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serviço social e questão social Livro Texto III

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SERVIÇO SOCIAL E QUESTÃO SOCIAL
Unidade III
9 O TERMO QUESTÃO SOCIAL
Netto (2001) é um dos nomes mais renomados dentro de nossa categoria profissional. Seus trabalhos, 
como o célebre livro Capitalismo Monopolista e Serviço Social, aproximam a categoria da discussão da 
relação firmada entre Serviço Social e Questão Social. No livro, o autor desarticula a discussão de que 
o Serviço Social teria se tornado profissão em virtude de uma especialização da ajuda e reforça que 
a consolidação do Serviço Social enquanto profissão só acontece pela ampliação das expressões da 
questão social na Idade do Monopólio.
 Observação
Para Netto (2001), o Monopólio se consolida no último quartel do século 
XX e se caracteriza pela busca do sistema capitalista em extrair o lucro por 
meio do controle dos mercados.
No que diz respeito ao termo “questão social”, Netto (2001) nos coloca que ele surgiu na terceira 
década do século XIX. No contexto do seu surgimento, o termo assumiu uma conotação dual, ora 
usado por correntes críticas, ora como aporte de perspectivas conservadoras e tradicionais. Em tese, as 
primeiras vezes que o termo surgiu buscava designar o chamado fenômeno do pauperismo.
Com efeito, a pauperização (neste caso, absoluta) massiva da população 
trabalhadora constitui o aspecto mais imediato da instauração do capitalismo 
em seu estágio industrial-concorrencial e não por acaso engendrou uma 
copiosa documentação (NETTO, 2001, p. 153).
Dito de outra forma, com o aparecimento da pauperização, logo foi construído um discurso. O termo 
“questão social” existiu para não nomear os problemas sociais como produtos inerentes da sociedade 
capitalista. É verdade que o empobrecimento de grandes parcelas da população foi um fenômeno 
gestado no século XVIII, mas que se tornou mais visível no século XIX, quando temos a ampliação da 
industrialização em Londres. Dessa forma, a pobreza, que estava dispersa, passou a ser vista porque 
estava alojada em um espaço relativamente pequeno.
No século XIX, no entanto, o termo “questão social” ainda não carregava a conotação crítica tal como 
o conhecemos hoje. Inicialmente, o termo era usado para nomear a pobreza, que era considerada como 
natural, algo que dependia da vontade do ser humano, deflagrando assim a característica fortemente 
liberal e positivista atribuída ao conceito. Portanto, a questão social decorria de incapacidade ou de 
vontade dos indivíduos e não provinha do desenvolvimento econômico.
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Para sanar as expressões da questão social, conforme Netto (2001), o discurso conservador defende 
que serão necessárias intervenções pontuais junto às expressões. Dito de outra maneira, se o problema 
é a falta de renda, basta arrumar um emprego. É necessário ajustar os indivíduos às necessidades 
capitalistas. No entanto, não há um aprofundamento da discussão dos fatores que deram origem à 
questão social. Não há uma reflexão sobre a raiz dos problemas sociais e se propõe apenas uma ação em 
prol do que é tido como problema.
Mais precisamente: o cuidado com as manifestações da “questão social” é 
expressamente desvinculado de qualquer medida tendente a problematizar a 
ordem econômico-social estabelecida: trata-se de combater as manifestações 
da “questão social” sem tocar nos fundamentos da sociedade burguesa. Tem-
se aqui, obviamente, um reformismo para conservar (NETTO, 2001, p. 155).
Dessa forma, há um desvio no entendimento dos fatores que originam os problemas sociais. Os 
problemas sociais passam a ser problemas individuais, decorrentes das escolhas que cada ser humano 
fez sobre a forma que prefere viver sua vida. Toda a conotação econômica da questão social é extirpada 
no raciocínio conservador que, como sabemos, é latente ainda na sociedade contemporânea. Um dos 
exemplos dessa perspectiva de entendimento dos problemas sociais pode ser entendido quando pensamos 
na questão do desemprego. Nesse entendimento, o desemprego, uma das expressões da questão social, 
provém de falta de vontade de alguns grupos de trabalharem. Portanto, o desemprego não é entendido 
como resultado inerente do sistema capitalista, mas como falta de vontade de alguns segmentos. Abaixo, 
vejamos o exemplo de aplicação em que temos a representação desse tipo de colocação:
Família usa formação gratuita para realizar sonho de empreender
O presente de Natal da família de Lucas de Oliveira Alves, 20 anos, de São Caetano, 
chegou antecipado. Isso porque, na semana passada, o jovem e a mãe, Lígia, 45, inauguraram 
patisserie no bairro Santa Paula. A conquista simboliza não só a concretização de sonho que 
vinha sendo acalentado há alguns anos pela dupla como também resultado de dedicação e 
trabalho de superação das dificuldades financeiras.
A família Alves chegou ao bairro Cerâmica há um ano e meio. Vindos da Zona Sul de 
São Paulo, Lucas e a mãe terminaram o curso de tortas e salgados do Fundo Social de 
Solidariedade do município há pouco mais de quatro meses, já com a intenção de aperfeiçoar 
o conhecimento culinário.
A história da família na cozinha começou a partir da falta de dinheiro para pagar um passeio 
escolar. Com apenas R$ 20 e o pensamento de que “só não trabalha quem não quer”, Lucas deu 
início ao seu caminho como empreendedor. “Ainda na Capital, meu pai ficou desempregado. 
Queria muito ir a um passeio da escola, mas a família passava por um momento delicado 
financeiramente. Foi aí que dei a ideia para minha mãe usar R$ 20 que eu tinha para comprar 
ingredientes e fazer trufas de chocolate, e eu as venderia nos comércios [...]”.
Fonte: Moço (2017).
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No texto, vemos o trecho “só não trabalha quem não quer”, que expressa o entendimento de que 
o desemprego não provém de questões estruturais, do desenvolvimento capitalista, mas, sim, da falta de 
vontade dos indivíduos. Portanto, não há na raiz da questão social o desenvolvimento capitalista, mas 
há somente o desejo dos seres humanos. Dessa forma, podemos dizer que o pensamento conservador 
ainda está presente na forma de entendimento da questão social?
Mas, você pode então pensar: quando foi que a questão social passou a receber novas interpretações, 
novos entendimentos, mais críticos e relacionando-a à estrutura econômica? O entendimento 
diferenciado do conceito questão social teria surgido, conforme Netto (2001), após Marx publicar o 
primeiro volume de O Capital, em 1867. Na obra, Marx estudou de forma extremamente profunda as 
raízes do capitalismo. O autor identificou a raiz da desigualdade, que faria surgir, enfim, o que denominava 
o pensamento conservador por questão social. Ao fazê-lo, Marx indica que a questão social não é 
um fenômeno natural, comum, mas um evento que acontece, tipicamente, na sociedade capitalista. 
Portanto, capitalismo rima com desigualdade estrutural, ou seja, é inerente ao sistema capitalista o 
desenvolvimento e a ampliação da desigualdade, assim chamada questão social.
 Saiba mais
Indicamos a seguir um texto para ampliar o seu conhecimento sobre a 
perspectiva crítica da questão social:
CASTELO, R. A “questão social” nas obras de Marx e Engels. Revista Praia 
Vermelha, Rio de Janeiro, v. 20, n.1, p. 85-94, jan./jun. 2010.
Se, para Marx, a questão social é inerente ao capitalismo, então ela pode ser suprimida? De acordo 
com a perspectiva de Marx, não há como a questão social ser suprimida se os meios de produção 
forem capitalistas.
O desenvolvimento capitalista produz, compulsoriamente questão social– diferentes estágios capitalistas produzem diferentes manifestações 
da “questão social; está não é uma sequência adjetiva ou transitória do 
regime do capital: sua existência e suas manifestações são indissociáveis 
da dinâmica específica do capital tornado potência social dominante. A 
“questão social” é constitutiva do desenvolvimento do capitalismo. Não se 
suprime a primeira conservando-se o segundo (NETTO, 2001, p. 157).
Aliás, Netto (2001) coloca que a defesa de Marx era por um comunismo, chamado por muitos de 
utópico, justamente por propor o fim das desigualdades sociais. No entanto, o autor destaca que a 
superação da ordem capitalista seria o único dispositivo para por fim às desigualdades sociais. Marx 
adverte que mesmo a sua superação não garante a adesão a um regime menos opressor. Portanto, 
não basta apenas acabar com o capitalismo, é também necessário que níveis de justiça social sejam 
atendidos na constituição de novos meios de produção.
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Contudo, como podemos definir, precisamente, como compreendemos hoje o termo “questão 
social”? De acordo com Iamamoto (2001, p. 27), a “questão social” pode ser assim descrita:
Questão social apreendida como o conjunto das expressões das desigualdades 
da sociedade capitalista madura, que tem uma raiz comum: a produção 
social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, 
enquanto a apropriação dos seus frutos mantém-se privada, monopolizada 
por uma parte da sociedade.
Portanto, todas as mazelas que são geradas ou ampliadas no capitalismo, são denominadas pelos 
autores, como Iamamoto (2001) e Netto (2001), como questão social. Apesar do termo ter recebido 
uma conotação crítica a partir dos estudos de Marx, como vimos, no Serviço Social, somente a partir do 
Movimento de Reconceituação, com o aporte ao marxismo, é que o termo questão social se consolidou, 
buscando designar os problemas gerados pelo capitalismo.
Para tanto, Iamamoto (2001) nos apresenta um conceito de suma relevância ao discutir a questão 
social. A autora nos coloca que a questão social está presente no cotidiano das pessoas. Portanto, 
não podemos compreender a questão social como um conceito filosófico, mas, sim, como um evento 
constante e concreto que influencia a vivencia cotidiana dos segmentos vulneráveis.
 Saiba mais
Apesar de ter sido produzido há um certo tempo, o documentário 
indicado a seguir demonstra quão latentes são as expressões da questão 
social e equiparam o ser humano a porcos. Nele, temos uma realidade que 
sabemos ainda estar presente no cotidiano de muitos brasileiros:
ILHA das flores. Direção de Jorge Furtado. Brasil: Casa de Cinema,1999. 
13 min.
Outro clássico é o filme Preciosa, que narra a história de uma menina 
obesa, constantemente violentada pelo pai e que vive em um bairro vulnerável.
PRECIOSA. Direção de Lee Daniels. Estados Unidos: Lionsgate, 2009. 
110 min.
Ao destacar a conotação concreta da questão social, Iamamoto (2001, p. 28) nos indica que: “Os 
assistentes sociais trabalham com a questão social nas suas mais variadas expressões quotianas, tais como 
os indivíduos as experimentam no trabalho, na família, na área habitacional, na saúde, na assistência 
social pública etc.”. Portanto prezado aluno, a questão social é real, concreta, implica privações nas 
questões trabalhistas, nas relações familiares, na diminuição do acesso aos serviços públicos de saúde e 
na assistência social, por exemplo. E mais, questão social não se restringe à pobreza.
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SERVIÇO SOCIAL E QUESTÃO SOCIAL
 Saiba mais
Outro texto extremamente relevante e interessante é o trabalho de 
Heidrich (2006), em que a autora faz uma analogia consistente entre as 
mutações da questão social e o desenvolvimento e a ampliação da loucura:
HEIDRICH, A. V. Transformações no estado capitalista: refletindo e 
refratando transformações na questão social. Revista Virtual Textos & 
Contextos, n. 5, nov. 2006. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.
br/ojs/index.php/fass/article/view/1019>. Acesso em: 20 nov. 2017.
Além desse aspecto de suma importância e de essencial apropriação pelos assistentes sociais, de que 
a questão social é presente no cotidiano das pessoas, Iamamoto (2001) também salienta que a questão 
social também é rebeldia, é oposição daqueles segmentos que vivenciam as situações de desigualdade 
social e que se opõe a ela. Aliás, a autora indica que nós, assistentes sociais, atuamos na mediação dessas 
tensões e, como tal, somos profissionais que precisamos compreender as formas de embate que estão 
presentes na sociedade. Por conseguinte, é basal ao Serviço Social:
[...] decifrar as novas mediações por meio das quais se expressa a questão 
social, hoje, é de fundamental importância para o Serviço Social em uma 
dupla perspectiva para que se possa tanto apreender as várias expressões 
que assumem, na atualidade, as desigualdades sociais – sua produção e 
reprodução ampliada – quanto projetar e forjar formas de resistência e de 
defesa da vida (IAMAMOTO, 2001, p. 28).
Ou seja, é necessário para nós conhecer as várias mutações assumidas pela questão social na 
realidade contemporânea, mas, de posse desse conhecimento, defender formas de resistência, luta, 
embate e defesa da vida. Ousamos acrescentar, são necessários meios que permitam a minimização das 
desigualdades sociais.
 Observação
Hannah Arendt é uma filósofa alemã que residiu por muitos anos dos 
Estados Unidos e escreveu um rol amplo de trabalhos políticos.
É interessante notar que há outros teóricos como Hannah Arendt que discutem o conceito de questão 
social, mas com algumas variações do conteúdo marxista apresentado acima. Arendt (1990) elaborou 
um conceito muito específico de questão social, compreendendo que o surgimento das revoluções e 
dos embates entre as classes sociais teria grande relevância em dispor sobre o que pode ser considerado 
como questão social.
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Para a teoria marxista, a questão social advém do modo de 
produção capitalista.
Na verdade, em sua discussão, a autora nos orienta a refletir sobre o termo social. Inicialmente, 
Arendt (1990) diz que o social pode ser compreendido como tudo aquilo que é comum, que é partilhado 
entre os pares. Portanto, os interesses individuais convergem para o espaço social, para o espaço público. 
Nesse sentido, o termo social, não está inicialmente vinculado à noção política. E, para a filósofa alemã, 
no social perdemos a autonomia e tudo passa a ser coletivo, partilhado. Já o termo questão social, para 
a autora, está carregado de uma conotação política.
Hannah indica que o termo “questão social” teria tido início somente na sociedade moderna. Diferente 
da noção de Marx que compreende que o termo surgiu na Inglaterra, como apresentamos a você trechos 
acima, Arendt (1990) pressupõe que o termo “questão social” surge a partir da Revolução. Para ela, as 
primeiras revoluções surgiram visando a reivindicação de poder político. Com o tempo, no entanto, as 
Revoluções passaram a incorporar requisições sociais. Os problemas sociais entram na pauta das Revoluções 
e isso daria origem ao termo questão social. Porém, assim como Marx, Arendt compreende que a questão 
social é expressa através dos problemas sociais decorrentes da ordem capitalista de produção.
A autora diz que a questão social despertou o interesse dos grupos revolucionários e fez surgir o que ela 
denomina como solidariedade social. Ou seja, os problemas de vários indivíduospassaram a ser problemas 
sociais, comuns, partilhados. “Historicamente falando, a compaixão tornou-se a força motriz dos revolucionários 
apenas depois dos girondinos terem fracassado na produção de uma constituição e no estabelecimento de um 
governo republicano” (ARENDT, 1990, p. 91). Assim, a expressão das demandas sociais por meio das revoluções 
é compreendida pela autora como dispositivos que permitem a expressão da solidariedade, da fraternidade.
Aliás, quanto a isso, é importante destacar que Arendt nos coloca que as revoluções só alcançam a sua 
finalidade se conseguem instituir a liberdade, que está relacionada para a autora à capacidade de decisão 
política e de manutenção das próprias necessidades. Portanto, uma Revolução só cumpre seus objetivos à 
medida que consegue garantir a manutenção da participação política e também uma sociedade igualitária 
e mais justa socialmente. Temos uma revolução efetiva quando agregamos política e justiça social.
Nesse sentido, no livro Sobre a Revolução, no qual baseamos grande parte dessas colocações, Arendt 
(1990) usa como exemplo as Revoluções Francesa e Americana, ambas ocorridas no século XVIII. Para ela, 
essas revoluções não cumpriram plenamente o seu papel, uma vez que não foram suficientes no sentido 
de manter a participação política e também de fazer com que de fato a justiça social seja mantida.
Arendt (1990) enfatiza ainda que, conforme a questão social é assumida pelas revoluções como 
pauta na sociedade moderna, ela passa a adquirir uma conotação política, ou seja, passa a expressar 
demandas políticas dos movimentos de reivindicação e também a requerer intervenção política do 
Estado para minimizar os efeitos de sua expressão. Porém, no seu direcionamento, a autora não atribui 
a responsabilidade do Estado em gerir os problemas sociais.
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 Saiba mais
Que tal conhecer um pouco mais sobre as perspectivas de Hannah 
Arendt? O site a seguir é uma ótima indicação, com muitos textos e uma 
vasta biblioteca que retrata a vida e a obra dessa tão emblemática e 
reconhecida pensadora:
<http://www.hannaharendt.org.br/>
O que pudemos compreender com essas provocações iniciais aqui empreendidas? Bem, a princípio, 
é basal entender que há várias interpretações, de diversos pontos teóricos, sobre a questão social. 
Inicialmente, apresentamos as colocações de José Paulo Netto e de Marilda Vilela Iamamoto, que, 
apesar de algumas variações, derivam da mesma base teórica, o marxismo. Pudemos ainda conhecer 
e compreender que o marxismo, sobretudo os conceitos de Marx, foi valoroso para desmistificar o 
entendimento da questão social como algo natural.
Pretendemos ainda que você avance um pouco mais nas suas reflexões e que seja possível 
compreender que a questão social tem como raiz a fundação e o desenvolvimento capitalista. Dessa 
forma, qualquer ação em prol das mazelas do capitalismo seria incapaz de dar conta da questão social, 
e sua superação só é possível quando temos a superação do capitalismo.
Por fim, é necessário compreender e conhecer outras formas de entender a questão social, tal como 
apresentamos usando a definição de Hannah Arendt. Na verdade, não precisamos concordar com todas 
as colocações da autora. Antes, o objetivo é colaborar com a consolidação de um perfil crítico, propositivo 
e que consiga discutir com diversas posições. Por isso, conhecer os diversos e variados posicionamentos 
é condição essencial.
Visando ainda dar andamento a nossos estudos, passamos ao debate sobre a chamada nova questão 
social. Afinal, podemos dizer que a questão social que emergiu e explodiu na Inglaterra, que a questão 
social que foi demanda das revoluções, é a mesma que experimentamos atualmente? E mais, o que 
conforma e constitui a questão social no Brasil? Vamos responder a essas questões e realizar outros 
posicionamentos a seguir.
9.1 A nova questão social
A provocação é clássica, antiga e carece de reflexão. Afinal, existe uma nova questão social? Netto 
(2001) e Iamamoto (2001) entendem que não há nova questão social. Questão social é e sempre será 
resultado do processo produtivo que é o capitalismo. Como não há mudança no processo produtivo, 
não há uma nova questão social. Porém, os problemas que nós assistentes sociais enfrentamos hoje são 
os mesmos que os profissionais enfrentavam há cerca de 20 anos? Obviamente que não. O que temos, 
portanto, não é uma nova questão social, mas, sim, mutações e aprofundamentos nos problemas sociais.
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Vamos pensar um pouco mais sobre isso. Por exemplo, sabemos que a dependência química é uma 
das expressões da questão social. Isso não é algo novo. Combinada às questões subjetivas, psicológicas, 
a dependência pode decorrer, dentre outros fatores, de problemas sociais e econômicos. Nesse sentido, 
a dependência química sempre existiu. No entanto, atualmente, o desenvolvimento tecnológico, os 
progressos da ciência e da tecnologia tendem a viabilizar uma série de drogas que antes não eram 
produzidas na sociedade. Isso amplia a quantidade de dependentes. Isso dá um novo caráter à questão 
social, uma nova cara, uma “nova” configuração, mas esse não é um fenômeno novo, é? Vamos 
aprofundar nossas discussões com a leitura da notícia abaixo:
Homem que morreu em festa eletrônica utilizou droga sintética, diz laudo
Na manhã desta quarta-feira (13), a Secretaria da Segurança Pública (SSP) divulgou o 
resultado do laudo realizado no corpo do homem, de 32 anos, que morreu durante uma 
festa eletrônica realizada em Aracaju (SE), no dia 15 de julho deste ano. O laudo apontou no 
sangue do rapaz uma substância utilizada em uma nova droga sintética, a ‹n etil pentilona’.
O Instituto Médico Legal (IML) de Sergipe colheu materiais genéticos para detectar 
a causa da morte, que foram analisados pelo laboratório de toxicologia da Universidade 
Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo.
De acordo com o perito, a nova droga entrou na lista da Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (Anvisa) em março deste ano e o Departamento de Narcóticos da Polícia Civil já 
havia identificado que o entorpecente estava em circulação em Sergipe.
Inquérito
O inquérito do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa deverá ser concluído 
nos próximos dias. Por nota, a assessoria de comunicação da Secretaria da Segurança Pública 
diz que para a investigação não há dúvidas que a causa da morte foi a ingestão de drogas, 
o que deverá ser confirmado pelo laudo do IML.
O advogado da família do jovem questiona a presença de hematomas vistos no pescoço. 
Já a Secretaria da Segurança Pública disse que até o momento a investigação do caso não 
inclui uma suposta agressão como causa da morte do rapaz.
Entenda o caso
A morte do rapaz de 32 anos ocorreu no dia 15 de julho durante uma festa rave em uma 
chácara na Zona de Expansão de Aracaju (SE). O rapaz foi visto em estado de agressividade 
e se debatendo. Em seguida, morreu no local.
Fonte: Homem... (2017).
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SERVIÇO SOCIAL E QUESTÃO SOCIAL
É obvio que não podemos dizer que somente atualmente a dependência causa morte, porém, 
nesse caso específico, sabemos que a morte pela droga sintética, como a narrada acima, é única e 
peculiar de nossa sociedade. Isso porque somente hoje possuímos os meios que permitem a criação 
desse tipo de droga.
Contudo, entender as atuais configurações postas à questão social, considerando a realidade brasileira, 
conforme Iamamoto (2011), requer a compreensão sobre asbases do desenvolvimento capitalista 
brasileiro. A autora nos coloca que o desenvolvimento capitalista no Brasil sempre foi “periférico”, termo 
pelo qual designa um “tipo” de capitalismo em que as taxas de extração de lucro sempre são baixas se 
comparado com o lucro de empresas europeias, por exemplo.
Outro traço constitutivo desse capitalismo periférico é que no Brasil surgiram as empresas filiais, de 
muitas marcas famosas no exterior. Porém, as filiais aqui instituídas eram subsidiárias, permanecendo as 
maiores empresas em outros países.
Um dos fatores que poderiam explicar esse tipo peculiar e específico de desenvolvimento capitalista 
à brasileira, seria o fato de que, aqui, o capital se consolidou por meio da junção de formas atrasadas 
e modernas para gerar a acumulação. Temos assim, desde o Império, um tipo de capitalismo arcaico e 
moderno. Essa realidade, presente na consolidação do grande capital no Brasil ainda não foi superada 
e constitui um dos traços constitutivos da economia do país. Isso resulta na utilização de dispositivos 
antiquados para reger o processo produtivo, o que resultaria em um descompasso entre meios de 
produção e mão de obra, ampliando o número de desempregos e subempregos, aumentando o número 
de trabalhadores que afluem ao exército industrial de reserva e aumentando, assim, a questão social e 
suas mais variadas expressões. “[...] a modernidade das forças produtivas do trabalho social convive com 
padrões retrógrados nas relações no trabalho, radicalizando a questão social” (IAMAMOTO, 2011, p.129).
Iamamoto (2011), ancorada nessa compreensão, ainda enfatiza que vinculado a esse processo temos 
outro bastante similar, que poderia ser resumido como a desigualdade interna do país. Há, assim, um 
grande descompasso entre o desenvolvimento econômico e o desenvolvimento social e, mesmo nos 
tempos em que o país mais conseguiu alcançar o desenvolvimento econômico, nos anos gloriosos, 
houve o tal esperado desenvolvimento social. A teoria de que o desenvolvimento econômico resultaria 
em condições mais dignas de vida da sociedade brasileira nunca foi corroborada na prática.
Alguns grupos e frações sociais, os que detêm os meios de produção, acabam detendo a riqueza 
social produzida, sim, porque há lucro e há riqueza. Ao contingente mais pobre, cabe, no entanto, vender 
a força de trabalho e partilhar apenas a precarização da vida como um todo. A riqueza produzida não 
é socializada com a população brasileira como um todo. Isso aconteceu apenas naquele contexto? Não. 
Esse traço, resíduo do capitalismo, ainda está latente em dias atuais. O berço do capitalismo brasileiro:
Revela-se como reprodução ampliada da riqueza e das desigualdades sociais, 
fazendo crescer a pobreza relativa à concentração e centralização do capital, 
alijando segmentos majoritários da sociedade do usufruto das conquistas 
do trabalho social (IAMAMOTO, 2011, p. 129).
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Esse fenômeno tem se ampliado, ou seja, cada vez mais o trabalho é coletivo, mas a apropriação 
do lucro é privada e destinada a poucos segmentos sociais. A burguesia, que veio da mutação das 
oligarquias aos primeiros industriários, além de controlar a economia, também consegue dar a tônica 
ao jogo político. Iamamoto (2011) designa esse processo pelo termo “democracia restrita”, uma vez que 
as decisões políticas são controladas pela burguesia através do subjulgamento dos aparatos estatais. A 
democracia brasileira é coordenada de forma a atender as necessidades do grande capital ou, então, de 
forma a controlar as massas para que não exista o embate ao Estado e aos modos de produção.
Quanto ao Estado, no momento de consolidação do capital no Brasil, Iamamoto (2011) usa o termo 
cooptação. Assim, a autora descreve que há uma associação do Estado brasileiro às classes burguesas e, 
por outro lado, como podemos inferir, há uma separação do Estado, um afastamento dele em relação 
aos interesses das classes pobres. As mudanças na organização política e também na organização 
econômica são engendradas pela classe burguesa. A autora chama tais processos de mudanças “pelo 
alto” (IAMAMOTO, 2011, p. 133), já que a classe burguesa define os parâmetros da sociedade brasileira 
tanto na organização econômica quanto na organização política. Afinal, no contexto do País, esses 
fenômenos fazem parte de um contexto único e articulado. Ou não?
A transformação capitalista teve lugar graças a acordos entre as frações 
de classes economicamente dominantes, à exclusão forçada das forças 
populares e à utilização permanente dos aparelhos repressivos e de 
intervenção econômica do Estado. Nesse sentido, todas as opções concretas 
enfrentadas pelo Brasil, direta ou indiretamente ligadas à transição do 
capitalismo [...], encontraram uma solução “pelo alto”, ou seja, etilista e 
antipopular (IAMAMOTO, 2011, p. 133).
Na Idade do Monopólio, essas condições são reafirmadas, apesar de ainda vivenciarmos um capitalismo 
periférico. Portanto, a fase monopolista ainda rima com processo produtivo, articulando aspectos da 
modernidade e do atraso com o controle da classe burguesa pelo formato de organização econômica e 
política, pela cooptação burguesa pelo Estado e pela ampliação do hiato entre classe burguesa e classe 
proletária. Nesse sentido, desde a consolidação do capitalismo até a contemporaneidade, quem mais 
vivencia as expressões da questão social é a classe pobre.
Durante o desenvolvimento dos novos formatos de produção, sobretudo após a adesão do 
formato toyotista, temos a flexibilização do processo produtivo. Dessa forma, o formato de produção 
se flexibiliza assim como o trabalho. A introdução de novas tecnologias, de base na robótica e na 
informação, é essencial a esse modelo novo de produção. Buscando lucrar e otimizar cada vez mais o 
tempo de trabalho, com o foco na extração do lucro e da mais-valia, formatos que priorizem a rapidez, a 
produção sem perdas e o baixo custo do processo produtivo são instituídos na maior parte das empresas 
capitalistas. Dessa maneira, os postos de trabalho estáveis são diminuídos substancialmente e aumenta-
se o trabalho precarizado, o subemprego e o desemprego em massa. A pobreza se generaliza e atinge 
grandes segmentos populacionais.
É tributário dessa lógica o caráter volátil do crescimento que redunda em 
maior concentração de renda e aumento da pobreza, gerando um verdadeiro 
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“apartheid social”. Ampliam-se as desigualdades distribuídas territorialmente, 
as distâncias entre as rendas de trabalho e do capital e entre os rendimentos 
dos trabalhadores qualificados e não qualificados (IAMAMOTO, 2011, p.142).
A questão social já existia, como salientamos acima. Ela está presente desde a nossa colonização. 
Porém, a partir dos anos 1970, é que temos sua ampliação, uma vez que a classe pobre sequer consegue 
vender sua força de trabalho. Por conta disso, já não consegue atender suas necessidades básicas, suas 
demandas. O resultado desse processo produtivo é a questão social.
Por conta disso, a ampliação das expressões da questão social demandaria maior ação estatal. Os anos 
precedentes, sobretudo na Europa, demarcaram o surgimento do Welfare State, o Estado de Bem-Estar 
Social e que, grosso modo, buscava intervir junto aos problemas sociais. Os anos 1970 se caracterizam, 
também, pela mudança no formato de Estado que, agora, deixa de intervir junto aos problemas sociais. 
Temos o avanço da doutrina neoliberal e, com isso declina consideravelmente em todo o mundo os 
gastos na área social. No Brasil, não tivemos Welfare State e as políticas sociais permanecem resignadas 
aações pontuais. Sem emprego e sem ação do Estado, a população brasileira padeceu na década de 
1970 e nos seguintes de grandes carecimentos.
Ancorados no pensamento dessa autora, vemos que o Neoliberalismo passa a ser introduzido no 
Brasil já durante o Governo Collor. Collor, apesar de uma campanha em prol dos descamisados e de 
casa aos marajás, quando assumiu a presidência, deu andamento a um amplo processo de reformas. 
As reformas, ditas como gerenciais, apenas faziam com que o Estado restringisse a sua tímida ação em 
prol do social, contrariando assim o texto constitucional promulgado em 1988. Os dissabores e a saída 
do príncipe alagoano do poder refrearam as reformas gerenciais, mas não as contiveram (IAMAMOTO, 
2001). Porém, nenhum presidente foi tão bem-sucedido em restringir gastos sociais como Fernando 
Henrique Cardoso, que sucedeu Collor-Itamar Franco. Iamamato chega a nomeá-lo como “Cardoso e os 
cavaleiros do apocalipse” (IAMAMOTO, 2011, p. 150), uma vez que de fato anunciavam o fim dos direitos 
sociais e constitucionais que foram conquistados por meio de muitas lutas travadas em nosso País.
Aprofunda-se, então, a grande onda de privatizações das empresas públicas rentáveis para o capital, 
como a telefonia, a energia elétrica e a medicina privada, por exemplo. As políticas sociais que ainda não 
tinham se consolidado plenamente já são condicionadas a óticas orçamentárias e os serviços perdem 
o caráter universal (IAMAMOTO, 2011). Há uma “satanização” de tudo aquilo que é do Estado, que é 
visto como perdulário, incapaz de gerir a coisa pública, e uma santificação do mercado, sinônimo de 
eficiência e produtividade.
A matéria abaixo representa essa situação que lamentavelmente é um exemplo desse governo, mas 
é constante em todos os governos de inspiração neoliberal. Vejamos:
Segundo governo de Fernando Henrique Cardoso
Fernando Henrique Cardoso conseguiu sua reeleição no processo eleitoral de 1998 
quando derrotou o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Somando 53% dos votos 
válidos, o político vitorioso tornou-se o primeiro presidente reeleito em dois mandatos 
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consecutivos. O objetivo do novo mandato era de diminuir a dívida pública brasileira, que 
ultrapassava nesse período a cifra de 328 bilhões de reais.
Ao fim de seu primeiro governo (1995 – 1998), a dívida externa alcançou 30% de toda a 
produção interna do País (PIB). Além disso, a moeda brasileira estava num patamar elevado, 
em que 1 dólar valia 1 real, dificultando as exportações dos produtos brasileiros. Dessa 
forma, o processo de privatização foi visto como o vilão da economia brasileira, que estava 
endividada nos primeiros anos do século XXI.
Outros fatores foram preponderantes para o baixo crescimento econômico do Brasil, 
como as altas taxas de desemprego, que assolaram milhares de pessoas; e o alto índice 
de corrupção política, que desviou investimentos das áreas da saúde, educação, transportes 
etc. As ações corruptivas colocaram o Brasil nesse momento entre os países do mundo que 
possuíam os maiores níveis de desvios de verbas públicas.
A qualidade de vida foi outro reflexo dos problemas econômicos do país. As desigualdades 
sociais estavam alarmantes e o IDH (índice do desenvolvimento humano que mede a 
expectativa de vida da população, o grau de escolaridade, sanitarismo e renda per capita) 
do ano de 2001, da Organização das Nações Unidas, mostrou que o Brasil ocupava a 69° 
posição entre 162 países.
Os problemas foram se agravando com o aumento da má distribuição de renda por 
todo o país. Grande parcela da população era pobre e possuía uma baixa renda econômica. 
Por outro lado, a minoria de ricos concentrava em suas mãos uma grande quantidade de 
poder econômico que acentuava os antagonismos sociais. Segundo um relatório da ONU de 
1999, os 20% mais pobres do Brasil detinham apenas 2,5% da renda nacional, ao passo que 
os 20 % mais ricos possuíam 63,4%. 
A estagnação econômica também atingiu vários outros setores da sociedade durante os 
governos de FHC. Uma pesquisa realizada pela OMS – Organização Mundial da Saúde – revelou 
que os serviços da saúde pública brasileira eram piores do que os de alguns países periféricos, 
como Paraguai e El Salvador. Entre 191 nações, o Brasil ocupava a 125° posição em qualidade 
do sistema de saúde. Na América, o Brasil ocupou a 30° posição entre 35 países.
Foi com essas dificuldades que a era FHC chegou ao seu fim em 2002, quando ocorreram 
novas eleições e o candidato Luiz Inácio Lula da Silva do PT (Partido dos Trabalhadores) 
conseguiu em sua quarta tentativa a vitória para a presidência do Brasil.
Fonte: Santos ([s.d.]).
No texto em destaque, vemos que termos como desemprego e queda nos índices de desenvolvimento 
humano são destacados como relacionados à gestão de Fernando Henrique Cardoso (FHC). Isso é 
neoliberalismo e retratação estatal; é o que vimos nesse período e sempre veremos quando o Estado é 
cooptado pela ótica da burguesia e do grande capital.
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Vamos fazer uma pequena pausa na nossa fundamentação teórica? Mas, nessa pausa, vamos olhar 
para a situação retratada abaixo:
Exemplo de aplicação
Em 2 anos, milhões ficam abaixo de pobre no Brasil e ganham menos de R$ 140
Quando Leticia Miranda trabalhava vendendo jornal na rua, ganhava cerca de R$ 500 mensais, 
quantia exata para pagar o aluguel do pequeno apartamento que dividia com o filho de 8 anos em um 
bairro pobre do Rio de Janeiro. Depois de perder o emprego, há cerca de seis meses, em meio à pior crise 
econômica no Brasil em décadas, ela não teve alternativa senão mudar-se para um edifício abandonado 
onde já viviam centenas de pessoas. Todos os seus bens --uma cama, uma geladeira, um fogão e algumas 
roupas-- estão amontoados em um pequeno quarto que, como todos os outros do prédio, tem janelas 
sem vidros. Os moradores tomam banho em latões cheios de água e fazem o que podem para conviver 
com o mau cheiro dos montes de lixo e dos porcos que reviram os detritos no centro do imóvel.
“Quero sair daqui, mas não tenho para onde ir”.
Leticia Miranda, 28
“Estou procurando emprego e fiz duas entrevistas, mas por enquanto nada”, diz ela, vestida com a 
parte de cima de um biquíni, shorts e sandálias para enfrentar o calor.
Avanço e retrocesso
Entre 2004 e 2014, dezenas de milhões de brasileiros saíram da pobreza, e o país foi considerado 
um exemplo para o mundo. Os altos preços das matérias-primas e os recém-descobertos recursos do 
petróleo ajudaram a financiar programas sociais que puseram dinheiro no bolso dos mais pobres.
Mas essa tendência se inverteu nos últimos dois anos por causa da recessão mais dura da história do 
Brasil e dos cortes nos programas sociais, o que indica que o país se perdeu no caminho para eliminar 
desigualdades que remontam à época colonial. “Muitas pessoas que tinham saído da pobreza, inclusive 
as que haviam entrado na classe média, retrocederam”. Monica de Bolle, do Instituto Peterson para 
Economia Internacional.
O Banco Mundial calcula que cerca de 28,6 milhões de brasileiros saíram da pobreza entre 2004 e 
2014. Mas a entidade também avalia que, em 2016, entre 2,5 milhões e 3,6 milhões de pessoas voltaram 
a viver abaixo do nível de pobreza --com menos de R$ 140 por mês. Esses números provavelmente 
estão subestimados, afirmou De Bolle, e não refletem o fato de que muitos brasileiros de classe média 
baixa que ascenderam durante os anos prósperos perderam poder aquisitivo e estão novamente perto 
da pobreza.
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Desemprego e cortes em programas sociais
Segundo os economistas, o alto índice de desemprego e os cortes em programas sociais poderão 
agravar os problemas. Em julho, o último mês para o qual há dados disponíveis, o desemprego se 
aproximava de 13%, um aumento notável em comparação com os 4% do final de 2004.
Filas de desempregados estendendo-se por quarteirões viraram uma cena comum quando empresas 
anunciam que estão contratando. Quando uma universidade do Rio ofereceu empregos de baixa 
qualificação com um salário mensal de R$ 1.260, milhares de pessoas apareceram --muitas chegaram 
na véspera e esperaram debaixo de chuva.
Ao mesmo tempo, as pressões para equilibrar as contas públicas e as políticas conservadoras do 
presidente Michel Temer têm levado a cortes nos programas sociais. Entre os afetados está o Bolsa 
Família, iniciativa à qual se atribui grande parte da redução da pobreza durante a década de explosão 
econômica.
As receitas que não advêm do trabalho, incluindo benefícios sociais como o Bolsa Família, 
representaram quase 60% da redução do número de pessoas que viviam em extrema pobreza durante a 
década de ascensão, segundo Emmanuel Skoufias, economista do Banco Mundial e um dos autores do 
relatório sobre os “novos pobres” do Brasil.
Sem dinheiro para o ônibus
“Cada dia é uma luta para sobreviver”.
Simone Batista, 40
Com lágrimas escorrendo pelo rosto, ela conta que foi excluída do Bolsa Família depois do nascimento 
de seu filho, que agora tem 1 ano. Ela diz que quer recorrer da decisão, mas precisa ir ao centro da 
cidade fazer isso e não tem dinheiro suficiente para pegar o ônibus. Simone vive no Jardim Gramacho 
[onde funcionava um aterro a céu aberto], em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ali, centenas de 
pessoas procuram comida no meio do lixo que é despejado ilegalmente na área.
Pente fino no Bolsa Família
Uma análise dos dados do Bolsa Família feita pela agência de notícias Associated Press apontou que 
a cobertura diminuiu 4 pontos percentuais entre maio de 2016, quando Temer assumiu a Presidência 
interina do país, e maio deste ano.
Parte desse declínio talvez se deva ao pente-fino que começou a ser feito no final do ano passado. O 
governo federal anunciou ter encontrado “irregularidades” nos registros de 1,1 milhão de beneficiários, 
ou cerca de 8% dos 14 milhões de usuários. As infrações iam de fraude a famílias que ganhavam mais 
de R$ 170 mensais por pessoa, renda máxima para poder receber a ajuda.
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“O governo não deveria perder o foco na prioridade” de tirar as pessoas da pobreza, disse Skoufias, 
acrescentando que o Bolsa Família representava apenas 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) do país e 
que o governo deveria pensar em destinar mais recursos à iniciativa, e não menos.
No entanto, qualquer discussão sobre o aumento de gastos pode ficar travada no Congresso, que no 
começo do ano aprovou um teto para as despesas e que está sob pressão para votar grandes cortes no 
sistema de aposentadorias [...].
Fonte: Em 2 anos... (2017).
O texto, apesar de longo, representa os fenômenos que Iamamoto narrou inúmeras vezes. Destacou 
em 2001, no livro que estudamos acima e também reforçou em 2011, ou seja, o processo iniciado 
em 1970 ainda está em curso. Dessa forma, experimentamos o desemprego massivo e a restrição dos 
programas sociais. Iamamoto (2001) nos dizia que os assistentes sociais são obrigados a se basear em 
critérios para selecionar os benefícios a serem concedidos. Cada vez mais, há a necessidade de escolher 
os pobres e, dentre eles, os mais miseráveis. Isso porque vivemos em uma sociedade na qual não são 
contempladas as necessidades dos pobres e, sim, da classe burguesa.
Isso nos leva ao ponto de partida. O que acontece com a questão social atualmente? Neste exato 
momento em que você está lendo este material, a questão social está sendo produzida, reproduzida, 
alterada, ampliada e atingindo um grande contingente de pessoas. Assim, temos uma nova questão 
social? Não, não temos. Apenas vemos os novos formatos que a questão social assume frente às atuais 
configurações capitalistas e em decorrência do avanço neoliberal. A definição de Iamamato sobre a 
questão social é em verdade um primor. Ela nos diz:
[...] a “velha questão social” metamorfoseia-se, assumindo novas Ela evidencia 
hoje a imensa fratura entre o desenvolvimento das forças produtivas do 
trabalho social e as relações sociais que o impulsionam. Fratura esta que 
vem roupagens. se traduzindo na banalização da vida humana, na violência 
escondida no fetiche do dinheiro e da mistificação do capital ao impregnar 
todos os espaços e esferas da vida social (IAMAMOTO, 2011, p. 144).
A questão social muda, assume novas feições, novos contornos, mas não há nova questão social. 
Vejam, aliás, que o termo “velha questão social” está em parênteses, o que quer designar que o termo 
não está sendo usado no sentido literal, mas como uma sátira, uma vez que a autora apenas nos diz que 
é o mesmo fenômeno, com uma mesma raiz, mas com novos contornos.
Iamamoto (2011) ainda afirma que temos uma mundialização da pobreza, tão expansiva e ampla 
quanto a globalização econômica. Isso resultaria no que a autora define como: “[...] radicalização da 
questão social” (IAMAMOTO, 2011, p. 148), no sentido de sua ampliação substancial. Para ela, isso traria 
como conotação positiva a ampliação dos movimentos de reivindicação e luta pelos direitos sociais, 
os quais são expressos em requisições pelos direitos das minorias como os movimentos de negros, de 
mulheres, dos grupos LGBT, dentre outros tantos.
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No entanto, não temos ainda uma ótica universal para atender aos problemas sociais. As ações 
são pulverizadas, segmentadas e tornam, mais uma vez, o problema social em problema individual. 
As particularidades históricas e econômicas que configuraram e condicionaram a emersão da questão 
social e suas mutações são desconsideradas. E mais, há o processo de criminalização das classes pobres, 
tidas como perigosas e fadadas a apresentar problemas sociais, que sofrem maior controle, mais coerção 
para evitar, assim, manifestações da questão social.
Enfim, apenas a mesma raiz para problemas diferenciados. Problemas que ficam sob responsabilidade 
do indivíduo dada a retração estatal. Iamamoto (2011), em sua conclusão, nos coloca que:
[...] constata-se hoje uma renovação da “velha questão social”, inscrita na 
própria natureza das relações sociais capitalistas, sob outras roupagens e novas 
condições sócio-históricas na sociedade contemporânea, aprofundando 
suas contradições e assumindo novas expressões na atualidade [...] Crescem 
as desigualdades e afirmam-se as lutas no dia-a-dia contra as mesmas 
– lutas na sua maioria não silenciadas pelos meios de comunicação – no 
âmbito do trabalho, do acesso aos direitos e serviços no atendimento às 
necessidades básicas dos cidadãos, das diferenças étnico-raciais, religiosas, 
de gênero, entre outras dimensões (IAMAMOTO, 2011, p. 164).
Ou seja, precarização generalizada da vida da classe pobre. É com essa questão social que nós iremos 
trabalhar, ela é a nossa matéria-prima, nosso objeto de trabalho. Ela está inserida em nossos processos 
de trabalho, em nosso cotidiano profissional. A questão social não é uma categoria abstrata, mas, sim, 
algo com o qual nos depararemos em nosso processo de trabalho. Desse modo, vamos na próxima 
discussão refletir acerca da noção de processo de trabalho para entender qual o local que a questão 
social ocupa nessa definição.10 O PROCESSO DE TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL
Neste item de nossos estudos, iremos refletir sobre a noção de processo de trabalho construída por 
Iamamoto (2001) em uma das suas obras e rediscutida por vários autores críticos do Serviço Social 
no estudo da prática cotidiana do profissional. A noção de processo de trabalho de Iamamoto (2001) 
vem extraída das formulações de Marx sobre o processo de trabalho da classe trabalhadora. Afinal, o 
assistente social é um trabalhador e está subjugado a questões do processo de trabalho como outra 
categoria qualquer. Nesse sentido, o assistente social também experimenta a precarização das relações 
trabalhistas e o subemprego, uma vez que pertencemos a uma categoria específica de trabalhador.
Dito isso, Iamamoto (2001) destaca que entender a noção trabalhista de processo de trabalho que 
está presente em Marx significa entender que um processo de trabalho é composto de categorias: o 
trabalho, a matéria-prima, os instrumentos de trabalho e o produto ou resultado dessa ação.
Qualquer processo de trabalho implica uma matéria-prima ou objeto sobre 
o qual incide a ação do sujeito, ou seja, o próprio trabalho que requer meios 
ou instrumentos para que possa ser efetivado. Em outros termos, todo 
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processo de trabalho implica uma matéria-prima ou objeto sobre o qual 
incide e ação; meios ou instrumentos de trabalho que potenciam a ação do 
sujeito sobre o objeto; e a própria atividade, ou seja, o trabalho direcionado 
a um fim, que resulta em um produto (IAMAMOTO, 2001, p. 61-62).
Nós, assistentes sociais, participamos desse processo de trabalho? Sim. E como podemos no nosso 
cotidiano aplicar a noção marxista de processo de trabalho? A autora nos coloca que o trabalho é o 
fazer, a práxis cotidiana do assistente social. O trabalho, apesar de ser considerado por alguns teóricos 
da tradição liberal como uma categoria em crise, ainda é um elemento importante e necessário da 
realidade contemporânea. Enfim, o trabalho é a ação do assistente social.
Mas, para que essa ação seja desenvolvida, é necessário que o profissional possua ainda: matéria-
prima, instrumentos de trabalho e também um produto. Temos tudo isso presente em nosso cotidiano? 
Sim, temos. Qual seria, então, a nossa matéria-prima? Para Iamamoto (2001), a nossa matéria-prima, 
ou nosso objeto de ação, é e sempre será a questão social. É a questão social que faz com que exista a 
necessidade do trabalho do assistente social, e, devido a isso, na argumentação da autora, é a questão 
social que se constitui em nosso objeto do fazer profissional. Sobre a questão social:
A insistência na questão social está em que ela conforma a matéria-prima 
do trabalho profissional, sendo a prática profissional compreendida como 
uma especialização do trabalho, partícipe de um processo de trabalho 
(IAMAMOTO, 2001, p. 59).
Mas, de qual questão social estamos falando? Estamos nos referindo a todas as expressões da questão 
social com a qual atuamos. É ela que constitui o objeto, a matéria-prima de nosso fazer profissional.
 Lembrete
O termo questão social relaciona-se às mazelas produzidas pela 
sociedade capitalista.
Além da matéria-prima, do objeto são também necessários os instrumentos ou os meios de trabalho. 
Quanto a isso, a autora afirma que os instrumentos não podem ser resumidos ao chamado “arsenal 
de técnicas” (IAMAMOTO, 2001, p. 62). Ou seja, entrevistas e visitas são importantes instrumentos de 
trabalho do assistente social e é necessário a esse profissional o domínio dessas técnicas, obviamente. 
Porém, a autora indica que, além dessas técnicas, é basal o conhecimento. Sem o conhecimento, sem 
a criticidade, não há como a autora ter pleno domínio dos instrumentos que usa em seu processo de 
trabalho. A autora nos diz: “As bases teórico-metodológicas são recursos essenciais que o Assistente Social 
aciona para exercer o seu trabalho: contribuem para iluminar a leitura da realidade e imprimir rumos 
à ação, ao mesmo tempo que a moldam” (IAMAMOTO, 2011, p. 62-63). Dessa forma, de nada adianta 
saber realizar uma visita domiciliar de forma perfeita ou então uma entrevista se não houver domínio 
de conhecimento. Somente o conhecimento conduz a uma reflexão e análise crítica da sociedade.
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Ainda na definição dos meios de trabalho, a autora chama a nossa atenção para o fato de que 
o assistente social não detém todos os meios de seu trabalho. Vejamos um aspecto interessante: a 
nossa lei de regulamentação da profissão indica que somos uma categoria de profissionais liberais. 
No entanto, de fato, somos? Veja, se o profissional liberal é aquele que detém todos os meios para 
o seu trabalho, não podemos ser considerados profissionais liberais. O assistente social exerce o seu 
fazer profissional contando com recursos das entidades empregadoras, dentre os quais: “[...] financeiros, 
técnicos e humanos necessários ao fazer profissional” (IAMAMOTO, 2001, p. 63).
Assim, o assistente social depende da instituição empregadora e dos recursos que a entidade 
disponibiliza para que aconteça o seu exercício profissional. “Ora, se assim é, a instituição não é um 
condicionante a mais do trabalho do assistente social. Ela organiza o processo de trabalho do qual ele 
participa” (IAMAMOTO, 2001, p. 63). Portanto, o profissional goza de relativa autonomia em sua prática 
cotidiana, já que não está totalmente livre do que é posto pela instituição empregadora. Vejamos, se 
acaso você atua como estagiário já deve ter percebido que muitas ações dos assistentes sociais são 
cerceadas pelas instituições. Por exemplo, como fazer se os recursos financeiros do local de atuação 
só permitem a reforma habitacional para quatro famílias pobres? Isso independente da vontade do 
assistente social e está relacionado a questões políticas, sociais e econômicas presentes na sociedade.
Obviamente que a autora destaca que não precisamos ter a instituição como um obstáculo ao 
fazer profissional, porém, precisamos compreendê-la como um meio, um instrumento de trabalho 
extremamente importante para que o assistente social possa desenvolver a sua prática.
 Saiba mais
Que tal aprofundarmos um pouco mais nossos estudos sobre a noção 
de processo de trabalho? Indicamos a leitura do texto a seguir, em que 
o autor faz uma reflexão sobre o conceito de Iamamoto de processo de 
trabalho comparando-o com o de Lessa:
CASTRO, R. O serviço social como processo de trabalho: Iamamoto x 
Lessa. Revista do Centro de Educação e Letras, v. 1, n. 1, 2012. Disponível em 
<http://e-revista.unioeste.br/index.php/ideacao/article/view/6057>. Acesso 
em: 9 mar. 2018.
Vimos que o trabalho é a ação desse profissional, que a matéria-prima ou objeto é a questão social e 
que os meios ou instrumentos são as técnicas e o conhecimento. Na definição de processo de trabalho 
que usamos acima, falta apenas apontar o produto. Afinal, o que o assistente social produz? A autora 
apresenta como produto de nossa ação “[...] um efeito nas condições materiais e sociais” (IAMAMOTO, 
2001, p. 67). No que diz respeito às condições materiais, elas estão ligadas aos benefícios e serviços 
que fazem com que a população pobre consiga sobreviver. “Assim, o Serviço Social é socialmente 
necessário porque ele atua sobre questões que dizem respeito a sobrevivência social e material dos 
setores majoritários da população trabalhadora” (IAMAMOTO, 2011, p. 67).
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Porém, ao viabilizar o acesso a benefíciose serviços, a atuação não se restringe à concessão de 
bens materiais, mas à construção de conceitos, de consensos. Na concessão de elementos destinados 
à reprodução material, o assistente social também produz consensos. O profissional interfere, assim: 
“[...] no processo de reprodução sociopolítica ou ideopolítica dos indivíduos sociais” (IAMAMOTO, 2001, 
p. 69), o que lhe confere também as possibilidades de atuar na contra-hegemonia daquilo que já está 
instituído como paradigma correto na sociedade.
A seguir, a figura representativa do que acabamos de discutir:
• Matéria-prima ou objeto
•(Quewstão social)
• Instrumentos e técnicas
• Conhecimento
• Reprodução material
• Consensos
Ação ou trabalho Meios ou instrumentos Produto
Figura 1 – Noção de processo de trabalho de Iamamoto
Todos nós, assistentes sociais, participamos desse processo de trabalho. No item subsequente vamos 
estudar o entendimento do CFESS sobre a questão social, por meio da análise das Diretrizes Curriculares 
Nacionais. Antes dessa discussão, um último trecho de Iamamoto (2001, p. 65) para subsidiar nossas 
reflexões e nos animar nessa luta profissional:
Não é por acaso que se faz a escolha por esta profissão: ninguém a procura 
para ter mais dinheiro, para ter mais status, para ter mais prestígio. Como 
mostra Jeannine Verdès-Leroux, é uma profissão especial, guiada por valores 
nobres e não utilitários, envolvida em uma mística que torna o seu exercício, 
mais do que um emprego [...].
10.1 A diretriz curricular nacional para o curso de Serviço Social e a 
questão social
Chegamos ao final de nossos estudos sobre a questão social. Neste último item, discutiremos 
as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Serviço Social. Por que essas Diretrizes são tão 
importantes? Porque nelas são traçados os parâmetros mínimos que devem ser observados na organização 
curricular dos cursos de graduação em Serviço Social. Ou seja, todos os cursos de graduação no País 
devem seguir essas prerrogativas mínimas. Vamos adotar como referência duas diretrizes: a primeira, do 
CFESS em colaboração ao MEC de 1999, e a segunda, também proveniente da junção do CFESS ao MEC, 
porém publicada em 2002. Contudo, por que será que esses documentos guardam relação com o que 
temos estudado até o momento? Pelo fato de que em ambos temos a predominância do aporte à teoria 
marxista e o privilégio da questão social como referência para a formação do assistente social.
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 Lembrete
A consolidação do Serviço Social como profissão advém da necessidade 
de administrar as múltiplas formas de expressão da questão social.
A Diretriz Curricular Nacional para o curso de Serviço Social de 1999 expressa profundas requisições 
da profissão, que, por ano, reivindicava maior criticidade nos processos formativos. Portanto, não foi 
apenas uma escolha dos membros que dirigiam o CFESS naquele momento conjuntural, mas expressam 
toda uma categoria profissional e suas lutas. O privilégio do entendimento da questão social está 
presente em todo o documento, como podemos constatar. No início do documento, ao ser enfatizado o 
tipo do perfil do profissional idealizado podemos ler:
Profissional que atua nas expressões da questão social, formulando e 
implementando propostas para seu enfrentamento, por meio de políticas 
sociais públicas, empresariais, de organizações da sociedade civil e movimentos 
sociais. Profissional dotado de formação intelectual e cultural generalista 
crítica, competente em sua área de desempenho, com capacidade de inserção 
criativa e propositiva, no conjunto das relações sociais e no mercado de 
trabalho. Profissional comprometido com os valores e princípios norteadores 
do Código de Ética do Assistente Social (CFESS, 1999).
Vejamos, para o CFESS e para o documento que representa os valores de toda uma categoria, fica 
claro que o Serviço Social atua nas expressões da questão social. E mais, que o assistente social é um 
profissional que tem capacidade crítica e consciência de que sua atuação acontecerá no processo de 
mediação das relações sociais e das relações trabalhistas.
 Saiba mais
Além das Diretrizes Curriculares, o CFESS traz um rol amplo de discussões 
da categoria. No site a seguir é possível conhecer outros posicionamentos 
dos órgãos de defesa:
<http://www.cfess.org.br>
A referência à questão social é mais uma vez ressaltada no referido documento no momento em que 
são apresentadas as competências e habilidades necessárias aos assistentes sociais. Ou seja, espera-se 
que, ao final do processo formativo, o egresso ou profissional que já passou pelo processo formativo 
desenvolva competências e determinadas habilidades, que ele consiga usar o conhecimento adquirido 
para atender demandas reais. Dentre essas competências e habilidades apresentadas no documento, 
podemos citar as seguintes:
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SERVIÇO SOCIAL E QUESTÃO SOCIAL
A formação profissional deve viabilizar uma capacitação teórico-
metodológica e ético-política, como requisito fundamental para o exercício 
de atividades técnico-operativas, com vistas à apreensão crítica dos 
processos sociais numa Perspectiva de totalidade;
Análise do movimento histórico da sociedade brasileira, apreendendo as 
particularidades do desenvolvimento do capitalismo no país;
Compreensão do significado social da profissão e de seu desenvolvimento 
sócio-histórico, nos cenários internacional e nacional, desvelando as 
possibilidades de ação contidas na realidade;
Identificação das demandas presentes na sociedade, visando formular 
respostas profissionais para o enfrentamento da questão social, considerando 
as novas articulações entre o público e o privado (CFESS, 1999).
Ou seja, o profissional competente e que consegue desenvolver suas habilidades é aquele que 
encontra as respostas para o enfrentamento da questão social. Na sequência, o documento apresenta 
os chamados Núcleos da Fundamentação Profissional, os quais, de forma articulada, devem colaborar 
para a formação do assistente social. Esses núcleos discutem fundamentos teórico-metodológicos 
da vida social, fundamentos da formação sócio-histórica da sociedade brasileira e fundamentos do 
trabalho profissional. Cada um desses núcleos possui conteúdos para serem abordados por meio de 
disciplinas ou outros dispositivos e, de forma agregada, devem colaborar para a formação do assistente 
social. Todos esses núcleos devem ser articulados de tal forma para constituir: “[...] um conjunto de 
conhecimentos indissociáveis para apreensão da gênese, manifestações e enfrentamento da questão 
social, eixo fundante da profissão e articulador dos conteúdos da formação profissional” (CFESS,1999). 
Ou seja, eixo fundante e basal ao entendimento da realidade sobre a qual atuam os assistentes social.
Como eixo de conteúdo a ser oferecido nas disciplinas e demais dispositivos de ensino usados nos 
cursos de graduação, vemos que o documento indica como necessário o conteúdo:
Desenvolvimento Capitalista e Questão Social: - A inserção do Brasil na 
divisão internacional do trabalho. A constituição das classes sociais, do Estado 
e as particularidades regionais. Desenvolvimento desigual e combinado 
na agricultura, indústria e serviço. A reprodução da pobreza e da exclusão 
social nos contextos rural e urbano. As perspectivas contemporâneas de 
desenvolvimento e suas implicações socioambientais (CFESS,1999).
Vimos que entender a questão social requer a compreensão sobre o desenvolvimento capitalista, 
sobre as relações entre as classes sociais, o Estado, asparticularidades regionais da economia do País 
e sobre a expressão da pobreza e da exclusão social nos espaços. Entender questão social requer uma 
bagagem de conhecimentos assentados na leitura de conjectura, identificando aspectos relacionados ao 
desenvolvimento econômico, político e social da sociedade brasileira.
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Anos depois, em 2002, o CFESS e o MEC elaboraram um novo documento também denominado 
Diretrizes Curriculares para o curso de Serviço Social. Esse documento, bem mais resumido e sintético, 
destaca a necessidade de ser elaborado o projeto pedagógico do curso de Serviço Social. De acordo com 
o artigo 2º do referido documento, o projeto pedagógico do curso deve ser construído adotando-se 
como parâmetros:
a) O perfil dos formando;
b) as competências e habilidades gerais e específicas a serem desenvolvidas;
c) a organização do curso;
d) os conteúdos curriculares;
e) o formato do estágio supervisionado e do Trabalho de Conclusão 
do Curso;
f) as atividades complementares previstas (CFESS, 2002).
Além da carga horária, o documento destaca, assim como na Diretriz Curricular do curso de 1999, 
o que é esperado do perfil do egresso. Afinal, que profissional estamos formando? Novamente temos a 
menção à necessidade de que o profissional graduado seja suficiente em atuar nas múltiplas expressões 
da questão social. Podemos ler no documento que o perfil esperado é daquele profissional que:
[...] atua nas expressões da questão social, formulando e implementando 
propostas de intervenção para seu enfrentamento, com capacidade de 
promover o exercício pleno da cidadania e a inserção criativa e propositiva 
dos usuários dos serviços sociais no conjunto das relações sociais e no 
mercado de trabalho (CFESS, 2002).
Novamente, espera-se que o assistente social consiga atuar nas chamadas expressões da questão 
social. Os núcleos de formação que integravam a Diretriz anterior também são retomados nesse 
documento. Apesar de menos enfático, vemos que em ambos os casos há grande ênfase na necessidade 
de o assistente social compreender a questão social, desde o seu surgimento, suas mutações, e de saber 
abordar, no contexto da prática profissional cotidiana, as mais variadas expressões desse fenômeno 
inerente à sociedade capitalista e com o qual atuamos.
Concluindo nossas discussões, a seguir há um exemplo de um evento destinado apenas à discussão 
da questão social, que foi realizado em uma universidade federal.
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SERVIÇO SOCIAL E QUESTÃO SOCIAL
 Saiba mais
SEMINÁRIO QUESTÃO SOCIAL E REALIDADE BRASILEIRA DA UFPI, 
2017, Teresina. Anais eletrônicos... Teresina: UFPI, 2017. Disponível em: 
<https://br.eventbu.com/teresina/seminario-questao-social-e-realidade-
brasileira/7987881>. Acesso em: 9 mar. 2018.
O evento, promovido pela Pós-Graduação em Políticas Públicas, aconteceu em novembro de 2017, 
trazendo um tema instigante e inovador. Sobre o evento e as discussões até então empreendidas, 
deixamos aqui a provocação: há algo ainda a se aprender sobre a questão social?
 Resumo
Assim, como vimos, a questão social não se restringe à pobreza, mas 
está relacionada com as múltiplas expressões geradas pelo desenvolvimento 
capitalista na Idade do Monopólio. A presentamos algumas dessas expressões 
da questão social, que é, como sabemos, o objeto de ação do assistente social.
Nesta unidade, realizamos um aprofundamento sobre a questão social, 
proporcionando uma reflexão sobre as diversas mutações no termo “questão 
social”, além das alterações no fenômeno “questão social”, potencializados 
a partir dos processos de acumulação flexível presentes no mundo e no 
Brasil após os anos 1970 do século XX.
Entender a questão social é basal para os assistentes sociais, uma vez 
que esse fenômeno constitui a matéria-prima, o objeto sob o qual os 
profissionais dessa categoria exercem o seu fazer profissional. Somente a 
ampliação da questão social pode ser compreendida como o motivador 
para a instituição do espaço sócio-ocupacional dos assistentes sociais.
Passamos às discussões para ampliar o escopo de seu entendimento 
sobre a questão social. Nesse sentido, houve a discussão terminológica 
proposta por José Paulo Netto no seu célebre trabalho Capitalismo 
Monopolista e Serviço.
Após as notas introdutórias iniciais e que propõem uma aproximação à 
questão dos conceitos sobre a questão social, passamos à discussão sobre as 
atuais configurações que têm assumido o fenômeno. Afinal, considerando 
a realidade contemporânea em que vivemos e adotando como parâmetro o 
amplo rol de problemas sociais com os quais nos deparamos, podemos dizer 
que hoje temos uma nova questão social?
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Tendo tais colocações arroladas, discutimos sobre o processo de trabalho 
do assistente social, buscando entender a posição da questão social nesse 
processo de trabalho. Ao final, vimos qual é a perspectiva dos órgãos de 
defesa da graduação e da pós-graduação em relação à questão social. 
Dessa maneira, houve a reflexão dos autores sobre a noção de processo 
de trabalho e sua influência na organização curricular dos cursos, que são 
responsáveis pela viabilização da formação dos profissionais.
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REFERÊNCIAS
Audiovisuais
ILHA das flores. Direção de Jorge Furtado. Brasil: Casa de Cinema,1999. 13 minutos.
PRECIOSA. Direção de Lee Daniels. Estados Unidos: Lionsgate, 2009. 110 minutos.
Textuais
ARENDT, H. Da revolução. São Paulo: Ádca; Brasília: Editora da UNB,1990.
CASTRO, R. O serviço social como processo de trabalho: Iamamoto x Lessa. Revista do Centro de 
Educação e Letras, v. 1, n. 1, 2012. Disponível em <http://e-revista.unioeste.br/index.php/ideacao/
article/view/6057>. Acesso em: 9 mar. 2018.
CASTELO, R. A “questão social” nas obras de Marx e Engels. Revista Praia Vermelha, Rio de Janeiro, v. 
20, n.1, p. 85-94, jan./jun. 2010.
CFESS. Diretrizes Curriculares do Curso de Serviço Social. 1999. Disponível em: <http://www.cfess.org.
br/js/library/pdfjs/web/viewer.html?pdf=/arquivos/legislacao_diretrizes.pdf>. Acesso em: 30 nov. 2017.
CFESS. Diretrizes Curriculares do Curso de Serviço Social. 2002. Disponível em: <http://www.cfess.org.
br/js/library/pdfjs/web/viewer.html?pdf=/arquivos/legislacao_diretrizes_cursos.pdf>. Acesso em: 30 
nov. 2017.
EM 2 ANOS, milhões ficam abaixo de pobre no Brasil e ganham menos de R$ 140. Newsrondonia, 
Rondônia, 24 de outubro de 2017. Disponível em: <http://www.newsrondonia.com.br/noticias/em+2
+anos+milhoes+ficam+abaixo+de+pobre+no+brasil+e+ganham+menos+de+r+140/99834>. Acesso 
em: 9 mar. 2018.
HEIDRICH, A. V. Transformações no estado capitalista: refletindo e refratando transformações 
na questão social. Revista Virtual Textos & Contextos, n. 5, nov. 2006. Disponível em: <http://
revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fass/article/view/1019>. Acesso em: 20 nov. 2017.
HOMEM que morreu em festa eletrônica utilizou droga sintética, diz laudo. G1, Aracaju, 13 de 
dezembro de 2017. Disponível em: <https://g1.globo.com/se/sergipe/noticia/homem-que-morreu-em-
festa-eletronica-utilizou-droga-sintetica-diz-laudo.ghtml>. Acesso em: 9 mar. 2018.
IAMAMOTO, M. V. Serviço Social em tempo de capital fetiche: capital financeiro, trabalho e questão 
social. São Paulo: Cortez, 2001.
___. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. São Paulo: Cortez, 2011.
136
MOÇO, B. Família usa formação gratuita para realizar sonho de empreender. Diário do Grande ABC,24 de dezembro de 2017. Disponível em: <http://www.dgabc.com.br/Noticia/2813572/familia-usa-
formacao-gratuita-para-realizar-sonho-de-empreender>. Acesso em: 9 mar. 2018.
NETTO, J. P. Capitalismo monopolista e serviço social. São Paulo: Cortez, 2001.
SANTOS, F. B. dos. Segundo governo de Fernando Henrique Cardoso. Mundo educação, [s.d.]. Disponível 
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cardoso.htm>. Acesso em: 9 mar. 2018.
SEMINÁRIO QUESTÃO SOCIAL E REALIDADE BRASILEIRA DA UFPI, 2017, Teresina. Anais eletrônicos... 
Teresina: UFPI, 2017. Disponível em: <https://br.eventbu.com/teresina/seminario-questao-social-e-
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Sites
<http://www.cfess.org.br>
<http://www.dgabc.com.br/>
<https://br.eventbu.com>
<http://e-revista.unioeste.br>
<http://www.hannaharendt.org.br/>
<http://www.newsrondonia.com.br>
<http://revistaseletronicas.pucrs.br>
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

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