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CESED No. 09 FACISA CURSO DE DIREITO DISCIPLINA: Direito Civil VIII PROFESSOR: Mário Vinícius Carneiro Da petição de herança Entende-se por petição de herança a ação pela qual herdeiro esquecido ou desconhecido reclama sua parte da herança, antes ou depois da partilha. Para tanto, eis que a ação deve instruir-se com prova da qualidade de herdeiro. A ação de petição de herança pode vir isolada ou geminada a outro pedido. Freqüentemente, temos o de cumulação com a investigação de paternidade. Trata-se de uma ação declaratória, conforme podemos ler no art. 1824 do CC. Isto porque a Justiça reconhecerá a existência de algo que já é real, ou seja, o direito sucessório, decorrente da Lei ou do testamento. Contudo, num segundo momento, esta mesma ação terá, também, o caráter condenatório, posto que o interessado reivindicará seu quinhão hereditário. Mesmo com todos estes direitos, o herdeiro deverá respeitar o prazo genérico de prescrição, isto é, 10 anos (art. 205, CC), contados da data da abertura da sucessão. Na ação, o autor deve pedir a entrega dos bens, com sues acessórios e implementos. De acordo com o art. 1824 do CC, ela é cabível contra o possuidor pro herede, ou contra o possuidor ordinário, que detenha os bens a outro título. O que entender por um e por outro termo? Por possuidor pro herede entende-se aquele que possui na condição de herdeiro. Vejamos este exemplo: João vem a falecer e deixa José como herdeiro de sua casa. José, então, na condição de herdeiro, será dono e possuidor da casa desde o momento da morte de João, ou seja, desde a abertura da sucessão. Acontece que o citado imóvel esteja locado a Antônio. Nesta hipótese, temos agora dois possuidores: um pro herede, José; outro a título, na condição de locatário, Antônio. Havendo a ação judicial, ao herdeiro vencedor devolve-se a herança com todos os acessórios e mesmos os frutos e rendimentos, se o possuidor for declarado em mora. Não sendo caracterizado mora por parte do vencido, caberão a ele as benfeitorias, frutos e rendimentos, devendo ser indenizado pelas benfeitorias e despesas úteis e necessárias. Quanto às voluptuárias poderá levantá-las, se não houver risco de destruição ou deterioração. Sendo a ação proposta contra o possuidor pro herede, estando os bens na posse direta de terceiros, estes terão que restituir os bens conferidos ao autor da ação de petição de herança, a não ser que tenham proteção contra terceiros adquirentes. É o caso, por exemplo, do locatário cujo contrato, registrado, tenha cláusula de proteção contra terceiros adquirentes. Bibliografia: FIUZA, César. Direito Civil: curso completo/ 8ª. Edição. Belo Horizonte: Del Rey, 2004.
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