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ATIVIDADE ACADÊMICA: QUÍMICA GERAL PROPRIEDADES PERIÓDICAS PROF.: Gabriel Meneghetti Faé Gomes A TABELA PERIÓDICA A distribuição eletrônica dos elementos, como já visto, temos um indicativo dos possíveis comportamentos dos átomos. A partir da distribuição eletrônica, podemos, também, agrupar os elementos em grupos na formação da Tabela Periódica de acordo com as suas características. Foi exatamente esta a ideia por trás do desenvolvimento da Tabela Periódica por Dimitri Mendeleev: registro das propriedades dos elementos conhecidos, agrupamento de acordo com semelhanças nas propriedades e organização via aumento do número atômico. CONFIGURAÇÃO ELETRÔNICA E TABELA PERIÓDICA A Tabela Periódica está estruturada de maneira que os elementos com o mesmo padrão de configuração eletrônica de níveis mais externos (valência) estejam distribuídos em colunas. A figura abaixo mostra um diagrama de bloco da Tabela Periódica de acordo com o último subnível preenchido ou parcialmente preenchido. Sendo assim, observa-se que a Tabela Periódica pode ser um guia para a ordem na qual os orbitais são preenchidos! GRUPOS DA TABELA PERIÓDICA Os elementos são arranjados de modo que aqueles com propriedades químicas e físicas similares encontram-se em colunas verticais chamadas grupos ou famílias. As fileiras horizontais são chamadas de períodos e correspondem ao número de níveis energéticos que os elementos possuem de acordo com a sua distribuição eletrônica. Além disso, há diferentes regiões que correspondem aos metais, não metais e metaloides. Metais: são sólidos, com exceção do mercúrio, conduzem eletricidade, são dúcteis e maleáveis e podem formar ligas. Não metais: alguns são sólidos, como C, S, P e I, quatro são gases, como O, N, F e Cl e um é líquido, Br. Não conduzem eletricidade, com exceção do grafite (C). Metaloides (ou semimetais): apresentam propriedades que dificultam a sua classificação como metais ou não metais. Quanto aos metais, ainda podemos considerar alguns grupos: Metais alcalinos (Grupo 1): são todos metais reativos e, em razão de sua reatividade, são encontrados na natureza combinados em compostos, nunca como substâncias simples. Sendo “X” o número da camada de valência, sua distribuição eletrônica termina com Xs1 e perdem 1e- para adquirir a estabilidade eletrônica. Metais alcalinos terrosos (Grupo 2): também são metais que ocorrem naturalmente em compostos. A exceção do Be, reagem com a água para formar soluções alcalinas. Sendo “X” o número da camada de valência, sua distribuição eletrônica termina com Xs2 e perdem 2e- para adquirir a estabilidade eletrônica. Metais de transição (Grupo 3 ao 12): praticamente todos os metais de transição possuem aplicações comerciais importantes. Possuem, normalmente, mais de um comportamento quanto a perda de e-. Na sua distribuição eletrônica, apesar de possuirem um subnível “s” na última camada, um subnível “d” em uma camada anterior é o de maior energia associada. Nos não metais, ressalta-se o grupo dos halogênios (Grupo 17), grupo inteiramente composto por não metais. Os elementos deste grupo, como substâncias puras, existem na forma de moléculas diatômicas: F2, Cl2 e Br2 e I2 quando na forma de gases ou vapores. Todos os elementos deste grupo combinam-se violentamente com os metais alcalinos para formar sais (NaCl, NaI, LiF). Além disso, os halogênios reagem com facilidade com a maioria dos outros grupos. Sendo “X” o número da camada de valência, sua distribuição eletrônica termina com Xs2Xp5 e recebem ou compartilham 1e- para adquirir a estabilidade eletrônica. Ainda temos os gases nobres, localizados na coluna da extrema direita da tabela periódica, que são os elementos de menor reatividade e possuem estabilidade eletrônica, isto é, 8e- na camada de valência a partir da sua distribuição eletrônica. Sendo “X” o número da camada de valência, sua distribuição eletrônica termina com Xs2Xp6. PROPRIEDADES PERIÓDICAS Carga Nuclear Efetiva (Zeq) A Lei de Coulomb de atração indica que a força de atração entre duas cargas elétrica, (+) e (-), núcleo (+) e elétrons (-), depende da magnitude da carga líquida agindo no elétron e da distância média entre o elétron e o núcleo. A força de atração do elétron da camada de valência aumenta na mesma proporção que a carga nuclear efetiva e diminui à medida que o elétron se afasta do núcleo. Mas então o que vem a ser a carga nuclear efetiva? Temos um número de prótons “Z” (ou número atômico) localizados no núcleo e que proporcionam uma carga positiva agindo sobre os elétrons distribuídos nos orbitais e os atraindo. Temos os elétrons de valência, localizados na última camada incompleta. Localizado entre o núcleo e os elétrons de valência, há os elétrons nas camadas completas, ”S”, que agem como uma blindagem eletrônica entre a camada de valência e o núcleo. A carga nuclear efetiva será, então, o número de prótons no núcleo subtraído pelo número de elétrons da blindagem eletrônica: Zeq = Z – S Esta propriedade expressa a carga líquida, ou atração, que o núcleo positivo tem sobre a última camada negativa. Quanto maior o valor da carga nuclear efetiva, maior será a atração dos elétrons mais externos, da camada de valência, em relação ao núcleo. A figura a seguir mostra estes conceitos para o átomo de Mg, onde Zeq = 2, sendo a blindagem eletrônica, S, igual a 10. Raio atômico O raio atômico pode ser considerado uma medida do tamanho do átomo. Para tanto, o raio atômico pode ser definido como a distância média do e- mais externo ao núcleo. Dentro de um grupo, o raio atômico aumenta com Z, isto é, de acordo com o aumento do número de camadas eletrônicas do átomo. Dentro de um período, sabendo que os elementos possuem o mesmo número de camadas, da esquerda para a direita, há um aumento do número de prótons no núcleo, fazendo com que e- sejam mais fortemente atraídos, acarretando em uma diminuição do raio atômico. A propriedade periódica carga nuclear efetiva ajudará a explicar a relação e- da camada de valência-núcleo do átomo. Energia de Ionização A energia de ionização é a energia necessária para remover um e- de um átomo na fase gasosa: Átomo no estado fundamental → Átomo+ + 1e -, ou Na → Na+ + 1e-, ou Primeira energia de ionização: Mg → Mg+ + 1e- Segunda energia de ionização: Mg → Mg2+ + 1e- Isto ocorre, pois, para separar 1e- de um átomo, deve-se fornecer energia para superar a atração da carga nuclear. Normalmente, para as primeiras energias de ionização, os valores aumentam ao longo de um período e diminuem grupo abaixo. A figura a seguir mostra as energias de ionização para e- de átomos do terceiro período. Observe como os valores aumentam quando se ultrapassa a retirada de e- da camada de valência. Afinidade eletrônica Alguns átomos têm afinidade, ou atração, por elétrons e podem adquirir um ou mais elétrons para formar um íon negativo: F + 1e- → F- Sendo assim, a afinidade eletrônica é definida como a energia de um processo em que um elétron é adquirido pelo átomo na fase gasosa: Quanto maior a afinidade eletrônica de um átomo, mais negativa é a energia relacionada à atração de 1e-. Isto ocorre pois a tendência dos átomos é comportarem-se de maneira a ficar com a menor energia associada ao seu estado final e os valores de afinidade eletrônica e energia de ionização tendem a ser inversamente proporcionais EXERCÍCIOS – PROPRIEDADES PERIÓDICAS 1) Qual sofrerá a maior carga nuclear efetiva, os elétrons do nível n = 3 do Ar ou os elétrons do nível n = 3 do Kr? Explique 2) Como base em suas posições na tabela periódica, determine qual átomo dos seguintes pares terá a maiorprimeira energia de ionização: (a) O, Ne; (b) Mg, Sr; (c) K, Cr; (d) Br, Sb; (e) Ga, Ge 3) Os halogênios, Grupo 7A ou 17 da Tabela Periódica, são por demais reativos para serem encontrados como elementos livres na natureza. A principal fonte de flúor é a fluorita, CaF2, um minério insolúvel em água. Cloro está presente como NaCl, KCl, e MgCl2. a. Qual são as propriedades periódicas destes elementos que determinam que os mesmos nunca sejam encontrados livres na natureza. b. Para a obtenção dos halogênios, devem ser removidos os íons halogenetos para formar moléculas líquidas ou gasosas: 2Cl- →Cl2(g) + 2e — 2F- →F2(g) + 2e — 2I- →I2(l) + 2e — 2Br- →Br2(l) + 2e — Ordene, em ordem crescente, a dificuldade de realização deste processo de obtenção dos halogênios puros, líquidos ou gasosos, e justifique. 4) Enquanto a afinidade eletrônica do Br é uma grandeza negativa, ela é positiva para o Kr. Use as configurações eletrônicas dos dois elementos para explicar a diferença. 5) Responda às seguintes questões dos elementos A e B a partir das suas configurações eletrônicas: A: [Kr]5s1 B: [Ar]3d104s24p4 a. O elemento A é um metal, semi-metal ou não metal? Por quê? b. Qual elemento tem a maior primeira energia de ionização? c. Qual elemento possui a menor afinidade eletrônica? d. Qual elemento possui o maior raio atômico? 6) Dada a tabela abaixo: Elemento Configuração 1ª En. de Ionização (kJ/mol) A 1s22s22p63s23p64s1 418,8 B 1s22s22p63s23p1 577,5 C 1s22s2 899,5 D 1s22s22p63s23p64s2 650,3 E 1s22s22p4 1.313,9 F 1s22s22p63s23p5 1.251,2 Classifique os itens abaixo como verdadeiros ou falsos e explique via configuração eletrônica ou energia de ionização. a. A, C e D são não metais; b. Os altos valores da 1ª Energia de Ionização de E e F são típicos de elementos não metálicos; c. O elemento A tende a tornar-se ânion e o elemento F tende a tornar-se cátion. d. A e D são elementos de transição.
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