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Princípio da insignificância (crime de bagatela) quando houve uma lesão pequena demais, irrelevante se aplica insignificância e não será mais crime, atua no caso concreto, ele é muito usado em delitos patrimoniais, lesões corporais quando são demasiadamente leve, direito civil aplica indenizações mais não o direito penal. Intervenção mínima e lesividade são qualitativas avaliam o dano. *PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA É aquele que estabelece que o estado só deva utilizar o direito penal em último caso, isto é quando os demais mecanismos do estado não foi suficiente para fazer que o indivíduo se comporte do jeito que o estado quer. o estado tem multas, indenizações , impor medidas de ultima analise afete o patrimônio do indivíduo e o direito penal afeta o direito de ir e vir, mantendo ele preso o que faz ele ser um motivo extremo. princípio da fragmentariedade sub princípio dentro da intervenção mínima, ele parte da ideia que o direito penal não consegue evitar e nem proibir todas as condutas que o estado deseja proibir. Constatação que não se pode evitar todas as condutas indesejáveis. Princípio da Subsidiariedade, o direito penal é subsidiário quando os demais ramos do direto não dão conta de impedir uma determinada conduta o direto penal é chamado para intervir. também é chamado do princípio da necessidade. última ratio (última razão que o estado tem para determinada conduta) Princípio da legalidade ou reserva legal. 'PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL art. 5º XXXIX, CF 'PRINCÍPIO DA LEGALIDADE art. 5º II, CF (Podem parecer a mesma coisa mais não é) Princípio da reserva legal é o princípio da legalidade aplicado única e exclusivamente no direito penal, por isso chamamos de legalidade estrita pois se aplica unicamente no direito penal. LEGALIDADE ESTRITA (LEI ORDINÁRIA E COMPLEMENTAR) editada pelo congresso nacional. reserva legal não se aplica somente aos crimes mais também as contraversões penal. (SANSÃO PENAL É GENERO CUJA ESPECIE TEMOS PENA E MEDIDA DE SEGURANÇA) em matéria penal aquilo que não for proibido por lei é licito(permitido) princípio da legalidade Enquanto para o cidadão o princípio da legalidade significa (liberdade), pode fazer tudo aquilo que não está proibido em lei. Para a administração pública significa uma restrição, só pode fazer aquilo que está autorizado ou permitido em lei. Missões e finalidades do direito penal FONTES DO DIREITO PENAL FONTES MATERIAIS/PRODUÇÃO (Quem faz a norma) Estado (união) FONTES FORMAIS / CONHECIMENTO (Onde eu encontro a norma. ) 1. IMEDIATAS 𝑙𝑒𝑖 2.MEDIATAS: indiretas Costume: Habitualidade uma conduta, 1. Contra legem: contrário a lei ele é vedado 2. Praeter legem: vai além da lei, método integrativo 3. Secundum legem: segundo a lei, para interpretar a lei. PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO *Ato administrativo: quando complementa uma lei é uma fonte formal mediata *Jurisprudência: Sv (suma vinculante) Normas penais em branco, tenho uma lei criando um crime só que esse crime precisa de uma complementação pode ser feita por ato administrativo. ESPÉCIE DE NORMAS INCRIMINADORAS (preceitos) *proibitivas= AÇÃO *mandamentais= OMISSIVOS IMPRÓPRIOS NÃO INCRIMINADORAS *explicativas= 327 CP *complementares= 59 CP *permissivas NORMA PENAL INCOMPLETA (NORMA PENAL EM BRANCO, NPB) COMPLEMENTAÇÃO NORMATIVA= PRECISA DE UMA OUTRA NORMA QUE VENHA EXPLICAR COMPLEMENTAR O SENTIDO E O ALCANCE DA NORMA PRINCIPAL NPB=. As revés: Ás avessas, Imperfeita secundariamente remetida (ela é obrigatoriamente impropria somente outra lei pode fazer isso) NPB= primariamente remetivas( pq o preceito primário precisa ser remetido) NPB Fundo constitucional : é aquela que a complementação já está na constituição Própria (em sentido estrito, heterogênea): Lei +comp, ato do poder executivo Impropria ( em sentido amplo, homogênea): lei + lei (legislativo *homovitelina= lei + lei (pq são as mesmas lei) *heterovitelina=lei + (lei diferentes) TIPO ABERTO: complementação valorativa (juiz interprete de acordo com a sociedade) Sentido lato: mesma fonte Sentido estrito: fontes diversas Analogia: fonte formal integração do direito NPB ao avesso: só legal Fontes formais: revelam o direito Fontes material: onde emanam as normas (estado) Cognição: imediatas (lei), mediatas (costume, princípio geral do direito) INTERPRETAÇÃO DA LEI O ato de interpretar é realizado por um sujeito que, empregando determinado modo, chega a um resultado. Há diversas formas de interpretação da lei penal. Abaixo, apresentam-se tais métodos, de acordo com diferentes parâmetros: 1. Interpretação quanto ao sujeito autêntica ou legislativa- aquela fornecida pela própria lei (exemplo: o art. 327 do CP define quem pode ser considerado funcionário público para fins penais); doutrinária ou científica- aquela aduzida pelo jurista por meio de sua doutrina; Jurisprudencial- é o significado da lei dado pelos Tribunais (exemplo: súmulas) Ressalte-se que a Exposição dos Motivos do Código Penalconfigura uma interpretação doutrinária, pois foi elaborada pelos doutos que criaram o Código, ao passo que a Exposição de Motivos do Código de Processo Penal é autêntica ou legislativa, pois foi criada por lei.2. Interpretação quanto ao modo o gramatical, filológica ou literal- considera o sentido literal das palavras; o teleológica- se refere à intenção objetivada pela lei (exemplo: proibir a entrada de acessórios de celular, mesmo que a lei se refira apenas ao aparelho); o histórica- indaga a origem da lei; o sistemática- interpretação em conjunto com a legislação em vigor e com os princípios gerais do direito; o progressiva ou evolutiva- busca o significado legal de acordo com o progresso da ciência. 3. Interpretação quanto ao resultado o declarativa ou declaratória- é aquela em que a letra da lei corresponde exatamente àquilo que a ela quis dizer, sem restringir ou estender seu sentido; o restritiva- a interpretação reduz o alcance das palavras da lei para corresponder à intenção do legislador; o extensiva- amplia o alcance das palavras da lei para corresponder à sua vontade. 4. Interpretação sui generis A interpretação sui generis pode ser exofórica ou endofórica. Veja-se: o exofórica- o significado da norma interpretativa não está no ordenamento normativo (exemplo: erro de tipo); o endofórica- o texto normativo interpretado empresta o sentido de outros textos do próprio ordenamento jurídico (muito usada nas normas penais em branco). 5. Interpretação conforme a Constituição A Constituição Federal informa e conforma as normas hierarquicamente inferiores. Esta é uma importante forma de interpretação no Estado Democrático de Direito. 6. É possível aplicar a interpretação extensiva em relação ao réu? o 1ª corrente (Guilherme Nucci e Luiz Regis Prado)- é possível, não importando se irá beneficiar ou prejudicar o réu, pois sua utilização tem por finalidade evitar a injustiça. Sustentam, ainda, que a interpretação extensiva não está vedada pela Constituição Federal; o 2º corrente (Luiz Flávio Gomes e Defensoria Pública)- em respeito ao princípio do in dubio pro reo, o juiz não pode se utilizar da interpretação extensiva em hipótese que prejudica o réu. Esse argumento é baseado no que prevê o art. 22, § 2ª, do Estatuto de Roma: "A previsão de um crime será estabelecida de forma precisa e não será permitido o recurso à analogia. Em caso de ambiguidade, será interpretada a favor da pessoa objeto de inquérito, acusada ou condenada");o 3ª corrente (Zaffaroni)- em regra, não cabe interpretação extensiva contra o réu, salvo quando interpretação diversa resultar num escândalo por sua notória irracionalidade (exemplo: a interpretação do conceito de arma, enquanto majorante do delito de roubo). 6.1 Distinção entre interpretação extensiva e interpretação analógica Enquanto a interpretação extensiva amplia o alcance das palavras, a analógica fornece exemplos encerrados de forma genérica, permitindo ao juiz encontrar outras hipóteses, funcionando como uma analogia in malan partem admitida pela lei. Rogério Greco fala em interpretação extensiva em sentido amplo, a qual abrange a interpretação extensiva em sentido estrito e interpretação analógica. 7. A analogia é forma de interpretação? Analogia não é forma de interpretação, mas sim de integração de lacuna (quando não há na lei previsão legal sobre um caso concreto). São pressupostos da analogia: certeza de que sua aplicação será favorável ao réu; existência de uma efetiva lacuna a ser preenchida (omissão involuntária do legislador). Sumula vinculante: CF/88, at.103-A Dentro de uma interpretação jurisprudencial é a única capaz de vincular. Missões do Direito Penal A missão do direito penal, segundo muitos teóricos, é selecionar os comportamentos humanos mais graves e nocivos à sociedade, punindo-os quando atinjam valores fundamentais para a subsistência social. Por isso é que se afirma que para se conhecer uma sociedade é preciso, primeiro, conhecer o seu Direito Penal. A administrativização do Direito Penal O poder punitivo estatal consiste na capacidade do Estado de criar e aplicar punições, por meios legítimos, voltadas para a consecução de objetivos sociais. Trata-se de uma das manifestações mais severas de intervenção estatal. Reflete diretamente a noção weberiana de do Estado como detentor do monopólio do uso legítimo da força (WEBER, 1982, p. 98), sendo uma manifestação da própria soberania. Em função da necessidade de conformação e estabilidade da soberania estatal, uma das características do poder punitivo é a unidade. Contudo, seu exercício pode ocorrer por meio de formas variadas, manifestando diferentes modelos de sanções administrativas e penais. Muitas vezes com pouca funcionalidade. No caso brasileiro, observa-se que a inflação normativa e a sobreposição de regimes punitivos alimentam arcabouços jurídicos e políticas públicas com duvidosas racionalidades. Na visão de STOCO, a tradição do direito brasileiro de repressão ao abuso do poder econômico tem sido marcada por um padrão de intervenção atrabalhoada e pouco criteriosa do Estado na economia, por meio de variados veículos normativos de natureza penal e administrativa. Nas palavras do autor: "São tantas as leis repressivas prevendo, tipificando e apenando as mesmas condutas, que o interprete e o aplicador da lei já não mais compreendem qual verdadeiramente vige" (STOCO, 1995, p. 209). Tal preocupação, contudo, não está restrita à defesa econômica. O problema prolifera em outros âmbitos. Na verdade, afeta a legitimidade dos mecanismos repressivos e sua funcionalidade de uma forma geral em função da perda das fronteiras entre os regimes jurídicos punitivos. Esta perda de fronteiras está relacionada ao fenômeno que na literatura da área penal ficou conhecido como "administrativização" do Direito Penal. Segundo BARATTA (BARATTA, 1994, p. 12), este fenômeno abrange dois aspectos. O primeiro deles é o surgimento de normas penais acessórias às normas e às atividades administrativas do Estado. O Direito Penal se encontraria numa situação de assessoriedade administrativa na qual não existiria uma norma social que sirva de base à norma penal, mas um interesse da administração. O segundo aspecto é que os tipos penais novos tenderiam a se parecer, cada vez mais, na sua forma, com as normas de intervenção da administração pública. As normas penais se transformariam em instrumento de administração de situações particulares, de riscos excepcionais. Na visão de SANCHEZ (2011), a administrativização do Direito Penal se insere no processo expansivo do direito penal que o converte num sistema de gestão primária dos problemas sociais. Ocorre que em várias ocasiões o processo de expansão provoca a justaposição das funções preventivas do di¬reito penal e do direito sancionatório em geral, tornando-se muito difícil estabel¬ecer diferenças teóricas entre o direito penal e os outros ramos do ordenamento jurídico, especialmente o direito administrativo sancionatório e o direito policial de prevenção de perigos. Trata-se, na sal visão de um processo progressivo de diluição destas fronteiras. Segundo SANCHEZ, seria possível afirmar que uma característica do Direito Penal nas sociedades pós-industriais seria a adoção da forma de racionalizar o controle de condutas com base na lesividade global derivada de acumulações ou repetições, tradicionalmente própria do administrativo. Assim, o Direito Penal não somente assume o modo de racionalizar próprio do Direito Administrativo sancionador como se converte em um direito de gestão ordinária de grandes problemas sociais (SANCHEZ, 2011, p. 155-156). A principal crítica a este processo aponta para o problema do novo Direito Penal não atender às garantias do Estado Liberal de Direito. Esta é uma preocupação relevante, principalmente quando se observa problemas de baixa funcionalidade pela proliferação descontrolada de diplomas voltados para a repressão de condutas. Contudo, em que pese a relevância da crítica, deve-se ponderar o fato da nova visão advir da necessidade do Estado enfrentar os novos tipos de lesões a direito coletivo ou supraindividuais. Princípio da reserva legal Portanto, o princípio da legalidade, externado no artigo 5º , inciso II , da CF/88 , estabelece que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Logo, as obrigações dos indivíduos só podem ser criadas por espécies normativas produzidas em conformidade com o devido processo legislativo. Já o princípio da reserva legal ocorre quando uma norma constitucional atribui determinada matéria exclusivamente à lei formal (ou a atos equiparados, na interpretação firmada na praxe), subtraindo-a, com isso, à disciplina de outras fontes, àquelas subordinadas . (CRISAFULLI, Vezio apud SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 22. ed. São Paulo: Malheiros, 2000. p. 421.) O Princípio da Reserva Legal ou princípio da Legalidade Penal determina que só será considerada como Infração penal a conduta prevista como tal na Lei. Se determinada conduta praticada pelo agente não estiver prevista como ilegal pela Lei, ela necessariamente será lícita, livre e impunível por parte do Estado. Difere do Princípio da Legalidade convencional, o qual define como lícita e impunível qualquer conduta não proibida em Lei, princípio de caráter libertário, enquanto o Princípio da Reserva Legal objetiva limitar o poder de processar e punir indiscriminadamente os cidadãos. Houve tempo em que autoridades, poderiam livre e indiscriminadamente classificar qualquer coisa como crime, assim como determinar livremente as punições, sem qualquer razoabilidade, tudo de acordo com a simples convicção, interesse e decisão da autoridade detentora do poder estatal. Essa situação gerou abusos, injustiças e insegurança jurídica. Após muitos séculos e lutas por parte do povo submetido, se idealizou e se impôs aos governantes, gradativamente, o limite da Lei Determinada e taxativa ao seu direito/dever de incriminar atos ilícitos e nocivos e punir os infratores. No Brasil, o Princípio da Reserva Legalestá previsto na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º inciso XXXIX, o qual determina que: "Não há crime sem lei anterior que o defina..."[1]. Princípio da Insignificância Também conhecido como princípio da bagatela, o princípio da insignificância tem a finalidade de eliminar ou afastar a tipicidade penal. Isto significa que o ato praticado não é considerado como crime e, por isso, a aplicação desse princípio culmina na absolvição do réu e não somente na diminuição e substituição da pena. Tipicidade formal e tipicidade material Para compreender as aplicações do princípio da insignificância, é necessário compreender o que é tipicidade formal e tipicidade material. A tipicidade formal é a conformidade exata entre o fato praticado e os elementos que constam de um tipo penal. Já a tipicidade material corresponde ao agravo social e real da conduta. É na tipicidade material que o verdadeiro significado do princípio da insignificância é caracterizado. É necessário, portanto, que o ato praticado tenha sido capaz de cometer uma lesão, expor terceiros a risco ou provocar lesões significantes ao bem jurídico tutelado. Requisitos para a aplicação do princípio da insignificância O Supremo Tribunal Federal (STF), baseado na decisão do Ministro Celso de Melo, procurou tornar compatível a aplicação do Princípio da Insignificância, que privilegia outros princípios do Direito Penal, como o Princípio da Intervenção Mínima, o Princípio da Fragmentariedade e o Princípio da lesividade, com o Princípio da Legalidade, que elege os bens jurídicos que merecem tutela estatal prévia. Portanto, o princípio da insignificância somente pode ser aplicado na presença dos seguintes requisitos: Inexpressividade da lesão jurídica cometida. De acordo com o STF, o ato de lesividade insignificante pode ser caracterizado na tipicidade formal, mas não na tipicidade material, pois não há lesão para justificar uma sanção penal. Nenhuma periculosidade social decorrente da ação. Mínima ofensividade da conduta do ofensor. Grau de reprovação do comportamento baixo. O princípio da insignificância é aplicado, por exemplo, nos casos de lesão corporal. No entanto, somente nos casos em que tal lesão não é grave o bastante para haver necessidade de punir o agressor, nem de valer-se dos meios judiciais. Para que o princípio da insignificância seja aplicado adequadamente, a análise do nível de lesão deverá ser realizada quando esta for indubitavelmente mínima, ou seja, em casos como a subtração de uma agulha, folha de papel, por exemplo. Crimes incompatíveis com o Princípio da Insignificância O STF considera alguns crimes como incompatíveis com o Princípio da Insignificância e, por isso, não o terão aplicado. Tais crimes incompatíveis são aqueles em que violência ou grave ameaça à pessoa, crimes de falsificação e tráfico de drogas estão presentes. Considerações finais O princípio da insignificância vem ganhando bastante expressão na esfera do Direito Penal. É possível observar isso todas as vezes em que o âmbito jurídico se depara com delitos gravíssimos, de uma violência sem igual e que exija da atuação estatal seja eficiente para garantir a paz da sociedade Princípio da intervenção minima O princípio da intervenção mínima consiste em que o Estado de direito utilize a lei penal como seu último recurso (ultima ratio), havendo extrema necessidade, para as resoluções quando são afetados os bens jurídicos mais importantes em questão. É uma forma de disciplinar a conduta do indivíduo, no direito brasileiro, pois se pune a conduta e não o indivíduo. A intervenção mínima tem como destinatários principais o legislador e o interprete do Direito. Aquele recomenda moderação no momento de eleger as condutas dignas de proteção penal, abstendo-se de incriminar qualquer comportamento. Nesse sentido, é lição de Cezar Roberto Bitencourt: O princípio da intervenção mínima, também conhecida como ultima ratio, orienta e limita o poder incriminador do Estado, preconizando que a criminalização de uma conduta só se legitima se constituir meio necessário para a proteção de determinado bem jurídico. Se outras formas de sanção ou outros meios de controle social revelarem-se suficientes para a tutela desse bem, a sua criminalização é inadequada e não recomendável. Se para o restabelecimento da ordem jurídica violada forem suficiente medidas civis ou administrativas, são estas que devem ser empregadas e não as penais. Por isso, o Direito Penal deve ser a ultima ratio, isto é, deve atuar somente quando os demais ramos do Direito revelarem-se incapazes de dar a tutela devida a bens relevantes na vida do indivíduo e da própria sociedade. Roxin também assevera sobre o assunto: De lo dicho hasta ahora de desprende ya que la protección de bienes jurídicos no se realiza sólo mediante el Derecho penal, sino que a ello ha de cooperar el instrumental de todo el ordenamiento jurídico. El Derecho penal sólo es incluso la última de entre todas las medidas protectoras que hay que considerar, es decir que sólo se le puede hacer intervenir cuando fallen otros medios de solución social del problema como la acción civil, las regulaciones de policía o jurídico-técnicas, las sanciones no penales, etc. Por ello se denomina a la pena como la "ultima ratio de la política social" y se define su misión como protección subsidiaria de bienes jurídicos. Segundo André Estefam e Victor Eduardo Rios Gonçalves: O Direito Penal deve ser a última fronteira no controle social, uma vez que seus métodos são os que atingem de maneira mais intensa a liberdade individual. O Estado, portanto, sempre que dispuser de meios menos lesivos para assegurar o convívio e a paz social, deve deles se utilizar, evitando o emprego da pena criminal. Em sede ainda a teoria do princípio da intervenção mínima, o ilustre doutrinado Guilherme de Souza Nucci, aborda este tema, fundamentando que tal princípio deve possuir caráter subsidiário em relação aos outros ramos do nosso ordenamento jurídico, socorrendo-se, por exemplo, ao Direito Administrativo, impondo-se uma multa, ou apela-se para o Direito Civil objetivando-se o direito à reparação do dano. Vejamos: Atualmente, somente para exemplificar, determinadas infrações de trânsito possuem punições mais temidas pelos motoristas, diante das elevadas multas e ganho de pontos no prontuário, que podem levar à perda da carteira de habilitação – tudo isso, sem o devido processo legal – do que a aplicação de uma multa penal, sensivelmente menor. Enfim, diante todo o exposto acima, podemos concluir que o direito penal precisa ser visto como subsidiário aos demais ramos do direito, devendo apenas ser convocado em ultima ratio e não prima ratio, desde que já estejam esgotadas outras formas de penalidade.
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