio acabou sendo aplicado também o âmbito da atuação conjunta de indivíduos.
MATÉRIA DA SEGUNDA PROVA:
Eficácia da Lei Penal no tempo (Direito Intertemporal): a lei não é algo acabado, preciso. Está sempre mudando para não se tornar obsoleta. No tempo, uma lei vai sucedendo a outra e gera conflito entre a lei anterior e a posterior. Pode a lei silenciar quanto a data de entrada em vigor. Caso silencie o prazo para entrada em vigor é de 45 dias. Mas pode a lei fixar prazo ou ainda não fixar e dizer que a lei entra em vigor a partir de sua publicação. Esse período é chamado vacatio legis.
Revogação é a perda de vigência da lei em razão de elaboração de lei posterior. Esta revogação pode ser total ou parcial. Quando a revogação é total fala-se em ab-rogação e quando a revogação é parcial fala-se em derrogação. A revogação também pode ser tácita, ou seja, com a entrada em vigor da lei posterior a lei anterior é revogada ainda que não dito expressamente. Caso tenha conflito entre a lei anterior e a posterior aplicar-se-á a lei posterior (revogação tácita).
Com a sucessão de leis no tempo, serão provocados alguns conflitos. São eles (hipóteses de conflitos):
ABOLITIO CRIMINIS: Segundo entendimento da lei A era crime. A lei A foi revogada pela lei B; que não incriminou o fato. Aboliu-se o crime. Todos os efeitos penais serão retirados. Não pode ser usado para forjar retroatividade. Somente os efeitos penais que serão retirados. Os efeitos civis, por exemplo, no caso do adultério, serão mantidos. 
NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA: Nova lei que incrimina. Não era crime na lei A; mas a lei B torna-o crime. EX: Dirigir veículo automotor embriagado não era crime; mas com o novo código de trânsito, passa a ser crime.
NOVATIO LEGIS IN PEJUS: Nova lei mais severa. A lei A determina para um crime uma pena de reclusão de 1-2 anos. A lei B surge e para esse mesmo crime define como pena reclusão de 2-4 anos.
NOVATIO LEGIS INMELLIUS: Nova lei mais benéfica. A lei A prevê uma pena de reclusão de 2-4 anos para determinado crime. A lei B surge para o mesmo crime prevê pena de 1-2 anos.
Para corrigir esses conflitos vou me valer dos seguintes princípios:
TEMPUS REJIT ACTUM: o fato será regido pela lei que estiver em vigor quando da sua prática.
PROIBIÇÃO DA RETROATIVIDADE DA LEI SEVERA: se a lei penal anterior for mais severa ela não poderá ser retroativa.
RETROATIVIDADE BENÉFICA: caso a lei penal posterior for mais benéfica, deverá retroagir.
Extratividade da lei penal: a lei penal é retroativa e ultrativa para beneficiar o agente.
Legalidade substancial: aplicar sempre a lei mais nova. Pode criar injustiça pois a lei mais nova pode trazer uma pena maior que a anterior, prejudicando o agente – NÃO SE APLICA. Dessa forma, convencionou-se a usar a legalidade formal.
Legalidade formal: aplicação da lei que estava em vigor quando do ato, salvo em caso de a lei posterior ser mais benéfica.
APURAÇÃO DA BENIGNIDADE:
A lei A prevê para um crime uma pena de 1-4 anos de reclusão. A lei B chega e prevê uma pena de 2-3 anos de reclusão.
 - Não podemos dizer que uma lei é mais benéfica que a outra in abstrato; o que se deve é analisar o caso concreto.
LEI INTERMEDIÁRIA:
A lei A prevê 2 anos de pena. A lei B passa a prever 1 ano de pena. A lei C prevê 3 anos. O fato é praticado na vigência da lei A e será julgado na vigência da lei C.
- Nesse caso aplicará a lei B, pois é mais benéfica. A lei B é intermediária.
21/09/2012
Direito Intertemporal e Norma Penal em Branco: em razão da mudança das leis um fato pode ser crime em um dia, no outro não e a norma penal em branco precisará mudar seus complementos. EX: Um sujeito é preso por falsificação de cruzeiro e no dia seguinte muda o nome da moeda para cruzado. O agente alega que não poderia ser punido pelo fato da mudança de nome da moeda. Nesse caso não há de se aplicar a retroatividade benéfica pelo fato de ter mudado um dado secundário; o que é irrelevante para o crime. EX2: Um sujeito é pego portando uma porção de cocaína e é preso. No dia seguinte a ANVISA modifica sua portaria e retira de seu rol de drogas a cocaína. Neste caso há de se aplicar a retroatividade benéfica pois modificou um dado importante para a identificação do crime. O agente deverá ser absolvido.
(Para todos os casos): Direito intertemporal e norma penal em branco comporta solução única unitária? Não. Mas posso fixar um roteiro:
Se a alteração for apenas um dado secundário não se acolhe a retroatividade benéfica.
Se a modificação do complemento alterar a figura típica, aí é de se acolher a retroatividade benéfica.
Analisar a natureza jurídica da norma. Analisa a natureza jurídica do complemento. Se o complemento for excepcional/temporário será ultrativo, sendo assim, aplica-se o art. 3º CP (caso entenda que o art 3º CP é inconstitucional deverá aplicar o passo 2).
DO TEMPO E DO CRIME (ART 4º CP)
1ª Teoria da atividade: o tempo do crime deve ser fixado no momento da ação ou omissão.
2ª Teoria do resultado: o tempo do crime é o momento em que ocorrer a modificação do mundo exterior provocado pela ação (é quando ocorrer o resultado)
3ª Teoria Mista ou da Ubicuidade (duas coisas ao mesmo tempo): o tempo do crime é o momento em que ocorre a ação e o resultado. O CP adotou a teoria da atividade pelo fato de as outras darem margem para discussão (EX: mulher realiza aborto em período que não é crime, o resultado concretiza em período que é crime. De acordo com a Teoria da Atividade não é crime; mas de acordo com as outras duas seria crime.)
ESPÉCIES DE CRIME:
Instantâneo: é o crime que ocorre em um determinado momento no tempo. EX: furto.
Instantâneo de Efeito Permanente: o crime ocorre em um momento no tempo mas as conseqüências perduram para sempre. EX: homicídio.
Permanente: é aquele crime cuja conduta ilícita do agente potrai a ilicitude no tempo. A conduta do agente é contínua no tempo. EX: seqüestro. Aplica-se a lei que está em vigor da cessação da atitude.
Continuado: é quando o sujeito pratica mais de uma ação ou omissão. Pratica dois ou mais crimes da mesma espécie . Os crimes posteriores são continuação do primeiro (homogeneidade objetiva).
Competência da Lei Penal Benéfica: Quemé competente para aplicar a lei penal benéfica? Se o processo está na mão do juiz incumbe a ele aplicar a lei penal benéfica. Se o juiz de 1 primeiro grau sentenciou e o processo está no tribunal em grau de recurso incumbe ao tribunal aplicar a lei penal benéfica. Se já ocorreu o trânsito em julgado quem deverá aplicar a lei penal benéfica é o juiz da execução.
28/09/2012
Eficácia espacial da Lei Penal: 
Para solucionar esses problemas usamos os princípios:
1º) Princípio da Territorialidade: todas as pessoas que se encontram dentro do seu território estão adstritas a sua lei. Não interessa a nacionalidade do sujeito ativo. Esse princípio, frente aos outros é preferível por que tem três aspectos favoráveis:
Aspecto penal: onde foi quebrada a paz, lá é que tem que se punir o autor do delito.
Aspecto processual penal: onde é mais fácil colher provas, ouvir testemunhas, realizar perícias? No local onde se realizou a trama delituosa.
Questão que envolve direito internacional: o princípio da territorialidade entra em choque com as soberanias. Evita que um país entre na jurisdição do outro. 
Porém, só esse princípio não é satisfatório, dessa forma, o princípio da territorialidade é adotado e acolhe-se também outros princípios. Assim sendo, adotamos, portanto, o Princípio da Territorialidade Temperada (ou relativa).
2º) Princípio da Personalidade ou Nacionalidade: o que interessa é apurar a nacionalidade do agente. Nessa ordem de roteiros o nacional no estrangeiro além de ter que obedecer a lei local ainda é perseguido pela lei penal brasileira. 
Adotou-se esse princípio pois, regra geral, as constituições não permitem a extradição de nacionais (no caso, brasileiro nato). EX: Antônio, brasileiro, vão à França, comete um crime e foge para o Brasil. A França pede extradição de Antônio; mas o Brasil não pode extraditar. Nesse caso, o Brasil se compromete a julgar e, se apurada a ilicitude, punir.
Esse princípio é para que não haja impunidade como no caso acima. Para evitar que o Brasil não fique conhecido como abrigo de criminosos.
3º Princípio da Proteção ou Princípio da Defesa ou Princípio Real: este princípio leva em consideração a qualidade do bem interesse protegido. Pode acontecer de bens jurídicos de interesses da nação serem ofendidos no estrangeiro. EX: falsificação de moeda brasileira no estrangeiro.
4º) Princípio da Justiça Penal Universal ou Princípio da Universalidade da Justiça ou Justiça Cosmopolita: o que é crime aqui pode não ser crime lá fora. Esse princípio é mais ideal; mas de difícil aplicação. Em tese todos os países deveriam reprimir todo tipo de crime, mas para realizá-lo seria um tormento. Dessa forma, esse princípio foi limitado aos chamados delitos internacionais (aquele que ofende a comunidade internacional como um todo) – tráfico de drogas, tráfico de mulheres, tráfico de bebês, tráfico de órgãos, publicações obscenas, terrorismo.
5º) Princípio da Representação: concede legitimidade ao Brasil para punir o crime cometido em embarcações e aeronaves privadas e o crime tenha ocorrido em território estrangeiro.
6º) Princípio do Pavilhão ou Bandeira: é quando um crime for cometido dentro de uma embarcação ou aeronave civil ou mercante aplica-se a lei penal brasileira. Se estiver em território brasileiro ou de ninguém; se estiver em território estrangeiro aplica-se a lei estrangeira.
7º) Princípio do Domicílio: se preocupa não com a nacionalidade do agente, mas se preocupa em demarcar onde o agente tem seu domicílio.
TERRITÓRIO PARA FINS DE APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE: o território compreende toda parte de terra delimitado pelas fronteiras. Pode ser que a delimitação da fronteira seja um rio. O território brasileiro se estende da linha de baixa mar até 12 milhas marítimas adentro do oceano.
LUGAR DO CRIME (ART 6º CP)
ITER CRIMINIS:
Cogitação
Preparação
Execução 
Consumação
Exaurimento
1º Teoria do Lugar do Crime (Teoria da Atividade): diz que o lugar é onde ocorreu a ação ou omissão.
2º) Teoria do Resultado: o lugar do crime é onde aflorar o efeito.
3º) Teoria da Intenção: é o lugar onde o sujeito ativo intencionava que o resultado ocorresse.
4º) Teoria Unitária, Mista ou da Ubicuidade: essa teoria se subdivide em Ubicuidade pura e limitada.
UBICUIDADE LIMITADA: o lugar do crime é tanto o lugar onde se praticou a conduta quanto o lugar onde ocorreu o resultado.
UBICUIDADE PURA: para essa teoria o lugar do crime será o lugar da prática da conduta, o lugar do efeito intermediário e o lugar onde ocorrer o resultado.
No Brasil, adotamos a Ubicuidade Pura, assim, para que o Brasil seja competente basta que a conduta ou parte da conduta; que o resultado ou parte do resultado aconteça em território nacional.
A Teoria da Ubicuidade evita o chamado conflito negativo de jurisdição.
ITER CRIMINIS (CAMINHO DO CRIME): acontecerá apenas nos crimes dolosos; não há iter criminis nos crimes culposos.
Iter criminis é dividido em fases:
1ª) Cogitação: é quando nasce na cabeça da pessoa a intenção delituosa. Cogitação não é fase punível.
2º) Preparação: a pessoa busca apetrechos para dar vazão ao que havia cogitado. Em regra essa fase não é punível.
3º) Execução: de posse do apetrecho a realização do fato é iniciada. Entrega do copo com veneno para a vítima.
4º) Consumação: realização integral dos elementos do tipo. No homicídio, por exemplo, a morte.
5º) Exaurimento: para parte da doutrina não é parte do iter criminis. O exaurimento é aquilo que advier do crime. EX: No crime de extorsão (constranger mediante violência ou grave ameaça...) o crime se consuma com o constrangimento. Se receber o dinheiro indevido é exaurimento.
Relação de lugar do crime com iter criminis: o lugar do crime abrange apenas as fases da execução e da consumação. 
05/10/2012
Extraterritorialidade: divide-se em Extraterritorialidade Incondicionada e a Extraterritorialidade Condicionada.
Extraterritorialidade Incondicionada (art 7º CF): ficam sujeitos a lei brasileira embora cometidos em território estrangeiro. (se a Dilma sofrer um atentado fora do território brasileiro, o Brasil deverá punir – exemplo alínea “a”/ falsificação de moeda – exemplo alínea “b”/ peculato, corrupção passiva – exemplo alínea “c”/ genocídio – exemplo alínea “d”/ TODOS SÃO EXEMPLOS DE EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA). 
Também será caso de Extraterritorialidade Incondicionada o art 2º da lei 9455/96 (lei de tortura) – tortura praticada em território brasileiro, a vítima sendo brasileira ou agente estando em jurisdição brasileira – Princípio da Defesa.
Art. 7º, I, ‘a’ – O princípio adotado na alínea é o Princípio da Defesa.
Art. 7º, I, ‘b’ – Princípio da Defesa
Art. 7º, I, ‘c’ – Princípio da Defesa
Art. 7º, I, ‘d’ – Princípio da Defesa ou Princípio do Domicílio ou Princípio da Justiça Penal Universal (genocídio é um crime universal).
Art. 7º, II – EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA
‘a’ – Princípio da Justiça Penal Universal
‘b’ – Princípio da Nacionalidade
‘c’ – Princípio da Representação
 § 3º - Crime praticado por estrangeiro contra brasileiro – Princípio da Defesa.
Quais são as condições para que haja a possibilidade de aplicação da lei penal brasileira (§ 2º)? (Extraterritorialidade Condicionada)
Entrar o agente em território nacional
Ser o fato punível onde o fato aconteceu
Crimes que permitem extradição
Não ter sido absolvido
Não estar o fato alcançado pela prescrição ou exclusão da punibilidade pela lei mais benéfica.
Para evitar dupla punição (bis in idem) criou-se o artigo 8º:
1ª regra do 8º - REGRA DA DIVERSIDADE QUANTITATIVA: Exemplo: 10 anos de reclusão na França. 12 anos de reclusão no Brasil. Se já cumpriu 10 anos na França, terá que cumprir 2 anos no Brasil (quantidade).
2ª regra do 8º - REGRA DA DIVERSIDADE QUALITATIVA: Exemplo: 1 ano de RECLUSÃO lá fora; no Brasil DETENÇÃO de 1 ano. No Brasil, reclusão é mais grave que detenção.Não há regra, ficará adstrito à decisão do juiz (qualidade).
EXTRADIÇÃO: é um meio que o Estado possui para trazer ao seu território alguém que ele queira processar, aplicar como pena criminal ou aplicar uma prisão cautelar.
EXTRADIÇÃO ATIVA: Itália pediu a extradição ativa de Chessare Batistti, o Brasil julgou a extradição PASSIVA. Quem pede, EXTRADIÇÃO ATIVA. Quem julga, EXTRADIÇÃO PASSIVA.
Na extradição existe 2 fases:
1ª) FASE JURISDICIONAL: o supremo que irá analisar a legalidade da medida. Se o supremo disser que não pode ser extraditado, acabou. Se puder, a decisão passa para a presidência.
2ª) FASE POLÍTICA: à cargo da Presidência da República.
NÃO PODEM SER EXTRADITADOS: 
Brasileiro nato
Brasileiro naturalizado (em princípio), salvo por qualquer tipo de crime anterior à naturalização ou mesmo após a naturalização se for crime de tráfico de drogas.
 PODEM SER EXTRADITADOS:
Naturais estrangeiros
Naturalizados nas exceções acima citadas.
Alguns crimes não permitem extradição:
- Crimes políticos
- Crimes de opinião.
Crime político – IMPURO: junto a ele vem ações como atentados, seqüestros...
PURO: só o crime político.
EFICÁCIA DA SENTENÇA PENAL ESTRANGEIRA (LIVRO FLÁVIO AUGUSTO MONTEIRO DE BARROS).
10/10/2012
EFICÁCIA DA LEI PENAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS: 
Em princípio, a lei penal se aplica a todos, erga omnes, mas em alguns casos, há exceções. 
IMUNIDADE DIPLOMÁTICA: em razão da relevância da atividade diplomática terá a imunidade diplomática. Essa imunidade é tratada em tratados internacionais, sempre na base da reciprocidade. Essa imunidade não pode ser confundida como autorização para delinqüir nem como um aval para impunidade. O embaixador não responderá pela lei penal do país acreditado, mas sim no país acreditante (país de origem). EX: Em Brasília, diplomata iraniano nadando fazia movimentação com os braços e aproveitava para passar a mão em jovens. Chegando à delegacia foi comprovado que era diplomata, foi liberado, mas será aplicada a lei do país de origem. 
A imunidade deveria cobrir somente os delitos cometidos em razão do ofício, mas os tratados tratam esse caso de forma ampla, não distingue os delitos.
A imunidade é concedida para o bom desempenho da função diplomática. A imunidade é concedida ao diplomata, não à pessoa. O diplomata não pode renunciar às imunidades, mas o Estado acreditante sim, poderá. O país de origem pode retirar a imunidade dos diplomatas.
Quando se fala em diplomata não é só o diplomata, mas sim os seus familiares (todos aqueles que convivem com ele). Também o corpo técnico e administrativo da embaixada possuem imunidade. Os funcionários particulares (babá, cozinheira) não possuem imunidade. Presidente da República, Presidente da ONU, Ministro das Relações Exteriores também possuem imunidade.
O Cônsul pratica funções administrativas e, por isso, não possui inicialmente imunidade. O Cônsul poderá possuir imunidade caso haja acordo entre os dois Estados.
IMUNIDADE PARLAMENTAR: se divide em 2 espécies: absoluta e relativa.
ABSOLUTA: é aquela que cobre o parlamentar dizendo que é irresponsável penalmente através de suas palavras, atos e votos, manifestações. Por parlamentar, entenda-se: deputados federais, senadores, deputado estadual e vereadores.
Quanto à natureza jurídica deste instituto, entendeu-se que essa imunidade é uma causa de atipicidade (o que for proferido pelo parlamentar é atípico, portanto, não responde pelo fato). 
É preciso que, em uma interpretação estrita, que a palavra proferida pelo parlamentar guarde relação com sua atividade parlamentar.
RELATIVA: não se estende ao vereador.
Possuem foro privilegiado (foro por prerrogativa de função). O deputado estadual, quando pratica um crime responde perante o TJ. O senador e o deputado federal respondem perante o STF.
Desobrigação de servir como testemunha: visando não queimar a fonte das informações o art. 53 CF/88 parágrafo 6º estipula que os deputados e senadores não são obrigados a servir de testemunhas sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício parlamentar.
Prisão: CF/88 art 53 parágrafo 2º - com base no parágrafo 2º a relação entre parlamentares e prisão é a seguinte: parlamentares não podem ser presos, salvo em caso de flagrante de crime inafiançável. 
Art. 302 CPP- FLAGRANTE
ART 323 CPP – CRIMES INAFIANÇÁVEIS – preconceito racial, tortura, terrorismo, crimes hediondos, tráfico de drogas...
ART 86 PARÁGRAFO 3º CF/88 – para o presidente da república, nos crimes comuns, poderá ser preso em sentença condenatória transitada em julgado e flagrante de crime inafiançável.
Disposições finais do título 1 da parte geral do CP.
Art. 10 – prazo é um espaço de tempo delimitado por 2 termos: termo inicial e termo final. Termo é um instante no tempo fixo.
Prazo penal tem 2 regras:
O dia inicial é computado (dia da prisão). No prazo processual penal o dia do início não é computado.
No prazo penal o término do prazo não prorroga. Ao contrário, no prazo processual penal se terminar no sábado, domingo, feriado, prorroga para o dia útil mais próximo.
O prazo é computado pelo calendário comum ou gregoriano.
Art. 11 – frações não computáveis à pena: exclui as frações de dia (horas) e as frações de moeda (centavos)
17/10/2012
Teoria do Crime: estuda o crime do ponto de vista jurídico como fato punível para encontrar nele suas características gerais (estudo analítico do crime) e suas formas especiais (crime omissivo e crime culposo).
Ilícito Penal (ou infração penal): tem duas espécies: 1) crime e 2) contravenção penal.
CRIME (OU DELITO): o art. 1º do Decreto Lei 3914/41; diz que crime é: 
- reclusão 
- detenção
- reclusão e multa (cumulativamente)
- reclusão ou multa (alternativamente)
- detenção e multa
- detenção ou multa
CONTRAVENÇÃO é:
- prisão simples
- multa
- prisão simples e multa
- prisão simples ou multa
Nosso sistema é dicotômico e por isso não distingue crime de delito.
Ilícito Penal e Ilícito Extrapenal: o ilícito penal merece ser repreendido com maior força, com maior energia e por isso são punidos com penas privativas de liberdade. O ilícito extrapenal é aquele que, para coibi-lo, bastará penas como o reparo ao dano, restituição de coisas, anulação de atos.
Conceito de Crime:
Conceito Formal: do ponto de vista formal crime é a infração da lei penal. Do ponto de vista da técnica legislativa (formal) crime é um fato que infringe a lei penal. 
- Esse conceito é correto, mas incompleto pelo fato de não nos informar o por que de este fato estar listado na lei como crime.
Conceito Material: crime é a infração ou comportamento humano ou expõe a perigo um bem penalmente protegido.
Conceito Analítico: para a existência do crime exigirá: fato típico + ilicitude. A culpabilidade é mero pressuposto de aplicação da pena.
19/10/2012
Ilicitude é uma carga valorativa negativa que recai sobre o fato, tendo-o como contrário à ordem jurídica.
Um fato será lícito quando agir acobertado por algo que exclua a ilicitude, mas a tipicidade permanecerá.
A culpabilidade é composta de 3 requisitos:
1º) Imputabilidade: maiores de 18 anos e sendo maior de 18, mentalmente são. Não terá capacidade de culpa o menor de 18 ou aquele que tenha uma psicopatologia (Ex: Ex-aluno do Isabela Hendrix que entrou na faculdade com uma faca e matou um professor. No exame conclui-se que ele era inimputável.)
2º) Potencial Consciência da Ilicitude: no art. 21 do CP vamos encontrar a seguinte estrutura: ninguém pode alegar desconhecimento da lei para tentar fugir aos seus percalços. Sendo assim, o CP atenua essa regra pois no art. 65 encontramos um atenuante para a regra relativa ao desconhecimento da norma. A atenuante se refere à leis antigas, às complementações da lei penal em branco. O potencial conhecimento refere-se às proibições conhecidas no decurso da vida.
- Erro deproibição: é o erro que recai sobre a ilicitude de um fato tipo pelo autor como típico. (EX: Antigamente dividia-se Alemanha Oriental e Ocidental. Na Alemanha Oriental era permitido o aborto. Na Alemanha Ocidental não. Uma menina, nascida e criada na Alemanha Oriental muda para a Alemanha Ocidental e engravida contra sua vontade e realiza o aborto. Neste caso justifica a alegação da garota em não conhecer a norma. Dessa forma, há de se analisar as condições em que vivia essa pessoa). O erro de proibição recai sobre a ilicitude.
3º) Exigibilidade de conduta diversa: é o poder agir de outro modo. O sujeito, naquela situação, poderia ter agido de outra forma adequando seu ato à norma.
Ocorrerá um caso adverso, uma causa de exclusão de culpabilidade, baseado na inexigibilidade de conduta diversa, por não haver outra forma de agir.
- Outros tipos legais são encontrados na parte especial do Código Penal.
O fato típico é composto por alguns requisitos:
RESULTADO: físico ou jurídico
NEXO CAUSAL: ligação que existe entre a ação e o resultado.
CONDUTA: omissão ou comissão.
TIPICIDADE: processo de adequação do fato da vida real ao modelo legal. Tipicidade formal e material. (EX: infração bagatelar é formalmente típico, mas não materialmente).
REQUISITOS ESPECÍFICOS DA INFRAÇÃO PENAL:
Elementares: art. 123 é um tipo legal; uma estrutura normativa.
As elementares são os requisitos específicos da infração penal. As elementares interferem na qualidade do crime.
Excluir uma elementar produzirá:
Atipicidade absoluta ou
Atipicidade relativa
EX: Se retirar do art. 123: ‘sob estado puerperal’ acontecerá uma atipicidade relativa, pois não terá amoldagem no art. 123, mas sim no 121.
EX2: No art 330 existe o crime de desobediência à ordem legal de funcionário público. Retirando-se a condição de funcionário público o fato torna-se atípico. Atipicidade absoluta.
- A elementar interfere na qualidade do crime porque é um requisito específico e a retirada dela produz uma atipicidade absoluta ou relativa.
- Onde encontrarei as elementares? Em regra será encontrada no caput, no preceito primário.
Circunstâncias: são determinados dados que agregados à figura típica fundamental tem por função aumentar ou diminuir a pena. Então, a circunstância corresponde a um penduricalho, um acessório que é agregado ao principal e que tem por função aumentar ou diminuir a pena.
- A retirada da circunstância deixa íntegro o crime.
Art. 155 – furto – reclusão de 1 – 4 anos. Se cometido durante repouso noturno a pena será acrescida de 1/3.
24/10/2012
ESPÉCIES DE CIRCUNSTÂNCIA:
QUALIFICADORA: art. 121 – Matar alguém – par. 2º, II motivo torpe – quando estivermos diante de uma circunstância que aumenta as bases da pena será chamada qualificadora. A qualificadora aumenta as margens abstratas da pena. Art. 155 – reclusão de 1 – 4 anos. Par. 4º, II se o furto dor cometido através da destreza (habilidade incomum) a pena que é de 1 – 4 passará a ser de 2 – 8.
CAUSA ESPECIAL DE AUMENTO DE PENA (MAJORANTE): a majorante é uma circunstância que agrega ao principal e que aumenta a pena em uma quantidade fixa (1/2) ou variável (1/6 a 1/3)
CAUSA ESPECIAL DE DIMINUIÇÃO DE PENA (MINORANTE): art 157, par. 3º - lesão corporal grave (qualificadora). Art. 157, par 2º - roube com uso de arma (majorante). Art. 155, par. 1º furto cometido durante repouso noturno (majorante). Art. 121, par. 1º - homicídio praticado por forte emoção (minorante).
CAUSA GERAL DE AUMENTO DE PENA E 
CAUSA GERAL DE DIMINUIÇÃO DE PENA – causa geral está na parte geral e se aplica a todos os crimes. EX: art. 14, par. Único: no caso da tentativa a pena será a pena a pena do crime consumado diminuída de 1/3 a 2/3 (isto é uma causa geral de diminuição de pena). EX: art 16 arrependimento posterior – causa geral de diminuição de pena. EX: art. 29, par. 1º causa geral de diminuição de pena. EX: art. 29, par. 2º - causa geral de aumento de pena.
AGRAVANTES (ARTS. 61 E 62 CP)
ATENUANTES (ARTS. 65 E 66 CP)
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS (SÃO AS CONSTANTES DO ART. 59)
Do Sujeito Ativo.
Conceito de sujeito ativo: é aquele que direta ou indiretamente realiza a figura típica. 
Autor é quem executa a conduta típica, é quem realiza o verbo típico.
Execução singular da conduta: EU pego um porrete e bato em alguém.
Co-autor: co-autoria é a execução plural da conduta. Eu e o Rodolfo cada um com um porrete, batemos em uma pessoa. Para ser co-autor não precisa realizar o mesmo ato. Eu entro na agência, por exemplo, o Rodolfo fica na porta e o Rodrigo rende o vigia. Nós somos co-autores. 
Partícipe e autor mediato: a figura do partícipe é aquele que, de qualquer modo concorre para o crime, crime este levado a efeito por outrem. Então, a conduta do partícipe é acessória, depende do principal. O partícipe contribui mas não executa. Essa contribuição pode ser pelo induzimento, instigação ou auxílio. Induzir quer dizer criar, fazer nascer. Instigar é reforçar, o fogo já está aceso. Auxílio é a contribuição material. EX: Rodolfo e Rodrigo estão segurando Luiza e ameaçando jogá-la do quarto andar. Júlia manda jogar. Júlia está instigando, não executando.
Autoria mediata: autor mediato é aquele que se serve de um terceiro que realiza o crime para ele, no todo ou em parte, mas esse está acobertado por uma causa de exclusão de culpabilidade. EX: mando um louca matar Vágner, ou ainda um menor.
- Também é possível vislumbrar a autoria mediata em erro determinado por terceiro. EX: mulher enferma. O marido paga o médico para dar um remédio para a mulher, ministrado pela enfermeira. A enfermeira é autor imediato impunível, o médico autor mediato e o marido partícipe.
26/10/2012
- É importante diferenciar autor de partícipe pois a pena do partícipe pode ser menor (Art. 29: se a participação for de menor importância a pena deverá ser diminuída).
- A denúncia é o ato inaugural da ação penal pública e é confeccionado pelo MP, por exemplo, pelo Promotor de Justiça. No caso de ação penal privada o ato inaugural da ação é a queixa-crime, confeccionada pelo advogado (o titular do direito de ação é a vítima ou seu representante legal).
No caso, a vítima ou representante legal é conhecida como querelante. O autor do crime é conhecido como querelado.
Capacidade Penal: é a aptidão em tese para que alguém posse ser submetido à conseqüência jurídica prevista no CP. A capacidade penal surgirá aos 18 anos.
Incapacidade: menores de 18 anos (medidas sócio-educativas); parlamentares (imunidade absoluta).
Capacidade Penal da PJ: duas teorias:
Teoria da Ficção: a PJ é criada pelo homem para realização de determinados fins e não tem vontade própria e se pratica crime não é a PJ que pratica, mas sim seus sócios.
Realistas: a vontade da PJ é real, assim, se a PJ pratica crime pode ser punida.
Punição à PJ: art. 173, par. 5º e 225 par. 3º
Punição à PJ desde que tenha sido realizado pelo responsável legal em benefício próprio.
Capacidade Especial:
Crime comum: é aquele que pode ser realizado por qualquer tipo de pessoa (art. 121, por exemplo).
Crime próprio ou especial: é aquele que o tipo penal vai exigir uma condição especializante. EX: art. 312 Peculato – só pode figurar como agente o funcionário público. Art. 124 – auto aborto. Mas isso não inviabiliza que um terceiro venha a responder por aquele delito. EX: Uma jovem grávida e o namorado compra remédio abortivo para ela, ela ingere. No art 124 diz: ‘pratica aborto em si ou consentir que outro lho provoque’. O crime apesar de exigir uma condição especializante, um terceiro que não tem a condição pode acabar respondendo, não como autor, mas como partícipe, co-autor.
Crime de mão própria (ou de atuação pessoal ou de conduta infungível): neste tipo de delito exige-se que o sujeito ativo se empenhe pessoalmente na realização da conduta. Isso faz com que se inviabiliza a co-autora, bem como a autoria mediata, sendo perfeitamentepossível a participação no sentido estrito. EX: art. 342 – falso testemunho – somente quem foi intimado para ser testemunha pode cometer esse crime, inviabilizando co-autoria ou autoria mediata. EX2: crime de deserção: somente o desertor poderá o fazer, ninguém podendo fazer em seu lugar.
CAPACIDADE ESPECIAL NAS NORMAS NÃO INCRIMINADORAS: algumas normas não incriminadoras podem exigir que o sujeito ativo tenha uma condição especializante (para que ele possa usufruir da causa de exclusão da ilicitude ou culpabilidade). EX: art 128 – duas espécies de aborto permitidos (necessário e sentimental), podendo ser feito somente pelo médico, colocando uma condição especializante.
Sujeito Passivo: é o titular do bem interesse penalmente protegido. Duas espécies de sujeito passivo:
Sujeito passivo geral, constante, uniforme: Estado. Porque todas as vezes que alguém comete um crime o Estado figura como sujeito passivo.
Sujeito passivo particular, eventual, material: é aquele que sofre a conduta sendo o titular do bem interesse penalmente protegido.
No crime de homicídio o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa; o sujeito passivo a pessoa humana viva (no crime de homicídio o sujeito passivo só pode ser a pessoa humana viva). No crime de aborto, a mãe é o sujeito ativo, o feto, sujeito passivo. No crime de bigamia o sujeito ativo é quem contraiu novo casamento, o sujeito passivo é o cônjuge do 1º casamento, do 2º casamento (se estiver de boa fé) e, ainda, o Estado pois exige a monogamia.
- O incapaz pode ser sujeito passivo? SIM. 
- PJ pode ser sujeito passivo de injúria? Não. Somente de crime de calúnia em crimes ambientais e também de difamação.
A doutrina alemã se refere com a expressão ‘crime vago’ quando o crime tem sujeito passivo uma coletividade destituída de personalidade jurídica. EX: nos crimes previstos na lei de drogas o sujeito passivo é a saúde pública.
Sujeito passivo e prejudicado: regra geral, o prejudicado será o sujeito passivo. Sujeito passivo é o titular do bem interesse penalmente protegido. Prejudicado é todo aquele que em razão do crime tem direito à reparação cível. Nem sempre o prejudicado será o sujeito passivo. EX: vitima de furto de objeto de terceiro.
Objeto do delito: é aquilo a que visa o sujeito ativo. Se divide em 2 espécies:
Objeto jurídico: diz respeito ao bem interesse penalmente protegido, é o objeto da proteção, é o objeto que visa ser protegido pela norma. EX: vida, integridade física, honra, patrimônio.
Objeto material: é a pessoa ou coisa que suporta a ação do sujeito ativo, é o objeto da ação, ou seja, o objeto do ataque. EX: art. 121 – matar alguém – sujeito ativo é qualquer pessoa; sujeito passivo é a pessoa humana viva; objeto jurídico é a vida. Objeto material é a pessoa humana viva. Em alguns casos o sujeito passivo e o objeto material se encontram.
- Alguns crimes não possuem objeto material. EX: art. 233 – ato obsceno – neste caso, bastará para configuração do crime que a pessoa realize um ato obsceno. EX: uma jovem retira a blusa no pátio da faculdade. Nesse caso não há objeto material, mas em sua grande maioria os crimes terão objeto material (o tipo exige objeto material). Se em um caso concreto, aquele crime exigir um objeto material e no caso concreto o objeto material for inexistente ocorrerá o art. 17 que configura crime impossível.
1ª espécie de crime impossível: Impropriedade absoluta do objeto: o agente acha que exista o objeto material. Mata uma pessoa já morta. Aborta quando não está grávida. Nesse caso não há nem tentativa pois desde o início a conduta estava fadada ao insucesso.
Instrumento do delito:é o meio utilizado para a realização da conduta (faca, veneno). Há que se exigir que o instrumento esteja apto a produzir a conduta. Se no caso concreto o objeto for ineficaz ocorrerá a segunda espécie de crime impossível:
2ª espécie de crime impossível:Ineficácia absoluta do meio:não conseguirei matar alguém com uma faca de papelão, por exemplo. Pode ser que a impropriedade do objetoseja relativa. EX: Eu atiro para matar, mas o celular no bolso desvia a bala, lesionando-o levemente. Há aqui, portanto, impropriedade relativa do objeto. A ineficácia do meio também pode ser relativa. EX: Eu administro um veneno mas não obtenho eficácia pretendida. (PESQUISAR NO FLÁVIO AUGUSTO).
CORPO DE DELITO: são todos os vestígios deixados por ocasião da lesão ao objeto material. EX: Num crime de homicídio a perfuração de um projétil na blusa, o lugar onde atingiu, o projétil deflagrado, esperma, tudo isso constitui corpo de delito. Tudo isso servirá como prova no processo. No CPP, diz que todo crime que deixa vestígio é necessário exame pericial direto ou indireto. Conforme o CPP, o exame pericial pode ser suprido pela prova testemunhal.
TÍTULO DO DELITO: art. 121 – matar alguém. Acima do caput, há escrito: ‘homicídio simples’, esse é o nome dado pela lei dado pela conduta. Título genérico é o nome legal dado pela lei para um conjunto de crimes. Título específico: nome dado a uma conduta específica.
27/10/2012
AULA DE REPOSIÇÃO
QUALIFICAÇÃO LEGAL E DOUTRINÁRIA DOS CRIMES: qualificação legal é aquela feita pela lei e pode referir-se quanto ao fato ou quanto à infração. Quando à infração a qualificação feita pela lei é distinguir o crime da contravenção penal. A qualificação legal também pode se referir ao fato. Quando ao fato se refere ao título específico (nome legal dado a determinado fato). Qualificação doutrinária é aquela que fica a cargo da doutrina. EX: crime comum (previsto no CP) e crime próprio ou especial (previsto no chamado direito penal especial – código penal militar, por exemplo). Crime comum: homicídio. Crime próprio: peculato, crime de mão própria, deserção, crime vago.
Crime à distância: 1) Crime de espaço máximo: é quando a ação acontece em um país e o resultado em outro 2) Crime de espaço mínimo: a ação e o resultado acontecem no mesmo país.
Crime plurilocal e crime unilocal: unilocal é o que ocorre ação e resultado na mesma comarca. Nos crimes plurilocais a ação é praticada em outra comarca.
Crime instantâneo: é o crime que ocorre em um determinado momento no tempo. EX: lesão corporal leve.
Crime instantâneo de efeito permanente: ocorre em determinado momento no tempo cuja conseqüência perdura no tempo. EX: homicídio.
Crime permanente: é aquele que a conduta do agente estende a ilicitude no tempo. EX: seqüestro, extorsão mediante seqüestro, depósito de drogas.
Crime consumado: nos termos do art 14, I CP consumado é quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal. É quando ocorrer a realização integral dos elementos do tipo. EX: no homicídio o crime será consumado com a morte.
Crime tentado: nos termos do art. 14, II, é quando iniciada a execução o crime não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. EX: o sujeito com arma, atira, mas não acerta, quando vai atirar novamente, alguém toma-lhe a arma.
Espécies de tentativa:
TENTATIVA CRUENTA OU VERMELHA: é quando o objeto material é alcançado.
TENTATIVA INCRUENTA OU BRANCA: é quando o objeto material não é alcançado.
TENTATIVA PERFEITA OU ACABADA: a doutrina se refere a essa tentativa como sendo a que o sujeito esgota toda a prática executória.
TENTATIVA IMPERFEITA OU INACABADA: não esgotamento da parte executória.
EX: Uma arma de fogo com seis projéteis e o agente deflagra uma, seria uma tentativa imperfeita (inacabada). Se deflagrasse os seis, seria uma tentativa perfeita (acabada).
De acordo com Flávio Augusto:
TENTATIVA IMPERFEITA: ele não realiza tudo aquilo necessário para lograr a consumação.
TENTATIVA PERFEITA: o agente usa tudo aquilo necessário para lograr a consumação.
Segundo o professor, é melhor usar o conceito de Flávio Augusto.
Tentativa falha ou crime falho ou tentativa inidônea ou inadequada: são os casos de crime impossível.
Crime exaurido: com a consumação o crime está integralizado, mas novas conseqüências podem advir. EX: extorsão mediante seqüestro

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