folha tecnica broca do cupuaçu

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THEOBROMA CACAO 
 Folha Técnica 
 
 
Belém - Pará 
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO 
COMISSÃO EXECUTIVA DO PLANO DA LAVOURA CACAUEIRA 
Superintendência do Desenvolvimento da Região Cacaueira no Estado do Pará 
Nº 01 
Agosto-2011 
 
Título: Manejo Integrado das Pragas do Cacaueiro da Região Amazônica: Conotrachelus 
humeropictus 
Autor: Olzeno Trevisan 
Condensado por: Edson Lopes Lima 
 
Que é Conotrachelus humeropictus? 
É um inseto cujas larvas (também 
conhecidas pelo nome de broca) atacam os 
frutos do cacaueiro e cupuaçuzeiro, 
causando estragos que depreciam o produto 
e causam perdas na produção. 
Descrição do inseto 
O inseto adulto é um 
besouro que se 
desenvolve no interior 
do solo medindo 
aproximadamente um 
cm de comprimento. 
Apresenta uma cor 
castanha-clara logo que 
sai da terra (foto 1). 
Foto 1: Cor do inseto jovem 
Autoria: Olzeno Trevisan 
 
 
Após alguns dias de 
desenvolvimento (foto 
2), sua cor muda 
tornando-se castanha-
escura que é a cor 
predominante do inseto 
adulto. As fêmeas são 
ligeiramente maiores 
que os machos e podem 
viver por mais de um 
ano. 
Foto 2: Cor do inseto adulto 
Autoria: Olzeno Trevisan 
 
Distribuição geográfica 
A broca de Conotrachelus humeropictus no 
Brasil só ocorre na Região Amazônica, 
particularmente nos estados de Rondônia, 
Acre, Amazonas, Mato Grosso e, 
recentemente no estado do Pará na região 
de Santarém embora, Mendes (1996), 
tenha feito referencia à ocorrência desta 
praga em cupuaçuzeiros nos municípios de 
Castanhal e Acará e nos cacauais das 
várzeas da região, porém a suspeita precisa 
ser confirmada. 
Plantas hospedeiras 
O cupuaçuzeiro e o cacaueiro são os 
principais hospedeiros os quais permitem o 
inseto completar o ciclo, mas suspeita-se de 
outras fruteiras a serem confirmadas. 
Como acontece o ataque aos frutos? 
As fêmeas dos insetos fazem pequenos 
cortes na superfície dos frutos onde 
depositam seus ovos. Em média são 
depositados de um a quatro ovos no interior 
dos cortes. Após um período de quatro a 
seis dias a larva sai do ovo e penetra no 
interior do fruto onde permanecerá entre 25 
e 35 dias promovendo os estragos nas 
sementes e polpa. Quando termina esta 
fase, a larva abre um orifício no fruto e sai 
para completar o ciclo no solo, onde entra 
na fase de pupa e passa para a fase de 
adulto em aproximadamente 35 dias. 
Depois sairá do solo para começar um novo 
ciclo de vida (figura 1). 
 
Figura 1: adaptada de Olzeno Trevisan 
Principais danos 
A larva do Conotrachelus humeropictus 
destrói a mucilagem que envolve as 
sementes dos frutos e algumas vezes, 
diretamente causa danos às sementes, 
podendo só uma larva destruir 12% das 
sementes. O problema maior são os danos 
indiretos. Ao abrir orifícios nos frutos, estes 
se tornam portas abertas para entrada de 
microorganismos que são responsáveis por 
perdas de até 90%. Frutos de cupuaçuzeiro 
atacados ainda novos caem antes do 
amadurecimento acarretando sua perda 
total o que não acontece com os frutos de 
cacaueiro que completam o ciclo na planta. 
Métodos de controle 
Monitoramento – Consiste em fiscalizar 
semanalmente as áreas cultivadas (cacau 
ou cupuaçu), visando identificar frutos 
atacados pela broca (foto 3). 
Assim, se houver muitos 
frutos verdes que 
apresentam sinais de 
postura, recomenda-se 
retirar e queimar os 
frutos atacados, visando 
quebrar o ciclo de vida 
do inseto. 
No entanto, se os frutos 
apresentarem sintomas 
como os da foto 4 é um 
indicativo que as larvas 
estão prestes a sair do 
interior do fruto. 
 
Foto 4: Pré-saída da larva 
Autoria: Mendes, A.C.B 
Nestes casos, os frutos devem ser colhidos 
e colocados numa lona plástica para evitar 
que as larvas alcancem o solo. 
 
Colheita – Frutos que apresentarem sinais 
de postura deverão ser colhidos com mais 
frequência, por exemplo, de 15 em 15 dias. 
Para evitar que as larvas se dirijam para o 
solo deve-se derrubar os frutos em lonas e 
em seguida coletá-los em caçuás forrados 
com plástico conforme foto 5. Desta forma, 
cuida-se para que 
nenhuma larva 
irá para o solo, 
onde recomeça 
todo o ciclo de 
vida do inseto. 
 
Ajuntamento dos casqueiros – Para se evitar 
que as larvas penetrem no solo, a quebra dos 
frutos deve ser feita em cima de lona plástica 
como é visto na foto 6. 
 
Sacolejo – Este método é indicado para 
pequenas áreas e consiste no sacolejo (sacudir) 
fortemente da copa da planta e coleta manual 
de insetos adultos, que deverão cair sobre uma 
tela plástica de cor branca colocada na projeção 
da copa. 
Foto 6: Quebra de Cacau 
Autoria: Olzeno Trevisan 
A medida que os insetos forem caindo devem 
ser mortos, pois eles quando estão no chão 
fingem-se de mortos e podem escapar. 
Controle químico – O uso de agrotóxicos não 
tem mostrado resultados satisfatórios além de 
ser antieconômico e poluidor do ambiente. 
Para saber mais, consultar: 
TREVISAN, O. et al. Manejo integrado das pragas 
do cacaueiro do estado de Rondônia. CEPLAC. 
2011. 38p. 
THOMAZINI, M.J. A broca dos frutos do 
cupuaçuzeiro, Conotrachelus humeropictus 
FIEDLER. Comunicado Técnico Nº 113. Rio Branco. 
EMBRAPA, 2000. 
MENDES, A.C.B. M. et al. Danos de Conotrachelus 
humeropictus Fiedler, 1940 (Coleoptera, 
Curculionidae): nova praga do cacaueiro na Amazônia 
brasileira. Anais da Sociedade Entomológica do 
Brasil, v. 17 (Supl.), p.19-28, 1988. 
LAKER,H.A.; TREVISAN,O.; BEZERRA,J.L. Fungi 
associated with pods of cocoa (Theobroma cacao L.) 
attacked by the borer Conotrachelus humeropictus 
Fiedler. In: Rondonia State, Brazil. Tropical 
Agriculture., v.70, n.4, p.332-336, Oct. 1993. 
 
ATENÇÃO! Se você perceber frutos com ataque 
desses insetos em roças de cacau ou cupuaçu, 
informe, imediatamente, a CEPLAC mais 
próxima.
Foto 5: Colheita de cacau 
Autoria: João Tavares 
 
 
Foto 3: Postura 
Autoria: Mendes, A.C.B