Buscar

Análise de demonstrativos contábeis

Prévia do material em texto

15 a 20/02
Aula 1: Conceito e finalidade da Análise das Demonstrações Contábeis; e Indicadores de liquidez
1. Conceito e finalidade da Análise das Demonstrações Contábeis
A análise das demonstrações financeiras é um conjunto de métodos e pormenores práticos que consiste em raciocínio analítico dedutivo sobre a composição dos elementos contidos nas demonstrações contábeis. Ou seja, procura, por meio de um processo meditativo sobre os números encontrados nas Demonstrações Contábeis, obter informações sobre a situação da empresa e suas possibilidades futuras.
Nesse sentido, tendo o objetivo de maiores e melhores informações, a análise contábil pode também ter aplicação para valores não evidenciados nas demonstrações, mas que possam ser decompostos, comparados e interpretados. Exemplificando, os salários, aluguéis, juros etc. podem ser relacionados, por mês de competência, para análise das variações mensais.
 A análise das demonstrações, inclusive para fins de concessão de crédito, engloba a interpretação das demonstrações em seu conjunto, ou seja, as interpretações sobre as possibilidades futuras da empresa devem considerar as informações tomadas abrangente contida em todos os relatórios contábeis.
 
2.   Indicadores de liquidez.
 
Os índices de liquidez avaliam a capacidade de pagamento da empresa frente a suas obrigações. Sendo de grande importância para a administração da continuidade da empresa, as variações destes índices devem ser motivos de estudos para os gestores.
As informações para o cálculo destes índices são retiradas unicamente do Balanço patrimonial, demonstração contábil que evidência a posição patrimonial da entidade, devendo ser atualizadas constantemente para uma correta análise. Atualmente estudam-se quatro (4) índices de liquidez:
 
 
	Liquidez Corrente
	Ativo Circulante /
Passivo Circulante
 
	Liquidez Seca      
	(Ativo Circulante - Estoques) /
Passivo Circulante
 
	Liquidez Imediata
	Disponível /
Passivo Circulante
 
	Liquidez Geral  
	Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo) /
(Passivo Circulante + Passivo Não Circulante)
 
	Obs. Importante.
	Logo após: Análise dos índices de Liquidez.
 
                                     Balanço Patrimonial
	ATIVO
	PASSITO
	Circulante
	Circulante
	Caixa
	          15
	Fornecedores
	              40
	Banco
	          20
	Empréstimos Bancários
	              60
	Duplicata a Receber
	          85
	 
	 
	Estoques
	        100
	 
	 
	Total
	        220
	Total
	           100
No exemplo acima, as disponibilidades são correspondentes aos saldos das contas Caixa e Bancos c/ Movimento. Assim, a liquidez imediata seria calculada da seguinte forma; formula:
Liquidez Imediata = disponível / Passivo circulante.
LI = 35/100 = 0,35
O índice 0,35 indica que as disponibilidades correspondem a 35% do valor das dívidas de curto prazo. Para cada $ 1,00 de dívidas, a companhia dispõe de $ 0,35 de disponibilidades.
 
 
Dica de estudo: Esteja atento aos balanços e tipos de demonstrações Contábeis para que você possa ter uma melhor compreensão do conteúdo programático.
Não fique com duvidas, faça suas perguntas!
 
Aula 2: Índice de Liquidez Corrente; Índice de Liquidez Seca
1.  Liquidez Corrente:
É utilizado para reconhecer a capacidade de pagamento das obrigações de curto prazo (Passivo circulante) utilizando-se dos bens e créditos circulantes. Observe-se, entretanto, ser fundamental a análise do ciclo operacional da empresa para o estabelecimento de um quociente ideal de liquidez corrente, pois uma empresa industrial irá apresentar um quociente de liquidez corrente maior do que de uma empresa comercial, em razão de naquela os recursos aplicados na atividade terem um retorno mais lento. Na indústria, os recursos permanecem mais tempo dentro do ativo circulante, na forma de estoques de matéria-prima, produtos em elaboração etc.
Obs:
	ATIVO
	PASSITO
	Circulante
	Circulante
	Caixa
	          15
	Fornecedores
	              40
	Banco
	          20
	Empréstimos Bancários
	              60
	Duplicata a Receber
	          85
	 
	 
	Estoques
	        100
	 
	 
	Total
	        220
	Total
	           100
 
Liquidez Corrente = Ativo Circulante / Passivo Circulante
LC = 220 / 100 = 2,20   ou 220%  (LC). 
O índice 2,2 indica que os créditos e bens do Ativo circulante correspondem a duas vezes o valor das dívidas de curto prazo. Para cada $ 1,00 de dívida, a companhia dispõe de $ 2,20 no Ativo circulante.
A liquidez corrente com índice superior a 1 indica que o capital circulante líquido (AC – PC) é positivo. O índice de liquidez corrente menor que 1 normalmente traduz dificuldades no pagamento das dívidas de curto prazo.
 
2  Liquidez Seca
O índice de Liquidez Seca é utilizado para reconhecer a capacidade de pagamento das obrigações de curto prazo sem considerar os estoques. É um índice apropriado para a análise de empresas que trabalham com estoques de difícil realização financeira, como, por exemplo, as empresas imobiliárias, cuja realização dos estoques é mais lenta.
Obs: Vamos aproveitar os dados do Balanço Patrimonial acima.
Assim, esse índice pode ser obtido aplicando a seguinte fórmula:
LS = AC – ESTOQUE / Passivo Circulante
LS = 220 – 100 / 100    
LS = 1,2 ou 120% ( LS)
O índice igual a 1,2 indica que, sem considerar os recursos provenientes da realização dos estoques, a companhia tem créditos e bens de valor igual às suas dívidas de curto prazo.
 Aula 3: Índice de Liquidez Geral; e Índice de Liquidez Imediata
3.  Liquidez Geral
O índice de Liquidez Geral ou Total é utilizado para reconhecer a capacidade de pagamento de todas as obrigações, tanto de curto quanto de longo prazo, através de recursos não permanentes (Ativo Circulante e Ativo Realizável a Longo Prazo). 
Considera-se adequado que este índice não seja inferior a 1, uma vez que, sendo o índice menor que 1, a companhia estará financiando, pelo menos em parte, as aplicações no permanente com recursos de terceiros, o que geralmente provoca grandes dificuldades de pagamento das obrigações.
As aplicações no permanente têm retorno demorado e devem ser financiadas com recursos próprios, ou com recursos de terceiros amortizáveis à longo prazo.
Vamos ver os dados do Balanço Patrimonial abaixo:                 
	ATIVO
	PASSITO
	Circulante
	Circulante
	Caixa
	   15
	Fornecedores
	 160
	Banco c/ Movimento
	   20
	Empréstimos Bancário
	 240
	Duplicata a Receber
	 185
	 
	 
	Estoques
	 200
	 
	 
	 
	 
	Total
	 400
	 
	 
	Exigível à Longo Prazo
	 
	Total
	 420
	Financiamento Bancários
	 250
	Realizável à Longo Prazo
	 
	 
	 
	Empréstimos a Sócios
	 
	 
	 
	Total
	 
	 
	 
	Total Ativo
	820
	 
	 
Assim, esse índice pode ser obtido aplicando a seguinte fórmula:
 
LIGUIDEZ GERAL = ATIVO CIRC. + ATIVO REALIZÁVEL À LONGO PRAZO
                          PASSIVO CIRCULANTE + PASSIVO EXIGÍVEL À LONGO PRAZO
 
LG = 420 + 400 / 400 + 250
LG = 1,26  ou 126%                                              
 
Este índice indica que a companhia tem bens e direitos no Ativo Circulante e Realizável à Longo Prazo correspondente a 1,26 o valor de suas dívidas e pode saldá-las sem ter que recorrer aos bens do permanente.
 
4.  Liquidez Imediata
É utilizado na verificação do nível de recursos que são mantidos para cumprimento dos compromissos mais imediatos e também dos eventuais. Observe que as empresas não precisam manter como disponibilidade valores correspondentes a todas as suas dívidas de curto prazo (Passivo circulante), possibilitando que o índice de liquidez imediata, na grande maioria das vezes, seja bem menor que 1.
 Esse índice torna-se muito importante para o caso de instituições financeiras e de empresas que desenvolvem um grande número de operações à vista, uma vez que elas devem manter um volume mais elevado de disponibilidades.
 Assim,
Onde: LI = Liquidez Imediata
          Disp= Disponibilidade
          PC = Passivo Circulante
 
 Exemplo:
No exemplo acima, as disponibilidades são correspondentes aos saldos das contas Caixa e Bancos c/ Movimento. Assim, a liquidez imediata seria calculada da seguinte forma:
Ou seja, Liquidez Imediata  0, 35 OU 35%
O índice 0,35 indica que as disponibilidades correspondem a 35% do valor das dívidas de curto prazo. Para cada $ 1,00 de dívidas, a companhia dispõe de $ 0,35 de disponibilidades.
21 a 27/02
Aula 4: Índices de Endividamento: Introdução
Introdução:
Este índice demonstra o grau de endividamento da empresa. Ao se analisar esse indicador por diversos exercícios pode-se verificar a política de obtenção de recursos da empresa, isto é, se a empresa vem financiando o seu Ativo com Recursos Próprios ou de Terceiros e em que proporção.
Sabe-se que o Ativo (aplicação de recursos) é financiado por Capitais de Terceiros (Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo) e por Capitais Próprios (Patrimônio Líquido). Portanto, Capitais de Terceiros e Capitais Próprios são fontes (origens) de recursos. Também, são os indicadores de endividamento que informam se a empresa se utiliza mais de recursos de terceiros ou de recursos dos proprietários.
Esse indicador, ainda, possibilita saber se os recursos de terceiros têm seu vencimento alocado em Curto Prazo (Circulante) ou em Longo Prazo (Exigível a Longo Prazo).
Segundo Teles (2003, p. 5), na Análise do Endividamento há necessidade de detectar as características do seguinte indicador:
Empresas que recorrem a dívidas como um complemento de Capitais Próprios para realizar aplicações produtivas no seu Ativo (ampliação, expansão, modernização etc.). Este endividamento é sadio, mesmo sendo um tanto elevado, pois as aplicações produtivas deverão gerar recursos para saldar o compromisso assumido.
Empresas que recorrem a dívidas para pagar outras dívidas que estão vencendo. Por não gerarem recursos para saldar os seus compromissos, elas recorrem a empréstimos sucessivos. Permanecendo este círculo vicioso, a empresa será uma séria candidata à insolvência e, consequentemente, à falência.
A composição do endividamento promove muitas informações significativas sobre os compromissos assumidos revelando se são a Curto Prazo (normalmente utilizados para financiar o Ativo Circulante) ou a Longo Prazo (normalmente utilizado para financiar o Ativo Permanente).
Em geral, considera-se que a proporção favorável seria aquela que contasse nas dívidas a Longo Prazo, propiciando à empresa tempo maior para gerar recursos que possibilite a quitação de seus compromissos. Nesse sentido, a expansão e modernização das empresas devem ser financiadas com recursos a Longo Prazo, obtendo, assim, maior prazo para quitação e para a geração dos retornos planejados.
A composição do endividamento com concentração significativa no Passivo Circulante (Curto Prazo) indicará que a empresa tem possibilidades reais de dificuldades num momento de reversão de mercado (o que não aconteceria se as dívidas estivessem concentradas no Longo Prazo). No caso contrário, em um momento de revés, se a concentração fosse a Longo Prazo, a empresa teria tempo hábil para replanejar a sua situação financeira.
No entanto, apenas um estudo minucioso desses índices poderá desvendar a real situação financeira do empreendimento. Assim, para esta unidade serão estudados os seguintes Índices:
de Participação de Capitais de Terceiros (PCT)
de Composição de Endividamento
de Imobilização do Patrimônio Líquido
E posteriormente, na unidade III, estudaremos os Índices:
de Imobilização dos Recursos Não Correntes
de Nível de Desconto de Duplicatas
de Endividamento Financeiro Sobre o Ativo Total
 
 
Aula 5: Índices de Endividamento (teoria); Participação de Capitais de Terceiros; e Composição de Endividamento
 
1.  Índices de Endividamento.
Os índices financeiros é a forma mais resumida de se analisar as demonstrações financeiras de uma empresa. Nesta aula veremos a interpretação do índice composição de endividamento.
Endividamento (CE): Indica quanto da dívida total da empresa deverá ser paga a Curto Prazo, isto é, as Obrigações a Curto Prazo comparadas com as obrigações totais.
A interpretação deste índice é no sentido de que “quanto maior, pior”, mantidos constantes os demais fatores, observando que, quanto mais dívidas para pagar à Curto Prazo, maior será a pressão para a empresa gerar recursos para honrar seus compromissos.
Balanço Patrimonial
	ATIVO
	PASSIVO
	Circulante
	350
	Circulante
	270
	Realizável à Longo Prazo
	85
	Realizável à Longo Prazo
	90
	Permanente
	215
	PATRIMÔNIO LÍQUIDO
	290
	Total do Ativo
	650
	Total do Passivo
	650
 
Fórmula:
Comp. Endividamento = Passivo Circ. / Passivo Circ. + Exigível à Longo Prazo * 100
CE = PC / PC + ELP * 100           
CE = 270 / 270 + 90 *100
CE = 75,00%
 
Desse modo, para cada $100,00 de dívida que a empresa tem $75,00 vence à Curto Prazo, ou seja, num período inferior a um ano.
  ______________________________________________________________
2.   Índices de Endividamento: Participação de Capitais de Terceiros
O percentual obtido neste indicador aponta a relação existente entre o Capital de Terceiros e o Patrimônio Líquido, retratando a dependência da empresa em relação aos recursos externos. A interpretação deste, isoladamente, tem por objetivo avaliar o risco da empresa, no sentido de que “quanto maior, pior”, sendo mantidos constantes os demais fatores. Entretanto, para a empresa, pode ocorrer que o endividamento lhe permita melhor ganho, porém, associado ao maior ganho estará um maior risco.
O Índice de Participação de Capitais de Terceiros confronta duas grandes fontes de recursos da empresa: Capitais Próprios e Capitais de Terceiros, permitindo, do ponto de vista estritamente financeiro, observar que quanto maior a relação de Capital de Terceiros/Patrimônio Líquido menor a liberdade de decisões financeiras da empresa ou maior a dependência a esses terceiros.
Sob a visão da obtenção de lucro, considera-se vantajoso para a empresa trabalhar com Capitais de Terceiros se a remuneração paga a esses capitais for menor do que o lucro conseguido com a sua aplicação nos negócios.
Portanto, ao se interpretar o índice de Participação de Capitais de Terceiros, deve-se observar com cautela, uma vez que, fazendo-se análise exclusivamente do ponto de vista financeiro, apura-se o risco de insolvência e não a sua relação com lucro ou prejuízo.
Considerando os dados a seguir, podemos visualizar sua participação de Capitais de Terceiros conforme segue:
	ATIVO
	PASSIVO
	Circulante
	350
	Circulante
	270
	Realizável à Longo Prazo
	85
	Realizável à Longo Prazo
	90
	Permanente
	215
	PATRIMÔNIO LÍQUIDO
	290
	Total do Ativo
	650
	Total do Passivo
	650
O índice do Capital de Terceiros é formado pela formula:
Participação de Capitais de Terceiros = Passivo Circulante + Exigível Longo Prazo / Patrimônio Líquido * 100
Particip. de Capitais de Terceiros = Passivo Circ. + Exigível Longo Prazo / Patrimônio Líquido * 100
PCT = PC + ELP / PL * 100
PCT = 270 + 90 / 290 * 100
PCT = 124,14%
O que significa que para cada $100,00 de Capital Próprio, a empresa utiliza $124,14 de Recursos de Terceiros.
3.  Índices de Endividamento: composição de Endividamento.
 
Os índices financeiros são a forma mais resumida de se analisar as demonstrações financeiras de uma empresa. Nesta aula veremos a interpretação do índice composição de endividamento.
Composição de Endividamento (CE)
Indica quanto da dívida total da empresa deverá ser paga a Curto Prazo, isto é, as Obrigações a Curto Prazo comparadas com as obrigações totais.
A interpretação deste índice é no sentido de que “quanto maior, pior”, mantidos constantes os demais fatores, observando que, quanto mais dívidas para pagar a Curto Prazo, maior será a pressão para a empresa gerar recursos para honrar seus compromissos.
Convém lembrar que, uma vez observada a proporção dessas obrigações,o passo seguinte é analisar a composição dessas obrigações. É necessário verificar se para a quitação das dívidas de curto prazo existe em contrapartida recursos, também, de curto prazo. A comparação do montante de dívidas no Curto Prazo com o endividamento total, além de mostrar as características da empresa quanto ao vencimento das dívidas, reconhece sua capacidade de geração de recursos e mesmo sua condição de renovar a dívida de Curto Prazo junto aos credores.
Esse índice é obtido pela seguinte fórmula:
Comp. Endivid. = Passivo Circulante / Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo * 100  CE = PC/ PC + ELP * 100
CE = 270 / 270 + 90 * 100
CE =75,00 %  
 
 Exemplo:
Considerando os dados, a seguir, podemos visualizar a composição de seus Capitais de Terceiros, quanto ao vencimento a Curto ou a Longo Prazo, conforme segue:
 
 
	ATIVO
	PASSIVO
	Circulante
	350
	Circulante
	270
	Realizável à Longo Prazo
	85
	Realizável à Longo Prazo
	90
	Permanente
	215
	PATRIMÔNIO LÍQUIDO
	290
	Total do Ativo
	650
	Total do Passivo
	650
 
 
Desse modo, para cada $100,00 de dívida que a empresa tem $75,00 vence a Curto Prazo, ou seja, num período inferior a um ano.
28/02 a 06/03
Aula 6: Índice de Rentabilidade
Índice de Rentabilidade:
O índice de rentabilidade será mais bem utilizado na medida em que se relacionar o lucro de uma empresa com algum valor que expresse a dimensão relativa do mesmo, para analisar o desempenho da empresa em determinado período.
O relacionamento das variáveis de composição deste índice depende do objetivo ou da decisão para a qual é preciso informação. Nesse sentido, BLATT (2001, p.82) considera que as empresas visam à obtenção de lucros, mantendo relações adequadas de custo em relação à receita, ou margens. Mudanças nos níveis de receita conduzem a tendência, para cima ou para baixo, dos níveis de despesa nas áreas de custos mais variáveis.
A apuração do índice de rentabilidade, considerado pela dimensão do lucro, leva em conta volume de vendas, valor do ativo total, valor do patrimônio líquido, ou valor do ativo operacional, dependendo do resultado que pretende obter. O importante é utilizar o conceito no numerador compatível com o empregado no denominador, para que o resultado possa oferecer inferência apropriada das informações obtidas.
Segundo PADOVEZE et al (2004, p.102 e 103), a análise de rentabilidade pode ser estudada em três abordagens:
1ª) Tem como referência os donos da empresa: considera a relação do lucro líquido após os impostos com o valor do Patrimônio Líquido, mensurando a rentabilidade à luz do interessado mais importante do investimento na empresa, que é o dono do capital;
2ª) Objetiva mensurar a rentabilidade da empresa como um todo, ou seja, do ativo;
3ª) Busca identificar o impacto do financiamento que a empresa obteve do capital de terceiros, para verificar se houve vantagens na utilização desses capitais.
Assim, em seguida serão estudados os seguintes índices:
Giro do Ativo
Margem Líquida
Rentabilidade do Ativo
Rentabilidade do Patrimônio Líquido
Giro do Ativo
O giro do ativo demonstra quantas vezes o ativo girou como resultado ou efeito das vendas, ou quanto a empresa vendeu para cada $ 1,00 de investimento total. Portanto, quanto maior, melhor.
O desempenho e o sucesso de uma empresa dependem de uma série de fatores, entretanto, o volume de vendas é um elemento fundamental para diagnosticar o êxito das atividades empresariais. Assim, a relação do volume de vendas com outros elementos das contas patrimoniais permite conhecer se o rendimento foi satisfatório ou não, e incrementa as informações para a tomada de decisão, com finalidade de corrigir os rumos da empresa.
Este índice, apurado conforme a fórmula a seguir, tem muita importância para as empresas, visto que toda empresa investe capitais esperando retorno, que normalmente começa a surgir a partir do bom desempenho da área comercial.
GIRO DO ATIVO = VENDAS LÍQUIDAS / ATIVO
  Exemplo
Se a empresa consegue um índice de Giro do Ativo de 1,10, pode-se dizer que para cada $ 1,00 investido no Ativo a empresa conseguiu vender $ 1,10, ou seja, o volume de vendas atingiu 1,10 vezes o volume de investimentos. Entretanto, outros aspectos precisam ser considerados, pois mesmo conseguindo girar 1,10 o valor do Capital Total investido, a empresa poderia não ter lucratividade.
Margem Líquida
Esse quociente evidencia qual foi a lucratividade que a empresa obteve frente à geração de receitas. Em outras palavras: quanto a empresa obteve de lucro em relação ao volume faturado.
BLATT (2001, p.83) afirma que o coeficiente de margem líquida mede a eficiência total da empresa em gastar dinheiro para fazer dinheiro, ou melhor, mostra o desempenho da empresa em controlar custos em relação aos níveis de vendas. Dessa forma, a análise é feita sob a forma de quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100,00 vendidos, por isso, quanto maior, melhor.
O quociente de margem líquida pode ser obtido por meio da seguinte fórmula:
MARGEM LÌQUIDA = LUCRO LÍQUIDO / VENDAS LÍQUIDAS * 100
 Rentabilidade do Ativo
A Rentabilidade do Ativo mensura a lucratividade, o quanto a empresa obteve de lucro líquido diante das aplicações realizadas, ou seja, mede quanto a empresa obtém de lucro para cada $100,00 de investimento total. Para Matarazzo (1995, p.185), este quociente representa “... uma medida da capacidade da empresa em gerar lucro líquido e assim poder capitalizar-se. É ainda uma medida do desempenho comparativo da empresa ano a ano”.
Esse índice pode ser obtido por meio da seguinte fórmula:
RENTABILIDADE DO ATIVO = LUCRO LÍQUIDO / ATIVO * 100
Exemplo:
Considerando que uma empresa tenha obtido, para cada $ 100,00 de Capital Próprio investido, uma taxa de 15,02, então, significa que para cada $ 100,00 de Capital Próprio investido se obteve um retorno de $15,02, ou 15,02%.
 
Aula 7: Análises - Análise Vertical e Análise Horizontal
1. Análise Vertical
Considerada também como análise da estrutura, a análise vertical envolve a relação entre um elemento e o grupo de que ele faz parte. A análise vertical envolve elementos homogêneos, mas relativos a um mesmo exercício, ao contrário da análise horizontal, que é relativa, necessariamente, a exercícios distintos.
Matarazzo (1995, p.249) afirma que a análise vertical é baseada em valores percentuais e que, para isso, deve-se calcular o percentual de cada conta em relação a um valor base. Em concordância, Padoveze (2004, p.171) afirma que análise vertical é a análise da participação percentual ou de estrutura dos elementos das Demonstrações Contábeis, onde um determinado elemento patrimonial, que a princípio deve ser o mais importante, assume-se como 100% e faz-se uma relação percentual de todas as demais contas sobre ele. Assim, na análise vertical do balanço, calcula-se o percentual de cada conta em relação ao total do Ativo, para saber a relação de uma conta pelo total do Ativo, ou se a informação que se quer obter é a relação de uma conta por um grupo específico, pode-se dividir o valor da conta desejada pelo total do grupo específico, exemplificando o saldo da conta “Bancos conta movimento” dividido pelo total do Ativo Circulante.
Padoveze (2004, p.172) afirma, ainda, que a análise vertical assumiu para o Balanço Patrimonial o total do Ativo e do Passivo como 100%, e para a Demonstração do Resultado do Exercício adota-se como 100%, o valor total da receita de vendas, líquido dos impostos, bem como das devoluções, ou seja, a denominada receita operacional líquida. As relações obtidas na análise vertical da Demonstração de Resultado de Exercício traduzem-se na verificação da estrutura de custos e despesas da empresa e da mensuração das margens de lucratividade das vendas.
 Exemplo
Supondo que o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado de uma determinada empresa apresentem os seguintes valores:
 Dividindo o Ativo circulante pelo Ativo total, apura-se:     200 ÷ 1.000 = 0,2, que é equivalente a 20%. Dessemodo, pela análise vertical, podemos observar que o Ativo circulante representa 20% do Ativo total e, assim, o grupo do Ativo com maior participação é o permanente, que corresponde a 50% do Ativo total. Do mesmo modo, no Passivo a participação do Patrimônio Líquido é de 60% enquanto o Circulante representa 28%. Na demonstração de resultado, o custo das vendas equivale a 58%, enquanto as despesas representam, em média, 30% das vendas. A lucratividade apurada na relação lucro/vendas representa 12% para cada venda.
07 a 13/03
Aula 8: Analises - Análise Horizontal e vertical
Continuação:
2. Análise Horizontal
 A análise horizontal permite verificar a evolução dos elementos patrimoniais ou de resultado durante um determinado período, ou seja, possibilita a comparação entre os valores de uma mesma conta ou grupo de contas em diferentes exercícios sociais. É uma análise através do tempo desenvolvida por números índices.
Nota-se, entretanto, que os elementos comparados, embora em período diferentes, devem ser homogêneos, permitindo as inferências de informações. Nesse sentido, Padoveze (2004, p.175) argumenta que a análise horizontal é uma análise da evolução, crescimento ou diminuição, que permite identificar a variação positiva ou negativa de um período em relação ao anterior. Toma-se como 100% todas as contas de um determinado período e faz-se uma relação percentual em cima dos dados desse período. O novo número relativo indica quanto o período subsequente é maior ou menor que o período anterior. Como é comum utilizar vários períodos, a variação sequencial e consecutiva acaba indicando uma tendência de crescimento ou diminuição.
Para Matarazzo (1995, p.253), a análise horizontal baseia-se na evolução de cada conta de uma série de Demonstrações Contábeis em relação à demonstração anterior e/ou em relação a uma Demonstração Contábil básica, geralmente a mais antiga.
Ribeiro (2001, p.177) afirma que “este tipo de análise possibilita o acompanhamento do desempenho de cada uma das contas que compõem a demonstração em questão, ressaltando as tendências evidenciadas em cada uma delas, sejam de evolução ou de retração.”
 
 
Exemplo
Supondo que o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultado de uma determinada empresa apresentem os seguintes valores:
 Dividindo o ativo circulante de 2002 pelo ativo circulante de 2001, apura-se: 150 ÷ 100 = 1,5. O que excede a 1,00, que é 0,5, multiplicado por 100% transforma-se em variação positiva de 50%. Assim, podemos observar que o Ativo circulante em 2002 sofreu aumento de 50% em relação ao ano de 2001.
 Observação
Lembrando que a existência de inter-relações entre os elementos patrimoniais e a significância ou não dos valores devem ser levadas em consideração, as análises verticais e horizontais devem ser feitas em conjunto.
Aula 9: Relatório de Análise - introdução
Introdução:
O relatório é um documento que contém os apontamentos e as análises resultantes das inferências obtidas na análise das demonstrações contábeis.
No intuito de fazer melhor abordagem didática, nesta unidade utilizaremos o exemplo apresentado por Ribeiro em seu livro Estrutura e Análise de Balanços às páginas 188 a 212, que emprega um processo de análise de balanço em sete etapas:
1ª etapa: exame e padronização das demonstrações financeiras
2ª etapa: coleta de dados
3ª etapa: cálculos dos indicadores
4ª etapa: interpretação dos quocientes 5ª etapa: análise vertical/horizontal
6ª etapa comparação com padrões 7ª etapa: elaboração de relatórios
A seguir apresenta-se um exemplo prático no qual você poderá vivenciar, passo a passo, todas as etapas do Processo de Análise.
14 a 20/03
Aula 10: Relatório de Análise: Primeira e Segunda Etapas
Primeira Etapa: Padronização
Nesta primeira etapa, de posse das demonstrações financeiras, define-se o objetivo da análise, que, neste caso, será o conhecimento da situação econômico-financeira da empresa. Inicia-se o Processo de Análise observando cada uma das demonstrações, para tomar conhecimento da composição de cada conta e de seus respectivos grupos e, em seguida, elaborar as demonstrações padronizadas.
Embora as demonstrações financeiras sejam atualmente elaboradas de acordo com o que estabelece a Lei 11638/07, que visa facilitar a interpretação e o conhecimento da situação financeira da entidade, alguns ajustes precisam ser efetuados.
 
Acompanhe, agora, os principais ajustes efetuados para fins de análise:
 
Ativo
a) No grupo das disponibilidades, incluímos os saldos das contas Caixa, Bancos conta Movimento e Aplicações de Liquidez Imediata.
b) A conta Contas a Receber de Clientes foi transcrita já subtraída do valor da Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa, porém não foi deduzida do saldo das Duplicatas Descontadas.
c) A conta Duplicatas Descontadas foi reclassificada no Passivo Circulante por representar característica de empréstimo.
d)Os grupos de contas Ativo Imobilizado e Ativo Diferido foram transcritos já deduzidos dos respectivos valores das Depreciações e Amortizações Acumuladas.
 
Veja, agora, o principal ajuste efetuado para fins de análise:
Para fins de cálculo dos Quocientes de Rentabilidade, utilizamos, da Demonstração do Resultado do Exercício, apenas o valor da Receita Líquida de Vendas e o valor do Lucro Líquido. Assim, deixaremos de comentar as alterações efetuadas nesta demonstração (pela simples leitura de cada item será fácil entendê-las).
 
Segunda Etapa: Coleta de Dados:
Esta etapa consiste na extração de dados das demonstrações financeiras. Esses dados serão utilizados na composição das 12 fórmulas para cálculos dos quocientes selecionados para a análise da situação econômico-financeira.
 
 Da Demonstração do Resultado do Exercício, extrairemos os seguintes dados:
Aula 11: Relatórios de Análise - terceira e quarta etapas
Relatórios de Análise – terceira
Após coletar os dados das demonstrações financeiras, o próximo passo será efetuar o cálculo dos indicadores.
Quarta Etapa: Interpretação dos Quocientes
Participação dos Capitais de Terceiros
No exercício de 2001, a empresa tomou $ 3,40 para cada $ 1,00 de Capital Próprio; em 2002, esta proporção correspondeu a $ 1,60 de Capitais de Terceiros para cada $ 1,00 de Capitais Próprios.
Pela análise isolada deste quociente, podemos concluir que tanto em 2001 quanto em 2002 a empresa encontrava-se endividada, pois trabalhava com Capitais de Terceiros em proporção maior do que com Capitais Próprios.
O quociente revela, nos dois exercícios, situação desfavorável, pois não há folga que dê, à empresa, liberdade financeira para tomadas de decisão.
Logo, o quociente revela que a empresa encontra-se, nos dois exercícios, em mãos de terceiros.
Pode-se verificar que, do exercício de 2001 para o exercício de 2002, há uma queda considerável, provocando redução no grau de endividamento. Este fato ocorre, certamente, em função de um esforço realizado pela empresa, visando melhorar sua situação.
Embora o grau de endividamento seja alto, se a empresa conseguir recursos para pagar suas dívidas em dia, poderá muito bem conviver com a situação em que se encontra. Esta conclusão poderá ser confirmada através da análise dos Quocientes de Rentabilidade.
 
• Composição do Endividamento
Como o quociente anterior revelou alto grau de dependência de Capitais de Terceiros, através da análise do presente quociente verificaremos se o endividamento representa dificuldades imediatas, ou se a empresa ainda tem alguma folga que lhe permita captar recursos visando cobrir os compromissos assumidos.
No exercício de 2001, a maior parte dos Capitais de Terceiros foi tomada para pagamento a curto prazo. Assim, podemos dizer que, naquele exercício, a situação da empresa não era boa. No exercício de 2002, entretanto, a situação melhorou, pois a proporção dos Capitais de Terceiros de Curto Prazo em relação aos de Longo Prazo passou de 1,00 para 0,61.
Como este quociente é do tipo “quanto menor, melhor”, a queda que ocorreu de 2001 para 2002 revelamelhora no grau de endividamento. Podemos então concluir que a empresa, de um exercício para outro, executou boa política de administração de suas dívidas. A continuar este procedimento, em pouco tempo a empresa conseguirá reverter o quadro desfavorável para favorável.
 
• Imobilização do Patrimônio Líquido
Em 2001, a empresa investiu 160% do Patrimônio Líquido no Ativo Permanente; no exercício de 2002, as imobilizações do Capital Próprio atingiram 110%. Isto equivale dizer que, nos dois exercícios, o Patrimônio Líquido não foi suficiente para cobrir os investimentos efetuados no Ativo Permanente, e revela que Capitais de Terceiros foram utilizados para cobrir o excesso.
Tanto no exercício de 2001 quanto no de 2002 não há Capital Circulante Próprio, indicando que os investimentos no Ativo Permanente consumiram todo o Patrimônio Líquido e parte dos Capitais de Terceiros. Quando isto ocorre, é importante analisar o Quociente de Imobilização dos Recursos Não-Correntes para verificar se esta situação é realmente grave ou não.
Sendo o Ativo Permanente superior ao Patrimônio Líquido, podemos concluir que a empresa em análise não atravessa bons momentos financeiros.
Para reverter este quadro, a empresa precisa procurar aumentar sua rentabilidade para, gradativamente, deixar a dependência de terceiros.
 
• Imobilização dos Recursos Não correntes
Sabemos que não é comum uma empresa comercial imobilizar importâncias superiores ao Patrimônio Líquido, salvo nos casos de expansão.
Os quocientes anteriores revelaram alto grau de dependência de Capitais de Terceiros nos dois exercícios analisados. No exercício de 2001, o Ativo Permanente correspondeu a 160% do Patrimônio Líquido; em 2002, correspondeu a 110%. Conforme já dissemos na interpretação do quociente anterior, houve uma melhora no exercício de 2002 em relação ao exercício de 2001.
Analisando o presente quociente, verificamos que, no exercício de 2001, a empresa imobilizou 160% do total dos Recursos Não correntes: em 2002. Este percentual caiu para 67%. Esta queda de mais de 100%, observada no exercício de 2002 em relação ao exercício de 2001, ocorreu em função de a empresa ter tomado empréstimos de longo prazo para pagar os compromissos de curto prazo, revelando boa administração de suas dívidas.
Se através da análise dos Quocientes de Rentabilidade ficar confirmado que a empresa mostrou melhora na rentabilidade de um exercício para outro, interpretando em conjunto estes quocientes poderemos dizer que a empresa realmente está no caminho certo para reduzir seu grau de endividamento.
21 a 27/02
Aula 12: Relatório de Análise: continuação da quarta etapa
Prosseguiremos nesta aula elucidando o relatório e análise na quarta etapa: Interpretação dos Quocientes.
 
• Liquidez Geral
Este quociente revela que, em 2001, a empresa tinha sua liquidez totalmente comprometida, pois todo o Ativo Circulante mais o Realizável a Longo Prazo eram insuficientes para garantir o pagamento das suas obrigações de curto e de longo prazo.
O quociente de 0,82 em 2001 revela que, naquele exercício, a empresa tinha, em seu Ativo Circulante mais Realizável a Longo Prazo, apenas $ 0,82 para cada $ 1,00 de dívidas a curto e a longo prazo. Independentemente de comparação com padrões, a empresa encontrava-se, em 2001, em mãos de terceiros. No exercício de 2002, o quociente ainda indica dependência de Capitais de Terceiros, mas houve uma melhora considerável: agora, para cada $ 1,00 de dívidas totais, a empresa tem, em seu Ativo Circulante mais Realizável a Longo Prazo, $ 0,93. Esta melhora certamente ocorreu em função do aumento da rentabilidade, que será verificada na interpretação dos Quocientes de Rentabilidade.
O quociente revela, ainda, que nos exercícios de 2001 e 2002 a empresa não conseguiu pagar seus compromissos com recursos próprios. Isso também foi observado na análise dos Quocientes de Estrutura de Capitais, que revelaram alto grau de endividamento.
Embora, no exercício de 2002, a situação não seja ideal, o quociente revela tendência de melhora, que já foi observado pela análise dos quocientes anteriores.
 
• Liquidez Corrente
Este quociente indica que em 2001 a empresa tinha, no Ativo Circulante, $ 0,64 para cada $ 1,00 de dívidas a curto prazo, apresentando situação desfavorável. Independentemente de análise minuciosa em relação aos prazos de vencimento das obrigações, a empresa precisaria gerar recursos de curto prazo para saldá-las.
Este quadro observado no exercício de 2001 mudou completamente no exercício de 2002, no qual a empresa passou a ter, no Ativo Circulante, $1,35 para cada $ 1,00 de dívidas a curto prazo. Em 2002, além de pagar os compromissos de curto prazo, a empresa possuía ainda $ 0,35 de sobra para cada $ 1,00 de dívida. Essa diferença indica a existência no Capital Circulante Líquido uma folga financeira que permite à empresa manipulá-la, investindo em novas compras ou até mesmo financiando vendas a prazo, gerando novos recursos para a empresa.
• Liquidez Seca
No exercício de 2001, o quociente indicava a existência de dificuldades financeiras para o cumprimento dos compromissos de curto prazo; no exercício de 2002, embora o índice indicasse ainda dificuldades, revelava, porém, situação melhor.
Conjugando os resultados dos Quocientes de Liquidez Corrente com os de Liquidez Seca, observamos que no exercício de 2001 a situação de solvência da empresa era totalmente desfavorável; no exercício de 2002, porém, houve considerável melhora, embora ainda não seja a situação ideal.
 
• Liquidez Imediata
Conforme já dissemos, este quociente pouco ou quase nada acrescenta às conclusões do analista acerca da situação financeira da entidade. Portanto, deixaremos de considerá-lo nesta análise.
Pela análise dos Quocientes de Estrutura de Capitais e de Liquidez, concluímos que no exercício de 2001 a empresa não se encontrava bem estruturada sob o ponto de vista financeiro. No exercício de 2002, porém, embora não se possa dizer que ela tenha alcançado situação ideal, a interpretação dos quocientes financeiros revela tendências de melhora.
 
• Giro do Ativo
Este quociente revela que no exercício de 2001 a empresa vendeu $ 2,18 para cada $ 1,00 investido no Ativo, ou seja, conseguiu girar os investimentos totais 2,18 vezes no ano.
No exercício de 2002, o quociente de 2,13 indica pequena queda nas vendas em relação aos investimentos totais.
Nota-se, assim, que o desempenho comercial da empresa praticamente se manteve de um exercício para outro. Para saber se estas marcas são boas ou não para o ramo de atividade da empresa, será necessário compará-Ias com padrões, conforme faremos na sexta etapa deste processo.
 
• Margem Líquida
O quociente de 0,09 alcançado no exercício de 2001 indica que a empresa conseguia obter lucro líquido correspondente a 9% do valor da Receita Líquida de Vendas; no exercício de 2002, o quociente de 0,17 indica que a empresa conseguiu quase duplicar sua lucratividade.
Este quociente vem confirmar as observações anteriores acerca dos quocientes financeiros, que revelavam tendências de melhora na situação financeira de um exercício para outro.
O aumento da lucratividade pode ter várias origens, como aumento no volume de vendas, redução de custos das mercadorias vendidas (quando a empresa consegue melhores preços junto aos fornecedores) ou através de contenção de gastos com despesas administrativas, com vendas etc.
Pela análise dos Quocientes de Estrutura de Capitais, que revelaram a transposição de dívidas do Passivo Circulante para o Passivo Exigível a Longo Prazo, a empresa, no exercício de 2002, reduziu seus gastos financeiros, o que pode ter contribuído para a melhora na margem de lucratividade.
 
• Rentabilidade do Ativo
Este quociente revela que, no exercício de 2001, para cada $ 1,00 de investimentos totais, a empresa obteve $ 0,19 de lucro. No exercício de 2002, esta relação foi de $ 0,36 para cada $ 1,00 de investimentos, revelando que a empresa melhorou seu potencial de geração de lucros. Isto confirmaas observações anteriores de que no exercício de 2002 a empresa melhorou sua política administrativa, permitindo-lhe aumentar o potencial de gerar lucros. Apurando lucros, a empresa pode capitalizá-los, aumentando o Patrimônio Líquido e melhorando a participação dos Capitais Próprios em relação aos Capitais de Terceiros, o que confirma as observações anteriores, evidenciando o melhor desempenho da empresa em 2002, em relação a 2001.
O quociente revela, ainda, que a empresa encontra-se realmente em fase de crescimento. Em 2001, demoraria pouco mais de cinco anos para dobrar seus investimentos efetuados no Ativo, enquanto em 2002 demoraria pouco menos de três anos.
 
• Rentabilidade do Patrimônio Líquido
Em 2001, a empresa obteve $ 0,86 de lucro para cada $ 1,00 de Patrimônio Líquido. Em 2002, essa marca melhorou consideravelmente, pois para cada $ 1,00 investido no Patrimônio Líquido a empresa obteve $ 0,95 de Lucro Líquido.
Para saber se os proprietários realmente ganharam, investindo seus Capitais na Comercial Rio Verde S.A., será preciso comparar a lucratividade alcançada com outros investimentos do mercado, como CDBs, RDBs, poupança etc.
Finalmente, pela interpretação dos Quocientes de Estrutura de Capitais, Liquidez e Rentabilidade, podemos dizer que no exercício de 2002, em relação a 2001, a empresa Comercial Rio Verde S.A. apresentou melhor desempenho, embora ainda não tenha alcançado o patamar ideal. 
É importante, ainda, ressaltar que no exercício de 2001 os proprietários demorariam 1,16 ano para recuperar o valor do Capital investido, enquanto no exercício de 2002 essa demora seria de apenas 1,05 ano.
Aula 13: Quinta Etapa: Análises Vertical/Horizontal
Análise Vertical
A Análise Vertical efetuada na Demonstração do Resultado do Exercício é mais útil que a efetuada no Balanço Patrimonial.
Neste caso, analisaremos apenas a Demonstração do Resultado do Exercício. Veja:
Conforme estudamos, através da Análise Vertical podemos verificar a porcentagem de cada conta em relação ao seu conjunto.
Na Demonstração do Resultado do Exercício, o percentual de cada conta é calculado em relação ao total da Receita Líquida de Vendas.
Quando for possível reduzir custos ou despesas, essa redução influirá diretamente no Lucro Líquido, aumentando-o.
Veja alguns pontos que poderão ser abordados através da Análise Vertical das contas constantes da Demonstração do Resultado do Exercício da Comercial:
Custo das Mercadorias Vendidas: no exercício de 2002, o percentual desta conta foi 5,19% menor que no exercício de 2001. Esta redução deve ter ocorrido em função de esforços da empresa visando conseguir maiores vantagens junto aos fornecedores. 
Lucro Bruto: observa-se um aumento de 5,19% no exercício de 2002 em relação ao de 2001, decorrente, obviamente, da redução do Custo das Mercadorias Vendidas. 
Despesas com Vendas: houve aumento de 5,84% em relação ao exercício anterior. Tendo em vista a necessidade da Comercial Rio Verde S.A. de aumentar sua rentabilidade para reduzir seu grau de endividamento, certamente ocorreram em 2002 gastos com promoções de vendas (propagandas, comissões a empregados etc.). 
Despesas Gerais e Administrativas: a empresa conseguiu reduzir em 9,46% os gastos com despesas administrativas, no exercício de 2002, em relação ao exercício de 2001. Esta queda revela a preocupação da empresa em reduzir gastos com pessoal administrativo, materiais etc. 
Outras Despesas Operacionais: houve aumento em relação ao exercício anterior, mas inexpressivo para fins de análise. 
Resultado Operacional antes do Resultado Financeiro: houve aumento, no exercício de 2002, de 8,43% em relação ao exercício de 2001. Esse aumento resultou da redução do Custo das Mercadorias Vendidas e das Despesas Gerais e Administrativas, o que conseguiu anular os aumentos das Despesas com Vendas. 
Receitas Financeiras: houve aumento, no exercício de 2002, de 3,11% em relação ao exercício anterior. Este aumento revela que a situação financeira da empresa apresentou sinais de recuperação, em 2002, em relação a 2001. 
Despesas Financeiras: houve redução, no exercício de 2002, de 5,33% em relação à despesa financeira do exercício de 2001. Essa redução revela que a empresa realmente trabalhou no sentido de reduzir seus gastos. Neste caso, pela análise dos Quocientes de Estrutura de Capitais, podemos observar a obtenção de empréstimos de longo prazo para cobrir dívidas de curto prazo. Esta medida, além de reduzir as despesas financeiras com juros e taxas, que são altas na captação de recursos de curto prazo, permite que a empresa trabalhe melhor o dinheiro, fruto de suas vendas, uma vez que somente a longo prazo desembolsará importâncias para pagar os empréstimos.
Resultado Operacional: houve aumento de 17,40% no exercício de 2002 em relação ao exercício de 2001. Este aumento deu-se em função da boa política adotada pela empresa, visando melhorar sua situação financeira através da redução do CMV, das Despesas Gerais e Administrativas, do aumento das Receitas Financeiras e da redução das Despesas Financeiras. 
Provisões: este item revela que o crescimento em 2002 decorre de aumento obtido na lucratividade. 
Participações: em 2002, a empresa ofereceu a seus empregados 2,67% de suas vendas líquidas como participação nos lucros. Observa-se que em 2001 não houve participação nos lucros. Certamente, este prêmio foi uma das medidas adotadas pela Comercial Rio Verde S.A., que incentivou os empregados a reduzirem custos e a trabalharem mais para aumentar o volume das vendas. 
Lucro Líquido do Exercício: observa-se um aumento de 8% no exercício de 2002 em relação ao exercício de 2001. Este aumento ocorreu em função da boa política adotada pela empresa, que conseguiu reduzir custos e despesas e aumentar o volume das vendas, oferecendo incentivos aos empregados. Os incentivos oferecidos pela empresa podem ser notados pelos aumentos ocorridos nas Despesas com as Vendas e pela Participação nos Lucros.
 
Análise Horizontal
Analisaremos apenas a Demonstração do Resultado do Exercício:
A grande importância da Análise Horizontal é possibilitar o conhecimento da evolução de cada conta ao longo de vários períodos.
No nosso exemplo, dispomos apenas de dados relativos a dois exercícios, quando o ideal seria analisar pelo menos três exercícios.
Tendo em vista apenas o conhecimento superficial da situação econômica financeira da Comercial Rio Verde S.A., veja alguns pontos que poderão ser abordados através da Análise Horizontal da Demonstração do Resultado do Exercício:
Receita Líquida de Vendas: houve aumento de 30% em relação ao exercício anterior. Como estamos considerando que não houve inflação no período, este aumento real decorreu da boa política adotada pela empresa no exercício de 2002, já observada através da Análise Vertical, com aumento das comissões a vendedores, participação nos lucros e redução em determinados grupos de despesas. 
Lucro Bruto: com o aumento no volume das vendas e redução no Custo das Mercadorias Vendidas, a empresa conseguiu aumentar seu Lucro Bruto em 41% em relação ao exercício anterior. 
Despesas com Vendas: a empresa incentivou os vendedores a aumentarem as vendas, pagando melhores comissões. Essa medida fez com que as despesas com as vendas aumentassem 143,75% no exercício de 2002. 
Despesas Gerais e Administrativas: ficaram confirmadas as observações efetuadas na Análise Vertical, em que foi registrada redução no volume dessas despesas em relação ao exercício anterior. Essa redução pode ter ocorrido em função da política de evitar desperdício de materiais e até mesmo da redução do quadro de pessoal.
 
Outras Despesas Operacionais: houve um acréscimo de 50% em relação ao exercício anterior. Esse valor é, entretanto, inexpressivo e não merece, neste caso, maiores cuidados. 
Resultado do Exercício antes do Resultado Financeiro: houve aumento de 74,57% em relação ao exercício anterior pelas razões já observadas na Análise da evolução das contas anteriores. 
Receitas Financeiras: houveacréscimo de 1000% em relação ao exercício anterior. Esse aumento pode decorrer do recebimento de duplicatas com atraso ou de aplicações no mercado financeiro. O mais provável neste caso é que tenha havido aplicações no mercado financeiro. 
Despesas Financeiras: a empresa conseguiu reduzir os gastos com Despesas Financeiras. A redução dos custos e despesas observados nos itens anteriores permitiu que a empresa mantivesse em seu poder mais recursos financeiros por mais tempo, aplicando-os no pagamento de dívidas, sem ter sido necessário tomar empréstimos volumosos ou atrasar o cumprimento de obrigações, e reduzindo, assim, as despesas com juros, multas etc. 
Provisões: houve acréscimo de 150%, resultante do aumento do lucro apurado pela empresa. 
Participações: não ocorreram no exercício anterior, e no exercício de 2002 certamente contribuíram com o aumento da rentabilidade da empresa. 
Lucro Líquido do Exercício: houve aumento de 147,22% em relação ao lucro do exercício anterior, revelando que a empresa tomou medidas adequadas para melhorar sua lucratividade.
28/03 a 03/04
Aula 14: Relatório de Análise: sexta e sétima etapa
Sexta Etapa: Comparação com Padrões
Nesta etapa do Processo de Análise, o analista deve comparar os quocientes encontrados com os Quocientes padrão.
Uma das preocupações do analista nesta fase do Processo de Análise é como encontrar os Quocientes padrão.
Para fins didáticos, pode-se trabalhar com quocientes hipotéticos. Neste momento, interessa mais, desenvolver o raciocínio comparativo entre os quocientes encontrados e os Quocientes Medianos alcançados por empresas que exercem o mesmo ramo de atividade da empresa em análise.
Na vida real, os Quocientes padrão poderão ser obtidos de duas maneiras:
Através de publicações efetuadas por empresas especializadas no cálculo de Quociente padrão;
Mediante cálculos efetuados pelo próprio analista, obedecendo às instruções apresentadas.
Veja, então, um quadro contendo os Quocientes padrão hipotéticos, para fins didáticos:
 A comparação dos quocientes relativos ao exercício de 2002 com os Quocientes padrão, individualmente, pode ser facilmente visualizada no próprio quadro apresentado. Alguns comentários, entretanto, se tornam necessários:
Com relação aos Quocientes de Rentabilidade, a empresa trabalhou no exercício de 2002, acima do padrão de seus concorrentes. Este fato foi revelado pela boa lucratividade apurada.
Pela análise dos Quocientes de Endividamento e de Liquidez, observamos que a empresa não se encontra bem estruturada sob o ponto de vista financeiro; entretanto, há tendências de melhora no futuro, reveladas pela alta lucratividade em relação aos seus concorrentes.
No exercício de 2002, a empresa conseguiu melhorar sua situação financeira e poderá reverter o quadro em pouco tempo, desde que consiga manter a mesma lucratividade.
 
Sétima Etapa: Elaboração do Relatório
Veja, agora, como ficará o Relatório de Análise em relação à análise verificada nas demonstrações financeiras dos exercícios de 2001 e de 2002.
Observe que todos os passos referentes aos cálculos do balanço e das demonstrações a foram realizados para a conclusão da analise final a ser obtida para a empresa, a qual tem um teor importantíssimo.  É através do relatório que as informações finais iram ser transmitidas para quem é de direito. 
Aula 15: Capital de Giro
É interessante observar que o Capital De Giro (CDG) possui o mesmo valor que o Capital Circulante Líquido (CCL), definido no sentido clássico como a diferença entre o Ativo Circulante (AC) e o Passivo Circulante (PC):
CDG = AC − PC
Na segunda forma, o CDG é calculado com base nas fontes e aplicações, ou seja, nas contas não circulantes do balanço patrimonial.
 CDG = ELP + PL − RLP + AP
Onde:
ELP = Exigível a Longo Prazo;
PL = Patrimônio Líquido
RLP = Realizável a Longo Prazo
AP = Ativo Permanente
 
Deve ser observado que o CDG pode assumir tanto valores positivos quanto negativos, em função do volume de fontes de longo prazo disponíveis e das aplicações também de longo prazo realizadas pela empresa.
Caso seja positivo (Passivo de longo prazo > Ativo de longo prazo), o CDG constituirá uma fonte de recursos de longo prazo, disponível para financiar a Necessidade de Capital de Giro (NCG) e outras aplicações. No entanto, caso seja negativo (Passivo de longo prazo < Ativo de longo prazo), o CDG representará uma aplicação de longo prazo que precisa ser financiada, o que, na maior parte dos casos, irá ocasionar uma pressão adicional sobre a posição financeira da empresa.
O CDG é negativo quando o Passivo de longo prazo é menor que o Ativo de longo prazo, como no caso ilustrado no Quadro 2.
Quando o Ativo de longo prazo é menor que o Passivo de longo prazo tem-se um CDG positivo, conforme ilustrado no Quadro 3.
Salanek (2008) comenta que o Capital de Giro pode ser calculado de duas formas. Na primeira forma, considera-se que o CDG é o próprio CCL (Capital Circulante Líquido), ou seja, a diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante; porém, este raciocínio, embora correto, torna-se limitado no momento do desenvolvimento da interpretação, uma vez que não possibilita avançar e desenvolver alternativas para o melhoramento dos recursos de capital de giro, pois fica condicionado apenas a avaliar as contas circulantes.
A segunda forma é determinar o CDG pela diferença entre as fontes (própria e de longo prazo) e as aplicações (permanentes e de longo prazo). A utilização deste método permite avaliar separadamente as fontes e aplicações de capital de giro. Através deste cálculo percebe-se que, para a empresa melhorar o seu CDG, obrigatoriamente, deverá aumentar as suas fontes de longo prazo (PL ou ELP) ou diminuir as suas aplicações (AP ou RLP).
E, assim, Salanek (2008), afirma que “as duas formas de cálculo demonstram o mesmo valor de CDG, porém a segunda permite uma interpretação mais aprofundada e detalhada.”
Podemos concluir que o Capital de giro é o conjunto de valores necessários para a empresa fazer seus negócios acontecerem (girar). Existe a expressão “Capital em Giro”, que seriam os bens  efetivamente em uso.
Aula 16: Ciclo de Atividades
O Ciclo de Atividades comporta as atividades operacionais da empresa tomadas desde o pedido de compra até o recebimento das vendas e dividem-se em: Ciclo Econômico, Ciclo Financeiro e Ciclo Operacional, que podem ser visualizados na figura a seguir:
A análise do Ciclo de Atividade por meio de indicadores possibilita a verificação do desempenho operacional da empresa e suas necessidades de investimentos. Esses indicadores evidenciam a dinâmica operacional em seus principais aspectos refletido no Balanço Patrimonial e na Demonstração de Resultado do Exercício.
Os ciclos são representados pelos momentos de realização dos eventos que os compõem, identificados no transcorrer do tempo. Tradicionalmente, a identificação do tempo nos ciclos é mensurada em quantidade de dias.
A seguir estudaremos os ciclos:
Operacional,
Econômico,
Financeiro.
Ciclo Operacional
O Ciclo Operacional compreende todas as fases operacionais da empresa, iniciando-se pela compra de materiais e encerrando-se no recebimento das vendas. Segundo Hoji (2003, p.35), o Ciclo Operacional inicia-se junto com o Ciclo Econômico ou Ciclo Financeiro, o que ocorrer primeiro, e encerra-se junto com o encerramento do Ciclo Econômico ou Financeiro, o que ocorrer por último.
Este ciclo pode ser melhor visualizado na figura a seguir:
Nesse sentido, cálculo do Ciclo Operacional considera os Prazos Médios de Recebimento de Contas a Receber (PMRCR) e os Prazos Médios de Pagamento das Contas a Pagar (PMPCP), por meio da seguinte fórmula:
 
Ciclo Operacional = PMRCR + PMPCP
 
Onde:
 
PMRCR = Prazo Médio de Recebimento de Contas a Receber
PMPCP = Prazo Médio de Pagamento de Contas a Pagar
04 a 10/04
Aula 17: Ciclo de Atividades (Econômico e Financeiro)
Ciclo Econômico
Caracteriza-se pelo período no qual as mercadorias se mantêm na empresa,ou seja, inicia-se com a compra da mercadoria e encerra-se com a venda da mesma.
Assaf (1995, p.22) coloca que:
O ciclo econômico considera unicamente os eventos de natureza econômica, envolvendo a compra de materiais até a respectiva venda. Não levam em consideração os reflexos de caixa verificados em cada fase operacional, ou seja, os prazos de recebimento das vendas e os pagamentos dos gastos incorridos.
Assim o Ciclo Econômico pode ser obtido por meio da seguinte fórmula:
Ciclo Econômico = Ciclo Operacional − PMRCR
Onde:  PMRCR = Prazo Médio de Recebimento de Contas a Receber.
 
• Ciclo Financeiro
Caracteriza-se tempo decorrido entre o desembolso de numerários para a aquisição da mercadoria e o recebimento das vendas. Assaf (1995, p.22) comenta que,
Em outras palavras, representa o intervalo de tempo que a empresa irá necessitar efetivamente de financiamento para suas atividades. Evidentemente, ocorrendo desconto dos títulos representativos da venda a prazo, o ciclo de caixa e, consequentemente, o período de necessidade de caixa reduzem-se pelo prazo da operação.
Assim, o Ciclo Financeiro pode ser obtido por meio da seguinte fórmula:
Ciclo Financeiro = Ciclo Operacional – PMPCP
 
 
Onde:
PMPCP = Prazo Médio de Pagamento de Contas a Pagar
Tomando os dados apresentados, a seguir, pelos indicadores em quantidade de dias, é possível determinar o Ciclo Econômico e o Ciclo Financeiro obtido pelos dados contábeis.
 
A leitura desses dados evidencia que essa empresa necessita de 122 a 131 dias para executar o processo de compra, estocagem e venda, em termos de valor, e é aliviada de 16 a 24 dias pelo financiamento obtido junto aos fornecedores de materiais, redundando na necessidade de um capital de giro ou ciclo financeiro correspondente a 105/106 dias de operação, medida em termos econômicos.  Padovese (2004).
Aula 18: Necessidade de Capital de Giro - Parte I
Para o processo de avaliação das Necessidades de Capital de Giro (NCG) é indispensável que se quantifiquem, a partir da estrutura patrimonial da empresa, os grupos classificados como Circulante Operacional, Circulante Financeiro e Permanente (não cíclico), como demonstrados a seguir:
O Ativo Circulante Financeiro (ACF), de natureza errática, é formado sem apresentar necessariamente um vínculo direto com o Ciclo Operacional da empresa. Não denota, por conseguinte, qualquer comportamento preestabelecido, variando, mais estreitamente, em função da conjuntura e do risco de maior ou menor liquidez que a empresa deseja assumir.
O Ativo Circulante Operacional ou Cíclico (ACC) é composto de valores que mantêm estreita relação com a atividade operacional da empresa. Estes elementos são diretamente influenciados pelo volume de negócios (produção e vendas) e características das fases do ciclo operacional (condições de recebimentos das vendas e dos pagamentos a fornecedores, prazo de estocagem etc.).
O investimento fixo (Ativo Permanente) inclui os direitos a receber da empresa a longo prazo e o Ativo Permanente propriamente dito. São valores inscritos tipicamente como de longo prazo (não circulante).
O Passivo Circulante Financeiro (PCF) inclui as dívidas da empresa junto a instituições financeiras e outras obrigações que também não apresentam nenhuma vinculação direta com sua atividade operacional. Alterações que venham a ocorrer no volume de atividade ou nas fases operacionais não repercutem diretamente sobre o passivo financeiro, refletindo estas variações basicamente sobre os elementos cíclicos (ativos e passivos).
O Passivo Circulante Operacional ou Cíclico (PCC) representa as obrigações de curto prazo identificadas diretamente com o Ciclo Operacional da empresa. As características de formação dessas contas são similares as do Ativo Circulante Operacional definido anteriormente, representando as dívidas de funcionamento (operacionais) da empresa.
O Passivo Permanente compõe-se das fontes de financiamento a longo prazo próprias (Patrimônio Líquido) e de terceiros (exigibilidades), cuja importância no equilíbrio financeiro de uma empresa é financiar necessidades permanentes de recursos.
A estrutura apresentada possibilita analisar empresas usando tanto o NCG propriamente dito, quanto outros conceitos a ele integrados.
O ACC, como qualquer item ou grupo de ativo, é uma aplicação de recursos, enquanto o PCC, também como qualquer item ou grupo do passivo, é uma fonte de recursos. Tanto o ACC quanto o PCC decorrem de forma direta do ciclo das operações da empresa. A tendência é de que o NCG seja uma aplicação líquida de recursos que será função do tipo de atividade exercida pela empresa. Podemos, entretanto, encontrar situações em que o PCC é maior que o ACC e, portanto, ao invés do NCG ser um “investimento”, será um “financiamento”.
Aula 19: Necessidade de Capital de Giro - Parte II
Continuação:
Para fins do uso do NCG como instrumento de análise, vamos tratá-lo a partir da equação (NCG = ACC – PCC), representando-o com sinal negativo quando PCC for maior que o ACC. Daí, quando falarmos que o NCG é negativo, significa que ao invés de um “investimento operacional em giro”, há um “financiamento operacional do giro”.
Vejamos os dados da Cia Modelo Didático, relativos a 20X3:
Na verdade, o que observamos é uma separação entre as contas do Ativo e do Passivo Circulante, em dois grupos: (a) as contas que estão mais relacionadas com as atividades operacionais e, (b) as contas que são de natureza financeira, envolvendo as funções de tesouraria. Com base nos dados vejamos o desdobramento do CCL em duas partes: (i) a parte cíclica, que é o NCG e (ii) a parte financeira, que é o saldo de tesouraria.
Exemplo:
Note que tanto o Ativo quanto o Passivo Circulante foram divididos em duas partes, sendo uma cíclica ou operacional e outra de natureza financeira. O CCL é a diferença entre Ativo e Passivo Circulantes, representando $ 534,4 mil. O NCG é a diferença entre o Ativo Circulante Cíclico e o Passivo Circulante Cíclico, representando $ 7.682,2 mil. O saldo da tesouraria é a diferença entre o Ativo Circulante Financeiro e o Passivo Circulante Financeiro.
Interpretando o NCG da Cia Modelo Didático, observamos que as atividades operacionais da empresa exigiram aplicações de recursos no ACC de $ 31.519,3 mil em duplicatas a receber, estoques e outros circulantes. Ao mesmo tempo, a empresa conta com fontes cíclicas no total de $ 23.657,1 mil, proveniente de fornecedores, salário e encargos, impostos e taxas, mais outros circulantes. Das aplicações de $ 31.519,3 mil, tirando as fontes de $ 23.657,1 mil, resta uma aplicação líquida, que é o NCG de $ 7.862,2 mil.
Provavelmente, a análise financeira pela metodologia do NCG é a que trabalha com um enfoque mais dinâmico entre os diversos métodos, porque decorre do volume de vendas da empresa e dos prazos de rotação. Quanto maiores forem as vendas, maior tenderá a ser a necessidade de estoques e maior será o volume de duplicatas a receber. Se para aumentar as vendas, a empresa conceder maiores prazos a seus clientes para o pagamento haverá dupla pressão para elevar o volume de duplicatas a receber, ou seja, aumento das vendas mais aumento do prazo. Da mesma forma, o crescimento das vendas eleva o volume de fornecedores, de salários (se aumentar o quadro de pessoal ou em decorrência de horas extras), de encargos e de tributos. Portanto, o NCG é função, basicamente, das vendas e dos prazos.
Se, devido ao crescimento das vendas, aumentar o NC é necessário que tal crescimento gere lucro para compensar a maior necessidade de aplicação de recursos, pois, de outro modo, a empresa terá de recorrer a empréstimos bancários ou aporte de capital junto aos acionistas.
Aula 20: Análise da Necessidade Líquida de Capital de Giro
A variável NLCDG (Necessidade Líquida de Capital De Giro) constitui-se no principal determinante da situação financeira das empresas. O seu valor revela o nível de recursos necessários para manter o giro dos negócios.
Diferentemente dos investimentos no Ativo Permanente,que envolvem decisões de longo prazo e com recuperação lenta de capitais, as contas que compõem a NLCDG expressam operações de curto prazo e de efeitos rápidos. Modificações na política de estocagem, na política de crédito e na política de compras produzem efeitos imediatos sobre o fluxo de caixa. Neste sentido, a avaliação, bem como o acompanhamento da NLCDG, transforma-se em verdadeiro leme da situação financeira das empresas.
Para que possamos avaliar corretamente e de forma global a NLCDG, o seu desdobramento é necessário.
Como vimos anteriormente, o critério para a reclassificação das contas do Ativo Circulante que compõem a variável sob a análise é a relação de tais contas com o nível de atividades da empresa, ou seja, com o faturamento. Assim, se relacionarmos a NLCDG com as Vendas Brutas, determinaremos um parâmetro que reflete as necessidades de capitais para giro dos negócios e suas dimensões em relação ao nível de atividades. Definimos este parâmetro como Ciclo Financeiro:
O Ciclo Financeiro calculado desta forma está expresso em “dias de vendas”, ou seja, indica o número de dias das vendas que a empresa destina ao financiamento das necessidades de capital de giro.
 
Exemplo:
Para a indústria cuja Demonstração de Resultado apresenta os valores abaixo indicados, o Ciclo Financeiro será calculado da seguinte forma:
No caso acima, no ano de 2000 a empresa destinava 83 dias de seu faturamento para financiar as necessidades de recursos para o giro dos negócios, enquanto no ano de 2001 este número caiu para 74 dias.
 
11 a 17/04
Aula 21: Desdobramento da Necessidade Líquida de Capital de Giro
O desdobramento da variável NLCDG (Necessidade Líquida de Capital De Giro), segundo Assaf et al., por sua vez, permite análise detalhada de todos os fatores que determinam o Ciclo Financeiro.
 
A decomposição do Ciclo Financeiro, conforme o exemplo, permite a seguinte análise sobre o comportamento da variável NLCDG:
Em 2001, a indústria sob análise aumentou em termos reais a NLCDG como resultado da evolução das Vendas Brutas, as quais cresceram 28% ($ 4.207.264 mil divididos por $ 3.282.746 mil menos 1 e o resultado multiplicado por 100), não obstante a redução do Ciclo Financeiro de 83 para 74 dias. Dos resultados depreende-se:a empresa manteve praticamente sem alteração suas políticas de crédito, de estocagem e de pagamento das compras;
a redução no Ciclo Financeiro foi obtida na área das obrigações fiscais, onde pode estar ocorrendo atrasos nos recolhimentos dos impostos incidentes sobre vendas;
a grande pressão sobre o Ciclo Financeiro vem da área de Estoques;
os fornecedores não representam expressiva fonte de financiamento.
Como pode ser observado, a simples decomposição do Ciclo Financeiro por contas que formam a NLCDG já permite avanço na avaliação da situação financeira da empresa.
 Aula 22: O Ciclo Financeiro e a NLCDG - Parte I
Embora a análise da decomposição dos itens que compõem o Ciclo Financeiro por contas que formam a NLCDG contribua com boas informações para a tomada de decisão, não é o suficiente. Não são somente parâmetros financeiros (política de estoques, política de crédito, política de compras etc.) que determinam o Ciclo Financeiro e variável NLCDG. Outros fatores de ordem econômica – que abaixo passaremos a analisar – contribuem de forma decisiva para que os valores que compõem a necessidade de recursos mantenham o giro dos negócios empresariais.
Vamos trabalhar com um exemplo simples.
Suponhamos a seguinte posição extraída dos relatórios contábeis da empresa Simplificada Ltda.:
 
 
Procedendo-se à reclassificação e ao cálculo da NLCDG e do ciclo financeiro, teremos:
 
Decomposição do Ciclo Financeiro:
As contas que compõem a NLCDG, neste nosso exemplo, são: Estoques, Duplicatas a Receber, Fornecedores e Obrigações Fiscais (Impostos incidentes sobre Vendas, a recolher).
 
Após coletar os dados das demonstrações financeiras, o próximo passo será efetuar o cálculo dos indicadores.
18 a 25/04
Aula 23: O Ciclo Financeiro e a NLCDG - Parte II
Analisando cada conta, com vistas à composição do Ciclo Financeiro, teremos:
 Formula:   ESTOQUES / VENDAS BRUTAS = ESTOQUES / CMV * CMV / VENDAS BRUTAS
Ou......   
 
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas.
Assim, para a empresa Simplificada Ltda estas relações serão:
 
Assim, estoques “em dias de vendas” de 85 dias = 120 x 0,71
Como pode ser observado, o investimento em Estoques corresponde a 85 dias de vendas. Estes “dias de vendas” são o resultado de um Prazo Médio de Estoques (PME) de 120 dias e uma composição de custos de 71%. Este desmembramento é muito importante porque permite a análise dos fatores financeiros econômicos que determinam o Ciclo Financeiro. No caso dos estoques, o fator financeiro está sendo medido pelo prazo em que os estoques permanecem na empresa e o fator econômico está sendo medido pela composição de custos.
Para ficar mais clara a análise acima, podemos formular os seguintes raciocínios:
se o prazo médio de estoques permanecesse em 120 dias e a margem de lucro fosse reduzida, com a relação CMV/Vendas Brutas, aumentando para 90%, o crescimento no Ciclo financeiro seria de 23 dias [(120 x 0,9) – 85 dias], acarretando um incremento na NLCDG da ordem de $ 1.086 ($ 17.000 multiplicados por 23/360);
se o prazo médio de estoques caísse para 100 dias e o aumento na lucratividade reduzisse a relação CMV/Vendas Brutas para 60%, o Ciclo Financeiro seria reduzido em 25 dias [85 – (100 x 0,60)], acarretando uma economia de recursos na variável NLCDG da ordem de $ 1.180 ($17.000 multiplicados por 25/360).
Aula 24: O Ciclo Financeiro e a NLCDG - Parte III
Resumidamente, o conjunto das principais relações vistas até o momento pode ser assim apresentado:
 
Esses quadros sobre a decomposição do Ciclo Financeiro constituem-se num completo diagnóstico sobre o comportamento da variável NLCDG.
Todos os problemas de administração financeira de curto prazo que se refletem nas contas que compõem esta variável, podem ser visualizados em termos de efeito sobre o fluxo de caixa, na decomposição em questão: problemas decorrentes de atrasos nos recebimentos ou modificação na política de crédito; redução da margem bruta de rentabilidade e/ou superestocagem; redução dos prazos de compra ou atrasos nos pagamentos a fornecedores e atrasos nos recolhimentos dos impostos e no pagamento/ recolhimento das obrigações trabalhistas.
Na análise de balanços, do ponto de vista do analista externo, tendo em vista a impossibilidade de apurar os custos e despesas de pessoal e a composição das vendas (parcela a vista e parcela a prazo), recomenda-se utilizar a seguinte planilha para a decomposição do Ciclo Financeiro das empresas:
 
 25 a 01/05
Aula 25: O Ciclo Financeiro e a NLCDG - Parte IV
Continuação:
 
Vejamos agora a aplicabilidade do que foi estudado no nosso exemplo da Cia. Doucevida.
Feitos os ajustes necessários, a seguir, apresentam-se os dados da Cia. Doucevida.
  Com base nesses dados, o cálculo para a NLCDG e para o saldo T-Tesouraria compõe o apresentado na tabela a seguir:
Análise da Necessidade de Capital de Giro
Em função da evolução das vendas, a Cia. Doucevida ampliou consideravelmente os seus investimentos em giro. A evolução de vendas é natural, sadia e desejável enquanto que o Ciclo de Caixa, idealmente, deveria ser reduzido. A sua manutenção é aceitável quando já parte de um nível satisfatório para empresa.
 
Aula 26: O Ciclo Financeiro e a NLCDG – PARTE V
Exemplo:
Comentários¹
A Necessidade de Capital de Giro da empresa teve, de 2001 para 2003, aumento de 112% (de $ 812.687 para $ 1.724.041). Entretanto, esse desenvolvimento não é devido exclusivamente ao crescimento de vendas da empresa, mas, principalmente, à administração de seus prazos. O Ciclo de Caixa (que a rigor deveria ter permanecido estável) teve acréscimo de 61% (de 49 dias para 79 dias de vendas). E é aí que reside o grande problema da empresa. A principal causa do crescimento do Ciclo deCaixa foi o PMRE (Prazo Médio de Rotação dos Estoques ou giro de estoque) que bateu a marca de 51% de aumento (de 75 dias para 112 dias). Uma ligeira queda no percentual de custo dos produtos vendidos em relação a vendas ajudou a diminuir o investimento em estoque e reduziu o crescimento para 33% (de 45 dias para 61 dias de vendas).
Essa ligeira vantagem, entretanto, foi praticamente anulada pela queda do percentual de compras/vendas que provocou redução de PMPC (Prazo Médio de Pagamento de Compras), perdendo aí, a empresa, parte do financiamento com que contava em 2001.
Quanto ao PMRV (Prazo Médio Recebimento de Vendas), o crescimento de 11% (de 63 dias para 70 dias de vendas) representou sozinho um acréscimo dessa ordem no investimento da empresa. Aqui, as empresas do ramo experimentaram um inexpressivo aumento de PMRV. A mediana do ramo elevou-se de 75 pra 77 dias.
A conjugação do aumento simultâneo de vendas e de ciclo de caixa provocou o explosivo aumento de NCG de 112% .
Entre as fontes de financiamento do giro destacou-se o uso do Passivo Circulante Financeiro, que cresceu 134% (de $ 356.798 para $ 834.743) no período e aumentou a sua participação no financiamento da NCG de 44% para 48%. Isso ocorreu apesar do exponencial crescimento do Exigível a Longo Prazo de 545% (de $314.360 para $ 2.028.231). Isto porque os recursos do Exigível a Longo Prazo foram carreados para financiar a elevada expansão das imobilizações que chegaram a 255%. Repara-se que o capital Circulante Próprio, que em 2001 cobria a nada desprezível parcela de 385 da Necessidade de Capital de Giro, passou para a taxa negativa de 61% em 2003.
Assim, o Exigível a Longo Prazo foi duplamente requisitado para cobrir a elevada expansão do Ativo Permanente e manter a participação do Capital Circulante Líquido no financiamento do Giro. Conseguiu que o capital Circulante Líquido não tivesse uma queda muito acentuada (de 76% para 57% no financiamento de giro), porém o grau de endividamento subiu violentamente nesse período.
 02 a 08/05
Aula 27: Quocientes de Interesse dos Investidores
Esses quocientes expressam a rentabilidade obtida nos investimentos efetuados pelos acionistas na compra de suas ações, bem como servem de parâmetro para àqueles que pretendem adquirir ações no mercado de capitais.
Os quocientes abordados nesta aula serão:
I.     Rendimento Real;
II.    Rendimento Total;
III.   Retorno do Capital Investido;
IV.   Valor Patrimonial da Ação.
I. Rendimento Real
Este quociente mensura a rentabilidade alcançada pelo Patrimônio Líquido, ou seja, quanto foi obtido de dividendo para cada real ($) existente no Patrimônio Líquido, e pode ser calculado por meio da seguinte fórmula:
 
RENDIMENTO REAL = DIVIDENDO / PATRIMÔNIL LÍQUIDO
II. Rendimento Total
Este quociente mensura a rentabilidade oferecida pela empresa para cada ação existente, ou seja, quanto a empresa pagou de dividendos mais bonificações em cada ação, considerando seu valor de mercado, e pode ser calculada por meio da seguinte fórmula:
RENDIMENTO TOTAL = DIVIDENDOS + BONIFICAÇÕES / VALOR DE MERCADO DA AÇÃO
III. Retorno do Capital Investido
Este quociente revela o número de anos em que será recuperado o investimento por meio dos lucros recebidos, ou seja, revela o número de anos em que o acionista conseguirá retorno do capital que investiu na compra das ações da empresa. Esse quociente poderá ser calculado com base na seguinte fórmula:
RETORNO DO CAPITAL INVESTIDO = VALOR DE MERCADO DA AÇÃO / LUCRO LÍQUIDO POR AÇÃO
IV. Valor Patrimonial da Ação
Este quociente revela o valor patrimonial de cada ação em circulação no mercado, e pode ser obtida por meio da seguinte fórmula:
VALOR PATRIMONIAL DA AÇÃO =         PATRIMÔNIO LÍQUIDO /
                                                           Nº DE AÇÕES EM CIRCULAÇÃO
 
Por apresentar maior participação de custos e despesas fixos, a empresa A, além de um maior potencial em promover resultados, assume também risco operacional mais elevado. Por exemplo, ao se admitir uma redução de 20% no volume de vendas, a empresa A revela-se incapaz de cobrir seus custos (despesas) fixos mais elevados, apurando um prejuízo operacional. A empresa B, com uma participação bem mais reduzida de custos e despesas fixos, ainda, consegue manter-se em situação de lucro.
Aula 28: Grau de Alavancagem Operacional (GAO)
Alavancagem Operacional pode ser definida como a capacidade da empresa em usar custos fixos com a finalidade de maximizar os efeitos das variações nas vendas em seu lucro, antes de deduzidos os encargos financeiros e o imposto de renda.
O GAO é determinado pela estrutura de custos (despesas) da empresa, apresentando maior capacidade de alavancar os lucros, aquela que apresentar maiores custos (despesas) fixos em relação aos custos (despesas) totais.
Segundo Gitman (2004, p. 437), pode-se definir Alavancagem Operacional como a possibilidade de uso dos custos operacionais fixos para ampliar os efeitos de variações de vendas sobre o lucro da empresa antes de juros e imposto de renda.
A expressão do Grau de Alavancagem Operacional pode ser assim obtida:
Exemplo: Admita, ilustrativamente, que as empresas A e B são iguais em todos os aspectos, exceto em sua estrutura de custos (despesas). A empresa A, por ser mais automatizada, tem uma relação custo e despesa fixa/custo e despesa total mais alta que B. Seus resultados são apresentados a seguir:
Apesar de as duas empresas apresentarem o mesmo lucro operacional e volume de vendas, a capacidade da empresa A em alavancar seus resultados operacionais é superior à demonstrada por B. O risco operacional de A, diante da variabilidade de seus lucros, também é maior que a de B. Tudo isso pode ser explicado pela maior participação dos custos e despesas fixos na estrutura da empresa A do que em B. Se ocorrer um aumento de 20% no volume de vendas, por exemplo, o lucro operacional de A se incrementa percentualmente 7 vezes mais, e o de B somente 3 vezes, ou seja:
Por apresentar maior participação de custos e despesas fixos, a empresa A, além de um maior potencial em promover resultados, assume também risco operacional mais elevado. Por exemplo, ao se admitir uma redução de 20% no volume de vendas, a empresa A revela-se incapaz de cobrir seus custos (despesas) fixos mais elevados, apurando um prejuízo operacional. A empresa B, com uma participação bem mais reduzida de custos e despesas fixos, ainda, consegue manter-se em situação de lucro.
09 a 15/05
Aula 29: Grau de Alavancagem Financeira (GAF) - Parte I
A Alavancagem Financeira é a capacidade da empresa em usar encargos financeiros fixos para maximizar os efeitos de variações no lucro antes das despesas financeiras.
A Alavancagem Financeira resulta da participação de recursos de terceiros na estrutura de capital da empresa. Em princípio, pode-se admitir o interesse pelo endividamento sempre que seu custo for menor que o retorno produzido pela aplicação desses recursos. Nessa situação em que o retorno do investimento do capital emprestado excede a seu custo de captação, a diferença positiva encontrada promove uma elevação mais que proporcional nos resultados líquidos dos proprietários, alavancando a rentabilidade.
Em outras palavras, pode-se definir a alavancagem financeira como a capacidade que os recursos de terceiros apresentam de elevar os resultados líquidos dos proprietários. Uma expressão de cálculo do Grau de Alavancagem Financeira (GAF) é apresentada:
Onde:
GAF = Grau de Alavancagem Financeira
DP = Dividendos Preferenciais
Laji = Lucro líquido antes do imposto de renda
T = alíquota do imposto de renda
Inserindo Laji = 10.000; Juros = 2.000, DP = 2.400 e a alíquota do imposto de renda T = 0,40, na equação, obtemos.
A expressão revela a alteração percentual no lucro líquido (disponível aos acionistas) determinado por uma variação no lucro operacional.
Outra fórmula para o cálculo do Grau de Alavancagem Financeira (GAF) poderá ser obtida por:
Aplicando a equação aos casos 1 e 2 obtemos:

Outros materiais