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Características do Estado - Síntese

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Características do Estado - Poder Soberano 
O Poder designa força, autoridade, comando. 
 
Como força o Poder é abstrato e para se manifestar está intimamente ligado ao elemento 
humano e suas relações. Na vida social, as pessoas se unem e se organizam para realizar 
um objetivo comum, para tanto necessitam de uma autoridade que direcione e coordene 
as vontades e atividades individuais, estabelecendo procedimentos, rotinas e sanções. 
Assim um grupo social para alcançar um interesse comum constitui um poder superior, 
uma autoridade capaz de fixar regras e determinar as relações com outros grupos ou entre 
os seus próprios membros. Esse poder social é naturalmente restrito aos interesses do 
grupo. É como ocorre na família, na igreja, nas associações econômicas, esportivas, 
artísticas, etc. Sendo o Estado uma sociedade política, não pode existir sem poder, o qual 
se estende às pessoas e aos grupos sociais que se acham no seu âmbito. O poder que 
nos interessa nesse estudo é o Poder político e jurídico. Poder esse exercido no Estado e 
pelo Estado. 
 
BREVE HISTÓRICO DO TERMO SOBERANIA 
 
EUROPA DO SÉCULO XVI a supremacia do Poder Estatal só foi possível quando em um 
mesmo território havia uma única autoridade um único poder. Dessa maneira Soberania é 
o Poder que não encontra limites, quer na ordem externa quer na ordem interna. Isso 
significava a possibilidade de impor unilateralmente deveres aos cidadãos e conferir 
competências ao Estado podendo essas competências serem redefinidas a qualquer 
tempo. Foi essa época o apogeu da soberania como poder incontestável e ilimitado. 
Alguns autores consideram que esse tipo de Soberania na prática nunca existiu porque os 
reis se submetiam as Leis do Reino (sucessão e aos princípios do direito natural). O 
Absolutismo do Poder Monárquico, na prática recaia na impossibilidade de alguém 
responsabilizar o rei por suas ações. Na ordem externa o Poder se limitava ao respeito da 
soberania dos outros reinos. 
 
A SOBERANIA DENTRO DO ESTADO ATUALMENTE 
 
Com o surgimento do ESTADO CONSTITUCIONAL – aqueles em que os governantes só 
podem atuar nos limites das competências que lhes confere a lei maior - a Constituição, 
ocorre dentro dos Estados limitações constitucionais ao exercício do poder. 
 
CARACTERÍSTICAS DA SOBERANIA 
 
Soberania é una, indivisível, inalienável e imprescritível. 
 
Una – não se admite dentro do Estado a existência de duas soberanias; 
 
Indivisível – impõe unidade e a ela se aplica a universalidade dos fatos ocorridos no 
Estado, não se admitindo a existência de varias partes separadas da mesma soberania 
(não confundir com divisão de poder que na verdade é divisão de funções); 
 
Inalienável – aquele que a detém desaparece quando fica sem ela, seja o povo a nação ou 
o Estado; 
 
Imprescritível – não tem prazo de certo de duração. Todo poder soberano aspira a existir 
permanentemente e só desaparece quando forçado por uma vontade superior. 
 
CONSIDERAÇÕES ACERCA DA DIFERENÇA ENTRE GOVERNO E SOBERANIA 
 
Governo é o conjunto das funções necessárias a manutenção da ordem jurídica e da 
administração publica. 
 
Soberania significa a qualidade suprema do Poder, ou seja, o próprio Estado. É uma das 
bases do Estado Moderno, sendo ela, o Poder do Estado. Liga-se a uma concepção de 
poder, pois, mesmo quando concebida como o centro unificador de uma ordem está 
implícita a idéia de poder de unificação. 
 
CARACTERÍSTICAS DO PODER DO ESTADO 
 
Poder como elemento constitutivo formal, é originário do elemento humano, capaz de 
organizar política e juridicamente o Estado, tendo por finalidade prática possibilitar a 
convivência harmônica das pessoas e dos grupos sociais, ou seja, alcançar o bem estar 
de toda coletividade. 
 
 
 
 
PODER SOCIAL 
 
Está relacionado à vontade e a necessidade dos indivíduos de viverem em grupos, unidos 
em busca de elementos gerais e coletivos de coesão (vontade coletiva). É o que se 
poderia chamar da consciência da necessidade da vida social, e que, para a sua 
existência se faz necessária à manutenção da ordem e a criação de condições para o 
alcance dos fins coletivos. Isto quer dizer que o Poder Social é representado pela vontade 
da vida em sociedade pelos indivíduos de forma a propiciar os elementos asseguradores 
da paz e da coesão entre os homens. O Poder Social se relaciona ao caráter gregário do 
homem, ou seja, está ligada a essência humana. 
 
PODER POLÍTICO 
 
Destina-se a organização dos indivíduos para identificação das premissas necessárias a 
condução ordenada dos indivíduos, ou seja, pelo Poder Político manifesta-se a ação do 
Estado, representante e guardião da vontade coletiva, nas suas mais variadas funções – 
executivas, legislativas e judiciárias. Assim o Poder Político se ocupa da condução do 
Estado. A Política ordena a prática de atos governamentais para alcançar a evolução do 
Estado e a eliminação dos antagonismos sociais, atuando na órbita dos fatos, 
influenciando na ação do Estado com vistas aos fins comuns. Assim o Poder Político é a 
supremacia que tem o Estado sobre todos aqueles que se encontram no âmbito de sua 
jurisdição. Entretanto, isso não significa que outros poderes não sobrevivam dentro do 
Estado, como o poder religiosos, o poder econômico, etc., porem eles não exercem mais 
coerção máxima e se submetem ao Estado. É ainda pelo Poder Político que se faz 
possível a manutenção de ideologias de organização e atuação do Estado que ao se 
viabilizarem nas democracias torna possível a dissidência partidária em oposição a forma 
de atuação do governo existente. 
 
 
PODER JURÍDICO 
 
O Poder não consegue se exercer dentro do Estado enquanto força bruta. Ele deve dizer o 
seu propósito, tornando-se dessa forma legitimo, jurídico e consequentemente político. 
Pelo Poder Jurídico temos a expressão do Poder e do Estado, ou seja, o Poder Jurídico 
representa o nascedouro do direito, das normas, da coação e permite a funcionalidade do 
Estado. Será pelo Poder Jurídico que o Estado poderá agir de forma legitima no exercício 
do Poder Político e conduzir a maquina administrativa pública de acordo com as normas 
de gestão. Dessa forma, o PODER não existe sem o DIREITO, e o DIREITO não existe 
sem o PODER. Não há o exercício do Poder sem a presença do Direito, mas ele (O 
PODER) não é puramente jurídico. Essa relação entre PODER e DIREITO, significa dizer 
que o Poder se subordina as regras jurídicas cuja positividade ele mesmo criou. Isto 
implica dizer que, a vinculação do Poder ao Direito ocorre não apenas no momento da 
elaboração do Estado, mas também durante o seu funcionamento. Os órgãos implantados 
e instituídos pela Constituição obedecem a um conjunto de competências legais de 
faculdades para atuação de seus agentes. Dessa forma, a atuação do Estado no processo 
de promoção do bem estar coletivo, da segurança e do progresso, cumpre-se através de 
atos jurídicos ou de atos materiais que aos órgãos constituídos competem. 
 
LEGALIDADE E LEGITIMIDADE 
 
Direito e Poder não se confundem, no entanto, dentro do Estado eles estão interligados no 
sentido de que o PODER só é exercido quando legitimado pelo DIREITO. Dessa forma, 
quem quer que assuma o Poder dentro do Estado tem o seu PODER automaticamente 
convertido em DIREITO. Isso significa que esse PODER ganha eficácia porque vem 
seguido de um dever de obediência - um fenômeno que se chama Institucionalização da 
força, ou seja, o Estado é a manifestação de um PODER INSTITUCIONALIZADO. 
 
O Estado desfruta da faculdade de expedir comandos genéricos voltados a muitos 
destinatários, ordens essas denominadas leis. É por esserecurso, ou seja, pela utilização 
do Direito que o Estado se viabiliza. A edição de leis é uma característica inerente a toda 
organização política, porém a relação destas com o Estado varia no tempo e no espaço. 
Dessa forma, antes das Revoluções Inglesa e Francesa o Estado fazia as leis, mas não se 
submetia a elas. Somente com o advento do ESTADO CONSTITUCIONAL foi possível se 
falar em PRINCIPIO DA LEGALIDADE. O Principio da legalidade significa dizer que o 
Estado só pode exigir que as pessoas façam ou deixem de fazer algo com fundamento na 
lei, sendo que o próprio comportamento do Estado deve está previsto em lei. No entanto, o 
Estado não é simplesmente norma legal ou jurídica, nem sempre o comportamento do 
homem é a vontade da lei. O homem pode questionar o valor do fundamento da norma. 
Para esses casos existe o que se chama falta de LEGITIMIDADE DA NORMA. Uma 
ordem jurídica pode ser legitima ou ilegítima conforme seja a expressão de valores com os 
quais estejamos ou não de acordo. Contudo nem sempre falta de legitimidade significa 
ilegalidade. 
 
Exemplos: 
 
O nazismo era um governo legal, mas ilegítimo, pois provocava a violação de princípios já 
consagrados pela civilização. Os golpes e revoluções, embora sejam ilegais podem ser 
legítimos porque são revestidos de valores e ideais políticos afinados com as crenças e os 
valores da sociedade. Uma profunda crise de LEGITIMIDADE significa que está ocorrendo 
uma perda de eficácia do Poder. Se a ordem jurídica não for operacionalizada corre-se o 
risco de sua substituição de forma revolucionária. Se não a legitimidade é hora de atuar o 
PODER CONSTITUINTE que é a forma por excelência pelo qual se pode reorganizar a 
LEGALIDADE com vistas a uma nova forma de LEGITIMIDADE 
 
Formas de Nascimento do Estado 
Os primeiros Estados teriam surgido, originariamente, em decorrência natural da evolução 
das sociedades humanas primitivas. Trata-se de uma evolução paulatina e lenta das 
comunidades primitivas, no sentido de instauração de um forma política bem definida. 
Assim se reconhece que mesmo antes do aparecimento do fenômeno do que hoje 
denominamos Estado, já existiam regras de comportamento social ditadas pelo direito 
natural, responsáveis pela geração do Estado e na criação de sua positivação. Dessa 
evolução contínua do ser humano pode-se dizer que se extinguiram os “Estados“ 
primitivos oriundos dessa ordem natural primitiva e sobre os seus escombros, bases 
jurídicas, filosóficas e sociais, ergueram-se os Estados do mundo atualmente conhecido 
por nós. Assim, considerando esses fatores, pode-se considerar o nascimento do Estado 
por três modos distintos: o modo originário, o modo secundário e o modo derivado. 
 
No modo originário, Nasce do próprio meio da sociedade, do povo, sem qualquer 
influencia de fatores externos. 
Nasce do desenvolvimento natural da sociedade. É o caso, por exemplo, de um certo 
grupo de indivíduos, organizados e homogêneos, que num dado território determinado 
organizam sua forma de governo e passam a apresentar as condições universais da 
ordem política e jurídica, ou sejam, efetivam a soberania do grupo e criam as regras de 
direito. Antigamente, não há duvida, que na formação dos primeiros Estados, estes foram 
constituídos pelo modo original. Todavia, nos dias atuais podemos reparar que não mais 
se aplica esse processo. 
 
 
No modo secundário, o Estado nasce da união ou da divisão de Estado. Podem ser 
denominados como formas unitárias ou compostas de Estados. No Estado Unitário o 
poder é concentrado, sendo que a atividade jurídica e o desenvolvimento de normas são 
as mesmas em todo o território nacional. A burocracia é elevada e não há autonomia dos 
componentes inferiores para com o poder central, o que resulta numa diminuição dos 
direitos democráticos. A França é exemplo clássico, constitui a forma típica do Estado 
propriamente dito, segundo a sua formulação histórica e doutrinária. O poder central é 
exercido sobre todo o território sem as limitações impostas por outra fonte do poder. Como 
se pode notar, é a unicidade do poder, seja na estrutura, seja no exercício do mando, o 
que bem caracteriza esse tipo de Estado. Pelo fato de apresentar a centralização política, 
o Estado Unitário só tem uma fonte de Poder, o que não impede a descentralização 
administrativa. Geralmente o Estado Simples, divide-se em departamentos e comunas que 
gozam de relativa autonomia em relação aos serviços de seus interesses, tudo, porém 
como uma delegação do Poder Central e não como poder originário ou de auto-
organização. 
 
São casos de união: a Confederação; a Federação; a União Pessoal e a União Real. 
 
CONFEDERAÇÃO: O fator que unifica os diversos Estados soberanos para a formação de 
uma Confederação é a identificação de interesses afins. A união dá surgimento a 
representação do todo (conjunto de Estados),mas não extingue a soberania dos Estados 
Confederados, embora possa, em alguns casos, limita-se em favor de normas gerais 
aplicáveis para toda a confederação, ou seja, para todos os Estados pertencentes à união, 
de forma idêntica. São exemplos dessa forma de união, nos tempos antigos, as 
confederações gregas dos Beócios, dos Arcádios, dos Acheus e dos Estólios. 
(Confederação de Delos) Os antigos cantões da Suíça uniram-se formando a 
Confederação Helvética, que ainda subsiste, agora com feição própria de uma união 
federal. 
 
Mais recentemente, tivemos a Confederação dos Estados Unidos da América do Norte 
(1776-1787) Outro exemplo é a independência dos Estados Unidos, em treze colônias que 
se uniram em Confederação com o objetivo de expulsar os ingleses até ser promulgada a 
Constituição dos Estados Unidos da América. Normalmente a Confederação se formaliza 
pela ratificação de um tratado, pacto ou convenção elaborada conjuntamente pelos 
Estados Soberanos com vista à obtenção de um determinado resultado, admitindo-se a 
separação uma vez que o objetivo comum seja atingido. É uma união convencional de 
países independentes, objetivando a realização de grandes empreendimentos de interesse 
comum ou o fortalecimento da defesa de todos contra a eventualidade de uma agressão 
externa. 
 
Um exemplo mais recente é a Comunidade Econômica Europeia – CEE, formada a partir 
de 1992 pela Alemanha, Bélgica, Irlanda, Grécia, França, Itália, Holanda, Dinamarca, Grã-
Bretanha, Portugal, Espanha, dentre outros. 
 
Na Federação os Estados se unem sob o comando de uma Constituição, regra máxima 
que determinará as diversas competências e autonomias e que é superior às constituições 
dos estados-membros ou federados. Na Federação é a União que detém a soberania 
suprema só ela tendo personalidade jurídica de Direito Internacional Público. É formado 
pela união de vários Estados-membros, regidos por uma Constituição Federal, rígida – 
esses estados-membros abrem mão de sua soberania em favor do Estado. A soberania é 
transferida para o Estado Federal Características do Estado Federal. A base jurídica da 
federação é uma CONSTITUIÇÃO. 
 
A repartição das competências entre a União e as unidades federadas fixada pela própria 
Constituição. Renda própria para cada esfera de competência e o Poder político 
compartilhado pela União e pelas unidades federadas. O Indivíduo é cidadão do Estado 
federal e não da unidade em que nasceu ou reside. 
 
O surgimento de Estados Federativos pode ser dar agregação ou por 
desagregação; 
Agregação – EUA – união de Estados independentes; 
Desagregação – Brasil – partição de um Estado (abolição da monarquia o Estado mudou 
de Unitário para Federal); Antigas províncias para Estados-Membros. 
 
ENTIDADES FEDERATIVAS: união;estados membros; distrito federal; municípios. 
São exemplos de Federação os Estados Unidos, a Alemanha, a Suíça, o México, a 
Argentina, o Canadá e o Brasil. 
 
 
UNIÃO PESSOAL: Nesta forma de organização, o governo é exercido por uma só pessoa 
para dois ou mais Estados, embora estes conservem sua individualidade, soberania, 
território e ordenamento jurídico. 
 
É a forma mais comum em monarquias, resulta do direito de sucessão hereditária, uma 
vez que o soberano poderá ser também, descendente de duas ou mais dinastia, podendo 
assim, herdar duas ou mais coroas. 
 
São exemplos de União Pessoal a Croácia e Hungria (1102-1918), de Colomano da 
Hungria, até a dissolução da Áustria-Hungria. 
 
Portugal e Espanha (1580-1640), de Filipe II de Espanha (Ide Portugal) até à Restauração 
da Independência. Em Portugal ficou conhecida como a Dinastia Filipina. 
 
Inglaterra e Escócia (1603-1707), de Jaime I da Inglaterra (VI da Escócia) até a assinatura 
do Ato de União onde os dois países passam a passam a formar o reino da Grã-Bretanha. 
 
UNIÃO REAL os Estados que se unem abdicam voluntariamente da sua independência 
em favor da dita união. 
 
A União Real resulta da fusão de dois ou mais Estados que se aglutinam em um só 
governo, formando assim nova entidade. 
 
Nessa forma de organização os componentes iniciais (Estados soberanos independentes) 
perdem sua primitiva personalidade e soberania para formarem um novo corpo estatal 
dotado de individualidade, organização, soberania e ordenamento jurídico próprio. 
 
É a união efetiva, com caráter permanente, de dois ou mais países formando uma só 
pessoa de direito público internacional. Exemplos: a) Suécia e Noruega; b) Áustria e 
Hungria; c) Inglaterra, Escócia e Irlanda, que se juntaram para a formação da Grã-
Bretanha. 
 
Na UNIÃO REAL corresponde ao vínculo existente entre dois ou mais Estados, 
decorrendo do fato de terem o mesmo monarca. 
 
 
Embora sendo dois ou mais Estados com territórios e povo próprios, o poder político 
soberano é exercido, pelo menos parcialmente, pelo mesmo Rei. 
 
Os Estados conservam alguma autonomia política, sendo que no entanto a sua 
personalidade jurídica internacional é confiada à União. 
 
MODO DERIVADO: Segundo esta hipótese, o Estado surge em consequência de 
movimentos exteriores, quais sejam: a) colonização; b) concessão de direitos de 
soberania; e c) ato de governo. 
 
COLONIZAÇÃO: Foi a forma primeiramente utilizada pelos gregos que povoaram as 
terras e criaram Estados ao longo do Mediterrâneo. Modernamente, temos os exemplos do 
Brasil e da demais antigas colônias americanas povoadas pelos ingleses, espanhóis e 
portugueses, as quais transformaram posteriormente em Estados livres. 
 
CONCESSÃO DOS DIREITOS DE SOBERANIA: Ocorria frequentemente na Idade Média, 
quando os monarcas, por sua livre vontade pessoal, outorgavam os direitos de 
autodeterminação aos seus principados, ducados, condados, etc. 
 
Nos tempos atuais, a Irlanda, o Canadá e outras “colônias” da British Commonwealth of 
Nations caminham progressivamente para a sua completa independência, através de 
concessões feitas pelo governo inglês. 
 
ATO DE GOVERNO: É a forma pela qual o nascimento de um novo Estado decorre da 
simples vontade de um eventual conquistador ou de um governante absoluto. Napoleão I 
criou assim diversos Estados, tão-somente pela manifestação da sua vontade 
incontestável. 
 
TERRITÓRIO 
Para que o Estado possa existir é necessário a presença de um Território para identificar 
seus limites de interferência e soberania. Isto porque não se pode fala da existência de 
uma Sociedade Política sem se falar de uma dada porção de terra para o desenvolvimento 
de suas atividades e a consecução dos objetivos de sua população. Desta forma, 
podemos dizer que Território é a base geográfica dentro da qual o Estado exerce a sua 
jurisdição. Território é o país propriamente dito, e sem ele, não pode haver Estado. 
 
EXTENSÃO DO TERRITÓRIO 
 
Embora se entenda Território somente como o espaço geográfico ocupado pelo Estado no 
globo terrestre, sua força há de ser reconhecida além da área continental e do solo para 
englobar o subsolo, as ilhas marítimas, as ilhas fluviais e lacustres, a plataforma 
continental (prolongamento das terras sobre o mar até a profundidade de 200 metros), o 
mar territorial (projeção de 12 milhas náuticas a partir da costa) o espaço aéreo e os mares 
interiores. Ainda são considerados como sujeitos a Soberania do pais de origem o 
Território de embaixadas, os navios militares e os aviões de uso comercial e civil em 
sobrevôo ou navegação que ostentem a bandeira de seu Estado. O Direito Internacional 
considera livre de qualquer soberania o alto mar e reconhece a jurisdição dos Estados 
sobre a faixa de águas situadas entre as suas respectivas costas e o alto mar. Não existe 
um limite unificado entre os Estado para delimitar essa jurisdição admitindo-se variações 
com o limite de 12, 13 e até 200 milhas, a conhecida projeção de 200 milhas náuticas a 
partir da costa corresponde, neste particular, a 12 milhas náuticas e de 188 milhas 
náuticas de zona de exploração econômica exclusiva pertencente ao território do Estado. 
 
O primeiro critério para fixar o limite do mar territorial era o alcance das armas, mas 
especificamente de um tiro de canhão. Por vários séculos foi mantido esse critério. Com o 
aperfeiçoamento das armas passou a ficar obsoleto o critério de um tiro de canhão e 
passou ao critério de milhas. A matéria foi amplamente debatida pela maioria dos Estados 
e chegou-se a um acordo quase geral da fixação em três milhas. Vários Estados 
especialmente interessados na utilização do mar por outros motivos que não a segurança 
recusaram esse limite, estabelecendo através de tratados ou atos unilaterais outras 
medidas havendo caso de 5, 9 ou 12 milhas. Com a intensa exploração do mar e territórios 
submersos os conflitos foram se tornando mais agudos os motivos de segurança 
passaram, praticamente, a plano secundário, uma vez que os armamentos podem até 
lançar projéteis de um continente para outro. 
 
Os motivos econômicos passaram a ser mais importantes, invocando razões de ordem 
fiscal, sanitária ou de proteção a fauna marítima. Foi neste ambiente que surgiu a fixação 
do mar territorial em 200 milhas medida adotada primeiramente por vários Estados sul-
americanos da costa do Pacífico e que foi conquistando vários adeptos, entre os quais o 
Brasil. A política latino-americana (Chile, Peru, Equador, Argentina, Panamá, Nicarágua, El 
Salvador, Uruguai e Brasil) – adotou o critério das 200 milhas, baseada nos seguintes 
fundamentos: 
 
a) segurança nacional; 
 
b) repressão ao contrabando; 
 
c) controle de navegação para evitar poluição de águas, etc. 
 
 Lei 8.617/93, que regulamenta os incisos V e VI do art. 20 da CF, e diz que o mar 
territorial brasileiro compreende uma faixa de 12 milhas marítimas de largura, espaço onde 
a soberania do Estado é exercida. Após a faixa de 12 milhas marítimas, a referida lei 
define como zona contígua brasileira aquela que se estende das 12 às 24 milhas 
marítimas. Neste espaço, o Brasil poderá tomar medidas de fiscalização para evitar 
infrações às leis e regulamentos fiscais, sanitários, de emigração. Das 12 às 200 milhas, a 
lei define a zona econômica exclusiva brasileira. Nessa zona, o Brasil tem direito de 
exploração e aproveitamento, conservação e gestão de recursos naturais, vivos ou não 
vivos. Tem o Brasil, nessa zona, o direito de regulamentar a investigação científica 
marinha, proteção e conservação do meio marinho. Essa Lei aindadefine a plataforma 
continental como aquela que compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se 
estendem além do seu mar territorial, até uma distância de 200 milhas marinhas. Os 
navios e aviões militares sempre serão considerados parte integrante do Estado cuja 
bandeira ostentem, dessa forma se um crime for praticado a bordo de um deles, em 
qualquer parte do globo terrestre, ainda que o navio esteja em certo porto estrangeiro, ou o 
avião estacionado em aeroporto de qualquer outro Estado, o crime será apreciado de 
acordo com as leis do Estado proprietário, isto porque a Soberania do Estado proprietário 
se estende àquelas partes integrantes de seu território. 
Com relação às aeronaves ou navios de uso comercial ou civil, a aplicação da lei do 
Estado cuja bandeira ostente somente se aplicará no caso dos crimes não serem julgados 
pelas normas do Estado em cujo território venha a ocorrer. A regra geral é a aplicação das 
leis do pais onde ocorreu o fato. Outro problema de difícil solução é a fixação de um limite, 
acima do Território de um Estado, até onde exerça seus limites. Este problema surgiu 
apenas no século XX com o desenvolvimento da aeronáutica, sobretudo durante a II 
Guerra Mundial com o aperfeiçoamento das naves aéreas e com a sua utilização como 
meio de transporte, foi sentida a necessidade do estabelecimento de regras para a 
utilização do espaço aéreo. Considerou-se indispensável assegurar-se a passagem 
inocente das aeronaves sobre o território de qualquer Estado, permitindo-se ao Estado 
cujo território é sobrevoado ter noticia prévia da passagem e exercer controle no resguardo 
de seus interesses. Assim, embora sem alterar o critério tradicional, que considera 
integrante do território a coluna de ar existente sobre ele, sem qualquer limite, foi 
celebrada em Chicago em 1944 uma convenção sobre a aviação civil internacional 
regulamentando o uso do direito da passagem inofensiva. Mais recentemente com a 
utilização de aviões que voam a grande altitudes executando missões de espionagem e 
com a utilização de satélites artificiais e naves espaciais tripuladas ou não, o problema se 
tornou mais complexo. 
 
Mesmo que um Estado considere ofendida a sua soberania, pela passagem de uma nave 
espacial sobre seu território, nada pode fazer para detê-la. Vários critérios tem sido 
sugeridos para regular o assunto, entre outras coisas, um limite de altura além do qual os 
Estado não exerceria sua soberania. Com o avanço das conquistas espaciais e tendo em 
vista os riscos que isso pode ocasionar a paz mundial e a segurança dos povos, a ONU 
em promovendo entendimento sobre a matéria. 
 
No ano de 1963 a ONU aprovou uma Declaração de Princípios Jurídicos Aplicáveis as 
Atividades dos Estados na Exploração e no Uso do Espaço Exterior. No ano de 1966 foi 
mais adiante aprovando um Tratado do Espaço Exterior, pelo qual, entre outras coisas se 
negar a qualquer Estado a possibilidade de se apossar, no todo ou em parte, do espaço 
ultra terrestre, inclusive da Lua ou de qualquer outro satélite ou planeta. 
Poder Constituinte 
A teoria do Poder Constituinte é basicamente uma teoria da legitimidade do poder. Surge como uma 
nova forma de poder, contida nos conceitos de soberania nacional e soberania popular. O Poder 
Constituinte sempre existiu em todas as sociedades políticas, no entanto, a teorização desse poder só 
veio a existir no século XVIII. O Poder Constituinte é assim a manifestação soberana da suprema 
vontade política de um povo, social e juridicamente organizado. O Poder Constituinte é uma forma 
especial de produção jurídica, cuja função precípua é criar a lei básica de uma sociedade (A 
Constituição). 
 
CONCEITO DE PODER CONSTITUINTE 
 
É a faculdade que todo povo possui de fixar as linhas mestras e fundamentais sobre as quais deseja 
viver. É o Poder Constituinte que põe em vigor ou mesmo constitui normas jurídicas de valor 
constitucional. Tem como finalidade o surgimento de uma Constituição. 
 
 
NATUREZA JURÍDICA DO PODER CONSTITUINTE 
 
Tendo a possibilidade de criar um novo Direito, um novo ordenamento jurídico, não existe consenso 
entre os doutrinadores sobre a natureza jurídica do Poder Constituinte. Alguns acreditam que embora 
disciplinado pelo direito positivo, ele estaria acima deste e das vicissitudes da ordem jurídica 
vigente, sendo a sua natureza ligada ao direito natural. Para outros que inadmitem o direito natural, o 
Poder Constituinte se coloca fora do âmbito jurídico, é um poder não regulado ou disciplinado pelo 
direito, embora o fruto de sua atuação seja o ponto de partida da nova ordem jurídica, ele seja um 
poder pré-jurídico. Outra posição intermediaria é a que embora não admitindo o Poder Constituinte 
como disciplinado pelo direito natural, também não o entende como um fenômeno jurídico e sim 
vinculado ao âmbito da sociologia e da política. 
 
 
TITULARIDADE E EXERCÍCIO DO PODER CONSTITUINTE 
 
A titularidade do Poder Constituinte é discutida pela primeira vez por Emanuel Joseph Sieyés (1748-
1936) precursor da doutrina do Poder Constituinte que apontou a nação como titular desse poder. 
Modernamente é predominante que a titularidade do Poder Constituinte pertence ao povo, pois o 
Estado decorre da soberania popular, cujo conceito é mais abrangente do que o de nação. Assim a 
vontade do constituinte é a vontade do povo, expressa por meio de seus representantes. Mesmo 
entendendo que o povo é o titular do Poder Constituinte a moderna doutrina diz que ele jamais o 
exerce. O povo é um titular passivo ao qual se imputa uma vontade constituinte. Assim existe uma 
distinção entre titularidade e exercício do Poder Constituinte. Sendo o Povo o Titular e o Exercite 
aquele que em nome do Povo cria o Estado editando a nova Constituição. Dessa forma, o Poder 
Constituinte é o órgão legislativo do Estado, dotado de autoridade política, cuja finalidade, é a de 
criar a Constituição ou de revê-la. 
 
MODALIDADES DO PODER CONSTITUINTE 
O Poder Constituinte pode ser: 
Poder Constituinte Originário 
Poder Constituinte Derivado que se divide em reformador e decorrente. 
 
 
 
Formas de extinção do Estado 
É importante considerarmos que o Estado pode ser extinto. A Extinção do Estado pode se 
dar por dois motivos: 
 
Motivos ou causas gerais: Ocorre quando da atuação do Estado de forma irregular ou 
ilegítima ou pela omissão na defesa dos interesses coletivos, bases sociais e jurídicas de 
sua população que pode levar a perda de um dos seus elementos constitutivos. Em geral, 
ocorre o desaparecimento do Estado como unidade de direito público sempre que, por 
qualquer motivo, faltar um dos seus elementos morfológicos (população, território e 
governo). As uniões e divisões de Estados, que ensejam a formação de novas entidades 
estatais, determinam o desaparecimento dos Estados que uniram ou daquele que se 
dividiu. 
 
Motivos ou causas especifica: São casos de Extinção do Estado por motivos específicos 
- A Conquista; A Emigração; A Expulsão; A Renúncia dos Direitos de Soberania. 
 
CONQUISTA: Quando o Estado, desorganizado, enfraquecido, sem amparo de um órgão 
internacional de justiça e segurança, é invadido por forças estrangeiras, ou dividido 
violentamente por um movimento separatista insuflado por interesses externos. Por essa 
forma ocorreu três vezes o surgimento da Polônia na órbita internacional, em 1772, em 
1793 e no decurso da primeira guerra mundial. 
EMIGRAÇÃO: Quando, sob a pressão de qualquer acontecimento imprevisto, toda a 
população nacional abandonou o país, como se deu com os helvéticos ao tempo de 
César. 
 
EXPULSÃO: Quando as forças conquistadoras, ocupando plenamenteo território do 
Estado invadido, obrigam a população vencida a se deslocar para outra região. Foi o que 
ocorreu em diversos países da Europa por ocasião das invasões bárbaras. 
 
RENÚNCIA DOS DIREITOS DE SOBERANIA: É a forma de desaparecimento 
espontâneo. Uma comunidade nacional pode renunciar aos seus direitos de 
autodeterminação, em benefício de outro Estado mais prospero, ao qual se incorpora, 
formando um novo e maior Estado. Várias unidades feudais com prerrogativas de Estado, 
na Idade Média, desapareceram por este modo, passando a integrar a poderosa 
monarquia francesa de Luis XI. 
 
Mais recentemente tivemos o exemplo do Estado mexicano do Texas, o qual, tendo 
proclamado a sua independência em 1837, deliberou posteriormente, em 1845, abrir mão 
da sua soberania para ingressar na federação americana. 
 
Princípio da Extraterritorialidade 
São situações em que, em virtudes de Tratados ou Costumes e Convenções 
Internacionais existe o reconhecimento dos Estados em considerar como extensão do seu 
território as seguintes situações: 
 
Navios mercantes em alto mar; 
 
Navios de guerra em qualquer ponto em que se encontre; 
 
O território de embaixadas e representações diplomáticas em geral; 
 
Aeronaves quando em espaço internacional. 
 
As normas de ordenamento jurídico de um Estado só podem ser aplicadas no seu território 
e a denominada territorialidade das leis.Entretanto tal regra admite exceção podendo o 
direito de um determinado Estado ser aplicado aos seus nacionais fora de seu território, é 
o chamado princípio da extraterritorialidade. Existe ainda o chamado privilegio de 
extraterritorialidade gerador de imunidade jurídica perante a ordem judicial local. Esse 
privilégio se aplica aos Chefes de Estado e agentes diplomáticos, estendendo-se aos 
navios e aviões. O fundamento da imunidade é garantir o desempenho das respectivas 
funções.As bases físicas das representações diplomáticas pelo Tratado de Versalhes de 
28 de junho de 1919 que disciplina um padrão de relacionamento internacional entre os 
países onde cada pais signatário se comprometer a não praticar atos constritivos de direito 
no âmbito físico das embaixadas estrangeiras (prisão, busca e apreensão, etc.). Com isso 
os países signatários por um ato de soberania própria resolveram não exercer sua 
soberania naquele espaço reservado a representação física de um pais estrangeiro. 
 
Os navios e aviões militares gozam de imunidade em relação ao Estado costeiro e se 
encontram submetidos a jurisdição do Estado cuja bandeira ostenta em virtude de se 
caráter representativo e o respeito mútuo entre os Estados. Assim necessitam de 
autorização previa (licença especial) para navegarem em águas interiores ou sobrevoarem 
espaço aéreo de outro Estado. Os navios e aviões mercantes quando em alto mar e 
espaço aéreo comum encontram-se sujeitos à jurisdição de seu Estado Nacional, todavia, 
em território estrangeiro, submetem-se à jurisdição do Estado territorial (passagem 
inocente). 
 
Ramos do Direito Público 
O estudo em análise tem por objetivo oferecer a perspectiva de estuda das diversas 
disciplinas especiais abarcadas pelo direito. O Ordenamento Jurídico é um conjunto 
harmônico de regras que não impõe qualquer divisão em seu campo normativo. Ao 
estudarmos as características específicas a cada ramo, não se deve perder de vista que 
se trata de ramo do DIREITO e que, portanto, participa das mesmas propriedades 
inerentes à árvore jurídica, quais sejam: processo de adaptação social; normas coercitivas 
sob o comando do Estado; sujeição à variação histórica e submissão aos princípios do 
direito natural; fórmula de realização dos valores segurança e justiça, amplamente 
perseguidos. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
A classificação que segue tem como critério basilar a antiga divisão do direito em público e 
privado: 
Diz-se público quando predomina o interesse público sobre o particular, embora este seja 
visado de maneira secundária. E privado aquele no qual predomina o interesse imediato 
do particular e mediato do Estado, vez que, mesmo indiretamente, há vinculação aos 
anseios estatais. 
 
Direito Constitucional 
 
Sob o prisma material, a constituição representa a organização dos poderes e órgãos do 
Estado, assim como as normas que protegem os indivíduos. Formalmente, a constituição 
vem a ser o documento legal que define a estrutura estatal. A existência do Estado 
pressupõe a de organização interna, o que faz com que todos possuam constituição em 
sentido material. Contudo, nem todos os Estados soberanos estão alicerçados em uma 
constituição formal, como se dá com a Inglaterra, em que as normas são consuetudinárias. 
 
Com efeito, pode-se dizer que o Direito Constitucional é o ramo do direito público que 
dispõe sobre a estrutura do Estado, define a função de seus órgãos e estabelece as 
garantias fundamentais da pessoa. 
Direito Constitucional limita a ação do governo, estabelecendo as faixas de competência 
de cada poder, assim como também prevê as garantias das pessoas, uma vez que 
estabelece em seu bojo uma série de garantias fundamentais ao homem. 
 
O estudo do constitucionalismo eclodiu da teoria da divisão dos poderes de Montesquieu, 
vindo a encorpar-se com a promulgação das primeiras constituições (norte-americana, 
francesa e a Declaração Universal dos Direitos do Homem). 
 
Por fixar os princípios e as coordenadas da vida jurídica do Estado, a constituição está 
acima de todas as demais normas jurídicas do ordenamento, em uma verdadeira 
hierarquia. No Brasil foram promulgadas sete constituições: 1824, 1891, 1934, 1937, 
1946, 1967 e a de 1988. 
 
Direito Administrativo 
 
O fim maior do Estado é promover o bem-estar social. Para isso, deve primeiramente 
apresentar uma estrutura de poder definida pelo Direito Constitucional e,secundariamente, 
desenvolver a prestação de serviços públicos (atividade estatal dirigida à satisfação das 
necessidades coletivas fundamentais, como energia elétrica, transporte coletivo, etc). É o 
direito administrativo que estabelece a fórmula jurídica para a realização desses serviços, 
através do trabalho de funcionários qualificados admitidos para esse fim específico. 
 
Assim, o direito administrativo compreende o conjunto de normas e princípios que regulam 
o funcionamento das atividades do Estado, a organização e funcionamento dos serviços 
públicos e as relações da administração com os indivíduos. 
 
Direito Internacional Público 
 
É o ramo do direito público que disciplina as relações entre os Estados Soberanos e os 
organismos análogos. Suas principais fontes são os tratados e os costumes internacionais. 
 
Sua existência depende da concorrência de alguns requisitos: 
- Pluralidade de Estados soberanos: pois se apenas um Estado existisse, não haveria 
dualidade de interesses e, conseqüentemente, não se justificaria a existência de normas 
que não as internas; 
- Comércio internacional: uma vez que a grande massa de interesses internacionais tem 
conteúdo econômico, envolvendo a troca de riquezas entre as soberanias; 
 
Princípios jurídicos coincidentes: para que existam critérios de entendimento comum e, 
assim, possa haver maior interação entre as nações. 
 
O direito internacional não subordina os Estados a um poder estranho, mas ao império das 
normas jurídicas e o conceito de soberania não é incompatível com a submissão à ordem 
jurídica. Dentre os organismos internacionais que zelam pelo aperfeiçoamento e eficácia 
do Direito Internacional, tem-se a ONU e a OEA. 
 
Direito Internacional Privado 
 
É o conjunto de normas que visam solucionar os conflitos de leis entreordenamentos 
jurídicos diversos, no plano internacional, indicando a lei competente a ser aplicada. 
Conquanto alguns juristas o enquadrem como ramo do direito privado, sua natureza é de 
direito público, pois que suas normas são cogentes ou taxativas, de modo que as partes 
interessadas não podem alterar seus efeitos. Trata-se, por outro lado, de ramo autônomo, 
embora suas normas localizem-se em grande parte na LINDB, o que não revela qualquer 
relação de dependência em relação a esta. 
 
Direito Penal 
 
É o ramo do direito público que define os crimes, as penalidades correspondentes e as 
medidas de segurança aplicáveis. Numa acepção mais aprofundada, pode-se dizer que o 
direito penal é o conjunto de normas jurídica que regula o poder punitivo do Estado (ius 
puniendi), ligando ao delito a pena como conseqüência. 
 
Primitivamente, a vítima ou seus familiares reagia à lesão ao seu direito pela própria força. 
Na composição voluntária, a vítima trocava seu perdão por uma compensação pecuniária. 
Mais tarde, essa composição voluntária passou a ser regulada pela lei que impunha ao 
infrator um pagamento à vítima. Até que finalmente o Estado adquiriu o monopólio do 
direito de punir e o faz mediante critérios que visam intimidar e readaptar o criminoso à 
sociedade. 
 
De ver-se que o conteúdo material do Direito Penal se constitui principalmente de normas 
morais, revelando a necessidade de um mínimo ético indispensável ao bem-estar da 
coletividade. Nesse ramo, temos a distinção entre crime e contravenção, de modo que 
aquele tem maior potencial ofensivo e este se trata de um crime de menor relevância. 
 
O crime é definido como a ação humana, típica, antijurídica e culpável: 
- Ação humana porque somente ao ser humano pode ser imputada a pratica do delito 
(somente o homem tem responsabilidade criminal); 
- Típica, porquanto a ação praticada pelo homem deve se enquadrar em um modelo 
criminal definido anteriormente em lei; 
- A antijuridicidade revela que a conduta do indivíduo vai de encontro com os preceitos do 
direito; 
- E a culpabilidade revela o animus do agente em praticar o delito, ou seja, é necessário 
que tenha agido com dolo ou culpa (negligência, imprudência e imperícia). 
Assim, em matéria penal não há aplicação da teoria da responsabilidade objetiva ou do 
risco. A punibilidade, outrossim, não é elemento, mas conseqüência da prática do crime. 
 
Direito Processual 
 
É o ramo jurídico que reúne os princípios e normas que dispõem sobre os atos judiciais 
tendentes à aplicação do Direito ao caso concreto. Em verdade, estuda a prestação da 
tutela jurisdicional. 
Nos tempos primitivos, como ressaltado alhures, o encargo de resolver os litígios era dos 
particulares através da autodefesa (justiça particular ou vingança). 
 
Somente depois, com o desenvolvimento da sociedade, a tarefa de julgar a aplicar a lei 
aos casos concretos passou a ser monopólio do Estado, só admitindo excepcionalmente o 
desforço pessoal (legítima defesa). 
 
A eficácia do Direito não depende apenas de leis aperfeiçoadas, mas é indispensável que 
exista um sistema eficiente de regras que organizem a prestação jurisdicional, a fim de que 
o Poder Judiciário possa, com independência, julgar os pedidos que lhe são dirigidos. 
 
Seu objeto de estudo centraliza-se em três aspectos fundamentais: jurisdição, ação e 
processo. 
- A jurisdição é o poder que os juízes e tribunais possuem de declarar o direito nos casos 
que lhes são apresentados; 
- A ação consiste no direito público subjetivo de invocar a tutela jurisdicional, em face da 
resistência do réu à sua pretensão; 
- Já o processo é o instrumento utilizado pelas partes para a consecução da tutela 
jurisdicional, haja vista que consiste no conjunto de atos judiciais necessários à declaração 
do direito ao caso concreto (jurisdição). 
 
O Estado nos dias de hoje 
Durante o período no qual duraram os Estados Absolutistas, a burguesia havia sido 
relegada a um segundo plano. Ela detinha o poder econômico, mas não o político, sendo 
este privilégio dos aristocratas. Devido a isso, na França, ela se uniu ao povo e, 
posteriormente, a alguns membros do clero e da nobreza, para derrubar o Rei e poder 
participar das decisões políticas. Isso culminou, em 1789, na Revolução Francesa, de 
ideais iluministas, que marcou o início da Idade Contemporânea. O contratualismo foi 
essencial para os revoltosos, pois eles visavam a criação de uma Constituição (contrato 
social) para a França. 
 
Da luta contra o absolutismo surgiu o liberalismo, uma ideologia de princípios 
individualistas, que preconizava garantias contra os poderes arbitrários, direitos humanos, 
liberdade, mobilidade social e, principalmente, a limitação da área de ingerência do 
Estado, entre outras idéias. O liberalismo pode ser dividido em três núcleos: moral, político 
e econômico. 
 
O núcleo moral afirma os direitos básicos do ser humano, como vida, liberdade e 
dignidade. 
 
O núcleo político contém os direitos políticos dos indivíduos, que são a representação, o 
consentimento individual, a soberania popular e o constitucionalismo. 
 
O núcleo econômico traz os pilares capitalistas: economia de mercado livre, a competição 
e a propriedade privada. Como o liberalismo prega a não-interferência do Estado, a não 
ser em algumas poucas atividades, ele também é entendido como uma ideologia 
antiestado. 
 
A não-intervenção do Estado na sociedade nunca foi alcançada. Apenas por sua 
existência, ele já significa interferência, mesmo que em baixo grau. Dentre as muitas 
consequências do plano liberal – causadas principalmente pela Revolução Industrial, e 
pelas duas guerras mundiais – é possível mencionar a valorização do indivíduo, o 
progresso econômico e a criação do proletariado. Após a I Guerra Mundial, devido à 
necessidade da produção de armas e da guarda de suprimentos, chegou-se à conclusão 
de que havia necessidade do Estado controlar a economia. E foi durante a depressão 
norte-americana que a máquina pública e a iniciativa privada se reconciliaram. Outros 
fatores também contribuíram para a desagregação liberal, como a formação de 
monopólios, as crises de desemprego e a adoção do modelo planificado de economia em 
países antes capitalistas. Entretanto, mesmo com o Estado tendo adotado o modelo 
intervencionista, a base do sistema liberal, que é a mais-valia, continuou. O início da 
intromissão estatal pode ser explicado por duas razões básicas: o receio dos burgueses 
das tensões sociais geradas pelo liberalismo e a necessidade, por parte destes burgueses, 
de que fosse criada uma infra-estrutura com dinheiro público para a concretização de sua 
prosperidade econômica. 
Assim, eles lucraram com a concessão de serviços e obras públicas, com a infra-estrutura 
custeada pelo povo e com a suavização do sistema liberal, abrandando a indignação das 
pessoas. 
O Estado 
O Estado e seus elementos caracterizadores - Povo, Território e Poder - que iremos 
estudar não é um Estado palpável, ou seja um Estado em especifico, e sim, um Estado 
abstrato, assim não iremos estudar a formação do Estado Brasileiro e sim o Estado em si. 
 
Na Antiguidade Clássica os termos mais utilizados para traduzir o conceito de Estado eram 
“polis” entre os gregos e “civitas” entre os romanos. 
 
O termo Estado é criação moderna e vem sendo utilizado desde Maquiavel em sua obra 
“O Príncipe”. 
 
O nascimento do Estado tem intrínseca relação com os reveses políticos e luta pelo poder 
por que passou a sociedade de todos nos tempos modernos. Dessa forma, para o 
entendimento do Estado, tal qual conhecemos hoje, se faz necessárioentendermos o 
poder. De acordo com os estudiosos o Poder teria passado por três estágios: 
 
Primeiramente nas sociedades primitivas o Poder encontrava-se difuso na massa de 
indivíduos que a compunha, submisso a um formalismo rigoroso que lhe impõem os 
costumes e crenças; 
 
Depois quando aumenta a massa de indivíduos surge o poder personificado, consistente 
num estagio mais evoluído, em que as disputas entre grupos organizados e o crescimento 
da comunidade exige um chefe, o Poder se encarna em um individuo determinado, 
normalmente o mais forte ou o mais sábio. 
 
Finalmente a terceira fase quando o Poder se institucionaliza, tornando-se impessoal e 
não mais identificado com os indivíduos que o exercitam, é neste momento que nasce o 
Estado enquanto Sociedade Politica. 
 
O “Estado” Antigo localizava-se no Oriente e no Mediterrâneo, e tinha por característica 
principal o emaranhado formado pelo Direito, a economia, a ética, a religião e a família. 
 
O “Estado” Grego se caracterizou por possuir territórios independentes denominados 
Cidades-estados. 
 
O “Estado” Romano era governado por magistrados, e passou tanto pela fase de república 
quanto de ditadura. 
 
Com a fragmentação do Império Romano após as invasões bárbaras, foram formados os 
feudos, uma forma estatal medieval. 
 
O sistema feudal era baseado na situação patrimonial e em relações de dependência. O 
poder era fragmentado, havia instabilidade social, política e econômica e o sistema legal 
era consuetudinário. 
 
O modo de produção feudal, no qual os servos trabalhavam para seus senhores, se 
expandiu pela Europa. Quando esse sistema começou a decair, deu-se o surgimento do 
capitalismo, que foi fundamental para a formação do Estado Moderno. 
 
O Estado Moderno baseia-se na autoridade (poder centralizado), no povo (direitos e 
deveres uniformes) e no território definido. Isso foi uma novidade, principalmente pelo fato 
do poder carismático dos senhores feudais ter sido substituído pelo poder estatutário de 
um chefe. O primeiro Estado centralizado era estamental, e foi sucedido pelo Estado 
Absolutista, o primeiro dentre os Modernos. O divisor de águas entre eles e as formas 
medievais de Estado foi a dicotomia público-privado, o que garantia segurança jurídica 
àqueles que não pertenciam à nobreza ou ao clero. O Estado Moderno era a existência de 
uma ordem jurídica soberana, a ordem suprema e a origem de toda a autoridade dentro do 
Estado. O Estado Moderno evoluiu para uma nova concepção que é o Estado de Direito 
que se define como sendo uma organização política sob a qual vive o homem tendo como 
características possuir um território delimitado com uma população vivendo nele e ser 
governado por leis que se fundam num poder soberano escolhido pelo povo que o habilita, 
não podendo esse pode ser contestado por nenhum outro, quer seja internamente, quer 
seja externamente. 
Dessa forma podemos dizer que: 
 
O Estado é a representação despersonificada e soberana de uma determinada sociedade, 
constituída num território determinado capaz de criar e aplicar um ordenamento jurídico 
legitimo destinado a todos. 
 
Analisando o conceito acima teremos: 
 
Representação Despersonificada traduz a entidade, a organização formal da cadeia de 
poder, comando e decisão, sem que se vincule o exercício do poder político a um individuo 
em determinado, de forma constante e imutável. 
 
No Estado Democrático o Poder Político é exercido por indivíduos, escolhidos pelo Povo, 
entre seus iguais, para durante um determinado e fixo tempo executar os atos inerentes ao 
exercício do Poder Político do Estado, ou seja, não há identificação do Poder Político no 
individuo, mas sim e tão somente no Estado, abstrato, e, portanto despersonificado. 
 
É soberana porque detém um poder sem comparação com os demais existentes na 
sociedade sem qualquer restrição ou neutralização. 
 
É delimitada em uma determinada sociedade porque agrega indivíduos detentores da 
mesmas capacidades e vontades, dotados de características culturais e sociais definidas e 
individualizadas das demais comunidades existentes (Quando o Estado é também uma 
Nação) 
 
É constituída em um território determinado porque necessário para a delimitação da força 
e extensão dos poderes do Estado e de sua representatividade. O território é necessário 
para o exercício da soberania. 
 
É capaz de criar um Ordenamento Jurídico porque em decorrência de sua 
representatividade somente ele (legitimidade) poderá expedir normas e condutas gerais e 
especificas (determinado grupo de pessoas integrantes da massa), com força obrigatória. 
Sob pena de punição direta pelo Estado.

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