Buscar

Aula 3 - Educação, Constituições e LDBs (Final)

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
EDUCAÇÃO, CONSTITUIÇÃO E LDB:
 
LDB/61; CONSTITUIÇÃO DE 1967; EMENDA DE 1969; LDB/71 E CONSTITUIÇÃO DE 1988
Disciplina: Estrutura e Funcionamento do Ensino
Professora: Adriana Gera
*
PERÍODO PRÉ-DITADURA
1946: 5ª Constituição Brasileira
1947: instalação da comissão para a elaboração da primeira LDBEN (Fernando de Azevedo, Lourenço Filho, Padre Leonel Franca e Alceu de Amoroso Lima – grandes personalidades do debate educacional dos anos 20 e 30)
1948: a comissão remeteu o projeto da LDBEN ao Congresso.
1949: o projeto da LDBEN é arquivado.
1951: tentativa de retomada do projeto, mas o Senado argumenta que este havia extraviado.
1951: iniciou-se os trabalhos para a elaboração de um novo projeto.
1957: reiniciou-se a discussão sobre o projeto.
1958: “substitutivo Lacerda” que alterou o projeto original
*
1ª LDB
Lei 4.024/61: principais características
deu mais autonomia aos órgãos estaduais, diminuindo a centralização do poder por parte do MEC;
regulamentou a existência dos Conselhos Estaduais de Educação e do Conselho Federal de Educação; 
garantiu 12% do orçamento da União e 20% do orçamento dos municípios para a educação;
garantiu tratamento igual por parte do Poder Público para os estabelecimentos públicos e particulares, garantindo que as verbas públicas poderiam ser enviadas para rede particular de ensino em todos os graus;
obrigatoriedade de matrícula nos 4 anos do ensino primário;
ano letivo de 180 dias;
*
formação do professor para o ensino primário no ensino normal de grau ginasial ou colegial;
formação do professor para ensino médio nos cursos de nível superior;
ensino religioso facultativo;
permitiu o ensino experimental.
A aprovação da LDBEN (Lei 4.024/61) causou frustração nos grupos de esquerda, principalmente no movimento estudantil e fez com que os jovens intelectuais se engajassem ainda mais nos movimentos de educação popular.
Com o golpe militar de 1964, estes movimentos foram severamente reprimidos.
*
CONSTITUIÇÃO DE 1967 e EMENDA 1969
Antecedente: com golpe militar de 64, a Constituição de 46 foi mantida com diversas modificações através do primeiro ato institucional.
A origem da Constituição de 67 foi o Ato Institucional n. 4.
Título IV – Art. 68: a Educação aparecia como um direito de todos e obrigatório dos 7 aos 14 anos e gratuito nos estabelecimentos primários oficiais. 
A iniciativa privada tinha livre acesso ao ensino e merecia o amparo técnico e financeiro dos Podres Públicos, inclusive bolsas de estudo.
Porém, a Constituição não previa orçamento preciso para o sistema de ensino público. 
A. I. n. 5 de 1968 concentrou mais poderes na mão do Presidente da República.
Em 1969: foi promulgada a Emenda n. 1 à Constituição de 1967, com o objetivo de incluir o conteúdo dos atos institucionais na Constituição.
*
Foram tantas modificações introduzidas por essa emenda que prevaleceu o entendimento que se tratava de uma nova Constituição.
O art. 3º da Emenda Constitucional n. 11 de 1978, declarou revogados os atos institucionais e complementares contrários à Constituição federal.
Somente com a Emenda Calmon de 1985 é que se restabeleceu a obrigação constitucional de vincular ao ensino uma parcela da receita resultante resultante de impostos (nunca menos de 13% para a União e 25% para os Estados, Municípios e Distrito Federal).
*
DITADURA (1964 – 1985)
Ditadura: 21 anos (31/03/1964 – golpe militar que depôs Jango – a 01/1985 – eleição indireta de Tancredo Neves).
3 etapas políticas do regime militar: 
1ª etapa: 1964 – 1969 (governos dos generais Castelo Branco e Costa e Silva);
2ª etapa: 1970 – 1974 (governos da Junta Militar e do general Médici);
3ª etapa: 1975 – 1985 (governos dos generais Ernesto Geisel e João B. Figueiredo).
*
3 etapas do sistema educacional na ditadura:
1ª etapa: 1964 a 1969 – elaboração das reformas do ensino;
2ª etapa: 1970 a 1974 – implantação das reformas;
3ª etapa: 1975 a 1985 – constatação do fracasso de tais reformas.
*
SISTEMA EDUCACIONAL NA DITADURA
Período Pré-Reforma Universitária (1964-1968)
1964 a 1968: 12 acordos firmados entre o MEC e a Agency for International Development (USAID) que comprometeu a política educacional brasileira.
A perspectiva destes acordos era a mesma declarada pelo ministro do Planejamento Roberto Campos que defendia a necessidade de submeter as diretrizes da escola ao mercado de trabalho.
Para ele, um ensino que, praticamente, não exigia trabalhos de laboratório, deixava “vácuos de lazer” que estariam sendo preenchidos com “aventuras políticas”.
Na visão do ministro, o ensino médio deveria perder suas características de educação humanista e ganhar conteúdos de elementos práticos, atendendo a maioria da população.
*
Objetivo: profissionalização da escola média com o intuito de “contenção das aspirações ao ensino superior”.
O ensino universitário deveria continuar reservado às elites.
1967: criação do MOBRAL, que, para passar por eficaz, chegou-se a dizer que seria usado o método Paulo Freire desideologizado.
Universidades tornam-se um pólo de resistência.
1968: várias faculdades são tomadas pelos alunos com o intuito de estabelecer formas de auto-gestão administrativa e pedagógica.
1968: Costa e Silva criou o Grupo de Trabalho da Reforma Universitária (GTRU – decreto 62.977 de 21/07/1968) e designou pessoalmente os seus membros.
Novembro/68: reforma universitária é aprovada no Congresso (Lei 5.5.540/68).
*
Reforma Universitária de 1968
Lei 5.540/68: principais características
universidade como o ambiente prioritário para o desenvolvimento do ensino superior;
autonomia das universidades (didático-científica, administrativa, disciplinar e financeira); 
departamento como a menor fração da estrutura universitária para todos os efeitos de organização administrativa, didático-científica e de distribuição de pessoal, compreendendo disciplinas afins;
modelo organizacional único para as universidades públicas e privadas;
renovação periódica do reconhecimento das universidades e de outros estabelecimentos de ensino superior;
necessidade social como requisito para autorização de instituições e cursos superiores;
*
matrícula por disciplina, instituindo o curso parcelado através do regime de créditos;
vestibular unificado e classificatório, o que eliminou os excedentes, aqueles que, apesar de aprovados no vestibular, conforme média exigida, não podiam efetivar a matrícula por falta de vagas;
incentivo à privatização do ensino;
primeiro ciclo de estudos, com o intuito de recuperar as insuficiências evidenciadas pelo vestibular na formação dos alunos, orientação para escolha de carreira e a realização de estudos básicos para ciclos ulteriores;
extensão como instrumento para a melhoria das condições de vida da comunidade e participação no processo de desenvolvimento;
estímulo a criação dos diretórios centrais dos estudantes e diretórios acadêmicos.
*
A reforma de 68 representa, sem dúvida, um considerável avanço na modernização da educação superior brasileira, ressalvados os aspectos autocráticos, frutos do regime vigente centralizador e ditatorial. 
Período que antecede a 2ª LDB (1968-1971) 
O Brasil passava pela época da euforia da classe média com o “milagre econômico”.
O grupo militar mais conservador passou a governar de forma que não mais satisfazia interesses de nenhum setor social mais amplo e o Presidente Médici incentivava o terror militar e paramilitar, prendendo, assassinando e torturando as lideranças de esquerda.
O governo decretou o AI-5, que tornou o regime mais fechado do ponto de vista político.
O Decreto-lei 477 estendeu a repressão governamental às redes de ensino.
*
1969: o general Costa e Silva sofreu um ataque cardíaco e uma Junta Militar assumiu o poder.
Médici assumiu a presidência do Brasil.
Junho/1970: foi instituído um grupo de trabalho para a elaboração da LDB, cujos membros foram escolhidos pelo ministro da Educação Jarbas
Passarinho.
11/08/1971: foi publicada a a lei 5.692/71.
2ª LDB
Lei 5.692/71: principais características
agrupamento do curso primário e do ciclo ginasial no chamado 1º grau;
ensino de 1º grau obrigatório dos 7 aos 14 anos;
núcleo comum para o currículo de 1 º e 2º grau e uma parte diversificada em função das peculiaridades locais;
inclusão da educação moral e cívica, educação física, educação artística e programas de saúde como disciplinas obrigatórias;
*
ensino religioso facultativo;
2º grau tornou-se integralmente profissionalizante;
as escolas particulares desconsideraram tal profissionalização;
a lei do ensino profissionalizante no 2º desativou a Escola Normal; 
ano letivo de 180 dias;
educação à distância como possível modalidade de ensino supletivo;
formação preferencial do professor para ensino de 1º grau em habilitação específica no 2º grau;
formação preferencial do professor para ensino de 1 º e 2º grau em curso de nível superior; 
formação preferencial dos especialistas da educação em curso superior de graduação ou pós-graduação;
dinheiro público não exclusivo às instituições de ensino públicas;
*
20% do orçamento dos municípios para a educação, mas não prevendo para a União e par os estados a porcentagem orçamentária;
progressiva substituição do ensino de 2º grau gratuito por sistemas de bolsas com restituição; 
permitiu o ensino experimental.
Sistema educacional na ditadura: pautado pela repressão, privatização do ensino, exclusão de boa parte da dos menos favorecidos do ensino elementar de boa qualidade, institucionalização do ensino profissionalizante na rede pública sem nenhum preparo para tal, divulgação de uma pedagogia calcada mais em técnicas do que em propósitos com fins discutíveis, variadas tentativas de desmobilização do magistério através de uma legislação educacional confusa.
*
CONSTITUIÇÃO DE 1988
A Educação aparece mencionada em várias passagens
Título II – Capítulo II – Art. 6: A Educação vem mencionada como um dos direitos sociais, ao lado da saúde, do trabalho, do lazer, da segurança, da previdência social, da proteção à maternidade e à infância, da assistência aos desamparados.
Título VIII - Capítulo VII – “Da família, da Criança, do Adolescente e do Idoso”: o texto constitucional determina que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, o direito à educação, além de outros direitos.
Título VIII - Capítulo III – Seção I “Da Educação”: a Educação é tratada de forma minuciosa em uma seção específica, do artigo 205 ao 214.
*
Principais características dos artigos 205 ao 214
A Educação é um direito de todos.
A educação visa o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para a cidadania e sua qualificação para o trabalho,
Compete ao Estado e à família oferecer a Educação com a colaboração da sociedade.
O direito à Educação é assegurado tanto pela obrigação do Poder Público e pela liberdade de iniciativa particular de ministrarem o ensino em todos os graus como pela obrigação do Estado de fornecer recursos indispensáveis para que o indivíduo possa usufruir desse direito.
Princípios que a Educação deve seguir: a) igualdade de condições para acesso e permanência na escola; b) liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; c) pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; d) gratuidade do ensino 
*
público em estabelecimentos oficiais; e) valorização dos profissionais do ensino, garantidos plano de carreira para o magistério público com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de privas e títulos; f) gestão democrática do ensino público e g) garantia de padrão de qualidade.
Autonomia didático-científica , administrativa e de gestão financeira nas Universidades.
O ensino superior deve basear-se em um tripé: ensino, pesquisa e extensão.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais