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Gestão de cardápios: do couvert à sobremesa Disciplina: Gestão dos Serviços de Alimentação. Docente: Prof. Cássio Alves. Objetivos deste Módulo de Aprendizagem Caracterizar os critérios a serem considerados na elaboração de cardápios para coletividades sadias e portadoras de patologias; Descrever as etapas a serem seguidas no planejamento de cardápios; Elaborar cardápios para coletividades e indivíduos; Elaborar ficha técnica de preparações. REFLEXÃO Para que fazer um cardápio? Considera que elaborar cardápios é uma atribuição do nutricionista? Há alguma resolução que trata disso? Como o planejamento de cardápio pode contribuir para a formação de hábitos saudáveis? Como Planejar Cardápios? Finalidade Indivíduo Coletividade Saudável Enfermo 4 LEIS DA ALIMENTAÇÃO ASPECTOS A SEREM CONSIDERADOS: SAZONALIDADE DOS GÊNEROS HORTIFRUTIGRANJEIROS Segurança alimentar Atender as expectativas de oferta de alimentação: – saudável – adequada do ponto de vista higiênico-sanitário. Tipos de Cardápios x Finalidade Indivíduo – Saudável • Promoção de saúde • Condições fisiológicas especiais • Esportista – Enfermo • Recuperar seu estado nutricional; • Não prejudicar seu estado clínico Cardápios para Coletividades Deve responder a: – variedade – qualidade – quantidade Proença et al, 2005 Cardápios para Coletividades com Enfermidades A especificidade aumenta de acordo com a necessidade dos pacientes, podendo, a alteração acontecer nos : – tipos de alimentos, – na técnica de preparo, – na forma de cocção, – na inclusão ou exclusão de determinados ingredientes. Proença et al, 2005 Visando a justar a dieta à necessidade ou adaptá-la às condições fisiológicas do indivíduo Cardápios Cíclicos “Cardápios compilados para cobrir determinado período de tempo: um mês, três meses ...consistem em vários menus fixos para um estabelecimento... No final de cada período, o cardápio pode ser usado de novo... A duração do ciclo é determinada pela gerência...” (KINTON e cols.,1998, p.290) Cardápios Cíclicos Vantagens: poupam tempo se for utilizar técnicas de congelamento, podem durar todo ciclo maior eficiência de mão-de- obra podem reduzir mercadorias em estoque Desvantagens: usados com clientelas cativas, o período deve ser longo para não entediar clientes pode ser difícil utilizar produtos com aumento de oferta no mercado e menores custos (KINTON e cols.,1998) CARDÁPIO DE UM DIA É COMPOSTO POR: REFEIÇÕES PRINCIPAIS: - CAFÉ DA MANHÃ; - ALMOÇO; - - JANTAR REFEIÇÕES COMPLEMENTARES: - LANCHE DA MANHÃ; - - LANCHE DA TARDE; - CEIA Estabelecimento do Padrão dos Cardápios Composição básica tipos de preparações a serem incluídas tipos de matérias primas utilizadas freqüência de utilização das preparações e matérias primas seg terça quarta quinta sexta Sábado Carne 1°op Carne 1°op Carne 1°op Carne 1°op Carne 1°op Carne 2°op Carne 2°op Carne 2°op Carne 2°op Carne 2°op Complem. 1 Complem .1 Complem. 1 Complem. 1 Complem. 1 Complem. 2 Complem. 2 Complem.2 Complem. 2 Complem. 2 A/F A/F A/F A/F A/F Salada 1 Salada 1 Salada 1 Salada 1 Salada 1 Salada 2 Salada 2 Salada 2 Salada 2 Salada 2 Salada 3 Salada 3 Salada 3 Salada 3 Salada 3 Salada 4 Salada 4 Salada 4 Salada 4 Salada 4 Sobremesa Sobremesa Sobremesa Sobremesa Sobremesa 7 8 9 10 11 12 14 15 16 17 18 19 21 22 23 24 25 26 28 29 30 31 Proença et al, 2005 Planejamento de cardápio O primeiro ingrediente a ser definido é o do prato principal, que fornecerá a maior parte do aporte proteico da refeição. (Martinez S, Freire RBM, Nogueira SFB, Falck RK. Regras gerais de elaboração de cardápios. In: Silva e Martinez (org) Cardápio guia prático para a elaboração.2ª ed. São Paulo: Roca, 2008. p.1-20. Prato principal Deve ser definido o tipo de carne (bovina, aves, suína, pescados, embutidos, ovos) e a seguir, o tipo de corte ou processamento carne bovina (tipo coxão duro, tipo coxão mole em bife, tipo músculo em cubos, tipo patinho, fígado) frango (em peças tipo coxa e sobrecoxa, congelado em peito e filé, empanados) peixe (tipo cação em postas, tipo merluza em filé, tipo pescada branca em filé), etc. Prato principal Após a identificação da distribuição das carnes serão definidas as técnicas de preparo. Prato principal Em UANs, com padrão intermediário e superior, depois da definição do prato principal serão estabelecidas as opções, que devem variar o tipo de carne, o tipo de corte e a técnica de preparo. devem ser priorizados cortes e receitas com menor conteúdo de gordura visando redução na oferta de gorduras totais, gorduras saturadas e gorduras trans. (Amorim MMA, Junqueira RG, Jokl L. Adequação nutricional do almoço self-service de uma empresa de Santa Luzia, MG. Rev Nutr. 2005; 18(1):145-56. ABREU, E.S.; TORRES, E.A.F.S. Restaurante “por quilo”: vale o quanto pesa? Uma avaliação do padrão alimentar em restaurantes em São Paulo, SP. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP. v.25, p. 7-22, jun., 2003.) Guarnição (ou acompanhamento ou complemento) deve combinar com o prato principal e suas opções, no caso de adoção do padrão intermediário. No caso do padrão superior, que são oferecidos dois tipos de guarnição, pelo menos uma deve acompanhar duas opções de prato principal. Guarnição (ou acompanhamento ou complemento) • (cor, sabor, aroma e textura) compatíveis com o prato principal. Características nutricionais e sensoriais • para equilibrar o valor nutricional, os sabores, texturas. Variar os alimentos, os ingredientes e técnicas de preparo • Utilizar com menor freqüência as massas. Preferir hortaliças Exemplos Opções mais saudáveis Opções menos saudáveis Guarnição Se forem servidos pratos principais mais calóricos (frituras, molhos com creme de leite) A guarnição deve ser refogada e, se possível, preparada com legumes ou verduras Escolha da segunda guarnição cardápio superior Quando forem usadas preparações mais calóricas como: macarrão, polenta torta de legumes, legumes fritos sem ou com cobertura (a milanesa, a dorê), suflê de legumes e legumes recheados e com molhos (branco, de tomate, etc.). Primeira + segunda guarnição Prato base O prato base geralmente consiste em arroz e feijão. Ambos podem sofrer variações nas técnicas de preparo e serem substituídos, e devem se ajustar ao prato principal e respectiva guarnição. (Martinez S, Freire RBM, Nogueira SFB, Falck RK. Regras gerais de elaboração de cardápios. In: Silva e Martinez (org) Cardápio guia prático para a elaboração.2ª ed. São Paulo: Roca, 2008. p.1- 20.) O preparo do feijão pode variar quanto à utilização de diferentes: – tipos (carioca, preto, fradinho), – temperos (alho, cebola e sal, louro, linguiça, talos e folhas de vegetais) – receitas (feijoada, cassoulet), – e ser associado ou substituído por outras leguminosas como soja, ervilha, lentilha, grão de bico, fava. (Martinez S, Freire RBM, Nogueira SFB, Falck RK. Regras gerais de elaboração de cardápios. In: Silva e Martinez (org) Cardápio guia prático para a elaboração.2ª ed. São Paulo: Roca, 2008. p.1-20. PROENÇA, R.P.C., Sousa, A A, Veiros, M.B. e Hering, B. Qualidade Nutricional e Sensorial na produção de refeições. Florianópolis: Ed Ufsc, 2005) O arroz polido pode ser substituído e/ou associado a variações: – nas técnicasde preparo (como risotos, arroz à grega, arroz de carreteiro, arroz adicionado de hortaliças, ervas e condimentos) – tipos (parboilizado, integral, preto, arbóreo, basmati, patna, selvagem, japonês). (Martinez S, Freire RBM, Nogueira SFB, Falck RK. Regras gerais de elaboração de cardápios. In: Silva e Martinez (org) Cardápio guia prático para a elaboração.2ª ed. São Paulo: Roca, 2008. p.1-20. PROENÇA, R.P.C., Sousa, A A, Veiros, M.B. e Hering, B. Qualidade Nutricional e Sensorial na produção de refeições. Florianópolis: Ed Ufsc, 2005) A entrada A entrada, que pode incluir: – sopa – salgado frio ou quente – salada cozida ou crua A salada freqüentemente é preparada com: – hortaliças, incluindo as verduras, os legumes e as féculas. podem ter em sua composição: – frutas frescas, frutas secas (uva passa, damasco, etc.), – oleaginosas (nozes, castanha de caju, castanha do Pará, etc.), – cereais e derivados (arroz integral, arroz sete grãos, macarrão, milho, croutons), – leguminosas (ervilha, grão de bico, soja, etc.), – carnes (frango, peixes, presunto, atum, etc.) – laticínios (queijos, igourte). Entrada pode ser: – simples ou mista, – com os ingredientes servidos crus ou cozidos – ou unidas por agentes ligantes (como molhos como maionese). é desejável que esteja garantida diariamente a oferta de saladas de baixa densidade energética e alto conteúdo de fibras, principalmente se: - o prato principal e a guarnição forem preparações mais calóricas - se em serviços que utilizam o cardápio superior, já foi incluída uma salada com maior densidade energética, que utilizam agentes ligantes, leguminosas, cereais, laticínios, entre outros ingredientes. Sobremesa A sobremesa inclui frutas e sobremesas elaboradas; Para alcançar as diretrizes quanto ao aporte energético e de fibras, devem ser priorizadas as frutas que devem combinar com o cardápio quanto ao ponto de vista sensorial (cor, textura, etc) (PAT, OMS, PNAE). Recomenda-se aprimorar a forma de oferecer as frutas, quanto a apresentação e variedade, e quando a sobremesa for um doce, procurar incluir frutas nas preparações. (Proença et al, 2005). FICHA TÉCNICA O que é? Pra que serve? Como elaborar – a ficha técnica deve ser FUNCIONAL e facilitar a prática das operações e ser adequada ao tipo de serviço de alimentação. Fichas Técnicas Em Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN), a redação adequada de receitas e fichas técnicas é necessária para – facilitar a elaboração das preparações e – garantir a padronização, qualidade e quantidade constantes As receitas e as fichas técnicas padronizadas servem – como base para o cálculo de custo das preparações, – facilitam o trabalho de compras e – o controle de desperdício e – possibilitam um aumento da produtividade (PHILLIPI, 2003) Elaboração da Ficha Técnica Elaboração de fichas técnicas das preparações testadas que incluam: – Receita culinária • Nome (fantasia e nome técnico) • Listagem de ingredientes, em ordem de uso • Listagem de utensílios • Descrição das quantidades • Descrição detalhada do pré-preparo e preparo (utilizar terminologia específica para Técnica Dietética, indicar necessidade de desinfecção de frutas e hortaliças – dependendo das características do preparo) • Tempo do pré-preparo e preparo • Temperatura do cozimento • Rendimento • Utilização de forma verbal definida – infinitivo ou 3ª pessoa Elaboração da Ficha Técnica – Cálculo do valor nutricional – Medidas caseiras e porções recomendadas (para diferentes grupos etários), com respectivas gramagens – Custo – Observações (Ex: restrições para regimes específicos, indicação de tipo de serviço – a la carte, alimentação institucional, etc) – Controle higiênico sanitário PARA SABER GERIR E ADMINISTRAR... ... É PRECISO ENTENDER OS PROCESSOS!!! EIS A GRANDE IMPORTÂNCIA DA TÉCNICA DIETÉTICA PARA TODAS AS ÁREAS DA NUTRIÇÃO!!! PLANEJAMENTO Referências bibliográficas 1. Proença RPC, Sousa AA, Veiros MB, Hering B. Qualidade Nutricional e sensorial na produção de refeições. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2005. 2. Rodgers S. The state of technological sophistication and the need for new specialised tertiary degrees in food services. International Journal of Hospitality Management 2009; 28:71-77. 3. Kinton R, Cesarani V, Foskett D. Enciclopédia de serviços de alimentação. São Paulo: Livraria Varela,1998. 4. McCaffree J. Facility Menu Planning Step by Step. J Am Diet Assoc. 2009;109(8):1337-1340. 5. American Dietetic Association. Position of the American Association: Food and Nutrition Professionals Can Implement Practices to Conserve Natural Resources and Support Ecological Sustainability. J Am Diet Assoc. 2007;107:1033-1043. 6. Teichmann I. Cardápios: Técnica e Criatividade. São Paulo: Varela, 2000. 7. Stanga Z, Zurflüh Y, Roselli M, Sterch AB, Tanner B, Knecht G. Hospital food: a survey of patients’perceptions. Clinical Nutrition 2003;23(3):241–246. 8. Brasil. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar aos alunos da atenção básica no Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE. Resolução/CD/FNDE n°.38, de 16 de julho de 2009. 9. Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego, da Fazenda, da Saúde, da Previdência Social e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Altera os parâmetros nutricionais do Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT. Portaria Interministerial n.66, 25 agosto 2006. 10. American Dietetic Association. Position of the American Dietetic Association: benchmarks for nutrition in child care. J Am Diet Assoc. 2011;111:607-615. 11. Committee of Ministers. Resolution ResAP(2005)3 on Healthy eating in schools. Strasbourg: Council of Europe; 2005. 12. Stein K. 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