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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA SETOR DE CIENCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS AUGUSTO ARAUJO VUITIK KAROLINA MAIA THIELY KOVALISKI DA SILVA PAULA SANTOS CARACTERIZAÇÃO DE RESÍDUOS EM ARGILAS PONTA GROSSA MARÇO/2014 AUGUSTO ARAUJO VUITIK KAROLINA MAIA THIELY KOVALISKI DA SILVA PAULA SANTOS CARACTERIZAÇÃO DE RESÍDUOS EM ARGILAS Relatório apresentado à disciplina de Ensaios e Caracterização de Materiais do Curso de Engenharia de Materiais, 3ª série, da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG. Prof. Cláudia Francine Machado Canova PONTA GROSSA MARÇO/2014 SUMÁRIO 1 OBJETIVOS ..................................................................................................... 3 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 3 2.1 COMPOSIÇÃO DAS ARGILAS ........................................................................ 3 2.2 ARGILOMINERAIS ........................................................................................... 4 2.2.1 Caulinita ............................................................................................................ 4 2.2.2 Montmorilonita .................................................................................................. 4 2.2.3 Ilíta .................................................................................................................... 5 2.3 RESÍDUOS E SUA ANÁLISE ........................................................................... 6 3 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................ 6 3.1 MATERIAIS UTILIZADOS ................................................................................ 6 3.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ................................................................ 7 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................... 7 4.1 CARACTERÍSTICAS PRIMÁRIAS ................................................................... 7 4.2 ANÁLISE QUANTITATIVA DO RESÍDUO ........................................................ 8 4.3 ANÁLISE QUALITATIVA DO RESÍDUO ........................................................... 9 5 CONCLUSÃO ................................................................................................. 10 REFERÊNCIAS......................................................................................................... 11 3 1 OBJETIVOS Analisar a quantidade de resíduos presentes na argila SV, a partir de dados metalográficos. 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Argilas são materiais terrosos naturais de baixa granulometria, que adquirem plasticidade quando misturados com uma quantidade limitada de água. São constituídas principalmente por partículas cristalinas pequenas – < 0,002mm – chamadas argilominerais. Também entram em sua composição a sílica, carbonatos e feldspato e uma quantidade variável de matéria orgânica. A cor das amostras é resultado da presença de óxidos de ferro, ou alumínio, resultantes da oxidação das rochas. [1] As argilas possuem muitos resíduos, como, por exemplo minerais e matéria orgânica, que estão presentes de acordo com o solo do qual é retirada, sendo necessário uma análise dos mesmos a partir de análises metalográficas. 2.1 COMPOSIÇÃO DAS ARGILAS Os principais componentes das argilas, argilominerais e óxidos mais comuns, estão relacionados abaixo, junto com as suas composições mineralógicas. Argilominerais Caulinita – Al4(Si4O10)(OH)8 Montmorilonita – Al4Si8O20(OH)4nH2O Ilita – Kx(Al,Mg)4(Si,Al)8O20(OH)4.nH2O, x<1 Óxidos Hematita – Fe2O3 (cor vermelha) Goethita – FeO(OH) (cor amarela) Gibbsita – Al(OH)3 (cor branca) 4 2.2 ARGILOMINERAIS 2.2.1 Caulinita O nome desse tipo de argila deriva do seu principal constituinte, a caulinita: Al4(Si4O10)(OH)8 O tamanho de partícula da caulinita, da ordem de 1 milésimo de milímetro, é sensivelmente maior que o dos argilominerais das outras classes. Consequentemente, as argilas cauliníticas apresentam baixa plasticidade [2]. A granulometria mais elevada leva a uma porosidade maior na estrutura do material a seco. Essa porosidade, por outro lado, permite secagem rápida e fácil, porém limita a resistência à flexão a seco da argila, que pode variar de 10 a 30 kgf/cm2. Figura 1. Micrografia com detalhe para os folhetos de caulinita. 2.2.2 Montmorilonita A montmorilonita é um argilomineral formado em climas secos, a partir de rochas básicas (como feldspatos) ou por alteração de cinzas vulcânicas e rochas magmáticas ricas em Ca e Mg. A composição real dos minerais desse grupo difere da teórica devido a substituições e trocas de cátions (Si por Al; Al por Mg, Fe ou Li). Uma das principais características do argilomineral é o tamanho de partícula (inferior a 0,5 milésimo de milímetro) [3]. 5 As argilas que contém um volume significativo desse mineral são difíceis de secar, exibem forte retração de secagem, elevada plasticidade e elevada resistência mecânica a seco (> 80 kgf/cm2). Figura 2. Micrografia com detalhe para as partículas de montmorilonita. 2.2.3 Ilíta A Ilíta é um argilomineral de ocorrência frequente nas argilas. Os cristais do mineral têm forma lamelar alongada e bordas irregulares, com tamanho de partícula que varia entre 0,1 e 2 milésimos de milímetro. As argilas ilíticas apresentam plasticidade média a elevada, quando comparada à argilas cauliníticas. Elas secam com relativa facilidade e apresentam resistência à flexão a seco que varia entre 40 e 60 kgf/cm2. Figura 3. Micrografia com detalhe para as partículas de Ilíta. 6 2.3 RESÍDUOS E SUA ANÁLISE A fração composta pelos minerais e pela matéria orgânica é denominada resíduo. A porcentagem de resíduo (%R) tem que ser baixa, uma vez que ele é geralmente prejudicial à argila, afetando a cor da cerâmica, a densidade, a sinterização, etc. Esses resíduos variam do tipo de solo que a argila é retirada e não são homogêneos no material. Assim, é necessário uma análise de vários lotes de argila para que se possa obter a composição residual do material. Essa análise pode ser feita desaglomerando a argila, separando os resíduos e analisando-os por um método metalográfico. Dessa forma, obtém-se uma imagem microscópica dos resíduos, podendo-se analisar e identificar os mesmos. 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 MATERIAIS UTILIZADOS 100g de argila SV Água Amônia ( Peneira 325 mesh Béquer plástico 500 ml Balança analítica (0,0001g) Proveta (200 ml) Almofariz Pistilo Agitador Pincel Estufa Microscópio ótico 7 3.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Na primeira etapa do ensaio a argila SV foi desaglomerada utilizando o almofariz e pistilo. Em seguida, pesou-se 100 g da argila em estudo utilizando a balança analítica. A argila foi colocada em um béquer de plástico e misturada com 400 ml de água e 5 ml de amônia – defloculante. O béquer foi então levado para o agitador, onde permaneceu durante 30 minutos. Logo após, a mistura foi passada pela peneira de 325 mesh com o auxílio de água corrente, para que os resíduos fossem separados. O resíduo retido na peneiraficou dentro da estufa a 110ºC durante 40 minutos para secagem. Transcorrido esse tempo, o resíduo seco teve sua massa aferida na balança analítica e foi encaminhado para análise no microscópio ótico. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 CARACTERÍSTICAS PRIMÁRIAS A argila SV apresentou uma coloração inicial branco-amarelado, de textura leve e facilmente desaglomerada. Conforme os grãos diminuíam de tamanho, algumas partículas tinham facilidade em reter a alta umidade presente no ar. Após a primeira passagem pelo tamís, a amostra adquiriu um tom mais claro, ainda branco, porém mais próximo do cinza do que do amarelo. A fração da amostra que havia ficado retida foi novamente triturada; porém, com mais dificuldade do que no início. Isso denota que os resíduos presentes na amostra eram bastante duros. Após vigorosa agitação em água e nova passagem pelo tamís, os resíduos ficaram evidentes. A olho nu era possível observar pequenos cristais e grãos opacos, ambos de aspecto amarelado. A argila propriamente dita era de um tom acinzentado, sendo facilmente transportada pela água. 8 4.2 ANÁLISE QUANTITATIVA DO RESÍDUO Uma forma de averiguar a região de onde uma amostra de argila foi extraída, bem como as suas condições de transporte e refino é analisando a quantidade de resíduo presente. Essa informação é útil para determinar o processo de beneficiamento da argila. A massa inicial da amostra, sem a retirada do resíduo era de XXXXXg A massa do resíduo seco era de XXXXXg Com isso, é possível estimar a porcentagem de resíduo presente na amostra, utilizando a Equação 1 [4]: ( Equação 1: Porcentagem de resíduo na amostra, onde representa o peso inicial da amostra, e o peso de resíduo removido. Dessa forma: ( ( O percentual de resíduo na amostra é de XXXXX. 9 4.3 ANÁLISE QUALITATIVA DO RESÍDUO Após a análise quantitativa, a amostra de resíduo foi encaminhada para o microscópio ótico, com o qual foram obtidas as seguintes imagens: Figura 4: Análise microscópica do resíduo com ampliação de 50X. Figura 5: Análise microscópica do resíduo em luz polarizada, com ampliação de 50X. 10 Com essa técnica, é possível identificar os resíduos relacionando suas cores, tamanhos e a rugosidade aparente. Por isso foi importante utilizar a luz polarizada e o fundo escuro; entretanto, pouco se pode afirmar sobre o resíduo apenas com essa observação. As partículas podem ser compostas por quartzo (sílica ), um dos principais componentes da areia, e sua forma sugere um transporte fluvial. Já os grãos opacos possuem uma coloração mais esbranquiçada, podendo indicar a presença de calcita ( ) muito comum em depósitos de cavernas. Esse último, além da coloração branca, pode ser azul, esverdeado, vermelho, cinza ou amarelado – como é observado nos resíduos [5]. A coloração esbranquiçada da argila SV, bem como a facilidade em desaglomerá-la indicam que pode conter caulinita na sua composição, um argilomineral branco de baixa resistência mecânica. A amostra de argila SV pode ter sido retirada de regiões onde outrora houve grandes depósitos de água, como lagos assoreados ou até mesmo fundos de mar. Nessas regiões é comum encontrar rochas ricas em . Caso a argila fosse proveniente do leito de um rio, os resíduos seriam mais refinados, com aspecto liso e arredondado. A forma grosseira dos resíduos encontrados sugere que eles foram apenas transportados pela água até determinado local, mas não sofreram ação constante desse agente [1]. 5 CONCLUSÃO Analisando os resíduos removidos da amostra de argila SV, presume-se que sua composição inclui sílica e caulinita, devido à semelhança encontrada com esses minerais. A argila SV pode ter sido retirada de regiões ricas nesses minerais, ou seja, antigos depósitos de água. Além disso, a argila deve pertencer ao grupo dos caulins, por sua coloração esbranquiçada e baixa resistência mecânica. Entretanto, seria preciso repetir esses testes com várias amostras da SV, para então detectar um padrão nos resíduos e determinar sua composição e provável localização. O ensaio realizado possui um caráter quantitativo; para determinar a composição de forma confiável poderiam ser utilizadas técnicas de espectroscopia ou de difração por raios X. 11 REFERÊNCIAS 1. AMORIM, R. S. S.; AZEVEDO, E. C.; SARACAMUZZA, J. F. Minerais. Universidade Federal do Mato Grosso. Cuiabá, p. 13. 2004. 2. CUCHIERATO, G. et al. As Matérias-Primas Plásticas para a Cerâmica Tradicional: Argilas e Caulins. Cerâmica Industrial, v. 9, n. 2, p. 33-46, Março/Abril 2004. ISSN 1413. 3. COELHO, A. C. V.; SANTOS, P. D. S. Argilas Especiais: O que são, caracterização e propriedades. Química Nova, v. 30, n. 1, p. 146-152, Agosto 2007. 4. SANTOS, P. D. S. D. Ciência e Tecnologia de Argilas. Rio de Janeiro: Blucher, v. 1, 1989. 5. HURLBUT; DANA, J. D. Manual de Mineralogia. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., v. I, 1974.
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