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Transplantes e doações de órgãos - passei direto

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Transplantes e doações de órgãos
Notas históricas
Os transplantes de tecidos e órgãos tem sido alvo de pesquisa médica. Os primeiros casos de transplantes de um ser humano para outro foi datado em 1880, transplante esse de córnea. Contudo, na década de 50 começaram com o primeiro transplante de rim de m gêmeo univitelino para outro. A consagração dos transplantes renais data em 1957 e 1956 com o caso de Wando Foster, que deu um rim a sua irmão gêmea Edith Helen, ambos casados, 21 anos, sem filhos.
A experimentação de transplantes em animais começou muito antes. A partir de 1905, foram feitos estudos tentando-se o transplante de coração para partes do corpo; portanto, demostrando-se a habilidade do coração em funcionar após o transplante. Foi observado que, após dias, os corações mostraram mudanças fisiológicas e estruturais indicando rejeição.
Com o avanço na medicação imunossupressiva durante os anos 60 em seres humanos, aumentaram o sucesso dos transplantes de rins e cirurgiões iniciaram transplantes de outros órgãos e tecidos. Ainda com sucesso limitado foram feitos transplantes de medula, pulmão, fugado e pâncreas. Transplantes de ossos e pele foram acrescentados como opções a mais na área dessas cirurgias.
Em 1967, foi realizado o primeiro transplante cardíaco pelo Dr. Christian Barnard. O transplante foi realizado de humano para humano. A esse evento seguiu-se o estabelecimento de programas de transplante cardíaco no mundo inteiro no final da década de 60. No Brasil, o Dr. Zerbini foi o pioneiro realizando em 1968 o primeiro transplante de coração em João Ferreira da Cunha que sobreviveu 27 dias. 
Recentes avanços aumentaram a taxa de sucesso de transplantes de coração e de outros órgãos. O caso de sobrevivência mais longo no mundo de transplantes de coração é o de Emmanuel Vitria. Ele recebeu um coração novo de um jovem fuzileiro naval morto em um acidente de transito. Emmanuel sobreviveu 18 anos, vindo a falecer em 11 de março de 1987.
Visão geral do problema 
Alguns aspectos críticos são evidenciados no suprimento de órgãos para transplantes. Na Comunidade Europeia já havia em 1992 aproximadamente 50 mil pessoas esperando por um transplante. Já nos EUA, 27 mil pessoas estavam a espera de um órgão para o transplante. Há cerca de 6.900 e 10.700 doadores potencias em todo mundo. No entanto, o numero de doadores não havia passado dos 4.347. Esses dados mostram que esta havendo uma perda significativa de doadores e, por outro lado, mesmo que essa fosse atingida e sua totalidade muitas pessoas ainda ficaram sem receber um órgão novo. A partir disso, surgem propostas para a criação de um mercado oficial de órgãos que faça frente às necessidades.
A partir de então, é importante estabelecer algumas diferenças entre “necessidade” e “demanda”. Pessoas que há a necessidade de um transplante são aquelas que:
Morrem do próprio problema que tornam o transplante necessário;
São mantidas em condições terapêuticas ótimas na ausência de transplantes 
Já a demanda esta relacionada com aqueles pacientes que estão imediatamente esperando um transplante e constam das listas oficiais. Assim, as necessidades são, na realidade, bem superiores à demanda clinica. Um exemplo enquanto a demanda de órgãos nos Estados Unidos em 1990 era de 23.056, a necessidade subia para 83.028: uma dramática situação.
O numero de doações é muito diverso de pais para pais, dependendo de uma serie de fatores, como nível educacional, existência de programas de estimulo, legislação adequada, infraestrutura medica para captação e aproveitamento dos órgãos. Além do mais, a má distribuição social dos transplantes chama a atenção. No caso de transplantes renais, por exemplo, os homens são favorecidos em relação às mulheres, os brancos recebem mais órgãos em relação as outras raças; os ricos são bem mais atendidos do que os pobres e as pessoas mais velhas são geralmente preteridas em favor dos jovens.
Problemas que dificultam doações de órgãos e realização de transplantes 
Problemas de natureza clinico-biológica: compatibilidade biológica com o receptor, grupo sanguíneo, AIDS.
Problemas de natureza logístico-administrativa e econômica: retirada e conservação do órgão (laboratórios clínicos), disponibilidade de leitos hospitalares para urgência e reanimação.
Problemas de natureza geográfica: os receptores que moram próximos dos centros de transplantes são naturalmente beneficiados em casos de emergência.
Problemas de natureza cultural e moral: convicções religiosas, educação do paciente e seu desejo ou não de realizar o transplante, desatenção e/ou arrogância do corpo médico, criação de mercado dos órgãos.
Transplantes no Brasil: Alguns dados e legislação 
 Segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), o numero de doadores efetivos de órgãos aumentou cerca de 16% , no Brasil, de 2008 e 2009. O numero de doadores em 2009 foi de 8,7 por milhão de população (pmp); no ano anterior tinha sido de 7,2 pmp. Em números absoltos, o aumento foi de 1.317 doações para 1.658.
O numero de transplantes realizados em 2001 no Brasil são (Segundo a Central de transplantes do Estado de São Paulo e a Associação Brasileira de Transplante e órgãos):
	Tabela 1 - Número de transplantes realizados em 2001
	Órgão/ Tecido
	N° de transplantes realizados
	Pessoas na fila em São Paulo
	
	Brasil
	São Paulo
	
	Córnea
	4125
	2484
	4091
	Rim
	3099
	553
	9932
	Fígado
	560
	242
	1881
	Coração
	117
	65
	65
	Pâncreas e rim
	92
	54
	178
	Pâncreas e rim
	25
	26
	51
	Pulmão
	23
	4
	10
No Brasil, a partir de 1997 (Lei 9.434 de 4/02/1997) teve inicio a implantação de uma politica e de um sistema nacional de transplante. O numero de procedimentos nos últimos anos foi superior a 50% onde o país ocupa hoje a segunda posição em numero absoluto de transplantes.
Burocratas e tecnocratas (funcionário aferrado à rotina e a grande formalidade; Estadista, ou alto funcionário, cuja autoridade se baseia em conhecimentos teóricos dos mecanismos econômicos, os quais nem sempre levam em conta os fatores humanos e sociais, respectivamente) no âmbito da saúde tentaram impor ao povo a chamada doação presumida. Tal doação consiste em que todos são considerados doadores a não ser que exista uma prova documental em contrario. Em parâmetros éticos, a doação ser de forma generosa e solidaria. Com tal norma, houve certa rejeição o que diz respeito a troca para novos documentos. Informações do Ministério da Saude revelam que desde a vigência da lei, 90% das famílias não autorizavam a retirada de órgãos de parentes mortos
Em contrapartida, a lei é alterada pela Medida Provisória (MP) n.1718 de 6/10/1998 que acrescenta o seguinte dispositivo à lei em vigor: “Na ausência de manifestação da vontade do potencial doador, o pai, a mãe, o filho ou o cônjuge poderá manifestar-se contrariamente à doação, o que será obrigatoriamente acatado pelas equipes de transplantes e doações”. Uma nova MP em 24 de outubro de 2000, n. 1959-27, altera o cenário no que diz respeito à autonomia do doador e de seus familiares: “A terapêutica, dependerá da autorização de qualquer rum de seus parentes retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas, para transplantes ou outra finalidade maiores, na linha reta ou colateral, ate o segundo grau inclusive, ou do cônjuge, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte”. (art. 4).
“É permitido à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou consanguíneos até o quarto grau, inclusive, na forma do paragrafo 4 deste artigo, ou em qualquer pessoa, mediante autorização judicial, dispensada esta em relação à medula óssea” (art. 9).
A partir de 23 de março de 2001 passa a vigorar a Lei n. 10.211, que extingue definitivamente a doação presumida no Brasil e estabelece que para ser doador após a morte é necessária a autorização família.As manifestações relacionadas à retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes, constantes na Carteira de Identificação Civil (RG) e da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), deixaram de ter qualquer valor. Para ser doador basta comunicar a família, sendo desnecessária a criação de algum documento. 
Temos na lei dois artigos principais. São eles o que diz respeito a retirada de órgãos e as manifestações de vontade relativas à retirada post mortem:
“A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas ara transplantes ou outra finalidade terapêutica dependera da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade obedecendo à linha sucessória, reta ou colateral, ate o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte” (art. 4). “As manifestações relativas à retirada “post mortem” de tecidos, órgãos e partes, constantes na Carteira de Identidade civil e da Carteira Nacional de Habilitação perdem sua validade a partir de 22 de dezembro de 2000” (art. 2).
Testemunha de Jeová: Recusa de transfusão de sangue e doação de órgãos
Há mais de meio milhão de testemunhas de Jeová nos estados Unidos, mais de duzentas mil no Brasil, que não acetam transfusão de sangue. Segundo esse grupo seguidor de tal religião, a transfusão de sangue e a doação de órgãos são proibidas pela Bíblia. Segundo tais convicções, alguns impasses foram surgidos, em que o doente se recusa a receber o sangue e pessoas proíbem a transfusão de seu filho ou de familiares mesmo que tal ato possa gerar a morte.
A conduta médica diante dessa situação ate pouco tempo era desconhecer as convicções religiosas e impor a transfusão de sangue em defesa da vida em perigo. Tal postura trouxe um trauma e provocou a expulsão de muitos da religião.
No Brasil, a Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia estudou a questão da religião e de seus seguidores e elaborou um documento que os Conselhos Regionais de Medicina aceitam e sugerem que seja adotado. O documento diz que, quando se tratar de uma pessoa adulta e consciente, o respeito pela sua decisão deve ser levado em conta além de ser exigido por parte do mesmo um documento que declara nenhuma responsabilidade a instituição e ao medico e quem dele cuidar.
No caso do adulto inconsciente, o documento admite que o sangue possa ser aplicado, desde que nem o paciente nem seus familiares venham a saber. O problema disso seria o trauma psicológico e espiritual enquanto a vida é salva. Uma questão de ética é levada em consideração uma vez que suas convicções e a sua própria vontade podem vim a ser desrespeitada. 
No caso de criança, menor de idade, incapaz o problema não esta na criança mas sim nos pais e tutores. A orientação do documento é de que se respeite a decisão de não ermitir que o sangue seja aplicado, mas dever-se-á pedir deles a assinatura do termo de responsabilidade. No geral, m aspecto importante deve ser levado em consideração e destacado: toda pessoa tem o direito de ter suas crenças e convicções, mas não de impô-las aos outros.
Os transplantes e o mercado humano de órgãos
A problemática ética do mercado humano de órgãos é hoje uma das questões mais polemicas e dramáticas na agenda da bioética mundial. Em um mundo onde a globalização é vigente o mercado global de órgãos também é notório. Há fim de abusos que minam a integridade física e a confiança integral que deve existir no processo de doação de órgãos, foi criada uma comissão internacional composta de cirurgiões de transplantes, especialistas em captação de órgãos, ativistas em direitos humanos e cientistas sociais. Tal comissão se encontrou na Itália (1996) para discutir e analisar as implicações éticas, sociais e medicas desses problemas e propor estratégias para o futuro. O relatório que comentamos a seguir, que ficou conhecido como The Bellagio Task Force Report, apresentado em Tóquio em um congresso mundial representa um esforço para promover a confiança publica internacional no processo de doação e proteger o bem-estar de todos os envolvidos no processo. 
Mapeando o problema
Hoje os transplantes que eram procedimentos realizados apenas para fins experimentais em grandes centros de tecnologia, se tornou uma atividade rotineira realizadas em hospitais e clinicas de todo mundo. Os transplantes de rins já é realizados a muitos anos nos Estados Unidos, parte de países asiáticos e europeus, Oriente Médio, países sul-americanos e norte-africanos assim como na África Subsaariana.
A taxa de sobrevivência varia do país e da fonte do órgão onde cerca de 75% das doações são realizadas com êxito. As taxas de mortalidade podem estar relacionadas com o transplante ocorrido entre pessoas vivas onde doenças hepáticas dentre outras enfermidades. Inúmeras questões éticas polêmicas também se intensificaram. Barreiras culturais à doações existem também nos países ocidentais. Nos Estados Unidos, por exemplo, 53% das famílias não permitem a doação de órgãos.
Com tal feito, muitos pacientes precisam viajar para outros países atrás de conseguir desesperadamente um transplante. Tal escassez de órgãos incentivou que médicos, administradores hospitalares e funcionários adotassem estratégias éticas na tentativa de resolver o problema. Essa escassez mundial estimulou a venda de órgãos, especialmente na Índia e também na China. Muitos viajam para a Índia atrás de um rim. O mesmo aprovou uma lei de transplantes declarando ilegal a venda de órgãos sendo ratificada apenas em alguns estados, não em todos.
O mercado humano de órgãos
Todas as organizações assim como os próprios direitos humanos afirma que a venda de órgãos é proibida. Para a Organização Mundial de Saude (OMS), a comercialização de órgãos é uma violação aos direitos humanos, bem como de sua própria constituição: “O corpo humano e suas partes não podem estar sujeitos a transações comerciais”. 
Quando mais profundamente se examina a problemática de venda de órgãos, mais complexa a questão se torna. Sangue, esperma e óvulo são vendidos ainda no mundo a fora e partes solidas do corpo humano também são traficadas para educação médica e pesquisa e companhias farmacêuticas compram tecidos para fins comerciais.
Utilização de órgãos de prisioneiros executados
O uso de órgãos de prisioneiros executados, bem como a venda de órgãos, levanta serias preocupações quanto à vulnerabilidade dos membros mais desafortunados da sociedade.
Em 1984 após a descoberta da ciclosporina, medicamento imunossupressor que combate a rejeição de órgãos, muitos centros de transplantes pelo mundo foram reabertos. Na China, algumas regras foram elaboradas dentre elas no que diz respeito a retirada de órgãos de prisioneiros executados podem ser tirados se ninguém reclamar o corpo, se antes de morrer o prisioneiros deu permissão para fazer tal feito e com o consentimento da família.
Por exemplo, na região do Han, os corpos e órgãos de criminosos de etnias minoritárias executados não serão usados em principio, e essas regras devem ser implementadas, respeitando-se os costumes funerários. 
O uso de prisioneiros executados como doadores de órgãos deve ser repudiado, pois subverte a integridade ética da profissão médica. 
Conclusão
Aparece com toda força a necessidade de conscientização da população em geral a respeito da doação de órgãos, que, do ponto de vista ético, é um ato de solidariedade. Muitos tabus de ordem cultural e religiosa precisam ainda ser superados. 
LEI DA DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TRANSPLANTES
LEI N. 9.434, DE 4 DE FEVEREIRO DE 1997
Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplantes e tratamento e da outras providencias.
O PRESIDENTE DA REPUBLICA 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPITULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º. A disposição gratuita de tecidos, órgãos e partes do corpo humano, em vida ou post mortem, para fins de transplantes e tratamento, é permitida na forma desta Lei.
Paragrafo único. Para os efeitos desta Lei, não estãocompreendidos entre os tecidos a que se refere este artigo o sangue, o esperma e o óvulo.
Art. 2º. A realização de transplantes ou enxertos de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano só poderá ser realizada por estabelecimento de saúde, publico ou privado, e por equipes médico-cirurgiões de remoção de transplantes previamente autorizados pelo órgãos de gestão nacional do Sistema Único de Saúde.
Paragrafo Único. A realização de transplantes ou enxertos de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano só poderá ser autorizada após a realização, no doador, de todos o testes de triagem para diagnostico de infecção e infestação exigidos para a triagem de sangue para doação, segundo dispõem a Lei n. 7.649 de 25 de janeiro de 1998, e regulamentos do Poder Executivo.
CAPITULO II
DA DISPOSIÇÃO POST MORTEM DE TECIDOS, ÓRGÃOS E PARTES DO CORPO HUMANO PARA FINS DE TRANSPLANTES.
Art. 3°. A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinado a transplantes ou tratamento deverá ser precedida de diagnósticos de morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplantes, mediante por resolução do Conselho Federal de Medicina.
§ 1°. Os prontuarios medicos, contendo os resultados ou os laudos do exames referentes aos diagnosticos de morte encefalica e copia dos documentos de que tratam os arts. 2°, paragrafo único. E de seus paragrafos; 5°;7°; 9°, §§ 2°, 4°, 6° e 8°; e 10, quando couber e detalahndo os atos cirurgicos relativos aos transplantes, serão mantidos nos arquivos das instituições referidas no art. 2° por um periodo minino de 5 anos.
§ 2º Às instituições referidas no art. 2º enviarão anualmente um relatório contendo os nomes dos pacientes receptores ao órgão gestor estadual do Sistema único de Saúde.
§ 3º Será admitida a presença de médico de confiança da família do falecido no ato da comprovação e atestação da morte encefálica.
Art. 4o A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra finalidade terapêutica, dependerá da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte. (Redação dada pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)
        Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)
Art. 5º A remoção post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoa juridicamente incapaz poderá ser feita desde que permitida expressamente por ambos os pais, ou por seus responsáveis legais.
Art. 6º É vedada a remoção post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoas não identificadas.
Art. 7º (VETADO)
Parágrafo único. No caso de morte sem assistência médica, de óbito em decorrência de causa mal definida ou de outras situações nas quais houver indicação de verificação da causa médica da morte, a remoção de tecidos, órgãos ou partes de cadáver para fins de transplante ou terapêutica somente poderá ser realizada após a autorização do patologista do serviço de verificação de óbito responsável pela investigação e citada em relatório de necropsia.
Art. 8o Após a retirada de tecidos, órgãos e partes, o cadáver será imediatamente necropsiado, se verificada a hipótese do parágrafo único do art. 7o, e, em qualquer caso, condignamente recomposto para ser entregue, em seguida, aos parentes do morto ou seus responsáveis legais para sepultamento. (Redação dada pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001).
CAPÍTULO III
DA DISPOSIÇÃO DE TECIDOS, ÓRGÃOS E PARTES DO CORPO HUMANO VIVO PARA FINS DE TRANSPLANTE OU TRATAMENTO. 
Art. 9o É permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes consanguíneos até o quarto grau, inclusive, na forma do § 4o deste artigo, ou em qualquer outra pessoa, mediante autorização judicial, dispensada esta em relação à medula óssea. (Redação dada pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)
§ 1º (VETADO)
§ 2º (VETADO)
§ 3º Só é permitida a doação referida neste artigo quando se tratar de órgãos duplos, de partes de órgãos, tecidos ou partes do corpo cuja retirada não impeça o organismo do doador de continuar vivendo sem risco para a sua integridade e não represente grave comprometimento de suas aptidões vitais e saúde mental e não cause mutilação ou deformação inaceitável, e corresponda a uma necessidade terapêutica comprovadamente indispensável à pessoa receptora.
§ 4º O doador deverá autorizar, preferencialmente por escrito e diante de testemunhas, especificamente o tecido, órgão ou parte do corpo objeto da retirada.
§ 5º A doação poderá ser revogada pelo doador ou pelos responsáveis legais a qualquer momento antes de sua concretização.
§ 6º O indivíduo juridicamente incapaz, com compatibilidade imunológica comprovada, poderá fazer doação nos casos de transplante de medula óssea, desde que haja consentimento de ambos os pais ou seus responsáveis legais e autorização judicial e o ato não oferecer risco para a sua saúde.
§ 7º É vedado à gestante dispor de tecidos, órgãos ou partes de seu corpo vivo, exceto quando se tratar de doação de tecido para ser utilizado em transplante de medula óssea e o ato não oferecer risco à sua saúde ou ao feto.
§ 8º O autotransplante depende apenas do consentimento do próprio indivíduo, registrado em seu prontuário médico ou, se ele for juridicamente incapaz, de um de seus pais ou responsáveis legais.
Art. 9o-A  É garantido a toda mulher o acesso a informações sobre as possibilidades e os benefícios da doação voluntária de sangue do cordão umbilical e placentário durante o período de consultas pré-natais e no momento da realização do parto. (Incluído pela Lei nº 11.633, de 2007).
CAPITULO IV
DAS DISPOSIÇÕES COMPLEMENTARES
Art. 10. O transplante ou enxerto só se fará com o consentimento expresso do receptor, assim inscrito em lista única de espera, após aconselhamento sobre a excepcionalidade e os riscos do procedimento. (Redação dada pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)
§ 1o Nos casos em que o receptor seja juridicamente incapaz ou cujas condições de saúde impeçam ou comprometam a manifestação válida da sua vontade, o consentimento de que trata este artigo será dado por um de seus pais ou responsáveis legais. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)
§ 2o A inscrição em lista única de espera não confere ao pretenso receptor ou à sua família direito subjetivo a indenização, se o transplante não se realizar em decorrência de alteração do estado de órgãos, tecidos e partes, que lhe seriam destinados, provocado por acidente ou incidente em seu transporte. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)
Parágrafo único. Nos casos em que o receptor seja juridicamente incapaz ou cujas condições de saúde impeçam ou comprometam a manifestação válida de sua vontade, o consentimento de que trata este artigo será dado por um de seus pais ou responsáveis legais.
Art. 11. É proibida a veiculação, através de qualquer meio de comunicação social de anúncio que configure:
a) publicidade de estabelecimentos autorizados a realizar transplantes e enxertos, relativa a estas atividades;
b) apelo público no sentido da doação de tecido, órgão ou parte do corpo humano para pessoa determinada identificada ou não, ressalvado o disposto no parágrafo único;
c) apelo público para a arrecadação de fundos para o financiamento de transplante ou enxerto em beneficio de particulares.
Parágrafo único. Os órgãos de gestão nacional, regional e local do Sistema único de Saúde realizarão periodicamente, através dos meios adequados de comunicação social, campanhas de esclarecimento público dos benefícios esperados a partir da vigência desta Lei e de estímulo à doação de órgãos.
Art. 12. (VETADO)
Art. 13. É obrigatório, para todos os estabelecimentos de saúde notificar, às centrais de notificação, captação e distribuição de órgãos da unidade federada ondeocorrer, o diagnóstico de morte encefálica feito em pacientes por eles atendidos.
Parágrafo único.  Após a notificação prevista no caput deste artigo, os estabelecimentos de saúde não autorizados a retirar tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento deverão permitir a imediata remoção do paciente ou franquear suas instalações e fornecer o apoio operacional necessário às equipes médico-cirúrgicas de remoção e transplante, hipótese em que serão ressarcidos na forma da lei. (Incluído pela Lei nº 11.521, de 2007).
CAPÍTULO V
DAS SANÇÕES PENAIS E ADMIMSTRATIVAS
SEÇÃO I
Dos Crimes
Art. 14. Remover tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoa ou cadáver, em desacordo com as disposições desta Lei:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, de 100 a 360 dias-multa.
§ 1.º Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa ou por outro motivo torpe:
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa, de 100 a 150 dias-multa.
§ 2.º Se o crime é praticado em pessoa viva, e resulta para o ofendido:
I - incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de três a dez anos, e multa, de 100 a 200 dias-multa
§ 3.º Se o crime é praticado em pessoa viva e resulta para o ofendido:
I - Incapacidade para o trabalho;
II - Enfermidade incurável ;
III - perda ou inutilização de membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos, e multa, de 150 a 300 dias-multa.
§ 4.º Se o crime é praticado em pessoa viva e resulta morte:
Pena - reclusão, de oito a vinte anos, e multa de 200 a 360 dias-multa.
Art. 15. Comprar ou vender tecidos, órgãos ou partes do corpo humano:
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa, de 200 a 360 dias-multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem promove, intermedeia, facilita ou aufere qualquer vantagem com a transação.
Art. 16. Realizar transplante ou enxerto utilizando tecidos, órgãos ou partes do corpo humano de que se tem ciência terem sido obtidos em desacordo com os dispositivos desta Lei:
Pena - reclusão, de um a seis anos, e multa, de 150 a 300 dias-multa.
Art. 17 Recolher, transportar, guardar ou distribuir partes do corpo humano de que se tem ciência terem sido obtidos em desacordo com os dispositivos desta Lei:
Pena - reclusão, de seis meses a dois anos, e multa, de 100 a 250 dias-multa.
Art. 18. Realizar transplante ou enxerto em desacordo com o disposto no art. 10 desta Lei e seu parágrafo único:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Art. 19. Deixar de recompor cadáver, devolvendo-lhe aspecto condigno, para sepultamento ou deixar de entregar ou retardar sua entrega aos familiares ou interessados:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Art. 20. Publicar anúncio ou apelo público em desacordo com o disposto no art. 11:
Pena - multa, de 100 a 200 dias-multa.
SEÇÃO II
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
Art. 21. No caso dos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16 e 17, o estabelecimento de saúde e as equipes médico-cirúrgicas envolvidas poderão ser desautorizadas temporária ou permanentemente pelas autoridades competentes.
§ 1.º Se a instituição é particular, a autoridade competente poderá multá-la em 200 a 360 dias-multa e, em caso de reincidência, poderá ter suas atividades suspensas temporária ou definitivamente, sem direito a qualquer indenização ou compensação por investimentos realizados.
§ 2.º Se a instituição é particular, é proibida de estabelecer contratos ou convênios com entidades públicas, bem como se beneficiar de créditos oriundos de instituições governamentais ou daquelas em que o Estado é acionista, pelo prazo de cinco anos.
Art. 22. As instituições que deixarem de manter em arquivo relatórios dos transplantes realizados, conforme o disposto no art. 3.º § 1.º, ou que não enviarem os relatórios mencionados no art. 3.º, § 2.º ao órgão de gestão estadual do Sistema único de Saúde, estão sujeitas a multa, de 100 a 200 dias-multa.
§ 1o  Incorre na mesma pena o estabelecimento de saúde que deixar de fazer as notificações previstas no art. 13 desta Lei ou proibir, dificultar ou atrasar as hipóteses definidas em seu parágrafo único. (Redação dada pela Lei nº 11.521, de 2007)
§ 2.º Em caso de reincidência, além de multa, o órgão de gestão estadual do Sistema Único de Saúde poderá determinar a desautorização temporária ou permanente da instituição.
Art. 23. Sujeita-se às penas do art. 59 da Lei n.º 4.117, de 27 de agosto de 1962, a empresa de comunicação social que veicular anúncio em desacordo com o disposto no art. 11.
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 24. (VETADO)
Art. 25. Revogam-se as disposições em contrário, particularmente a Lei n.º 8.489, de 18 de novembro de 1992, e Decreto n.º 879, de 22 de julho de 1993.
Brasília, 4 de fevereiro de 1997; 176.º da Independência e 109.º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Nelson A. Jobim
Carlos César de Albuquerque
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
PESSINI, Léo; BARCHIFONTAINE, Christian de Paulo de Problemas atuais de bioética, 5º. ed. rev. e ampl., São Paulo: Loyola, 2000. 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9434.htm as 10:08 de 20/02/2015

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