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Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.1 CAPÍTULO 1 I TRODUÇÃO À TEORIA DE SI AIS E SISTEMAS O Curso de Sinais e Sistemas tem por objetivo permitir ao aluno a associação dos conceitos matemáticos com os fenômenos da natureza, para a compreensão e a análise do comportamento de sinais e sistemas lineares. Os conhecimentos adquiridos neste curso são básicos para o aprendizado e análise de vários conteúdos essenciais à formação de um engenheiro. Neste Capítulo 1 serão introduzidos os conceitos fundamentais e as operações básicas da teoria de sinais e sistemas, sobretudo no domínio do tempo. Nos demais capítulos serão enunciados os conceitos e ferramentas de análise de sinais e sistemas no domínio do tempo e da freqüência. A metodologia de aprendizado utilizada neste curso é apresentar a teoria de sinais e sistemas de maneira integrada e, sempre que possível, visualizar os fenômenos físicos existentes na natureza como a origem da teoria e não o contrário. 1.1.I TRODUÇÃO AOS SI AIS E SISTEMAS Um sinal é uma função representando uma variável ou quantidade física e, tipicamente, contém informação sobre o comportamento ou a natureza de determinado fenômeno físico. Matematicamente, o sinal é representado por uma função. O sinal, representado por uma função de uma variável, é função da variável independente t e, em geral, t representa o tempo. Exemplos de sinais: • tensão ou corrente em um circuito; • vídeo; • áudio; • cotação diária do dólar; • eletrocardiograma; • concentração de álcool no sangue; • temperatura de uma sala; • .... Um sistema pode ser definido como um conjunto de elementos interdependentes que interagem com objetivos comuns formando um todo, e onde cada um dos elementos componentes comporta-se, por sua vez, como um sistema cujo resultado é maior do que o resultado que as unidades poderiam ter se funcionassem independentemente. Qualquer conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um sistema, desde que as relações entre as partes e o comportamento do todo sejam o foco de atenção1. Outra forma de definir um sistema é considerá-lo como um modelo2 matemático de um processo físico que relaciona um sinal de entrada (ou excitação) a um sinal de saída (ou resposta). Em outras palavras, dizemos que matematicamente, um sistema é definido como uma operação usada para relacionar um sinal r(t) (a saída) a um sinal f(t) (a entrada), isto é, )]([T)( tftr = , (1.1) 1 María Esmeralda Ballestero-Alvarez, Organização, Sistemas e Métodos. São Paulo: McGraw Hill, 1990. 2 “Modelo é o conjunto de hipóteses sobre a estrutura ou o comportamento de um fenômeno físico pelo qual se procura explicar ou prever, dentro de uma teoria científica, as propriedades deste fenômeno”. (Aurélio, 1986) Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.2 onde T[ ] é a operação. Esta operação pode ser uma expressão algébrica, uma equação diferencial e/ou integral, etc. Exemplos de sistemas: • um circuito; • sistema auditivo; • sistema de comunicação; • sistema de controle; • sistema massa-mola; • válvula de controle; • .... 1.2.CLASSIFICAÇÃO DOS SI AIS De um modo geral, os sinais são classificados através das denominações apresentadas a seguir. 1.2.1.SI AL CO TÍ UO O TEMPO E SI AL DISCRETO O TEMPO No domínio do tempo, uma das classificações mais comuns é relacionada à continuidade do sinal. Os sinais contínuos no tempo (ou sinais de tempo contínuo) são sinais que variam dinamicamente e continuamente com o tempo. Estes sinais são definidos para qualquer instante de tempo sobre um domínio ou intervalo contínuo, ou ainda uma união de intervalos contínuos. Os sinais discretos no tempo (ou sinais de tempo discreto) são sinais que variam dinamicamente, mas que são avaliados somente em instante de tempos discretos. Estes sinais assumem somente valores contidos em um conjunto de pontos contáveis sobre uma linha real. A Fig.1.1 mostra exemplos destes sinais. Fig.1.1.a-Sinal contínuo no tempo. Fig.1.1.b-Sinal discreto no tempo. Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.3 Fig.1.1.c-Sinal contínuo e sinal discreto no tempo (amostrado). O sinal contínuo no tempo é, em geral, denotado por f(t) e o sinal discreto no tempo denotado por f[n]3. 1.2.2.SI AL A ALÓGICO E SI AL DIGITAL Os sinais analógicos são sinais contínuos no tempo ou contínuos na amplitude, isto é, eles assumem qualquer valor de uma região contínua de um número incontável de possíveis valores de amplitude. Os sinais digitais são sinais discretos no tempo e também discretos na amplitude, isto é, assumem valores de amplitude dentre um conjunto de valores reais, discretos, contáveis e finitos. A Fig.1.2 mostra exemplos destes sinais. Fig.1.2-Sinal digital e sinal analógico. 1.2.3.SI AL REAL E SI AL COMPLEXO A classificação de sinais em reais e complexos é uma ferramenta matemática necessária e importante na representação dos elementos de um espaço vetorial. Entretanto, como será estudado nos capítulos posteriores, os sinais representados de forma complexa são mais corriqueiramente utilizados na análise de sinais no domínio da freqüência. O sinal )(tf é um sinal complexo se Ctf ∈)( , ou seja, 3 Considerando T o intervalo de amostragem e n um inteiro, amostrando f(t) nos instantes t = nT resulta uma amostra de valor f(nT). Por conveniência de representação escreve-se: f[n] = f(nT), n = 0, ± 1, ± 2, .... Então um sinal discreto no tempo é representado por uma sequência de números, ..., f[-1], f[0], f[1], f[2], .… Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.4 )()()( tjftftf IR += , (1.2) sendo )(tfR a parte real e )(tf I a parte imaginária e ℜ∈)(),( tftf IR . O sinal conjugado complexo de )(tf é: )()()(* tjftftf IR −= . (1.3) Quando )(tf é um sinal conjugado simétrico, temos: )()(* tftf −= . (1.4) O sinal complexo, )(tf , também pode ser escrito pela representação vetorial, ou seja: )()()( tjetftf θ= , (1.5) onde: )()()( 22 tftftf IR += , e, (1.6) =θ )( )( arctg)( tf tf t R I . (1.7) 1.2.4.SI AL PERIÓDICO E SI AL ÃO-PERIÓDICO Um sinal é periódico se existe uma constante inteira 0>T tal que: )()( Ttftf += , (1.8) para qualquer t. A menor constante T que satisfaz a equação anterior é chamada de período do sinal. Se não existe uma constante inteira 0>T que satisfaça a equação (1.8), o sinal é não- periódico (ou aperiódico). Esses sinais serão estudados, com mais detalhes, na seção 1.6. A Fig.1.3 mostra exemplos destes sinais. Fig.1.3-Sinal periódico e sinal não-periódico. 1.2.5.SI AL PAR E SI AL ÍMPAR Um sinal par é aquele que apresenta uma simetria em relação ao eixo da variável dependente, ou seja, é aquele no qual )()( tftf =− . (1.9) Um sinal ímpar, por sua vez, apresenta uma simetria em relação à origem do sistema de coordenadas. Isto é, Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.5 )()( tftf −=− . (1.10) Esses sinais serão estudados, com mais detalhes, na seção 1.7. A Fig.1.4 mostra exemplos destes sinais. Fig.1.4.a-Sinais com simetria par. Fig.1.4.b-Sinais com simetria ímpar. 1.2.6.SI AL DETERMI ÍSTICO E SI AL ALEATÓRIO O sinal )(tf é um sinal determinístico quando este sinal é previsível a qualquer tempo, ou seja, não há incerteza com relação ao seu valor em qualquer instante de tempo. Entretanto, )(tf será classificado como um sinal aleatório (ou randômico) quando houver um grau de incerteza (probabilidade) de sua ocorrência real. A Fig.1.5 mostra exemplos destes sinais. Capítulo1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.6 Fig.1.5.a-Sinais determinísticos. Fig.1.5.b-Sinais aleatórios. 1.2.7.SI AL DE E ERGIA E SI AL DE POTÊ CIA Um sinal de energia é aquele que existe em um intervalo de tempo finito ou, mesmo que exista para uma quantidade de tempo infinita, tem a maior parte de sua energia concentrada em um intervalo de tempo finito. Um sinal de potência é aquele que não se enquadra na condição anterior. Matematicamente, temos: Rti R tv tp )( )( )(Potência 2 2 ==≡ . (1.11) Se )(1 Ω=R , temos que )()()()( 222 tftitvtp === , (1.12) onde f(t) é um sinal de corrente ou tensão. Para um sinal qualquer f(t), podendo ser este complexo, a energia normalizada (a um resistor de 1(Ω)) é definida como: ∫ ∞ ∞− = dttfE 2|)(| . (1.13) A potência normalizada de f(t) é definida como: ∫ − →∞ = 2 2 2|)(| 1 lim T T T dttf T P . (1.14) Com base nas equações anteriores, podemos definir o seguinte: • sinal de energia: sua energia é finita e diferente de zero, ou seja, ∞<< E0 . • sinal de potência: sua potência é finita e diferente de zero, ou seja, ∞<< P0 . Como regra geral, temos que os sinais periódicos e aleatórios são sinais de potência e os sinais determinísticos e não periódicos são sinais de energia. Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.7 Para reflexão, considere a seguinte afirmativa: ”Em sistemas de comunicação digital o desempenho depende, dentre outros fatores, da energia detectada do sinal, energia esta que depende da potência de transmissão”. A Fig.1.6 mostra exemplos destes sinais. Fig.1.6.a-Sinais de energia. Fig.1.6.b-Sinais de potência. Exercício Proposto 1.1. Determine se os sinais a seguir são de energia ou de potência: a) )1002cos(3)( ttf ⋅pi= ; b) )sgn()( ttf = ; c) < > = 0,0 0, )( t te tf at , onde a é uma constante positiva; d) < > = − 0,0 0, )( t te tf at , onde a é uma constante positiva; e) > <<− −< = 1,0 11,1 1,0 )( t t t tf ; f) ||)( taetf −= , onde a é uma constante positiva. 1.3.CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS Neste item serão enunciadas as classificações mais usuais dos sistemas. Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.8 1.3.1.Sistema linear ou Sistema não linear Se um sistema é linear o princípio da superposição pode ser aplicado; isto é, se a e b são constantes e se )]([)( 11 tfTtr = e )]([)( 22 tfTtr = , então: )()()]()([ 2121 tbrtartbftafT +=+ . (1.15) Um sistema é linear se ele satisfaz a equação (1.15), qualquer sistema que não satisfaça a equação é classificado como não linear. 1.3.2.Sistema invariante no tempo ou Sistema variante no tempo Um sistema é invariante no tempo (também chamados de sistemas com parâmetros constantes) se um deslocamento no tempo do sinal de entrada resulta em um deslocamento idêntico no tempo do sinal de saída de tal forma que: )]([)( 00 ttfTttr −=− . (1.16) A saída de um sistema invariante no tempo depende da diferença de tempo e não dos valores absolutos de tempo. Ou seja, as condições dinâmicas do sistema não mudam com o passar do tempo. Qualquer sistema que não satisfaça esta condição é denominado de variante no tempo (também chamados de sistemas com parâmetros variáveis). 1.3.3.Sistema instantâneo ou Sistema dinâmico Um sistema é instantâneo ou sem memória se o valor da saída em qualquer instante t depender, no máximo, da sua entrada no mesmo instante t e não de qualquer valor passado ou futuro da entrada. Caso contrário, o sistema é chamado de dinâmico ou com memória. 1.3.4.Sistema causal ou Sistema não-causal Um sistema, quanto à causalidade, é classificado em causal (ou não antecipativo) e não causal (ou antecipativo). O sistema é definido como causal quando o valor do sinal de saída no instante presente depende somente do valor passado e atual do sinal de entrada, e não de seus valores futuros. Em contrapartida, um sistema é definido como não-causal quando o sinal de saída depende dos valores futuros do sinal de entrada. Intuitivamente, é evidente que um sistema fisicamente realizável não pode ter uma resposta, ou seja, uma saída antes que um sinal arbitrário de entrada seja aplicado. Por essa razão, um sistema causal é também denominado de realizável fisicamente. Qualquer outro sistema que não atenda a esta propriedade é denominado de sistema não-realizável fisicamente. 1.3.5.Sistema analógico ou Sistema digital Um sistema cujos sinais de entrada e saída são analógicos é um sistema analógico. Um sistema cujos sinais de entrada e de saída são digitais é um sistema digital. 1.3.6.Sistema inversível e Sistema não inversível Sistemas são inversíveis se entradas distintas levam a saídas distintas. Desta forma, para um sistema S com sinal de entrada )(tf que produz um sinal de saída )(tr é possível achar um sistema inverso S-1 cuja entrada )(tr produz a saída )(tf . Através de um esquema em que Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.9 os sistemas S e S-1 são postos em cascata, (isto é, a saída )(tr do Sistema S é a entrada do Sistema S-1), podemos recuperar )(tf , o sinal de entrada aplicado em S, na saída de S-1. 1.3.7.Sistema estável e Sistema instável A estabilidade de um sistema pode ser definida de diversas maneiras e segundo vários critérios. Nós faremos a definição, nesse texto, seguindo o conceito de estabilidade BIBO (bounded-input/bounded-output). Segundo este conceito, um sistema é dito ser estável se, para todo sinal de amplitude limitada aplicado em sua entrada, o sinal de saída é também limitado. Por outro lado, se o sistema é instável, ao aplicarmos um sinal de amplitude limitada em sua entrada, sua saída divergirá com o passar do tempo, ou seja, a amplitude do sinal de saída tenderá a crescer indefinidamente. Exercício Proposto 1.2. Mostre que: a)um sistema descrito pela equação diferencial: )()(3 )( trtf dt tdf =+ é linear; b)um sistema que possui a relação entrada-saída: )()( 2 tftr = é não-linear. 1.4.OPERAÇÕES BÁSICAS COM SI AIS Na seqüência deste item serão definidas algumas das principais operações com sinais. Nos exemplos, )(tf sempre será o sinal original e )(tr o sinal resultante da operação. As operações básicas com sinais são divididas em dois grandes grupos: • operações realizadas em variáveis dependentes; • operações realizadas em variáveis independentes. No primeiro grupo temos as seguintes operações: mudança de escala de amplitude; adição; multiplicação; diferenciação e integração. No segundo grupo temos: mudança de escala de tempo; reflexão; deslocamento no tempo e, simultaneamente, mudança de escala e deslocamento no tempo. 1.4.1.OPERAÇÕES REALIZADAS EM VARIÁVEIS DEPE DE TES O1.Mudança de Escala de Amplitude: )()( tcftr = . (1.17) O2.Adição: )()()( 21 tftftr += . (1.18) O3.Multiplicação: )()()( 21 tftftr ⋅= . (1.19) O4.Diferenciação: dt tdf tr )( )( = . (1.20) O5.Integração: ∫∫ == ∞− dttfdttftr t )()()( . (1.21) Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.10 1.4.2.OPERAÇÕES REALIZADAS EM VARIÁVEIS I DEPE DE TES O1.Mudança de Escala de Tempo Esta operação é, normalmente, utilizada na compressão ou na expansão (também conhecida como espalhamento) de um sinal em relação à variável independente tempo, sem alteração da sua amplitude. Sua expressão matemática é a seguinte: )()( atftr = . (1.22) Se 1>a , )(tr será a versão comprimida de )(tf e se 10 << a , )(tr será a versão expandida de )(tf . A Fig.1.7 mostra exemplos desta operação. Fig.1.7.a-Sinal original. Fig.1.7.b-Sinalcomprimido e sinal expandido. O2.Reflexão Esta operação também é conhecida como orientação reversa ou operação “espelho”, cuja expressão matemática é a seguinte: )()( tftr −= . (1.23) O sinal )(tr representará uma versão refletida do sinal )(tf em relação ao eixo das ordenadas. É um caso especial da operação anterior, mostrado na Fig.1.8. Fig.1.8-Sinal original e sinal refletido. O3.Deslocamento no Tempo Esta operação é comumente utilizada para representar sinais de mesma forma, porém deslocados em relação ao eixo da variável independente (tempo). O deslocamento pode ser feito em termos de atraso ou avanço em relação ao sinal original, sendo a orientação do eixo t positiva ou negativa. Sua operação pode ser assim expressa pelas seguintes expressões: Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.11 )()( 0ttftr −= , (1.24.a) quando o deslocamento ocorre para a direita (sinal atrasado no tempo), e, )()( 0ttftr += , (1.24.b) quando o deslocamento ocorre para a esquerda (sinal avançado ou adiantado no tempo). A Fig.1.9 mostra exemplo desta operação. Fig.1.9.a-Sinal original. Fig.1.9.b-Sinal deslocado para a esquerda e sinal deslocado para a direita. O4.Deslocamento e Mudança de Escala de Tempo Esta operação está associada com as duas operações anteriores. Sua expressão matemática é: )()( batftr −= . (1.25) Exercício Proposto 1.3. Seja o seguinte sinal: > <<− −< = 1,0 12,1 2,0 )( t t t tf Construa o gráfico dos seguintes sinais: a) )(2)(1 tftr = ; b) )2()(2 −= tftr ; c) )2()(3 tftr = ; d) = 2 )(4 t ftr ; Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.12 e) )()(5 tftr −= ; f) )2(2)(6 += tftr ; g) )12()(7 −−= tftr ; h) )()2()(8 tftftr += ; i) )1(2)()(9 −−= tftftr ; j) )22(2)(10 += tftr ; k) )2()()(11 tftftr ⋅= . l) ∫= dttftr )()(12 . 1.5.SI AIS ELEME TARES O objetivo deste item é analisar, no domínio do tempo, a dinâmica de alguns sinais elementares mais usuais: • sinais senoidais (ou harmônicos); • sinais exponenciais; • sinal degrau unitário; • sinal rampa unitária; • sinal impulso unitário (ou delta de Dirac). A análise destes sinais será feita independentemente ou de forma associada, quando houver correspondências entre eles. 1.5.1.SI AIS SE OIDAIS Os sinais senoidais ou harmônicos são expressos de uma forma geral por: ( )ϕ+ω+== tAyytf 00 sen)( , (1.26) ou, ( )ϕ+ω+== tAyytf 00 cos)( , (1.27) onde: 0y – é o valor médio 4 do sinal (no período). O cálculo da área de um dado sinal, em um dado intervalo, pode ser feito através da integral do sinal no intervalo considerado. Isto é, o valor da área S sob o sinal pode ser calculado, resultando em um número bem determinado. Uma vez conhecido o valor da área S é sempre possível achar um retângulo cuja base é o intervalo de tempo utilizado para o cálculo da área do sinal com a mesma área S. O valor da altura desse retângulo é o valor médio do sinal no intervalo de tempo considerado. Matematicamente, temos: ℜ∈∀= ∫ + ddttf T y Td d ,)( 1 0 ; (1.28) A – é a amplitude do sinal e representa a diferença entre o valor máximo e o valor médio do sinal: 0yyA máx −= ; (1.29) 4 Fisicamente, o valor médio de uma função representa o resultado líquido da variação de uma grandeza física como deslocamento, temperatura, tensão, corrente, etc. Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.13 0ω – é a pulsação ou freqüência angular (em rd/s): f T pi= pi =ω 2 2 0 ; (1.30) sendo f a freqüência5 do sinal (em Hz): T f 1 = ; (1.31) ϕ – é a fase inicial do sinal; ϕ+ω t0 – é a fase, ou ângulo ou argumento do sinal. Outros dois valores a serem considerados são o valor eficaz e o valor quadrático médio (ou valor médio quadrático). O valor eficaz representa, fisicamente, o valor de uma tensão (ou corrente) constante (contínua) que dissipa, durante um intervalo de tempo e em uma resistência R, a mesma energia térmica que é dissipada em R pela tensão (ou corrente) alternada, durante o mesmo intervalo de tempo. Ou seja, o valor eficaz de um sinal representa a capacidade de produção de trabalho efetivo de uma grandeza variável no tempo entre as excursões positivas e negativas. Ele é dado por: ℜ∈∀= ∫ + ddttf T y Td d rms ,)( 1 2 . (1.32) O valor eficaz é também conhecido por valor rms (do inglês root mean square). Para os sinais senoidais, o valor eficaz é calculado por: 2 A yrms = . (1.33) O valor quadrático médio (ou valor médio quadrático) de um sinal que é dado por: ℜ∈∀= ∫ + ddttf T y Td d ms ,)( 1 2 . (1.34) A Fig.1.10 mostra uma senóide com alguns valores indicados. Fig.1.10-Sinal senoidal. 5 A freqüência é o número de ciclos completos contidos na unidade de tempo. Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.14 Exercício Proposto 1.4. Dado o sinal: ttf 3cos 2 3 )( 2+−= , determine seu valor médio, sua pulsação, sua freqüência, seu período e esboce seu gráfico. Exercício Proposto 1.5. Dado o sinal 22 )2(cos)2sen()( tttf = , determine seu valor médio, seu período e esboce seu gráfico. Exercício Proposto 1.6. Seja o sinal definido por: ( )25sen2sen)( tbtatf += . Sabendo que f(t) tem valor médio igual a 10 e que a e b são constantes reais positivas, onde ba 2= , determine os valores das constantes a e b. 1.5.2.SI AIS EXPO E CIAIS Os sinais exponenciais podem ser classificados em sinais reais e sinais complexos. O sinal exponencial real é descrito pela seguinte expressão genérica: ℜ∈∀= aBBetf at ,)( , (1.35) onde: B é a amplitude do sinal em 0=t ; a é a razão de decaimento de )(tx quando 0<a ou é a razão de crescimento de )(tx quando 0>a . O sinal é constante com amplitude igual a B quando 0=a . O sinal exponencial complexo é descrito pela seguinte expressão genérica: )(sen)cos()( 00 )( 0 φ+ω+φ+ω== φ+ω tjBtBBetf tj , (1.36) onde )cos( 0 φ+ω tB é a parte real do sinal e )(sen 0 φ+ω tB é a parte imaginária do sinal. Esse sinal é periódico e tem período: 0 2 ω pi =T . Outra expressão, bastante utilizada, para um sinal exponencial complexo, onde ω+α= js , é dada por: )sen(cos)( )( tjteeetx ttjst ω+ω=== αω+α , (1.37) onde te t ωα cos é a parte real do sinal e te t ωα sen é a parte imaginária do sinal. 1.5.3.SI AL DEGRAU U ITÁRIO O sinal degrau unitário, )(tu ou )(U 1 t− , também chamado de sinal unitário de Heaviside, mostrado na Fig.1.11, é definido como: > < == − 0,1 0,0 )(U)( 1 t t ttu . (1.38) Fig.1.11-Sinal degrau unitário. Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.15 Note que ele é descontínuo no ponto 0=t . De maneira similar, podemos ter o sinal degrau unitário deslocado no tempo: > < =−=− − at at atatu ,1 ,0 )(U)( 1 . (1.39) Nesse caso a descontinuidade ocorre no ponto at = , conforme mostra a Fig.1.12. Fig.1.12-Sinal degrau unitário deslocado no tempo. O degrau pode ainda ser multiplicado por uma constante A. Nesse caso ele deixa de ser unitário e passa a ter amplitude A, conforme mostra a expressão a seguir: > < == − 0, 0,0 )(U)( 1 tA t tAtuA . (1.40) Quando trabalhamos com sinais causais (que só existem a partir de 0=t ), eles são descritos em termos do sinal degrau unitário. Ou seja, para se utilizar um sinal a partir de 0=t , multiplicamos o sinal por )(tu . Veja o sinal exponencial )(tue at− mostradona Fig.1.13. Fig.1.13-Sinal exponencial unilateral. O sinal degrau unitário também é útil para definir em uma única expressão (válida para todo t) um sinal com diferentes descrições matemáticas em intervalos de tempo distintos. Por exemplo, o sinal pulso retangular que se estende do instante 2=t ao instante 4=t , mostrado na Fig.1.14, pode ser expresso por: )4()2()( −−−= tututf . Fig.1.14-Sinal pulso retangular entre os instantes 2 e 4. Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.16 Um número infinito de outros sinais pode ser obtido a partir do sinal degrau unitário por integrações e derivações sucessivas. Exercício Proposto 1.7. Construir o gráfico dos seguintes sinais: a) )2()(1 += tutf ; b) )(2)(2 tutf = ; c) )1(3)(3 −= tutf ; d) )4()()(4 −−= tututf ; e) )()(5 tutf −= ; f) )4(2)2(2)1()()(6 −−−+−−= tututututf ; g) )]4()2([)(7 −−−⋅= tututtf ; h) )]4()([)1()(8 −−⋅+= tututtf . 1.5.4.SI AL RAMPA U ITÁRIA Outro sinal de grande interesse é o sinal rampa unitária, )(tr ou )(U 2 t− . Ele é resultante da integração do sinal degrau unitário, ou seja, é a área envolvida pelo degrau até o instante t. Assim, )(U)()()(U)( 12 ttttudxxuttr t − ∞− − ==== ∫ , (1.41) ou ≥ ≤ == − 0, 0,0 )(U)( 2 tt t ttr . (1.42) Na Fig.1.15 está representado o sinal rampa unitária e na Fig.1.16 o sinal rampa unitária atrasado de a, a saber: ≥− ≤ =−=− − atat at atatr , ,0 )(U)( 2 , (1.43) ou, de acordo com a equação 1.41: )()()( atuatatr −−=− . (1.44) Fig.1.15-Sinal rampa unitária. Fig.1.16-Sinal rampa unitária atrasado de a. Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.17 De acordo com a equação 1.41 e com a Fig.1.15, dt tdr tu )( )( = . (1.45) O sinal rampa unitária se assemelha a uma rampa e tem inclinação unitária, daí seu nome. Da mesma forma que o degrau, a rampa pode ser multiplicada por um fator A. Quando o fazemos, nós alteramos a sua inclinação que deixa de ser 1 e passa a ser A, ou seja, ≥ ≤ = 0, 0,0 )( tAt t tAr . (1.46) Exercício Proposto 1.8. Sintetizar os sinais dados a seguir e representar graficamente o resultado obtido: a) )2()(2)2()(1 −+−+= trtrtrtf ; b) )4()2(2)()(2 −−−+−= trtrtrtf ; c) )1()(2)1()(3 −−−+= trtutrtf ; d) )3()2()1()(2)(4 −−−+−−= tutrtrtutf . 1.5.5.SI AL IMPULSO U ITÁRIO O sinal impulso unitário, )(tδ ou )(U0 t , também conhecido como delta de Dirac6 é definido como o limite de um determinado sinal, tendo uma área unitária, amplitude infinita e duração em um único instante de tempo. Num primeiro instante, parece-nos um sinal diferente daquele com que estamos acostumados a trabalhar. Esse sinal foi usado pela primeira vez por Paul A. M. Dirac nos seus trabalhos de Mecânica Quântica. A impossibilidade de uma formulação matemática rigorosa para o sinal )(tδ fundamentada na matemática clássica levou Dirac a denominá-lo de sinal impróprio. Em 1950, Laurent Schwartz publicou o trabalho A Teoria das Distribuições dentro do qual formalizou uma base rigorosa e satisfatória para o sinal )(tδ . No entanto, por ser muito complexa, essa teoria não prosperou. Em 1953, George Temple elaborou uma teoria mais simples que a de Laurent, porém não menos rigorosa e definiu o sinal )(tδ formalmente. Essa teoria foi denominada Teoria e Aplicações das Funções Generalizadas e constitui-se como a base formal da definição do impulso. Nesse curso, não estamos interessados na definição formal, mas na forma como o sinal )(tδ é concebido e utilizado dentro da engenharia: como o limite generalizado de uma seqüência de sinais ordinários. Vamos nos ater nisso e, para que possamos entender melhor a definição desse sinal, consideremos o pulso retangular de área unitária mostrado na Fig.1.17. Fig.1.17-Sinal retangular de área unitária. 6 Paul A. Maurice Dirac (1902 -1984) físico inglês Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.18 O pulso )(tgT tem área unitária, independente do valor de T, o qual é considerado sempre positivo, ou seja, 0,1)( >=∫ ∞ ∞− TdttgT . (1.47) Quando T tender a zero, resultará, no limite, um “pulso” de área unitária, base zero e amplitude infinita. A esse “pulso” limite denomina-se impulso unitário. Assim, )(lim)( 0 tgt T T→ =δ . (1.48) O impulso é representado por uma seta conforme mostra a Fig.1.18. Fig.1.18-Sinal impulso unitário. Como no caso do degrau ou da rampa, o impulso pode ser deslocado no tempo para a direita ou para a esquerda. O impulso também pode ser multiplicado por fator qualquer a. É importante observar que o fator a que multiplica o impulso não representa a sua amplitude que é infinita, mas sim a área envolvida pelo mesmo, conforme mostra a Fig.1.19. Fig.1.19-Sinal impulso. As propriedades fundamentais do impulso7 são: =δ ≠=δ ∫ ∞ ∞− 1)( 0,0)( dtt tt . (1.49) Como o impulso é zero para 0≠t , podemos escrever também: ∫ + − =δ 0 0 1)( dtt , (1.50) pois a área total do impulso está concentrada em 0=t . Em conseqüência: ∫∫ +∞ ∞− + − =δ=δ 0 0 0)()( dttdtt . (1.51) 7 Na verdade, essa foi a maneira pela qual Dirac definiu o impulso. Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.19 Da mesma forma: =−δ ≠=−δ ∫ ∞ ∞− 1)( ,0)( 0 00 dttt tttt , (1.52) e, também, ∫ + − =−δ 0 0 1)( 0 t t dttt . (1.53) Outra importante propriedade do impulso, conhecida como propriedade da amostragem dos impulsos (ou propriedade do peneiramento), é a seguinte: ∫ ∞ ∞− =−δ )()()( 00 txdttttx . (1.54) Essa integral é facilmente verificada, uma vez que 0)( 0 =−δ tt para 0tt ≠ . Portanto, 0)()( 0 =−δ tttx para todo 0tt ≠ . (1.55) Para 0tt = , se )(tx é contínua nesse ponto, o produto )()( 0tttx −δ torna-se )()( 00 tttx −δ . Assim, )()()()( 000 tttxtttx −δ=−δ . (1.56) Então, ∫ ∫∫ ∞ ∞− ∞ ∞− ∞ ∞− =−δ=−δ=−δ )()()()()()()( 000000 txdttttxdttttxdttttx . (1.57) Da mesma forma, ∫ ∞ ∞− =δ )0()()( xdtttx . (1.58) Exercício Proposto 1.9. Avalie as seguintes expressões determinando, quando for o caso, seu valor numérico: a) )2(2 −δ− te t ; b) ∫ ∞ ∞− δ+ dttt )()13( 2 ; c) ∫ ∞ ∞− +δ+ dttt )2()13( 2 ; d) ∫ − δ+ 2 1 2 )()13( dttt ; e) ∫ δ+ 2 1 2 )()13( dttt ; f) ∫ pi pi−δ 2 0 )(cos dtttt . Outra propriedade do impulso é a propriedade da mudança de escala de tempo: )( || 1 )( t a at δ=δ . (1.59) Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.20 Note, pela Fig.1.20, que a mudança de escala do pulso )(tgT , apresentado na Fig.1.17, altera, no limite de 0→T , apenas o valor da área. Quando T tender a zero, continuaremos tendo um “pulso” de base zero e amplitude infinita. Ou seja, )(lim)( 1 0 atgt a T T→ =δ . (1.60) Fig.1.20-Sinal retangular de área 1/a. O módulo presente no divisor da equação 1.60 ocorre pelo fato do impulso ter simetria par, isto é, )()( tt −δ=δ . (1.61) Em outras palavras, o fator de escala a só altera o valor da área do impulso. Uma observação importante é destacar a relação existente entre o degrau unitário e o impulso unitário. Para tal, consideremos as Figs.1.21 e 1.22. Fig.1.21-Sinal fu(t). Fig.1.22-Sinal fi(t). Note que o sinal )(tf i mostrado na Fig.1.22 é a derivada do sinal )(tfu mostrado na Fig.1.21: Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinaise Sistemas 1.21 dt tdf tf ui )( )( = . (1.62) Conseqüentemente, )(tfu é a integral de )(tfi : ∫ ∞− = t iu duuftf )()( . (1.63) Quando fazemos a tender a zero, )(tf i se transforma no impulso e )(tfu se transforma no degrau. Assim, as equações 1.62 e 1.63 tronam-se: dt tdu t )( )( =δ , (1.64) e, ∫ ∞− δ= t duutu )()( . (1.65) Dizemos que o impulso é a derivada do degrau. Se o degrau tem intensidade A e ocorre no ponto at = , isto é, se o degrau é )( atAu − , então: )()]([ atAatAu dt d −δ=− . (1.66) Podemos então estabelecer que o degrau é a derivada da rampa e o impulso é derivada do degrau. Existe, portanto, uma relação linear entre impulso, degrau e rampa unitários. Exercício Proposto 1.10. Escreva uma expressão matemática para as funções dadas pelos gráficos a seguir como a soma de funções rampa, )(tr , e/ou funções degrau, )(tu : a) b) Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.22 c) d) 1.6.SI AIS PERIÓDICOS Como vimos, um sinal periódico é aquele para o qual, existe uma constante inteira 0>T , tal que: )()( Ttftf += , (1.67) para qualquer t, onde T é o período do sinal. Denominamos onda qualquer trecho da curva representativa de um sinal periódico compreendendo um período. Exercício Proposto 1.11. Construa o gráfico das seguintes sinais definidos a seguir: a) 50,10)( <<−= tttf e )5()( += tftf ; b) pi<<= 20 para ,)( tetf t e )2()( pi+= tftf ; c) 22 para ,2)( <<−= − tetf t e )4()( += tftf ; d) )4()(, 20,2 2 02,2 2)( += ≤≤+− ≤≤−+ = tftf t t t t tf ; e) )4()(, 2,0 , 2,0 )( pi+= pi≤<pi pi<<pi− pi−<≤pi− = tftf t tt t tf . As principais propriedades dos sinais periódicos são as seguintes: P1. ∗∈+= ZnnTtftf ),()( . Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.23 P2.Se )(tf é um sinal periódico de período T, os sinais: ktf +)( , )(tkf , )( ktf + , dt tdf )( , são também periódicos de período T (k é uma constante qualquer). P3.A soma (ou subtração) de dois ou mais sinais periódicos gera outro sinal periódico cujo período é igual ao mínimo múltiplo comum dos períodos dos sinais que foram somados (ou subtraídos)8. P4.Se )(tf é um sinal periódico de período T, os sinais: )(ktf , )( aktf + , são também periódicos e têm período k T (onde k e a são constantes quaisquer). P5.Se )(tf é um sinal periódico de período T, então: ∫∫ ++ = Tb b Ta a dttfdttf )()( , onde a e b são constantes reais quaisquer. Exercício Proposto 1.12. Um sinal periódico f(t) é composto pela soma de cinco outros sinais periódicos cujos períodos são: 2, 3, 4, 5 e 15. Determine o período do sinal f(t). Exercício Proposto 1.13. Um sinal periódico f(t) tem período 3. Utilizando as propriedades dos sinais periódicos, determine o período dos sinais dados a seguir, obtidos a partir do sinal f(t): a) )(10)( tfta = ; b) )4(2)( +−= tftb ; c) )(92)( tfth += ; d) )5(3030)( tftg −= ; e) )55()( −= tftr ; f) −= 10 3030)( t fto . Exercício Proposto 1.14. Seja o sinal periódico f t( ) representado graficamente: 2 -1 1 3 1 5 6 7 0 -1 -3-5 -6 f(t) t a)Qual é o período, T, do sinal f t( )? 8 Esta propriedade não se aplica à multiplicação ou à divisão de funções periódicas. Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.24 b)Determine os valores de f ( )−83 e f ( )93 . Exercício Proposto 1.15. Seja o sinal definido por: 2)5sen32sen2()( tttf += . Determine o período desse sinal. 1.7.SI AIS PARES E ÍMPARES Como vimos, um sinal par, definido num intervalo I, se diz par, nesse intervalo, quando: Ittftf ∈∀−= ),()( , (1.68) e ímpar, quando: Ittftf ∈∀−=− ),()( , (1.69) Nas principais propriedades dos sinais pares e ímpares apresentadas a seguir, considera- se que )(tI , )(1 tI e )(2 tI são sinais ímpares e )(tP , )(1 tP e )(2 tP são sinais pares: P1. RadttI a a ∈∀=∫ − ,0)( . P2. RadttPdttPdttP a aa a ∈∀== ∫∫∫ −− ,)(2)(2)( 0 0 . P3.O produto entre sinais com simetria par gera um sinal com simetria par, ou seja, )()()( 21 tPtPtP =⋅ . P4.A divisão entre sinais com simetria par gera um sinal com simetria par, ou seja, )()(/)( 21 tPtPtP = . P5.O produto entre sinais com simetria ímpar gera um sinal com simetria par, ou seja, )()()( 21 tPtItI =⋅ . P6.A divisão entre sinais com simetria ímpar gera um sinal com simetria par, ou seja, )()(/)( 21 tPtItI = . P7.O produto entre um sinal com simetria par e um sinal com simetria ímpar gera um sinal com simetria ímpar, ou seja, )()()( 11 tItItP =⋅ . P8.A divisão entre um sinal com simetria par e um sinal com simetria ímpar gera um sinal com simetria ímpar, ou seja, )()(/)( 11 tItItP = . P9.A divisão entre um sinal com simetria ímpar e um sinal com simetria par gera um sinal com simetria ímpar ou seja, )()(/)( 11 tItPtI = . P10.A derivada de um sinal com simetria ímpar gera um sinal com simetria par e vice-versa. Se um sinal )(tf não tem simetria par nem simetria ímpar dizemos que ele é um sinal nem par nem ímpar e pode ser decomposto em duas componentes: uma componente par e uma componente ímpar, ou seja: )()()( tftftf IP += , (1.70) onde: Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.25 2 )()( )( tftf tfP −+ = , é a componente par do sinal )(tf , e, (1.71) 2 )()( )( tftf tf I −− = , é a componente ímpar do sinal )(tf . (1.72) Exercício Proposto 1.16. Seja o sinal f(t) dado por: ≥ ≤≤+− ≤<− <≤ ≤ = 5,0 53,5 32,1 20, 0,0 )( t tt tt tt t tf . a)Determine o gráfico do sinal f(t); b)Determine o gráfico da componente par do sinal f(t); c)Determine o gráfico da componente ímpar do sinal f(t). Exercício Proposto 1.17. Dado o sinal )2(3)2(2)( −++−= tututg , determine: a)o gráfico do sinal g(t); b)o gráfico da componente par do sinal g(t); c)o gráfico da componente ímpar do sinal g(t). Exercício Proposto 1.18. Seja o sinal k t( ) definido por: k t b t a t( ) ( cos ) ( sen )= + − +2 2 32 2 . Sabendo que a soma das constantes reais positivas: a e b é igual a 3, determine o valor das constantes a e b para que o sinal k t( ) tenha valor médio nulo. Exercício Proposto 1.19. Seja o sinal f(t) dado a seguir: 22 )4sen2()2cos3()( tatbtf +−+= . Sabendo que a e b são constantes reais positivas, determine: a)uma relação entre as constantes a e b para que o sinal )(tf tenha valor médio nulo; b)o período do sinal )(tf ; c)se o sinal )(tf tem simetria par ou ímpar. Justifique sua resposta. Exercício Proposto 1.20. Seja o sinal periódico f(t) dado a seguir: 0 1 3 5 6 7 9-1-3-5-6-7-9 t -2-4-8 2 4 8 1 2 f(t) a)Defina analiticamente o sinal )(tf . b)Determine o valor de )893(−f . c)Determine o período do sinal pi −pi+−+−= tttfth 5 cos)sen()5(1829)( . d)Podemos afirmar que o valor da integral: ∫ − ⋅ 100 100 2sen)( dtttf é zero? Por quê? Exercício Proposto 1.21. Dado o sinal ))(cos(sen)( 3 tttf = , determine: a)o valor médio de f(t); Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.26 b)o período de f(t); c)se o sinal é par ou ímpar, ou, nem par nem ímpar. 1.8.CO VOLUÇÃO A convolução é uma importante operação matemática entre duas funções. Ela pode ser aplicada em várias situações na engenharia e na matemática, especialmente no estudo de sinais e sitemas. Existem diferentes ferramentas matemáticas paraa solução da operação de convolução. O símbolo ∗ é usado para denotar a operação. Nós escrevemos )()( 21 tftf ∗ e lemos “ )(1 tf convoluída (ou convolvida) com )(2 tf ”. A convolução de )(1 tf com )(2 tf é definida como f t f t f f t d1 2 1 2( ) ( ) ( ) ( )∗ = − −∞ ∞ ∫ τ τ τ . (1.73) Note, na equação (1.73), que no processo de integração a “variável muda” τ desaparece e o resultado é uma função de t. A convolução é comutativa: f t g t g t f t( ) ( ) ( ) ( )∗ = ∗ , associativa, f t g t h t f t g t h t( ) [ ( ) ( )] [ ( ) ( )] ( )∗ ∗ = ∗ ∗ , e, distributiva, f t g t h t f t g t f t h t( ) [ ( ) ( )] ( ) ( ) ( ) ( )∗ + = ∗ + ∗ . Vamos apresentar, a seguir, várias representações de sinais contínuos no tempo com duração infinita e com duração finita. Em todas as situações o nosso objetivo será executar a operação de convolução entre os sinais. Cada situação é abordada através de um exemplo. Um mesmo exemplo pode permitir diferentes caminhos para a solução com a aplicação de diferentes ferramentas matemáticas. Procuramos, nesse texto, apresentar e exemplificar a maioria das situações de sinais contínuos com a operação de convolução. A convolução opera com duas funções ou com dois sinais, digamos )(tx e )(th , para gerar uma terceira função ou sinal como resultado da operação, )(ty . Como veremos adiante, a interpretação para a função )(th , na engenharia, é que esta é a resposta impulsiva de um sistema linear e invariante no tempo, mas também não deixa de ser uma função matemática que descreve as características intrínsecas de um sistema. O teorema da superposição é válido em sistemas lineares. Em sistemas invariantes no tempo, um atraso no sinal de entrada, provoca o mesmo atraso no sinal de saída. A integral da equação (1.73) é denominada de integral da convolução. Note que nessa integral uma das funções sofre apenas a mudança de variável de t para τ, enquanto a outra função sofre a mudança de variável seguida pela operação de reflexão e por um deslocamento pela variável t. Como vamos trabalhar com os sinais )(tx e )(th gerando o sinal )(ty , e, sabendo que a convolução é uma operação comutativa, vamos reescrever a equação (1.73) como ∫∫ ∞ ∞− ∞ ∞− ττ−τ=∗=ττ−τ=∗= dtxhtxthdthxthtxty )()()()()()()()()( . (1.74) A convolução de dois sinais finitos, por exemplo, )(tx com duração xL e )(th com duração hL , resultará num sinal, )(ty , com duração hx LL + . Considerando, ainda, que o sinal )(tx Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.27 esteja contido no intervalo ],[ xx FI , e que o sinal )(th esteja contido no intervalo ],[ hh FI , o sinal resultante da convolução desses dois sinais finitos estará contido no intervalo ],[ hxhx FFII ++ . Vamos apresentar, a partir de agora, exemplos da operação de convolução de sinais contínuos no tempo que podem ter duração infinita e finita. Para tal, vamos utilizar a definição matemática da operação. Na convolução de dois sinais com duração infinita, vamos utilizadas duas funções exponenciais decrescentes: )(2)( tuetx t−= e )()( 3 tueth t−= . Os sinais trabalhados para realizar a operação, através da troca de variáveis de t para τ, da operação de reflexão e o deslocamento no sinal h são dados por: )(2)( τ=τ τ− uex e )()( )(3 τ−=τ− τ−− tueth t . Para realizar a operação de convolução pela definição é necessário, normalmente, o auxílio de gráficos que permitam verificar a interação entre os sinais para a determinação das condições de integração. Na interpretação da convolução, um sinal permanece na sua posição original e o outro sinal que sofreu a reflexão e o deslocamento é posicionado em −∞=t sendo deslocado até +∞=t para realizar a integral da convolução. As etapas da operação de convolução para os sinais desse exemplo são apresentadas na Fig. 1.23. Fig.1.23-Exemplo da operação de convolução com sinais de duração infinita. Os instantes 0<t e 0=t são apresentados pelas Figs.1.23(a) e 1.23(b), resultando em valor nulo para a convolução, pois os sinais não possuem sobreposição. Para 0>t , conforme apresenta a Fig.1.23(c), os sinais são sobrepostos, e o produto entre eles resulta em valor não nulo. Observa-se, pela Fig.1.23(c), que o intervalo de integração é de 0 até t e a expressão matemática de )(ty pode ser calculada a partir da equação (1.74): tt t t t t eedeedeety 3 0 23 0 )(3 22)( −−τ−τ−−τ− −=τ=τ= ∫∫ . Como esse resultado é válido para 0>t , podemos escrever: )()()( 3 tueety tt −− −= . (1.75) A Fig.1.24 apresenta o comportamento do resultado da convolução, )(ty , descrita pela equação (1.75). Observa-se que a convolução de dois sinais contínuos no tempo e com duração infinita resultou num sinal contínuo no tempo com duração infinita. Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.28 Fig.1.24-Resultado da operação de convolução com sinais de duração infinita. Para exemplificar a convolução para sinais contínuos finitos, vamos utilizar dois pulsos retangulares )(tx e )(th , apresentados nas Figs.1.25(a) e 1.25(b), respectivamente. Estes sinais são definidos pelas seguintes equações: )2()()( −−= tututx e )4(2)(2)( −−= tututh . Como regra prática para a execução da convolução, a operação é simplificada se for escolhido o sinal mais simples para ser refletido e deslocado. Como a operação tem a propriedade de ser comutativa, optou-se por deslocar e refletir o sinal )(tx . Fig.1.25-Exemplo da operação de convolução com sinais de duração finita. As Figs.1.25(c) e 1.25(d) apresentam os sinais preparados para realizar a operação, fazendo a troca de variáveis de t para τ, realizando a operação de reflexão e o deslocamento no sinal )(tx , e a troca de variável no sinal )(th . Para realizar a operação de convolução pela definição, vamos utilizar os gráficos apresentados na Fig.1.26. Na interpretação da convolução, como já dissemos anteriormente, um sinal permanece na sua posição, no caso desse exemplo o sinal )(τh , e o outro sinal )( τ−tx é posicionado em −∞=t sendo deslocado até +∞=t para realizar a integral da convolução. Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.29 Fig.1.26-Sinais com durações finitas e suas respectivas transformações para a operação de convolução. O instante 0=t , apresentado pela Fig.1.26(a), resulta em valor nulo para a convolução, pois os dois sinais estão no limite para iniciar a sobreposição. Para o intervalo 60 << t , os sinais são sobrepostos, sendo que o produto dos sinais e a área sobre este sinal produto Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.30 resultam em valor não nulo, conforme apresenta a Fig.1.26(b). Uma situação limite ocorre para 2=t , onde que o sinal )( τ−tx está completamente sobreposto ao sinal )(τh , desta forma executa-se a análise para o intervalo 20 << t . Para este intervalo, observa-se na Fig.1.26(b) que o produto das funções possui uma largura variável, definindo o intervalo de integração entre 0 e t. A convolução para o intervalo 20 << t resulta na função tty 2)( = , aumentando linearmente a área determinada pelo produto entre as duas funções. No intervalo 42 << t , observa-se que, pelas Figs.1.26(c), 1.26(d) e 1.26(e), o resultado da integral não é alterado, pois o sinal )( τ−tx encontra-se completamente sobreposto pelo sinal )(τh , sendo deslocado sob este. Observa-se que o intervalo de integração varia de t+− 2 até t. O desenvolvimento da integral resulta em: 412)( 2 =τ⋅= ∫ +− t t dty , ou seja, a convolução resulta na função constante 4)( =ty , obtida do produto das duas funções multiplicado pela largura do sinal )( τ−tx . A partir do instante 4=t , o sinal )( τ−tx não está mais completamente sobrepostopelo sinal )(τh , sendo necessárias novas condições de análise. A Fig.1.26(f) apresenta esta situação, sendo que o limite ocorre para 6=t . Para a análise no intervalo 64 << t , o intervalo de integração varia de t+− 2 até 4. O desenvolvimento da integral resulta em: tdty t 21212)( 4 2 −=τ⋅= ∫ +− . A partir de 6=t não há mais sobreposição dos sinais, resultando em valor nulo para a convolução, conforme apresentado na Fig.1.26(g). As sentenças matemáticas do resultado da convolução, )(ty , são apresentadas na equação (1.76). ≥ ≤≤− ≤≤ ≤≤ ≤ = 6,0 64,212 42,4 20,2 0,0 )( t tt t tt t ty . (1.76) A forma gráfica do resultado é apresentada na Fig.1.27. Fig.1.27-Resultado da operação de convolução com sinais de duração finita. Como os sinais )(tx e )(th são finitos, observa-se que 2=xL e 4=hL , resultando em 6=yL . Quanto aos intervalos, para o sinal )(tx temos )2,0( e para o sinal )(th temos )4,0( , resultando no intervalo ]6,0[ para )(ty . Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.31 Observa-se que, devido ao sinal pulso retangular possuir descontinuidades, é necessária a realização da convolução por intervalos, para cada mudança dos limites de integração da integral de convolução. Neste caso, a operação só pode ser realizada com a ajuda de gráficos que apresentam as interações entre os sinais. Para exemplificar a convolução entre um sinal com duração finita e um sinal com duração infinita, utilizaremos )(tx e )(th definidos por: )3(2)(2)( −−= tututx e )()( 2 tueth t−= , cujo comportamento é apresentado pelas Figs.1.28(a) e 1.28(b). Fig.1.28-Exemplo da operação de convolução entre sinal de duração finita e sinal de duração infinita. A Fig.1.29(a) apresenta os sinais preparados para realizar a operação de convolução através da troca de variáveis de t para τ, da operação de reflexão e de deslocamento no sinal )(tx , e da troca de variável no sinal )(th . Podemos observar que, para 0<t , não existe convolução. Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.32 Fig.1.29-Exemplo da operação de convolução entre um sinal finito e um sinal infinito utilizando a definição de convolução contínua. A convolução inicia para 0=t , como apresenta a Fig.1.29(b), ocorrendo uma situação limite para 3=t , conforme apresenta a Fig.1.29(d). Para o intervalo 30 << t , observa-se o intervalo de integração varia entre 0 e t. Nesse intervalo, temos: t t edety 2 0 2 12)( −τ− −=τ= ∫ . Para o intervalo 3>t , apresentado pela Fig.1.29(e), o sinal finito )(tx continua deslocando-se até o infinito, ocorrendo a convolução até o infinito. Neste intervalo de análise, a integral da convolução possui os limites de integração t+− 3 e t. Nesse intervalo temos: )1(2)( 62 3 2 −=τ= − +− τ− ∫ eedety t t t . A convolução das funções )(tx e )(th resulta em uma função )(ty apresentada pela equação (1.77). ≥− ≤≤− ≤ = − − 3),1( 30,1 0,0 )( 62 2 tee te t ty t t . (1.77) A forma gráfica do resultado é apresentada na Fig.1.30. Fig.1.30-Resultado da operação de convolução entre um sinal de duração finita e um sinal de duração infinita. Além das propriedades comutativa, distributiva e associativa, outras propriedades da integral de convolução merecem destaque. São elas: a propriedade da derivada: dt tdh txth dt tdx thtx dt d )( )()( )( )]()([ ∗=∗=∗ , (1.78) a propriedade da integral (ou da área total) onde, se )()()( thtxty ∗= , então: Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.33 ∫∫∫ ∞ ∞− ∞ ∞− ∞ ∞− ×= dtthdttxdtty )()()( , (1.79) a propriedade da convolução com o impulso: )()()( atxattx ±=±δ∗ . (1.80) 1.9.SISTEMAS LI EARES E I VARIA TES O TEMPO Os sistemas lineares são caracterizados pelo princípio da superposição. Isso implica em que, se )(1 tr é a resposta a uma função de excitação )(1 tf e )(2 tr é a resposta a outra função de excitação )(2 tf , então, para a função de excitação )()( 21 tftf + , a resposta será )()( 21 trtr + . O enunciado do princípio da superposição diz que a resposta a uma função de excitação )()( 21 tbftaf + é dada por )()( 21 tbrtar + . Portanto, para determinar a resposta de um sistema linear a uma dada função de excitação podemos empregar o princípio da superposição. A maioria dos sistemas utilizados em engenharia são lineares e invariantes no tempo. Ou seja, atendem o princípio da linearidade e dependem da diferença de tempo entre entrada e saída (e não dos valores absolutos do tempo entrada e do tempo de saída). Assim, consideremos um sistema linear e invariante no tempo (SLIT) sem energia inicial armazenada e com uma excitação )(tf . Em algum ponto desse sistema estará presente uma resposta )(tr , conforme mostra a Fig.1.31. Fig.1.31-Representação entrada/saída de um Sistema Linear e Invariante no Tempo (SLIT). Vamos admitir que )(th seja a função que representa a resposta desse sistema a uma excitação do impulso unitário no instante 0=t , conforme mostra a Fig.1.32. Fig.1.32-Representação entrada/saída de um SLIT para uma entrada impulso unitário. Se o impulso unitário tivesse sido aplicado no instante τ=t e não no instante 0=t , a única alteração seria um atraso na saída, conforme mostra a Fig.1.33. Fig.1.33-Representação entrada/saída de um SLIT para uma entrada impulso unitário atrasada. Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.34 Considerando que o peso (área) do impulso não seja mais unitário, mas sim igual a um número dado por, digamos, )(τf , teremos o que mostra a Fig.1.34. Fig.1.34-Representação entrada/saída de um SLIT para uma entrada impulso atrasada e com peso não unitário. Imaginemos, agora, que τ possa assumir infinitos valores. As infinitas funções de entrada que serão geradas pelos infinitos valores de τ geram infinitas respostas para o sistema. Pelo princípio da superposição, se somarmos todas as funções de entrada, teremos uma somatória na saída, conforme mostra a Fig.1.35. Fig.1.35-Representação entrada/saída de um SLIT para uma soma de impulsos deslocados no tempo e com pesos não unitários. Supondo que τ sofra variações infinitesimais e imaginando que multiplicamos todas as entradas e, conseqüentemente, todas as saídas por τ∆ ; no limite, o somatório se transforma numa integral. Ou seja, na entrada teremos ττ−δτ∫ ∞ ∞− dtf )()( e na saída ττ−τ∫ ∞ ∞− dthf )()( . Recordando a definição de convolução, temos: f t f t f f t d1 2 1 2( ) ( ) ( ) ( )∗ = − −∞ ∞ ∫ τ τ τ . (1.81) Note que a expressão da entrada bem como a expressão da saída do nosso sistema são duas convoluções: ττ−δτ=δ∗ ∫ ∞ ∞− dtfttf )()()()( , (1.82) e, ττ−τ=∗ ∫ ∞ ∞− dthfthtf )()()()( . (1.83) A convolução de um impulso com uma função qualquer resulta na própria função. Assim, a equação (1.82) torna-se: )()()( tfttf =δ∗ . (1.84) No caso da equação (1.83) que define a saída do sistema, temos: )()()( thtftr ∗= . (1.85) A Fig.1.36 resume os resultados para o domínio do tempo. Capítulo 1 – Introdução à Teoria de Sinais e Sistemas 1.35 Fig.1.36-Representação da relação entre entrada/saída de um SLIT para o domínio do tempo. Exercício Proposto 1.22. Um SLIT tem como resposta ao impulso unitário, h(t), o gráfico dado a seguir. Na entrada do sistema é colocado um pulso retangular de amplitude três e que se estende de t = 0 (s) a (s)4=t . Esboce o gráfico do sinal de saída do sistema linear. h t( ) t 0 1 1 (s)
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