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Dimensionamento de projetos - NBR 12209: Projeto de Estações de Tratamento de Esgoto Sanitário Prof.ª Me. Samara Teixeira Pereira Disciplina: Projetos de sistemas de tratamento de água e efluentes E-mail: samaraeng.amb@gmail.com João Pessoa 23/set/2018 Objetivo de aprendizagem Reconhecer a NBR 12209 sobre projeto de estações de tratamento de esgoto sanitário; Discutir a aplicabilidade dessa norma. Projeto de estações de tratamento de esgoto sanitário – NBR 12209 Condições exigíveis para a elaboração de projeto hidráulico-sanitário de uma ETE; Regulamentação específica das entidades responsáveis pelo planejamento e desenvolvimento do sistema de esgoto sanitário; Se aplica aos seguintes processos de tratamento: separação de sólidos por meios físicos; filtração biológica; lodos ativados; tratamento de lodo. Projeto de estações de tratamento de esgoto sanitário – NBR 12209 Documentos complementares: NBR 9648 - Estudo de concepção de sistema de esgoto sanitário - Procedimento NBR 9649 - Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário - Procedimento NBR 9800 - Critérios para lançamento de efluentes líquidos industriais no sistema coletor público de esgoto sanitário - Procedimento NBR 12207 - Projeto de interceptores de esgoto sanitário - Procedimento NBR 12208 - Projeto de estações elevatórias de esgoto sanitário - Procedimento Requisitos Relatório do estudo de concepção do sistema de esgoto sanitário (NBR 9648); População atendida e atendível pela ETE; Vazões e demais características de esgotos domésticos e industrial afluentes; Características requeridas para o efluente tratado; Corpo receptor e ponto de lançamento definidos na concepção básica; Requisitos Área selecionada para construção da ETE; Sondagens preliminares de reconhecimento do subsolo na área selecionada. Cota máxima de enchente na área selecionada. Padrões de lançamento de efluentes industriais na rede coletora (ver NBR 9800). Atividades seleção e interpretação das informações disponíveis para projeto; definição das opções de processo para a fase líquida e para a fase sólida; seleção dos parâmetros de dimensionamento e fixação de seus valores; dimensionamento das unidades de tratamento; elaboração dos arranjos em planta das diversas opções definidas; elaboração de perfil hidráulico preliminar das diversas opções; avaliação de custo das diversas opções; comparação técnico-econômica e escolha da solução; dimensionamento dos órgãos auxiliares e sistemas de utilidades; seleção dos equipamentos e acessórios; locação definitiva das unidades, considerando a circulação de pessoas e veículos e o tratamento arquitetônico-paisagístico; elaboração do perfil hidráulico em função do arranjo definitivo; elaboração de relatório do projeto hidráulicosanitário. Atividades Parâmetros básicos seguintes devem ser obtidos para as diversas etapas do plano: vazões afluentes máxima e média; demanda bioquímica de oxigênio (DBO) ou demanda química de oxigênio (DQO); sólidos em suspensão (SS). Critérios e disposições 54 g de DBO5 /hab.d 60 g de SS/hab.d. dimensionados para a vazão máxima: estações elevatórias de esgoto bruto; canalizações; medidores; dispositivos de entrada e saída; Critérios gerais b) dimensionados para a vazão média: - todas as unidades e canalizações precedidas de tanques de acumulação com descarga em regime de vazão constante; Prever a canalização de desvio (by-pass) para isolar a ETE. dispositivos que permitam o isolamento das unidades de tratamento; O dispositivo de medição da vazão afluente à ETE. As canalizações devem ser dimensionadas de modo a evitar deposição de sólidos, em função das características do líquido transportado. No caso de canalização de transporte de lodo, a velocidade de escoamento deve estar compreendida entre 0,5 m/s e 1,8 m/s. O acesso às unidades deve ser fácil e adequado às condições de segurança e comodidade da operação. Critérios gerais Devem ser previstos condições ou dispositivos de segurança de modo a evitar concentração de gases que possam causar explosão, intoxicação ou desconforto; Projeto hidráulico-sanitário deve incluir o tratamento e destino final do lodo removido. Critérios gerais Gradeamento: remoção de sólidos grosseiros Devem ser observados os preceitos estipulados na NBR 12208, incluídos os relativos a canais afluentes. Tratamento da fase líquida Desarenador: remoção de partículas com diâmetro igual ou superior a 0,2 mm (densidade de 2,65); remoção mínima de 95%; vazão máxima afluente à ETE; deve ter limpeza mecanizada (vazão ≥ 250 L/s); uma unidade reserva; Taxa de escoamento superficial: 600 a 1.300 m3 /m2 .d. (por gravidade) Tratamento da fase líquida ETE Mangabeira – CAGEPA - João Pessoa 2.1 Desarenador tipo canal Velocidade de escoamento para a vazão média igual 0,30 m/s; Para vazão máxima < 0,40 m/s; Espaço para a acumulação do material sedimentado: 0,20 m de profundidade e de largura; Para limpeza manual, a largura mínima deve ser de 0,30 m. Tratamento da fase líquida ETE Mangabeira – CAGEPA - João Pessoa 2.2 Desarenador aerado Velocidade de escoamento longitudinal < 0,25 m/s para a vazão máxima; Quantidade de ar injetada deve ser regulável; Tempo de detenção hidráulica para a vazão máxima ≥ 120 s. Tratamento da fase líquida 3. Decantação primária A vazão máxima afluente à ETE; A taxa de escoamento superficial deve ser: igual ou inferior a: ≤ 60 m3/m2.d quando não precede processo biológico; ≤ 80 m3/m2.d quando precede processo de filtração biológica; ≤ 120 m3/m2.d quando precede processo de lodos ativados. Tratamento da fase líquida 3. Decantação primária Vazão > 250 L/s deve ter mais de um decantador primário. O tempo de detenção hidráulica para a vazão média < 6 h; O tempo de detenção hidráulica para a vazão máxima > 1 h; Taxa de escoamento através do vertedor de saída ≤ 720 m3/d.m; A tubulação de remoção de lodo deve ter diâmetro mínimo de 150 mm e para transporte por gravidade declividade mínima de 3%; Tratamento da fase líquida 3. Decantação primária a remoção de lodo do fundo deve ser feita de modo a permitir a observação e controle do lodo removido. O poço de acumulação de lodo no fundo do decantador deve ter paredes com inclinação ≥ 1,5 na vertical para 1,0 na horizontal, terminando em base inferior com dimensão horizontal mínima de 0,60 m. Remoção mecanizada ou não. Tratamento da fase líquida 3. Decantação primária a remoção de lodo do fundo deve ser feita de modo a permitir a observação e controle do lodo removido. O poço de acumulação de lodo no fundo do decantador deve ter paredes com inclinação ≥ 1,5 na vertical para 1,0 na horizontal, terminando em base inferior com dimensão horizontal mínima de 0,60 m. Remoção mecanizada ou não. Tratamento da fase líquida 4. Filtração biológica vazão média afluente à ETE; Gradeamento -> caixa de areia -> decantação primária -> filtração biológica; Meio suporte da biomassa (brita 4, não podendo ser pedras chatas ou com faces planas); Aplicação uniforme do esgoto (distribuidor rotativo) reação dos jatos: carga hidrostática e até 0,60 m e deve permanecer em movimento com carga mínima de 0,20 m; Tratamento da fase líquida 4. Filtração biológica pedra britada ou seixo rolado altura do meio suporte < 6,0 m; 4.1 baixa capacidade: carga orgânica ≤ 0,3 kg DBO5/d.m3 do meio suporte; taxa de aplicação hidráulica: entre 0,8 e 5,0 m3/d.m2 da superfície livre do meio suporte; 4.2 alta capacidade: carga orgânica ≤ 1,8 kg DBO5/d.m3 do meio suporte; taxa de aplicação hidráulica: entre 10,0 e 60,0 m3/d.m2 da superfície livre do meio suporte; Tratamento da fase líquida 4. Filtração biológica Recirculação do efluente do filtro biológico para a sua própria entrada; do efluente do decantador final para a entrada do filtro biológico; do efluente do filtro biológicopara a entrada do decantador primário; em qualquer dos casos a relação de recirculação deve ser igual ou inferior a 5. Tratamento da fase líquida 4. Filtração biológica Para garantir a circulação de ar, através do meio suporte do filtro biológico, é necessário: que as aberturas para drenagem do efluente do filtro tenham área total igual ou superior a 15% da área horizontal do fundo do filtro; que as extremidades dos drenos que se comunicam com a atmosfera tenham área total igual ou superior a 1% da área horizontal do fundo do filtro. Tratamento da fase líquida 4. Filtração biológica Na drenagem do líquido percolado, através do meio suporte, deve ser observado o seguinte: a área do fundo do filtro deve ser inteiramente drenada; a declividade mínima dos drenos deve ser 1%, e a velocidade mínima nas canaletas efluentes deve ser de 0,60 m/s; os drenos e as canaletas efluentes devem ser dimensionados com seção molhada igual ou inferior a 50% da seção transversal, para a vazão máxima acrescida da vazão de recirculação. Tratamento da fase líquida 4. Filtração biológica Decantação final: vazão média; taxa de escoamento superficial ≤ 36 m3/m2.d. taxa de escoamento, através do vertedor de saída do decantador final ≤ 380 m3/d.m; A tubulação de remoção do lodo do decantador final: d = 150 mm; Tubulação de transporte de lodo por gravidade: I = 2%; As paredes do decantador final com poço de lodo: I ≥ a 1,5 na vertical, 1,0 na horizontal e com base inferior com dimensão horizontal mínima de 0,60m. Tratamento da fase líquida Lodos Ativados Lodos Ativados O processo de tratamento por Lodos Ativados é estritamente biológico e aeróbio, no qual o esgoto bruto do afluente e o lodo ativado são misturados intimamente, agitados e aerados. Após este procedimento, o lodo formado é enviado para o decantador secundário, onde a parte sólida é separada do esgoto tratado, sendo este último descartado. Lodos Ativados Lodos Ativados Para a ocorrência de flocos densos é necessário que as principais condições ambientais dentro dos reatores estejam controladas. meio neutro em termos de pH; presença dos principais nutrientes, nitrogênio e fósforo; oxigênio deve ser adicionado em quantidade suficiente; Controlar a presença de substâncias tóxicas ou potencialmente inibidoras. Lodos Ativados Lodos Ativados Variantes do processo de lodos ativados a) Divisão do lodo quanto a idade: Lodos ativados convencionais; Aeração prolongada. b) Divisão quanto ao fluxo: Fluxo contínuo; Fluxo intermitente c) Divisão quanto ao afluente à etapa biológica do sistema de lodos ativados Esgoto bruto; Efluente de decantador primário; Efluente de reator anaeróbio; Efluente de outro processo de tratamento de esgoto. Lodos Ativados Processo/Parâmetro DBO Carbonácea (%) DBO Nitrogenada (%) Sólidos em Suspensão (%) Lodos Ativados Convencionais 90 40 87 Lodos Ativados com Aeração Prolongada 95 85 94 Eficiências típicas do processo de lodos ativados Lodos Ativados Parâmetros de projeto – Decantador Primário Tipo de decantação Taxa de aplicação superficial (m3/m2.d)a Decantação Primária precedendo filtração biológica <60 precedendo lodosativados com recirculação do lodo para odecantador < 60 sem recirculação do lodo para odecantador < 90 comprocesso quimicamente assistido < 90 a com base na vazão máxima Fonte: Jordão e Pessoa (2009) Lodos Ativados Parâmetros de projeto – Decantador Primário Fonte: Jordão e Pessoa (2009) Decantadorretangular Decantadorcircular Relação comprimento/profundidade: maior ou igual a 4:1 Profundidade lateral mínima: de 3,5 m Relação comprimento/largura: maior ou igual a 2:1,;preferencialmente igual a 4:1 Relação largura/profundidade: maior ou igual a 2:1 Inclinação de fundo: 1 a 2% Largura: 3 a 25 m Comprimento: 10 a 40 m Diâmetro: de 3 a 40 m Profundidade lateral mínima: de 3,5 m Inclinação do fundo mínima: de 1:12 Lodos Ativados Lodos Ativados Lodos Ativados Lodos Ativados Lodos Ativados
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